Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIP INTERATIVA Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM VI Curso Superior de Tecnologia em Gestão Financeira RAIA DROGASIL S.A. Ana Carolina Reggiani RA: 0586287 Everton Gasques RA: 0590515 Iuri Nascimento dos Santos RA: 0575721 João Paulo de Freitas Sinfães RA: 0577935 Mateus Felipe Constantino RA: 0585245 Roberta Kelly Moreira Rodrigues RA: 0588495 SÃO PAULO 2021 Ana Carolina Reggiani RA: 0586287 Everton Gasques RA: 0590515 Iuri Nascimento dos Santos RA: 0575721 João Paulo de Freitas Sinfães RA: 0577935 Mateus Felipe Constantino RA: 0585245 Roberta Kelly Moreira Rodrigues RA: 0588495 Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM VI Curso Superior de Tecnologia em Gestão Financeira Trabalho de Projeto, apresentado do Curso de Gestão Financeira, como parte de requisitos para a conclusão da disciplina Projeto Integrador Multidisciplinar, sob a orientação da Prof. º Daniel Ribeiro Júnior. SÃO PAULO 2021 UNIP UNIVERSIDADE PAULISTANA Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM VI Curso Superior de Tecnologia em Gestão Financeira Orientadora: Prof. º Daniel Ribeiro Júnior. Aprovado em: BANCA EXAMINADORA _______________________/__/___ Prof. Nome do Professor Universidade Paulista – UNIP _______________________/__/___ Prof. Nome do Professor Universidade Paulista – UNIP _______________________/__/___ Prof. Nome do Professor Universidade Paulista – UNIP Data da Aprovação: _____/_____/_____. SÃO PAULO 2021 DEDICATÓRIA Dedicamos este trabalho aos nossos familiares, em especial aos nossos avós e aos nossos pais, alguns infelizmente não presentes fisicamente, mas sempre em pensamento, onde sempre buscamos coragem e forças para não desistir, sempre com muito carinho, nos motivaram a chegar até aqui e concluir mais esta etapa de nossas vidas. Não podemos deixar de citar e dedicar todo este conhecimento, aos nossos professores e orientadores que tanto nos auxiliaram ao longo desta nova jornada acadêmica. AGRADECIMENTOS Agradecemos a equipe de gestores e orientadores de todas as disciplinas, a todos da instituição de ensino que, direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho. Aos nossos familiares, que nos motivaram a chegar até aqui e sempre nos encorajaram para que não desistíssemos. Somos gratos por todo apoio, força e incentivo que nos foram dados, em especial aos nossos colegas de curso onde partilhamos conhecimentos e dificuldades, na certeza que tudo isso será levado para nossas vidas. “Alguns homens vêem as coisas como são, e dizem ‘Por quê? Eu sonho com as coisas que nunca foram e digo ‘Por que não?” [SHAW, George Bernard] RESUMO O Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM VI do curso de Gestão Financeira tem como objetivo o aprendizado do crédito e cobrança, plano de negócios, ética e legislação trabalhista e empresarial. Iniciamos nossa pesquisa com intuito de saber direcionar e aplicar os conceitos apresentados e desenvolvidos no decorrer destas disciplinas para a empresa RAIA DROGASIL S.A. Poderão ser observados neste trabalho, alguns indicadores e métodos que fomos aprendendo, aplicando e exemplificando. Nosso propósito é demonstrar de forma clara e objetiva todos os pontos, sendo eles positivos e negativos da gestão financeira e também o seu funcionamento. Aprendemos a demostrar através destas disciplinas o que pode ser desenvolvido e executado, não só nesta, mas em qualquer empresa que precise de gestão financeira. As informações presentes foram baseadas a partir de pesquisas realizadas fundamentadas na empresa em questão. Palavras-chaves: Crédito, Cobrança, Análise, Plano de negócios, Ética e Legislação. ABSTRACT The Multidisciplinary Integrated Project – PIM VI of the Financial Management course aims to learn about credit and collection, business plan, ethics and labor and business legislation. We started our research in order to know how to direct and apply the concepts presented and developed during these courses for the company RAIA DROGASIL S.A. Some indicators and methods that we have been learning, applying and exemplifying can be observed in this work. Our purpose is to demonstrate clearly and objectively all the points, being them positive and negative in financial management and also its functioning. We learn to demonstrate through these disciplines what can be developed and executed, not only in this one, but in any company that needs financial management. The present information was based on research carried out based on the company in question. Keywords: Credit, Collection, Analysis, Business Plan, Ethics and Legislation. Sumário INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................13 HISTÓRIA ......................................................................................................................................................14 Denominação e Forma de Constituição .......................................................................................................14 Sobre Raia Drogasil - RADL3 .........................................................................................................................14 História da Raia Drogasil ..............................................................................................................................15 Principais Pilares...........................................................................................................................................15 1. CRÉDITO E COBRANÇA ....................................................................................................................17 1.1. Impôrtancia do Crédito ............................................................................................................17 1.2. Linhas de Crédito ......................................................................................................................18 1.3. Riscos ........................................................................................................................................18 1.4. Funções do Crédito ..................................................................................................................19 1.5. Politica de Crédito ....................................................................................................................20 1.6. Limite e Análise de Crédito ......................................................................................................21 1.7. Credit Score ..............................................................................................................................22 2. ANÁLISE DE CRÉDITO PESSOA JURÍDICA .........................................................................................22 2.1. LINHAS DE CRÉDITO .................................................................................................................22 2.1.1 FINANCIAMENTO E CONTRATOS DE CAPITAL DE GIRO .........................................23 2.1.2 DESCONTO DE TÍTULOS, DUPLICATAS OU RECEBÍVEIS ..........................................23 2.1.3 LEASING PESSOA JURÍDICA .....................................................................................23 2.1.4 ADIANTAMENTO DO CARTÃO DE CRÉDITO...........................................................23 2.1.5 FINEP ......................................................................................................................24 2.1.6 BNDES .....................................................................................................................24 2.1.7 VENDOR ..................................................................................................................24 2.1.8 COMPROR...............................................................................................................24 2.1.9 CARTA FIANÇA BANCÁRIA OU SEGURO GARANTIA ...............................................25 2.1.10 LINHAS DE CRÉDITO AO AGRONEGÓCIO - CÉDULA DE PRODUÇÃO RURAL (CPR) e (CPRF) 25 3. TIPOS DE ANÁLISES..........................................................................................................................25 3.1. ANÁLISE CADASTRAL ................................................................................................................25 3.2. ANÁLISE DE IDONIEDADE .........................................................................................................25 3.3. ANÁLISE FINANCEIRA ...............................................................................................................26 3.4. ANÁLISE DE RELACIONAMENTO ...............................................................................................26 3.5. ANÁLISE PATRIMONIAL ............................................................................................................26 3.6. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE ......................................................................................................26 3.7. ANÁLISE DO NEGÓCIO ..............................................................................................................26 3.8. ANÁLISE DOS ATIVOS INTANGÍVEIS ..........................................................................................27 3.9. ANÁLISE DE GRUPO EMPRESARIAL ..........................................................................................27 3.10. ANÁLISE DE POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE .....................................................................27 3.11. ANÁLISE DE POLÍTICA DE AGÊNCIA ......................................................................................27 3.12. ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA ...............................................................................................27 3.13. ANÁLISE DE DESEMPENHO BURSÁTIL ..................................................................................27 4. ANÁLISE DOS DEMOSTRATIVOS ......................................................................................................28 4.1. BALANÇO PATRIMONIAL ..........................................................................................................28 4.2. INDICADORES ECONOMICO-FINANCEIROS ..............................................................................28 4.3. DRE ...........................................................................................................................................28 5. CONCESSÃO DE CRÉDITO ................................................................................................................28 5.1. COBRANÇA ...............................................................................................................................28 5.2. CRÉDITOS PROBLEMÁTICOS .....................................................................................................29 5.3. CONTAS A RECEBER ..................................................................................................................29 5.4. NEGOCIAÇÕES ..........................................................................................................................29 5.5. COBRANÇA JUDICIAL ................................................................................................................29 6. CHECKLIST DE COBRANÇA ...............................................................................................................30 7. TIPOS DE COBRANÇAS .....................................................................................................................30 7.1. COBRANÇA SIMPLES .................................................................................................................30 7.2. COBRANÇA CAUCIONADA ........................................................................................................30 7.3. COBRANÇA DESCONTADA ........................................................................................................30 7.4. PROTESTO .................................................................................................................................30 7.5. FALÊNCIA ..................................................................................................................................31 7.6. CONCORDATA...........................................................................................................................31 8. Ética e Legislação: Trabalhista e Empresarial ..................................................................................31 8.1. Ética e a Antiguidade ................................................................................................................31 8.2. A Filosofia Grega.......................................................................................................................32 8.2.1 Sócrates (470-399) A.C ...........................................................................................32 8.2.2 Aristóteles (384-322) A.C .......................................................................................33 8.2.3 Platão (428-347) A.C...............................................................................................34 9. A História das leis Trabalhistas ........................................................................................................34 9.1. A Revolução Industrial ..............................................................................................................34 9.2. A Justiça do trabalhista ............................................................................................................35 9.3. A Consolidação das Leis Trabalhistas .......................................................................................36 9.3.1 Era Vargas ...............................................................................................................36 9.3.2 A Consolidação das leis do trabalho e a Constituição de 1946 ..............................37 9.3.3 A Consolidação das leis do trabalho e a Constituição de 1967 ..............................37 9.3.4 A Consolidação das leis do trabalho e a Constituição de 1988 ..............................37 9.4. A Reforma Trabalhista ..............................................................................................................38 9.5. A Terceirização .........................................................................................................................38 10. O Direito e a Ética Empresarial........................................................................................................39 10.1. O Comércio Internacional ....................................................................................................39 10.2. A Lei dos portos ....................................................................................................................39 10.3. O Código comercial Brasileiro ..............................................................................................40 10.4. O Novo Código Civil e o Direito Empresarial ........................................................................41 10.5. A Ética Empresarial e o código de Defesa do Consumidor ..................................................4111. Código de Ética: Raia Drogasil .........................................................................................................42 11.1. Os Funcionários ....................................................................................................................42 11.1.1 A Mediação de conflitos .......................................................................................43 11.1.2 Segurança no trabalho .........................................................................................43 11.1.3 Conversa ética ......................................................................................................44 11.1.4 Clientes .................................................................................................................44 12. PLANO DE NEGÓCIOS ......................................................................................................................45 12.1. Ideias oportunas ...................................................................................................................45 12.2. Fontes de ideias ....................................................................................................................45 13. Plano de Negócios ...........................................................................................................................47 14. Sumário Executivo ...........................................................................................................................47 14.1. Onde? ...................................................................................................................................48 14.2. Por quê? ...............................................................................................................................48 14.3. Quanto? ................................................................................................................................49 14.4. Como? ..................................................................................................................................49 14.5. Quando? ...............................................................................................................................50 15. Descrição da Empresa .....................................................................................................................50 15.1. Históricos da Empresa ..........................................................................................................50 15.2. Importância e Projeção do Projeto ......................................................................................51 15.3. Qualificação e Experiência dos Profissionais ........................................................................52 16. Descrição dos Produtos e Serviços ..................................................................................................52 16.1. Diferencial ............................................................................................................................52 17. Análise de Mercado.........................................................................................................................53 17.1. Concorrências .......................................................................................................................54 17.2. Análise de SWOT ou FOFA ....................................................................................................54 18. Análise Estratégico ..........................................................................................................................55 19. Plano Financeiro ..............................................................................................................................56 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................59 13 INTRODUÇÃO Este Projeto Integrado Multidisciplinar PIM VI, tem como objetivo abordar as disciplinas de Crédito e Cobrança, Plano de Negócios, Ética e Legislação Trabalhista e Empresarial. De um modo geral, a principal finalidade da gestão financeira, é obter dados e fatos que serão analisados pelo administrador e esta análise quando é feita de forma correta ela auxilia o gestor a tomadas de decisões prudentes. O objetivo deste trabalho é apresentar alguns pontos específicos sobre a empresa Raia Drogasil S.A., aplicando os conceitos aprendidos neste bimestre, desta forma, o trabalho foi parcialmente subdividido, onde inicialmente relatamos um pouco sobre a empresa, sua história e trajetória, após este breve relato, passamos a explorar a parte financeira, desenvolvendo e aplicando o crédito e cobrança, juntamente com as análises de clientes, onde passamos então para as linhas e modalidades de créditos, visando tanto o lado de que concede o crédito, quando quem está recebendo este crédito. Abordamos também sobre o tema plano de negócios, onde podemos aprender sobre as ideias, as avaliações e oportunidades, as regras e estruturas empreendedoras, sabendo onde e como aplica-las. Em ética podemos aprender e entender que os valores morais dentro de uma empresa devem ser definidos para que as pessoas possam mostrar através de normas e condutas a ética tanto para si, quanto para os outros, ou seja, torna-se um ato social e não mais uma ação isolada. Assim a cultura empresarial deve ser social e ter valores comuns. Por fim, a conclusão faz um apanhado geral do trabalho, onde apontamos os pontos fortes e pontos fracos pesquisados, com base nas disciplinas estudadas neste bimestre. 14 HISTÓRIA Denominação e Forma de Constituição Razão Social: Raia Drogasil S.A. Forma de Constituição: Uma sociedade anônima CNPJ: 61.585.865/0001-51 Atividade Principal: Comércio de Produtos Farmacêuticos. Perfumarias E Afins Classificação Setorial: Saúde / Comércio e Distribuição / Medicamentos e Outros Produtos Site: http://www.rd.com.br Sobre Raia Drogasil - RADL3 A RD – Gente, Saúde e Bem-estar é uma empresa líder no mercado brasileiro de farmácias, com mais 2.100 lojas em 23 estados brasileiros e faturamento de R$ 18,4 bilhões em 2019. A companhia foi criada em novembro de 2011, a partir da fusão entre Raia S.A. e Drogasil S.A. e é a maior rede de farmácias do Brasil em receita e número de lojas. Cinco anos após a fusão, iniciamos uma nova etapa na história da empresa, pautando sua atuação em cinco valores essenciais: ética, eficiência, inovação, relações de confiança e visão de longo prazo. Além disso, selamos nosso compromisso com a sustentabilidade baseado em três pilares: cuidar da saúde das pessoas, cuidar da saúde do planeta e cuidar da saúde do negócio. Hoje, combinamos um portfólio integrado de ativos focados na saúde e no bem- estar: RD Farmácias (Droga Raia, Drogasil e Onofre), RD Serviços (4Bio Medicamentos Especiais, Univers, plataforma de gestão de saúde, e Stix) e RD Marcas (Needs, Vegan by Needs, Triss, Caretech, Nutrigood e marcas Droga raia e Drogasil). 15 História da Raia Drogasil Fundada em 2011, a Raia Drogasil, surgiu a partir da união de duas empresas centenárias, que percorreram durante anos caminhos particulares, mas de muita expansão e no decorrer dessa jornada cruzaram o caminho uma da outra, assim, depois da fusão as empresas unirão seus nomes e passaram a ter nome que hoje se conhece. Em 1905, o farmacêutico João Batista Raia abriu a primeira unidade da farmácia Raia, em Araraquara. Em 1935, a farmácia Drogasil foi fundada, através da união das drogarias Bráulio e a Brasil. Durante várias décadas após a fundação das empresas, elas percorreram caminhos de expansão, realizando a aquisição de outras drogarias e aumentando cada vez mais suas contribuições no mercadobrasileiro. Em 1977, a Drogasil entrou para a bolsa de valores brasileira, passando a ser a primeira companhia do setor varejista de farmácias a integrar na bolsa. Em 2010, a Raia também veio a integrar a lista de empresas que fazem parte da bolsa de valores. No entanto em 2011, as duas companhias comunicaram a fusão de suas atividades, passando a ser considerada a maior rede de farmácias do país. Após a fusão, em 2012, a companhia criou uma nova identidade corporativa para sua marca, dando origem ao nome Raia Drogasil S.A. Com isso, as ações das empresas que antes eram individualmente comercializadas pararam de existir, dando origem as negociações das ações com a nova marca, sob o código RADL3. Em 2015, a companhia entrou para o setor de especialidades, ao comprar uma das mais renomadas varejistas de medicamentos especiais do país, a 4bio. Em 2017, a companhia comunicou uma nova mudança em sua marca corporativa passando a chamar RD – Gente, Saúde e Bem-estar. Principais Pilares Os principais pilares do modelo de negócio são as bandeiras Droga Raia e Drogasil, duas das marcas mais icônicas do varejo brasileiro, que totalizam mais de 200 anos de tradição. Com um portfólio de lojas que inclui várias centenas das melhores 16 esquinas brasileiras, as plataformas proprietárias de ponta, que permitem gerir a cadeia de abastecimento de forma eficiente e atender os clientes a partir de sistemas baseados em CRM, os formatos diferenciados de loja, com conceitos avançados de gestão de categorias e um portfólio de produtos de marca própria. E, especialmente, contam com profissionais qualificados e motivados tanto no nível da gestão como de operação, que trabalham dentro de uma cultura de formação de pessoas, com ingresso pela base da pirâmide. Estes pilares permitem a prestação de um serviço diferenciado para os seus clientes e a criação de valor para os seus acionistas. Refletindo o propósito da companhia de cuidar de perto da saúde e bem-estar das pessoas em todos os momentos da vida. 17 1. CRÉDITO E COBRANÇA 1.1. Impôrtancia do Crédito Crédito deriva-se do latim “credere” que significa “confiança” e define-se como “[...] a expectativa de um a quantia em dinheiro ou seu equivalente retornar ao seu dono, dentro de um espaço de tempo preestabelecido” (ROSS; W ESTERFIELD; JAFFE, 2002, p. 65). Em termos financeiros, o crédito representa uma quantia de dinheiro que uma empresa confia à outra empresa ou uma pessoa. Quando algo é vendido a prazo, o comerciante está cedendo crédito ao comprador. Pois o produto ou serviço em questão foi entregue antes do recebimento imediato do pagamento. Assim, o crédito aquece a troca de bens e serviços uma vez que facilita o consumo de pessoas bem como a produção das empresas. De fato, sem crédito o consumo das pessoas reduz. Consequentemente, as empresas produzem menos. O crédito destinado as pessoas físicas permite atender as necessidades de consume, como compra de bens imóveis e móveis, educação, lazer, alimentação, saúde entre outras. Para as empresas, o crédito é de extrema impôrtancia, pois é o grande responsável pela alavancagem aos negócios, seja para aquisição de insumos e matéria- prima, máquinas, equipamentos, tecnologia ou ainda para construção, ampliação ou modernização da companhia e unidades fabris, além de giro para financiamento das atividades internas e externas, como exportação ou importação de produtos. Dê acordo com a Agência de Desenvolvimento Paulista, a inovação é vital para as empresas se manterem competitivas no mercado. Por outro lado, o apoio financeiro é um dos limitadores à inovação no País, uma vez que as instituições bancárias proporcionam: 18 Restrições de crédito; Longo período de tempo para o processamento de um empréstimo (mais de seis meses); Altas taxas para a tomada de crédito. 1.2. Linhas de Crédito Tabela 1 - Balanço Patrimonial da Raia Drogasil Fonte: https://br.investing.com/equities/raiadrogasil-on-nm-balance-sheet. Segundo a companhia, a dívida líquida em 31 de março de 2020 era de R$ 964,2 milhões versus R$ 937,9 milhões no mesmo período de 2019. Já o endividamento bruto totalizou R$ 1,41 milhões, composto por 73,3% em debêntures, 5,5% em Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e 21,2% remanescentes à outras dívidas. A Raia Drogasil informou ainda que do endividamento total, 62,3% é de longo prazo e 37,7% refere-se às parcelas de curto prazo. 1.3. Riscos https://br.investing.com/equities/raiadrogasil-on-nm-balance-sheet 19 Os riscos de crédito afetam toda a cadeia produtiva, pois, hoje em dia uma empresa financia a outra para que haja crédito ao consumidor final, tornando um ciclo de ofertas e demandas retroalimentado por empresas, fornecedores, clientes e instituições financeiras, e, por este motivo, a gestão e controle desses recursos têm atuação e interferência direta do governo e de grandes empresas com intuito de regularizar o mercado. O governo atua por meio do Banco Central, na Política de Crédito do País conforme seus interesses e necessidades, e com intuito de ampliar os recursos ou reduzir o risco das operações. Sendo assim, para um mercado financeiro saudável, é de extrema relevância as avaliações de risco realizadas pelo Governo, Empresas, Auditores, Bancos, entre outros órgãos. 1.4. Funções do Crédito Para haver um equilíbrio, a área de crédito deve impulsionar as vendas, e ao mesmo tempo em que tem que oferecer garantias de recebimento dessas vendas. Em busca do equilíbrio, torna-se necessário um planejamento, detalhando os processos, as etapas a serem seguidos. Cadastro: registro das informações do proponente Pessoa Física ou Pessoa Jurídica (dados cadastrais, financeiros, econômicos, de relacionamento, entre outros), que norteiam os processos para a realização de uma análise mais eficiente de concessão de crédito; Estudo e acompanhamento dos limites de crédito estabelecidos: através do a grupamento dos clientes em categorias de risco e segmentos, além da mensuração do custo de perdas associadas às vendas. Importante também monitorar os prazos, para que não ultrapassem os períodos planejados pela empresa, que depende da política dos concorrentes, características e risco do mercado consumidor, cenário econômico, dentre outros fatores, que devem ser detalhados na Política de Crédito; 20 Atualização, revisão e cancelamento dos limites estabelecidos: as Políticas de Crédito devem ser atualizadas de acordo com as mudanças de mercado; Manter os clientes internos informados sobre a situação de crédito da Organização: as informações sobre clientes e situação de crédito da empresa devem ser informações comuns; Monitoramento da Política de Crédito da organização: com intuito de impedir e/ou reduzir a inadimplência; Participação do planejamento e execução da política de vendas da organização: a política de crédito deve ser estruturada paralelamente à política de vendas, pois interfere diretamente nela; Garantias: aval, fiança, endossos e garantias reais (cauções de duplicatas/cheques, alienação fiduciária, penhor, hipoteca e anticrese). 1.5. Politica de Crédito Para entendermos melhor o que é a Política de Crédito de uma empresa, precisamos saber que se trata da normatização dos processos de crédito, ou seja, são princípios gerais e permanentes que fundamentam a conduta dos administradores da empresa, e cada uma tem a sua, na qual deve mesclar as exigências do órgãos reguladores e as intenções da empresa em relação ao mercado, devendo levar em consideração os riscos aceitos, a participação do mercado que pretende ter (market share) e oscustos das operações, e ainda, definir os procedimentos de cobrança e descontos oferecidos. Sendo assim, as instituições financeiras também definem suas políticas referentes a crédito, que norteiam e orientam o processo decisório. 21 A Política de Crédito de uma empresa tem por objetivo definir as regras para cadastro de clientes e concessão de crédito, com o intuito de ajudar o processo de venda, otimizar o fluxo de caixa e minimizar os riscos. 1.6. Limite e Análise de Crédito O limite de crédito faz parte da política de crédito de uma empresa, cujo objetivo é definir o valor máximo que uma instituição vai conceder de crédito para um cliente, de acordo com o máximo de risco que está disposta a correr com aquele cliente. Processo de averiguação da idoneidade e capacidade financeira do cliente, para pagamento das dívidas, diretamente relacionado aos riscos da empresa. Tais riscos devem ser mitigados e administrados de forma a não colocar em dúvida a liquidez e reputação da organização. São divididos em: Riscos Específicos (inerentes às características do cliente, avaliados pelos sistemas de Credit Score, por analistas de crédito ou de empresas) e Riscos de Mercado (relacionados ao ambiente externo e cenários político-econômico). Os tipos de análise são: Análise Subjetiva: baseada em decisões individuais do analista, na experiência, nas informações e na sensibilidade deste, considerando alguns argumentos. Tais informações são conhecidas como C’s do Crédito: caráter, capacidade, condições, colateral e conglomerado. Análise Objetiva: baseada no conhecimento técnico, no bom senso e nas informações que possibilitem dar diagnóstico sobre todos os C’s do crédito. As fases propostas são análises de cadastro, de idoneidade, financeira, de relacionamento, patrimonial, de sensibilidade, do negócio e parâmetro para estabelecer limite de crédito. 22 As linhas de crédito oferecidas para as empresas são direcionadas ao financiamento de capital de giro e de investimentos. Elas precisam financiar suas operações, como produção, compra de matéria -prima, mão de obra etc. Isso justifica a necessidade de capital de giro. 1.7. Credit Score Modelo criado para identificar fatores que determinam a probabilidade de inadimplência através de regras de pontuação (score) e outros fatores, com intuito de aprovar ou reprovar limite de crédito ao candidato. Tendo os resultados dos scores (AA a H), elabora-se uma análise de ganhos e perdas com um valor de corte. Algumas atribuições do modelo que são analisadas são: riscos de acordo com a idade, restrição, idoneidade, margem de endividamento, com prometimento financeiro, capacidade de pagamento, experiência profissional, renda, tempo de atividade, finalidade do crédito, garantias, característica do negócio, entre outras. 2. ANÁLISE DE CRÉDITO PESSOA JURÍDICA Para a análise de pessoa jurídica, temos riscos bem maiores, tendo me vista que os valores emprestados ou assumidos também são maiores, desta forma, a necessidade de documentos comprobatórios é bem maior e diferente para pessoa física. 2.1. LINHAS DE CRÉDITO As linhas de créditos são valores oferecidos para empresas, por uma instituição financeira, através de empréstimo ou financiamento. Cada banco trabalha com uma linha específica e dependendo a linha de crédito já está pré-aprovada e vinculada a conta corrente. 23 Para obter créditos, são observados alguns critérios como, seu histórico financeiro, onde as organizações de proteção ao crédito são consultadas, sua renda mensal, seus ativos, caso tenha, que podem ser utilizados como garantia. 2.1.1 FINANCIAMENTO E CONTRATOS DE CAPITAL DE GIRO Neste caso o banco empresta recursos para atender as necessidades de fluxo de caixa ou capital de giro a curto prazo, ou seja, linhas de créditos que fazem com que a empresa funcione no dia a dia. 2.1.2 DESCONTO DE TÍTULOS, DUPLICATAS OU RECEBÍVEIS Onde a empresa entrega seus recebíveis (a vencer) para o banco, e ele antecipa o valor em conta corrente cobrando determinados juros, a serem descontados destes valores a receber. Geralmente as empresas fazem estas operações para captar recursos e os juros são menores do que outros créditos. Resumindo a empresa transfere os direitos dos recebíveis a um terceiro. 2.1.3 LEASING PESSOA JURÍDICA Neste caso específico de operações de Leasing as empresas podem financiar máquinas e equipamentos. Os bens financiados ficam em nome da empresa que está concedendo o Leasing e não do cliente, somente quando terminar o contrato a empresa pode devolver o bem ou não. Se caso a empresa queira ficar com o bem, ela pode passar o bem para o nome e quitar o valor residual. 2.1.4 ADIANTAMENTO DO CARTÃO DE CRÉDITO 24 Este adiantamento de recebíveis nada mais é que o valor recebido no cartão de crédito na conta corrente antes do vencimento, sofrendo desconto de taxas e é cobrado juros, onde serão abatidos deste valor a receber, na hora do crédito em conta. 2.1.5 FINEP É uma iniciativa do governo federal que fornece empréstimo para empresas que criam produtos tecnológicos. A Finep concede recursos reembolsáveis e não- reembolsáveis a instituições de pesquisa e empresas brasileiras. O apoio da Finep abrange todas as etapas e dimensões do ciclo de desenvolvimento científico e tecnológico. 2.1.6 BNDES Este crédito é muito comum para empresas, esse acesso e cadastro é direto pelo site do BNDES para empresas que faturam até 90 milhões por ano. Abrange inúmeras modalidades de crédito direcionados à expansão fabril ou comercial. 2.1.7 VENDOR Com o vendor, o fornecedor atua como um tipo de fiador do seu cliente, sendo responsável pelo pagamento da dívida em caso de inadimplência junto a instituição financeira. O vendor é a cessão de crédito do vendedor para o seu consumidor, podendo parcelar a compra, mas o fornecedor, recebe o pagamento à vista da instituição financeira que faz o intermédio da venda. 2.1.8 COMPROR Nessa modalidade de compra e venda, o vendedor não fica responsável pelo pagamento da dívida em caso de inadimplência de seu cliente. Com o compror o próprio 25 cliente/comprador atua como um fiador do valor “emprestado”. Neste caso é possível que o cliente pague a compra parcelada sem necessariamente envolver o seu fornecedor de produtos ou matéria-prima no trâmite. 2.1.9 CARTA FIANÇA BANCÁRIA OU SEGURO GARANTIA São usadas como um tipo de garantia emitida por uma instituição bancária, na qual ela cumpre o papel de fiadora em um determinado acordo firmado entre o afiançado e o seu credor. Elas garantem que os prazos e valores ou outras obrigações definidas em contrato sejam cumpridas pelas partes. 2.1.10 LINHAS DE CRÉDITO AO AGRONEGÓCIO - CÉDULA DE PRODUÇÃO RURAL (CPR) e (CPRF) A CPR (Cédula de Produção Rural) é um título de crédito que foi criado originalmente para a venda de produto rural. Hoje, seu conceito se alargou e ele é visto pelos Tribunais apenas como um título onde o emitente promete entregar produtos rurais, na data, local e condições expressas no título. A CPRF (Cédula de Produção Rural Financeira) nada mais é do que uma CPR com a possibilidade liquidação financeira, isto é, o emitente poderá pagar em dinheiro o valor nela previsto ao invés de entregar produto rural. Em alguns casos, a CPRF se assemelha muito com um empréstimo, o que acaba sendo um desvirtuamento do título. 3. TIPOS DE ANÁLISES 3.1. ANÁLISE CADASTRAL Trata-se do levantamento de informações, análise de dados e identificação dos clientes, dos sócios, da empresa, documentos pessoais, estatutos, contrato social etc. Verifica a situação tributária nas esferas municipal, estadual e federal, descreve as atividades da empresa. Identifica também o relacionamentobancário e principais contatos, clientes e fornecedores. 3.2. ANÁLISE DE IDONIEDADE 26 Consiste no levantamento e análise de informações relacionadas à idoneidade do cliente com o mercado de crédito, assim esta análise vai se basear na coleta de informações junto às empresas especializadas no gerenciamento de risco de crédito, como: SERASA, SPC, EQUIFAX etc. Estas organizações podem oferecer informações úteis sobre a situação de crédito dos futuros clientes. 3.3. ANÁLISE FINANCEIRA Este tipo de análise é essencial, pois determina as forças e fraquezas do cliente, a partir das suas informações financeiras. Os ativos representam os bens, tanto financeiros como patrimoniais. Quanto maior for o saldo do ativo total em relação ao passivo total, maior será a capacidade de o cliente honrar as dívidas adquiridas. Ex: de demonstrações: Balanço patrimonial, DRE, DOAR, DMPLA, DLPA. 3.4. ANÁLISE DE RELACIONAMENTO São informações extraídas do histórico do cliente com o credor e o mercado de crédito. Quando cliente é conhecido da instituição de concessão de crédito, ou seja, já solicitou crédito outras vezes, é possível extrair informações como taxas aplicadas, frequência de utilização, pontualidade de amortização, limites, garantias, dentre outros. 3.5. ANÁLISE PATRIMONIAL Avalia os bens, frequentemente utilizada para avaliação das garantias que os clientes podem oferecer vincularem ao seu contrato de concessão de crédito. Desta forma um bem assegura a liquidação do crédito caso o tomador não honre sua dívida. A finalidade da garantia é evitar que alguns fatores impossibilitem a quitação do crédito adquirido pelo solicitante. 3.6. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE Neste caso o agente ou analista financeiro irá monitorar a situação macroeconômica, situações de setores específicos, de taxas de juros, câmbio, etc, para prevenir situações que poderão aumentar o nível de risco da operação. É um monitoramento que mede a fragilidade financeira do cliente, ou seja, se ele tem um lucro variável, ele pode passar menos segurança para honrar os seus compromissos. 3.7. ANÁLISE DO NEGÓCIO Este tipo de análise busca conhecer a empresa como negócio e a aderência dos proprietários a ele. Analisa a capacidade da empresa de gerar receita de forma 27 competitiva e sustentável. Se tem chances de se destacar no mercado, ou seja, entender do próprio negócio para ele se sustentar. 3.8. ANÁLISE DOS ATIVOS INTANGÍVEIS Os bens intangíveis são bens de valores significativos para a empresa, mas não são feitos de matéria. Muitas vezes um bem não tangível traz muita segurança por ter grande valor atribuído. Ex: marcas, patentes, domínios, direitos autorais, etc. 3.9. ANÁLISE DE GRUPO EMPRESARIAL Esta análise verifica as empresas que fazem parte de um grupo, ou seja, o mesmo grupo possui várias empresas. Desta forma, avalia-se todo o grupo e o grau de dependência entre elas. Não importa se uma empresa do grupo estiver bem, tem que avaliar a saúde de todas as empresas, pois elas funcionam em conjunto, onde uma pode afetar a outra. 3.10. ANÁLISE DE POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE Sua aprovação está vinculada ao cumprimento das responsabilidades ambientais e melhor aproveitamento dos recursos naturais a fim de evitar a escassez. Empresas com estas iniciativas são valorizadas e muitas aderem a esta política para ter uma boa imagem. 3.11. ANÁLISE DE POLÍTICA DE AGÊNCIA As empresas que cedem os créditos têm medo de não receber, desta forma, tenta diminuir os riscos de inadimplência, e agem com rigor quanto à política de crédito e ainda monitoram os resultados financeiros, isso é uma segurança, pois mostra como a empresa gera seus recursos. 3.12. ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA OS dados dos relatórios gerenciais são comparados com o mercado, com os principais concorrentes. Se estiver abaixo da média, pode não significar um bom resultado e desabonar a concessão de crédito. 3.13. ANÁLISE DE DESEMPENHO BURSÁTIL Analisa o histórico do desempenho do preço comparado com os outros modelos de mercado. Compara também o volume de negociação e o retorno gerado por essas negociações 28 4. ANÁLISE DOS DEMOSTRATIVOS 4.1. BALANÇO PATRIMONIAL Representa a situação da empresa em determinado momento, a saúde financeira da empresa. Pode ser visto como uma foto da empresa e está associado aos bens direitos e obrigações de forma estruturada e temporal. Destas contas, ativo (circulante e não circulante), passivo (circulante e não circulante) e patrimônio líquido pode-se obter uma série de dados que podem revelar muitas informações sobre o passado e futuro da organização. 4.2. INDICADORES ECONOMICO-FINANCEIROS Avalia a situação da empresa como se fosse um termômetro. Eles indicam se a empresa está endividada, se está vendendo bem, se ela depende muito de um dinheiro que não é dela, qual é o prazo que ela tem para receber aquilo que ela está vendendo, qual sua capacidade de pagamento no curto prazo ou se sua capacidade é maior no longo prazo. Como indicadores, podemos citar: Índices de Liquides (corrente, seca e geral), Margens (bruta, líquida e operacional), participação do capital de terceiros, capital circulante líquido, etc. 4.3. DRE Demonstração do Resultado do Exercício é utilizada para análise de crédito de uma empresa, ou seja, o software faz os cruzamentos de dados e minimiza a atuação do analista. Na DRE é verificada a receita bruta, o lucro bruto, o lucro operacional e o lucro líquido. 5. CONCESSÃO DE CRÉDITO Utilizado tanto para pessoa física quanto para jurídica, mas com as devidas adaptações, o método aplicado é o Credit Score, ou seja, baseado em pontuação, leva- se em consideração uma nota de corte, onde acima da mesma, pode se receber o crédito e abaixo o crédito é negado. Outro método também utilizado para aprovação de crédito é o de “escoragem”, (behavioural score) ou seja, neste método estuda-se o comportamento e busca informações sobre a probabilidade de inadimplência de um cliente que já possui um produto ou crédito com a instituição. 5.1. COBRANÇA 29 Ato de pedir algo que não veio naturalmente. A cobrança é uma ferramenta utilizada para minimizar as falhas ou imprevistos ocorridos. Diminuir os inadimplentes. Todas as operações de crédito têm riscos, mesmo que o cliente seja bom, o risco pode ser menor, mas há riscos. Os riscos levam a inadimplência, por isso devemos nos atentar. A função da cobrança é a recuperação de ativos, ou seja, os créditos emprestados, o dinheiro emprestado. 5.2. CRÉDITOS PROBLEMÁTICOS Créditos problemáticos são os que não têm quitação, ou seja, o crédito que não teve retorno. O dinheiro foi emprestado, mas não voltou. Todo crédito concedido faz a economia girar com maior vigor. Para evitar créditos ruins e ter avaliações incorretas das fichas cadastrais, deve-se ter atenção e não errar nas análises das etapas iniciais. Agindo desta forma, conseguimos diminuir os riscos das aprovações equivocadas. Outra forma de sanar este problema é ter pessoas preparadas para tais funções, o analista deve ter experiência e ter boa percepção para não tomar decisões erradas, seguir as políticas de crédito com rigidez, respeitar os fatores e limites de crédito. Se uma análise for fraca, se uma empresa ceder o crédito sem nenhum rigor, com certeza terá uma inadimplência. 5.3. CONTAS A RECEBER Setor de grande responsabilidade de uma empresa, pois é onde está a saúde financeira da empresa, onde entra o dinheiro da empresa. O departamento de contas a receber da empresa deve garantir que o direito seja concretizado nos prazos esperados e devidos. Quando não há um recebimento na data, a cobrança deve ir buscar a liquidação por parte do cliente. 5.4. NEGOCIAÇÕES É uma forma de amenizar as dificuldades do recebimento entre as partes envolvidas, tentando uma negociação como o parcelamento, cujo mesmo pode serdividido em parcelas de forma que o cliente possa pagar uma renegociação ou uma cobrança de forma amigável, buscando um acordo bom, tanto para o credor como para o devedor e até a cobrança feita por um escritório especializado em cobranças, dependendo do tempo de atraso, valor envolvido e histórico do cliente. 5.5. COBRANÇA JUDICIAL 30 É considerada a última etapa da cobrança e a mais extrema, porém muito comum. Mas este tipo de cobrança é muito oneroso para a empresa, tem altos custos e além de tudo abala o relacionamento entre credor e devedor. Portanto ela é utilizada quando não há mais acordo para recebimento e a única solução é entrar com uma ação até chegar a sua execução. 6. CHECKLIST DE COBRANÇA Para fazer uma boa atuação na área da cobrança exige-se o cumprimento de algumas etapas, que envolvem cuidados como documentação, acompanhamento, adoção de medidas, realização de encaminhamentos e análises. Deve se prestar muita atenção para não atuar na cobrança indevidamente, criar uma ação para cada situação, ou seja, medidas diferentes, podendo ser elas, cartas, telefonemas, visitas, processos, etc. 7. TIPOS DE COBRANÇAS 7.1. COBRANÇA SIMPLES A empresa apresenta uma relação de duplicatas para que o banco administre e efetue a cobrança. Podemos citar também a carteira emitida pela própria empresa por meio de boletos ou sistemas concedidos pelas instituições financeiras. 7.2. COBRANÇA CAUCIONADA São as cobranças vinculadas a um contrato. As instituições financeiras recebem duplicatas como garantia da operação de crédito. Quando os títulos são quitados, é possível amortizar, quer dizer, transferir, ou substituir a garantia, conforme for especificado no contrato. 7.3. COBRANÇA DESCONTADA Vinculada a uma operação de desconto, em que o banco passa a ser o credor dos títulos. Para isso, são cobrados juros e a empresa continua responsável caso os clientes não paguem. Ou seja, em situação de inadimplência, o empreendimento deve ressarcir a instituição financeira. 7.4. PROTESTO Ato formal no qual se prova a inadimplência e o seu cancelamento só pode ser feito pelo credor, ou seja, efetuando o pagamento. O Protesto é uma ferramenta eficiente para recuperar as dívidas inadimplentes. É uma forma extrajudicial de cobrança regulada 31 por lei. Ao abrir um protesto o devedor tem até três dias úteis para pagar em cartório e caso a dívida não seja quitada nesse período, o devedor será protestado. 7.5. FALÊNCIA É quando uma empresa não rende mais, ou seja, não conseguem mais honrar seus compromissos e torna-se insustentável e desta forma não reverte mais a situação. Quando isso acontece, a empresa já está com dívidas trabalhistas e tributárias e a situação econômico-financeira é insustentável. Falência é decretada em certas situações em que é verificada a insolvência do empresário, ou seja, quando os ativos da empresa são insuficientes para quitar as dívidas contraídas. A situação de falência implica no afastamento do devedor de suas atividades. 7.6. CONCORDATA É quando ocorre a prorrogação dos prazos de pagamentos ou redução do montante devido, para que assim possa evitar a decretação de sua falência, ou seja, uma última proposta. Este benefício é permitido por lei ao comerciante de boa-fé. O pedido de concordata é um acordo firmado entre empresa e credores para a quitação de dívidas. Ele ocorre quando a pessoa jurídica não tem mais como honrar seus compromissos financeiros. 8. Ética e Legislação: Trabalhista e Empresarial 8.1. Ética e a Antiguidade A ética em uma análise conceitual aborda as condutas e atitudes do “homem” em relação ao meio em que ele vive, a sociedade. Porém de uma forma bastante ampla e profunda ela visa lançar uma luz sobre o nosso cotidiano visando assim determinar se a nossa postura mediante as interações que temos são coerentes ou não. Essa coerência dar-se através da moral, cujo conceito evolui e muda de acordo com o período histórico em que vive aquela sociedade. Pois a depender do século ou do milênio, os conceitos sobre o certo e o errado provavelmente não serão os mesmos. Essa diferença conceitual, dava-se pela falta de uma análise crítica sobre as condutas do ser humano a qual sempre foi avaliada com base em princípios e tradições geralmente herdadas dos antepassados e que dificilmente sofriam alterações. 32 Esse enrijecimento histórico no processo do “pensar” fez com que durante boa parte da existência da vida humana na terra cada núcleo comunitário: rural ou urbano, seguia com as suas tradições e heranças culturais quase que intocáveis pois eram estruturadas em um sistema que não permitia mudanças ou alterações significativas, especialmente se essas ideias viessem de uma cultura externa a sua. 8.2. A Filosofia Grega 8.2.1 Sócrates (470-399) A.C No Século V, A..C, o filósofo Sócrates começava a ver a ética como uma matéria a ser pensada e estudada e que até então não era discutida com base em um padrão ou uma linha de raciocínio, mas cada povo ou etnia seguia padrões éticos e morais de acordo com suas tradições e crenças. Antes dos gregos discorrerem sobre a ética, era comum que as leis que regessem o cotidiano fossem pensadas de uma forma bastante diferenciada por cada sociedade, porém a partir dos pensadores gregos: Sócrates, Platão e Aristóteles passamos a ver uma lógica no pensamento e uma maior racionalidade nas discursões O conceito de ética começou, a partir da li, ainda que lentamente a ser universalizado porém não mais tendo como base somente as tradições e os ensinamentos religiosos, mas também, começando 33 por eles buscou-se desenvolver um pensamento crítico sobre aquelas normas de conduta, algumas delas já bastante ultrapassadas. Os Gregos preocupavam-se em demasia com o se portar na vida pública, a saber: como o cidadão homem: livre e nascido na Grécia, conduzia a sua vida em sociedade, se bem ou se mal. A condução da vida em sociedade dependia de um conjunto de princípios baseado na virtude o qual era ensinado ao homem para que ele se tornasse um legítimo cidadão provido de intelecto e sabedoria. Sócrates disse: “O homem não nasce mal, mas ignorante”, por isso a virtude lhe pode ser ensinada e por ele assimilada norteando assim o seu comportamento com equidade e prudência. 8.2.2 Aristóteles (384-322) A.C A necessidade de viver em sociedade sempre foi inerente ao ser humano, porém durante muito tempo esse fenômeno, essa necessidade de se viver em ajuntamentos cada vez maiores sempre foi explicada com base em benefícios socioeconômicos decorrentes da vida nas cidades como o comércio, as leis e a segurança. Logo, era como se o homem e a sua família migrassem para as cidades somente em busca da proteção do conforto e do lazer que a pólis lhe oferecia. Entretanto no século IV A.C, Aristóteles disse: “O homem é um animal político”, logo ele ainda que nutra os instintos mais primitivos de sobrevivência, como a caça ou comer e reproduzir-se, ele também tem uma necessidade que o distingue dos animais: a necessidade de se relacionar. Essa relação “política” era a vontade e a necessidade de discutir e decidir o seu futuro e o dos seus semelhantes, os quais viviam nas pólis; daí surge a política e través da qual os cidadãos em pé de igualdade decidirão os rumos da sua cidade, estado ou país. Seguindo essa lógica Aristóteles nos deixou mais uma grande contribuição a defesa da democracia em Atenas, segundo ele: essa era a forma mais justa para se governar um povo. As suas ideias prosperaram em diversos campos: na metafísica, na lógica e no empirismo deixando um grande legado, assim como, o seu pensamento sobre a ética a qual segundo Aristóteles: devia ser pautada pela pelos princípios da prudência e da moderação. Esses dois princípios seriam fundamentais para se alcançara virtude, a qual 34 é um meio termo ou um centro ético entre os dois extremos que pairam sobre as nossas mentes, por exemplo a contraposição entre a temeridade e a covardia, ou entre o excesso de zelo e a falta de cuidado, são situações que ao longo da vida são apresentadas a nós, sendo que na filosofia de Aristóteles, aquele que encontrar o equilíbrio entre esses conflitos encontrará a virtude. 8.2.3 Platão (428-347) A.C Filósofo grego foi quem escreveu as obras do seu grande mestre Sócrates e que também nos deixou obras de sua própria autoria como o famoso mito da caverna, a república e o idealismo, sendo A República de notória relevância por vemos nela a ideia de uma sociedade poder eleger o seu próprio rei, algo até então inimaginável. No mundo antigo o mandato real era visto como um desígnio dos céus, logo a autoridade dos reis era por sua vez inquestionável, entretanto Platão surgiu com a ideia de que o soberano poderia ser eleito dentre os homens desde que esse fosse um filósofo. Tal critério seria necessário pois para ele a sociedade ideal, vivida na República, devia ser dividida em três camadas de acordo com a capacidade intelectual de cada indivíduo: sendo a primeira e a mais baixa, composta por lavradores, artífices, comerciantes, já a segunda e intermediária, composta por soldados, enquanto a terceira e mais alta composta por aqueles que iriam usufruir do trabalho das outras duas. Essa terceira camada era na prática a elite social da época, a qual seria intelectual e que por isso teria poderes políticos para legislar. Esses segundo Platão: seriam aqueles, os filósofos dentre os quais seria escolhido o rei. 9. A História das leis Trabalhistas 9.1. A Revolução Industrial No início dessa nova era as novas relações livre de trabalho davam-se pela “palavra’ não havia contrato escrito ou nada que o formalizasse, bastando apenas a confiança do empregado de que o seu patrão lhe retribuiria o valor justo pelo seu serviço. 35 Já ao tomador por sua vez acreditava que os seus funcionários: homens, mulheres e crianças, fariam sem questionar tudo o que ele achasse necessário para que a fábrica funcionasse a pleno vapor e para que os bons resultados da produção fossem alcançados. A falta de um marco legal trabalhista inicial, ocasionou um conjunto de abusos por parte dos patrões aos funcionários, os quais eram tratados como se fossem escravos. Havia uma carga de trabalho exaustiva, sem nenhum tipo de equipamento de proteção individual, doze horas de trabalho em média, dentre outros abusos: essa era a vida do trabalhador industrial urbano no final do século XVIII e no início do século XIX, na Inglaterra. Tendo em vista as condições precárias do trabalho: começaram os primeiros protestos trabalhistas pedindo melhores condições de trabalho, por isso é de lá, da Inglaterra, que vem a primeira lei do trabalho a qual foi promulgada no ano de 1802. O Chamado de ato Moral e de saúde, trazia algumas “mudanças’ tímidas em prol do trabalhador, como a duração máxima para o trabalho infantil de doze horas e diurna. Essas mudanças ainda não contemplavam nada tão abrangente a ponto de proporcionar mudanças significativas aos empregados. Tanto que ainda hoje chega a ser inimaginável que um homem ou uma mulher possa trabalhar por doze horas em uma fábrica com condições insalubres e nocivas à saúde humana. Além disso ter crianças trabalhando e convivendo com adultos e expostas a todo tipo de abusos e maus tratos, não é aceitável e chega a ser espantoso que na Inglaterra do século XIX, a nação mais rica do mundo ocidental, eticamente isso fosse aceito. Logo esse ato moral e de saúde, foi algo completamente imoral e desumano com a classe trabalhadora da sua época, os quais ali começavam a sua luta histórica. 9.2. A Justiça do trabalhista Uma primeira conquista da classe trabalhadora foi a instauração da Justiça do Trabalho em 1941, sendo que através dela já foi possível pôr em maior igualdade o contratante e o contratado. Ela foi criada no intuito de mediar os constantes e crescentes 36 conflitos entre a classe trabalhadora e a classe empresarial urbana: notadamente comerciantes e industriais. Porém antes dela já houve uma outra iniciativa: a criação em 1923 do Conselho Nacional do Trabalho. Essas iniciativas foram resultantes da luta de uma classe de trabalhadores, a qual sentia-se desprestigiada perante os órgãos governamentais e a classe patronal por não terem como e nem onde se queixarem dos abusos constantes e dos desrespeitos e quebras de acordos por parte deles, os seus patões. A princípio o conselho nacional do trabalho funcionou como um órgão consultivo dos poderes da república, o qual produzia estudos sobre a previdência, a prevenção de acidentes com mulheres e crianças no trabalho, assim como estudos sobre aposentadoria e pensão, além de fazerem levantamentos para a concessão de crédito a trabalhadores urbanos e rurais. Posteriormente, em 1926, ele passou também a mediar conflitos trabalhistas, greves e paralizações, atribuição essa que seria depois da futura Justiça do Trabalho. Em 1946, a Justiça do trabalho passou a integrar o poder judiciário, o que significou um marco nas soluções e mediações de conflitos trabalhistas, a partir de então o Conselho Nacional do Trabalho passou a se chamar TST, Tribunal Superior do Trabalho. 9.3. A Consolidação das Leis Trabalhistas 9.3.1 Era Vargas Conhecida também pela sigla CLT, a lei 5.542 foi sancionada no Brasil em 1943 pelo presidente Getúlio Vargas e visava consolidar a regulamentação das relações de trabalho. Seu propósito era especialmente diminuir o abismo e a falta de equilíbrio que havia na relação patrão-empregado. O novo regramento jurídico do trabalho veio na esteira de um imenso esforço governamental em garantir aos trabalhadores melhores condições de trabalho, junto com direitos e benefícios. O seu objetivo primário foi o de regulamentar as relações de trabalho existentes no brasil, tanto individuais como coletiva, tirando a margem assim para a subcontratação 37 e os acordos de trabalho individuais e informais. Além disso ela unificou diversas legislações pré-existentes e abarcou inclusive o trabalho no campo, servindo assim de marco legal e histórico para todas as relações de trabalho. As deliberações da CLT, ainda servem de parâmetro até hoje, não só para as mudanças na lei trabalhista, como também norteando a Jurisprudência da justiça do trabalho. As suas Conquistas marcantes foram: a carteira de trabalho; a jornada de trabalho; o período de descanso; as férias; a organização sindical; dentre inúmeras outras inovações e conquistas que trouxeram dignidade ao trabalhador brasileiro. 9.3.2 A Consolidação das leis do trabalho e a Constituição de 1946 Mesmo com a promulgação da CLT, ainda sobraram lacunas na legislação trabalhista, espaços que precisavam ser preenchidos com normas suplementares para contemplar em maior grau o trabalhador. A Assembleia Constituinte de 1946 acrescentou algumas normas a CLT, as quais não haviam sido contempladas antes como: o direito de greve, o repouso remunerado em domingos e feriados e a estabilidade do trabalhador rural. 9.3.3 A Consolidação das leis do trabalho e a Constituição de 1967 Essa nova constituição veio com mais conquistas, agora alcançando também os empregados temporários, que até então tinham ficado esquecidos e sem legislação própria. Além de algumas outras mudanças que são vistas ainda hoje como: a proibição de greve no serviço público e atividades essenciais; a limitação da idade mínima para o trabalho do menor, em 12 anos e de lhes proibir o trabalho noturno; a constituinte também concebeu as mulheres uma aposentadoria recebendo salário integral após 30 anos de trabalho. 9.3.4 A Consolidação das leis do trabalhoe a Constituição de 1988 38 Conhecida como a constituição cidadã, ela trouxe definitivamente uma maior humanidade às relações de trabalho: ela trouxe a licença maternidade com duração de 120 dias sem prejuízo do emprego e da remuneração, a proteção contra despedida arbitrária ou sem justa causa; a licença paternidade e a irredutibilidade salarial, dentre outras garantias. 9.4. A Reforma Trabalhista Em 2017, a CLT sofreu alterações robustas em seu regramento, a lei 13467 instaurou um novo marco legal do trabalho permitindo que o acordado se sobreponha ao legislado. Ela trouxe a possibilidade que em decorrência da conveniência e da oportunidade, patrões e empregados pudessem negociar diretamente acordos, inclusive sem a intermediação dos sindicatos. A flexibilização foi o foco da reforma, negociar a redução de jornadas, a redução de salário e até rescisão contratual ficou bem mais fácil, pois agora ela pode ser tratada diretamente pelo patrão com o seu empregado sem que a intermediação da Justiça do trabalho ou do sindicato se faça necessária. Outras alterações consideráveis também merecem ser citadas como: a rescisão contratual, que não precisa mais ser aprovada pelo sindicato: as convenções coletivas e acordos coletivos de trabalho passam a ter prevalência sobre a Consolidação das Leis trabalhistas e as férias, se assim acordadas, poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um. 9.5. A Terceirização A lei 13.429 de março de 2017 flexibiliza assim como a reforma trabalhista as relações entre patrões e empregado. Essa lei vem permitir na prática que as empresas terceirizem a sua mão de obra para a realização das suas atividades fins, sendo que até então as empresas somente poderiam terceirizar a sua mão de obra para atividades meio, tais como limpeza e vigilância. Entretanto empresários reclamavam de que a necessidade de terem que contratar a mão de obra direta para as atividades fins, tornava o processo de contratação e 39 substituição de funcionários lento e burocrático e isso gerava prejuízo a atividade empresarial pois dificultava a competitividade delas. Outro ponto importante foi a regulamentação do trabalho temporário, o qual passou a ser de até seis meses, prorrogável por mais noventa dias. Críticos ao projeto veem nele a possível insegurança nas relações de trabalho e perda estabilidade e previsibilidade do trabalhador. 10. O Direito e a Ética Empresarial 10.1. O Comércio Internacional Conforme as relações de trabalho avançavam e mudavam, junto com ela uma outra mudança começou a ser percebida: as relações comerciais não eram mais as mesmas e um novo regramento para as troas comercias se fazia necessário. Até então o comércio mundial era baseado na venda das comodities das colônias para a sua metrópole, ou seja, a troca comercial era bastante limitada e por sua vez o intercâmbio de produtos, matéria prima e especarias, no início do éculo XIX, estava emperrado e restrito por uma série de leis e barreiras alfandegarias protecionistas que visavam manter o monopólio das potências europeias nas trocas comerciais com as suas colónias. 10.2. A Lei dos portos No Brasil até o início do século XIX somente era possível exportar as nossas mercadorias para Portugal, foi somente com a Lei de abertura dos portos de 1808 que isso começou a mudar. A lei assinada pelo rei Dom João VI, abriu os portos brasileiros às nações amigas do Brasil e de Portugal. Essa abertura económica que o brasil fez, foi fundamental para o empresariado brasileiro, até então o chamado comerciante, poder aumentar a sua exportação a outras 40 nações como a Inglaterra, ficando assim não mais restrito a Portugal e nem refém dos seus preços. Essa mudança na política externa comercial Brasileira foi um marco histórico para os empresários os quais a partir dela, puderam no médio prazo, aumentando a sua produção e ampliando as suas exportações obter uma maior lucratividade. Entretanto Beneficiar-se de tal mudança só foi possível porque os grandes comerciantes da época aos poucos foram se adequando ao mercado externo e as suas regras. Ou seja, foi necessário, uma maior profissionalização dos brasileiros para poderem tratar com comerciantes de outros países alguns já com regramentos mais modernos e robustos sobre o comércio internacional. 10.3. O Código comercial Brasileiro Conforme o decorrer do século XIX e a cada vez maior integração do Brasil ao comércio internacional, o país precisou de leis que o modernizassem e tornassem mais claras as suas transações comerciais. Por isso em 1850, no reinado do imperador Dom Pedro II, foi promulgado o Código Comercial Brasileiro, inspirado nos códigos de comércio francês, espanhol e português, através dele buscou-se principalmente estabelecer normas e disciplinar as trocas comerciais entre o brasil e os seus parceiros no comércio exterior. Durante muito tempo houve uma lacuna no direito brasileiro, a ausência de um código comercial deixava as nossas transações comerciais sem o devido respaldo jurídico ou a mínima proteção legal. Logo, através desse código, buscou-se a modernização das trocas comerciais brasileiras e foi criada inclusive a arbitragem comercial, a qual até então não existia. O ordenamento de tribunais e juízes de comércio foi um avanço, além do reconhecimento da atividade de comerciante e a regulamentação das atividades comerciais. A legislação comercial que serviu de exemplo ao mundo ocidental e ao Brasil veio da França, foi o código comercial francês de 1807, ou código de comercio napoleônico: o qual visava de forma mais objetiva a figura da atividade comercial e de uma maneira 41 mais abrangente, sem necessariamente exigir algum tipo de registro em uma organização de comércio. 10.4. O Novo Código Civil e o Direito Empresarial A vigência do código Comercial brasileiro foi longa e norteou o comércio Brasileiro, nacional e internacional por mais de um século. Ao longo desse tempo os códigos comerciais ao redor do mundo foram sendo atualizados, trazendo consigo novos regramentos e nomenclaturas. No século XX, em 1942 mudanças no código civil Italiano foram feitas e através delas o direito comercial passou a ter como foco a empresa em vez de somente a atividade comercial. Essa mudança serviu de parâmetro e inspirou ao novo código civil brasileiro o qual trouxe o conceito de empresa e de sociedade empresária e por meio dessas e ouras incorporações, o Código civil de 2002 veio substituir o código comercial de 1850 e modernizar a legislação comercial brasileira, a qual deixa de ser enquadrada no código comercial e passa a ser tratado no direito empresarial. A mudança do termo comerciante para empresário, até hoje gera dúvidas, mas na prática ela veio transformar aquele comerciante pessoa física, em uma pessoa jurídica de direito privado. Dessa forma foi feita uma distinção clara entre o que é empresa pessoa jurídica e o que é do dono da empresa, pessoa física. Outras conceitos e inovações como o direito do empresário, da sociedade empresarial, da noção da sede da empresa e do seu responsável jurídico, também foram incorporados e todas essas alterações serviram para atualizar o ambiente legal dos negócios no Brasil. 10.5. A Ética Empresarial e o código de Defesa do Consumidor Trazido na lei 8078 de 1990, ele veio disciplinar a relação comercial entre o comerciante e o consumidor e em seu artigo segundo o código diz: “consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”. A letra da lei trouxe consigo a distinção entre o consumidor pessoa física e o consumidor pessoa jurídica, conceitos que ainda nãoeram usuais no meio comercial e empresarial 42 brasileiro. Em seu parágrafo único, no artigo segundo, já veremos um outro tipo de consumidor: o coletivo. “Equipara-se ao consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que tenham intervindo nas relações de consumo”. Já em um outro artigo, o terceiro o legislador determinou quem seria enquadrado como o fornecedor do material consumido “fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços”. Ainda no intuito de jogar maior luz sobre as relações comerciais no Brasil, o código de defesa do consumidor no seu mesmo artigo terceiro e em seu primeiro e segundo parágrafo, nos trouxe duas definições: a do produto: “produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial,” e a do serviço: “serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista”. O código de defesa do consumidor ele enxerga o consumidor como a parte frágil da negociação comercial e que por isso deve ser protegida, por isso ele veio ser um instrumento jurídico por meio do qual o cidadão pode requerer na justiça o reparo do dano que qualquer produto possa lhe ter causado. Podendo ser eles: dano a saúde, à segurança, à intimidade, ou mesmo se ele se sentir iludido por alguma propaganda enganosa. As possibilidades de dano ao consumidor são inúmeras, por isso o código foi tão abrangente e tem tanta importância. 11. Código de Ética: Raia Drogasil 11.1. Os Funcionários A empresa possui um código de ética e conduta criado para orientar os seus colaboradores, a saber: os funcionários, os estagiários e os prestadores de serviços. Seu objetivo consiste em pautar as atitudes deles de acordo com os princípios morais e éticos 43 pré-estabelecidos pela empresa. Cabe a cada profissional conhecê-lo e garantir que os seus próprios atos, pessoais e profissionais estejam em conformidade com aquilo que o código pede, sendo eles: a integridade, a lealdade, a liberdade e a justiça. Para garantir que o atendimento ao cliente se dê de uma maneira aceitável e agradável, a emprese precisa garantir que os seus funcionários estejam adequados à prestação do serviço que ela se propõe à entregar ao público que ela se dispõe à atender. Tendo em vista isso, ela tem critérios claros e precisos para a contratação e até promoção dos seus colaboradores, tais como: o preparo técnico; a experiência profissional; e a capacidade de integração em grupos de trabalho. Além de garantir a transparência nas diretrizes para o recrutamento de funcionários a empresa também procura, pautada em sua ética empresarial, garantir-lhes um ambiente seguro de trabalho. Em seu trato com os funcionários a companhia busca o respeito e o comprimento dos contratos, acordos e convenções coletivas, além da legislação trabalhista em vigor. Não obstante, ainda na esteira da segurança, o respeito a dignidade e a intimidade dos seus funcionários também é um objetivo seu por isso, condutas abusivas, que criem um ambiente de intimidação e constrangimento, como abordagens ou insinuações sexuais não são tolerados. 11.1.1 A Mediação de conflitos No ambiente de trabalho o surgimento de conflitos é constante e para dirimir esses atritos, em seu código de ética a empresa estabeleceu diretrizes de conflitos de interesse para mediar possíveis desarranjos entre os colaboradores e a companhia. ” O interesse é caracterizado por toda e qualquer vantagem em favor próprio ou de terceiros, com os quais os Colaboradores têm ou tiveram relações pessoais, comerciais ou políticas”. 11.1.2 Segurança no trabalho 44 De acordo com a Consolidação das leis trabalhistas a empresa segue à risca as regras para a prevenção de acidentes de trabalho e busca orientar os seus funcionários de modo a dar-lhes conhecimento e autonomia para evitá-los. Em seu código de ética está escrito: “nenhuma tarefa deve ser executada em condições de risco, devendo todos conhecer as medidas de proteção contempladas em normas internas e em contratos com terceiros prestadores de serviços e praticá-las sistematicamente durante a jornada de trabalho”. Ou seja, para garantir que todas as atividades feitas dentro do ambiente de trabalho sejam realizadas com total segurança, os funcionários devem tomar conhecimento das medidas preventivas. 11.1.3 Conversa ética Buscando aumentar a confiança dos clientes na empresa, A Raia Drogasil criou o canal conversa ética: virtual e por telefone, destinado a ser um meio de denúncia contra infrações ao código de ética da empresa. Tanto clientes como funcionários podem fazer as denúncias e ficarem seguros quanto a imparcialidade na investigação delas, pois elas serão registradas por uma empresa independente a qual resguardará o sigilo do denunciante e a confidencialidade do seu relato. 11.1.4 Clientes A Raia Drogasil entende que o cliente é a base para o crescimento da companhia, portanto ela tem compromisso com a qualidade, a segurança, a agilidade e eficiência dos serviços prestados e tendo o seu cliente como o foco: ela visa ao máximo conquistar a sua confiança por meio de um bom atendimento o qual se dá através dos seus funcionários, por isso o esforço da empresa para que o funcionário se sinta confortável pois assim ele atenderá aos seus clientes da melhor forma possível. Além disso, é importante para a companhia que o cliente sinta segurança quanto ao consumo daquilo que compra: logo, a empresa presa pelo total rigor no cumprimento das normas sanitárias e de conservação dos seus medicamentos e demais produtos. Contudo e não menos importante, ela também garante aos clientes um canal seguro e 45 direto para que ele possa se queixar de eventuais condutas que estejam em desacordo com a ética da empresa e partindo do princípio expresso no código de defesa do consumidor, de que o cliente é a parte frágil na relação comercial, a companhia persegue um nível de serviço no qual o cliente é o centro do negócio, não o produto. 12. PLANO DE NEGÓCIOS 12.1. Ideias oportunas Todos os dias a mente humana trabalha para que a execução daquele dia aconteça como lhe convém e a cada momento sempre surge alguma nova ideia, dando vazão aos acontecimentos do dia a dia, ou algum tipo de insight nasce, se transformando numa brilhante oportunidade de negócios ou simplesmente sucumbe por “Ns” razões; ideia não revelada, tipo aquela ideia que ficou apenas na mente, ou a ideia do momento errado e muitas outras situações que acabam inviabilizando o empreendimento. O fato é que para que uma ideia se transforme em oportunidade, ela precisa ir de encontro a necessidade de um determinado público-alvo de preferência que o empreendedor tenha domínio ou conhecimento sobre aquela área, pois as chances do seu negócio dar certo são maiores. 12.2. Fontes de ideias O método brainstorming, que significa tempestade de ideias, é um dos mais conhecidos, pois estimula a geração de novas ideias grupais e considera algumas regras, que são: a) ninguém deve criticar alguém do grupo, pois todos são livres para exporem as suas ideias, até as mais ilógicas. b) em cada rodada, os participantes deverão dar a sua ideia do assunto abordado e quanto mais rodadas tiver, melhor. c) a ideia anterior poderá ser explorada pela rodada atual, afinal, muitas combinações geram ideias geniais. 46 d) as rodadas não poderão ter um “líder” ou “cabeça”, garantindo assim que todos participem de forma igualitária. e)
Compartilhar