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1 Genômica II – Resumo Prova II MicroRNAs (miRNAs): São pequenos fragmentos de RNA não codificante Geralmente com cerca de 22 nucleotídeos de comprimento Desempenham um papel crucial na regulação da expressão gênica Atuam ligando-se a moléculas de RNA mensageiro (mRNA) e promovendo a sua degradação ou inibindo sua tradução em proteínas. Nematódeo Caenorhabditis elegans: Indivíduos adultos com mutações no gene lin-4 não apresentavam estruturas típicas de adultos. lin-4: regulava negativamente os níveis da proteína LIN-14, evidenciando o principal programa genético de transição de fases. Pesquisa científica básica utiliza modelos biológicos; 1960 = Caenorhabditis elegans nematódeo hermafrodita de vida livre medindo 1 mm de comprimento com exatamente 959 células; 3 prêmios Nobel (2002, 2006 e 2008) Ciclo de vida curto = 72 horas entre ovo, L1, L2, L3, L4 e adulto; Mutações em genes específicos causam desenvolvimento precoce ou tardio; Indivíduos adultos com mutações no gene lin-4 não apresentavam estruturas típicas de adultos; lin-4 regulava negativamente os níveis da proteína LIN-14, evidenciando o principal programa genético de transição de fases; No entanto, os níveis do mRNA da proteína LIN-14 se mantinham constantes durante as transições; Controle pós-transcricional e na tradução; Como que um gene afeta a produção de uma proteína? Primeiro avanço: 1993 Mutações no gene lin-4 não levavam a perda de função → não codificava para nenhuma proteína e era extremamente curto. Transcritos de lin-4 eram complementares a região 3’ UTR de lin-14 e altamente conservados em outras espécies de C.elegans; Ainda que houvesse interação do pequeno RNA lin-4 com o mRNA de lin-14, a estabilidade não era afetada e os níveis se mantinham constantes; 2 Biogênese II – Resumo Prova II Ligação entre ambos apenas inibia a tradução devido ao não encaixe da maquinaria de tradução no citoplasma da célula; Um novo tipo de mecanismo de controle da tradução! Segundo avanço: 2000 Outro pequeno RNA em C. elegans tinha alta complementariedade com sítios na porção 3’ UTR do gene lin-41 let-7 Controle da transição L4 -> adulto, causando um desenvolvimento anormal Terceiro avanço: 2000 Análise comparativa entre espécies distantes filogeneticamente; Os pequenos RNAs faziam parte da estrutura de um RNA não codificante maior = precursores de pequenos RNAs. Quarto avanço: 2001 Transcrição Maturação - Pri-miRNA por DROSHA - Pre-miRNA por DICER Montagem do RISC Transcrição: se dá pela RNA Polimerase II, gerando um longo RNA em forma de grampo miRNA primário = pri-miRNA Maturação: é um processo mediado por complexos enzimáticos para geração do miRNA maduro e ativo: Processamento por DROSHA; Exportação para o citoplasma; Processamento por DICER; Ocorre no núcleo, onde é gerado um precursor do miRNA maduro = pre-miRNA Processo chamado de cropping, sendo realizado pela enzima DROSHA Conservação da estrutura básica do mRNA primário (pri-miRNA): Guias para ação precisa da DROSHA (núcleo) e da DICER (citoplasma). Caule e laço (stem-loop): a estrutura primária dos pri-miRNAs possui uma região de caule e laço que é essencial para o reconhecimento e processamento pela maquinaria de RNA. Extremidades 5' e 3': essas extremidades do pri-miRNA possuem sequências específicas que ajudam no reconhecimento pelos complexos de processamento. DROSHA: É uma endonuclease RNase III que processa o pri-miRNA no núcleo; Forma um complexo com a proteína DGCR8 (também conhecida como Pasha em alguns organismos), que reconhece a estrutura de caule e laço dos pri-miRNAs. 3 Biogênese II – Resumo Prova II O DGCR8 ajuda a DROSHA a identificar o local exato de clivagem, clivando-o em um pré-miRNA (pre-miRNA) de aproximadamente 70 nucleotídeos. O reconhecimento da estrutura de caule e laço do pri-miRNA é crucial para a ação precisa da DROSHA. pri-miRNA pré-miRNA DROSHA + DGCR8 Clivagem precisa; 11 pb acima da junção basal; 22 pb abaixo da porção do loop; Dicer: Após ser exportado para o citoplasma (exportina 5), o pré-miRNA é processado pela endonuclease DICER, que cliva a estrutura de caule e laço do pre-miRNA para produzir um miRNA duplex de aproximadamente 22 nucleotídeos. A especificidade da endonuclease DICER também depende da estrutura correta do pre-miRNA. No citoplasma, essa enzima realiza o corte final do pre-miRNA. Dicer-1 atua como uma “régua molecular”: Mede a distância entre o terminal 3' e o loop terminal do pre-miRNA, utilizando seus domínios PAZ e helicase. Corta o pre-miRNA a uma distância fixa (aproximadamente 22 nt) do terminal 3' usando seus domínios RNase III. Isso resulta na formação de um duplex de miRNA com cerca de 22 pares de bases. 4 II – Resumo Prova II Montagem do Complexo Ribonucleoproteico RLC O RISC Loading Complex (LRC) é crucial para o processo de silenciamento gênico mediado por miRNAs (microRNAs). Dicer cliva o pre-miRNA no citoplasma para gerar um duplex de miRNA (dsmiRNA), que é um RNA de fita dupla. TAR RNA-Binding Protein (TRBP): se liga ao dsmiRNA e ajuda a estabilizar o complexo. TRBP também interage com Dicer, formando parte do complexo RLC. Complexo de Carregamento do RISC (RNA- Induced Silencing Complex) O RISC é o complexo final que executa o silenciamento gênico. Além de processar o pre-miRNA, Dicer também é parte do complexo de carregamento do RISC, ajudando na montagem inicial do dsmiRNA. O duplex de miRNA (dsmiRNA) é a forma de miRNA processada por Dicer, que será incorporada ao RISC. TRBP continua associado ao dsmiRNA e Dicer, facilitando a passagem do dsmiRNA para o RISC. Passagem do dsmiRNA para o RISC No RISC, uma das fitas do dsmiRNA, chamada de fita guia, é incorporada no complexo, e a outra fita, chamada de fita passageira, é geralmente degradada. Montagem final: A fita guia do miRNA se associa a Argonauta (Ago), uma proteína central no RISC, formando o complexo RISC funcional. Depois, direciona o complexo ao RNA mensageiro (mRNA) alvo, levando à sua degradação ou inibição de tradução, resultando em silenciamento gênico . 5 Mecanismo de ação: II – Resumo Prova II O RISC é qualquer complexo de silenciamento (seja, transcricional, pós- transcricional ou traducional) que inclua a proteína Argonauta e um pequeno RNA para guia-la. Depois de montado (miRNA maduro + Ago2) o mesmo é direcionado para o mRNA alvo... Ação do microRNA Complementariedade total leva a formação de dsRNA e clivagem enzimática; Complementaridade parcial leva a inibição da tradução proteica; 1. Ribossomo não consegue acessar o restante do mRNA: Competição pela estrutura 5’ Cap; 2. CAP = Extremidade 5’ do mRNA ligado a uma Guanosina monofosfatada metilada; 3. Domínio central da Ago2 semelhante ao 5’ CAP Binding Protein; 4. Início da tradução não ocorre! 6 Nomenclatura de genes II – Resumo Prova II Inibição da montagem dos ribossomos; Ago2 é capaz de interagir e sequestrar eIF6 (eukaryotic translation inititation factor 6); Não ocorre a interação entre as subunidades maior e menor dos ribossomos. Promoção da transcrição 2014 descrito que miRNAs podem interferir positivamente com a maquinaria de iniciação de transcrição; miRNA let-7i interage com o TATA box, facilitando a montagem do complexo de pré-iniciação da transcrição; Aumento do nívelde expressão do gene da IL-2 em 8 vezes. Gene Nomenclature Committee (GNC) padroniza e aprova nomes para genes: Critérios de acordo com: Estrutura Organismo Descoberta Origem a partir do precursor Homologia Família Estrutura: Pri-microRNA Pre-microRNA dsmicroRNA microRNA Espécie: ath-miR = Arabidopsis thaliana dme-miR = Drosophila melanogaster bta-miR = Bos taurus ssc-miR = Sus scrufa eas-miR = Equus asinus hsa-miR = Homo sapiens Descoberta: Ordem sequencial numérica de acordo com a descoberta e elucidação da estrutura do microRNA. Homologia: Genes de miRNAs podem ser transcritos em vários miRNAs maduros com sequência não idêntica mas muito similares... Recebem uma letra minúscula: Origem a partir do precursor: miRNA maduro recebe ou 5p ou 3p após o nome 7 Nomenclatura de genes II – Resumo Prova II Família: miRNAs que possuem a mesma sequência de nucleotídeos em sua região seed. Região seed: geralmente compreende os nucleotídeos 2 a 7 ou 8 a partir da extremidade 5' do miRNA. Altamente conservada evolutivamente. A sequência específica de nucleotídeos na região seed determina a capacidade do miRNA de se ligar aos mRNAs alvo. Essa região se pareia complementarmente com sequências- alvo no mRNA, geralmente localizadas na região 3' UTR (região não traduzida) do mRNA. A ligação da região seed do miRNA ao mRNA pode levar à repressão da tradução do mRNA em proteína, interferindo com a maquinaria ribossomal. Sua interação com o mRNA alvo pode resultar na degradação do mRNA, diminuindo assim os níveis de proteína codificada. Técnicas para identificação: Elucidar o papel dos microRNAs sobre um desfecho biológico; Investigações experimentais: qPCR Microarray Sequenciamento Predições in silico: Screening inicial Predição interação miRNA/mRNA Quantificação por métodos precisos: Espectrofotometria e corrida eletroforetica em gel de agarose não são adequadas; Fluorometria e eletroforese capilar microfluídica. Quantificação por qPCR: Padrão ouro para análise da expressão gênica; Problema dos microRNAs serem curtos demais e permitir o anelamento de primers... Poliadenilação para criar um sítio de ancoragem para um primer universal (oligo dT): 8 Nomenclatura de genes II – Resumo Prova II Poliadenilação: Cauda de adeninas (poliA) é adicionada ao final 3' do RNA mensageiro (mRNA) recém-transcrito. A cauda poliA da estabilidade e protege o mRNA da degradação por exonucleases. Facilita o transporte do mRNA do núcleo para o citoplasma. Ajuda na iniciação da tradução do mRNA em proteína. Steem loop: Estruturas secundárias específicas do RNA formadas por uma sequência de nucleotídeos que se emparelha consigo mesma para criar uma haste (stem) com um laço (loop) no topo. Iniciadores stem loop específicos ao microRNA de interesse... Complementaridade entre a porção 3’ do iniciador e 3’ do microRNA. Microarray (Microarranjo): Análise em larga escala (high throughput) Mais laboriosa e onerosa - Marcação dos microRNAs na região 3’OH com fluoróforos: Sequenciamento de Nova Geração (NGS): Análise em larga escala Laboriosa e onerosa Plataformas: - 454 (Roche Technologies) - HiSeq e MiSeq (Illumina) - SOLiD (Life Technologies) 9 Sequenciamento de DNA II – Resumo Prova II Anti-miRNAs: Oligonucleotídeos artificias antissenso de microRNA... Bloqueia o efeito do miRNA Mimic-miRNA: Oligonucleotídeos artificias idênticos ao microRNA; Aumento da ação de repressão ou degradação sobre o mRNA alvo: 10 Sequenciamento de DNA II – Resumo Prova II Sequenciamento de Sanger: Também conhecido como método de terminação de cadeia; Desenvolvido por Frederick Sanger (1977) Revolucionou a biologia molecular, sendo a base para o Projeto Genoma Humano. Antes desse avanço, o sequenciamento de DNA era um processo demorado e de baixa eficiência. O método Sanger possibilitou a leitura precisa de sequências de nucleotídeos, permitindo grandes avanços em genética, biotecnologia e diagnóstico molecular. Conceitos Fundamentais DNA é composto por quatro nucleotídeos: adenina (A), citosina (C), guanina (G) e timina (T). A leitura da ordem desses nucleotídeos é fundamental para entender a estrutura genética de um organismo. Reação de Polimerização: o método Sanger baseia-se na replicação in vitro do DNA, onde a enzima DNA polimerase adiciona nucleotídeos complementares a uma fita molde. Didesoxinucleotídeos (ddNTPs): a chave do sequenciamento Sanger está no uso de nucleotídeos modificados chamados didesoxinucleotídeos (ddATP, ddTTP, ddCTP, ddGTP), que não possuem o grupo hidroxila (3'-OH), impedindo a adição de novos nucleotídeos e causando a terminação da síntese do DNA. Princípio do método: Baseia-se na replicacão do DNA in vitro utilizando nucleotídos modificados (ddNTPs) que interrompem a síntese da fita de DNA. Requer DNA molde, primer, DNA polimerase, dNTPs normais e ddNTPs marcados. 1. Preparação da amostra: Extração do DNA (células, tecidos, sangue, PCR). Purificação (kits comerciais, métodos clássicos). Amplificação por PCR (se necessário). Purificação do produto da PCR ou DNA plasmidial. Quantificação e normalização da concentração. Seleção do primer específico para a reação (oligonucleotídeo curto) é desenhado para parear com a região de interesse. Armazenamento adequado antes do sequenciamento. 2. Reação de sequenciamento: A amostra é misturada com: DNA polimerase (para replicação); Nucleotídeos normais (dNTPs) para síntese da fita complementar; Didesoxinucleotídeos (ddNTPs) fluorescentes em baixa concentração; Durante a replicação, quando um ddNTP é incorporado, a extensão da cadeia é interrompida. 3. Eletroforese capilar: Os fragmentos de DNA de diferentes tamanhos são separados por eletroforese capilar; 11 Sequenciamento de DNA II – Resumo Prova II Como os ddNTPs são marcados com fluorescência específica para cada base, um laser detecta a fluorescência e identifica a sequência do DNA. 4. Análise dos dados: O resultado é um eletroferograma – gráfico que representa a sequência de nucleotídeos do DNA analisado; A leitura automatizada permite identificar mutações e variações genéticas com alta precisão. Característica Sequenciamento Sanger Manual Sequenciamento Sanger Automático Marcação Radioativa (P-32, S-35) Fluoróforos coloridos Separação Gel de poliacrilamida Eletroforese capilar Detecção Autorradiografia (filme fotográfico) Detector de fluorescência Leitura Manual, analisando bandas Software gera eletroferograma Tempo de análise Longo Rápido Precisão Baixa (sujeito a erro humano) Alta (análise automatizada) Segurança Uso de material radioativo Sem necessidade de radioatividade O uso de dNTPs e ddNTPs faz com que, aleatoriamente, a reação de duplicação de DNA seja interrompida pela DNA polimerase, formando fragmentos de diferentes tamanhos. 12 Sequenciamento de DNA II – Resumo Prova II Sequenciamento manual x automático: Vantagens do Método de Sanger: Alta precisão na leitura de sequências curtas e moderadas (até 1000 pb). Baixa taxa de erro em comparação a métodos mais modernos. Utilizado para validação de variantes identificadas por NGS (Next-Generation Sequencing). Alta confiabilidade Possibilidade de leituras com até 1 Kb. Baixo custo / amostra Ideal para estudo de genes específicos. Limitações do Método de Sanger: Baixa escalabilidade: não é ideal para sequenciamento de genomas inteiros. Custo e tempo elevados para grandes volumes de amostras. Sensibilidade reduzida para detecção de variantes de baixa frequência. Baixo throughput. Grande dificuldade para sequenciar genomas, transcriptomas e metagenomas. No máximo 96 amostras por vez para a maioria dos equipamentos. Throughput refere-se à quantidade de dados que pode ser processada em um determinado período de tempo. No caso do sequenciamento de Sanger, o processo é relativamente lento e laborioso comparado a métodos mais modernos, como o sequenciamento de nova geração (NGS - Next Generation Sequencing). Isso ocorre porque o sequenciamento de Sanger sequencia o DNA de maneira linear e leitura por leitura, enquanto o NGS pode sequenciar milhões de fragmentos de DNA simultaneamente. Aplicações Diagnóstico genético e identificação de mutações. Confirmação de variantes em estudos genômicos. Pesquisa em biologia molecular e evolução. 13 Sequenciamento de DNA II – Resumo Prova II 14 Sequenciamento de Nova Geração (NGS): II – Resumo Prova II Genômica – Histórico: 1977 – Técnica de seqüenciamento de DNA – Método de Sanger 1991 – Projeto Genoma Humano 1995 – Primeiro genoma seqüenciado (Haemophylus influenzae) 2001 – Primeiro rascunho do Genoma Humano 2003 – Conclusão do seqüenciamento do Genoma Humano 2007 – Mais de 500 genomas seqüenciados 2012- Mais de 1000 genomas sequenciados. Segunda geração: Roche 454: Primeira plataforma de Next Generation Sequencing (NGS). Lançado em 2004 pela empresa Roche. Utiliza como base o pirosequenciamento. Leituras relativamente menores que as obtidas pelo método de Sanger (~700 pb). Vantagens: Tamanho de leitura comparável ao obtido pelo método Sanger. Alto troughput. Disponibilidade de vários tipos de bibliotecas (single-end, oaired-end, e mate-pair). Desvantagens: Problema em regiões homopoliméricas. 15 Sequenciamento de Nova Geração (NGS): II – Resumo Prova II Ilumina (Solexa): Atualmente o padrão-ouro para muitas das análises de NGS. Utiliza como como base o sequenciamento por síntese (SBS). Três linhas de equipamentos: MiSeq, NextSeq e HiSeq. Metodologia extremamente versátil e barata. Leituras de 30 bp nas primeiras versões, e agora de 120x2 em HiSeq e 250x2 em MiSeq. SBS: Preparação da Biblioteca: fragmentos de DNA são preparados e adaptadores são adicionados às extremidades. Ligação ao Flow Cell: os fragmentos de DNA são ligados a uma superfície chamada flow cell. Amplificação por Ponte: os fragmentos de DNA são amplificados em clusters através de um processo chamado amplificação por ponte. Sequenciamento: os nucleotídeos marcados com fluorescência são incorporados aos fragmentos de DNA. Cada nucleotídeo emite um sinal de fluorescência diferente, que é detectado por uma câmera. Leitura: a sequência de sinais de fluorescência é convertida em uma sequência de DNA. Vantagens: Alto throughput (principalmente nas versões HiSeq). Extremamente versátil. Grande variedade de protocolos para sequenciamento e análise de dados. Padrão da indústria. Desvantagens: Problema em regiões com extremo de conteúdo GC (GC%). Solid: Plataforma de sequenciamento de ultra- high throughput. Baseado em hibridização e ligação. Permite o sequenciamento de genomas e transcriptomas com alta confiabilidade e cobertura (depth / coverage). Trabalha com leituras extremamente curtas (30 - 50 bp). Suporte à leituras mate-pair. Vantagens: Alta cobertura. Excelente para identificação de SNPs e INDELs. Alta acurácia. Desvantagens: Problemático para montagem de novo de genomas devido ao tamanho das leituras. Grande volume de dados exige grande capacidade computacional. 16 Sequenciamento de Nova Geração (NGS): II – Resumo Prova II O equipamento e reagentes são caros se comparado às tecnologias Illumina Ion Torrent. Ion Torrent: Plataforma de sequenciamento atualmente distribuída pela Thermo Fisher (antiga life technologies). Baseada em sequenciamento semicondutor (por pH). Plataforma focada em velocidade e praticidade (é considerada a mais rápida para sequenciamento de genomas). Baixo custo. Vantagens: Equipamentos e reagentes são baratos. Menos de 1 dia para preparo do DNA e obtenção dos dados de sequenciamento. Desvantagens: Problema com sequências homopoliméricas (da mesma forma que o 454). Terceira geração: PacBio: Primeira tecnologia comercial de terceira geração. Possibilita a geração de reads com até 20 Kb. Baseada em sequenciamento de molécula individual em tempo real, e análise se cinética da polimerase. Vantagens: Leituras longas facilitam o processo de montagem de genomas e transcriptomas. Análise de cinética enzimática possibilita a identificação de modificações em bases, incluindo modificações epigenética Desvantagens: As primeiras versões apresentavam uma alta taxa de erro (~10% daS bases). Problemas com reads quiméricas que são formadas durante o preparo do DNA. Custo elevado do equipamento e dos reagentes. Oxford Nanopore: Sequenciamento baseado na análise do sinal elétrico gerado pela passagem de um fragmento de DNA por um poro proteico transmembrânico. Tecnologia extremamente portátil. Descartável. Leituras > 20 Kb. 17 Sequenciamento de Nova Geração (NGS): II – Resumo Prova II Vantagens: Leituras longas e equiparáveis às da PacBio. Equipamento barato (mas descartável) (~1000 dólares). Portabilidade permite o uso do sequenciamento de nova geração em pesquisas de campo. Desvantagens: Alta taxa de erros. Ainda em estágio beta. Poucos protocolos disponíveis. Bibliotecas de NGS: São coleções de fragmentos de DNA preparados para serem sequenciados. Elas são cruciais para o processo de NGS, pois a qualidade e a preparação da biblioteca impactam diretamente a eficiência e precisão do sequenciamento. Single-end: Sequenciamento de apenas uma das extremidades dos fragmentos da amostra. Forma mais simples (e barata) de biblioteca. Também denominada “biblioteca de fragmento”. Paired-end: Sequenciamento de ambas as extremidades dos fragmentos da amostra. Sequências podem ser sobreponíveis ou espaçadas. Disponível para 454 e Illumina, sendo hoje o padrão de fato. Mate-pair: Similar ao sequenciamento paired-end, mas com um espaçamento maior entre as leituras. Mais cara, e com maior taxa de erros (false-mates). Também denominada “jump library”. Biblioteca Sequenciame nto Vantagens Uso Single-End Uma extremidade Simples, rápida, menos custosa Contagem de expressão gênica Paired-End Ambas as extremidades Melhor montagem de genomas, identificação de variantes estruturais Montagens de novo, estudos de genoma e transcriptoma Mate-Pair Extremidades distantes Detecta rearranjos estruturais complexos, fecha lacunas Estudos de genoma, montagem de novo, análise de variações estruturais Comparações: Característi ca Illumina Ion Torrent PacBio Geração Segunda Segunda Terceira Tecnologia Sequenciamen to por Síntese (SBS) Sequencia mento por Semicondu tores Sequenciam ento de Molécula Única em Tempo Real (SMRT) Leituras Curtas a médias Curtas Longas Precisão Alta Moderada Moderada (melhorada com o tempo) Custo Elevado Relativame nte baixo Relativamen te alto Uso Genômicapessoal, estudos populacionais, análises de expressão gênica Aplicações clínicas e de pesquisa Montagem de genoma de novo, regiões repetitivas 18 Sequenciamento de Nova Geração (NGS): II – Resumo Prova II Aplicações: Whole genome shotgun: O sequenciamento shotgun de genoma completo (Whole Genome Shotgun Sequencing, WGSS) é uma abordagem de sequenciamento em que o genoma é fragmentado aleatoriamente em pequenos pedaços, que são então sequenciados. As sequências resultantes são alinhadas e montadas para reconstruir o genoma completo. Pangenômica: Se refere ao estudo completo do conjunto de genes de todas as cepas de uma espécie. SNPs e INDELs: Identificação de polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) e inserções/deleções (INDELs). Estudos de associação genômica ampla (GWAS), mapeamento de doenças, seleção assistida por marcadores. RNA-Seq: Quantificação da expressão de genes em diferentes condições ou tecidos. Estudos de regulação gênica, resposta a tratamentos, desenvolvimento de novos medicamentos. 19 Sequenciamento de Nova Geração (NGS): II – Resumo Prova II Questões Prova II – Genômica II: 1. Explique o papel dos microRNAs (miRNAs) na regulação da expressão gênica, destacando os principais avanços na pesquisa sobre miRNAs em Caenorhabditis elegans. 2. Compare a biogênese dos miRNAs com outros processos de controle pós-transcricional, explicando como os miRNAs influenciam a tradução de mRNAs específicos. 3. Descreva o método de Sequenciamento por Síntese (SBS) utilizado pela plataforma Illumina e compare suas vantagens e desvantagens com outras tecnologias de sequenciamento de nova geração, como Ion Torrent e PacBio. 4. Qual das seguintes opções descreve melhor o papel dos miRNAs? a) Codificação de proteínas específicas b) Degradação de mRNAs ou inibição de sua tradução c) Aceleração da síntese de proteínas d) Manutenção da estrutura do DNA 5. Qual das seguintes enzimas é responsável pelo processamento inicial do pri-miRNA no núcleo? a) RNA polimerase II b) DROSHA c) DICER d) Argonauta (AGO) 20 Sequenciamento de Nova Geração (NGS): II – Resumo Prova II 6. No método de sequenciamento da Illumina, os fragmentos de DNA são ligados a uma superfície chamada: a) Flow Cell b) MiSeq c) PACBIO d) Polimerase 7. Qual o papel dos ddNTPs? 8. Compare as principais diferenças entre o sequenciamento de Sanger e o sequenciamento de nova geração (NGS) em termos de precisão, custo e throughput. 9. Discuta as vantagens e desvantagens do sequenciamento de Sanger em relação às tecnologias de terceira geração, como PacBio e Oxford Nanopore, em aplicações de pesquisa genômica. 10. Quais as vantagens do método de Sanger? 11. Explique a biogênese de miRNAs e as enzimas relacionadas. 12. Quais os mecanismos de ação dos miRNAs? 21 Sequenciamento de Nova Geração (NGS): II – Resumo Prova II 13. O que são anti-miRNAs? 14. Quais são as técnicas para identificação de miRNAs? 15. O que é o steem loop e qual sua importância? 16. Qual a função da cauda poliA? 17. Qual a diferença entre dNTPs e ddNTPs? 18. Como funciona a eletroforese capilar e em qual método é usada? 19. Quais as etapas do PCR? 20. O que é uma biblioteca de NGS? Quais são elas e como funciona?