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<p>Definição</p><p>Evolução histórica da Deficiência: Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna, Brasil</p><p>contemporâneo até a década de 50, Brasil contemporâneo no século XXI.</p><p>Propósito</p><p>Compreender o histórico do tratamento das pessoas com deficiência, para entendimento</p><p>do universo da inclusão-exclusão e o repensar da prática didática cotidiana em prol da</p><p>Inclusão.</p><p>Objetivos</p><p>Módulo 1</p><p>Descrever os principais fatos históricos relacionados ao tratamento das pessoas com</p><p>deficiência na Antiguidade.</p><p>Módulo 2</p><p>Examinar o tratamento das pessoas com deficiência na Idade Média.</p><p>Módulo 3</p><p>Identificar os principais movimentos em prol da Educação Especial no Brasil a partir dos</p><p>anos 50.</p><p>Módulo 4</p><p>Descrever os movimentos inclusivos e os Serviços de Atendimento Educacional no Brasil</p><p>Contemporâneo.</p><p>Módulo 1</p><p>LEMBRANÇA DE FATOS HISTÓRICOS</p><p>SOBRE AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Entende-se que o conceito de inclusão pressupõe a superação da violência simbólica</p><p>imposta aos deficientes, através de preconceitos principalmente no ambiente escolar,</p><p>onde as pessoas passam tanto tempo de suas vidas.</p><p>A mudança que se faz necessária deriva de uma nova concepção sobre a inclusão,</p><p>concepção esta que deve abranger, também, os docentes do Ensino Superior que</p><p>deverão estar aptos a pesquisar e se aprofundar sobre este tema, para agir de forma</p><p>consciente, competente e proporcionar condições para que esta população possa usufruir</p><p>de benefícios que a integre ao mundo social e do trabalho.</p><p>Para tanto, faremos um breve percurso pela história do tratamento destinados às pessoas</p><p>com deficiência, evidenciando fatos históricos científicos, desde a Antiguidade, passando</p><p>pela Grécia, Roma, Idade Média, Idade Moderna, Brasil das décadas de 50 até os dias</p><p>atuais.</p><p>E, para você refletir: de que forma estamos ainda hoje, presos a preconceitos que</p><p>originam à exclusão? Por que isto acontece ainda em nossos dias?</p><p>Após esta aula, você compreenderá a importância da militância em favor da inclusão, isto</p><p>é o que esperamos.</p><p>Para melhor compreensão da importância da abordagem sobre inclusão, é necessária a</p><p>apresentação de um breve relato sobre o histórico do tratamento da pessoa com</p><p>deficiência e o reconhecimento das representações sociais (senso comum), que</p><p>acompanharam estas pessoas, chegando mesmo aos dias atuais, sem o devido</p><p>rompimento de pensamentos e ações excludentes.</p><p>Então, vamos lá dar um passeio pela História Antiga, até nossa época.</p><p>GRÉCIA</p><p>Platão e Aristóteles, deixaram registrada no livro A Política, a informação de que as</p><p>pessoas com deficiência deveriam ser eliminadas. Esta eliminação, segundo Gurgel (2007</p><p>p. 63) deveria ser “por exposição, ou abandono ou, ainda, atiradas do aprisco de uma</p><p>cadeia de montanhas chamada Taygetos, na Grécia”</p><p>Ainda segundo Gugel (2007.p 63), reproduzindo o livro de Aristóteles, relata:</p><p>“Quanto a rejeitar ou criar os recém-nascidos, terá de haver uma lei segundo a qual</p><p>nenhuma criança disforme será criada; com vistas a evitar o excesso de crianças, se os</p><p>costumes das cidades impedem o abandono de recém-nascidos deve haver um</p><p>dispositivo legal limitando a procriação se alguém tiver um filho contrariamente a tal</p><p>dispositivo, deverá ser provocado o aborto antes que comecem as sensações e a vida (a</p><p>legalidade ou ilegalidade do aborto será definida pelo critério de haver ou não sensação e</p><p>vida.”</p><p>A Política, Livro VII, Capítulo XIV, 1335 b</p><p>Segundo estudiosos, em Atenas uma mulher grávida era observada até o nascimento de</p><p>seu filho. Cabia ao pai, celebrar com uma festa e tomando a criança nos braços,</p><p>levantava-a apresentando-a à comunidade. A comemoração terminava com um banquete</p><p>oferecido à família. Caso tal fato não acontecesse, era sinal de que o filho nascera com</p><p>alguma deformidade e deveria ser sacrificado ou abandonado em local distante. O pai era</p><p>o responsável pelo extermínio do próprio filho.</p><p>Em Esparta, por volta do século IV a.C., crianças com deficiência física ou mental também</p><p>eram abandonadas ou sacrificadas. Era normal lançar crianças com deficiência de um</p><p>precipício.</p><p>Assim, a pessoa com deficiência deveria ser banida e a sociedade legitimava estas ações</p><p>como normais. Os gregos cultivavam o espírito guerreiro em seu povo e desta forma, os</p><p>nascidos necessitavam ser “perfeitos”, pois iriam servir como soldados na proteção de</p><p>seu território.</p><p>Atenção</p><p>Vale lembrar que os fatos relatados não se</p><p>referiam exclusivamente à relação com os</p><p>indivíduos com deficiência, mas ao modo</p><p>como a sociedade os entendiam, isto é,</p><p>como esta sociedade se relacionava com</p><p>as diferenças.</p><p>ROMA ANTIGA</p><p>Os romanos da Antiguidade, segundo Silva, 1986 (Apud GUGEL, 2007), proibiam a morte</p><p>intencional de crianças com menos de três anos de idade. Entretanto, em caso de possuir</p><p>algum tipo de mutilação, eram consideradas como monstruosas e deveriam morrer ao</p><p>nascer, segundo as Leis Romanas.</p><p>O filósofo estoico Sêneca, eminente pensador e advogado, defendia ações contra a</p><p>escravidão e as ações que discriminavam as pessoas com relação a sua condição social.</p><p>Entretanto, justificava o tratamento diferenciado nas seguintes práticas, segundo o trecho</p><p>retirado dos escritos de Seneca.</p><p>“Nós não amamos os cães danados, os touros ferozes e indomáveis, degolamos as</p><p>ovelhas doentes com medo de que infectem o rebanho, asfixiamos os recém-nascidos</p><p>mal construídos, mesmo as crianças se forem débeis ou anormais, nós a afogamos. Não</p><p>se trata de ódio, mas da razão que nos convida a separar das partes, sãs aquelas que</p><p>podem corrompê-las.”</p><p>Seneca apud MISES (1987, P.14)</p><p>A primeira impressão que se pode ter, após ler o texto apresentado é que os Romanos,</p><p>assim como os Gregos, eram povos cruéis, desumanos, destituídos de piedade etc.</p><p>Entretanto, é importante lembrar que estes fatos aconteceram por volta do Séc. VIII a.C.,</p><p>outra época – muitíssimo distante de nós –, outros valores, outros costumes e outros</p><p>ideais de vida.</p><p>Tente imaginar agora, o que pensarão sobre nossas atitudes, valores, ideal de</p><p>sociedade etc., um habitante do nosso Planeta do ano 20.021, muitos séculos após o</p><p>nosso. Pois é, certamente irão nos crucificar por várias atitudes que tomamos com</p><p>relação aos mais diversos temas, sem refletir que: realizamos no momento, o que</p><p>sabemos, o que achamos que seja justo, humano. Que pesquisamos, estudamos, e que</p><p>tentamos aprender com o passado, para aprimorar o presente, assim como eles,</p><p>certamente, o farão.</p><p>Mas... vamos continuar nossos estudos:</p><p>Segundo Silva (1986), há registro de inúmeros legados romanos à humanidade</p><p>relacionados às leis, avanços na medicina, saúde pública, como por exemplo, a farta</p><p>quantidade de água potável, latrinas públicas e rede de esgoto, que garantiram a</p><p>prevenção de muitas doenças ou males que poderiam ser incapacitantes.</p><p>Ainda segundo Silva (1986), a legislação romana da época, não permitia a morte de</p><p>crianças com menos de três anos de idade. Entretanto, esta mesma legislação</p><p>determinava a morte da criança, caso ela nascesse com alguma deficiência, que a</p><p>considerasse “monstruosa.”</p><p>Em Roma, também não se reconhecia valores em crianças “defeituosas”, mas havia um</p><p>outro recurso além da execução que era o de abandonar as crianças nas margens dos</p><p>rios ou em locais sagrados para serem recolhidas por famílias da plebe (NEGREIROS,</p><p>2014 p.15).</p><p>Abandonar as crianças</p><p>Há registro de crianças abandonadas em cestas com flores, às margens do rio Tibre.</p><p>Eram crianças consideradas anormais, que não poderiam sobreviver e por piedade,</p><p>seus responsáveis preferiam deixá-las à mercê dos Deuses.</p><p>Esses bebês, algumas vezes, eram recolhidos por exploradores que, mais tarde os</p><p>utilizavam como esmoleiros, ressalta MARQUES DA SILVA (2009).</p><p>Estes fatos geram ambivalência em nossos julgamentos, mas esta dubiedade de</p><p>sentimentos também estava presente entre os próprios romanos. Havia uma mistura de</p><p>piedade e rejeição, abandonos, perseguições e ao mesmo tempo proteção</p><p>de desenvolvimento cognitivo.</p><p>A Classe Hospitalar deverá possibilitar à criança a continuação do seu processo de</p><p>construção do conhecimento, promovendo a articulação entre educação e saúde.</p><p>Classes Especiais</p><p>Conforme os documentos oficiais, é facultativo à escola a criação de Classes Especiais</p><p>em caráter provisório. Será organizada para o atendimento às diferentes deficiências, tais</p><p>como: condutas típicas, síndromes e quadros neurológicos ou psicológicos, e casos</p><p>graves de deficiência mental ou múltiplas.</p><p>Saiba mais</p><p>Segundo Correa (2005), “É importante que a partir do desenvolvimento apresentado</p><p>pelo aluno e das condições para o atendimento inclusivo, a equipe pedagógica da</p><p>escola e a família, decidam conjuntamente o retorno à classe comum”.</p><p>Este é o motivo do termo “provisório”. Quando o professor em concordância com a</p><p>equipe pedagógica e mesmo a família, acharem que o aluno já atingiu o</p><p>desenvolvimento necessário, deverá encaminhá-lo à sala de aula regular.</p><p>Vale lembrar que a diferença básica entre a Sala de Recurso e as Classes Especiais é</p><p>que a primeira não substitui o ensino regular, por este fato, o aluno deverá frequentá-la</p><p>em horário diferenciado do horário de aula. Já com relação às Classes Especiais, o aluno</p><p>se afasta da classe regular para frequentar à Classe Especial e retornará quando estiver</p><p>em condições satisfatória do desenvolvimento cognitivo.</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Fizemos juntos um percurso pela história da deficiência, desde o início dos registros</p><p>científicos até os dias atuais.</p><p>1</p><p>Iniciamos nossa “viagem” apresentando a história da deficiência na Antiguidade,</p><p>passando pela Grécia e Roma. Entendemos que o Cristianismo trouxe uma visão mais</p><p>humana e piedosa da pessoa com deficiência, mas os castigos e as eliminações</p><p>persistiam em alguns casos.</p><p>2</p><p>Entramos na Idade Média e verificamos que houve mudança, ainda que quase</p><p>insignificante, pois o caráter piedoso misturava-se com a concepção de que a pessoa com</p><p>deficiência precisava ser exorcizada, pois havia demônios em seu corpo.</p><p>3</p><p>Entramos na Idade Moderna e verificamos, segundo os relatos históricos, que com o</p><p>avanço da medicina novamente houve mudança no pensamento sobre a deficiência.</p><p>Agora, estas pessoas passaram a ser consideradas doentes e deveriam ficar internadas</p><p>em hospitais (hospícios) em condições precárias.</p><p>4</p><p>O Brasil, influenciado pelos movimentos estrangeiros, passou a perceber a pessoa com</p><p>deficiência como possuidora de direitos e aceitar o que preconizavam os movimentos</p><p>mundiais (Declaração dos Direitos Humanos, Declaração de Salamanca e da Guatemala),</p><p>iniciando o processo de Integração.</p><p>5</p><p>Chegamos aos dias de hoje e ainda estamos muito distantes do tratamento que as</p><p>pessoas com deficiências têm direito, mas já conseguimos entender que precisam ter os</p><p>mesmos direitos de todos os cidadãos. O movimento de Inclusão é a marca do nosso</p><p>tempo e necessita da colaboração e participação de todos os docentes, principalmente,</p><p>no sentido de assumir e divulgar este compromisso.</p><p>Este é um relato didático, onde foram pontuados os diversos momentos de sofrimento</p><p>destas pessoas, lembrando que você deve percebê-lo como processo didático,</p><p>considerando que processos históricos não são lineares. Muitas idas e vindas estão</p><p>inseridas nesta trajetória, apresentando evoluções e retrocessos.</p><p>Mudanças de valores em uma sociedade constitui-se como paradigmas difíceis de</p><p>serem superados. A exemplo disto vimos na compreensão da deficiência, desde a</p><p>Antiguidade, passando pela Idade Média, até chegarmos na Idade Contemporânea, a</p><p>dificuldade que encontramos nas superações.</p><p>Você tomou conhecimento de como a evolução do pensamento foi lenta. Os progressos</p><p>levaram séculos para se constituir. Chegamos aos dias atuais, infelizmente, ainda</p><p>presos a preconceitos e estigmas sobre a pessoa com deficiência.</p><p>Os professores, em especial, precisam conhecer esta trajetória, para compreender a</p><p>necessidade de ações que possam reverter a situação.</p><p>O docente precisa repensar sua postura para aceitar o aluno com deficiência. Leis,</p><p>Decretos, Regulamentos não garantem ações de reconhecimento. É necessário que a</p><p>ação parta da conscientização da necessidade da inclusão.</p><p>Ainda estamos longe da inclusão desejada, mas vai depender de cada um de nós, de</p><p>cada ação e da vontade de incluir.</p><p>É preciso compreender que esta pessoa com deficiência que faz parte da sua sala de</p><p>aula, com sua ajuda, poderá desenvolver a autonomia, transformar-se na relação</p><p>consigo mesma, chegado à independência através da sua participação na história da</p><p>vida dela.</p><p>Lembre-se!</p><p>Você conseguirá beneficiar estes alunos,</p><p>dependendo da sua vontade e</p><p>engajamento na Educação Inclusiva.</p><p>Muito mais do que profissão, professor,</p><p>essa é uma ação humana.</p><p>Vamos juntos nesta missão!</p><p>Vídeo</p><p>Acesse o material digital para assistir ao vídeo.</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>1. Vários foram os movimentos característicos das concepções de deficiência durante o</p><p>percurso histórico. Assinale a alternativa que apresenta o conceito característico da</p><p>época.</p><p>a) O movimento de segregação foi característico da Antiguidade.</p><p>b) Na Idade Média, a característica principal era a segregação.</p><p>c) Durante a Idade Moderna, o movimento era de institucionalização.</p><p>d) O Cristianismo foi caracterizado como fase de inclusão.</p><p>e) A contemporaneidade tem como característica a integração e inclusão.</p><p>2. As escolas regulares deverão adequar-se para o recebimento de alunos com</p><p>deficiência. A partir deste pressuposto, assinale as afirmativas abaixo com V (Verdadeira)</p><p>ou F (Falsa) de acordo com o pensamento inclusivo.</p><p>( ) A escola deverá adequar o projeto político pedagógico, a partir da participação de</p><p>todos os envolvidos no processo educacional, para o atendimento a alunos com</p><p>deficiência.</p><p>( ) O projeto político pedagógico deverá deliberar sobre a adequação do currículo,</p><p>flexibilizando-o para o atendimento às necessidades educacionais especiais.</p><p>( ) O projeto político pedagógico deverá ser criado por especialistas em educação</p><p>especial inclusiva para que seja validado, de acordo com a legislação.</p><p>( ) O projeto político pedagógico precisa discutir e decidir sobre mudanças estruturais na</p><p>escola, como adaptações do prédio e mobiliários específicos para atender alunos com</p><p>deficiências diversas.</p><p>a) V; V; F e V</p><p>b) V; V; V e V</p><p>c) V; V; V e F</p><p>d) F; V; V e V</p><p>e) F; F; V e V</p><p>3. A Educação Especial, considerada como uma modalidade da Educação, tem caráter</p><p>inclusivo com especificidades próprias. Com relação à Educação Especial e Inclusiva,</p><p>analise as afirmativas abaixo relacionas à educação inclusiva.</p><p>I - A educação Especial com características transversais a todos os conteúdos e níveis de</p><p>ensino é parte integrante da educação regular.</p><p>II - Os Atendimentos Escolares Especializados, oferecido em salas de recursos</p><p>multifuncionais ou em centros de AEE, tem caráter complementar ou suplementar à</p><p>escolarização.</p><p>III - O Projeto Político Pedagógico da escola deve ser contemplado com ações</p><p>pedagógicas próprias para o atendimento a alunos com ou sem deficiência.</p><p>IV- Dependendo de sua infraestrutura, a escola poderá aceitar ou não o aluno com</p><p>deficiência.</p><p>É correto afirmar que:</p><p>a) II, III e IV apenas.</p><p>b) I, II e III apenas.</p><p>c) I , III e IV apenas.</p><p>d) I e IV apenas.</p><p>e) I, II, III e IV.</p><p>Conclusão</p><p>Bibliografia</p><p>ARANHA (2001). Paradigmas da relação da sociedade com as pessoas com</p><p>deficiência. Revista do Ministério Público do Trabalho, XI (21).</p><p>ARENDT, H. A condição humana Tradução Roberto Raposo. 7. ed. São Paulo/Rio de</p><p>Janeiro: Forense Universitária, 1995.</p><p>CECCIM, Ricardo B., FONSECA, Eneida S. (1999). Classe hospitalar: buscando</p><p>padrões referenciais de atendimento pedagógico-educacional a criança e ao</p><p>adolescente hospitalizados. Revista Integração, MEC/SEESP, ano 9, nº 21, p. 31-39.</p><p>CONED Convenção Interamericana Para Eliminação</p><p>De Todas As Formas De</p><p>Discriminação. Disponível em: https://www.conede.sc.gov.br/</p><p>Convenção Interamericana Para A Eliminação De Todas As Formas De Discriminação</p><p>Contra As Pessoas Portadoras De Deficiência – Guatemala. Gov. Disponível em</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm.</p><p>CORRÊA, N.M. Exclusão social e subjetividade: um estudo sobre a relação deficiência</p><p>visual e trabalho no contexto da globalização. In: IV Congresso Internacional de</p><p>Educação, 2005, São Leopoldo (RS). A educação nas fronteiras do humano. São</p><p>Leopoldo: UNISINOS, 2005.</p><p>CORREA. A M.M. Educação Especial - Vol.1. Disponível em:</p><p>https://canal.cecierj.edu.br/recurso/4597. Acesso 13.07.2021.</p><p>DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS. UNICEF Disponível em:</p><p>https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos. Acesso em 07.</p><p>GUGEL, Maria Aparecida Gugel. Pessoas com Deficiência e o Direito ao Trabalho.</p><p>Florianópolis: Obra Jurídica, 2007.</p><p>LEI Nº 9394/96 – LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL - 1996</p><p>CAPÍTULO V DA EDUCAÇÃO ESPECIAL. MEC. Disponível em:</p><p>http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn2.pdf. Acesso em 12.06.2021.</p><p>MAZZOTTA, M. J. S. A inclusão e integração ou chaves da vida humana.</p><p>CONGRESSO IBERO–AMERICANO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, 3., 1999, Foz do</p><p>Iguaçu, Paraná.</p><p>M;EC. POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA</p><p>EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Disponível em:</p><p>http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf. Acesso: 20.06.21.</p><p>MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. Verbete download.</p><p>Dicionário Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix</p><p>Editora, 2001. Disponível em: https://www.educabrasil.com.br/download. Acesso em 13 jul</p><p>2021.</p><p>MISES, R. A criança deficiente mental uma abordagem dinâmica – RJ; Zahar, 1977</p><p>MANTOAN, Maria Teresa Egler. A Integração de pessoas com deficiência:</p><p>contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon. Editora SENAC,</p><p>1997.</p><p>MONTOAN, M. T. E. A Educação Especial do Brasil: da exclusão à Inclusão.</p><p>Disponível em: http://revista.ibict.br/inclusao/article/view/4030. Acesso: 15.06.2021.</p><p>NEGREIROS, Dilma de Andrade. Acessibilidade Cultural: por que, onde, como e para</p><p>quem? Rio de Janeiro, 2014.</p><p>PASQUALI L. Psicometria: teoria dos testes na psicologia e na educação. Petrópolis:</p><p>Vozes; 2009.</p><p>PESSOTTI, I. (1984). Deficiência mental: da superstição à ciência (Biblioteca de</p><p>Psicologia e Psicanálise, Vol. 4).</p><p>SALAMANCA. Declaração de Salamanca e enquadramento da ação na área das</p><p>necessidades educativas especiais. Conferência mundial sobre necessidades</p><p>educativas especiais: acesso e qualidade. Organização das Nações Unidas para a</p><p>Educação, a Ciência e a Cultura. Ministério da Educação e Ciência de Espanha.</p><p>Salamanca, Espanha, 7-10 de Junho de 1994. Disponível no site:</p><p>http://redeinclusao.web.ua.pt/files/fl_9.pdf. Acesso em 05/07/2021.</p><p>SASSAKI, Romeu Kasumi. Inclusão: Construindo Um a Sociedade Para Todos. 3ª</p><p>edição. Rio de Janeiro: WVA, 1999, 174p.</p><p>SILVA, Otto Marques da. A Epopeia Ignorada: A pessoa Deficiente na História do</p><p>Mundo de Ontem e de Hoje. São Paulo: CEDAS, 1986.</p><p>Conteudista</p><p>Rosaria Maria de Castilhos Saraiva</p><p>Mestre em Psicologia pela Universidade Gama Filho e Mestre em Educação pela</p><p>Universidade Salgado de Oliveira. Especialista em Psicopedagogia, Neuropsicopedagogia</p><p>e Educação Inclusiva. Professora da Secretaria Municipal do Rio de Janeiro e Diretora de</p><p>Escola, durante 25 anos. Professora universitária da Graduação e Pós-graduação,</p><p>presencial e EAD, coordenando os cursos Pós-graduação de Licenciaturas na EAD.</p><p>Elaborou cursos para a Graduação presencial e Pós-graduação EAD.</p><p>e amparo.</p><p>A este respeito, podemos considerar que a humanidade sempre demonstrou, com suas</p><p>práticas, grande dificuldade de lidar com as diferenças.</p><p>O surgimento do Cristianismo modificou, em parte, o pensamento dominante sobre as</p><p>pessoas com deficiência em consequência da divulgação da doutrina cristã, que fora</p><p>difundida em princípio através de pequenos grupos e aos poucos, atingiu enorme</p><p>influência nas sociedades.</p><p>CRISTIANISMO</p><p>Segundo Pessoti (1984), com o advento do Cristianismo, as diferenças passam a receber</p><p>uma melhor compreensão.</p><p>“Graças à doutrina cristã os deficientes começam a escapar do abandono ou da</p><p>"exposição", uma vez que, donos de uma alma, tornam-se pessoas e filhos de Deus,</p><p>como os demais seres humanos (...). Dotado de alma e beneficiado pela redenção de</p><p>Cristo, o deficiente mental passa a ser acolhido caritativamente em conventos ou igrejas,</p><p>onde ganha a sobrevivência, possivelmente em troca de pequenos serviços à instituição</p><p>ou à pessoa "benemérita" que o abriga.”</p><p>PESSOTI (1984)</p><p>Agora, considerados como seres com alma (o que anteriormente não eram reconhecidos</p><p>como possuidores) e com base nos ensinamentos de Cristo e seus apóstolos, as pessoas</p><p>com deficiência passam a sobreviver, porém de forma não mais digna, pois eram</p><p>entendidas como possuidores de poderes especiais, feiticeiros ou bruxos e nasciam</p><p>diferentes por castigos de Deus.</p><p>Saiba mais</p><p>Segundo Gugel (1987), “As crianças que</p><p>sobreviviam eram separadas de suas</p><p>famílias e quase sempre ridicularizadas. A</p><p>literatura da época coloca os anões e os</p><p>corcundas como focos de diversão dos</p><p>mais abastados”.</p><p>A população ignorante encarava o</p><p>nascimento de pessoas com deficiência</p><p>como castigo de Deus. Os supersticiosos</p><p>viam nelas poderes especiais de feiticeiros</p><p>ou bruxos. A literatura da época coloca os</p><p>anões e os corcundas como focos de</p><p>diversão dos mais abastados.</p><p>De acordo com pesquisas históricas, os</p><p>deficientes passaram a ser dotados de</p><p>alma (o que anteriormente não eram</p><p>reconhecidos como possuidor) e</p><p>encaminhados a conventos ou igrejas</p><p>onde sobreviviam em troca de pequenos</p><p>serviços prestados. A segregação era a</p><p>marca das vidas destas pessoas nesta</p><p>época.</p><p>Os princípios de caridade e amor pregados por Cristo foram influenciadores para a</p><p>criação de hospitais destinados ao atendimento das pessoas pobres e com deficiência.</p><p>Estas instituições permaneceram em crescimento e, de maneira geral, estimuladas e</p><p>dirigidas pelo trabalho de freiras e bispos.</p><p>Segundo os historiadores, a partir desta época, a sociedade começa a preocupar-se com</p><p>as pessoas com deficientes e seus rumos. Entretanto, parece claro que estas pessoas</p><p>deveriam ser afastadas do convívio social e desta forma criaram instituições para recebê-</p><p>las, tais como orfanatos, hospitais (manicômios) e outras instituições destinadas a afastar</p><p>as pessoas.</p><p>Assim, demonstram o “amor ao próximo”, tantas vezes exaltado nos ensinamentos de</p><p>Cristo e sentem que cumpriram a missão de compaixão.</p><p>A ambivalência de pensamento e atitudes com relação às pessoas com deficiência</p><p>eram a marca da época. A caridade e o castigo conviviam quando se tratava de ações</p><p>que deveriam ser tomadas. Ganharam abrigo, alimento e “proteção” (ou prisão?).</p><p>Porém, quando incorriam a alguma fala e julgados culpados, a sociedade entendia que</p><p>o indivíduo era endemoniado e deveria ser sacrificado – exorcizado, para que se</p><p>livrasse do mal.</p><p>O mais incrível é que para os membros do clero, o castigo e o exorcismo eram</p><p>entendidos como salvamento da alma, uma vez que o demônio sairia do corpo.</p><p>IDADE MÉDIA E O CASTIGO DE DEUS - Período ENTRE</p><p>OS SÉCULOS V E VII</p><p>Este foi um período de expansão urbana significativo. O aumento da população contribuiu</p><p>para o surgimento de diversas doenças epidêmicas como a peste bubônica, difteria,</p><p>influenza, hanseníase entre outras. Problemas mentais e deficiências diversas também se</p><p>fizeram presente junto às comunidades, especialmente às mais desfavorecidas. Como</p><p>justificativa para estes males, a população continuava alegando que seria castigo de</p><p>Deus, por acreditar que estas pessoas eram fruto de maldições ou bruxarias. Entendia</p><p>ainda, que demônios possuíam tais pessoas e por este motivo Deus descontente</p><p>castigava-os.</p><p>“Assim, conforme relatam Pereira e Saraiva (2009): “A prática de sacrificar as crianças</p><p>que nasciam com membros disformes acabou por regressar e as poucas crianças que</p><p>logravam sobreviver cresciam separadas das demais e eram ridicularizadas ou</p><p>desprezadas”.</p><p>Esta também foi a época de construção de hospitais destinados às doenças e</p><p>deficiências. Entretanto, segundo relato de pesquisas, tais hospitais tornaram-se depósito</p><p>de pessoas pobres que se encontravam à beira da morte, possuidoras de males crônicos</p><p>ou deficiências graves, que lá eram abandonados até a morte.</p><p>Hospitais destinados às doenças e deficiências</p><p>Estes hospitais e os asilos, destinados a receber a população, não eram suficientes</p><p>para acolher a todos que os buscavam. Assim, os excedentes passavam a perambular</p><p>pelas ruas pedindo esmolas e, por sorte, algumas famílias os aceitavam para realizar</p><p>pequenos trabalhos ou para servirem como bobos da corte.</p><p>Ainda nesta época, teve origem a Inquisição Católica (Antigo tribunal eclesiástico</p><p>instituído para investigar e punir contra a fé católica – séculos XIV, XV, XVI) Este tribunal</p><p>da Igreja Católica julgou e determinou a morte por tortura, de inúmeras pessoas</p><p>deficientes em um ritual onde as pessoas eram sacrificadas com a justificativa de que</p><p>deveriam ser eliminadas, por não serem perfeitas e por possuírem o demônio em seus</p><p>corpos.</p><p>Contrariamente a estas práticas, a Reforma Protestante (movimento religioso que teve</p><p>início no século XVI que enfraqueceu o poder da Igreja Católica, fazendo surgir as seitas</p><p>protestantes), impôs a revisão de tais ações e a mudança de comportamento em relação</p><p>às pessoas com deficiência. Assim, em atendimento à proposta protestante, os</p><p>deficientes passaram a ser internados em instituições católicas, mas deveriam ficar</p><p>isoladas, sem convívio social e assim, não mais sacrificadas.</p><p>Esta fase que finaliza o período intitulado Idade Média e ficou conhecido como período de</p><p>SEGREGAÇÃO. Entretanto, entendemos que a segregação atravessou os séculos e</p><p>ainda é encontrada na contemporaneidade, possivelmente com outras formas de</p><p>tratamento aos internos, porém com muitas das características da Idade Média.</p><p>Veremos a seguir, os hábitos e costumes do tratamento dispensados às pessoas com</p><p>deficiência, na Idade Moderna.</p><p>Vídeo</p><p>Acesse o material digital para assistir ao vídeo.</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>1. Em cada época da história, a sociedade destinava um tratamento diferente com</p><p>relação às pessoas com deficiência.</p><p>Assinale a alternativa que afirma corretamente esta visão no período da Antiguidade.</p><p>a) Na Antiguidade, os romanos matavam as crianças que nasciam com alguma</p><p>deficiência, pois as leis amparavam tal prática.</p><p>b) Na Antiguidade, as crianças que nasciam com alguma deformidade eram</p><p>consideradas filhos de Deus e nessa condição seria inaceitável a morte.</p><p>c) Na Antiguidade, devido à falta de conhecimento, todas as doenças mais graves,</p><p>deveriam ser internadas em instituições.</p><p>d) A Antiguidade foi uma época de grande desenvolvimento da medicina e as</p><p>pessoas com deficiência eram consideradas doentes.</p><p>e) Na antiguidade, a pessoa com deficiente era merecedora de abrigo, alimento e</p><p>proteção.</p><p>2. A Idade Média foi um período de expansão urbana significativo. O aumento da</p><p>população contribuiu para o surgimento de diversas doenças epidêmicas como a</p><p>peste bubônica, difteria, influenza, hanseníase, entre outras. Entretanto, o sacrifício</p><p>de crianças que nasciam com deficiência física continuava a existir.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta o tratamento destinado a pessoas com deficiência na</p><p>Idade Média.</p><p>a) As pessoas com deficiência eram internadas em hospitais destinados a pessoas</p><p>com doenças crônicas e deficientes e lá ficavam até a morte.</p><p>b) Os hospitais destinados às doenças e deficiências eram em número suficiente e</p><p>atendiam a toda população de forma eficiente.</p><p>c) As pessoas com deficiência passaram a ganhar abrigo, alimento e não mais eram</p><p>submetidas a castigos.</p><p>d) As pessoas com deficiências passaram a ser integradas à sociedade, terminando o</p><p>período de segregação que perdurou por longos séculos.</p><p>e) A partir da decisão do clero, as pessoas com deficiência, na Idade Média,</p><p>passaram a receber tratamento especializado em suas próprias casas.</p><p>3. Durante os períodos da Idade Média, houve a predominância de um tipo de</p><p>concepção sobre a educação da pessoa com deficiência.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta esta concepção.</p><p>a) Segregação</p><p>b) Exclusão</p><p>c) Inclusão</p><p>d) Integração</p><p>e) Separação</p><p>Módulo 2</p><p>IDADE MODERNA</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Relembrando</p><p>Vimos que na Antiguidade, pessoas com</p><p>deficiência não eram sequer consideradas</p><p>como seres humanos, pois não possuíam</p><p>alma. Ao chegar na Idade Média, o caráter</p><p>metafísico baseado na religião conduziu o</p><p>pensamento da sociedade ao</p><p>entendimento que a pessoa com</p><p>deficiência poderia ser considerada</p><p>demoníaca ou vítima da vingança celeste</p><p>e, conforme Pessoti (1984) “expiador de</p><p>culpas alheias, ou um aplacador da cólera</p><p>divina”.</p><p>A Idade Moderna nos apresenta o método científico. Dessa forma, a deficiência passa a</p><p>ser investigada e na procura por explicações, cientistas chegam a fundamentações de</p><p>que a deficiência teria caráter hereditário ou fruto de resultado de males físicos e mentais.</p><p>Dando continuidade às pesquisas sobre a deficiência, novas hipóteses foram surgindo e a</p><p>“maldição divina” fora substituída por questões biológicas.</p><p>Neste módulo, investigaremos as formas de tratamento destinado às pessoas com</p><p>deficiência na Idade Moderna e os verdadeiros motivos da mudança do Modelo de</p><p>Segregação para o Modelo da Institucionalização.</p><p>Veremos, ainda, os principais pesquisadores da época e suas contribuições no sentido do</p><p>avanço na compreensão das deficiências.</p><p>Vamos, então, ao nosso passeio sobre a deficiência na Idade Moderna. Você entenderá a</p><p>morosidade da evolução do pensamento humano, perceberá o quão difícil fol a mudança</p><p>de paradigmas nesta questão e perceberá a importância da ação docente na militância</p><p>desta causa, para que ela possa evoluir de forma mais acelerada, com vistas a um mundo</p><p>mais justo e humano.</p><p>Na segunda metade do século XVIII e primeira metade do XIX, a Revolução Industrial</p><p>provocou inteiras mudanças nas condições de vida das pessoas.</p><p>1</p><p>Na fase inicial da Revolução Industrial, as condições de vida e trabalho dos trabalhadores,</p><p>chamados de operários, eram de exploração e sacrifício para estes. Trabalhavam em</p><p>excesso, sem condições estruturais – treinamentos, equipamentos de segurança, por</p><p>exemplo. A jornada diária de trabalho variava entre 12 e 18 horas e os salários eram</p><p>muito baixos. Crianças e mulheres recebiam tratamentos ainda mais aviltantes, com</p><p>igualdade de jornada e salários ainda mais baixos.</p><p>2</p><p>Com as precariedades apontadas, os trabalhadores sofriam constantemente acidentes,</p><p>impossibilitando-os da volta ao trabalho. Dessa forma, muitas pessoas passaram a ter</p><p>deficiências provocadas pelas péssimas condições de trabalho, excluindo argumentos</p><p>como “processo biológico” ou “vontade de Deus”. Mutilações eram frequentes, pela</p><p>utilização indevida de maquinários.</p><p>3</p><p>Em consequência, a medicina recebe os acidentados e inicia pesquisas científicas sobre</p><p>o tratamento de tais deficiências (em especial as mutilações) dando origem a Medicina do</p><p>Trabalho. Este olhar da Medicina auxiliou de forma intensa a forma como as deficiências e</p><p>as pessoas com deficiência passaram a ser observadas.</p><p>4</p><p>Nesta época, os estudos sobre as deficiências começaram a se desenvolver e outras</p><p>áreas do conhecimento passaram a auxiliar na compreensão das deficiências, como a</p><p>filosofia e a educação.</p><p>5</p><p>Assim, ganhou força a filosofia Organicista (Teoria segundo a qual as doenças são</p><p>resultadas de lesões em algum órgão – dicionário on-line). Novas ideias foram surgindo e</p><p>sociedade passou a ter posturas diferenciadas em relação à deficiência.</p><p>6</p><p>Entretanto, mesmo nesta época a deficiência mental continuavam a ser consideradas</p><p>como hereditária e incurável e por este motivo, as pessoas com este tipo de deficiência</p><p>eram isoladas em hospícios ou asilos.</p><p>7</p><p>Dessa forma, as pessoas que apresentavam deficiências e que não poderiam ser</p><p>consideradas “úteis” à sociedade, eram transferidas para instituições tais como asilos e</p><p>conventos. A lógica segregacionista permanecia com a força da exclusão.</p><p>8</p><p>A partir do século XIX, foi criada uma instituição para receber e cuidar de pessoas com</p><p>deficiência mental.</p><p>Segundo Aranha (2001):</p><p>“Assim inicia o período intitulado Paradigma Institucional com a criação do primeiro</p><p>hospital psiquiátrico, porém, segundo Amaral (1995) “Estes lugares ainda continuavam</p><p>como locais de confinamento, em detrimento do tratamento. Em última instância,</p><p>instituições eram muito semelhantes às prisões”.</p><p>Em todas as épocas da evolução da humanidade, em todas as sociedades, mesmo com</p><p>os avanços originários do advento da Ciência a partir do século XVIII, as pessoas</p><p>continuavam a não ter acesso a conhecimentos disponíveis sobre concepções mais</p><p>precisas sobre o cérebro, deficiência e suas causas. Até o momento presente, nos parece</p><p>que ainda não conseguimos esse conhecimento com competência, não é mesmo? E em</p><p>relação aos preconceitos? Na maioria dos casos não conseguimos nos desvencilhar, em</p><p>pleno século XXI, dos estigmas da deficiência de tempos remotos.</p><p>Imagina o que acontece quando uma pessoa com alguma deficiência é acometida, por</p><p>exemplo, de um ataque epilético na rua? É quase correto afirmar que um número grande</p><p>de indivíduos não emitirá nenhuma ação de ajuda, por medo, ou preconceito. O mito da</p><p>epilepsia é de que a saliva do epilético é contagiosa, o que já foi superado há tanto</p><p>tempo, mas este fato, vai afastar a maioria dos passantes, pelo medo, preconceito e</p><p>desconhecimento.</p><p>Resposta!</p><p>Entendemos que o que é desconhecido,</p><p>talvez até por um instinto de</p><p>sobrevivência, torna-se ruim e perigoso.</p><p>Mesmo com todos os avanços da</p><p>Medicina, da Neurociências e de outras</p><p>áreas que se preocupam em desvelar os</p><p>mistérios do cérebro, esta máquina</p><p>continua repleta de mistérios.</p><p>Dessa maneira, o desconhecido torna-nos</p><p>vulneráveis e passamos a não saber como</p><p>agir, reagindo de forma intuitiva, fugindo</p><p>da situação. É por este motivo que</p><p>entendemos que compreender sobre as</p><p>especificidades e as diferenças poderá</p><p>nos proporcionar uma forma de contribuir</p><p>para a desmitificação de tantas</p><p>preconcepções sobre a deficiência e</p><p>auxiliar na inclusão que se faz necessária.</p><p>Mas vamos continuar nosso percurso sobre a trajetória das pessoas com deficiências. Os</p><p>movimentos pela compreensão e atendimento aos deficientes, iniciaram na Europa,</p><p>expandindo-se em seguida para os Estados Unidos, em seguida para outros países até</p><p>chegar também no Brasil.</p><p>As pesquisas sobre as deficiências alargaram-se, colaborando para a compreensão das</p><p>deficiências e a integração destas pessoas nos meios sociais e educacionais.</p><p>Itard</p><p>Um dos principais representantes destas pesquisas no século XIX foi o médico, filósofo e</p><p>pedagogo francês Jean Marc Gaspar Itard. Este estudioso, discípulo de Philip Pinel, ficou</p><p>conhecido pela experiência com o menino Vitor Avrygon, “o menino selvagem.”</p><p>Vitor fora abandonado na selva, provavelmente quando ainda era bebê. Desenvolveu-se</p><p>no meio de animais e por este fato, não apesentava comportamento humano. Seguia os</p><p>hábitos dos animais, não falava e não se mantinha de pé.</p><p>Para quem quiser conhecer a história de Vitor e seu encontro com Itard, pode assistir o</p><p>filme: O garoto selvagem – original e legendado - https://vimeo.com/155385147</p><p>Certamente vocês gostarão.</p><p>Assim, Itard foi considerado o “pai da Educação Especial”, pois seu trabalho teve enorme</p><p>repercussão.</p><p>Esquirol</p><p>Em 1818, Esquirol, médico ortopedista propôs a diferença entre demência (doença</p><p>mental) e amência (deficiência mental). Segundo este médico, ser demente significava ser</p><p>louco e ter amência significava ser idiota. Referia-se ao idiota como merecedor de</p><p>atendimento educacional para que fosse superado o estado de idiotice.</p><p>Esquirol estabeleceu a diferença entre o idiota, entendendo-o como possuidor de</p><p>defasagem educacional e consequentemente, atraso intelectual desde a infância e a</p><p>confusão mental, que definia como condição passageira e a loucura que esclarecia como</p><p>perda irreversível da razão e suas funções, segundo MASSOTTI, 1984.</p><p>Belhomme</p><p>Seguindo os fundamentos de Esquirol, Belhomme, no ano de 1824, classificou a</p><p>deficiência mental em idiotia e imbecilidade determinando características significativas</p><p>para 2 graus relacionados a idiotia e 3 graus para a imbecilidade. A estas classificações</p><p>acrescentou a possibilidade de educar os deficientes mentais de acordo com o grau de</p><p>comprometimento.</p><p>Down</p><p>No ano de 1866, surge a publicação de uma obra intitulada Observations on Ethnic</p><p>Classification of Idiot, em Londres, escrita por Langddon Down Esta obra se referia à</p><p>Síndrome de Down, que era intitulada de mongolismo. Esta denominação deu-se em</p><p>função da semelhança das pessoas com esta síndrome e as da raça mongólica.</p><p>Este autor descreveu características comuns a todas as pessoas o que auxiliaria na</p><p>identificação da síndrome: cabelos lisos, escassos, faces planas, alargadas e sem</p><p>proeminências, bochechas redondas e estendidas lateralmente, e outras características</p><p>como pele, pálpebra, lábios e outras características mais. Fruto de intensas pesquisas,</p><p>Down deixou um legado de grande relevância, motivando a biomedicina para novos</p><p>estudos sobre a Idiotia.</p><p>Baseados nestas premissas, surgiram instituições com recursos para a educação e</p><p>cuidados com os deficientes mentais.</p><p>Seguin</p><p>Eduard Seguin, discípulo do Itard, foi o primeiro especialista reconheceu a importância o</p><p>treinamento sensório-motor para o desenvolvimento dos deficientes mentais.</p><p>Montessori</p><p>Outra importante colaboração surgiu da médica italiana Maria Montessori. Em 1987,</p><p>trabalhando como médica assistente em uma clínica psiquiátrica, visitava crianças om</p><p>deficiência. Interessada por esta população, aprimorou os métodos de Itard e Seguin e</p><p>desenvolveu programas destinados a crianças deficientes mentais.</p><p>Sua produção sobre o tema estendeu-se por diversos países, tornando-a uma das figuras</p><p>mais importantes na Educação de Crianças com Necessidades Educativas Especiais.</p><p>Montessori criou sistemas pedagógicos eficazes para o desenvolvimento de crianças com</p><p>deficiência intelectual e, posteriormente, estendeu estes métodos às crianças normais. A</p><p>grande preocupação de Montessori era o desenvolvimento da autoeducação com</p><p>materiais didáticos motivadores, adequando às didáticas as motivações das crianças.</p><p>Uma das maiores contribuições para o entendimento da Deficiência Mental de Maria</p><p>Montessori foi a compreensão de que os métodos didáticos devem preocupar-se com o</p><p>educando integralmente, incluindo suas aspirações, valores e autoestima.</p><p>Segundo Mazzota (1999, p.23), Montessori acreditava que o educador deveria se colocar</p><p>no mesmo nível das crianças, para que pudesse educá-los, definindo 10 regras de</p><p>educação para todas as crianças, incluindo as crianças com deficiências.</p><p>I.</p><p>As crianças são diferentes dos alunos e necessitam ser tratadas de modo diferente.</p><p>II.</p><p>A aprendizagem vem de dentro e é espontânea, a criança deve estar interessada na</p><p>atividade para se sentir motivada.</p><p>III.</p><p>As crianças têm necessidade de ambiente infantil que possibilite brincar livremente, jogar</p><p>e manusear materiais coloridos.</p><p>IV.</p><p>As crianças amam a ordem.</p><p>V.</p><p>As crianças devem ter liberdade de escolha, por isso necessitam de material suficiente</p><p>para que possam passar de uma atividade para outra, conforme o índice de interesse e</p><p>atenção o exijam.</p><p>VI.</p><p>As crianças amam o silêncio.</p><p>VII.</p><p>As crianças preferem trabalhar a brincar.</p><p>VIII.</p><p>As crianças amam a repetição.</p><p>IX.</p><p>As crianças têm senso de dignidade pessoal, assim como não podemos esperar que</p><p>façam exatamente o que mandamos.</p><p>X.</p><p>As crianças utilizam o meio que as cerca para se aperfeiçoar enquanto os adultos usam a</p><p>si mesmo para aperfeiçoar o meio.</p><p>Vale lembrar que Maria Montessori viveu entre 1870 e 1956 (nascimento e morte), sendo</p><p>a primeira mulher médica da universidade italiana.</p><p>Comentário</p><p>Agora, para sua reflexão: Estamos no</p><p>século XXI, será que esta lista atende a</p><p>educação de nossas crianças? Com qual</p><p>você concorda e com qual discorda e por</p><p>quê? Não é um trabalho, apenas uma</p><p>reflexão individual com reflexões pessoais.</p><p>Mesmo que haja divergências de alguma(s) regra(s) não podemos deixar de considerar</p><p>esta médica como uma educadora à frente de sua época. Você concorda?</p><p>Experiências bem-sucedidas voltadas as causas das pessoas com deficiência</p><p>proliferaram pelo mundo.</p><p>Como relatamos até aqui, a sociedade foi evoluindo com novas descobertas científicas,</p><p>relacionadas, principalmente, aos avanços da biologia e da psicologia. Este cenário trouxe</p><p>novas concepções para o desenvolvimento humano, fazendo surgir os estudos</p><p>psicométricos.</p><p>Segundo Pasqualli (2009), “os estudos psicométricos se fundamentam na teoria na</p><p>medida em ciência para explicar o sentido que tem as respostas dadas pelo sujeito a uma</p><p>série de tarefas e propor técnicas de medidas dos processos mentais.”</p><p>Esse estudo teve grande repercussão e foi liderado pelo psicólogo francês Alfred Binet e</p><p>Theodore Simon com o objetivo de medir a capacidade intelectual dos indivíduos.</p><p>Dessa forma, segundo Ceccin (1997), a deficiência mental deixa de ser território</p><p>pertencente à medicina e passa para os domínios da psicologia e da educação,</p><p>significando que a partir de então, os deficientes sairiam dos hospícios para ocupar</p><p>escolas especiais ou comuns.</p><p>A DEFICIÊNCIA E A TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO NA</p><p>AMÉRICA LATINA</p><p>No ano de 1817, nos Estados Unidos, foi fundada a primeira escola pública para surdos.</p><p>Também no Canadá, em 1948, foi fundada uma escola para meninos “surdos-mudos” de</p><p>acordo com Correa (2005).</p><p>Abaixo, o ano e a instituição criada, apresentada por Correa (2005, p.25 e 26) APUD</p><p>MAZZOTA (1999).</p><p>1</p><p>1817</p><p>Escola pública para surdos – Estados Unidos.</p><p>2</p><p>1829</p><p>Escola para crianças cegas – fundada por Valentin Hauy – Estados Unidos.</p><p>3</p><p>1848</p><p>Internato público para deficientes mentais – primeiro internato público – Massachusetts.</p><p>Assim, o mundo Europeu, estimulado pelas iniciativas americanas expandiram a oferta e</p><p>surgiram diversas instituições escolares para crianças com deficiências.</p><p>As primeiras classes especiais, datam de 1986.</p><p>Percebemos que a história da pessoa com deficiência apresentou evolução, ainda que de</p><p>forma lenta.</p><p>Ausência de conhecimentos aliam-se a preconceitos e chegam aos dias de hoje. Apesar</p><p>dos esforços de pesquisadores e estudiosos no tema preocuparem-se com a divulgação</p><p>de esclarecimentos, encontramos ainda, rejeição por parte de grande parte da população.</p><p>Entretanto, é necessário considerar que as críticas que ora pronunciamos são realizadas</p><p>com o pensamento do “presente” e neste caso específico, o passado fica sem direito à</p><p>defesa. Analisamos os fatos à luz do pensamento do momento em que vivemos,</p><p>desconsiderando os valores morais, éticos e comportamentos social de épocas passadas.</p><p>Vídeo</p><p>Acesse o material digital para assistir ao vídeo.</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>1. Os movimentos pela compreensão e atendimento aos deficientes iniciaram na</p><p>Europa, expandindo-se em seguida para os Estados Unidos, em seguida para</p><p>outros países até chegar também no Brasil. As pesquisas sobre as deficiências</p><p>alargaram-se, colaborando para a compreensão das deficiências e a integração</p><p>destas pessoas nos meios sociais e educacionais. Um dos principais</p><p>representantes destas pesquisas no século XIX foi o médico:</p><p>a) Jean-Ovide Decroly</p><p>b) Johann Heinrich Pestalozzi</p><p>c) Friedrich Fröbel</p><p>d) Jean-Jacques Gaspar Itard</p><p>e) Jean-Jacques Rousseau</p><p>2. A médica italiana Maria Montessori acreditava que o educador deveria se</p><p>colocar no mesmo nível das crianças, para que pudesse educá-los, definindo 10</p><p>regras de educação para todas as crianças, incluindo as crianças com deficiências.</p><p>Assinale a alternativa que CORRESPONDE ao pensamento de Maria Montessori.</p><p>a) As crianças não gostam do silêncio, preferem brincar a trabalhar e aceitam bem os</p><p>exercícios de repetição.</p><p>b) As crianças têm necessidade de ambiente infantil que as possibilitem brincar</p><p>livremente, jogar e manusear materiais coloridos.</p><p>c) As crianças utilizam o meio que as cercam para seu aperfeiçoamento, enquanto os</p><p>adultos usam a si mesmo para seu aperfeiçoamento.</p><p>d) As crianças têm senso de dignidade pessoal, assim devemos esperar que façam</p><p>exatamente o que mandamos.</p><p>e) A aprendizagem vem de dentro e é espontânea, por isso, a criança não necessita</p><p>estar interessada na atividade para se sentir motivada.</p><p>3. Ainda durante a idade média, a deficiência mental deixa de ser território</p><p>pertencente à medicina e passa para os domínios da psicologia e da educação,</p><p>significando que a partir de então, os deficientes sairiam dos hospícios para ocupar</p><p>escolas especiais ou comuns a partir de estudos desenvolvidos pelos psicólogos</p><p>Alfred Binet e Theodore Simon.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta o estudo desenvolvido pelos psicólogos citados.</p><p>a. Psicometria</p><p>b. Aberrometria</p><p>c. Dismetria</p><p>d. Polimetria</p><p>e. Craniometria</p><p>Módulo 3</p><p>TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL</p><p>NO BRASIL – SÉCULO XIX</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Neste módulo, iremos dialogar sobre a oficialização da Educação Especial no Brasil, que</p><p>se constituiu oficialmente no início no século XIX, mais especificamente no final da</p><p>década de 60 e início de 70, a partir de muitos debates e lutas de movimentos</p><p>organizados em favor da pessoa com deficiência.</p><p>Assim, a Lei 5692/71, promulgada em 11 de agosto de 1971, aprovou a organização da</p><p>Educação Especial e de Classes Especiais. A educação, então, passou a constituir-se</p><p>como uma modalidade da educação que atravessa todos os níveis e etapas da Educação</p><p>Brasileira.</p><p>Segundo Montoan (2011):</p><p>Podemos, pois, afirmar que a história da educação de pessoas com deficiência no Brasil</p><p>está dividida entre três grandes períodos:</p><p>• de 1854 a 1956 - marcado por iniciativas de caráter privado;</p><p>• de 1957 a 1993 – definido por ações oficiais de âmbito nacional;</p><p>• de 1993... – caracterizado pelos movimentos em favor da inclusão escolar.</p><p>Veremos, então, um breve relato desta trajetória que consolidou a Educação Especial em</p><p>nosso País.</p><p>A PESSOA DEFICIENTE NO BRASIL DO SÉCULO XIX</p><p>Encontramos, na Constituição Federal do Brasil (1824), a garantia da educação primária</p><p>para todos, porém havia artigos privando o deficiente físico ou mental dos direitos</p><p>políticos. Assim, as primeiras iniciativas eram de cunho particular, uma vez que não se</p><p>encontravam inseridas as políticas públicas.</p><p>Muitos países, na época, realizavam e desenvolviam a institucionalização dos deficientes</p><p>mentais com a criação de hospitais e escolas especiais públicas. Entretanto, as políticas</p><p>governamentais brasileiras permaneciam com inteira despreocupação com esta</p><p>população, como se ela não existisse.</p><p>Assim, a Educação Especial teve seu início no Brasil no século XIX. Antes desta época,</p><p>as pessoas com deficiência eram “invisíveis”. A sociedade não se detinha em</p><p>investigações a este respeito, pois entendia a deficiência como condições adversas de</p><p>origem. Atribuíam a deficiência a um desvio anatômico e/ou fisiológico, em relação à</p><p>normal, isto é, uma questão patológica somente.</p><p>Algumas iniciativas particulares de brasileiros influenciados por americanos e europeus,</p><p>despertaram o interesse pelas causas das pessoas com deficiência, uma vez que</p><p>inexistiam políticas públicas voltadas ao atendimento desta população, segundo CORREA</p><p>(2005).</p><p>1</p><p>Século XIX</p><p>No século XIX, autoridades passaram a entender mais de perto o problema vivido pelos</p><p>deficientes e tem início a Educação Especial.</p><p>A Educação, de maneira geral, apresentava problemas de diferentes ordens. Não havia</p><p>escola para todos e a quantidade de analfabetos era grave. A miséria era grande e as</p><p>pessoas com deficiências das classes populares eram as mais castigadas.</p><p>2</p><p>Décadas de 30 e 40</p><p>As décadas de 30 e 40 apresentam mudanças relevantes para a educação brasileira.</p><p>Movimentos nacionais em favor da educação para todos e a expansão do ensino primário</p><p>e secundário promoveram amplas discussões com resultados positivos. Entretanto, a</p><p>Educação Especial ainda não fazia parte das agendas oficiais.</p><p>Acompanhando a discussão, principalmente dos Estados Unidos e da Europa, o tema</p><p>brasileiro em pauta era a não aprendizagem das pessoas “normais¨ e o debate voltava-se</p><p>para reformas educacionais no sentido de minimizar os problemas do fracasso escolar.</p><p>3</p><p>Década de 50</p><p>Somente na década de 50, tem início a discussão sobre os objetivos da Educação</p><p>Especial, promovendo a rápida expansão das escolas públicas para pessoas com</p><p>deficiências, que de forma geral eram entidades comunitárias privadas e sem fins</p><p>lucrativos.</p><p>Durante o desenrolar da década de 50, a preocupação com esta população aumentou e</p><p>foram criadas diversas instituições destinadas a pessoas com deficiência. De maneira</p><p>geral, estas instituições tinham caráter filantrópicos, o que favorecia o governo, pois este</p><p>se desobrigava a cuidar da educação das pessoas com deficiência em escolas públicas.</p><p>Saiba Mais</p><p>Apresentamos, a seguir, importantes instituições voltadas para atender a população</p><p>com deficiência:</p><p>• 1945 – Sociedade Pestalozzi do Brasil.</p><p>• 1954 – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais APAE.</p><p>• 1961 – Federação Nacional da APAES FENAPAES.</p><p>No ano de 1957, o governo assumiu a responsabilidade pelo atendimento a esta</p><p>comunidade em âmbito federal, implantando a campanhas específicas com a finalidade</p><p>deste atendimento.</p><p>Principais campanhas:</p><p>• 1957 – “Campanha para a Educação do Surdo Brasileiro”, destinada a pessoas</p><p>surdas em todo o Brasil.</p><p>• 1958 - “Campanha Nacional da Educação e Reabilitação do Deficiente da Visão”.</p><p>• 1960 - “Campanha Nacional de Educação e Reabilitação de Deficientes Mentais”</p><p>(CADEME).</p><p>4</p><p>Década de 60</p><p>Durante os anos 60, houve grandes investimentos públicos em escolas do Ensino</p><p>Especial, chegando ao número de, aproximadamente, 800 estabelecimentos de ensino</p><p>para os deficientes no ano de 1969.</p><p>5</p><p>Década de 70</p><p>Durante a década de 70, as discussões sobre o tema ampliaram-se no mundo inteiro. A</p><p>integração das pessoas com deficiência tomou a liderança das discussões. No Brasil, os</p><p>debates também intensificaram-se dando início ao período intitulado Institucionalização,</p><p>época em que foi criado o Centro Nacional de Educação Especial – CENESP no ano de</p><p>1973.</p><p>6</p><p>Década de 80</p><p>Inúmeros movimentos mundiais pelos direitos dos deficientes aconteceram a partir dos</p><p>anos 80. No Brasil, estes movimentos tiveram reflexos fortalecendo campanhas</p><p>empreendidas em prol das diferenças e da população marginalizada.</p><p>A sociedade brasileira evolui em pensamento, talvez mais do que na prática efetiva, mas</p><p>de qualquer forma, apresentando evolução em vários contextos.</p><p>Na Constituição Federal de 1988, como repercussão de todo os movimentos em favor das</p><p>pessoas com deficiência, em seu Artigo 208, garante a integração escolar e estabelece a</p><p>obrigação ao atendimento às pessoas com deficiência, preferencialmente em escolas do</p><p>ensino regular do ensino.</p><p>Integração escolar</p><p>O conceito Integrar é entendido como normalizar o aluno com deficiência,</p><p>isto é, colocá-</p><p>lo em sala de aula com os demais alunos e providenciar que aprendam como os</p><p>demais, entendendo que a troca entre os diferentes proporcionará crescimento a todos.</p><p>O aluno com deficiência deveria se adaptar a escola, acompanhando todas as</p><p>atividades propostas.</p><p>Este movimento desprezava suas especificidades, inserindo-os em salas regulares,</p><p>homogeneizando-os, como fazia com os demais alunos.</p><p>De acordo com o histórico da Educação Especial, alguns movimentos mundiais</p><p>estabeleceram o ponto de partida para um melhor entendimento e atendimento às</p><p>pessoas com deficiência.</p><p>Vejamos os principais movimentos com esta finalidade:</p><p>O primeiro documento que referência os direitos humanos foi proclamado pela</p><p>Assembleia Geral das Nações Unidas, em reunião com representantes de vários países,</p><p>no dia 10 de dezembro de 1948. Este importante documentos inspirou as Constituições</p><p>de muitos países.</p><p>Entendemos que leis sejam necessárias, mas pensamos que a sensibilidade do docente</p><p>deverá ser o ponto máximo para que as determinações legais sejam exercidas com</p><p>humanidade.</p><p>Destacamos, a seguir, o Preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, para</p><p>que você possa se inspirar e fortalecer suas ações a favor da inclusão.</p><p>Declaração Universal dos Direitos Humanos</p><p>Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da</p><p>família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da</p><p>justiça e da paz no mundo;</p><p>Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em</p><p>atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade e que o advento de um</p><p>mundo em que mulheres e homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da</p><p>liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais</p><p>alta aspiração do ser humano comum;</p><p>Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império da</p><p>lei, para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a</p><p>tirania e a opressão;</p><p>Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre</p><p>as nações;</p><p>Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos</p><p>direitos fundamentais do ser humano, na dignidade e no valor da pessoa humana e na</p><p>igualdade de direitos do homem e da mulher e que decidiram promover o progresso</p><p>social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla;</p><p>Considerando que os Países-Membros se comprometeram a promover, em cooperação</p><p>com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do</p><p>ser humano e a observância desses direitos e liberdades;</p><p>Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais</p><p>alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso:</p><p>Agora, portanto, a Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos</p><p>Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as</p><p>nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre</p><p>em mente esta Declaração, esforce-se, por meio do ensino e da educação, por</p><p>promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas</p><p>progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e</p><p>a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Países-</p><p>Membros quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. Caso você deseje</p><p>apropriar-se dos Artigos apresentados nesta Assembleia, sugerimos a visita ao site:</p><p>Declaração Universal dos Direitos Humanos Adotada e proclamada pela</p><p>Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III) em 10 de dezembro 1948.</p><p>– publicado pela unicef.org.brazil.</p><p>Bem, esta declaração parece não ter sido contemplada como deveria, por todos os países</p><p>deste Planeta. Assim, surge uma outra assembleia, desta vez destinada à aprendizagem</p><p>a partir de uma das maiores preocupações dos estudiosos e pesquisadores sobre a não</p><p>aprendizagem, fato que preocupava e continua preocupando o mundo.</p><p>Seguindo o preâmbulo, para que você possa se estimular e pesquisar seus artigos.</p><p>DECLARAÇÃO MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO PARA TODOS</p><p>Jomtien, Tailândia, de 5 a 9 de março de 1990.</p><p>Satisfação das Necessidades Básicas de Aprendizagem</p><p>Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da</p><p>família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da</p><p>justiça e da paz no mundo;</p><p>Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em</p><p>atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade e que o advento de um</p><p>mundo em que mulheres e homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da</p><p>liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais</p><p>alta aspiração do ser humano comum;</p><p>Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império da</p><p>lei, para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a</p><p>tirania e a opressão;</p><p>Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre</p><p>as nações;</p><p>Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos</p><p>direitos fundamentais do ser humano, na dignidade e no valor da pessoa humana e na</p><p>igualdade de direitos do homem e da mulher e que decidiram promover o progresso</p><p>social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla;</p><p>Considerando que os Países-Membros se comprometeram a promover, em cooperação</p><p>com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do</p><p>ser humano e a observância desses direitos e liberdades;</p><p>Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais</p><p>alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso.</p><p>Agora, portanto, a Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos</p><p>Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as</p><p>nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre</p><p>em mente esta Declaração, esforce-se, por meio do ensino e da educação, por</p><p>promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas</p><p>progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu conhecimento a</p><p>observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Países-Membros</p><p>quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.</p><p>Especificamente sobre os direitos das pessoas com deficiência, encontramos a</p><p>Conferência Mundial de Educação Especial. Realizada em uma assembleia na cidade de</p><p>Salamanca- Espanha, entre os dias 7 e 10 de junho de 1994, que deixaram registrado o</p><p>preâmbulo abaixo:</p><p>Nós, os delegados da Conferência Mundial de Educação Especial, representando 88</p><p>governos e 25 organizações internacionais em assembleia aqui em Salamanca, Espanha,</p><p>entre 7 e 10 de junho de 1994, reafirmamos o nosso compromisso para com a Educação</p><p>para Todos, reconhecendo a necessidade e urgência do providenciamento de educação</p><p>para as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do</p><p>sistema regular de ensino e reendossamos a Estrutura de Ação em Educação Especial,</p><p>em que, pelo espírito de cujas provisões e recomendações governo e organização sejam</p><p>guiados.</p><p>Esta é uma leitura importante para você professor, conhecer com profundidade esta</p><p>Declaração para que possa agir com segurança com relação à Educação Inclusiva.</p><p>De acordo com a Declaração de Salamanca, todos os alunos que não consolidarem a</p><p>aprendizagem de forma rotineira, por qualquer que seja o motivo, será conceituado como</p><p>aluno com necessidades educacionais especiais.</p><p>Entendemos, dessa forma, que alunos que apresentem dificuldades de aprendizagem ou</p><p>que não consigam avançar nos estudos, repetindo o ano escolar, as que se ausentam da</p><p>escola por serem forçadas a trabalhar, as que vivem em condições de extrema pobreza</p><p>ou desnutridas serão, a partir</p><p>desta Declaração, considerados alunos com “necessidades</p><p>educacionais especiais.”</p><p>Em caso de seu interesse, visite o site: Educa Brasil - Declaração de Salamanca.</p><p>Para contemplar esta enorme preocupação mundial, o Brasil promulgou a LDB 9394/96 e</p><p>em seu capítulo V artigo 58:</p><p>“como modalidade de educação escolar, oferecida, preferencialmente, na rede regular de</p><p>ensino, para educandos portadores de necessidades especiais”.</p><p>Atenção</p><p>Vale ressaltar, que a literatura atual</p><p>substituiu o termo “portador de</p><p>necessidades especiais”, por “pessoa com</p><p>deficiência”.</p><p>No § 1º, do artigo 58, esclarece: “haverá, quando necessário, serviços de apoio</p><p>especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação</p><p>especial”.</p><p>Ao interpretarmos este artigo, podemos observar a importância dada aos alunos com</p><p>deficiência, que até a data da promulgação da lei, não tinham sido favorecidos no Sistema</p><p>de ensino regular e seus espaços eram restritos a instituições especializadas de caráter</p><p>assistencialista.</p><p>Nesta mesma lei, também foram garantidos serviços especializados para o atendimento</p><p>das diferentes deficiências que os alunos pudessem apresentar.</p><p>O artigo 59, também da LDB, garante:</p><p>“Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais</p><p>do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: (Redação dada pela Lei nº</p><p>12.796, de 2013).</p><p>I. currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para</p><p>atender às suas necessidades;</p><p>II. terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para</p><p>a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração</p><p>para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;</p><p>III. professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para</p><p>atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados</p><p>para a integração desses educandos nas classes comuns;</p><p>IV. educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em</p><p>sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade</p><p>de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais</p><p>afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas</p><p>artística, intelectual ou psicomotora;</p><p>V. acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis</p><p>para o respectivo nível do ensino regular”.</p><p>Assim é, que a partir destes documentos tão importantes, seria natural um repensar sobre</p><p>a deficiência, o preconceito e a exclusão.</p><p>O Paradigma de Institucionalização, que já abordamos anteriormente, é substituído, aos</p><p>poucos, pelo Paradigma da Integração.</p><p>Paradigma da Integração</p><p>×</p><p>O percurso da história da Educação Especial aponta a década de 90, no Brasil, como a</p><p>precursora do Paradigma da Integração.</p><p>O conceito Integrar é entendido como normalizar o aluno com deficiência, isto é, colocá-lo</p><p>em sala de aula com os demais alunos e providenciar que aprendam como os demais,</p><p>entendendo que a troca entre os diferentes proporcionará crescimento a todos.</p><p>Também no ano de 1999, foi realizado um importante movimento denominado</p><p>CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE</p><p>DISCRIMINAÇÃO CONTRA AS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA</p><p>(CONVENÇÃO DA GUATEMALA), de 28 de maio de 1999.</p><p>Esta convenção deixa registrado:</p><p>"que as pessoas portadoras de deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades</p><p>fundamentais que outras pessoas e que estes direitos, inclusive o direito de não ser</p><p>submetidas a discriminação com base na deficiência, emanam da dignidade e da</p><p>igualdade que são inerentes a todo ser humano. "</p><p>(CONVENÇAO DA GUATEMALA - 1999)</p><p>Estes e outros documentos trouxeram à luz debates sobre o processo de integração e</p><p>que muito auxiliaram para a compreensão da mudança de pensamento, considerando que</p><p>os alunos com deficiência, integrados em salas regulares, continuavam a não alcançar a</p><p>aprendizagem necessária.</p><p>Em sala de aula, junto com os demais alunos, eram (ou são) separados, pois não</p><p>acompanhavam o desenvolvimento dos conteúdos como os demais alunos.</p><p>Por outro lado, colocados em salas de aula especiais, sem a devida atualização do</p><p>professor que se via obrigado a atender uma quantidade grande de diferentes</p><p>deficiências, sem a infraestrutura necessária, os resultados da aprendizagem da mesma</p><p>forma, não se configuravam.</p><p>Pesquisas e debates continuam fervilhando e chegamos aos séculos XX e XXI.</p><p>Mas essa discussão fica para o próximo módulo.</p><p>Até lá!</p><p>Vídeo</p><p>Acesse o material digital para assistir ao vídeo.</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>1. De acordo com o histórico da Educação Especial, alguns movimentos mundiais</p><p>estabeleceram o ponto de partida para um melhor entendimento e atendimento às</p><p>pessoas com deficiência.</p><p>O primeiro documento que referencia os direitos humanos foi proclamado pela</p><p>Assembleia Geral das Nações Unidas, em reunião com representantes de vários países,</p><p>no dia 10 de dezembro de 1948.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta o referido documento.</p><p>a) Declaração Universal do Direitos Humanos</p><p>b) Declaração de Jomtien (1990).</p><p>c) Declaração de Salamanca (1994).</p><p>d) Convenção da Guatemala (1999).</p><p>e) Declaração Constitutiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.</p><p>2. Os movimentos de integração e normalização apresentam características</p><p>específicas. Analise as respostas abaixo e assinale a que apresenta o conceito</p><p>correto:</p><p>a) Entende-se como característica fundamental do movimento de normalização</p><p>a proposta de compreender o aluno com deficiência como um aluno</p><p>“normal”, inserindo-o em escolas regulares. Este aluno deveria adaptar-se à</p><p>escola.</p><p>b) O movimento de normalização estabelecia que em seu projeto político</p><p>pedagógico, a escola deveria se reorganizar estrutural e pedagogicamente</p><p>para receber os alunos com deficiência, oferecendo suporte para acesso,</p><p>pedagogia e currículo adaptado.</p><p>c) Ambos os processos preveem a inclusão de alunos com deficiência nas</p><p>escolas, não havendo, portanto, diferença de atendimento. O principal</p><p>objetivo da escola no entendimento destes movimentos é o desenvolvimento</p><p>cognitivo saudável destes.</p><p>d) O movimento de integração tinha como pressuposto básico a adaptação do</p><p>aluno no processo educacional. Já o processo de normalização previa a</p><p>adequação dos alunos com deficiência à escola a partir das adaptações da</p><p>escola para recebê-los.</p><p>e) A educação inclusiva compõe-se tanto do modelo de normalização, quanto</p><p>do modelo de integração, uma vez que trabalha em conjunto com todos os</p><p>participantes do cotidiano escolar em prol de um ensino significativo</p><p>oferecido aos alunos com deficiência.</p><p>3. A Conferência Mundial sobre Educação Especial realizada em Salamanca, na</p><p>Espanha, em 1994, teve como principal objetivo:</p><p>a) Promover a atenção em relação às pessoas com Necessidades</p><p>Educacionais Especiais.</p><p>b) Discutir propostas para o currículo de todas as escolas dos países em</p><p>desenvolvimento.</p><p>c) Definir diretrizes para as reformas políticas das escolas públicas dos países</p><p>da Europa.</p><p>d) Chamar atenção dos governos para a situação das pessoas pobres e</p><p>deficientes no mundo.</p><p>e) Fornecer novas diretrizes da Educação para a Educação Especial em todos</p><p>os países.</p><p>Módulo 4</p><p>IDADE MODERNA NO BRASIL</p><p>CONTEMPORÂNEO</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Desde o início do nosso diálogo, você percebeu que a pessoa com deficiência percorreu</p><p>uma longa e demorada trajetória que lhe imputava segregação, maus tratos e</p><p>preconceitos. Pôde constatar, também, através dos fatos históricos apresentados, que o</p><p>cenário social da deficiência foi (e, é) social e historicamente construído e assim, com a</p><p>evolução cultural da humanidade, as formas de compreensão da deficiência foram sendo</p><p>modificadas, mas de forma lenta, até chegar aos dias atuais.</p><p>Os relatos históricos informam, que de forma gradual, os direitos das pessoas com</p><p>deficiência foram sendo conquistados. Desde então, passaram a participar da sociedade</p><p>e a população passou a agir e interagir com estas pessoas surgindo a necessidade de</p><p>integrá-los e aceitá-los.</p><p>Integrá-los</p><p>O termo integração ganhou destaque e diversos pesquisadores e autores dedicaram-se</p><p>a esclarecê-lo, o que foi denominado de Movimento Integracionista. Este movimento</p><p>originou-se na Europa, em consequência, principalmente, ao resultado das duas</p><p>guerras mundiais que se traduziram em um aumento significativo de pessoas com</p><p>deficiências (mutiladas).</p><p>O mundo passou a dar destaque à interação e junto a esse debate, inseriu-se o</p><p>conceito de Necessidades Educacionais Especiais. A preocupação era que as pessoas</p><p>conseguissem conviver em ambientes que lhes proporcionassem condições de</p><p>crescimento favoráveis.</p><p>A partir de agora, vamos tratar do conceito de Integração, procurando esclarecer sua</p><p>trajetória, até chegarmos à Inclusão tão discutida e necessária atualmente.</p><p>MOVIMENTOS INCLUSIVOS NO BRASIL</p><p>CONTEMPORÂNEO</p><p>Explicamos anteriormente que o conceito de integração ganhou o mundo, fazendo parte</p><p>de inúmeras pautas de congressos, simpósios e publicações em todo o Planeta.</p><p>Os países encontraram suas próprias definições para o conceito e algumas diferenças em</p><p>suas práticas. Defesa de escolas especiais, classes especiais em escolas regulares ou</p><p>classes comuns para todos dividiram as opiniões e posições em todo o mundo.</p><p>Em nosso País, o posicionamento com relação à integração também é conflituoso. Vários</p><p>são os fatores que dificultam este entendimento.</p><p>Segundo Correa (Apud MAZZOTA, 1993), “estes fatores se referem ao entendimento do</p><p>seu significado, tanto pelos professores, quanto pelos legisladores, administradores, pais,</p><p>alunos e professores”.</p><p>As dificuldades encontradas pelos professores foram muitas. Algumas expressões dos</p><p>docentes demonstram estas dificuldades.</p><p>“Não estou preparado para receber crianças com deficiência.” “Não sei como adaptar os</p><p>recursos para atendê-los.” “Tenho trinta alunos em turma, como atender a uma criança,</p><p>por exemplo, com TDAH?” “Nós, professores não recebemos apoio de ninguém.”</p><p>Aliadas às expectativas negativas do desenvolvimento da aprendizagem, inserem-se</p><p>estas crianças em turmas regulares, que acabam sendo segregadas e consequentemente</p><p>acabam por desistirem da escola.</p><p>Podemos mesmo afirmar, que a grande dificuldade está em conceitos que carregamos</p><p>enraizados sobre a deficiência desde épocas remotas, o que impede a compreensão</p><p>de: qual a concepção de homem que eu tenho? De que forma, eu docente, sou</p><p>responsável pelo desenvolvimento cognitivo de meu aluno, deficiente ou não? Qual a</p><p>minha responsabilidade humana com um ser que necessita do conhecimento que</p><p>adquiri, para viver e conviver mais dignamente na sociedade?</p><p>São questões que os professores necessitam se fazer, para alcançar o entendimento</p><p>de que é preciso se preocupar com o outro e se questionar a respeito do que preciso</p><p>saber, pesquisar, me aprofundar, para atender a uma criança com deficiência.</p><p>Gosto de reler a citação abaixo, para fincar minhas raízes no processo de inclusão.</p><p>Segundo a filósofa Hannah Arendt:</p><p>A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para</p><p>assumirmos a responsabilidade por ele. É, também, onde decidimos se amamos nossas</p><p>crianças o bastante para não as expulsar de nosso mundo e abandoná-las a seus</p><p>próprios recursos, preparando-as, em vez disso, com antecedência para a tarefa de</p><p>renovar um mundo comum.</p><p>ARENDT (1972. p. 247)</p><p>Bem, chegamos aos dias atuais.</p><p>Como você viu, um século nos separa das primeiras informações sobre as pessoas com</p><p>deficiência. Durante todo este tempo, a sociedade conviveu de forma “pacífica” com estes</p><p>diferentes, desde que se tornassem “invisíveis”.</p><p>A década de 90 nos apresentou severas críticas com relação à integração. Nesta</p><p>concepção, a pessoa com deficiência deveria se adaptar à escola. À escola caberia</p><p>recebê-la e integrá-la, quer dizer: a adaptação deveria ser da criança à escola. Depois de</p><p>estarem internadas em instituições para deficiente (PARADIGMA INSTITUCIONAL), a</p><p>criança com deficiência sai de lá para entrar na escola. Essas crianças, segundo Sassaki.</p><p>(1997), seriam retiradas das instituições e encaminhadas a uma sala de aula (em turma</p><p>regular ou em escolas especiais).</p><p>PARADIGMA INSTITUCIONAL</p><p>Este paradigma sofreu fortes críticas. Uma delas se refere ao fato de que procurava</p><p>“normalizar”, isto é, tornar “normal’ as pessoas com deficiência. Este pensamento foi</p><p>duramente criticado e de acordo com o Documento Escola Viva.</p><p>Dessa forma, integrar significava que o sujeito seria o responsável por sua adaptação,</p><p>receberia da sociedade serviços e recursos para que, tornando-se o mais “normal”</p><p>possível, pudesse contribuir com a comunidade a qual estaria inserido. Conforme</p><p>esclarece o Documento Escola Viva – MEC “como se fosse possível ao homem o “ser</p><p>igual”, e como se ser diferente fosse razão para decretar sua menor valia enquanto ser</p><p>humano e ser social”.</p><p>O movimento de integração recebeu a denominação de PARADIGMA DE SERVIÇO.</p><p>Os debates se acirraram, provocando mudanças no conceito de integração. Muitos</p><p>debates em torno do tema. A partir destas discussões, desenvolveu-se o pensamento de</p><p>que deveria haver disponibilidade de recursos, isto é, suportes e instrumentos que</p><p>garantissem a pessoas com necessidades educacionais especiais acessos a suportes</p><p>necessários ao seu desenvolvimento com ser integral (social, econômico, físico,</p><p>instrumental), conforme esclarecido no documento Escola Viva.</p><p>Assim, surge o movimento de Inclusão e o terceiro paradigma, intitulado PARADIGMA DE</p><p>SERVIÇO.</p><p>Você deve lembrar que o marco da mudança de pensamento e ação, que trataremos a</p><p>partir de agora, deveu-se à Declaração de Salamanca de 1994, que destacou o direito de</p><p>todos à educação.</p><p>Para tanto, precisamos conhecer o conceito de Inclusão, proposto por Montoan (1997,</p><p>p.121):</p><p>Inclusão questiona não somente as políticas e a organização da Escola Especial e</p><p>regular, mas também o conceito de integração mainstreaming. A noção de inclusão é</p><p>compreensível com a de integração, porém institui a inserção de uma forma mais radical e</p><p>sistemática.</p><p>Mainstreamig</p><p>Mainstreamig é um conceito que se refere ao movimento integracionista que defende a</p><p>colocação das crianças com deficiência em serviços educacionais específicos.</p><p>QUADRO COMPARATIVO DAS ABORDAGENS</p><p>HISTÓRICAS SOBRE A DEFICIÊNCIA</p><p>Apresentaremos, a seguir, um quadro comparativo para você relembrar e compreender</p><p>melhor a evolução da história da deficiência.</p><p>ABORDAGEM VISÃO ANTERIOR VISÃO ATUAL</p><p>Enfoque Patológico Inclusão</p><p>Deficiência Doença Necessidade Educacional Especial</p><p>Indivíduo Excepcional Deficiente</p><p>Orientação Terapêutica Educativa</p><p>Intervenção Incapacidade Potencialidades</p><p>Cliente Paciente Sujeito do processo</p><p>Relação cliente-profissional Tratamento Acesso aos recursos disponíveis</p><p>Atendimento Assistencialismo Garantia de direitos</p><p>Relação indivíduo/sociedade Dependência Emancipação</p><p>Tabela 1 - Reprodução do quadro: | Caniziani (Apud CORRÊA, 2005) com adaptação.</p><p>É fato que a inclusão pressupõe uma maior dedicação e até podemos dizer, maior</p><p>trabalho para os professores, não podemos negar. Porém, é necessário refletir sobre o</p><p>imenso benefício para as crianças deficientes e não deficientes relacionados ao</p><p>desenvolvimento cognitivo, social e afetivo. A oportunidade de experenciar a cooperação,</p><p>a empatia, o valor de troca, o aprimoramento do sentimento de compreensão humana</p><p>poderá oportunizar crescimento a todos.</p><p>Entretanto, para que isto venha a acontecer, precisamos uma nova visão de escola, de</p><p>aluno e de ensinar e aprender.</p><p>Vygotsky nos lembra, em diversos momentos em seus livros, que o desenvolvimento</p><p>cognitivo se dá a partir da interação com o outro. Deduzimos, então, que aprendemos</p><p>juntos. E aí, nos confrontamos com o princípio básico da inclusão.</p><p>Mas e as diferenças?</p><p>Somos todos tão diferentes e por que destacar as diferenças, quando não há</p><p>homogeneidade entre os seres humanos?</p><p>Assim, podemos afirmar que a escola, que desenvolve seu trabalho com competências</p><p>respeitando a heterogeneidade entre as relações que se estabelecem em seu cotidiano,</p><p>desenvolve nos alunos o respeito às diferenças e o apresenta ao mundo como ele é, ou</p><p>seja, apresenta um universo composto pela diversidade.</p><p>Precisamos considerar as diferenças, não estigmatizadas como apenas as deficiências,</p><p>mas em seus vários aspectos, tais como sexo, cor, tamanho entre outras e principalmente</p><p>considerar a diferença do ritmo de aprendizagem de cada um.</p><p>Certo é que serão necessárias mudanças radicais. Entre estas mudanças podemos citar,</p><p>por exemplo: programas educacionais apropriados com apoio de equipes</p><p>multidisciplinares.</p><p>Programas educacionais apropriados com apoio de equipes multidisciplinares</p><p>Reconhecemos que o professor não pode assumir sozinho esta responsabilidade. A</p><p>escola necessita do comprometimento de todos os seus segmentos: professores,</p><p>responsáveis, funcionários de apoio, gestão e alunos.</p><p>Preconceitos e práticas discriminatórias necessitam ser banidos através do diálogo</p><p>coletivo entre todos os participantes do processo escolar. Este é o desafio que se impõe</p><p>aos educadores e gestores: a assunção de uma nova prática pedagógica para estar</p><p>frente às exigências de uma sociedade que não mais aceita preconceitos que clama</p><p>pelo direito de todos à educação.</p><p>A escola como uma das agências mais importantes da sociedade, deverá preparar</p><p>todos os alunos para exercer de forma competente sua cidadania e ao mesmo temo,</p><p>prepará-los para receber o aluno com deficiência.</p><p>Hoje, de maneira geral, encontramos alunos com algum tipo de deficiência em todas as</p><p>salas de aula do Ensino Fundamental. Alunos com Autismo e TDAH lideram as</p><p>estatísticas, mas existem também os Downs, Cegos, Surdos e os famosos distúrbios</p><p>como a Dislexia, Dislalia, Discalculia e tantos outros.</p><p>Este número diminui muito no Ensino Médio e praticamente não os encontramos no</p><p>Ensino Superior. Quais seriam os motivos impeditivos para que pessoas com deficiência</p><p>cheguem ao 3º. grau? Uma das hipóteses poderia ser a de que a escola do Ensino</p><p>Fundamental e Médio imputa-lhes a condição de incapazes, fazendo que não tenham</p><p>estímulo para continuar?</p><p>Vamos agora conhecer os atendimentos educacionais que atendem a estes alunos que</p><p>se constitui como um avanço considerável com relação aos direitos das pessoas com</p><p>deficiência.</p><p>SERVIÇOS E ATENDIMENTOS EDUCACIONAIS</p><p>ESPECIALIZADOS</p><p>ATENDIMENTOS EDUCACIONAIS ESPECIALIZADOS</p><p>Encontramos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394/96 de</p><p>20/12/96 em seu capítulo V – Artigo 58º a definição de Educação Especial: “modalidade</p><p>de educação escolar, oferecida principalmente na rede regular de ensino, para</p><p>educando que apresentam necessidades especiais”.</p><p>Assim, entendemos segundo a Lei, que todas as crianças com deficiência deverão ser</p><p>acolhidas em escolas públicas e privadas. Entretanto, apesar de estar expressa em Lei,</p><p>esta determinação merece ser analisada:</p><p>As escolas estão preparadas para receber estes alunos? Rampas, cartazes com</p><p>orientações para alunos com surdez, barras de apoio para alunos com cegueira, entre</p><p>outros recursos existem em todas as escolas? E o mais importante: será que os PPP –</p><p>Projeto Político Pedagógico - foram discutidos e adaptados para este recebimento?</p><p>Estes talvez sejam alguns dos motivos impeditivos, para que a efetiva inclusão</p><p>aconteça.</p><p>O Artigo 59 refere-se à importância de uma transposição didática diferenciada através de</p><p>adaptação curricular, recursos, métodos e técnicas especificas. Estabelece ainda a</p><p>terminalidade para aqueles alunos que não conseguirem terminar os estudos no período</p><p>regular em consequência à deficiência.</p><p>Com relação aos professores, a LDB, ainda em seu Artigo 59, define: as escolas deverão</p><p>contar com “professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para</p><p>atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a</p><p>integração desses educandos nas classes comuns.”</p><p>Sobre isso, Montoan (2017) nos lembra com muita propriedade que:</p><p>“A qualificação do professor para assegurar a operacionalização do ensino de alunos com</p><p>deficiência suscita muitas questões, devidas igualmente à imprecisão do texto legal.</p><p>Acreditamos que mais urgente que a especialização é a formação inicial e continuada de</p><p>professores para atender às necessidades educacionais de todos os alunos, no ensino</p><p>regular, como proposto pela inclusão escolar.”</p><p>Resposta!</p><p>Pensamos que sejam necessárias ambas</p><p>as ações. Assim como a escola precisa se</p><p>responsabilizar por este encaminhamento,</p><p>convidando especialistas nas diferentes</p><p>deficiências para reuniões com</p><p>professores, pessoal de apoio e famílias,</p><p>também é uma questão de</p><p>responsabilidade do próprio professor</p><p>pesquisar e se informar sobre a deficiência</p><p>encontrada em sua turma.</p><p>Não podemos repetir práticas segregadoras, deixando o aluno com deficiência no</p><p>cantinho da sala, rabiscando ou desenhando, enquanto os demais alunos prosseguem no</p><p>desenvolvimento dos conteúdos.</p><p>Encontramos, em várias escolas, crianças com deficiência (principalmente com Autismo</p><p>ou TDAH) passeando pelo parquinho, acompanhada por um auxiliar da escola, porque a</p><p>professora precisa dar continuidade ao seu trabalho com a turma.</p><p>Não estamos aqui culpabilizando somente o docente. Mas é necessário incluir e, para</p><p>isso, é preciso de atualização e propósito com este fim.</p><p>Recomendação</p><p>Para conhecer na íntegra o que falam os</p><p>Artigos 58 e 59 da LDB 9394/96, leia o</p><p>texto na internet.</p><p>LEI Nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996</p><p>LEI Nº 9394/96 – LEI DE DIRETRIZES E</p><p>BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL -</p><p>1996 CAPÍTULO V DA EDUCAÇÃO</p><p>ESPECIAL</p><p>Apresentaremos, agora, sobre os Serviços Especializados.</p><p>Estes serviços, assim como outras opções de atendimento aos alunos com deficiência</p><p>promovidos pela escola deverão estar registrados nos Projetos Pedagógicos e</p><p>obedecerem às orientações oficiais das Secretarias de Educação.</p><p>Regimentos Escolares:</p><p>Classes Comuns</p><p>Este serviço deverá ser realizado com a parceria entre o professor docente e o professor</p><p>de Educação Especial da escola e deverá, ainda, abranger todos os profissionais da</p><p>escola.</p><p>Salas de Recursos</p><p>Este é um serviço de natureza pedagógica e deverá ser realizado em escolas em local</p><p>específico, dotado de equipamentos e recursos adequados, com a regência de um</p><p>professor especializado e poderá ser utilizado por escolas do entorno que ainda não</p><p>tenham em suas escolas este tipo de atendimento. Deverá ser realizado no contraturno,</p><p>isto é, em horário diferente do horário em que o aluno frequenta em sala de aula regular.</p><p>Itinerância</p><p>As Secretarias de Educação ou Órgão responsáveis deverão contar com profissionais</p><p>especializados para realizar a orientação e supervisão pedagógica às escolas através de</p><p>visitas periódicas para acompanhar os alunos que apresentem necessidade educacionais</p><p>especiais e oferecer apoio ao professor regente.</p><p>Professor Intérprete</p><p>São profissionais especializados para o atendimento aos alunos surdos, surdos-cegos e</p><p>outros que necessitem auxílio na comunicação e sinalização.</p><p>Classes Hospitalares</p><p>Definido pela Política Nacional de Educação Especial, este atendimento refere-se a</p><p>“Ambiente hospitalar que possibilita o atendimento educacional de crianças e jovens</p><p>internados que necessitam de Educação Especial e que estejam em tratamento</p><p>hospitalar" (MEC/SEESP, 1994).</p><p>Saiba mais</p><p>Uma equipe multidisciplinar, promoverá a compreensão da situação de desconforto</p><p>vivenciado pela criança e por sua família, promovendo assistência para a melhoria da</p><p>saúde da criança. O apoio pedagógico neste momento, se fará presente através de um</p><p>professor especializado que conduzirá o processo</p>

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