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Inicialmente, o capítulo aborda os filósofos que antecederam Sócrates, os quais apresentaram concepções primordiais acerca da alma. Na visão desses pensadores, a alma não era compreendida como algo eterno ou sagrado, mas sim como uma energia essencial presente tanto nos humanos quanto em outros seres vivos.
Contudo, a perspectiva mais relevante surge com Platão, que introduz a noção de que a alma é eterna e já existia antes do corpo. Platão enxerga a alma como uma essência imortal e dotada de razão que se conecta ao corpo por um período limitado. Para ele, a alma almeja o saber, e sua principal qualidade é a razão, que deve controlar os desejos e os instintos do corpo.
· Pitágoras foi um dos primeiros pensadores a elaborar uma teoria mais elaborada sobre a essência da alma. Sua crença central era a metempsicose, a migração contínua da alma. Ele via a alma como algo eterno que, após a morte, se transferia para outro corpo, possivelmente até renascendo em criaturas animais. A busca da alma deveria ser a purificação através do saber e da autodisciplina.
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Heráclito, notório por sua ênfase na incessante transformação do universo ("tudo se transforma"), também nutria uma visão particular da alma. Ele a considerava uma entidade capaz de metamorfose, ainda que não necessariamente imortal ou perpétua. Para ele, o fogo personificava o princípio vital do cosmos, e a alma se conectava a essa energia de transformação.
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Parmênides, apesar de não abordar diretamente a alma, propôs uma perspectiva mais conceitual e metafísica da realidade. Ele afirmava que a alma, em sua forma mais essencial, deveria se desprender das impressões dos sentidos, tidas como enganosas, e empenhar-se no saber puro, transcendendo o mundo físico.
A isão de Sócrates, embora não tenha deixado escritos próprios, é conhecido por meio dos diálogos de Platão. Sua abordagem sobre a alma era fortemente moral e ética. Para Sócrates, a alma era o centro da identidade humana, e o verdadeiro conhecimento dizia respeito ao cuidado da alma. Ele acreditava que a alma era imortal e que, após a morte, ela seria julgada de acordo com a vida que levou.
O filósofo destacava a importância da dialética (método de questionamento e raciocínio crítico) como meio para purificar a alma e alcançar a verdadeira sabedoria. A busca pelo autoconhecimento e a prática da virtude eram vistas como formas de aprimorar a alma, elevando-a a um estado superior.
A Concepção Platônica da Alma
O capítulo dedica uma seção importante ao filósofo Platão, cuja visão sobre a alma é uma das mais influentes da filosofia ocidental. Platão via a alma como imortal e como a essência do ser humano. Para ele, a alma era composta por três partes distintas:
• A capacidade de raciocínio (nous), que comandava a mente, direcionada à procura da sabedoria e da realidade.
• O ímpeto ou energia (thumos), que se manifestava através da bravura, da determinação e da luta pela equidade.
• A dimensão instintiva (epithumia), relacionada aos anseios e à importância de dominar os impulsos e vontades físicas.
Platão defendia que a alma existia antes de nascer no corpo e, após a morte, retornava ao mundo das ideias. A alma, para Platão, era ligada ao mundo das ideias (onde a verdadeira realidade existia) e ao mundo sensível (onde o corpo vivia). A verdadeira liberdade da alma só seria alcançada quando ela se libertasse das limitações do corpo físico, buscando a verdade eterna e imutável.
A Visão Aristotélica sobre a Alma
Aristóteles, discípulo de Platão, tinha uma concepção diferente da alma. Ele acreditava que a alma não era imortal, nem separada do corpo, mas sim a forma do corpo, ou seja, a alma era o princípio que dava vida ao corpo. Para Aristóteles, a alma era o que tornava os seres vivos distintos dos seres inanimados.
Aristóteles dividiu a alma em três aspectos:
• Nas plantas, encontramos a alma vegetativa, que cuida da nutrição e do desenvolvimento.
• Nos animais, existe a alma sensitiva, que permite sentir e se movimentar pelo ambiente.
• Já nos humanos, a alma racional nos dá a capacidade de raciocinar, entender o mundo e pensar.
Aristóteles tinha uma visão diferente sobre a vida após a morte, pois ele não acreditava que a alma continuasse a existir após o fim do corpo. Para ele, a alma humana desaparecia junto com o corpo, e a capacidade de raciocínio era a parte fundamental da alma. Mesmo sem acreditar na imortalidade, Aristóteles pensava que as atitudes e a conduta das pessoas tinham um impacto na maneira como viviam e na busca por uma alma virtuosa enquanto estavam vivas.
Para finalizar, este primeiro capítulo chega ao fim ressaltando como as ideias sobre a alma eram diversas na antiguidade, misturando religião e filosofia. As opiniões variam bastante, desde a crença de Pitágoras em uma alma que não morre e muda de corpo, até a ideia de Aristóteles de que a alma está ligada ao corpo e à matéria. Essas ideias antigas abriram caminho para debates futuros sobre a essência da alma, dando cada vez mais importância à razão, à moral e à busca por uma vida com virtudes.
CENTRO UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO - UNIBRA
BACHAREL EM PSICOLOGIA
LAÍSA TALIANE SILVA DE OLIVEIRA
MATRICULA : 2025197104
FICHAMENTO DE FILOSOFIA
RECIFE
2025