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Questões resolvidas

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Contemporaneidade
L0218 - (Puccamp)
São evidentes as marcas da linguagem do espaço urbano
moderno na produção literária atual, sobretudo na
poesia. Outdoors, inscrições, pichações, logo�pos, signos
públicos, grafites passam a cons�tuir uma espécie de
comunicação entre as várias camadas da sociedade, dos
empresários aos excluídos, da cultura pop às criações das
grandes agências publicitárias, das manifestações
populares às campanhas polí�cas ou ins�tucionais. Há
uma espécie de fermentação de signos desejosos de
expor seja o rosto triunfante do capitalismo, seja a reação
aos valores que ele propaga – fenômeno a que muitos
poetas contemporâneos se mostram sensíveis.
(SEPÚLVEDA, Alaor, inédito)
 
Nos anos de 50 e 60 do século passado surgiu e
consolidou-se uma vanguarda poé�ca, o Concre�smo,
que assumiu modelos de composição inspirados, por
exemplo, 
a) nos recursos de uma poé�ca clássica pela qual se
valorizavam as narra�vas de cunho mí�co. 
b) no aproveitamento gráfico do espaço e na linguagem
visual dos signos, renunciando a uma sintaxe
tradicional. 
c) na rear�culação mais ousada de versos modernos em
formas tradicionais, como a do soneto. 
d) nas múl�plas formas do poema em prosa, garan�ndo
assim a incorporação de originais narra�vas. 
e) em formas musicais consagradas, como a da sonata,
com destaque para a técnica do contraponto. 
L0324 - (Unicamp)
Em 1961, o poeta António Gedeão publica o livro
Máquina de Fogo. Um dos poemas é “Lágrima de Preta”.
Musicado por José Niza, foi gravado por Adriano Correia
de Oliveira, em 1970, e incluído no seu álbum
“Cantaremos”. A canção foi censurada pelo governo
português.
 
Lágrima de preta
 
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
 
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
 
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
�nha um ar de gota
muito transparente.
 
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
 
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
 
Nem sinais de negro,
nem ves�gios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
(António Gedeão, Máquina de fogo. Coimbra: Tipografia
da Atlân�da,1961, p. 187.)
 
Os versos anteriores ar�culam as linguagens literária e
cien�fica com questões de ordem é�ca e polí�ca.
Considerando o contexto de produção e recepção de
“Lágrima de Preta” (anos 1960 e 1970, em Portugal), o
propósito ar�s�co desse poema é 
1@professorferretto @prof_ferretto
a) inadequado quanto à análise social, ao refutar que
haja racismo e preconceito na sociedade, e incorreto
no aspecto cien�fico, ao descrever as propriedades
químicas de uma lágrima. 
b) inadequado quanto à análise social, ao refutar a
existência de racismo e preconceito na sociedade, mas
correto no aspecto cien�fico, ao descrever as
propriedades químicas de uma lágrima. 
c) per�nente quanto à análise social, ao registrar o
racismo e a preconceito na sociedade, e correto no
aspecto cien�fico, ao descrever as propriedades
químicas de uma lágrima. 
d) per�nente quanto à análise social, ao registrar o
preconceito e o racismo na sociedade, mas incorreto
no aspecto cien�fico, ao descrever as propriedades
químicas de uma lágrima. 
L0326 - (Unicamp)
Para driblar a censura imposta pela ditadura militar,
compositores de música popular brasileira (MPB) valiam-
se do que Gilberto Vasconcelos chamou de “linguagem
da fresta”, expressão inspirada na canção “Festa
imodesta”, de Caetano Veloso.
 
(...)
Numa festa imodesta como esta
Vamos homenagear
Todo aquele que nos empresta sua testa
Construindo coisas pra se cantar
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
E que o otário silencia
Toda festa que se dá ou não se dá
Passa pela fresta da cesta e resta a vida.
 
Acima do coração que sofre com razão
A razão que volta do coração
E acima da razão a rima
E acima da rima a nota da canção
Bemol natural sustenida no ar
Viva aquele que se presta a esta ocupação
Salve o compositor popular
(Gilberto de Vasconcelos, Música popular: de olho na
fresta. Rio de Janeiro: Graal, 1977.)
 
É correto afirmar que, na canção, essa “linguagem da
fresta” transparece 
a) na contradição entre “festa” e “fresta”, que funciona
como crí�ca ao malandro. 
b) na repe�ção de palavras com pronúncia semelhante
para louvar a MPB. 
c) na referência à “fresta” como forma de o compositor
se pronunciar. 
d) na incoerência da rima entre “festa” e “imodesta”
para pres�giar o compositor. 
L0222 - (Mackenzie)
O assassino era o escriba
Meu professor de análise sintá�ca era o �po do sujeito
inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado de sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjunção.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não �nha dúvidas: sempre achava um jeito
assindé�co de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransi�va.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um ar�go indefinido na sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava par�culas exple�vas,
conec�vos e agentes da passiva o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.
Paulo Leminski
 
Sobre o texto de Paulo Leminski todas as alterna�vas
estão corretas, EXCETO
a) a terminologia sintá�ca e morfológica, que em um
primeiro momento é mo�vo de estranhamento,
concede o efeito de humor ao poema.
b) o eu lírico demonstra por meio da composição de
texto pessoal e confessional o seu desconhecimento
grama�cal.
c) nos primeiros sete versos o eu-lírico apresenta seu
professor, que, por meio de suas ações e funções, é
caracterizado como um torturador.
d) entre os versos 8 e 16 o leitor toma consciência de
todos os fracassos que compuseram a vida do
professor.
e) o texto é estruturado em forma de narra�va policial,
mas em função de sua organização gráfica, métrica e
rítmica é considerado um poema.
L0219 - (Enem)
da sua memória
 
2@professorferretto @prof_ferretto
mil
e
mui
tos
out
ros
ros
tos
sol
tos
pou
coa
pou
coa
pag
amo
meu
ANTUNES, A. 2 ou + corpos no mesmo espaço. São Paulo:
Perspec�va, 1998.
 
Trabalhando com recursos formais inspirados no
Concre�smo, o poema a�nge uma expressividade que se
caracteriza pela 
a) interrupção da fluência verbal, para testar os limites
da lógica racional. 
b) reestruturação formal da palavra, para provocar o
estranhamento no leitor. 
c) dispersão das unidades verbais, para ques�onar o
sen�do das lembranças. 
d) fragmentação da palavra, para representar o
estreitamento das lembranças. 
e) renovação das formas tradicionais, para propor uma
nova vanguarda poé�ca. 
L0220 - (Mackenzie)
Acreditei que se amasse de novo
esqueceria outros
pelo menos três ou quatro rostos que amei
Num delírio de arquivís�ca
organizei a memória em alfabetos
como quem conta carneiros e amansa
no entanto flanco aberto não esqueço
e amo em � os outros rostos
 
Qual tarde de maio.
Como um trunfo escondido na manga
carrego comigo tua úl�ma carta
cortada
uma cartada.
Não, amor, isto não é literatura
Ana Cris�na Cesar, “Contagem regressiva” 
 
Assinale a alterna�va correta sobre o fragmento do
poema "Contagem regressiva" 
a) “Contagem regressiva” é um �pico poema da Geração
de 45, etapa do modernismo da qual Ana Cris�na
Cesar, assim como Cecília Meireles e João Cabral de
Melo Neto, fez parte. 
b) O vocabulário precioso, o herme�smo e a
inven�vidade sintá�ca revelam ecos neoparnasianos e
pós-simbolistas no poema “Contagem regressiva”. 
c) A temá�ca amorosa de “Contagem regressiva”
evidencia o quanto a poesia de Ana Cris�na Cesar
apoia uma visão conservadora da polí�ca e das
relações humanas. 
d) O verso como quem conta carneiros e amansa (verso
06) revela a influência da vanguarda surrealista na
poesia de Ana Cris�na Cesar. 
e) “Contagem regressiva” apresenta importantes
caracterís�cas da Poesia Marginal, ou Geração
Mimeógrafo, tais como a coloquialidade e a temá�ca
co�diana. 
L0226 - (Enem)
Sou um homem comum
brasileiro, maior, casado, reservista,
enão vejo na vida, amigo
nenhum sen�do, senão
lutarmos juntos por um mundo melhor.
Poeta fui de rápido des�no
Mas a poesia é rara e não comove
nem move o pau de arara.
Quero, por isso, falar com você
de homem para homem,
apoiar-me em você
oferecer-lhe meu braço
que o tempo é pouco
e o la�fúndio está aí matando
[...]
Homem comum, igual
a você,
[...]
Mas somos muitos milhões de homens
comuns
e podemos formar uma muralha
com nossos corpos de sonhos e margaridas.
FERREIRA GULLAR. Dentro da noite veloz. Rio de Janeiro:
José Olympio, 2013 (fragmento).
 
No poema, ocorre uma aproximação entre a realidade
social e o fazer poé�co, frequente no Modernismo. Nessa
aproximação, o eu lírico atribui à poesia um caráter de 
3@professorferretto @prof_ferretto
a) agregação constru�va e poder de intervenção na
ordem ins�tuída. 
b) força emo�va e capacidade de preservação da
memória social. 
c) denúncia retórica e habilidade para sedimentar sonhos
e utopias. 
d) ampliação do universo cultural e intervenção nos
valores humanos. 
e) iden�ficação com o discurso masculino e
ques�onamento dos temas líricos. 
L0223 - (Enem)
Pessoal intransferível
 
Escute, meu chapa: um poeta não se faz com
versos. É o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é
inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades
pelo menos maiores, é destruir a linguagem e explodir
com ela. Nada no bolso e nas mãos. Sabendo: perigoso,
divino, maravilhoso.
Poetar é simples, como dois e dois são quatro sei
que a vida vale a pena etc. Di�cil é não correr com os
versos debaixo do braço. Di�cil é não cortar o cabelo
quando a barra pesa. Di�cil, pra quem não é poeta, é não
trair a sua poesia, que, pensando bem, não é nada, se
você está sempre pronto a temer tudo; menos o ridículo
de declamar versinhos sorridentes. E sair por aí, ainda
por cima sorridente mestre de cerimônias, “herdeiro” da
poesia dos que levaram a coisa até o fim e con�nuam
levando, graças a Deus.
E fique sabendo: quem não se arrisca não pode
berrar. Citação: leve um homem e um boi ao matadouro.
O que berrar mais na hora do perigo é o homem, nem
que seja o boi. Adeusão.
TORQUATO NETO. Melhores poemas de Torquato Neto.
São Paulo: Global, 2018.
 
Expoente da poesia produzida no Brasil na década de
1970 e autor de composições representa�vas da
Tropicália, Torquato Neto mobiliza, nesse texto, 
a) gírias e expressões coloquiais para cri�car a linguagem
adornada da tradição literária então vigente. 
b) intenções sa�ricas e humorís�cas para delinear uma
concepção de poesia voltada para a felicidade dos
leitores. 
c) frases de efeito e interpelações ao leitor para ironizar
as tenta�vas de adequação do poema ao gosto do
público. 
d) recursos da escrita em prosa e noções do senso
comum para enfa�zar as dificuldades inerentes ao
trabalho do poeta. 
e) referências intertextuais e anedó�cas para defender a
importância de uma a�tude destemida ante os riscos
da criação poé�ca. 
L0221 - (Enem)
Reclame
 
Se o mundo não vai bem
a seus olhos, use lentes
... ou transforme o mundo
 
ó�ca olho vivo
agradece a preferência
CHACAL et al. Poesia marginal. São Paulo: Á�ca, 2006.
 
 
Chacal é um dos representantes da geração poé�ca de
1970. A produção literária dessa geração, considerada
marginal e engajada, de que é representa�vo o poema
apresentado, valoriza 
a) o experimentalismo em versos curtos e tom jocoso. 
b) a sociedade de consumo, com o uso da linguagem
publicitária. 
c) a construção do poema, em detrimento do
conteúdo. 
d) a experimentação formal dos neossimbolistas. 
e) o uso de versos curtos e uniformes quanto à métrica. 
L0217 - (Uel)
A respeito das correlações entre a poesia de Leminski e
os poemas de outras tendências poé�cas, períodos e
es�los de época, considere as afirma�vas a seguir.
 
I. Como o Concre�smo, Leminski perseguiu a
representação e a exaltação da vida material em
detrimento da exposição da subje�vidade.
II. Como o Simbolismo, Leminski adotou desenhos e
experiências gráficas para representar a saturação de
significados e significantes na linguagem poé�ca verbal.
4@professorferretto @prof_ferretto
III. Com a primeira fase modernista, Leminski aderiu ao
poema-piada e aos jogos de palavras, em contraste com
o rigor de outras manifestações poé�cas.
IV. Com a poesia marginal, Leminski compar�lhou a
espontaneidade e a irreverência como aproximações
entre a expressão poé�ca e a vida co�diana.
 
Assinale a alterna�va correta. 
a) Somente as afirma�vas I e II são corretas. 
b) Somente as afirma�vas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirma�vas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirma�vas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirma�vas II, III e IV são corretas. 
L0253 - (Fuvest)
Voltada para o encanto da vida livre do pequeno núcleo
aberto para o campo, a jovem Helena, familiar a todas as
classes sociais daquele âmbito, estava colocada num
invejável ponto de observação. (...)
Sem querer forçar um conflito que, 1a bem dizer, apenas
se esboça, podemos atribuir parte desta grande
versa�lidade psicológica da protagonista aos 2ecos de
uma formação britânica, protestante, liberal, ressoando
3num ambiente de corte ibérico e católico, mal saído do
regime de trabalho escravo. Colorindo a apaixonada
esfera de independência da juventude, reveste-se de
acentuado sabor sociológico este caso da menina ruiva
que, embora inteiramente iden�ficada com o meio de
gente morena que é o seu, o único que conhece e ama,
não vacila em o cri�car com 4precisão e finura notáveis,
se essa lucidez não traduzisse a coexistência ín�ma de
dois mundos culturais divergentes, que se contemplam e
se julgam no interior de um eu tornado harmonioso pelo
5equilíbrio mesmo de suas contradições.
Alexandre Eulálio, “Livro que nasceu clássico”. In: Helena
Morley, Minha vida de menina.
 
O trecho do romance Minha vida de menina que ilustra
de modo mais preciso o que, para o crí�co Alexandre
Eulálio, representa “a coexistência ín�ma de dois mundos
culturais divergentes” é:
a) “Se há uma coisa que me faz muita tristeza é gostar
muito de uma pessoa, pensando que ela é boa e
depois ver que é ruim”. 
b) “Eu �nha muita inveja de ver meus irmãos montarem
no cavalo em pelo, mas agora estou curada e não
montarei nunca mais na minha vida”. 
c) “Já refle� muito desde ontem e vi que o único meio de
ter ves�do é vendendo o broche. Vou dormir esta
noite com isto na cabeça e vou conversar com Nossa
Senhora tudo direi�nho”. 
d) “Se eu não ouvir missa no domingo, como quando
estou na Boa Vista onde não há igreja e não posso
ouvir no Bom Sucesso, fico o dia todo com um prego
na consciência me aferroando”. 
e) “Este ano saiu à rua a procissão de Cinzas que há
muitos anos não havia. Dizem que não saía há muito
tempo por falta de santos, porque muitos já estavam
quebrados”. 
L0254 - (Fuvest)
Voltada para o encanto da vida livre do pequeno núcleo
aberto para o campo, a jovem Helena, familiar a todas as
classes sociais daquele âmbito, estava colocada num
invejável ponto de observação. (...)
Sem querer forçar um conflito que, 1a bem dizer, apenas
se esboça, podemos atribuir parte desta grande
versa�lidade psicológica da protagonista aos 2ecos de
uma formação britânica, protestante, liberal, ressoando
3num ambiente de corte ibérico e católico, mal saído do
regime de trabalho escravo. Colorindo a apaixonada
esfera de independência da juventude, reveste-se de
acentuado sabor sociológico este caso da menina ruiva
que, embora inteiramente iden�ficada com o meio de
gente morena que é o seu, o único que conhece e ama,
não vacila em o cri�car com 4precisão e finura notáveis,
se essa lucidez não traduzisse a coexistência ín�ma de
dois mundos culturais divergentes, que se contemplam e
se julgam no interior de um eu tornado harmonioso pelo
5equilíbrio mesmo de suas contradições.
Alexandre Eulálio, “Livro que nasceu clássico”. In: Helena
Morley, Minha vida de menina.
 
De acordo com Alexandre Eulálio, a protagonista do
romance Minha vida de menina
5@professorferretto @prof_ferrettoa) vivencia um conflito – uma ideia fortalecida por “a
bem dizer” (ref. 1). 
b) apresenta certo vínculo com o protestan�smo – uma
ideia sinte�zada por “ecos de uma formação britânica”
(ref. 2). 
c) formou-se num meio alheio ao trabalho escravo – um
fato referido por “num ambiente de corte ibérico e
católico” (ref. 3). 
d) rejeita as influências do meio em que vive – uma
caracterís�ca revelada por “precisão e finura notáveis”
(ref. 4). 
e) tem a sua lucidez psicológica abalada pelas
ambivalências de sua educação – um traço reiterado
por “equilíbrio mesmo de suas contradições” (ref. 5). 
L0320 - (Unicamp)
O poema abaixo é de autoria do poeta Augusto de
Campos, integrante do movimento concre�sta.
 
 
Nesse poema, nota-se uma técnica de composição que
consiste
a) na disposição arbitrária de anagramas, sem produzir
uma relação de sen�do com o �tulo do poema. 
b) na disposição exaus�va de anagramas, sem produzir
uma relação de sen�do com o �tulo do poema. 
c) na disposição arbitrária de anagramas, para produzir
uma relação de sen�do com o �tulo do poema. 
d) na disposição exaus�va de anagramas, para produzir
uma relação de sen�do com o �tulo do poema. 
L0323 - (Unicamp)
Eu tenho uma ideia.
Eu não tenho a menor ideia.
Uma frase em cada linha. Um golpe de exercício.
Memórias de Copacabana. Santa Clara às três da tarde.
Autobiografia. Não, biografia.
Mulher.
Papai Noel e os marcianos.
Billy the Kid versus Drácula.
Drácula versus Billy the Kid.
Muito sen�mental.
Agora pouco sen�mental.
Pensa no seu amor de hoje que sempre dura menos que
o seu amor de ontem.
Gertrude: estas são ideias bem comuns.
Apresenta a jazz-band.
Não, toca blues com ela.
Esta é a minha vida.
Atravessa a ponte. (...)
(Ana Cris�na Cesar, A teus pés. São Paulo: Companhia das
Letras, 2016, p. 9.)
 
Esse trecho do poema de abertura de A teus pés, de Ana
Cris�na Cesar, 
a) expressa nostalgia do passado, visto que mobiliza
referências à cultura pop dos anos 1970. 
b) requisita a par�cipação do leitor, já que as referências
biográficas são fragmentárias. 
c) exclui a dimensão biográfica, pois se refere a
personagens imaginários e de ficção. 
d) tema�za a descrença na poesia, uma vez que a poeta
se contradiz con�nuamente. 
L0332 - (Unicamp)
Leia os versos iniciais da peça Se correr o bicho pega, se
ficar o bicho come (1966), de Oduvaldo Vianna Filho e
Ferreira Gullar. Em formato de cordel, os versos são
cantados por todos os atores.
 
Texto I
Se corres, bicho te pega, amô.
Se ficas, ele te come.
6@professorferretto @prof_ferretto
Ai, que bicho será esse, amô?
Que tem braço e pé de homem?
Com a mão direita ele rouba, amô,
e com a esquerda ele entrega;
janeiro te dá trabalho, amô,
dezembro te desemprega;
de dia ele grita “avante”, amô,
de noite ele diz: "não vá":
Será esse bicho um homem, amô,
ou muitos homens será?
(Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar, Se correr o
bicho pega, se ficar o bicho come. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1966, p. 3.)
 
Texto II
Observe a charge de Laerte que fez parte da mostra Maio
na Paulista, em 2019.
 
Considerando a relação entre os textos I e II, conclui-se
que a charge
a) resgata a temá�ca do cordel, rompendo com o
impasse vivido pelos personagens. 
b) reafirma o dilema dos personagens da peça,
parafraseando os versos iniciais do cordel.
c) evidencia a tradição popular nordes�na, u�lizando a
imagem para sofis�car os versos.
d) confirma a força transformadora da versificação
popular, reproduzindo-a em imagens. 
L0225 - (Puccamp)
Tiradentes era alguém com todas as caracterís�cas e
ressen�mentos de um revolucionário. Além do mais, ele
se apresentava para o mar�rio ao proclamar sua
responsabilidade exclusiva pela inconfidência. Era óbvia a
sedução que o enforcamento do alferes representava
para o governo português: pouca gente levaria a sério um
movimento chefiado por um simples Tiradentes (e as
autoridades lusas, depois de outubro de 1790,
invariavelmente se referiam ao alferes por seu apelido de
Tiradentes).
MAXWELL, Kenneth. A devassa da devassa. A
Inconfidência Mineira: Brasil e Portugal 1750-1808. São
Paulo: Paz e Terra, 1995, p. 216.
 
A poesia arcádica, frequentada ao tempo
de Tiradentes, foi lembrada com ênfase e vigor, a par das
ideias revoltosas da época, num grande poema do século
XX, 
a) misto de lirismo e de épica histórica, composto por
Cecília Meireles. 
b) em tom de solene nacionalismo, fruto de parceria
entre Mário de Andrade e Cassiano Ricardo. 
c) já em linguagem de vanguarda, por Haroldo de
Campos e Augusto de Campos. 
d) montado em estrutura teatral, pelo poeta maranhense
Ferreira Gullar. 
e) a que não falta um tom de tragédia, concebido como
épica moderna por Manuel Bandeira. 
L0224 - (Puccamp)
Retrato do Brasil: ensaio sobre a tristeza brasileira, de
Paulo Prado (escritor a quem Mário de Andrade
dedicou Macunaíma), é hoje um livro quase esquecido.
Quando saiu, porém, alcançou êxito excepcional: quatro
edições entre 1928 e 1931. O momento era propício para
tentar explicações do Brasil, país que se via a si mesmo
como um ponto de interrogação. Terra tropical e mes�ça
condenada ao atraso ou promessa de um eldorado sul-
americano?
(BOSI, Alfredo. Céu, Inferno. São Paulo: Á�ca, 1988, p.
137)
 
A tendência de se aprofundar o conhecimento do Brasil,
numa linha nacionalista e tropical, no período referido no
texto, está indiciada já em expressões que iden�ficam
obras e grupos literários, tais como 
a) Vamos caçar papagaios e Verde-amarelismo. 
b) A frauta de Pã e Tropicália. 
c) Os sertões e Pós-modernismo. 
d) A cinza das horas e Futurismo. 
e) Sen�mento do mundo e Neoliberalismo. 
L0374 - (Enem PPL)
Alegria, alegria
Que maravilhoso país o nosso, onde se pode contratar
quarenta músicos para tocar um uníssono. (Mile Davis,
7@professorferretto @prof_ferretto
durante uma gravação)
antes havia orlando silva & flauta, e até mesmo no
meio do meio-dia. antes havia os prados e os bosques na
gravura dos meus olhos. antes de ontem o céu estava
muito azul e eu & ela passamos por baixo desse céu. ao
mesmo tempo, com medo dos cachorros e sem muita
pressa de chegar do lado de lá.
do lado de cá não resta quase ninguém. apenas os
sapatos polidos refletem os automóveis que, por sua vez,
polidos, refletem os sapatos.
VELOSO, C. Seleção de textos. São Paulo: Abril Educação,
1981.
 
Quanto ao seu aspecto formal, a escrita do texto de
Caetano Veloso apresenta um(a)
a) escolha lexical permeada por estrangeirismos e
neologismos.
b) regra �pica da escrita contemporânea comum em
textos da internet.
c) padrão inusitado, com um registro próprio, decorrente
da criação poé�ca.
d) nova sintaxe, iden�ficada por uma reorganização da
ar�culação entre as frases.
e) emprego inadequado da norma-padrão, gerador de
incompreensão comunica�va.
L0384 - (Enem PPL)
Reclame
se o mundo não vai bem
a seus olhos, use lentes
... ou transforme o mundo.
 
ó�ca olho vivo
agradece a preferência.
CHACAL. Disponível em: www.escritas.org. Acesso em: 14
ago. 2014.
 
Os gêneros podem ser híbridos, mesclando
caracterís�cas de diferentes composições textuais que
circulam socialmente. Nesse poema, o autor preservou,
do gênero publicitário, a seguinte caracterís�ca:
a) Extensão do texto.
b) Emprego da injunção.
c) Apresentação do �tulo.
d) Disposição das palavras.
e) Pontuação dos períodos.
L0397 - (Enem PPL)
Filha do compositor Paulo Leminski lança disco com
suas canções
“Leminskanções” dá novos arranjos a 24 composições
do poeta
 
Frequentemente, a cantora e compositora Estrela Ruiz
é ques�onada sobre a influência da poesia de seu pai,
Paulo Leminski, na música que ela produz. “A minha
infância foi música, música, música”, responde
veementemente, lembrando que, antes de poeta,
Leminski era compositor.
Estrela frisa a faceta musical do pai em
Leminskanções. Duplo, o álbum soma Essa noite vai ter
sol, com 13 composições assinadas apenas por Leminski,
e Se nem for terra, se transformar, que tem parcerias
com nomes como sua mulher, Alice Ruiz,com quem
compôs uma única faixa, Itamar Assumpção e Moraes
Moreira.
BOMFIM, M. Disponível em:
h�p://cultura.estadao.com.br. Acesso em: 22 ago. 2014
(adaptado).
 
Os gêneros textuais são caracterizados por meio de seus
recursos expressivos e suas intenções comunica�vas.
Esse texto enquadra-se no gênero
a) biografia, por fazer referência à vida da ar�sta.
b) relato, por trazer o depoimento da filha do ar�sta.
c) no�cia, por informar ao leitor sobre o lançamento do
disco.
d) resenha, por apresentar as caracterís�cas do disco.
e) reportagem, por abordar peculiaridades sobre a vida
da ar�sta.
L0567 - (Unicamp)
8@professorferretto @prof_ferretto
 
Considere o diálogo intertextual entre os dois poemas e
assinale a alterna�va correta.
a) O texto II parodia o texto I ao deslocar o tema da
conec�vidade no meio digital para o elogio da
marginalidade como ato heroico.
b) O texto I parafraseia o texto II ao chamar atenção para
a posição marginal imposta a quem resiste à pressão
de viver conectado às redes.
c) O texto II alude ao texto I para reforçar a equivalência
entre as condições de ficar “off-line” e ser “marginal”
em cada contexto.
d) O texto I parodia o texto II para situar como heroico e
transgressivo o ato de se desconectar das redes sociais
no contexto atual.
9@professorferretto @prof_ferretto

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