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Resumo sobre Buber

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Martin Buber
Sionista na Alemanha, conciliador em Israel, Martin Buber nasceu em Viena, Áustria, no dia 8 de fevereiro de 1878. Editor do semanário Die Welt, principal órgão de imprensa dos sionistas, e da revista Der Jude, publicação mensal dedicada à comunidade judaica alemã, foi professor da Universidade de Frankfurt am Main. Renunciou ao cargo logo depois da ascensão de Adolf Hitler (1889-1945) ao poder, em 1933. Proibido de dar palestras, ainda fundou um centro de ensino judaico em plena Alemanha nazista.
Abandonou o país um ano antes do começo da Segunda Guerra, em 1938. Mudou-se para Jerusalém, onde foi um dos expoentes do movimento pelo binacionalismo, a defesa de um país habitado tanto por judeus como por árabes. Em 1946, publicou o livro Caminhos da Utopia, em que detalha sua visão de uma Terra Santa compartilhada pelos dois povos dentro das mesmas fronteiras. Traduziu a Bíblia do hebraico para o alemão de 1922 a 1961. Morreu aos 87 anos, em 13 de junho de 1965.
Nascimento: 8 de fevereiro de 1878, Viena, Áustria
Falecimento: 13 de junho de 1965, Jerusalém
Cônjuge: Paula Winkler (desde 1899)
Obra: Eu e tu
Filho: Rafael Buber
Filiação: Elise Wurgast Buber, Carl Buber
A FENOMENOLOGIA DE MARTIN BUBER
A CLINICA
 A perspectiva da clinica Buberiana e suas características, no exercício da prática clinica o psicólogo procura compreender o homem no mundo, buscando uma forma de acompanhá-los em suas necessidades, com objetivos terapêuticos, nas teorias de Buber observa-se o cuidado de Buber em sua visão desse homem na relação com o outro e também a transferência que ocorre entre terapeuta e paciente neste encontro, e onde se processa esta relação, uma vez que tenhamo-nos esse encontro tanto terapeuta quanto paciente serão modificados, assim como, ocorre em todas as reações sob uma perspectiva Buberiana, pois o desenvolvimento para uma escuta cuidadosa, atenta e a crítica visa o estabelecimento de uma relação diferenciada, dialógica, que abre caminho para possibilidade de uma relação EU-TU, um encontro verdadeiro mesmo que fugaz., Neste caminho a clinica fundamenta-se no impulso eminente ao humano do singularizar-se e coloca-se em movimento na presença do outro, nesta forma a pessoa deverá ser vista como totalidade articuladora de sentidos, dotada de uma estrutura ontológica específica que realiza em relação. O olhar do terapeuta se volta para o cliente enquanto se oferece ao encontro, colocando-se ao seu lado nesse processo há de se ter atenção com o diálogo pois tal processo envolve o cliente, corporal, social, espiritual, psicologicamente. Que consiste em um grande desafio pois, acaba ultrapassando as delimitações da psicologia clássica, almeja-se o cuidado com o outro em sua totalidade.
O NÍVEL ESPIRITUAL
 Nele está contido todas as experiências ligadas a razão e a vontade, são atividades que diferenciam daquelas relativas ao psiquismo, pois as pessoas podem controla-las através da reflexão e da decisão, a esfera espiritual é também uma esfera valorativa e nela também são conferidos significados a realidade. A dimensão espiritual está ligada á vivência da liberdade e da responsabilidade que implica em um posicionamento da pessoa diante das relações que a acometem. O nível espiritual engloba ainda, a questão do mistério que atravessa a experiências humanas, apontando para a capacidade de transcendência, o homem sempre transcende a si mesmo, por está continuamente voltado para algo ou alguém fora de si neste movimento, busca também ultrapassar os limites do mundo sensível e relacionar-se com seres que atuam em outra ordem, como deuses, espíritos, energias cósmicas, entre outros buscando significar sua existência. Então considera-se o nível espiritual e fundamenta para psicoterapia uma vez que a existência, além das dimensões intrapessoal e interpessoal, do nível transpessoal manifesta-se a medida em que as pessoas estão permanentemente conectadas umas as outras também no registro espiritual. Na perspectiva buberiana, não é através da transcendência da realidade mundana que se chega ao nível espiritual, mas justamente estando imerso nesta, a partir da relação com o outro. E ao elaborar suas vivências e conferir sentidos ao mundo, singularizando-se, a pessoa transita entre as diversas dimensões, e para que o conteúdo do psiquismo se processe necessita-se de um lugar, e este é o corpo.
PARA BUBER A RELAÇÃO DO EU-TU e EU-ISSO
Acontece na forma original das relações, ou seja para Buber primeiro existe o encontro entre duas pessoas o EU TU e posteriormente a abordagem do EU ISSO ou seja o eu experimental ( homem com o mundo). Para Buber a relação do homem acontece na reciprocidade entre os mesmos, podendo atingir seu grau máximo de generosidade, neste contexto reciprocidade, onde o outro é ver a si mesmo para além da singularidades e abrir o brilho do espelho da alma, o homem não é capaz de compreender-se, não somente quanto EU, mas também como parte do Tu que o compõe. Buber trabalha na tentativa de compreender a inter-humanidade em seu significado maior, mais profundo, com uma percepção singular de como se processa as relações. Nessa perspectiva da reciprocidade nas relações entre os seres e os entes que compõe o mundo. Entre esses aspectos houveram outra lateralidade abordada por Buber que seria Entende-se, assim, que o existir no mundo dependerá da palavra princípio evocada pela pessoa, ou seja, poderá presentificar a relação EU-TU, que se caracteriza por ser um encontro dialógico sempre novo, fugaz e atemporal, ou, então, experiênciar o relacionamento EU-ISSO, que é a atitude monológica de uso e experimentação de uma pessoa sobre coisas. Vale ressaltar, ainda, que cabe ao ser humano instaurar a mais autêntica e genuína relação, que é aquela em que a palavra emitida pelo EU busca o diálogo de reciprocidade com o TU Eterno.
 A relação EU-TU Eterno é o meio através do qual o homem terá a possibilidade de resgatar a essência de seu ser, bem como entrar em relação com o outro, pois "todo TU particular é um reflexo de TU Eterno. É por intermédio de cada TU particular da minha experiência que a palavra primária dirige-se ao TU Eterno" Há que se entender que o estabelecimento desse diálogo com Deus permite o revelar da humanidade e de alternativas para a compreensão dos problemas existenciais ao estar consigo, com o outro e com o mundo.
 O EU tem a possibilidade de entrar em relação dialógica com o TU Eterno por meio de encontro interpessoal, uma vez que Deus é considerado um Deus-pessoa, isto é, além de tudo, Ele é também pessoa e, portanto, acessível à relação EU-TU e jamais passível de ser reduzido a um ISSO. Nesse sentido, não caberá ao homem discorrer sistemática e dogmaticamente sobre Ele, pois o TU Eterno é considerado em sua alteridade absoluta. A significação maior dessa relação não está em descobrir o que Deus é em essência, mas o que é, em relação a ele, ser humano. Para Buber, não importam as diferenciações conceituais entre religiosidade, espiritualidade, fé e crenças, mas sim o modo como o ser humano estabelece a relação com Deus.
O FACE A FACE PARA BUBER
 O face a face fundamentaria que toda relação, e se processa no(entre) que é o espaço que permeia o dar- se e receber, e nessa reciprocidade como ato humano seria, o momento de plenitude da relação como é tratada por Buber, onde o EU é capaz de entregar a sua humanidade para receber a dádiva da vida de viver o outro. Nesse contexto vivencia-se este processo no encontro com o outro nas relações EU TU e pode-se vivencia-la também no EU ISSO quando estamos contemplando a natureza, ouvindo uma musica ou admirando um quadro em tudo que provoque este sentimento.
O SOPRO DO ESPIRITO
 Seria para Buber quando o homem toma consciência da presença do TU como parte da formação do seu eu, num momento de doação e aceitação mutua, onde a vivencia e reciprocidade plena do dialogo e da relação inter-humana do face a face acontece.
A NOSTALGIA DA BUSCA DO VÍNCULO
 Segundo o entendimento de Buber seria a causa primária da palavraprincipio EU-TU advém do momento da concepção, onde dois corpos interagem e se circundam num vinculo que vai além do horizonte do antes. A concepção seria o momento humano da captação da força universal, que é perdida durante o crescimento, pela absorção das coisas do mundo e pela formação dos estados psicológicos da vida pessoal, no entanto o vínculo que se processa no momento conceptivo e eterno, e a busca torna-se infindável.
DENTRO DA PERSPECTIVA BUBERIANA EXISTE DUAS ATITUDES ASUMIDAS PELO EU.
1.	A primeira seria o ser em sua totalidade, no sentido de intereza do ser, em relação a direção da relação reciproca com o Tu. 
2.	E a segunda egóica, onde o outro é um objeto a ser utilizado para deleite do EU.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Buber nos traz uma visão de homem onde ele é na relação com o outro no processo da relação do EU-TU e EU-ISSO, e no TU eterno DEUS. Onde nascemos com potencialidades para o dialogo e na reciprocidade de olhar para o outro, e não nos eclipsarmos nesta relação, sendo que eu só sou na relação com o outro e o outro também em relação a mim. E o vinculo do qual perdemos ao nascermos torna-se a nossa eterna busca e só vivenciamos esse vinculo no face a face, remontando o momento do nascimento, e a relação é amor, não amor égoico e sim amor da reciprocidade emanada pela totalidade do ser potencialmente cósmico. E nas palavras do próprio Buber“ Nos vivemos no fluxo torrencial da reciprocidade universal, irremediavelmente encerrado nela” ( Buber, 1974, 18).
REFERÊNCIAS 
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034
www.scielo.br/pdf/estpsi/v27n1/v27n1a09.pdf
www.institutointersecao.com.br/.../MONOGRAFIA%20BUBER-Zuleid

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