Prévia do material em texto
1 PROPOSTA PSICOEDUCATIVA SOBRE - PSICOLOGIA NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA E EXCLUSÃO ESCOLAR DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA ESTÁGIO SUPERVISIONADO BÁSICO II Camila Campos dos Santos - 171016578 2 FORTALEZA/CE 2020.1 ESTÁGIO SUPERVISIONADO BÁSICO II Professor/orientador : Márcio Gondim O seguinte arquivo trata-se de um relatório final do estágio supervisionado básico II da IES Unifanor Wyden. 3 1 RESUMO O seguinte trabalho teve como objetivo a análise de uma intervenção psicoeducativa realizada virtualmente em uma plataforma de videoconferência (Hangouts) no bairro Barra do Ceará em Fortaleza. O grupo de participantes tinham em média 14 a 23 anos, e os encontros ocorreram duas vezes na semana com cerca de uma hora de duração. O intuito era trabalhar temáticas como educação inclusiva, exclusão escolar, processos de inclusão de crianças com deficiência na escola.Para o desenvolvimento desta ação e construção do trabalho contou-se com estudos da história da pessoa com deficiência, educação inclusiva, exclusão escolar, que auxiliaram no aprimoramento de escuta as falas e interesses revelados pelos participantes. As manifestações dos participantes foram tomadas como um rico material de aprendizagem que ajudou na fase conclusiva deste trabalho, visto que no decorrer dos encontros eram desenvolvidos maior envolvimento de autonomia, conscientização, socialização. Ao final do trabalho observou-se entre os participantes serenidade e respeito. Palavras chave: grupo psicoeducativo, educação inclusiva, exclusão escolar, deficiências. 2 INTRODUÇÃO O relatório a seguir trata-se de uma exigência necessária para estudantes do curso de psicologia, que após terem concluído disciplinas de ênfase 1, ênfase 2 e estágio supervisionado básico 1, iniciam a disciplina de estágio supervisionado básico 2, que são designados e orientados por professores capacitados em suas áreas de atuação específicas, a fim de proporcionar aos alunos experiências práticas e reflexivas sobre a atuação de ser psicólogo(a) e a contribuição da psicologia em diversos ambientes. O presente relatório visa utilizar temáticas como a história da pessoa com deficiência, educação inclusiva, e exclusão no âmbito escolar enquanto ferramenta psicoeducativa para pessoas do bairro Barra do Ceará localizado em Fortaleza. Para tanto utilizou-se autores como embasamento Silva (1987), Ramos (2016), Mantoan (2003), Miranda ( 2009). Primeiramente será discutido sobre a história da pessoa com deficiência no mundo, esclarecendo assim como se era a vivência de pessoas com deficiências na época Romana e Esparta, seguido de conquistas na sociedade pela educação de crianças com deficiência, exemplificando a atuação da psicologia nesse contexto da educação inclusiva e no contexto da exclusão escolar. 4 3 METODOLOGIA De início será enviado um convite virtual para os moradores do bairro barra do ceará que consiste em convidá-los a participar de uma ação psicoeducativa sobre a psicologia na educação inclusiva e exclusão escolar de crianças com deficiência, onde será desenvolvido a compreensão grupal através de experiências vivenciadas como também promover uma reflexão acerca das dificuldades da educação inclusiva e o entendimento maior dos conteúdos. Os participantes que serão convidados são moradores e conhecidos meus do bairro barra do ceará , como pais e pessoas que se encontram estudando em escolas sejam elas públicas ou privadas. O encontro será na plataforma de videoconferência Hangouts, onde iremos discutir acerca dos assuntos acima. Serão dois encontros com duração de 1 hora , a depender da disponibilidade de tempo de cada participante. 4 OBJETIVOS Objetivo Geral : Despertar novas formas de conhecimentos, promover uma conscientização e respeito sobre educação especial e exclusão escolar de crianças portadoras de deficiência, para que os participantes possam entender melhor sobre esse assunto e sensibilizados sobre essas questões. Objetivos específicos: ● Promover um ambiente de psicoeducação a partir de conteúdos de artigos e livros. ● Promover uma reflexão a acerca de experiências vivenciadas. ● Desenvolver a confiança e o respeito na sala. ● Desenvolver a compreensão grupal. 5 DESENVOLVIMENTO A preparação para a construção deste trabalho teve como início a partir do dia 13/05, data em que foi enviado um convite virtual para pessoas do bairro barra do ceará localizado em fortaleza, para a participação de um trabalho do curso de psicologia da faculdade unifanor wyden , especificamente do estágio supervisionado básico II. O convite consistia em convidar o participante para um bate papo sobre Psicologia na educação inclusiva e exclusão escolar de crianças com deficiência na escola, exemplificando que seria dois encontros , o primeiro encontro que aconteceria no dia 15/05 seria discutido o tema Psicologia na educação inclusiva, onde se trouxe um conteúdo sobre a história da pessoa com deficiência no mundo, trouxe essa temática pois se relaciona com o tema criança com deficiência, visto que se era importante trazer um conteúdo histórico antes de aprofundar uma temática sobre como a psicologia atua na educação inclusiva. No segundo momento do encontro que ocorreu no dia 18/05, foi trazido uma temática sobre a exclusão escolar de crianças com deficiência, visto que é um assunto que 5 não só retrata uma realidade da criança que possui deficiência, a uma vasta camada na sociedade de crianças que se sentem excluídas de algum modo na escola, então foi mostrado esses dois tipos de vertentes. Foi notório perceber a disposição dos participantes em participar do trabalho, pois a finalidade era com que eles trouxessem suas vivências e experiências , assim como promover a conscientização e o respeito a pessoas portadoras de deficiência. 6 HISTÓRIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NOMUNDO. De acordo com o livro “ A história da pessoa deficiente no mundo de ontem e de hoje” que mostra características marcantes do que foi a luta desse grupo por cidadania e sobrevivência ao longo dos anos, permitindo assim mostrar aos participantes como se era tratado as pessoas nas épocas como Roma antiga, Medieval, e Esparta. Visto que ainda muitas pessoas não se tem um conhecimento acerca do passado, e “Sombrio” de pessoas que sofriam com limitações físicas, cognitivas e sensoriais. A começar pela história que consiste em dois lados, nas quais as pessoas com deficiência foram tratadas, consiste em eliminar, rejeitar e do outro a proteção assistencial e piedosa. Na roma antiga os nobres e plebeus, podiam sacrificar seus próprios filhos que nasciam com deficiência, o mesmo acontecia em esparta, pessoas e bebês que possuíam ou adquiriram alguma deficiência visto que “anormal” eram lançados ao mar e em princípios. Inicialmente trazendo essa história os participantes logo se manifestaram a respeito com o conteúdo do livro, pois não sabiam que naquela época as pessoas portadoras de deficiência eram tratadas, pois surgiram muitas dúvidas a respeito do porque aquele tratamento cruel acometidos naquela época. Portanto buscou-se responder o porquê daqueles acontecimentos grotescos que ocorrerem. Segundo o livro, na grécia antiga em esparta cidade esta que tem marcação histórica principal da era do militarismo, as amputações de mãos, pernas e braços eram bem frequentes nas batalhas, ou seja, esses soldados adquiriram deficiências mas se mantiveram vivos depois disso, o que se era totalmente diferente para aqueles que nasciam com deficiência. Então podemos ver a lógica daquela época , precisamente naquela época de grandes batalhas, se era preciso soldados altamente saudáveis , fortes e “normais” , então desde já nascidos a criança era trazida para um conselho espartano da época que consistia em avaliar se o bebê era saudável e normal, se caso fosse era devolvido ao pai para que o criasse até os seus 7 anos de idade que logo em seguida era devolvido ao estado que o acolhia e tinha como responsabilidade a educação e ensinamentos para guerrear. Diante disso se a criança indicava limitaçõesfísica, ou era feia e disforme, o estado a levava a um depósito chamado Apothetai, que se tratava de um abismo na qual a criança era jogada, visto que a criança não servia para nada, não teria como servir o estado, não poderia guerrear, não podia viver pois mostrava-se desde pequeno que não era forte (Licurgo de Plutarco apud silva, 1987, p. 105). Essas práticas eram entendidas normais naquela época, visto que nos dias de hoje é algo inaceitável e cruel. 6 As lutas por direito das pessoas com deficiência, foi longa e se teve um primeiro momento de atitude a partir da época renascentista, não foi algo totalmente resolvido mas marcou uma nova fase na humanidade e sociedades, com base nos direitos universais de uma filosofia humanista por conta do avanço da ciência. No decorrer dos séculos XV e XII, o mundo europeu cristão ocorreu uma mudança sócio-cultural onde se era reconhecido e valorizado o valor humano, se libertando assim dos dogmas e crenças da idade média. Com esse novo pensamento revolucionário “alterou a vida do homem menos privilegiado, ou seja os pobres , os enfermos, e os marginalizados, e com eles os portadores de problemas físicos, mentais e sensoriais” (Silva, 1987, p. 226) Logo depois desse momento, fortaleceu a idéia do grupo de pessoas com deficiência que deveria se ter uma atenção própria, dividindo então essa condição integrante da massa de pobres e marginalizados. Transformações ocorridas no mundo da arte, e música e ciências, influenciaram de forma importante e positiva ao tratamento dispensado a pessoas com deficiência, segundo Rosanne de oliveira maranhão (2005, p. 26) : “Surgiram, nesse contexto, hospitais e abrigos destinados a atender enfermos pobres. Os deficientes, aquele grupo especial que fazia parte dos marginalizados, começaram a receber atenções mais humanizadas”. 7 INÍCIO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL Frente a esse contexto histórico, se surge os primeiros movimentos de educação especial no mundo. Na década de 1970, se teve um movimento de integração social dos sujeitos que apresentavam deficiências, e tinha como objetivo integrá los nos ambientes escolares ao mais próximo possível oferecido a pessoas tidas como normal. Este período atual é marcado por movimentos de inclusão que ocorreram no âmbito mundial, referindo assim uma nova maneira de enxergar a criança da exclusão das diferenças para então contemplar a diversidade. Como exemplos vou citar alguns nomes dos principais precursores que iniciaram a educação especial. ● Abade l'epeu - que fundou a primeira escola pública de surdos em paris. ● Louis Braille - Jovem cego que através da adaptação de um código militar de comunicação noturna constituiu o braille. ● Itard - Médico francês que educou o menino selvagem no sul da França e criou instituições para o ensino a crianças com deficiências sensoriais e físicas. ● Montessori que desenvolveu um programa de treinamento com ênfase na auto aprendizagem para crianças com deficiência intelectual em internatos de roma. Pode-se dizer que o acesso a educação das pessoas com deficiências, foi um processo muito lento, em comparação ao desenvolvimento educacional das demais pessoas. A educação especial apresentou uma Ascensão, na contemporaneidade, com a luta pela igualdade social e responsabilizando o estado a escola é a família o dever de construir uma educação para todos. No brasil o contexto da educação especial se tornou um espelho da europa e de outras partes do mundo. 7 8 A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO SÉCULO - XX A partir de 1930, a sociedade civil começa a organizar-se em associações de pessoas preocupadas com o problema da deficiência: a esfera governamental prossegue a desencadear algumas ações visando a peculiaridade desse alunado, criando escolas junto a hospitais e ao ensino regular, outras entidades filantrópicas especializadas continuam sendo fundadas ,há surgimento de formas diferenciadas de atendimento em clínicas, institutos psicopedagógicos e outros de reabilitação geralmente particular a partir de 1500, principalmente, tudo isso no conjunto da educação geral na fase de incremento da industrialização do BR, comumente intitulada de substituição de importações, os espaços possíveis deixados pelas modificações capitalistas mundiais (JANNUZZI, 2004 p.34). A história da educação especial no brasil, tem como fatos fundamentais o surgimento do " Instituto dos meninos cegos" hoje como ("Instituto Benjamin Constant) e em 1854, o "Instituto dos Surdos-Mudos" (hoje como, "Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES) no ano de 1857, na cidade do Rio de Janeiro, com iniciativa do governo imperial. (JANNUZZI, 1992; BUENO, 1993; MAZZOTTA, 1996. A fundação desses institutos foi de extrema importância e conquistas para o melhor atendimento a essas pessoas deficientes, conscientizando uma discussão sobre a sua educação. Sendo assim a educação especial teve mais ações aos deficientes visuais e auditivos, enquanto os deficientes físicos uma menor quantidade, e em relação aos deficientes mentais se teve um silêncio absoluto. Décadas como 1930 e 1940 se teve várias mudanças na educação brasileira, um exemplo disso é a expansão do ensino primário é o secundário , concluindo que a educação do deficiente mental não era importante e muito menos um problema a ser resolvido. A preocupação maior era com reformas na educação de pessoas tidas como " Normal ". A década de 1950, houve-se muitas discussões acerca de objetivos e qualidades de serviços educacionais especiais. Felizmente no brasil acontecia uma vasta expansão de classes e escolas especiais em escolas públicas e escolas especiais de comunidades privadas sem fins lucrativos. Fazendo assim com que o número de estabelecimentos de ensino especial aumentasse entre os anos de 1950 a 1959, lembrando que a maioria desses estabelecimentos eram públicos em escolas regulares. No ano de 1967 a sociedade Pestalozzi do brasil fundada em 1945 já contava com 16 instituições em todo o país. E em 1954 a associação de pais e amigos dos Excepcionais, contava com 16 instituições em 1962. Época em que foi criada a então Federação nacional dos APAES ( FENAPAES) realizando seu primeiro congresso em 1963. Essa foi uma época bem importante, pois se teve inúmeras expansões de instituições privadas sem fins lucrativos, pressionando assim o governo a tomar atitudes de obrigatoriedade a oferecer suporte , atendimento a pessoas deficientes rede pública de ensino. Em 11 de agosto de 1971, divulgou-se a lei de Diretrizes para ensinos de 1° e 2° grau (Lei n° 5.692/71) contemplando assim a temática de educação especial com este artigo: 8 Art. 9º - Os alunos que apresentam deficiências físicas ou mentais, os que se encontram em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados deverão receber tratamento especial, de acordo com as normas fixadas pelos competentes Conselhos de Educação. Um período importante para destacar é que entre os anos de 1976 e 1981 houve uma grande mobilização de conscientizar pessoas e segmentos por toda a sociedade para o "Ano Internacional das pessoas deficientes" em 1981. Nas últimas décadas, no Brasil , os movimentos tidos como a integração do indivíduo que apresentavam deficiência, foi bastante discutido por pesquisadores e estudiosos da área da educação especial ( FERREIRA, 1995; GLAT, 1995, 1998). Neste momento atual, a integração estava sendo considerada como ultrapassada, visto que a proposta mais moderna a se considerar é a chamada de movimentos pela inclusão ( GLAT, 1998). Essa normalização só aparece no brasil na década de 1970 contra os modelos de segregação, defendendo a possibilidade de pessoas que apresentavam deficiência a uma condição de vida normal que seja semelhante a de todas as outras pessoas que eram consideradas normais. A normalização foi definido pela política nacional de educação especial (1994) como: Princípio que representa a base filosófico-ideológica da integração. Não se trata de normalizar as pessoas, mas sim o contexto em que se desenvolvem, ou seja, oferecer,aos portadores de necessidades especiais, modos e condições de vida diária o mais semelhante possível às formas e condições de vida do resto da sociedade (p. 22). Segundo este princípio, os indivíduos que apresentavam alguma deficiência, deveriam ser educados em um ambiente o mais normal possível, junto dos demais alunos, dando-lhes também suporte como materiais e ambiente, evitando então a segregação. Em seguida aconteceu no ano de 1994 uma conferência que foi mundialmente significativa, foi trazia como proposta uma viabilização de educação para todos, “A Conferência Mundial sobre Educação Especial”que aconteceu em salamanca na espanha no ano de 1994, nessa conferência foi elaborado o documento “Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais” De acordo com a “Declaração de salamanca” que advoga uma educação para todos, aplicou-se uma reestruturação do sistema educacional que garante todo e qualquer aluno acesso e a ingressão e permanência em todas as modalidades de escolarização que existem nas instituições de ensino. ( CLASER ,2001). A declaração de salamanca defende que todos os alunos, devem aprender todos juntos independente de suas capacidades Como em diversos países no contexto brasileiro também se teve mudanças, atualmente se tem sido elaborado diretrizes que implementam a inclusão educacional. 9 Na atualidade de hoje em que vivemos às políticas públicas garantem muitos direitos para esses indivíduos, como mostra a LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. Art. 4º “Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.”, dispõe o artigo que repudia qualquer que seja a discriminação contra a pessoa com deficiência, ordenando sua participação igualitária sob quaisquer oportunidades previstas em sociedade. Mas a exclusão de fato começa agir cedo, eventualmente em escolas quando uma criança discrimina a outra por ser diferente, desse modo é papel do educador ou psicólogo intervir nesses casos, pois muitas vezes esse papel de ensino sobra para a escola e os educadores, pois muitos pais ainda não conhecem bem sobre o assunto de educação inclusiva, antes se tinha a escola regular e a escola especial más separadamente. A educação inclusiva acaba com essa separação, com o intuito de permitir a convivência e a integração dos alunos com deficiência com os demais alunos, favorecendo assim a diversidade. 9 PSICOLOGIA NA INCLUSÃO ESCOLAR Diante desses patamares de preconceito e exclusão, abre -se o processo de inclusão, mas os desafios da educação inclusiva são muitos. A educação inclusiva pode ser entendida como uma mudança institucional que consiste basicamente no fim do igual vs diferente e o normais vs deficientes. Ou seja a educação inclusiva é uma educação direcionada a cidadania global, que é livre de discriminações e preconceitos e valoriza quem é diferente. O diferente sempre existiu, por tanto na educação inclusiva elas são reconhecidas e tem total valor sem sofrer preconceito. Portanto o intuito da educação inclusiva e abraçar todos sem nenhuma exceção de estudantes, especificamente estudantes que sofrem algum tipo de deficiência ou até mesmo os que sofrem discriminações do convívio com o social. A forma que se trabalha a educação inclusiva, de acordo com Meyrelles (2009), só haverá possibilidade se houver mudanças por parte da escola, que permita às pessoas com necessidades educativas especiais conjunções onde todos tenham acessos e permanência na escola, com respeito e atenção trabalhadas em suas limitações. A inclusão de certa forma implica na mudança desse paradigma educacional, para se encaixar na relação da educação escolar retratada. Na declaração de salamanca (1996) , podemos ler : “O princípio que orienta essa estrutura (de ação em educação especial) é o de que escolas deveriam acomodar todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras. Aquelas deveriam incluir crianças deficientes ou superdotadas, crianças de rua e trabalhadoras, crianças de origem remota ou de população nômade, crianças pertencentes a minorias lingüísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos inferiorizados ou marginalizados. Tais condições geram uma variedade de diferentes desafios aos sistemas escolares. No contexto dessa estrutura, o termo ‘necessidades educacionais especiais’ refere-se a todas aquelas crianças ou jovens cujas necessidades educacionais especiais se originam de deficiências ou de dificuldades de aprendizagem.” (p. 3) http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.146-2015?OpenDocument 10 O primeiro aspecto que se deve examinar é o fato de que, a partir de certos marcos, a exclusão na nossa sociedade é compreendida não como um fenômeno isolado, anômalo, acidental, mas, ao contrário, diretamente ligada a certas formas de organização institucional e de produção do poder que fabricam engrenagens causadoras do isolamento, do alheamento e da estigmatização de determinados cidadãos. Segundo Mantoan (2008) a inclusão escolar é a capacidade de entender e reconhecer o outro e assim ter o privilégio de aceitar e conviver com pessoas com deficiência, compartilhando experiências que possibilitem seu desenvolvimento social e educacional. Neste sentido a finalidade da educação inclusiva é acolher a todos sem exceção especialmente os estudantes que têm algum tipo de deficiência ou até mesmo aqueles que são discriminados do convívio social. De certo sobre as atividades exercidas pelo profissional de psicologia, estão: favorecer suporte aos professores da educação regular inclusiva, buscando um meio de coleta e busca de dados com relação às crianças e suas dificuldades; examinar possíveis modificações que interferem na manutenção dos problemas; fazer análise das condições ambientais e interpessoais; e criações estratégicas e planos de intervenções, e avaliar resultados obtidos (MCNAMARA, 1998). A parceria entre o psicólogo e o professor , se faz necessária nesse percurso inclusivo. Normalmente o educador tende a focar no diagnóstico e não no potencial do desenvolvimento da criança. (BARBOSA E SOUSA, 2010, p 357). Quando dentro desse erro, o professor passa a justificar insucessos do aluno com deficiência na própria deficiência. Além dessa visão limitada e dicotômica do processo de inclusão, aparece uma concepção de inclusão como “impossível”, sustentada somente nas “faltas” dos alunos, no que os professores chamam de “problemas”, cuja ação possível é a medicalização. Logo, não depende da escola. (BARBOSA E SOUSA, 2010, p 357). Nesse momento o educador se abdica de sua responsabilidade como profissional, ele abre mão de incluir, e adentra ao processo o psicólogo. Visto que no instante os educadores ou pais percebem a dificuldade de aprendizado das crianças e passam à busca ao psicólogo. Sua tarefa seria de elaborar um trabalho preventivo e preparação desses profissionais. Outra incumbência está no suporte para obter coleta de dados sobre as crianças e juntos, elaborarem planos de intervenção que viabilizem a inclusão. Algumas escolas dispõem de Salas de Atendimento Especializado – AEE que possibilitam acompanhamento regular de profissionais capacitados geralmente psicopedagogos. Eles são um intermeio entre o problema e o psicólogo. No entanto, não devem substituí-lo. Os educadores das salas de AEE trabalham de forma específica, ainda se voltando para o equívoco anteriormente apontado: de focar na limitação. Encontram seus limites. Assim acaba por almejar que esse aluno atinja um nível que a escola/sociedade trata como aceitável. Isto na verdade é integrar, não incluir. Visto esse apoio do AEE, se torna mais acessível uma intervenção psicológica nessas escolas, pois teriam subsídios para trabalhos práticos de interação em acordo com a real necessidade da escola. 11 Passando para a descrição do trabalho do psicólogo que se dá em primeira fase, pela escuta dasdemandas a obtenção de dados sobre os tipos de deficiência que são encontradas nos alunos de determinada escola e a partir desse ponto, efetivamente ele irá planejar ações para lidar com as situações rotineiras. Importante ressaltar que essa fase de coleta de dados e planejamento de ações que vislumbram trabalhos coletivos. Coelho e Pisoni (2012, p.146) compartilham da mesma linha de pensamento, as autoras destacam “ A importância da inclusão de fato, onde crianças com alguma deficiência interajam com crianças que estejam com desenvolvimento além, realizando assim a troca de saberes e experiências, onde ambos possam a aprender juntos.” A escola, é um espaço propício ao desenvolvimento infantil, e está pautada na convivência entre alunos. A mediação entre eles é favorável a descobertas de novas habilidades. Dessa forma se torna natural a interação social que é a base para uma convivência entre as diferenças. Já que “aquilo que uma criança pode fazer com assistência hoje, ela será capaz de fazer sozinha amanhã” (VIGOTSKY, 1984, p. 98). 10 EXCLUSÃO ESCOLAR A importância de se falar sobre exclusão, principalmente a exclusão no âmbito escolar, como se inicia? quem são os principais alvos? A exclusão no âmbito escolar se dá pela forma do bullying, o bullying é o ponto inicial para essa discussão, entender seus desdobramentos, suas vítimas, e atitudes do agressor. São práticas estas que acontecem em escolas no mundo todo, havendo a acontecer bem mais na contemporaneidade, infelizmente algumas escolas não buscam promover ações que busquem viabilizar este ato. O bullying segundo ( Olweus,1993) é uma subcategoria do comportamento agressivo que ocorre entre os pares. São relacionamentos interpessoais que é caracterizado por desequilíbrios de forças, fazendo com que ocorra de várias maneiras: indivíduos alvo da agressão, são tidos como os mais fracos fisicamente, ou mentalmente. Existe uma diferença numérica onde vários estudantes agem contra uma única vítima (Olweus, 1993; Rigby, 1998). Fazendo assim com que a dominância de um um grupo ou indivíduo seja exposto no ambiente por um bom tempo. As vítimas do bullying no ato da agressão são expostas a intimidações, formas de apelidos, constrangimentos, acusações injustas fazendo então serem excluídas. Os danos mais tidos são físicos, psíquicos, e comportamentais. Na sociedade em que vivemos existem três grupos rejeitados entre os pares nas escolas, são elas crianças que possuem necessidades especiais por conta de sua dificuldade de integração social, crianças de outras etnias, jovens homossexuais que são os que mais sofrem agressões físicas e são ridicularizados. O bullying pode acontecer por diversos motivos, infelizmente é muito comum esses conflitos entre crianças e adolescentes, é uma fase de muitas inseguranças e afirmações, onde o desentendimento acontece com frequência junto com humilhação, onde se prolifera o bullying. Dentro da escola , as agressões são tidas sempre longe das autoridades. Ocorrendo na entrada ou saída da escola, ou quando os professores ou alguém que interfira no ato de violência não estão por perto. Outra maneira de acontecer a agressão, é de forma silenciosa, 12 dentro da sala de aula com a presença do professor, que acontecem através de bilhetes e gestos. Perseguições como essas intencionais não podem ser tratadas como brincadeira natural e também ser ignorado pelo professor, em se tratar de bullying a situação fica mais séria quando o alvo é a criança portadora de deficiência, que muitas vezes não tem habilidade emocional e física para lidar diante das agressões. Sem falar que algumas pessoas tem preconceitos com pessoas com deficiência, sejam elas físicas ou intelectuais, preconceito este muitas vezes trazidos de casa. Diferentes dados de estudos, mostram que crianças com deficiências correm mais riscos de sofrerem bullying , risco esse que pode ser duas ou três vezes maior que as demais crianças. (FANTE,2005). Segundo DIAS; PINGOELLO, 2016) os alunos com necessidades especiais precisam enfrentar além de suas próprias limitações físicas a violência escolar, a discriminação e o preconceito de outras pessoas que não os consideram capacitados ou competentes para frequentar o ensino regular, ações como essas levam ao isolamento e exclusão dessas pessoas nas relações sociais. Essas atitudes acabam não permitindo que o indivíduo desfrute da interação social, como dentro e fora da escola, a interação deve ser trabalhada na sala de aula com outros alunos e também com outras crianças que possuem necessidades educacionais especiais, para que a criança percebe os seus direitos e reclame para que aceite suas diferenças e consiga assim enfrentar as dificuldades. ( DIAS; PINGUOELLO, 2016). A rejeição cometidas por muitos alunos diante de crianças que possuem alguma deficiência na escola, se dá muitas vezes por falta de informação, a informação gera a compreensão que esclarece por sua vez a curiosidade e os preconceitos. É preciso se ter no ambiente escolar o respeito pela diferença do outro, mas não só isso, entre todos os envolvidos na comunidade escolar, inserindo esse tema nos currículos escolares (GOMES, 2008). Segundo (Camacho, 2001) escolas que não criam propostas educativas, estão deixando de lado seus valores sociais dentro do espaço escolar, permitindo assim atitudes negativas se estabelecerem no ambiente, fazendo com que os alunos desenvolvam experiências a partir de preconceitos e discriminações. A discriminação e maus-tratos contra a pessoa com deficiência se constitui como crime. De acordo com o documento da Secretaria de Políticas de Saúde (BRASIL,2001) Qualquer tipo de discriminação ou de maus-tratos para com pessoas portadoras de deficiências é crime previsto na lei 7.853, de 24.10.1985, com pena de um a quatro anos de reclusão e multa. No caso da constatação da violência, as denúncias podem ser dirigidas para o Conselho Tutelar ou Ministério Público (BRASIL, 2001a, p. 84). Os autores Cruz, Silva e Alves (2007) relatam que ao averiguar os processos de crimes cometidos contra pessoas com deficiência, percebeu-se que são processos deixados no segundo plano no sistema jurídico , bem diferente dos outros crimes contra os outros indivíduos da sociedade. É um descaso as escolas não atenderem as necessidades especiais e 13 educacionais de cada aluno, visto que é um direito garantido por lei no qual facilita o acesso da pessoa com deficiência nas escolas. 11 CONSIDERAÇÕES FINAIS A psicologia no ambiente escolar vem conquistando seu espaço e tomando visibilidade pelo seu caráter terapêutico, assistencial, e preventivo que é essencial quando se trata de assuntos de educação inclusiva e exclusão em escolas, o profissional é visto como fundamental nesse processo, a diversas contribuições que o psicólogo escolar pode oferecer nesse processo, como forma: terapêutica, orientação à família, oficinas e palestras, dentre outros. Por tanto o profissional precisa estar atualizado e ter conhecimentos teóricos para lhe dar suporte, vindo estimular o aluno. Não se pode generalizar, mas de fato é necessário maior visibilidade por parte dos governantes propor na educação especial e exclusiva , maiores investimentos e preparação e interesses dos profissionais, para que se possa praticar a verdadeira educação de qualidade sem limitações e controvérsias de exclusão. Foi satisfatório trazer conteúdos para discussão , pois nem sempre as pessoas estão ciente diante dos fatos das pessoas com deficiência, suas lutas, suas conquistas diante da sociedade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Epopéia Ignorada – A História da Pessoa Deficiente no Mundo de Ontem e de Hoje, Otto Marques da Silva, 1987. Disponível em: https://issuu.com/amaurinolascosanchesjr/docs/-a-epopeia-ignorada-oto-marques-da- MARANHÃO, Rosanne de Oliveira. O portador de deficiência e o direito do trabalho. São Paulo: LTR, 2005. Disponível em : https://www.lexml.gov.br/urn/urn:lex:br:rede.virtual.bibliotecas:livro:2005;000739297 Claser, E. A. (2001). Projeto de educação inclusiva:Propostas para a educação na diversidade. Dissertação de mestrado não-publicada, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. Disponível em : https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/81899/185811.pdf?sequence=1&isAll owed=y MIRANDA, A. A. B. EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL: DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO. Cadernos de História da Educação, [s. l.], p. 30, 7 mar. 2009. Disponivel em : http://www.seer.ufu.br/index.php/che/article/view/1880/1564 MIRANDA, A. A. B; JANNUZZI, G. A luta pela educação do deficiente mental no brasil. Campinas: Editores Associados, 1992. p. 31. https://issuu.com/amaurinolascosanchesjr/docs/-a-epopeia-ignorada-oto-marques-da- https://www.lexml.gov.br/urn/urn:lex:br:rede.virtual.bibliotecas:livro:2005;000739297 https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/81899/185811.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/81899/185811.pdf?sequence=1&isAllowed=y 14 MIRANDA, A. A. B; BUENO, J. G.S. Educação especial brasileira: integração/ segregação do aluno diferente. São paulo: EDUC, 1993. p. 31. MIRANDA, A. A. B; MAZZOTTA, M. J. S. Educação especial no Brasil: história e políticas públicas. São paulo: Cortez, 1996. P. 31. BRASIL. Lei 5.692, de 1971. Fixa diretrizes e bases para o ensino de primeiro e segundo graus, e dá outras providências. Diário Oficial da República federativa do Brasil, Brasília, DF,12 de ago. 1971. Disponível em https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-11-agosto-1971-357752-public acaooriginal-1-pl.html Bullying: prevalência, implicações e diferenças entre os gêneros, M.C. Bandeira, S.C. Hutz, 2012. Disponivel em : https://www.scielo.br/pdf/pee/v16n1/04.pdf GLAT, R. A integração social dos portadores de deficiências: uma reflexão. Rio de Janeiro: Editora Sette Letras, 1995. Disponível em : http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v3n2/v3n2a10.pdf FERREIRA, J. R. A exclusão da diferença: a educação do portador de deficiência. Piracicaba: Unimep, 1995 VYGOTSKY, Lev S. A Formação Social Da Mente . São Paulo: Martins Fontes, 1984. Disponível em : https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3317710/mod_resource/content/2/A%20formacao% 20social%20da%20mente.pdf BANDEIRA, C ; HUTZ, C ; I; OLWEUS, D. Bullying at school. What we know and what we can do. Oxford, UK: Blackwell, 1993. Disponível em : https://www.scielo.br/pdf/pee/v16n1/04.pdf FANTE, Cleo. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. Campinas: Verus, 2005. Disponível em : https://aprender.ead.unb.br/pluginfile.php/313131/mod_forum/attachment/544978/Fen%C3% B4meno%20Bullying%20-%20educar%20para%20a%20paz%20-%20Cl%C3%A9o%20Fant e.pdf DIAS, Fabiana; PINGOELLO, Ivone. Bullying na educação inclusiva. Revistas da educação do vale do arinos. Mato grosso do sul, jul. 2016. Disponível em: https://periodicos.unemat.br/index.php/relva/article/view/1458 GOMES, C. Alunos com deficiências são “vítimas preferenciais” de bullying na escola. Pobreza na imprensa: um observatório da rede europeia anti-pobreza. Portugal, 13 de abr. 2008. Disponível em: http://eapnimprensa.blogspot.com/2008/04/alunos-com-deficincias-so-vtimas.html https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-11-agosto-1971-357752-publicacaooriginal-1-pl.html https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-11-agosto-1971-357752-publicacaooriginal-1-pl.html https://www.scielo.br/pdf/pee/v16n1/04.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3317710/mod_resource/content/2/A%20formacao%20social%20da%20mente.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3317710/mod_resource/content/2/A%20formacao%20social%20da%20mente.pdf https://www.scielo.br/pdf/pee/v16n1/04.pdf https://aprender.ead.unb.br/pluginfile.php/313131/mod_forum/attachment/544978/Fen%C3%B4meno%20Bullying%20-%20educar%20para%20a%20paz%20-%20Cl%C3%A9o%20Fante.pdf https://aprender.ead.unb.br/pluginfile.php/313131/mod_forum/attachment/544978/Fen%C3%B4meno%20Bullying%20-%20educar%20para%20a%20paz%20-%20Cl%C3%A9o%20Fante.pdf https://aprender.ead.unb.br/pluginfile.php/313131/mod_forum/attachment/544978/Fen%C3%B4meno%20Bullying%20-%20educar%20para%20a%20paz%20-%20Cl%C3%A9o%20Fante.pdf http://eapnimprensa.blogspot.com/2008/04/alunos-com-deficincias-so-vtimas.html 15 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Políticas de Saúde. Violência intrafamiliar: orientação para prática em serviço, 2001a. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd05_19.pdf CRUZ, D. M. C; SILVA, J. T; ALVES, H. C. Evidências sobre violência e deficiência: implicações para futuras pesquisas. Revista Brasileira de Educação Especial. vol. 13, n. 1, Marília, jan/abr 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382007000100009 APÊNDICES - VERSÕES DE SENTIDO ESTÁGIO BÁSICO 2 Nome: Camila Campos dos Santos - 171016578 Data: 15/05/2020 Horário: 10:00 às 11:00 Confesso que no primeiro dia foi intenso pois achei que nenhum dos participantes quisessem partilhar suas ideias e visões sobre o tema sobre educação inclusiva. Mas ao dar início sobre os primeiros conteúdos todos já se mostraram bem interessados. Então comecei por explicar o que se era Educação Especial, que era um ramo da educação que era voltado para o atendimento e educação das pessoas com alguma deficiência. Em seguida falei um pouco da história e das lutas das pessoas com deficiência no mundo, pois em relação a história da pessoa com deficiência no mundo os participantes ficaram bem curiosos a respeitos dos tratamentos que as pessoas que possuíam deficiência eram tratadas , visto que humilhadas e muitas vezes mortas. Então o Participante “L” disse, “Não sabia que antigamente as pessoas que tinham deficiência eram expostas a esse tipo de humilhação, e que também os bebês que nasciam com alguma deformação os pais tinham o direito de matar a criança, dizendo que foi uma http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd05_19.pdf https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382007000100009 16 época bem difícil para os deficientes e não sabia desse lado da história dos deficientes no passado” Achei importantíssimo trazer essa história dos deficientes pois foi a partir daí que se começou as lutas por direitos básicos e também por educação. Em seguida trouxe conteúdos sobre o ínicio da educação especial , onde se teve diversas trajetórias e conquistas de pessoas com deficiência conseguiram a o longo do tempo, exemplificando para os participantes que não foi algo tão fácil, levou séculos e diversos anos para que os portadores com deficiência pudessem ter seu lugar na sociedade, como ser respeitado , ter direito à educação etc. Em seguida trouxe os direitos que os portadores conseguiram durante anos de lutas e que felizmente conseguiram , citei a declaração de salamanca que foi uma resolução das nações unidas que trata dos princípios, política e prática em educação especial, que traz como marco a oportunidades para pessoas com deficiência. Citei leis que são bem recentes sobre os direitos das pessoas com deficiência, mostrando que toda criança tem o direito à educação, principalmente aquelas que possuem deficiência, pois antigamente as crianças portadoras não tinham um espaço e nem escolas para estudar. Então muitos pais e outras organizações lutaram por esse direito de incluir, obrigando o estado a responsabilidade da educação desses. Ao perguntar os participantes sobre o que eles acharam acerca desses conteúdos e novos conhecimentos um participante que chamarei por “B” disse que não sabia de toda essas trajetórias dos deficientes, ficando um pouco perplexo pois “ É bem triste essas lutas dos deficientes, mas que bom que conseguiram tudo isso, por que toda criança merece a educação, e conheço muitas escolas que ainda não tem estruturas para receber portadores de deficiência, infelizmente ainda se precisa de muitas e muitas lutas” Nome: Camila Campos dos Santos - 171016578 Data: 18/05/2020 Horário: 10:00 às 11:00 O tema de hoje é sobre a exclusão escolar, é um tema bem relevantepois é impossível que ninguém tenha sofrido esse tipo de agressão na escola. O tema que trouxe foi Exclusão Escolar de Crianças com Deficiências, iniciei por perguntar aos participantes o que eles sabiam por Exclusão escolar, e todos quiseram falar ao mesmo tempo. O primeiro a falar sobre foi o participante que chamarei por “G”, G disse que “ Exclusão Escolar é algo tão antigo, e em toda escola tem, fazendo com que diversas crianças e jovens sofrem e até se suicidam por causa disso, na minha escola onde estudo, já sofri diversos bullying pois sou homossexual e isso é uma porta aberta para o bullying, é deprimente ser zoado por outras pessoas”. Foi aí que percebi que seria um tema em que todos pudessem trazer suas experiências e visões, continuando sobre a definição do bullying que são um conjunto de atitudes agressivas e repetitivas e intencionais que causam dor, angústia e sofrimento 17 mostrando aos participantes que o bullying muitas vezes pode ser letal. Perguntei aos participantes se alguém se identificou com esses tipos de sofrimentos, e a participante que chamarei por “P” disse que, “ Me identifico muito, antigamente na época em que eu estudava, eu sofria muito bullying, alguns eram bem pesados, na minha sala tinha meninas que querem ser bem mais maduras, então elas sempre tiravam sarro do meu cabelo, dos meus sapatos me chamando de criança , em fim, me deixava triste pois eu ficava muito constrangida na sala e no recreio, eu sei que elas faziam isso pra se sentirem superior, mas eu era um tipo de criança que não gostava de chamar atenção, acho que elas viram isso em mim e acabaram se aproveitando”. Continuando, mostrei os tipos de papéis desempenhados pelas vítimas do bullying como o bode expiatório, vítima provocadora, vítima agressora, e o agressor. Explicando cada um , pude perceber que os participantes se identificaram com alguns papéis do bullying. Um participante que chamarei por “F” disse que já foi o agressor , que fazia diversos bullying com alguns colegas, dizendo que “ Foi uma época bem ruim na escola, eu sempre fui amigo de todos, mas sempre tinha um grupo que me zoava, me xingavam, as vezes me batiam, não sabia o porque, no passar dos anos chegando no fundamental, eu já havia mudado bastante, e quando percebi eu já estava andando com quem me fazia o bullying, nós zuamos a professora e diversos outros alunos da nossa sala, mas eu tinha consciência que aquilo não era legal, mas ficar no lugar de quem é zoado eu não queria, então eu preferi mudar de lado, infelizmente minha escola não se tinha muitos assuntos abordados na sala sobre o bullying, creio que se os professores ou até mesmo a escola trouxessem palestras, ou conteúdos que mostrassem que bullying é crime é algo que não é legal , pudesse evitar esses tipos de agressões na escola” Logo depois falei sobre o bullying que era cometido contra crianças com deficiência, que além de sofrerem com suas limitações, ainda tinham que viver com esse tipo agressão na escola, mostrando que o bullying muitas vezes era centrado na deficiência, o agressor focava na limitação da vítima. Um dos participantes quis falar um pouco sobre esse tipo de agressão a criança com deficiência dizendo: A escola com toda certeza é a maior culpado por deixar esse tipo de acontecimentos acontecem na escola, muitas vezes é o próprio professor que não é qualificado em trabalhar esses tipos de agressões na escola, pode ser evitado mas as escolas não procuram trabalhar as crianças nisso” disse a participante “Q”. 18