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ELETROELETRÔNICOS 
AUTOMOTIVOS
SÉRIE AUTOMOTIVA
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ELETROELETRÔNICOS 
AUTOMOTIVOS
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA
Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor de Educação e Tecnologia
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI
Conselho Nacional
Robson Braga de Andrade
Presidente 
SENAI – Departamento Nacional
Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor Geral
Gustavo Leal Sales Filho
Diretor de Operações
SÉRIE AUTOMOTIVA
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ELETROELETRÔNICOS 
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SENAI
Serviço Nacional de 
Aprendizagem Industrial 
Departamento Nacional
Sede
Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto 
Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-
9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
© 2014. SENAI – Departamento Nacional
© 2014. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ-
nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por 
escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de 
Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por 
todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
SENAI Departamento Nacional 
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP
SENAI Departamento Regional de Santa Catarina 
Gerência de Educação – GEDUC
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
S491f 
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional. 
Fundamentos eletroeletrônicos automotivos / Serviço Nacional de 
Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de 
Aprendizagem Industrial. 
Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília : SENAI/DN, 2014. 
210 p. il. (Série Automotiva). 
 
ISBN 978-85-7519-820-9 
1. Automóveis 2. Equipamento eletroeletrônico I. Serviço Nacional de 
Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina II. Título III. 
Série 
CDU: 629.3.0664
 
Ilustrações
Figura 1 - Símbolo universal da tensão elétrica......................................................................................................18
Figura 2 - Caneta de teste de polaridade automotiva .........................................................................................24
Figura 3 - Multímetro automotivo ...............................................................................................................................25
Figura 4 - Osciloscópio automotivo ............................................................................................................................26
Figura 5 - Tipos de ondas expressas pelo osciloscópio .......................................................................................27
Figura 6 - Componentes eletroeletrônicos ..............................................................................................................34
Figura 7 - Resistor ..............................................................................................................................................................36
Figura 8 - Diagrama elétrico sistema de arrefecimento ......................................................................................37
Figura 9 - Diagrama elétrico do sistema de ar interno do veículo ...................................................................38
Figura 10 - Construção de um resistor fixo ..............................................................................................................39
Figura 11 - Cores do resistor indicando resistência ...............................................................................................40
Figura 12 - Velas de aquecimento Diesel ..................................................................................................................41
Figura 13 - Lâmpada automotiva ................................................................................................................................41
Figura 14 - Potenciômetro .............................................................................................................................................42
Figura 15 - Construção de um potenciômetro .......................................................................................................43
Figura 16 - Simbologia de um resistor variável ......................................................................................................43
Figura 17 - Imagem de um semicondutor LDR.......................................................................................................45
Figura 18 - Circuito de um sensor de temperatura do ar ....................................................................................46
Figura 19 - Construção de um capacitor tubular ...................................................................................................47
Figura 20 - Circuito de um capacitor carregado .....................................................................................................48
Figura 21 - Diagrama elétrico do circuito de retificação e utilização do capacitor para filtro ...............49
Figura 22 - Alguns tipos de indutores ........................................................................................................................49
Figura 23 - Tipos de fusíveis ...........................................................................................................................................51
Figura 24 - Cores padrão de fusíveis ...........................................................................................................................52
Figura 25 - Cabos condutores flexíveis ......................................................................................................................53
Figura 26 - Cabo condutor rígido ................................................................................................................................53
Figura 27 - Cabos multipolares .....................................................................................................................................54
Figura 28 - Condutor com malha de blindagem contra interferência ...........................................................54
Figura 29 - Chicote elétrico veicular ...........................................................................................................................55
Figura 30 - Relés .................................................................................................................................................................56
Figura 31 - Construção interna de um relé ...............................................................................................................57
Figura 32 - Terminais de um relé universal ...............................................................................................................57
Figura 33 - Circuito retificador de onda positiva ....................................................................................................58
Figura 34 - Tipos de materiais dos diodos ................................................................................................................59
Figura 35 - Simbologia do diodo .................................................................................................................................59
Figura 36 - Outras formas de simbologia e construção do diodo ...................................................................60
Figura 37 - Formas de polarização de um diodo ....................................................................................................60
Figura 38 - Ponto de ruptura do diodo Zener .........................................................................................................61perceba. Exemplos de resistor são a resistência de um chuveiro elétrico, a 
resistência de um forno elétrico e a resistência de uma lâmpada. Esses itens nada 
mais são do que um resistor de potência, que recebe uma diferença de poten-
cial para exercer determinado trabalho, o conhecido efeito Joule, que vem a ser 
o fenômeno que ocorre quando a resistência aplicada ao componente limita a 
passagem de corrente. Nesse processo, a resistência dissipa calor e faz funcionar 
o eletrodoméstico, esquentando a água do chuveiro, aquecendo o interior de um 
forno elétrico e, em alguns processos, dependendo do produto, faz até gerar a luz 
interna do eletrodoméstico com uma lâmpada incandescente.
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 41
 P
hi
lip
pe
 B
ru
m
 (2
01
3)
Figura 12 - Velas de aquecimento Diesel
Fonte: Thinkstock (2015)
Nos veículos esse dispositivo, o resistor, é utilizado nos faróis dianteiros, lu-
zes de posição, luzes de direção, lanternas traseiras, luzes de freios, entre outros. 
Alguns componentes necessitam de calor para iniciar seu trabalho, como os ve-
ículos diesel, por exemplo, que utilizam velas aquecedoras para esquentar o ar 
que entra no cilindro e melhorar a queima; já nos veículos leves, ele é usado para 
aquecer o elemento sensor da sonda lambda.
Sua construção se dá com um material de alta potência, tendo como caracte-
rística a boa dissipação de calor e incandescência, é constituído por filamentos de 
níquel cromo para gerar calor e tungstênio para a geração de luz.
Gás
Filamento luz alta
Filamento luz baixa
Ampola
Conector
yv
da
vy
d 
([2
0-
-?
])
Figura 13 - Lâmpada automotiva
Fonte: adaptado de Thinkstock (2015)
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS42
3.2.3 RESISTOR VARIÁVEL
Sua característica é a alteração de resistência conforme a necessidade de apli-
cação. É utilizado em milhares de produtos e sistemas, como controle de volume 
do som de TVs e rádios, sensores de posição do acelerador, posição da borboleta 
de aceleração, reguladores de tensão e frequência, entre outros.
A
rs
ol
 C
om
p 
([2
0-
-?
])
Figura 14 - Potenciômetro
Fonte: Bao (2014)
O resistor variável é composto de carvão condutor aplicado em uma trilha de 
circunferência entre 270 e 300 graus aproximadamente. Seu parâmetro de varia-
ção de resistência é de até 300 graus de circunferência.
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 43
Cursor
Resistência
Terminal
Cursor
Terminal Terminal
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 15 - Construção de um potenciômetro
Fonte: Reis ([2013])
Esse componente funciona a partir da aplicação de um diferencial de poten-
cial nos dois extremos da pista de carbono, sendo que uma extremidade é nega-
tiva e a outra recebe uma tensão que pode ser de cinco ou doze volts, conforme a 
necessidade de sinal do sistema. A tensão aplicada na pista resistiva gera um sinal 
no cursor que passa pela trilha fazendo a leitura de tensão em relação à posição 
dele sobre a trilha resistiva. Ele é identificado no sistema por um resistor com um 
traço que se sobrepõe a ele; já o circuito é identificado como um potenciômetro, 
semelhante a um semicondutor variador de resistência.
1
3
2
1 3
2
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 16 - Simbologia de um resistor variável
Fonte: do Autor (2014)
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS44
A resistência entre os dois extremos do potenciômetro pode variar conforme 
a necessidade de aplicação do componente ao sistema.
3.2.4 RESISTORES ESPECIAIS
Você já teve ter ouvido falar, ou visto, veículos que acionam os faróis automa-
ticamente quando há baixa luminosidade, sem que o condutor fizesse qualquer 
movimento, não é? Mas você sabe como isso é possível? E você já se perguntou 
como um resistor pode informar para a unidade de comando do motor a diferen-
ça de temperatura que há no motor? Pois bem, continue estudando e descobrirá 
como isso tudo é possível. 
O nome oficial do LDR, ou Fotoresistor, é Resistor Dependente de Luz, do 
inglês, Light Dependent Resistor, que gerou a sigla LDR, pela qual ele é mais co-
nhecido. Esse componente especial é encontrado nos mais diversos sistemas de 
segurança e, principalmente, no gerenciamento de iluminação. Ele é composto 
por uma trilha condutiva de sulfeto de cádmio, que tem como característica au-
mentar ou diminuir sua resistência interna por meio da luz. Quando há alta influ-
ência de luminosidade em sua face, ele modifica a trilha condutiva, reduzindo-a 
ao máximo, podendo chegar a aproximadamente 100 Ohms, conforme sua fabri-
cação. Quando esta iluminação diminui, o componente se modifica fisicamente, 
aumentando sua resistência na trilha condutiva fazendo a resistência chegar a 
mega Ohms. 
No segmento automotivo esse componente é utilizado de formas diferentes, 
em sensores crepusculares, aqueles que captam a diminuição de luz ao anoite-
cer, no crepúsculo. Quando esses sensores percebem que há uma diminuição de 
luz, os faróis acendem automaticamente. São utilizados em sensores de umidade, 
quando percebem a presença de chuva, gotas de água mudam a direção e inten-
sidade do raio de luz na fotocélula, o que faz acionar os limpadores. E ainda são 
empregados em sistemas de incêndio, quando a fumaça interfere na captação de 
luz pelo sensor, acionam os alarmes de incêndio.
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 45
Simbologia no 
circuito/diagrama
Trilha de Sulfeto 
de Cádmio
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 17 - Imagem de um semicondutor LDR
Fonte: CFQ Online (2014)
Outro tipo de resistor especial é o Resistor PTC (Coeficiente de Temperatura 
Positivo) e o Resistor NTC (Coeficiente de Temperatura Negativo), mais comu-
mente chamados de Termistores, por causa da junção entre as palavras tempe-
ratura e resistência. Sua construção se baseia em uma composição de cerâmica e 
polímeros sintéticos, que permitem uma leitura de temperatura entre os – 90C° e 
150C°. O Termistor não é somente aplicado a veículos, mas também na indústria, 
onde desempenha a função de enviar determinadas informações às centrais de 
gerenciamento de sistemas de proteção sob alta temperatura. Os dados que este 
sistema envia são: temperatura do motor, do ar interno do habitáculo do veículo, 
do ar externo, e assim por diante.
O sensor PTC tem por característica o aumento da sua resistência conforme o 
aumento da temperatura, por isso é mais conhecido como Coeficiente de Tempe-
ratura Positivo. Ele pode ser programado para iniciar a leitura a partir de determi-
nada temperatura. Entretanto, é pouco aplicado aos sistemas, em comparação ao 
sensor NTC pelo fato deste último ser mais facilmente produzido. 
Já o sensor NTC, que tem por finalidade a diminuição da sua resistência confor-
me o aumento da temperatura, é chamado de Coeficiente de Temperatura Nega-
tivo, e é geralmente aplicado a uma grande variedade de sistemas em função da 
larga escala de leitura equilibrada em relação à temperatura lida.
Sua aplicação nos veículos se dá por um circuito divisor de tensão. Em uma 
central de injeção do motor, por exemplo, ele aplica um sinal de referência para o 
termistor; porém, com a variação da temperatura, sofre alteração na resistência, o 
que, por sua vez, modifica a tensão de sinal que, ao retornar para a UCE do motor, 
informa a temperatura de trabalho do que se deseja medir. Para facilitar a com-
preensão de seu funcionamento, observe o circuito a seguir.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS46
Sensor IAT - Circuito
THA
E2
E1E2
ECM
5V
IAT
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 18 - Circuito de um sensor de temperatura do ar
Fonte: Sensor... (2014)
Entenda, a seguir, as siglas empregadas na figura anterior:
• ECM = Unidade de comando do motor;
• IAT = Sensor de temperatura do ar;
• THA = Sinal de retorno do sensor de temperatura;
• E2 = Aterramento do sensor;
• E1 = Aterramento da unidade de comando do motor;
• Seta = Seta entre o resistor interno, a ECM e o THA indica o sinal de tensão para 
a central de injeção, de acordo com a diferença detensão, você sabe qual é a 
temperatura informada pelo sistema.
Em seguida, compreenda as funções do capacitor.
3.3 CAPACITOR
Este componente é comum em qualquer central eletrônica ou, em qualquer 
outro sistema elétrico ou eletrônico do veículo, pois trata-se de um armazenador 
de energia elétrica e, dependendo da sua aplicação no sistema, pode atuar como: 
gerador de energia para motores elétricos, filtro de energia elétrica, bloqueador 
de corrente contínua ou sintonizador de circuitos, entre outros.
Seu trabalho no circuito eletrônico é armazenar energia elétrica, ou melhor, 
carga elétrica, de acordo com o trabalho a ser realizado. O nome dado para essa 
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 47
capacidade é Farad, nome do cientista que descobriu o fenômeno físico para ar-
mazenamento de carga elétrica no circuito, o físico e cientista Michael Faraday.
A variação de construção destes componentes é bastante extensa conforme a 
aplicação no circuito eletrônico, pois há capacitores de variados materiais e tipos, 
como os ajustáveis para sintonização de rádios e circuitos, os de cerâmica e poli-
éster para altas frequências, e os eletrolíticos, entre tantos outros, para proteger 
de picos de tensão e filtros.
Os capacitores mais simples possuem em sua construção básica dois condu-
tores denominados de armaduras, e também um isolante, cujo nome é dielétrico. 
A capacidade de armazenamento de carga elétrica de um capacitor é igualmente 
proporcional ao material e comprimento dos condutores aplicados ao capacitor; 
e quanto maior for o material dielétrico entre as armaduras, ou seja, quanto maior 
a distância entre os dois condutores internos do capacitor, tanto menor será a 
capacidade do componente em armazenar carga elétrica. A seguir, você poderá 
visualizar um capacitor de formato tubular axial, o qual tem seus terminais em 
lados opostos, diferente do radial, que tem a saída dos seus terminais na mesma 
base. Para que tenha maior capacidade de armazenar energia elétrica, a constru-
ção do capacitor se dá por um enrolamento dos condutores, fazendo aumentar 
seu comprimento. O material utilizado na construção desses condutores é o alu-
mínio, já o material usado para fazer o isolamento das armaduras pode variar. Na 
figura a seguir, é possível ver que o isolamento pode ser feito com papel, com 
poliéster, styroflex, etc. 
Metal 
(alumínio)
10nF Dielétrico 
(papel, poliéster, 
styro�e�, etc.)
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 19 - Construção de um capacitor tubular
Fonte: Conheça... (2014)
O cálculo aplicado para verificar a capacitância ou seja, a capacidade de tensão 
e carga que um capacitor tem de armazenar carga elétrica, é:
capacitância (C) = 
carga (Q)
tensão(V)
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS48
Nestes circuitos de corrente contínua, o capacitor opera como um curto quan-
do é alimentado diretamente. Á medida que vai sendo carregado, sua corrente 
diminui, e, então, atua como um circuito aberto. Para melhor exemplificar, veja 
um circuito temporizador e protetor a seguir. Ele funciona como um protetor, 
pois no momento inicial em que o circuito é alimentado, o primeiro componente 
a receber a carga maior da corrente elétrica é o capacitor, evitando assim o pico 
de tensão inicial pelo componente a ser energizado. Assim que o circuito da fonte 
de alimentação é desligado, o capacitor trabalha como uma fonte de energia por 
determinado tempo, cedendo sua carga armazenada ao componente consumi-
dor, como uma lâmpada, por exemplo.
E
i
i
i
r
R C
+Q
-Q
A¹ A²
V
+
-
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 20 - Circuito de um capacitor carregado
Fonte: Ferraro (2013)
Na figura visualizada anteriormente há um circuito simples que ilustra, em A1 
e A2, a diferença de corrente que passa pelo circuito quando ele está fechado, 
iniciando a carga do capacitor, e quando o capacitor está totalmente carregado. 
Note que o capacitor se encontra com carga positiva (+Q) em um dos terminais e 
com carga negativa (-Q), no outro terminal.
Na maioria dos sistemas com corrente alternada, o capacitor trabalha como 
um filtro, semelhante a um resistor no circuito, pois como a corrente alternada é 
senóide¹, e sua onda passa pelo positivo e pelo negativo, o capacitor está sempre 
carregando e descarregando, conforme sua aplicação. Nesses sistemas o capaci-
tor poderá levar mais ou menos tempo para descarregar, variando também, con-
forme sua aplicação no circuito.
Na figura a seguir, veja um capacitor atuando em um circuito retificador de 
tensão, equalizando a onda já separada pelo diodo. No lado superior direito há 
a onda positiva, vinda do circuito retificador. No momento em que o capacitor 
entra em ação, ocorre a equalização da onda, fazendo com que o capacitor fique 
constantemente carregando e descarregando tensão elétrica. Note que o mo-
mento em que o capacitor descarrega, a queda da onda é lenta e proporcional, 
sem queda brusca da onda ao zero.
1 SENÓIDE
Curva representativa das 
variações do seno em 
função do ângulo ou do 
arco.
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 49
Vrede
D1
1N4007
D3
1N4007
D4
1N4007
D2
1N4007
C1
1000uF RL
12,5Ω
Vp
Vmáx
Vmin
VRL
VRL
t
t
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 21 - Diagrama elétrico do circuito de retificação e utilização do capacitor para filtro
Fonte: Projetos Tecnológicos (2014)
3.4 INDUTOR
Na maioria das oficinas mecânicas e em pontos de reparação de circuitos eletrôni-
cos o indutor é conhecido simplesmente como bobina. Ele opera como um acumula-
dor de energia elétrica, bem diferente do capacitor, visto anteriormente, e é aplicado 
na elétrica e eletrônica nos mais diversos sistemas porque tem a função de armaze-
nar a energia elétrica por meio do campo magnético. O indutor é comumente usado 
para aplicação em transformadores, circuitos estabilizadores de tensão e em filtros 
conhecidos como “passa baixa”, nos quais o indutor ignora ondas de alta frequência, 
permitindo somente as ondas de baixa frequência no circuito.
Sua construção é muito simples se comparado a de um circuito integrado, que 
será estudado posteriormente. O indutor é constituído por um fio condutor, ge-
ralmente cobre, enrolado em uma base de ferrite, material magnético que auxilia 
na concentração do campo magnético em relação às linhas de força. O condutor 
de cobre envolve o ferrite em forma de espiras. Sua construção pode variar con-
forme a aplicação.
W
al
di
r S
an
to
s 
Ca
rd
os
o 
(2
01
3)
Figura 22 - Alguns tipos de indutores
Fonte: Cardoso (2014)
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS50
3.5 FUSÍVEL
É bem possível que você já tenha ficado parado na estrada por algum problema 
com este componente. O fusível, que funciona como um protetor do circuito, é, 
na verdade, um dispositivo bem simples no que diz respeito a sua construção 
e suas características de funcionamento. Ele atua como um protetor do sistema 
elétrico e eletrônico veicular, pois impede a passagem de uma alta corrente pelo 
circuito, fazendo com que determinado sistema fique com seu circuito aberto 
para evitar uma circulação excessiva de corrente elétrica que poderia causar da-
nos ao veículo ou fazer com que parasse totalmente de funcionar. 
Ele é feito com uma liga metálica com baixíssimo ponto de fusão, na maioria 
das vezes, com chumbo, mas eventualmente com zinco. Quando ocorre a pas-
sagem de uma corrente muito alta, que ultrapassa o valor para o qual o fusível 
foi construído para operar, ocorre o efeito Joule, que faz o componente se partir, 
para assim evitar uma série de problemas, como um curto circuito no sistema, 
um superaquecimento, uma sobrecarga de energia, um incêndio, a queima de 
determinado componente atuador, ou ainda, problemas nas centrais de geren-
ciamento. 
Os fusíveis são vários, para cada necessidade, como na construção, na indús-
tria etc., há um tipo específico. No meio veicular os fusíveis podem variar no seu 
ponto de fusão em relação à inércia do seu aquecimento, ou seja, quanto maior 
a calibraçãode corrente da construção de um fusível em relação à corrente a ele 
aplicada, tanto maior, ou menor, será o tempo que levará para se partir.
 CURIOSIDADE
Alguns veículos possuem um fusível específico 
para transporte quando sai da montadora para as 
lojas. Este fusível é responsável por alimentar de-
terminados sistemas evitando assim um consumo 
sem necessidade de corrente elétrica enquanto o 
veículo está sendo transportado, podendo levar 
dias da montadora até uma concessionária.
Os fusíveis podem ser localizados em qualquer ponto do veículo. Em determi-
nados circuitos eles estão no vão do motor, envoltos, geralmente, por uma caixa 
de plástico protegendo-os contra água e sujeira; eles também podem estar no 
interior do veículo, geralmente do lado esquerdo do motorista, abaixo do painel; 
em outros modelos, podem estar localizados no porta malas, no meio do chicote 
com formato cilíndrico, e em vários outros lugares, como junto ao módulo de 
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 51
som ou em outros equipamentos de adaptação. A seguir, você poderá visualizar 
alguns tipos de fusíveis, como o cilíndrico, o mini fusível, o maxi fusível, o fusível 
por lâmina, entre outros.
Te
ka
bo
s 
([2
0-
-?
])
Figura 23 - Tipos de fusíveis
Fonte: Tekabos... (2014)
Outro detalhe em relação aos fusíveis é o de sua aplicação. Em alguns veícu-
los os fusíveis são conhecidos como termofusíveis ou interruptores térmicos, pois 
têm a característica de ficar ao lado externo de algum componente para monito-
rar a temperatura. Ao exceder uma dada temperatura, previamente especificada, 
o fusível abre seu contato, evitando a passagem de corrente elétrica. No momen-
to em que a temperatura volta a se estabilizar, o fusível passa a conduzir corrente 
elétrica no circuito outra vez.
Outra questão importante relacionada aos fusíveis é a padronização de suas 
cores em relação a sua corrente de aplicação. Se você checar a caixa de fusíveis de 
um veículo, verá que a corrente de aplicação deles está impressa na parte supe-
rior, junto da sua coloração, para facilitar a visualização quando a caixa se encon-
tra em local de difícil acesso. Desta forma, em determinados sistemas já é possível 
identificá-los pela cor, como o 5A laranja claro, o 7,5A marrom, o 10A vermelho, 
o 15A azul, o 20A amarelo, o 25A cristal, o 30A verde, o 40A laranja e assim por 
diante.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS52
Ba
o 
(2
01
4)
Figura 24 - Cores padrão de fusíveis
Fonte: Bao (2014)
3.6 CONDUTOR ELÉTRICO
O condutor elétrico é todo e qualquer elemento que possua capacidade de 
conduzir eletricidade através de sua estrutura. Ele é utilizado em fábricas, residên-
cias, ruas, subsolos, veículos, eletroeletrônicos domésticos em geral, bem como 
em milhares de outras aplicações.
O condutor elétrico pode ser desde um condutor elétrico simples até a água 
(com acréscimo de substância para maior condutividade), placas metálicas e tri-
lhas de cobre em placas de circuito eletrônico. Um ótimo exemplo é o próprio 
chassi do veículo, que leva o polo negativo da bateria a qualquer ponto do chassi 
do automóvel para que, em caso de necessidade de terra, o mecânico possa fazer 
a instalação de um ponto de iluminação traseira, facilitando muito o trabalho e 
evitando mais custos com a adição de condutores que transpassem o veículo.
Há vários tipos de condutores no meio veicular. A construção deles é feita por 
um agrupamento de fios entrelaçados, geralmente de cobre ou alumínio, que 
são excelentes condutores de pequena espessura, e envoltos em um material iso-
lante, geralmente de teflon, policloreto de vinilo e silicone especial, o que evita 
contato dos cabos entre si ou com outras partes do veículo. Estes condutores são 
conhecidos como condutores flexíveis por causa do material de que são feitos e 
por sua construção. Essa característica permite um melhor manuseio na constru-
ção do veículo e suporta repetidas movimentações sem quebrar ou alterar sua 
estrutura; tendo em vista que o veículo sofre constantemente trepidações. Como 
você deve imaginar, esse componente é muito aplicado na suspensão e no mo-
tor, entre outros. Veja a figura a seguir, que ilustra a composição de cabos condu-
tores flexíveis.
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 53
m
sk
.n
in
a 
([2
0-
-?
])
Figura 25 - Cabos condutores flexíveis
Fonte: Thinkstock (2015)
Já os cabos condutores rígidos raramente são aplicados aos veículos, pois pos-
suem somente um condutor elétrico de maior espessura envolto por uma capa 
isolante. Geralmente são aplicados na construção civil, em residências em geral, 
pelo fato de não serem maleáveis e poderem facilmente ser partidos se forem 
continuadamente dobrados. Veja a figura a seguir.
de
m
ar
co
-m
ed
ia
 ([
20
--
?]
)
Figura 26 - Cabo condutor rígido
Fonte: Thinkstock (2015)
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS54
Os condutores elétricos são também denominados unipolar e multipolares, 
que nada mais são do que mais de um cabo condutor envolto de um segundo 
isolador, levando estes condutores isoladamente juntos por meio de um cabo 
único aplicado a vários sistemas, como equipamentos elétricos e eletrônicos e 
construções em geral.
ul
ka
n 
([2
0-
-?
])
Figura 27 - Cabos multipolares
Fonte: Thinkstock (2015)
A parte construtiva do condutor elétrico é aplicada, geralmente, em antenas 
de rádio e TVs para evitar interferências externas e nos veículos, em sensores de 
rotação e em sinais do sensor de oxigênio. 
O condutor elétrico recebe um isolamento, que depois é coberto por uma ma-
lha de blindagem, geralmente de cobre, ligada ao terra, o que evita interferências 
de eletromagnetismo e outras frequências, e, por fim, envolto novamente por um 
isolador, como você pode ver na figura a seguir.
Re
de
s 
&
 C
ia
 (2
01
1)
Figura 28 - Condutor com malha de blindagem contra interferência
Fonte: Botossi (2012)
Nos veículos, o nome dado aos grandes conglomerados de condutores elétri-
cos é “chicote elétrico” (esse nome é muito difundido pelos reparadores automo-
tivos), pelo fato de vários condutores se agruparem a ponto de formar uma alta 
concentração de cabos e fios devidamente isolados, atravessando o vão do motor 
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 55
e o automóvel por inteiro. Essa concentração de condutores elétricos sai da parte 
da frente do veículo e atravessa-o até a parte traseira para poder fazer ligações de 
outros componentes que precisam ser acionados por sinais de centrais ou neces-
sitam de alimentação elétrica. Nos extremos desses condutores dos chicotes há 
conectores elétricos já acoplados aos circuitos.
D
el
ph
i (
[2
0-
-?
])
Figura 29 - Chicote elétrico veicular
Fonte: Delphi Corporation (2014)
Você deve estar sempre muito atento à aplicação dos condutores elétricos nos 
veículos, pois quanto maior a espessura do condutor aplicado, tanto menor será a 
resistência para a passagem da corrente elétrica. Sendo assim, é correto dizer que 
quanto maior for o comprimento do condutor, tanto maior será a resistência elé-
trica do condutor. Por exemplo: suponha que um condutor de 1 (um) metro tem a 
resistência de 1 (um) Ohm; se você distribuir este condutor no veículo, utilizando 
5 (cinco) metros de fio, terá um condutor de cinco metros com a resistência de 
cinco Ohms. Ou seja, o aumento da resistência é proporcional ao comprimento 
do condutor.
3.7 RELÉ
Este componente está aplicado na grande maioria dos veículos automotivos, 
pois atua como um protetor do sistema onde uma energia eletromagnética acio-
na um interruptor metálico.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS56
Sc
he
rv
en
sk
i F
ilh
o 
(2
01
4)
Figura 30 - Relés
Fonte: Bao (2014)
Para o acionamento de componentes que necessitam de uma alta corrente 
de consumo, como por exemplo a bomba de combustível, o relé consome certa 
corrente para trabalhar, em torno de 5 a 10 amperes, podendo variar conforme a 
construção da bomba.
Sabe-se que o componente responsável pelo acionamento da eletrobomba 
de combustívelé a central de gerenciamento do motor, mas por meio do relé 
da bomba. Então, imagine uma corrente de 10 amperes passando por dentro de 
um circuito eletrônico. Se durante a passagem dessa corrente acontecesse algum 
problema com os componentes eletrônicos, o relé é que protegeria o circuito. 
Apesar de ele funcionar usando uma baixa corrente, ele consegue acionar um 
campo eletromagnético que permite a passagem de uma alta corrente. Sua bobi-
na é acionada por meio de miliamperes.
Desta forma, a unidade de gerenciamento do motor utilizada como exemplo 
aciona o relé responsável por alimentar positivamente a bomba de combustível 
por meio de uma corrente muito baixa em um dos quatro terminais do relé, que, 
corresponde a uma extremidade da bobina. Quando a outra extremidade da bo-
bina está aterrada, gerando uma diferença de potencial entre seus dois terminais, 
sendo eles 85 e 86, esse enrolamento induz um campo eletromagnético atraindo 
o contato de uma chave metálica que permite a passagem de corrente nos dois 
terminais restantes do relé. O terminal 30 recebe uma alimentação direto da ba-
teria e ao fechar contato transmite a tensão positiva saindo pelo terminal 87. A 
seguir veja o exemplo de construção de um relé simples de quatro terminais.
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 57
C
F
G
B
i
i
i i
M
E
N A
D
A – Armadura da bobina
B – Indutor ou Bobina de acionamento
C – Contato móvel
D – Haste de contato
E – Terminal 87 Saída da corrente elétrica para Bomba
F – Contato xo
G – Terminal 30 Entrada de tensão elétrica proveniente da bateria
M – Mola auxiliar de retorno (algumas construções possuem somente carga da 
chapa metálica como retorno)
N – Núcleo de ferro
I – Corrente elétrica
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 31 - Construção interna de um relé
Fonte: Centro... (2014)
Existem também os relés de acionamento básico com cinco terminais, o ter-
minal extra nos relés é denominado como 87a e é onde o contato móvel fica em 
repouso quando a bobina não está energizada. Essas numerações impostas aos 
terminais dos relés seguem a norma DIN72552, e podem variar conforme suas 
aplicações em veículos ou placas de circuito. Veja na figura a seguir que em al-
guns relés o circuito interno está impresso na capa plástica, o que facilita a visua-
lização do seu funcionamento.
12v 40/30 A
4 terminais
86 87 85
30
12v 40/30 A
5 terminais
86 87 85
87
30
12v 40/30 A
5 terminais
86 87 85
87a
30
Re
pe
l A
ut
om
ot
iv
a 
([2
0-
-?
])
Figura 32 - Terminais de um relé universal
Fonte: Mendes (2015)
Além dos relés de acionamento básico do sistema, que fazem funcionar os 
motores elétricos, eletroválvulas, luzes entre outros, os veículos contém relés 
temporizadores, como o do pisca ou o de certos alarmes, que são acionados em 
determinados períodos e intervalos de tempo.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS58
3.8 DIODOS
Este componente tem um papel fundamental na eletroeletrônica veicular e é 
usado em vários circuitos eletrônicos do veículo. Alguns sistemas chegam a utili-
zar diodos robustos para a alta passagem de corrente elétrica, como é o caso do 
circuito de retificação de tensão gerada pelo alternador do veículo que você estu-
dará mais adiante. O que deve ser ressaltado neste momento é que esse compo-
nente da eletrônica tem a característica de trabalhar como um filtro, permitindo 
a passagem somente da diferença de potencial característica de sua construção 
(positiva ou negativa).
Já outros sistemas utilizam o Diodo Zener como protetor do sistema porque re-
querem uma regulagem de tensão mais precisa, que evite a passagem de determina-
dos picos de corrente. A seguir, você pode ver como um diodo retificador de corrente 
pode atuar no sistema. Note que a corrente antes de entrar em um terminal do diodo 
está com sua corrente alternada e que ao passar pelo diodo há somente o resultado 
da corrente contínua com diferença de potencial positiva por causa da alta frequên-
cia da fonte.
+
-
Diodo
127 Vef
60Hz
Tensão 
alternada
IL
RL
Tensão 
contínua
A
B
0 0 0
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 33 - Circuito retificador de onda positiva
Fonte: Gonçalves (2014)
A construção destes semicondutores é feita por meio de um composto espe-
cífico de cristal com finalidade semicondutora, de germânio ou silício. Seus termi-
nais opostos sofrem alterações por diversos tipos de materiais no momento da 
sua criação, gerando, assim, diferentes polaridades em cada uma de suas extre-
midades. Considerado na eletrônica como um dos mais simples semicondutores 
jamais criados, na sua aplicação dentro do circuito, sofre uma pequena queda 
de tensão durante a sua passagem, e seu consumo pode ser de 0,7 volts quando 
feito de silício e em torno de 0,3 volts quando é feito com germânio.
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 59
M
or
ch
ee
ba
 ([
20
--
?]
), 
El
ec
tr
on
ic
a 
e 
G
en
er
al
 (2
01
3)
, C
on
ra
d 
([2
0-
-?
])
Figura 34 - Tipos de materiais dos diodos
Fonte: Awesome Projects (2011)
Como você viu, esses componentes são, na sua grande maioria, aplicados em 
circuitos eletrônicos com passagem de baixa corrente elétrica, geralmente abaixo 
de 1A, com numeração 1N4007, e para até 3, com numeração 1N5404. Os chama-
dos SKE têm sua identificação de corrente e tensão impressas no próprio diodo, 
como o SKE1.5/03, que, conforme a numeração contida no próprio nome, utili-
zam uma corrente de 1,5A e tensão de até 300V. Esses exemplos são alguns dos 
diodos mais usados nos sistemas e circuitos elétricos e eletrônicos. A simbologia 
empregada nos diagrama dos circuitos, na literatura técnica, em geral, aparece da 
seguinte forma:
A K
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 35 - Simbologia do diodo
Fonte: do Autor (2014)
Você sabe o que significam as duas letras junto ao diodo apresentado na figu-
ra anterior? São nomenclaturas dadas para cada extremo do diodo com cristais P 
e N; para a criação do cristal P é utilizado o material índio, dopando os cristais e 
neutralizando os átomos desse elemento. Na formação do cristal N é utilizado o 
elemento Fósforo, e quanto maior for a dopagem dos cristais, proporcionalmente 
maior será a condutibilidade do material. Outra característica desses semicondu-
tores é que quanto maior for a sua temperatura de trabalho, maior será sua con-
dução de corrente elétrica.
A dopagem dos cristais do diodo é a implementação de outros elementos, 
como o fósforo e o irídio para a formação controlada do semicondutor. A letra 
N comentada anteriormente refere-se ao Cristal chamado Cátodo (ou Katod) e a 
letra P, ao cristal chamado Ânodo (ou Anod).
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS60
Cátodo (-)
P N
1N4001
Ánodo (+)
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 36 - Outras formas de simbologia e construção do diodo
Fonte: Eletrônica (2014)
A principal função do diodo retificador de corrente é permitir a passagem da 
tensão positiva do ânodo para o cátodo; porém, se houver uma tensão negativa 
do ânodo para o cátodo, as características do cristal do diodo impedem a pas-
sagem da tensão, bloqueando, assim, o circuito, como se fosse um interruptor 
aberto. Por isso, quando há uma corrente alternada em uma das extremidades 
do diodo, haverá somente tensão negativa passando do cátodo para o ânodo e 
somente tensão positiva do ânodo para o cátodo.
Circuito equivalenteEstado
Condução
Bloqueio
Polarização
+ _
+_
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 37 - Formas de polarização de um diodo
Fonte: do Autor (2014)
Outro ponto importante deste semicondutor é a tensão de ruptura que é de-
terminada como a tensão máxima que um diodo inversamente polarizado deve 
ter ao iniciar a passagem de corrente elétrica. Isso, porém, não é esperado em de-
terminados circuitos, como os retificadores que o usam o diodo Zener, pois esses, 
ao contrário, em casos específicos precisam dessa tensão de ruptura.
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 61
Ruptura Polarização inversa Polarização direta
Corrente 
diretaCorrente de 
fugaCorrente 
de avalanche
-V V0z Vd
Id
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 38 - Ponto de ruptura do diodo Zener
Fonte: Eletrônica Didática (2014)
Agora preste atenção às características próprias do diodo Zener. Sua aplicação 
no sistema é um pouco diferente do que a de um semicondutor normal para re-
tificação de corrente pois ele é aplicado polarizado inversamente no sistema. Sua 
função é controlar a tensão do sistema de forma precisa, deixando assim o cir-
cuito somente com a tensão de sua aplicação. Ele pode ter tensões calibradas de 
3,3 volts até 200 volts, dependendo da sua potência nominal. Sua representação 
técnica num diagrama pode ser visualizada a seguir, juntamente com um exem-
plo de sua aplicação como regulador de tensão, com entrada de tensão variada e 
saída fixa e inversamente polarizada.
+ +
--
Saída 
estabilizada 
a 12v
Entrada não 
estabilizada 
de 15 a 17v
R.limitadora 
8Ω
Zener 
12v
RL 
40Ω
UZ
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 39 - Diagrama elétrico de um diodo Zener inversamente polarizado
Fonte: Eletrônica (2014)
Esse circuito é bastante usado no sistema eletroeletrônico automotivo para 
controlar a tensão gerada pelo alternador e para controlar internamente a central 
de gerenciamento eletrônico do motor, pois limita a tensão de alimentação de 5 
volts, alimentando positivamente os sensores do veículo.
Um dos diodos mais utilizados é o LED, que você conhecerá a seguir.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS62
3.8.1 DIODO EMISSOR DE LUZ - LED
O diodo emissor de luz ou LED (Light Emitter Diode) pode ser encontrado nos 
mais diversos componentes e circuitos eletrônicos, e é utilizado por ser de baixa 
potência, por consumir baixa tensão e emitir luz sem gerar calor. É conhecido 
também como gerador de luz fria, diferentemente de lâmpadas que atuam por 
calor e precisam de uma certa corrente para funcionar. Os LEDs são usados nas 
portas dos veículos para iluminar os botões relacionados ao vidro elétrico, às lan-
ternas traseiras e até as luzes de posição.
Sua composição é a junção P e N, que você viu anteriormente, pois o LED assim 
como o diodo, possui dois terminais cujo nome são Ânodo e Cátodo, a diferença 
do diodo convencional é que sua junção tem um micro chip responsável pela 
emissão de luz.
Copo re�etor
Chip led
Fio condutor
Capa plástica
Cátodo
Ánodo
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 40 - Construção do diodo emissor de luz
Fonte: do Autor (2014)
Outro fator importante é que, dependendo da dopagem do cristal em relação 
ao material somado, há ainda a aplicação de tensão diferenciada. Dessa forma 
que a coloração do LED é gerada: amarelo e laranja, 2.2 volts; verde, 3.4, e assim 
por diante. A frequência de onda é extremamente definida e o comprimento da 
mesma é igualmente proporcional ao material usado na dopagem do compo-
nente. 
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 63
Tabela 1 - Construção do LED em relação à cor
SEMICONDUTOR COR DA LUZ COMPRIMENTO DE ONDA
Arsenieto de gálio e alumínio Infravermelha 880 nm
Arsenieto de gálio e alumínio Vermelha 645 nm
Fosfato de alumínio, irídio e gálio Amarela 595 nm
Fosfato de gálio Verde 565 nm
Nitreto de gálio Azul 430 nm
Fonte: Diodo... (2014)
Sempre que o LED for interligado a algum circuito, há a necessidade de se pôr 
um resistor limitador no circuito para que o elemento interno do LED não seja 
danificado. Os LEDs de cinco milímetros consomem em torno de 12 à 30 miliam-
peres e os de três milímetros consomem em torno da metade da corrente do de 
cinco milímetros.
3.9 TRANSISTORES
Os transistores são a grande invenção da eletrônica e o que revolucionou os 
sistemas na década de 60. Com base na criação de diodos, estes semicondutores 
chamados Transistor ou Transístor têm a particularidade de serem usados em cir-
cuitos eletrônicos como um amplificador de sinal e um relé eletrônico de sinal. 
Esse sinal é produzido por meio de determinado circuito, dependendo da sua 
aplicação, em geral, em centrais eletrônicas de gerenciamento ou internamente 
em sensores específicos.
Be
ne
di
kt
 S
ei
dl
 (2
01
3)
Figura 41 - Tipos de transistores
Fonte: Wikipedia (2014)
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS64
 Uma das principais aplicações do transistor no sistema eletroeletrônico 
veicular é nos sensores do veículo, que têm por finalidade receber o sinal em um 
dos seus terminais e amplificá-lo para que chegue até a UCE (Unidade de Coman-
do Eletrônico ou Central de Controle Eletrônico) do motor com tensão suficiente 
para interpretar o sinal, o que é feito pela unidade de gerenciamento eletrônico. 
Junto desta amplificação de sinal, o transistor funciona como uma chave eletrôni-
ca, indiferente da frequência de sinal que este recebe, podendo assim repassá-lo 
de forma amplificada e com perfeição. Na figura a seguir, você pode visualizar 
uma demonstração de amplificação de sinal feita por um transistor identificado 
pelo seu símbolo como NPN de junção bipolar, com a nomenclatura de BJP (Bipo-
lar Junction Transistor).
+V
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 42 - Transistor amplificando sinal
Fonte: do Autor (2014)
Mas o que seria um transistor bipolar de junção NPN ou PNP? Você se lembra 
da dopagem de cristais? Então, o transistor recebe dopagem parecida em seus 
cristais P e N, só que em proporções um pouco diferentes. Além disso, o elemento 
químico mais próprio é o gálio e alguns óxidos, geralmente para sua a maior apli-
cação, e o silício, por suportar uma estrutura eletrônica mais estável. 
Emissor N P N Coletor B
C
E
Símbolo
Base
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 43 - Construção e simbologia de um transistor
Fonte: do Autor (2014)
Pela sua forma de fabricação, o transistor é uma junção de dois diodos, nos 
três terminais existentes, o da junção central recebe o nome de “base”, onde está 
a entrada do sinal a ser amplificado ou repassado, com alta velocidade de orga-
nização digital. Esse sinal pode ser muito baixo e, dependendo do transistor uti-
lizado no circuito, pode amplificar o sinal para uma alta tensão de saída. Os dois 
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 65
terminais restantes são denominados “emissor e coletor”, que também podem 
ser visualizados na figura anterior, que também mostra que a maior parte do cris-
tal está localizada no coletor. O emissor recebe aterramento ou sinal de referência 
positiva. O coletor, por sua vez, tem uma saída de tensão para o processamento 
de informação pela central ou para o acionamento de alguma lâmpada no painel 
ou outro componente. No sistema de gerenciamento eletrônico, por exemplo, o 
transistor é responsável por receber o sinal do driver de comando de uma eletro-
válvula injetora de combustível e amplificar a tensão e a corrente para o aciona-
mento da eletroválvula.
PNP Transistor
C
E
B
N
N
P B
C
E
NPN Transistor
C
E
B
P
P
N B
C
E
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 44 - Tipos de polarização dos transistores
Fonte: do Autor (2014)
Na sua simbologia, o transistor bipolar NPN é representado por uma seta sain-
do do componente semicondutor indicando a passagem da corrente, já o PNP é 
conhecido pela seta adentrando o transistor. O valor para amplificação de sinal 
depende da aplicação do transistor no circuito, cada um tem um ganho específi-
co de multiplicação do sinal. A seguir, você tem um exemplo da multiplicação de 
corrente na aplicação básica de um transistor NPN. Lembre-se que a seta indica a 
posição de passagem da corrente elétrica.
BD135
S1
1K
+12V
12V
100mA
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 45 - Circuito básico utilizando um transistor como amplificador
Fonte: Pereira (2014)
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS66
3.10 SENSORES E ATUADORES
Dentro de toda a eletrônica embarcada do veículo, seja ela para o sistema de 
gerenciamento eletrônico ou para o sistema de segurança suplementar como o 
airbag, ou ainda para o sistema de antitravamento das rodas ABS, os sistemas de 
conforto,como o crepuscular para acendimento automático dos faróis ou atua-
ção do limpador de para brisas, sempre há a influência direta de sistemas eletro-
eletrônicos integrados. 
No veículo, em geral há dezenas de sensores que captam todo o funcionamen-
to do seu motor, e esses sensores indicam à central os parâmetros de temperatu-
ra do motor, a posição do ângulo da borboleta de aceleração, a pressão no coletor 
de admissão, entre outras coisas. E a central, então, tem a função de interpretar 
esses sinais e processar esses dados para que seja possível fazer o cálculo exato 
do tempo de injeção de combustível que gerará, como resultado, uma queima 
homogênea da mistura. Em seguida, conheça os princípios da função e o funcio-
namento de alguns dos principais sensores e atuadores encontrados na injeção 
eletrônica, iniciando pela entrada de ar no sistema de admissão do veículo.
3.10.1 SENSOR DE PRESSÃO ABSOLUTA
Comumente chamado de sensor MAP (Manifold Absolute Pressure), este é um 
componente essencial para o controle de injeção de combustível, pois ele infor-
ma a pressão no coletor à central de gerenciamento eletrônico identificando a 
quantidade de ar admitida, medindo a pressão interna do coletor e a pressão at-
mosférica em torno de 760 mmHg, tanto com o veículo parado, quanto com o 
motor ligado. Nesse caso, com o motor ligado, em que poderá haver depressão 
no coletor, a leitura pode ficar, por exemplo, em torno de 400 mmHg.
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 67
Ba
o 
(2
01
4)
Figura 46 - Sensor de pressão do coletor
Fonte: Bao (2014)
Essa leitura só é possível pelo circuito interno do componente que utiliza um 
circuito de três condutores, sendo dois de alimentação e um de sinal. Esse sen-
sor também utiliza um esquema bastante comum na eletrônica que é a junção 
estratégica de quatro resistores chamada de “ponte de Wheatstone”. Esses qua-
tro resistores são aplicados sobre uma membrana, logo, com a deformação desta 
membrana, poderá ocorrer uma variação de resistência que alterna a tensão de 
sinal. Essa tensão é, então, levada até a central de gerenciamento do motor para 
informar a pressão do coletor e calcular a entrada de ar no sistema.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS68
Conexão 
do coletor
ECM
5V
CPU
Sinal 
sensor 
MAP
Aterramento
Sensor MAP
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 47 - Circuito elétrico interno ao sensor de pressão do coletor
Fonte: Furtado (2014)
3.10.2 SENSOR DE FLUXO DE AR
Esse sensor tem a função de informar para a UCE o fluxo e a massa de ar admi-
tida pelo motor. Como esse sensor precisa medir o volume de arde ar pelo duto 
de admissão, ele fica localizado antes da borboleta de aceleração, entre o filtro de 
ar e o corpo de borboleta, pois ali há apenas a passagem do ar admitido e não há 
vácuo. Como depois da borboleta de admissão, onde fica o coletor, pode haver 
vácuo, somente o sensor MAP, que mede a pressão de ar admitida, pode ficar 
localizado nessa parte posterior à borboleta.
Ba
o 
(2
01
4)
Figura 48 - Sensor de fluxo de ar
Fonte: Ávila (2014)
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 69
O funcionamento desse sensor se dá por um fio de platina aquecido pela cen-
tral; esse fio fica em contato com o ar que passa pelo duto e assim, quando o fluxo 
de ar é baixo, o filamento fica bem aquecido e o sinal de tensão será gerado em 
função da corrente que passa pelo filamento. Já quando o fluxo de ar for maior, 
o filamento resfriará e, em consequência dessa alteração de temperatura, mais 
corrente passará pelo filamento. A diferença da corrente será lida pelo sistema 
identificando a passagem de ar e a correção da alteração de temperatura do fio 
será feita pela ponte de Wheatstone. 
+B
A B
Transistor de potência
Fio de platina aquecido
Termístor
Tensão de saída/sinal
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 49 - Circuito interno do sensor de fluxo do ar
Fonte: Dias ([2012])
3.10.3 SENSOR DE TEMPERATURA DO AR DE ADMISSÃO
Este sensor está localizado no coletor de admissão e é responsável por infor-
mar à unidade de gerenciamento eletrônico a temperatura do ar admitido. Uma 
leitura precisa do ar admitido somente pode ser realizada com este sensor que 
também é conhecido como ACT (Air Charge Temperature). A central somente con-
segue calcular a massa exata de ar admitida, para a correta injeção de combustí-
vel quando obtiver dados sobre a pressão gerada no coletor e sobre a tempera-
tura do ar. 
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS70
Ba
o 
(2
01
4)
Figura 50 - Sensores de temperatura do ar
Fonte: Schervenski Filho (2014)
Este sensor é denominado também de semicondutor termistor, uma vez que o 
fator da temperatura influencia diretamente na sua resistência.
Te
m
pe
ra
tu
ra
 (º
C)
Resistência (Ω)
temp (ºC)
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
10
00
30
00
50
00
70
00
90
00
11
00
0
13
00
0
15
00
0
17
00
0
19
00
0
21
00
0
23
00
0
25
00
0
27
00
0
29
00
0
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 51 - Gráfico de relação entre resistência e temperatura
Fonte: Maciel (2012)
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 71
Esse sensor conhecido também como sensor NTC e possui a característica de 
coeficiente de temperatura negativo, pois sua resistência aumenta com a queda 
da temperatura e, igualmente, diminui com o aumento da temperatura. Desta 
forma, quanto maior for a sua resistência, maior será o sinal de tensão que irá 
para a unidade de comando do motor. O circuito é um divisor de tensão, onde 
a tensão é proporcionalmente dividida entre o resistor fixo interno da unidade 
de gerenciamento do motor e o termistor, que varia sua resistência conforme a 
temperatura do ar. Entre esses dois semicondutores há a saída do sinal para a 
unidade do motor.
Sensor ECT - Circuito
THW
E2
E1E2
ECM
5V
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 52 - Circuito do sensor de temperatura
Fonte: Sensor ECT – Circuito (2014)
Veja que na figura anterior podem ser visualizados os terminais E2 e E1, que 
são os aterramentos da unidade de gerenciamento eletrônico e do sensor de 
temperatura. No terminal THW, o sensor recebe seu sinal de referência de cinco 
volts. O circuito interno da central de injeção mostra a derivação do sinal indicado 
pelo fio com a seta que vai até o processador do sistema. O sensor de tempera-
tura do motor tem a mesma característica de funcionamento, o que difere é a 
posição dele no veículo, pois fica localizado no bloco do motor e em contato com 
o líquido refrigerante, o que explica a origem da sua nomenclatura CTS (Coolant 
Temperature Sensor).
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS72
3.10.4 SENSOR DE POSIÇÃO DA BORBOLETA DE ACELERAÇÃO
So
 In
je
çã
o 
El
et
rô
ni
ca
 ([
20
--
?]
)
Figura 53 - Sensor de posição da borboleta de aceleração
Fonte: Sensor Borboleta TPS (2014)
O senso de posição borboleta de aceleração, também conhecido como TPS 
(Throttle Position Sensor) é responsável por informar para a unidade de gerencia-
mento eletrônico do motor a posição da borboleta de aceleração do veículo. Com 
esta informação a central sabe o momento em que o condutor quer acelerar ou 
não o veículo, assim mudando os mapas de injeção para melhor aproveitamento 
de torque do motor.
Cursor
Resistência
Terminal
Cursor
Terminal Terminal
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 54 - Circuito de funcionamento de um potenciômetro 
Fonte: Reis ([2013])
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 73
Geralmente, o TPS é composto por três condutores e se parece com um resis-
tor, pois possui três terminais, sendo que um dos condutores é de sinal variável 
manipulável, e os outros dois servem para alimentação positiva e negativa vindos 
diretamente da central. Esta alimentação, comumente, é de 5 volts e o sinal está 
relacionado com a posição da borboleta. Por dentro, o sensor é construído por 
dois terminais localizados nas extremidades de uma pista resistiva, composta de 
carvão condutivo, e sua curva, de resistência variada, é precisa. 
1
1
2
2
3
3
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro(2
01
4)
Figura 55 - Simbologia de um potenciômetro
Fonte: do Autor (2014)
O potenciômetro, ou TPS, funciona como um circuito divisor de tensão confor-
me você estudou no item Sensor de temperatura, no qual uma tensão é aplicada 
e dividida entre os dois resistores. 
3.10.5 SENSOR DE ROTAÇÃO INDUTIVO
Este sensor é responsável por informar ao sistema de gerenciamento eletrô-
nico a posição do pistão, seja em ponto morto superior ou inferior. A principal 
função do sensor é informar a esse gerenciamento o momento da ignição para 
cada cilindro. Ele é também denominado CKP (Crankshaft Position Sensor).
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS74
Ba
o 
(2
01
4)
Figura 56 - Sensor de rotação indutivo
Fonte: Bao (2014)
Sua construção vem envolto em um bastão de ímã permanente e se caracteri-
za pelo enrolamento da bobina com dois ou três terminais extremos que, na sua 
grande maioria, são aplicados em veículos. Seu funcionamento deve-se a passa-
gem de um componente que é chamado de roda fônica.
Como é anexado à extremidade do virabrequim, ocorrerá uma excitação do 
campo magnético, assim o enrolamento absorverá este campo e o transformará 
em tensão de sinal que é então mandado para a central de injeção.
Imã permanente
Conector elétrico
Núcleo de ferro
Bobina
Roda fônica
Dente
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 57 - Construção interna do sensor de rotação indutivo em relação à roda fônica
Fonte: do Autor (2014)
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 75
Pelo fato de ser um sensor indutivo, que gera o seu próprio sinal de corrente 
alternada, ele não tem a necessidade de ser alimentado para a produção de um 
sinal. Seu circuito sai do sensor até a central de gerenciamento de injeção e é, 
normalmente, blindado por uma malha de aço aterrada à massa do veículo com o 
objetivo de evitar interferências eletromagnéticas por outros sistemas do veículo. 
No circuito apresentado a seguir, note a linha pontilhada: esta é a simbologia para 
a malha de blindagem no circuito.
ECM
E117
4
5
E33
-2
E54-C14 C16. CKP Sensor
0
W
0
W
15
16
14
2
3
1B/B1
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 58 - Circuito interno de funcionamento de um sensor de rotação indutivo
Fonte: do Autor (2014)
3.10.6 SENSOR DE FASE HALL
Localizado no extremo do comando de válvulas, este sensor recebe a função 
de detectar em que posição se encontram as válvulas do motor: se estão na fase 
de admissão, combustão, compressão ou escape. Para que a central de injeção do 
motor saiba em qual cilindro deve fazer a injeção de combustível no momento 
de admissão, se é no cilindro um, dois, três ou quatro, para um veículo de quatro 
cilindros, por exemplo, é indispensável a utilização deste componente.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS76
H
on
da
 ([
20
--
?]
)
Figura 59 - Sensor de fase Hall
Fonte: Sensor de fase Hall (2014)
Ao contrário do sensor indutivo, este precisa ser alimentado positiva e negati-
vamente, para alimentar seu próprio circuito eletrônico e obter a geração de um 
sinal. Ele é composto por um elemento sensor constituído de um semicondutor 
que dispõe de uma trilha de material semicondutor alimentado com tensão de 
12 ou 5 volts. Via de regra, com tensão de 5 volts, enviados e aterrados em outro 
extremo. 
Campo
Portadores de
carga desviados
Corrente m
enor
Corrente
Semicondutor
N
V
A
V ≠ 0
+
I
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 60 - Funcionamento do sensor Hall
Fonte: Instituto Newton Braga (2014)
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 77
Ao receber um campo magnético, o sensor funciona como um gerador de si-
nal binário que é posteriormente amplificado e chaveado digitalmente por um 
transistor. Quando esse sensor é magnetizado, envia um sinal de 5 volts para a 
central e quando o campo recebe a interferência estabiliza em zero volt, que, por 
conseguinte, gerará um sinal de onda quadrada entre cinco e zero volts.
Elemento
sensor Hall
Am�li��ador Sinal de saída
Aterramento
VS
+
0
-
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 61 - Circuito interno de um sensor de fase
Fonte: do Autor (2014)
5.0
2.5
0.0
V 
in
pu
t (
v)
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 62 - Sinal de onda quadrada variando entre 0 e 5 V
Fonte: Magno (2004)
 FIQUE 
 ALERTA
Para os veículos que possuem sensor de fase e de rotação, 
o sincronismo incorreto entre o virabrequim e o comando 
de válvulas, por mínimo que seja, pode fazer com que al-
guns veículos não entrem em funcionamento; em outros, 
não ocorre problema algum: ligam e funcionam normal-
mente, exceto que a lâmpada de injeção fica ligada e com 
código de avaria referente à incoerência de sinal entre 
sensor de fase e rotação, indicando que o veículo está fora 
do ponto.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS78
3.10.7 SENSOR DE DETONAÇÃO
Nos veículos mais antigos, sem gerenciamento eletrônico, o avanço de ignição 
era feito por processo de força centrífuga ou pelo vácuo gerado pelo motor e, 
além disso, não havia nenhum componente para conferir se este avanço estava 
no ângulo correto ou se precisava de alguma aferição. Com o passar do tempo, a 
injeção eletrônica evoluiu para sistemas auto adaptativos, para corrigir os desgas-
tes e mudanças de trabalho realizados pelo motor.
Ca
sa
 d
a 
In
je
çã
o 
M
og
i (
[2
0-
-?
])
Figura 63 - Sensor de detonação
Fonte: Casa da Injeção de Mogi (2014)
O avanço de ignição é o adiantamento da geração da centelha, que permite 
melhor aproveitamento da queima da mistura estequiométrica dentro do cilin-
dro, pois a central possui a memória do sistema com mapas pré-estabelecidos 
com avanço de ignição já demarcados conforme temperatura do motor, abertura 
da borboleta, carga do motor, etc.
O sensor é composto por um cristal piezoelétrico e sua característica é a gera-
ção de sinal de corrente alternada, conforme sua modificação de pressão por im-
pacto recebido ou força. Quando há uma combustão dentro do cilindro, o piezo-
elétrico recebe deformação por meio de vibrações no bloco do motor e informa 
a central de gerenciamento eletrônico qual avanço de injeção deve ser corrigido, 
quando necessário. 
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 79
+
-
Eletrodo
metálico
Cristal
piezoelétrico
Força
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 64 - Construção de um sensor de detonação
Fonte: do Autor (2014)
Outra característica deste cristal piezoelétrico é que se receber uma tensão, ele 
se modifica. Existem veículos, geralmente com motor diesel, em que os piezelé-
tricos são aplicados em bicos injetores ao invés de utilizarem eletroímãs, como na 
maioria dos veículos.
Tensão
aplicada
V
D
ef
or
m
aç
ão
D
eform
ação
Tensão
de saída
+
-
+
-
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 65 - Forma de funcionamento do sensor de detonação
Fonte: do Autor (2014)
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS80
3.10.8 SENSOR DE OXIGÊNIO
Você já deve ter ouvido falar que os veículos trabalham com malha aberta ou 
malha fechada. Isso significa que todo o sistema de gerenciamento do veículo 
está fazendo os cálculos para buscar uma melhor injeção de combustível. O com-
ponente responsável por conferir todos os cálculos feitos pela central ao final do 
quarto tempo do motor e verificar se está correto ou não, ou seja, se a mistura 
antes da queima está com muito ou pouco combustível é a sonda lambda, que 
atua fazendo a leitura dos gases da queima e está localizada logo após o coletor 
de escapamento.
Quando o veículo possui sonda, diz-se que o sistema de injeção do veículo 
trabalha em malha fechada, pois possui um componente para checar tudo o que 
é calculado anteriormente pela central de injeção. Se, por outro lado, não utilizar 
a sonda, como os veículos mais antigos, fala-se em sistema de injeção eletrônica, 
que trabalha em malha aberta, sem nenhum dispositivo para fazer a conferência 
do que foi queimado.
O sensor de oxigênio é fabricado com um composto de cerâmica ao centro, 
protegido por uma camada de platina porosa, que, na passagem dos gases da 
queima, fazcom que esses poros deem passagem aos gases, permitindo, assim, 
que o elemento sensor, a cerâmica, possa fazer a leitura do oxigênio ali existente.
Terminais
Conector 
do cabo Contato do
aquecedor
Corpo soldado a
laser para vedar
a entrada de água
e evitar contaminação 
e corrosão
Rosca recoberta
com pasta
condutora para
facilitar a instalação
Sensor cerâmico
ativo com
eletrodos de 
planilha porosa
Tubo de produção
com aberturas
Lâmina de 
contato
Carcaça
robusta
Bucha
isolante
Capa de
proteção
Aquecedor
(somente para
sondas aquecidas)
Figura 66 - Construção da sonda lambda
Fonte: Renault 19 Club ([2012])
Para que se inicie a leitura do oxigênio pelo elemento sensor é necessária uma 
alta temperatura, pois assim a cerâmica permite a propagação do ar ali existente. 
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 81
A sonda toma como base para o seu funcionamento o oxigênio externo; dessa 
forma, a central de injeção gera um sinal de referência para a sonda no elemento 
cerâmico. Este, por sua vez, altera sua resistência à passagem do oxigênio pelo 
escapamento, criando uma tensão de sinal a partir do que a central de injeção 
interpreta, ou seja, se a mistura está rica ou pobre. 
Sonda lambda-EGO
(com um condutor)
Condutor preto ou roxo 
(sinal para a UCE “retorno”)
Aterramento na carcaça
Sonda lambda – HEGO 
(com três condutores)
Condutor preto 
(sinal para a UCE “retorno”)
Condutores brancos 
(alimentação da resistência)
Aterramento na carcaça
Sonda lambda – HEGO 
(com quatro condutores)
Condutor cinza 
(condutor terra da sonda)
Condutor preto 
(sinal para a UCE “retorno”)
Condutores brancos 
(alimentação da resistência)
Aterramento na carcaça
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 67 - Tipos de sondas lambdas
Fonte: Kit’s Car (2014)
Nas sondas lambdas mais modernas, há, além do elemento sensor, uma resis-
tência interna, responsável por aquecer e gerar calor para o melhor e mais rápi-
do funcionamento da sonda, a partir do momento em que o veículo é ligado. O 
aquecedor da sonda leva o nome de HEGO (Heated Exhaust Gas Oxygen Sensor), 
que significa sensor de oxigênio dos gases de escape aquecidos, ou seja, a resis-
tência interna é que faz esses gases de escape aquecerem. O sinal de retorno da 
sonda para a central é em torno de 0,950 volts para uma mistura rica e 0,050 volts 
para uma mistura pobre. Este sinal varia dentro desses valores, indicando mistura 
rica e pobre, com o motor em marcha lenta, já se tiver carga no motor, a sonda 
não é capaz de fazer a leitura. 
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS82
Sinal de osciloscópio com motor aquecido
800
0
700
600
500
400
300
200
100
-100
Mistura rica
Mistura ideal
Mistura pobre
Máximo 
Médio 
Mínimo 
940mv
566mv
028mv
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 68 - Tipo de sinal de sonda lambda
Fonte: Sonda Lambda (2014)
 SAIBA 
 MAIS
Veículos esportivos e outros de maior performance utilizam 
uma sonda lambda que possui maior faixa de leitura do oxi-
gênio em vários regimes do veículo na queima. Faça uma 
busca na internet com a palavra-chave sonda de banda 
larga ou Sonda Wideband e conheça um pouco mais sobre 
este importante componente.
3.10.9 ELETROVÁLVULAS EM GERAL
Na linha automotiva, os atuadores são empregados nos mais variados circui-
tos, em especial nas eletroválvulas. Eles servem para acionar os bicos injetores de 
combustível, e para liberar o combustível, por exemplo. A eletroválvula do Cânis-
ter, como se sabe, libera os gases do combustível vindo do tanque. Na linha diesel 
ela tem várias outras aplicações, como freio motor para liberar o ar comprimido.
A construção de uma eletroválvula é muito simples, ela nada mais é do que 
um indutor, que ao receber uma diferença de potencial, gera um campo magné-
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 83
tico, que por sua vez aciona alguma esfera ou haste interna, dependendo da sua 
fabricação, e conforme a necessidade de utilização no veículo. Por exemplo, no 
bico injetor de combustível, o acionamento do eletroinjetor libera a passagem de 
combustível, mas que ao ser desenergizado, volta a se fechar. Esse fechamento se 
dá por pressão de mola de retorno, placa tencionada ou por pressão do combus-
tível ou ar, dependendo de sua aplicação.
Geralmente as eletroválvulas são alimentadas positivamente por uma tensão 
de bateria em um de seus terminais, em torno de 12,6 volts. O acionamento é fei-
to negativamente pela central de gerenciamento do sistema utilizado. Eletrovál-
vulas em geral, na sua maioria, como as dos bicos injetores, de partida a frio e do 
cânister, são acionadas diretamente pela central de injeção eletrônica por meio 
da amplificação de corrente por transistor.
Válvula de Canister
Pino 87 do relé de potência
 U.C
22
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 69 - Circuito elétrico de funcionamento de uma válvula injetora de combustível
Fonte: do Autor (2014)
3.10.10 ELETROBOMBA
As eletrobombas podem ser utilizadas, entre outras coisas, para sugar a água 
do reservatório de água do esguicho do limpador de parabrisa e para pressurizar 
o combustível do reservatório de partida a frio. Além disso, servem para puxar o 
combustível do tanque e pressurizar os bicos injetores de combustível.
Seu funcionamento, assim como o das eletroválvulas, é simples. Há um indu-
zido ao centro da bomba que é energizado, gerando um campo magnético. En-
voltos deste induzido na carcaça da bomba estão os ímãs permanentes, assim, ao 
gerar um campo eletromagnético no induzido, as polaridades (N) e (S) fazem o 
induzido girar e, em consequência, fazem movimentar as palhetas, dependendo 
se foi construída para sucção e pressurização do combustível.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS84
Tampa de saída
Terminais
Supressor
Escova de gra�te
Tampa porta escovas
Corpo
Base compressor
Turbina Tampa de entrada
Mançal
Imã
Induzido
Coletor
Válvula reguladora
de pressão
Válvula de retenção
Figura 70 - Construção de uma bomba de combustível
Fonte: Unicar (2014)
3.10.11 BOBINA DE IGNIÇÃO
Para que se tenha uma centelha na câmara de combustão foi criado um am-
plificador de tensão suficiente para vencer o isolamento do ar entre o eletrodo 
central e lateral de uma vela de ignição, gerando uma centelha entre estes dois 
pontos para iniciar a queima da mistura ar/combustível na câmara de combustão.
Na parte interna do componente há duas bobinas, uma próxima da outra, en-
voltas em um condutor geralmente de cobre. Esses enrolamentos são chamados 
de bobina primária, com algumas centenas de voltas em sua espira, e secundária, 
com milhares de voltas em sua espira. A bobina primária recebe uma diferença 
de potencial gerando um campo eletromagnético que é captado pela bobina se-
cundária, amplificando assim a tensão da primeira bobina em milhares de vezes e 
transferindo para um núcleo condutor até que chegue a sua tensão de aplicação 
conforme sua fabricação.
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 85
CASOS E RELATOS
Diagnóstico correto
Jorge é eletricista e mecânico chefe na parte de diagnóstico em injeção 
em uma oficina mecânica perto de sua casa. 
Certo dia, chegou à oficina um veículo com cortes na aceleração, como 
se estivesse com falta de combustível, o carro perdia força. Mas era dife-
rente daqueles cortes de ignição, quando o veículo tem cortes secos e dá 
aqueles trancos. A primeira coisa da qual Jorge desconfiou foi da linha 
de combustível: algum problema com filtro, bomba ou bicos injetores. 
Fez vários testes e estava tudo funcionando, sem nenhuma falha. Passou 
ao aparelho de diagnóstico e então constatou uma falha no sensor TPS 
(Throttle Position Sensor), que é conhecido como o sensor de posição da 
borboleta de aceleração.
Jorge, então, trocou o sensor do veículo por um novo e original, saiu para 
testá-lo e novamente ocorreram os cortes. 
Voltou para a oficina e passou novamente o aparelho, que acusou ainda 
a falha no TPS. Jorge verificou, então, o sinal do sensor, pediu para seu 
ajudante acelerar o carro. Enquanto eletestava a tensão de sinal enviada 
pelo sensor com um multímetro, em momentos da aceleração o valor 
caía a zero. O defeito foi encontrado, mas ele ainda não havia descoberto 
onde estava a falha.
Analisando mais atentamente o circuito, viu que o condutor, que fazia a 
alimentação de cinco volts do sensor com a central estava quebrado. 
Jorge, então, refez o circuito trocando o condutor quebrado e o veículo 
voltou a funcionar normalmente.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS86
RECAPITULANDO
Durante os estudos desse capítulo, você viu o quanto a eletrônica foi evo-
luindo ao longo dos anos. Estudou como estes componentes atuam nos 
mais diversos sistemas eletroeletrônicos e como são construídos.
Você viu, também, alguns circuitos pré-estabelecidos que utilizam com-
ponentes semicondutores em sensores e atuadores dos veículos e enten-
deu a importância da descoberta de alguns componentes para a eletrô-
nica embarcada, e como alguns elementos, quando mesclados, geram 
outros componentes que recebem polaridade negativa ou positiva. 
Você aprendeu, também, sobre o funcionamento interno de determina-
dos circuitos e suas características específicas, como os reguladores de 
tensão, no caso do diodo Zener, e como a ponte retificadora de diodos 
convencionais.
Todos aspectos abordados aqui fortalecem a ideia de que cada vez mais a 
eletrônica faz parte do cotidiano das pessoas, e que ela evoluiu significa-
tivamente na indústria automobilística, não só em questão de conforto, 
segurança, mas também na redução de emissões de gases quando se tra-
ta de veículos automotores de ciclo Diesel e Otto. Não só os condutores, 
mas também o meio-ambiente, agradecem!
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 87
Anotações:
4
Circuitos Eletroeletrônicos
Muitas pessoas pensam que os circuitos eletroeletrônicos estão voltados somente para a 
parte de gerenciamento de injeção eletrônica, será que isso pode ser tomado como verdade? 
Neste capítulo você irá aprimorar seus conhecimentos sobre os sistemas eletroeletrônicos 
veiculares e ver o quão presentes quão úteis eles são no dia a dia das oficinas. Ao finalizar seus 
estudos neste capítulo, você estará apto a:
a) interpretar gráficos e tabelas;
b) identificar os tipos de circuitos elétricos empregados no segmento automotivo;
c) reconhecer a simbologia empregada nos sistemas eletroeletrônicos automotivos;
d) compreender a aplicação dos diagramas em um sistema eletroeletrônico automotivo.
Bons estudos!
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS90
4.1 CIRCUITO EM SÉRIE
De todos os circuitos elétricos aplicados em um veículo, o menos difundido é o 
aplicado em série. Em geral, desde a aplicação em equipamentos ou em qualquer 
componente que o utiliza, o circuito ocorre saindo do positivo, percorrendo um 
caminho que passa pelos consumidores até chegar ao ponto final, que é o nega-
tivo, conforme ilustrado a seguir.
+ -
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 71 - Circuito elétrico em série
Fonte: adaptado de Cientificamente Falando... (2011)
Nesse tipo de circuito, um condutor sai do terminal positivo de uma fonte de 
energia e entra em contato com um dos terminais de um dos consumidores; o 
outro terminal desse mesmo consumidor entra em contato com outro consumi-
dor. Por fim, o terminal restante do segundo consumidor retorna ao negativo da 
fonte formando, assim, um circuito em série, com dois consumidores podendo 
ter diversos componentes em série no mesmo circuito, como diodos, resistores, 
capacitores, entre outros.
Outro detalhe importante que se pode ver no circuito em série é que se uma 
das lâmpadas queimar ou se for retirada do circuito, tem-se um circuito aberto, 
não permitindo mais a passagem de energia elétrica no circuito.
Neste tipo de aplicação, em série, as lâmpadas não geram a sua potência no-
minal correta, pois a corrente necessária para gerar luz por uma lâmpada está 
sendo dividida entre as duas, gerando apenas parte da potência prevista para 
aquela lâmpada. 
Continuando com o circuito em série, observe a figura a seguir, que utiliza re-
sistores como base nos circuitos.
4 CIRCUITOS ELETROELETRÔNICOS 91
Ʊ
1.5
12 V
Ʊ
1.5
Ʊ
1.5
Ʊ
1.5
G
eo
ci
tie
s 
([2
0-
-?
])
Figura 72 - Circuito elétrico em série e verificação de tensão entre resistores
Fonte: do Autor (2014)
Nessa figura há uma fonte de alimentação de 12 volts alimentando 4 resistores 
de 1,5 Ohms cada. Veja que com o multímetro é possível ver a diferença de poten-
cial (tensão) entre os dois terminais extremos de cada resistor e que, ao verificar a 
queda de tensão de cada resistor, cada um deles - por serem todos iguais - possui 
uma queda de tensão igual a 3 volts cada. No circuito em série esses resistores 
são somados, restando assim uma resistência equivalente de 6 Ohms no circuito, 
como se fosse substituir os quatro resistores de 1,5 Ohms cada, por um único 
resistor de 6 Ohms. 
Pela Lei de Ohm (que você estudou no capítulo anterior), a corrente elétrica 
que circula pelo circuito é igual a: i=V/R, sendo assim, 12/6 = 2i.
A corrente que transita pelo circuito é igual em todos os resistores, tanto que, 
se medirmos com o multímetro a corrente no resistor um, dois, três ou quatro, a 
corrente será a mesma passando em todos eles.
Confira, na figura a seguir, um exemplo da associação de dois resistores em 
série de resistências diferentes:
Ʊ
4
Ʊ
6
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 73 - Circuito em série
Fonte: do Autor (2014)
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS92
Observe que na figura há dois resistores diferentes, um com 4 Ohms e outro 
com 6 Ohms ligados em série a uma fonte de alimentação, considerando que seja 
um bateria de 12 volts. Para se ter uma resistência equivalente a esse circuito, 
basta somarmos suas resistências, ficando, assim, um resistor equivalente de 10 
Ohms. Logo, para calcular a corrente que passa pelo circuito, é preciso fazer o 
seguinte cálculo:
i = 
V
R
No entanto 12/10 = 1,2i. Sabendo que a corrente que passa pelo sistema é 
a mesma desde a saída do polo da bateria, entre os resistores e até ao final do 
circuito no outro polo da bateria, você vai comprovar a passagem por igual desta 
corrente. No caso da tensão observada na figura anterior, comumente vista em 
circuitos eletrônicos, denominados de “circuitos divisores de tensão”, em que se 
tem dois resistores em um circuito em série, o circuito vai dividir proporcional-
mente a tensão entre os dois semicondutores. Por exemplo: com uma alimen-
tação de 12volts, a diferença de potencial é dividida, restando uma tensão de 
aproximadamente 7 volts para o resistor de 6 Ohms e os restantes 5 volts ficam 
para o resistor de 4 Ohms.
 CURIOSIDADE
Alguns cálculos da Lei de Ohm podem não fun-
cionar direito em campo como no sistema de 
iluminação, que ao ser testado, demonstra que os 
valores apresentados são diferentes dos calculados 
(seguindo a Lei de Ohm) simplesmente porque a 
resistência do componente pode alterar considera-
velmente devido a diferença de temperatura na sua 
resistência elétrica, como uma luz.
Para se testar a corrente que passa pelo circuito com o multímetro automoti-
vo, deve-se colocá-lo em qualquer ponto do circuito, desde que esteja com sua li-
gação em série com a do circuito, conforme mostrado na figura seguinte, sempre 
com tudo conectado e ligado:
4 CIRCUITOS ELETROELETRÔNICOS 93
O multímetro deve fazer parte do circuito do equipamento, 
e o mesmo tem que estar ligado.
Em série
+ -
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 74 - Forma de checar a corrente elétrica de um circuito
Fonte: do Autor (2014)
Para facilitar o entendimento, um exemplo aplicado nos veículos em relação 
ao circuito em série é o de um conjunto de resistores, ligados um após o outro, no 
sistema de ventilação interna do veículo, onde o seletor de velocidade do ventila-
dor desliza entre a junção dos resistores deixando passar mais ou menos tensão. 
Veja, na figura a seguir, um conjunto de resistores do ventilador interno de um 
veículo,que fica localizada atrás do painel, junto à caixa de ar. 
Figura 75 - Conjunto de resistores do ventilador interno do veículo
Fonte: do Autor (2014)
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS94
4.2 CIRCUITO EM PARALELO E MISTO
O circuito paralelo é o tipo de circuito mais utilizado nos veículos pelo fato de 
uma lâmpada (consumidor) poder dissipar toda sua potência nominal em relação 
à corrente que recebe. Isso difere do circuito em série, em que a mesma corrente 
é distribuída por igual para todos os consumidores.
O circuito paralelo é visto em muitos componentes eletrônicos como sistemas 
de iluminação, atuadores, entre outros. Esses sistemas empregam circuitos em 
paralelo e mistos, em que se tem a presença do circuito em série junto a um para-
lelo, bastante comum em associação de resistores (isso você poderá conferir mais 
adiante nesse material).
Confira outro exemplo: neste há dois consumidores dissipando a sua potência 
nominal, pelo fato de cada um deles receber a corrente ideal para trabalho.
+ -
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 76 - Circuito elétrico em paralelo
Fonte: adaptado de Cientificamente Falando...(2011)
Perceba que grande parte dos circuitos que se vê nos veículos segue o modelo 
da figura apresentada, para que o componente a exercer seu trabalho possa rece-
ber a corrente suficiente para gerar sua capacidade total na realização de deter-
minado trabalho. Bem diferente do circuito em série, se no circuito paralelo uma 
dessas lâmpadas queimar ou for retirada, a outra lâmpada vai continuar a exercer 
o seu trabalho normalmente e com sua potência nominal correta.
4 CIRCUITOS ELETROELETRÔNICOS 95
Quer saber o que acontece com a corrente elétrica no circuito em paralelo e 
misto? Então, prossiga com o estudo!
Para lembrar: no circuito em série são somadas todas as resistências do circui-
to, gerando-se uma resistência equivalente; já no circuito paralelo, deve-se fazer 
um pequeno cálculo. 
Para iniciar, observe a figura a seguir. Veja que há três diferentes resistências 
ligadas em paralelo junto de uma fonte de energia de 9 volts, uma resistência 
ao lado da outra, e pôr fim a fonte, na qual todas as resistências estão com suas 
extremidades ligadas diretamente, uma em contato direto ao negativo da fonte, 
e a outra extremidade ligada ao positivo, com a mesma tensão (9 volts) sendo 
aplicada a cada resistência. 
1 2 3 4
9V
+
8 7 6 5
R1 R2 R3
Ʊ
10k
Ʊ
2k
Ʊ
1k-
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 77 - Circuito em paralelo com três resistores e uma fonte de energia
Fonte: do Autor (2014)
Para descobrir a resistência equivalente é preciso realizar dois cálculos: 
1. Uma forma de calcular é fazendo a associação dos resistores, de duas em 
duas resistências, até chegar em um valor único. A fórmula usada é R.R / 
R+R. Iniciando pela resistência R3 e R2, tem-se: 
Req4 =
R2.R3
=
1000.2000
=
2000000
= 666,66 Ohms
R2+R3 1000+2000 3000
Req4 = 666,66 Ohms
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS96
Agora, a resistência equivalente entre R3 e R2 recebe o nome de Req4 signifi-
cando “resistência equivalente 4”, e então, calcula-se o resultado desta com R1, 
conforme exemplificado anteriormente.
Req =
R1.Req4
=
10000.666,66
=
6666600
= 625 Ohms
R1+Req4 10000+666,66 10666,66
Req total do circuito é de 625 Ohms.
2. A outra forma de calcular a associação dos resistores é utilizando os três 
valores na fórmula: Req = 1/R1 + 1/R2 + 1/R3, assim, tem-se: 
Req =
1
+
1
+
1
=
1
+
1
+
1
=
1 + 5 + 10
=
10000
= 625 Ohms
R1 R2 R3 1000 2000 1000 1000 16
Req = 625 Ohms.
Agora que você já sabe determinar a resistência equivalente de um circuito 
em paralelo, você poderá checar a corrente total que passa por este circuito, apli-
cando a fórmula da Lei de Ohm, na qual, para saber a corrente do circuito, divide-
-se a tensão que por ele passa pela resistência aplicada, ficando:
i = 
V
Req
Portanto:
I = 
9
625
4 CIRCUITOS ELETROELETRÔNICOS 97
Tem-se, então:
i = 0,014 miliampere
Veja agora a corrente que passa em cada um dos resistores associados em pa-
ralelo. Perceba que na saída da fonte a corrente é a total, e esta vai se dividindo 
conforme a necessidade de cada resistor. Sendo assim, R1, R2 e R3 irão consumir 
correntes diferentes um do outro, sendo somadas ao final do circuito. Para calcu-
lar a corrente que passa por cada um dos resistores, aplica-se a Lei de Ohm, nova-
mente, para cada um dos resistores individualmente, como feito anteriormente, 
com a Req do circuito.
Em R1:
i = 
9
= i = 0,001 miliampere
10000
Em R2:
i = 
9
= i = 0,004 miliampere
2000
Em R3:
i = 
9
= i = 0,009 miliampere
1000
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS98
O total da corrente somada em cada um dos resistores fica em 0,014 miliampe-
re. Isso mostra que indiferente do circuito em paralelo que tiver, cada componen-
te no circuito que possuir uma resistência diferente vai consumir uma corrente 
diferente em cada um, assim, para ter certeza, utiliza-se a Lei de Ohm.
Por fim, os circuitos mistos são utilizados em circuitos eletroeletrônicos dos 
veículos, geralmente para controles de atuadores entre outros. Veja a seguir um 
exemplo de como um circuito misto pode ser utilizado em associação paralela e 
em série dos componentes.
30Ω
30Ω
30Ω
10Ω
10Ω
5Ω
30Ω
60Ω
20Ω
2,5Ω 20,5Ω
15Ω
60Ω
40Ω
63Ω
A
B
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 78 - Circuito misto (circuito em sério e paralelo)
Fonte: do Autor (2014)
Para relembrar o que já foi visto nos capítulos anteriores, a utilização do mul-
tímetro para verificar a tensão nos circuitos deve sempre ser feita em paralelo 
com o componente; já para medir a corrente elétrica, a aplicação do multímetro 
deve ser em série no circuito, para que a corrente elétrica passe por dentro do 
multímetro.
 FIQUE 
 ALERTA
Sempre que for fazer a associação de resistores, lembre-
-se de que na associação entre dois resistores ou mais, em 
paralelo, o valor da resistência equivalente será sempre 
menor do que o menor resistor utilizado no cálculo.
4 CIRCUITOS ELETROELETRÔNICOS 99
4.3 SIMBOLOGIA
Você já reparou que os desenhos dos circuitos são cheios de símbolos? Você 
sabe por que e para que são utilizados? 
Pela mesma razão que existem símbolos nos diagramas e circuitos elétricos, 
existem símbolos nos circuitos eletrônicos, só que o aglomerado de componen-
tes é muito maior do caso dos sistemas eletrônicos, pois, independentemente 
do tipo, certamente utiliza muito mais componentes. Por isso, para interpretar 
adequadamente o circuito, você precisa prestar atenção aos mínimos detalhes da 
construção da placa do circuito impresso.
Conforme você verá no decorrer da análise deste assunto, os diagramas ele-
troeletrônicos são utilizados no acionamento de circuitos por centrais eletrônicas 
de gerenciamento em geral bem como em circuitos dos condutores e compo-
nentes no veículo. Os circuitos podem ser tanto elétricos quanto eletrônicos, e 
para diferenciar um do outro, e poder identificar seus componentes, é primordial 
que você tenha em mãos os diagramas correspondentes, pois contêm a simbolo-
gia que permitirá a interpretação correta de cada dado. Veja no exemplo a seguir, 
como ficaria complicado identificar os componentes dos circuitos sem saber do 
que cada um trata, se não tivesse como decodificar cada um dos símbolos do 
diagrama. 
Corrente Alternada:
Corrente Contínua:
Acumulador de Energia, Bateria:
+
-
Negativo, Massa, Terra:
Resistor:
Indutor:
Capacitor:
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS100
Transistor:
Diodo:
Diodo Zener:
Diodo Emissor de Luz (LED):
Lâmpada:
Relé simples:
Interruptor (Normalmente Fechado)
Interruptor (Normalmente Aberto):
Motor: M
Gerador: G
Fusível:
Quadro 1 - Descrição das simbologias dos componentes
Fonte: do Autor (2014)
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
4 CIRCUITOS ELETROELETRÔNICOS 101
Os circuitos mais aplicados, como o da figura a seguir, mostra um esquema 
elétrico com a identificação dos componentesFigura 39 - Diagrama elétrico de um diodo Zener inversamente polarizado .............................................61
Figura 40 - Construção do diodo emissor de luz ...................................................................................................62
Figura 41 - Tipos de transistores ..................................................................................................................................63
Figura 42 - Transistor amplificando sinal ..................................................................................................................64
Figura 43 - Construção e simbologia de um transistor ........................................................................................64
Figura 44 - Tipos de polarização dos transistores ..................................................................................................65
Figura 45 - Circuito básico utilizando um transistor como amplificador ......................................................65
Figura 46 - Sensor de pressão do coletor .................................................................................................................67
Figura 47 - Circuito elétrico interno ao sensor de pressão do coletor ...........................................................68
Figura 48 - Sensor de fluxo de ar .................................................................................................................................68
Figura 49 - Circuito interno do sensor de fluxo do ar ...........................................................................................69
Figura 50 - Sensores de temperatura do ar ..............................................................................................................70
Figura 51 - Gráfico de relação entre resistência e temperatura ........................................................................70
Figura 52 - Circuito do sensor de temperatura .......................................................................................................71
Figura 53 - Sensor de posição da borboleta de aceleração ...............................................................................72
Figura 54 - Circuito de funcionamento de um potenciômetro .......................................................................72
Figura 55 - Simbologia de um potenciômetro .......................................................................................................73
Figura 56 - Sensor de rotação indutivo .....................................................................................................................74
Figura 57 - Construção interna do sensor de rotação indutivo em relação à roda fônica ......................74
Figura 58 - Circuito interno de funcionamento de um sensor de rotação indutivo .................................75
Figura 59 - Sensor de fase Hall ......................................................................................................................................76
Figura 60 - Funcionamento do sensor Hall ..............................................................................................................76
Figura 61 - Circuito interno de um sensor de fase .................................................................................................77
Figura 62 - Sinal de onda quadrada variando entre 0 e 5 V ...............................................................................77
Figura 63 - Sensor de detonação .................................................................................................................................78
Figura 64 - Construção de um sensor de detonação ............................................................................................79
Figura 65 - Forma de funcionamento do sensor de detonação .......................................................................79
Figura 66 - Construção da sonda lambda .................................................................................................................80
Figura 67 - Tipos de sondas lambdas .........................................................................................................................81
Figura 68 - Tipo de sinal de sonda lambda ...............................................................................................................82
Figura 69 - Circuito elétrico de funcionamento de uma válvula injetora de combustível......................83
Figura 70 - Construção de uma bomba de combustível .....................................................................................84
Figura 71 - Circuito elétrico em série ..........................................................................................................................90
Figura 72 - Circuito elétrico em série e verificação de tensão entre resistores ...........................................91
Figura 73 - Circuito em série ..........................................................................................................................................91
Figura 74 - Forma de checar a corrente elétrica de um circuito .......................................................................93
Figura 75 - Conjunto de resistores do ventilador interno do veículo .............................................................93
Figura 76 - Circuito elétrico em paralelo ...................................................................................................................94
Figura 77 - Circuito em paralelo com três resistores e uma fonte de energia .............................................95
Figura 78 - Circuito misto (circuito em sério e paralelo) ......................................................................................98
Figura 79 - Circuito elétrico codificado com simbologias ............................................................................... 101
Figura 80 - Circuito da junção dos condutores .................................................................................................... 102
Figura 81 - Desenho elétrico do sistema de ignição .......................................................................................... 105
Figura 82 - Desenho eletrônico de acionamento de um mini motor elétrico .......................................... 106
Figura 83 - Diagrama elétrico de Iluminação externa ....................................................................................... 107
Figura 84 - Esquema base de um circuito de retificação de corrente alternada ..................................... 109
Figura 85 - Esquema base do circuito de retificação de corrente alternada trifásica ............................ 110
Figura 86 - Placas retificadoras positivas e negativas de um alternador .................................................... 111
Figura 87 - Diagrama básico do circuito das luzes de posição....................................................................... 117
Figura 88 - Diagrama básico dos faróis baixo e alto .......................................................................................... 118
Figura 89 - Diagrama básico do circuito das luzes de direção e emergência ........................................... 119
Figura 90 - Diagrama básico do circuito da luz de marcha a ré ..................................................................... 120
Figura 91 - Demonstração de uma luz de freio do tipo brake light ..............................................................120
Figura 92 - Diagrama básico do circuito da luz de freio ................................................................................... 121
Figura 93 - Diagrama de acionamento dos faróis por meio de um relé comum..................................... 122
Figura 94 - Identificação dos faróis de neblina e dos faróis de milha .......................................................... 122
Figura 95 - Lanterna de neblina traseira ................................................................................................................por símbolos padronizados, que, 
claro, podem variar um pouco entre as montadoras em função da aplicação. Mas 
independente das variações, o importante é examinar todos os símbolos, códigos 
e nomenclaturas, que sempre vêm devidamente explicitados, para que qualquer 
reparador consiga fazer a leitura precisa dos diagramas utilizados no diagnóstico. 
Depois que o reparador examinar um diagrama, ele sempre terá como checar 
mais minuciosamente cada detalhe, cada símbolo, cada informação que lhe trou-
xer dúvida. Veja o exemplo a seguir: 
B
I2
31
50 15 30
1
2
L1
l1
0,75 BK/WH
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 79 - Circuito elétrico codificado com simbologias
Fonte: do Autor (2014)
A decodificação de cada símbolo ou termo elimina as dúvidas. Veja:
• B = bateria 12 Volts.
• L1 = iluminação interna (Lâmpada 12 Watts).
• I1 = interruptor da iluminação interna.
• I2 = comutador de ignição.
• 0,75 = espessura do condutor.
• BK/WH = cor do condutor (Preto com branco).
• 1 e 2 = terminais de ligação da lâmpada. 
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS102
• 50 = positivo durante a partida.
• 31 = aterramento.
• 15 = positivo pós-chave.
• 30 = positivo direto da bateria.
A leitura devida dos esquemas elétricos é essencial para identificar e conhe-
cer aqueles emaranhados de condutores elétricos de determinados circuitos do 
veículo. Se o diagrama não for conferido atenciosamente, o reparador poderá se 
perder na interpretação e, em consequência, errar ou agravar um diagnóstico. 
Para evitar que isso aconteça, lembre-se de sempre começar a ler um esquema 
elétrico pela sua alimentação positiva, pois ficará bem mais fácil a sua interpreta-
ção no circuito. 
No diagrama a seguir você pode visualizar um circuito em série de dois resis-
tores e um condutor com um resistor em paralelo. Veja que o condutor de um 
resistor passa acima do circuito dos resistores em série sem interligar o circuito, 
fazendo sua conexão somente após os outros dois resistores. Observe, também, 
que sempre que houver uma junção de condutores, como está ilustrado nessa 
figura, o condutor elétrico do circuito terá um ponto de conexão entre os condu-
tores, representado por uma bolinha.
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 80 - Circuito da junção dos condutores
Fonte: do Autor (2014)
Existem vários outros códigos aplicados aos circuitos elétricos. Veja a seguir, 
a relação do que é utilizado nos veículos atualmente quanto à padronização, aos 
relés e às chaves de seta em geral:
4 CIRCUITOS ELETROELETRÔNICOS 103
87
87a
8586
30
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
53e Esguicho
53m Saída para o motor limpador
53s Retorno do motor do limpador
54 Luz de freio
S
(Para temporizadores) Saída para o 
interruptor
54L
Saída para Lâmpada da carreta 
esquerda
54R
Saída para Lâmpada da carreta 
direita
54g Válvula de retardo do freio
55 Lâmpada de neblina
C
Saída para lâmpada 
piloto
56 Positivo para faróis alto e baixo
K1
Saída para lâmpada 
piloto 1
56a Farol alto
K2
Saída para lâmpada 
piloto 2
56b Farol baixo
T
Entrada positiva do 
esguicho do limpador
57 Lâmpada de posição lateral
I
Entrada da chave tempo-
rizada do limpador
57a Lâmpada de estacionamento
L
Entrada da chave de seta 
esquerda
57L
Lâmpada de estacionamento 
esquerda
R
Entrada da chave de seta 
direita
57R
Lâmpada de estacionamento 
direita
LL
Saída para lâmpada 
esquerda
58
Lâmpada de posição traseira/ 
licença
RR
Saída para lâmpada 
direita
58d
Lâmpada de iluminação do painel 
(dimmer)
1 Bobina de ignição 58L Lâmpada de posição esquerda
1a Platinado 58R Lâmpada de posição direita
4
Bobina de ignição alta 
tensão
71a Buzina
15
+12V (+24V) após chave 
de ignição
72 Chave do alarme
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS104
30
+12V (+24V) direto da 
bateria
75 Acendedor de cigarros/ rádio
30a
Chave seletora série/ 
paralelo (12v/24V)
81
Chave seletora NF entrada (normal 
fechada)
31
Terminal negativo da 
bateria
81a
Chave seletora contato NF (normal 
fechada)
31b
Negativo via chave ou 
relé
85 Lado negativo da bobina do relé
31c
Entrada negativa do 
esguicho
86 Lado positivo da bobina do relé
49
Entrada +12V (+24V) do 
relé de pisca
87
Terminal NA (normalmente aberto) 
do relé
50 Motor de arranque 87a
Terminal NF (normalmente fecha-
do) do relé
51 Alternador 87b
2º Terminal NA (normalmente 
aberto) do relé
53
+ Motor do limpador de 
para-brisa
49a
Saída para lâmpada do relé do 
pisca
53a
Automático de parada do 
limpador
S Ligar na saída W do interruptor
53c
Entrada positiva do 
esguicho
W
Entrada negativa do sensor de 
nível d’água
Quadro 2 - Terminais das principais linhas elétricas do veículo
Fonte: Maurício Centro Automotivo (2014)
4 CIRCUITOS ELETROELETRÔNICOS 105
4.4 DIAGRAMAS
Geralmente estes tipos de circuitos desenhados ou em forma de simbologia 
de sistemas eletroeletrônicos ou elétricos eram vistos em esquemas ou diagra-
mas mais antigos. Como não havia um padrão correto para cada tipo de com-
ponente identificando-o por um código ou uma simbologia, muitos diagramas 
tinham de ser desenhados para identificar e explicar a que componente cada 
símbolo se referia. Veja, a seguir, dois exemplos de desenhos de circuitos: o pri-
meiro é de um esquema elétrico geral, de um sistema de ignição de veículos 
mais antigos, com carburador, que utilizavam o distribuidor; e o segundo é de 
um circuito eletrônico.
Bateria Bobina de 
ignição
Distribuidor
de ignição
Cabos de
ignição
Velas
Chave de
ignição
Po
rt
al
 S
ão
 F
ra
nc
is
co
 ([
20
--
?]
)
Figura 81 - Desenho elétrico do sistema de ignição
Fonte: Delara Representações Ltda (2014)
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS106
Tubinho opaco
LDR Q1
Preto
B1
R
Vermelho
Motor (M)
Figura 82 - Desenho eletrônico de acionamento de um mini motor elétrico
Fonte: do Autor (2014)
Observe a forma como eles são representados, muitos ainda com as descri-
ções referentes a cada componente feitas no próprio desenho, no circuito, ou 
com etiquetas no próprio componente. Eram fáceis de interpretar pelo fato de o 
desenho ser menos complexo e de se entender exatamente quais componentes 
foram utilizados no esquema. Hoje em dia são usados diagramas elétricos com 
simbologias e descrições que você teve a oportunidade de ver nessa unidade, e 
que ainda verá no decorrer do curso.
Os desenhos de circuitos não correspondem apenas à elétrica ou eletrônica 
automotiva, eles também podem referir-se a sistemas hidráulicos e pneumáticos 
em geral. Os tipos de diagramas são tão diversos por causa da grande quantidade 
de eletrônica embarcada que há hoje no veículo, mas neste capítulo o foco está 
voltado especificamente para sistemas eletroeletrônicos.
É possível encontrar diagramas elétricos específicos de sistemas tais como o 
de gerenciamento de combustível, de freios antitravamento ABS, de segurança 
de colisões airbag, de iluminação, de conforto etc. Esses sistemas foram desen-
volvidos separadamente pelo fato de a eletrônica embarcada ter crescido muito, 
até mesmo nos veículos mais básicos. Quando se tem um falha em um circuito 
específico, não é necessário pegar todo o diagrama do veículo e sim aquele que 
corresponde diretamente ao que está sendo reparando. Veja no exemplo a se-
guir, um esquema elétrico específico do sistema de iluminação.
4 CIRCUITOS ELETROELETRÔNICOS 107
BATERIA
G
0
0
2
G
0
1
2
2
1
3
1
2
15/54
30
50
INT-A
INT
3
4
A
B
3
1
2
2
3
0
1
R02
2
5F
-1
5
7
,5
A
F
-1
4
7
,5
A
1
2
F
-0
3
2
0
A
C
V
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D
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8 9 1
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1
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3
R01
F
-1
2
7
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2
1
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3
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9
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9
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8
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1
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1
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7
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1
G
0
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1
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1
U
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6
0
X
X
Y
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Q
S
5
2
6
3
CAN-A
+30
CAN-B
INT
8
7
1
6MODE-
1
3
MODE 
MODE +
1
G
0
3
3
MODE +/MODE
2
4 MODE -
1
1
IN
T
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. 
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E
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A
B
G
0
0
1
G
0
2
2
B
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P
L
N
B
C
Lu
iz
 M
en
eg
he
l (
20
14
)
Figura 83 - Diagrama elétrico de Iluminação externa
Fonte: Fiat (2014)
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS108
Perceba que, por um lado, há a numeração dos terminais de cada componente 
para melhor identificar seu endereço específico, e, por outro, as descrições de cada 
componente, identificando do que trata cada um. Pontos de encontros de condu-
tores elétricos passam diretamente um condutor pelo outro e os condutores que 
se interligam no meio do circuito elétrico são mostrados por um ponto de junção, 
o que quer dizer que ali, há uma ligação entre condutores.
Com relação ao mesmo esquema, é importante ressaltar que há símbolos rela-
cionados à iluminação como os representados por um círculo com um X no meio, 
como já foi mostrado anteriormente, os quais serão discutidos mais adiante. As 
centrais eletrônicas de processamento são identificadas nos diagramas elétricos 
como transistores, entre vários outros símbolos, como os pontos de massa do veí-
culo, os fusíveis, bobinas de indução magnética etc.
Nos diagramas elétricos geralmente existe a fonte de energia como a bateria, 
disposta pela sua simbologia. Muitas vezes encontram-se exemplos de diagramas 
elétricos que contêm números, como linha 30, que quer dizer que uma alimenta-
ção positiva vem diretamente da bateria; ou como linha 15, que representa um 
positivo pós-chave de ignição, ou como a linha 50 um positivo durante a partida 
do veículo, que para de vir ao motor quando ele entrar em funcionamento, ou 
ainda, como o linha 31, que indica o ponto de massa do veículo ou o próprio polo 
negativo do veículo.
Os diagramas elétricos foram e continuam sendo desenvolvidos pela parte de 
engenharia elétrica de cada fabricante e disponibilizados em concessionárias para 
que os reparos sejam feitos de acordo com as especificações já que era comum 
que reparadores, no seu dia a dia, trabalhando assoberbados, tivessem muita difi-
culdade para encontrar os diagramas elétricos que correspondiam a cada tipo de 
problema. Não é preciso nem dizer que com os diagramas disponibilizados aos 
reparadores, eles não precisam mais percorrer os condutores no veículo para sa-
ber de onde vinham e para onde iam. Graça aos diagramas, os reparadores conse-
guem, hoje, diminuir muito o tempo para diagnosticar determinadas falhas.
Imagine o reparador receber o veículo em sua oficina com uma falha de ali-
mentação na central eletrônica do motor. Como seria árduo o seu trabalho sem 
ter um diagrama para lhe ajudar no diagnóstico. Imagine se ele tivesse que checar 
todos os fusíveis para ver se, ou qual deles, estava queimado. Depois de conse-
guir descobrir isso, ainda teria que seguir as alimentações da bateria. Se tivesse em 
mãos o diagrama elétrico, o fusível poderia ser substituído imediatamente, sem ter 
que passar por toda essa trabalheira desnecessária. Ele teria diminuído sua mão de 
obra e o tempo empregado para efetuar o diagnóstico. Mas, é claro, que para ter 
100% de certeza do que está fazendo no veículo, o reparador tem que estar bem 
treinado e ter a habilidade necessária para interpretar corretamente o digrama de 
um circuito. 
4 CIRCUITOS ELETROELETRÔNICOS 109
Os diagramas originais são geralmente muito complexos e de difícil interpre-
tação, especialmente porque o conteúdo vem exposto em 10 a 15 páginas, di-
ficultando sua leitura. Quando estão subdivididos em partes, para cada circuito 
específico, a execução do trabalho fica bem mais ágil e eficiente.
4.5 PONTE RETIFICADORA
Dentre a variedade de diodos, existem os diodos retificadores, que tem por 
função retificar a onda de uma determinada corrente elétrica, transformando uma 
corrente alternada em corrente contínua. Em muitos casos, um único diodo não é 
suficiente para retificar essa corrente elétrica, necessitando então de um conjunto 
de diodos retificadores. A formação desse conjunto resulta na criação da ponte 
retificadora, que é um componente capaz de retificar a corrente elétrica de saída 
de um determinado gerador de energia.
A ponte retificadora é composta por dois diodos em um condutor de passagem 
de corrente alternada. Esses dois diodos são dispostos no circuito de tal maneira 
que um deles vai permitir somente a passagem da corrente com diferença de po-
tencial negativa, enquanto que o outro diodo, permitirá a passagem da corrente 
com diferença de potencial positiva. A seguir, você pode observar duas pontes 
retificadoras ligadas entre si.
4 x 1N4007
+
=
Diodo r��i���dor
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 84 - Esquema base de um circuito de retificação de corrente alternada
Fonte: Retificação de Ondas (2014)
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS110
 SAIBA 
 MAIS
Um teste muito importante no dia a dia é o de verificar a in-
tegridade do diodo, para analisar se seu funcionamento está 
correto ou não, se está em curto ou circuito aberto. Para as-
sistir diversos vídeos sobre os testes realizados nos sistemas 
eletroeletrônicos busque no Youtube pelo termo “Testes em 
componentes eletrônicos”. 
Indiferente da quantidade de condutores que venham do gerador de energia, 
sempre haverá dois diodos para cada condutor, logo, no gerador aplicado no ve-
ículo, cujo nome é alternador, há três bobinas geradoras de energia elétrica. Ge-
ralmente, essas três bobinas terminam em três condutores, que levam dois dio-
dos para cada condutor, totalizando, assim, seis diodos, dos quais três vão liberar 
somente a passagem da tensão positiva e os outros três, somente a passagem da 
tensão negativa.
+
-
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 85 - Esquema base do circuito de retificação de corrente alternada trifásica
Fonte: do Autor (2014)
Nos veículos a ponte retificadora geralmente está presente na parte interna do 
alternador. Pelo fato de dar passagem a uma alta corrente interna e de também 
permitir a dissipação de calor, sua estrutura tem de ser bastante robusta. A seguir 
você verá a imagem de uma ponte retificadora de um alternador comum, com 
seis círculos iguais, com três deles aplicados na placa negativa e os outros três na 
placa positiva.
4 CIRCUITOS ELETROELETRÔNICOS 111
B- B+
B+
W
Pa
ul
o 
Co
rd
ei
ro
 (2
01
4)
Figura 86 - Placas retificadoras positivas e negativas de um alternador
Fonte: Sulcape (2014)
CASOS E RELATOS
Bate-papo
Outro dia, em conversa com o reparador Douglas, que trabalha em uma 
auto elétrica, expliquei que na oficina onde eu trabalho tem aparecido 
vários veículos com problema nos alternadores e que com o superaque-
cimento a bobina interna do alternador chega a derreter ou a danificar os 
diodos retificadores. 
Douglas me explicou que essa é uma falha bem comum. Os veículos che-
gam até a oficina carregando somente 70 a 80% da sua capacidade de 
carga, então, ele checa a ponte retificadora para verificar se um diodo da 
placa positiva está em curto, o que impede a passagem da corrente com 
diferença potencial positiva de uma das três bobinas do alternador. Com 
um multímetro ele consegue conferir o circuito para análise do diodo e 
faz o diagnóstico na mesma hora, para saber se precisa trocar o diodo 
danificado por outro para fazer o sistema voltar a operar normalmente.
Com a explicação de Douglas percebi que esse é um problema comum, 
e que estou fazendoo procedimento correto para detectar o problema e 
resolvê-lo. É sempre bom trocar ideias e informações com colegas mais 
experientes, pois sempre se aprende algo novo ou se pode saber se este 
é o caminho certo.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS112
RECAPITULANDO
Nesse capítulo você estudou os tipos de circuitos em série e paralelo apli-
cados nos veículos e de que forma a associação dos consumidores é feita 
no circuito. Você conheceu a associação de resistores e aprendeu que não 
somente resistores, mas também outros componentes, são associados.
Nesse capítulo também foram apresentadas algumas fórmulas para sa-
ber como se faz a associação para checar à resistência equivalente de um 
circuito e o que fazer para calcular a corrente elétrica. Você também teve 
a oportunidade de entender a importância de um diagrama elétrico no 
dia a dia de um reparador para poder diagnosticar uma falha e, finalmen-
te, aprendeu de que forma um semicondutor diodo atua na retificação da 
energia elétrica gerada por um alternador.
4 CIRCUITOS ELETROELETRÔNICOS 113
Anotações:
5
Diagramas Elétricos
Você já parou para pensar como funcionam os sistemas de iluminação de um veículo? Ou de 
que forma um pequeno motor pode fazer com que um grande motor entre em funcionamen-
to? Neste capítulo você estudará sobre os circuitos de sinalização e iluminação, sobre circuitos 
de carga e recarga e circuitos de partida. 
Para alcançar esse objetivo, você terá de estudar e entender quais são os componentes apli-
cados ao sistema e vai compreender por que seu funcionamento se dá de forma mais simples 
do que o de um diagrama de injeção eletrônica de combustível. Na verdade, esses sistemas 
tendem a ser mais básicos porque utilizam circuitos elétricos mais comuns, que empregam 
somente chaves de acionamento, condutores e componentes como motores elétricos, alterna-
dores e outros consumidores, no caso, as principais luzes de sinalização e iluminação.
Com o passar do tempo esses circuitos foram se aprimorando e passaram a ser controlados 
por centrais eletrônicas nos quais os conhecidos relés de seta e luzes são acopladas na própria 
placa de circuito impresso. Ao finalizar seus estudos neste capítulo, você estará apto a:
a) interpretar gráficos e tabelas;
b) compreender a aplicação dos diagramas em um sistema eletroeletrônico automotivo;
c) reconhecer a diagramação dos principais sistemas eletroeletrônicos automotivos.
Bons estudos!
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS116
5.1 CIRCUITOS DE SINALIZAÇÃO E ILUMINAÇÃO
Se você for pensar bem, até mesmo os primeiros veículos produzidos já eram 
providos de um sistema de iluminação, por meio de um lampião, que permitia ao 
condutor ver parte da estrada a sua frente. Naquela época, com a pequena quan-
tidade de automóveis circulando pelas ruas e estrada, a preocupação era apenas 
com a iluminação frontal, e ainda não se faziam necessárias lanternas traseiras ou 
setas laterais.
Com o passar do tempo, mais e mais veículos foram sendo fabricados e foi sur-
gindo a necessidade de se criar regras e adequar os veículos para que o crescente 
trânsito nas vias não gerasse uma bagunça generalizada. Imagine o que seria do 
trânsito hoje em dia se os automóveis não tivessem como sinalizar, com luzes e 
setas, seu posicionamento na via, sua intenção de virar para a esquerda ou para 
a direita, ou a intenção de dar uma ré. Pois bem, a criação de determinadas luzes 
aplicadas nos veículos tinha como objetivo justamente isso: organizar o que pos-
sivelmente se tornaria um grande caos. A partir de agora, estude atentamente, a 
função e a aplicação dos principais sistemas de sinalização veicular.
5.1.1 DIAGRAMA DAS LUZES DE POSIÇÃO
O diagrama de luzes de posição tem o objetivo de facilitar e indicar a posição 
das luzes do veículo. Esse sistema de iluminação é ativado para que os conduto-
res possam ver a posição dos demais veículos estacionados ou transitando pelas 
ruas. Nos dias em que o tempo está fechado, com chuva, neblina ou baixa lumi-
nosidade, sem as luzes de posição, sua visibilidade seria quase impossível e mui-
tos acidentes não poderiam ser evitados. Mas como funcionam esses sistemas 
de iluminação? E como evoluíram? Que caminho foi percorrido para se chegar 
aos sistemas mais sofisticados de iluminação que utilizam centrais de conforto e 
centrais que comandam as funções do habitáculo por meio de um interruptor de 
acionamento das luzes de posição?
Na sequência você verá o funcionamento de um circuito básico de aciona-
mento das luzes de posição, presente na maioria dos veículos.
5 DIAGRAMAS ELÉTRICOS 117
Bat Acc Ign
+
-
31
31 31
31 3131
F R R F
30 58 56 I31
Diagrama elétrico luzes de posição
Comutador 
de ignição
Comando de luz de
posição de faróis
Caixa de 
fusíveis
Bateria
Caixa de 
fusíveis
Massa
Massa
Reostato
painel
Massa Luz de
placa
Lanternas traseiras
Massa
Lanternas dianteiras
St
oc
k 
(2
01
3)
Figura 87 - Diagrama básico do circuito das luzes de posição
No circuito anterior você pode observar um circuito completo de acionamen-
to das luzes de posição de um veículo por meio de um interruptor. Esse é um 
modelo de sistema que consome pouca corrente para ser acionado, e, portanto, 
não requer no circuito um relé de ativação. Note que em toda a ligação do circuito 
existe um sistema de ligação mista, que utiliza um circuito em série de bateria, 
fusíveis e chaves, mas que, ao chegar aos componentes, precisa de ramificações 
nos condutores, os quais passam de circuitos em série para circuitos em paralelo.
5.1.2 DIAGRAMA DOS FARÓIS BAIXO E ALTO
Neste item você verá o esquema de ligação do farol baixo e do farol alto. O fa-
rol baixo é normalmente utilizado à noite e no encontro entre veículos, para que 
o cruzamento entre os veículos possa ser feito sem que um atrapalhe a visão do 
outro em função da direção da luz que tende a se voltar para baixo em uma linha 
determinada não superior ao capô do veículo, deixando o condutor com uma boa 
visibilidade da via. Já o farol alto tende a levar o feixe de luz mais à frente, assim 
o condutor tem uma visibilidade maior da via e a potência da lâmpada é muito 
maior do que a do farol baixo.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS118
A seguir você verá o circuito de ligação dos faróis básicos de um sistema apli-
cado em um automóvel comum:
Diagrama elétrico farol baixo e farol alto
Bat Acc Ign
+
-
31
31 31
31 3131
F R R F
85 30 87 86 30 58 56 I31 49a 49aL 49aR P 58L 58R 30 56a 56b 56
Comutação
de ignição
Relé auxiliar
Comando de luz
de posição de faróis Alavanca de comando
Caixa de 
fusíveis
Bateria
Massa
Massa Caixa de 
fusíveis
Massa
Painel de Instrumentos
Massa
Massa Luz de 
placa
Lanternas traseiras
Lanternas dianteiras
St
oc
k 
(2
01
3)
Figura 88 - Diagrama básico dos faróis baixo e alto
5.1.3 DIAGRAMA DAS LUZES DE DIREÇÃO E EMERGÊNCIA 
Aplicados em todos os veículos automotores, as luzes de direção e emergên-
cia têm a finalidade de indicar a posição em que o veículo se encontra ou a posi-
ção que vai tomar, essas luzes estão localizadas na dianteira e na traseira do veí-
culo e em alguns modelos, podem estar junto aos para-lamas e aos retrovisores 
externos.
Ao acionar a alavanca próxima ao volante, o circuito inicia seu funcionamen-
to com um relé temporizador deixando parte do sistema acionado e outra parte 
não; assim, um sinal com frequência pré-determinada permite que a luz fique pis-
cando para indicar a direção a ser tomada pelo veículo. Essa luz tem geralmente 
as colorações alaranjadas e amarelas, mas em alguns veículos pode apresentar 
coloração vermelha, funcionando juntamente com a luz de freio ou presença.
5 DIAGRAMAS ELÉTRICOS 119
Outra função dessas mesmas luzes é a de indicar o sinal de emergência ou 
alerta, em que todas as luzes de direção do veículo são acionadas com intervalos 
determinados de tempo, acendendo e apagando, em uma frequência fixa e exa-
ta. Essa luz é geralmente utilizada quando o trânsito para bruscamenteindicando 
alerta aos veículos que vem atrás. Ela é também utilizada quando o veículo para 
em acostamentos junto às vias, ou para indicar emergência em acidentes entre 
veículos. Este circuito é constituído da seguinte forma:
Diagrama elétrico luzes direção e emergência
Comutação
de ignição
Caixa de 
fusíveis
Bateria
Massa
Bat Acc Ign
+
-
31
L R 49a58b
N\/
3049 15 49a 49aL 49aR P 58L 58R 30 56a 56b 56
31 31
31 3131
49a 49 31
F R R F
Massa
Caixa de 
fusíveis
Massa
Interruptor de 
emergência
Alavanca de
comando
Re
lé
 d
e 
di
re
çã
o
e 
em
er
gê
nc
ia
Massa
Massa Luz de
placa
Lanternas traseiras
Lanternas dianteiras
St
oc
k 
(2
01
3)
Figura 89 - Diagrama básico do circuito das luzes de direção e emergência
5.1.4 DIAGRAMA DAS LUZES DE MARCHA A RÉ E FREIO
Este é um dos circuitos mais básicos de um veículo. Por ser um circuito elétrico, 
com a utilização de uma fonte de energia, interruptor e consumidor, essas luzes 
indicam aos outros condutores quando um veículo engata a marcha à ré e quan-
do freia. As luzes da marcha à ré são brancas e estão localizadas uma de cada lado 
da traseira do veículo, às vezes, junto com o conjunto das outras luzes, às vezes, 
ou separadas, e há veículos que têm somente uma luz de ré.
Como o circuito é simples, um interruptor ligado direto à caixa de transmissão 
do veículo aciona diretamente a luz de ré quando a marcha é engrenada.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS120
Bat Acc Ign
+
-
31
31 31
31 3131
F R R F
Comutação
de ignição
Interruptor de ré
Caixa de 
fusíveis
Bateria
Massa Massa
Caixa de 
fusíveis
Massa
Painel de Instrumentos
Massa Luz de 
placa
Lanternas traseiras
Lanternas dianteiras
Diagrama elétrico luzes de ré
St
oc
k 
(2
01
3)
Figura 90 - Diagrama básico do circuito da luz de marcha a ré
O circuito da luz de freio é similar ao da luz de marcha à ré (ambos são aciona-
dos por um interruptor), inclusive a própria luz de posição pode funcionar tam-
bém como luz de freio. Essa, então, possui dois filamentos, geralmente de 5 Watts 
para a luz de posição do veículo, e outro filamento com 21 Watts para o aciona-
mento do freio, e sempre na coloração vermelha. Há ainda veículos que possuem 
uma luz central acoplada no porta malas ou junto ao vidro traseiro, denominada 
brake light. Veja na imagem a seguir.
Fu
se
 ([
20
--
?]
)
Figura 91 - Demonstração de uma luz de freio do tipo brake light
Fonte: Thinkstock (2015)
5 DIAGRAMAS ELÉTRICOS 121
Se anteriormente foi apresentado um exemplo de break light, a seguir há um 
diagrama elétrico que ilustra o acionamento da luz de freio. Essa luz, em geral, é 
acionada diretamente por um interruptor localizado no próprio pedal do freio, 
assim, quando o freio é acionado, faz o contato direto para as luzes de freio e para 
a luz de marcha à ré, quando acionada. Esse sistema simples não necessita de relé 
para o seu funcionamento.
Comutação
de ignição
Interruptor 
de freio
Caixa de 
fusíveis
Bateria
Massa Massa
Caixa de 
fusíveis
Massa
Painel de Instrumentos
Massa Luz de 
placa
Lanternas traseiras
Lanternas dianteiras
Diagrama elétrico luzes de freio
Bat Acc Ign
+
-
31
31 31
31 3131
F R R F
St
oc
k 
(2
01
3)
Figura 92 - Diagrama básico do circuito da luz de freio
 CURIOSIDADE
Grande parte dos veículos já saem de fábrica com 
a lanterna traseira e luzes de posição em LED, pois 
são luzes de baixo consumo de energia e necessita-
rem de condutores de pouca espessura, e pelo fato 
de cada vez mais termos centrais de gerenciamen-
to para controlar esses acionamentos.
5.1.5 DIAGRAMA DAS LUZES DE NEBLINA, MILHA E LANTERNA DE 
NEBLINA
O diagrama das luzes de neblina, milha e lanterna de milha é parecido com o 
das luzes de marcha à ré e freio. Seus circuitos também são simples, e praticamen-
te, só diferem do de marcha à ré porque além do consumidor, do interruptor e da 
fonte de energia, este requer o auxílio de um relé, pois o acionamento da lâm-
pada do farol de milha, ou neblina, exige uma corrente mais alta para funcionar.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS122
Farol
Fusível
Bateria
Conector 1 ~ 2
Botão
30 86
8587
Relé
Farol Lu
iz
 M
en
eg
he
l (
20
14
)
Figura 93 - Diagrama de acionamento dos faróis por meio de um relé comum
Fonte: Como... (2012)
O farol de neblina tem como função iluminar a via em um curto trajeto, o mais 
próximo possível do chão, para aumentar a visibilidade do condutor na ocorrên-
cia de muita neblina, fumaça etc. Já o farol de milha, cujas características são pa-
recidas às do farol alto, deve iluminar a maior parte da via na frente. Os faróis de 
milha geralmente estão localizados na mesma elevação do farol alto e do farol 
baixo do veículo, como você poderá observar na imagem a seguir.
Fi
at
 (2
01
3)
Figura 94 - Identificação dos faróis de neblina e dos faróis de milha
5 DIAGRAMAS ELÉTRICOS 123
Por fim, há os veículos que utilizam lanternas traseiras vermelhas, de 21 Watts, 
para auxílio na visão do condutor que vem atrás em dias de muita neblina. Na 
imagem a seguir, essa luz está localizada entre a placa e a lanterna e é acionada 
pelo condutor em um botão no painel do veículo, o qual sinaliza que a mesma 
encontra-se ligada:
Ca
m
in
ho
d 
([2
0-
-?
])
Figura 95 - Lanterna de neblina traseira
Fonte: Thinkstock (2015)
5.1.6 ILUMINAÇÃO DO PAINEL
Nos veículos mais antigos, os circuitos de acionamento dos painéis eram mais 
simples, em que cada acionamento de luz enviava um sinal para cada terminal 
do painel, acionando uma lâmpada para indicar a temperatura, outra para indicar 
as luzes do sistema de iluminação do veículo, e assim por diante. A seguir você 
pode examinar o diagrama de um painel mais antigo, com dois conectores, onde 
cada terminal de conectores era responsável pelo acionamento de uma lâmpada 
indicadora no painel, como o velocímetro e o hodômetro:
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS124
R36 OM
5 BT
P ! CHECK
ENGINE
1 
2 3 4 5 6 7 
8 9 10 11 12 13 
67 
68 
69 70 
71 
84 83 82 81 80 79 78 77 76 75 74 73 72
R470 OM
0,25 BT
13 12 11 10 9 8 
2 3 4 5 6 7 
1 
Lu
iz
 M
en
eg
he
l (
20
14
)
Figura 96 - Circuito elétrico básico interno ao painel de instrumentos
Fonte: Gonzaga (2014)
Hoje os circuitos são totalmente eletrônicos, e esses mesmos sinais que che-
gam até o painel são processados por um circuito interno para fazer o devido 
controle de cada lâmpada; podem também ser processados por dois conduto-
res relacionados à linha CAN, que tem diversas informações passando ao mesmo 
tempo por sua central, como a temperatura do motor, o conta giros, o controle da 
lâmpada de injeção, entre vários outras.
5.2 CIRCUITOS DE CARGA E RECARGA
O circuito de carga e recarga é composto por diversos componentes, que 
devem ser representados nos circuitos elétricos. Todo e qualquer componente 
eletroeletrônico possui sua representação em um diagrama elétrico, o que permi-
te ao reparador identificar sua localização no circuito, a forma de construção do 
mesmo e a ligação dos componentes.
5 DIAGRAMAS ELÉTRICOS 125
Fusível principal
dos acessórios
Fusível
principal
Regulador de
voltagemTerminais da
bateria
Cabos da
bateria/
Condutores
Bateria
Motor de
partida
Alternador
Correia do
alternador
Sistema principal
de recarga 
Sistema de indicação
de carga no painel
de instrumentos
Lu
iz
 M
en
eg
he
l (
20
14
);b
et
a.
m
ot
or
is
t.o
rg
 ([
20
--
?]
)
Figura 97 - Desenho elétrico do sistema de carga, recarga e partida do veículo
Fonte: adaptado de Motorist Assurance Program (2014)
O componente principal para gerar a energia que alimenta os mais diversos 
consumidores é o alternador. Nos veículos mais antigos ainda é o dínamo, que aos 
poucos foi deixando de ser fabricado pelo fato de iniciar a produção de energia 
elétrica somente após uma determinada rotação, por exemplo, acima das 2.000 
rotações por minuto, diferente do alternador, que dependendo da sua constru-
ção, já consegue gerar energia a partir dos 500 girospor minuto.
O princípio básico de funcionamento de um alternador é o de receber um tra-
balho mecânico do motor do veículo, girando um eixo onde há bobinas que, ao 
serem energizadas, geram um campo eletromagnético que será captado por ou-
tras bobinas envoltas na carcaça do alternador que transmitem essa energia até 
uma ponte retificadora em que as ondas positivas são separadas das ondas nega-
tivas. Depois disso, a energia segue o caminho até um circuito eletrônico que tem 
por finalidade, limitar a tensão para evitar picos que possam danificar o sistema.
5.2.1 BATERIA
A função básica da bateria é armazenar energia para a partida do veículo e 
disponibilizar energia para componentes – como rádio, luzes etc. – quando o ve-
ículo está desligado, uma vez que esses componentes precisam de corrente para 
alimentação de memórias e processadores. A bateria também é responsável pela 
regulagem de tensão do sistema e pode suprir necessidades de corrente elétrica 
quando o sistema de carga não consegue.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS126
Ela é constituída de células metálicas com características de polaridade po-
sitiva e negativa, submersas em um composto chamado de eletrólito, que nada 
mais é do que um composto de água e ácido sulfúrico. Essas células metálicas, 
também chamadas de placas, são caracterizadas como positivas e negativas, de 
acordo com os tipos de grades ou peneiras moldadas. As placas negativas pos-
suem como agente o chumbo esponjoso e as placas positivas requerem o dióxido 
de chumbo para baterias que trabalham com manutenção, ou seja, as que podem 
ser abastecidas com água. 
Há também as baterias que não necessitam de manutenção e sua vida útil é 
muito maior, como as que levam na sua composição um material ativo, nas placas 
positivas, o antimônio, e nas placas negativas, um composto de chumbo e cálcio, 
consumindo uma porcentagem de consumo de água. Entre as placas da bateria 
é colocado um isolante para evitar o contato de umas placas com outras, permi-
tindo somente o contato do eletrólito de uma placa com a outra. As placas estão 
dispostas em seis núcleos separados, um com as placas positivas, outro com as 
negativas, outro núcleo com o isolante, e outro com o eletrólito.
Pode-se gerar energia a partir de duas
placas imensas em solução química.
Ligando várias placas, obtém-se uma
maior capacidade.
Caixa de
bateria
Divisor dos
elementos
Separadores
Eletrodo negativo
de placas múltiplas
Eletrodo positivo
Eletrólito
Eletrodo
negativo
Eletrodo positivo de
placas múltiplas
Os eletrodos negativo e
positivo, de elementos
vizinhos, estão ligados entre
si para aumentar a voltagem
Positivo
Negativo
w
eb
at
iv
o.
co
m
 ([
20
--
?]
);L
ui
z 
M
en
eg
he
l (
20
14
)
Figura 98 - Construção interna da bateria
Fonte: Mecânica Básica (2014)
A correta carga da bateria se dá quando ela está com 12,6 volts, sendo assim, 
cada uma das células disponibiliza uma tensão de 2,1 V, ligadas em série, totali-
zando 12,6 volts. A densidade do eletrólito muda conforme a carga da bateria, 
quando a mesma está com sua capacidade de carga total, o ácido se desprende 
5 DIAGRAMAS ELÉTRICOS 127
das placas e fica em contato direto com a água. Assim, para uma carga de 12,6 
volts, a densidade é de 1,260 g/cm³, a uma temperatura de aproximadamente 
26,5º, com a solução em 36% de ácido e 64% de água.
Quando a bateria descarrega e não carrega mais, pode ser em função da sulfa-
tação do sistema, que é a cristalização do ácido nas placas, fazendo assim a inibi-
ção da reação química.
Tabela 2 - Relação entre a carga e a densidade da bateria
ESTADO DA CARGA
TENSÃO DA BATERIA 
(CIRCUITO ABERTO) 
VOLT
DENSIDADE DO ELETRÓLITO
A 27°C A 15°C
100% 12,7 – 12,8 1,265 1,273
75% 12,4 – 12,6 1,225 1,233
50% 12,2 – 12,4 1,190 1,198
25% 12,0 – 12,2 1,155 1,163
0 11,9 – 12,0 1,120 1,128
Fonte: Macamp (2014)
A classificação da bateria se dá em algumas aplicações, por exemplo, a capa-
cidade de ampere da bateria é dada de acordo com quantos amperes por hora 
a bateria consegue disponibilizar em um total de 20 horas. Assim, uma bateria 
que disponibiliza 3 amperes por hora, durante 20 horas, é uma bateria de 60 Ah. 
Além da capacidade de corrente elétrica, há também indicação na bateria sobre 
a C.C.A. (Cold Cranking Ampere – Corrente de Arranque a Frio), que se refere à 
corrente máxima de partida a frio que a bateria consegue disponibilizar durante 
um período de trinta segundos sem deixar sua tensão cair abaixo dos 7,2 volts. 
Juntos a esses dois dados principais dispostos na bateria, ainda há a especificação 
da capacidade de reserva, que revela o tempo em que a bateria consegue dispor 
de 25 amperes.
A recarga de uma bateria pode ser feita de diferentes formas:
• Recarga básica geral: sempre que se for recarregar uma bateria, orienta-se a se-
guir os passos que o fabricante prescreve, mas quando for o caso de uma carga 
lenta, em geral, deve-se carregar uma bateria com 10% da corrente total dispo-
nibilizada pela bateria, por exemplo, uma bateria de 60 amperes é recarregada 
com 6 amperes. Abaixo segue uma tabela para recarga lenta.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS128
Tabela 3 - Relação entre carga e tempo para recarga 
TENSÃO DA BATERIA EM VAZIO(V) TEMPO DE RECARGA (H)
12,0 a 12,2 4,5
11,8 a 11,99 7,0
11,5 a 11,79 9,0
11,0 a 11,49 11,0
Descarregada 15,0
Fonte: SENAI CIMATEC (2014)
• Recarga Lenta: pode levar de 12 a 16 horas; dependendo da bateria, pode levar 
até 24 horas, e geralmente apenas 1% da carga de partida a frio deve ser empre-
gado.
• Recarga Rápida: é feita somente para auxiliar a bateria nas primeiras partidas 
do veículo, feito em um tempo muito reduzido e com uma corrente maior de 
30 a 50% da capacidade de carga da bateria, pois este processo aumenta muito 
o risco de danificar a bateria, por isso, essa recarga deve ser feita somente para 
auxiliar o motor na partida.
Além dessas recargas, existem ainda recargas de potência variada, onde a cor-
rente inicial é alta e vai reduzindo conforme o tempo e condições da bateria.
 FIQUE 
 ALERTA
Fique sempre atento ao recarregar uma bateria no modo 
rápido, pelo fato da bateria superaquecer, podendo, assim, 
danificar as placas internas existentes nas células. Por isso 
sempre acompanhe esse tipo de recarga, pois além de po-
der danificar a bateria, pode também causar acidentes.
5 DIAGRAMAS ELÉTRICOS 129
5.2.2 ALTERNADOR
Co
nt
eu
di
st
a
Figura 99 - Alternador
Fonte: Schervenski Filho (2014)
A energia mecânica proveniente do motor que o alternador recebe é primor-
dial para a transformação de energia mecânica em energia elétrica, pois vai para 
a bateria para recarregá-la e para fazer a alimentação de todos os consumidores 
do sistema elétrico do veículo. A seguir, você poderá observar a construção de um 
alternador, e entenderá qual é sua função e como é seu funcionamento. 
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS130
Tampa
traseira
Placa de
díodos
Indutor
Rolamento
Espaçador
Espaçador
Polia
Ventoinha
Tampa
dianteira
Rolamento
Rotor
Escova
Suporte das
escovas
Pa
ul
a 
G
oe
s 
(2
01
2)
Figura 100 - Componentes do alternador
Fonte: adaptado de SENAI/DN (2012) 
pe
ca
sr
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a.
co
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r (
20
14
), 
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ap
gl
g.
co
m
.b
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20
14
)
Figura 101 - Polias do alternador e ventilador do alternador
Fonte: Eletro Car Shop (2014) e Remap (2014)
A polia do alternador é responsável por receber a força de giro do motor por 
meio de uma correia ligada ao virabrequim1 do motor, e transmiti-la para o eixo 
principal do alternador, por meio da rotação do eixo o rotor do alternador gera 
um campo eletromagnético indutor que movimentará os elétrons através dos en-
rolamentos (bobinas) do estator, com isso, gerando corrente elétrica. O ventilador 
é constituído de um círculo parecido com uma chapa metálica com aletas e está 
acoplado à polia do alternador ou eixo do alternador. As aletas estão direcionadas 
de tal forma que quando o veículo entra em funcionamento, a altatemperatura 
1 VIRABREQUIM
Peça do motor de explosão 
que permite o movimento 
alternado dos êmbolos.
5 DIAGRAMAS ELÉTRICOS 131
de trabalho do alternador é parcialmente dissipada pelo fluxo de ar produzido 
pelo ventilador no alternador.
Bo
sc
h 
([2
0-
-?
])
Figura 102 - Capa frontal do alternador
Fonte: Eletro Car Shop (2014)
A capa frontal do alternador é responsável por assegurar o eixo na parte fron-
tal do alternador e em algumas construções proteger também o ventilador do 
alternador. Junto dele há o acoplamento do rolamento que é responsável por 
facilitar o giro do eixo principal do alternador. Geralmente constituído de metal 
ou ferro fundido.
re
m
ap
gl
g.
co
m
.b
r (
20
14
)
Figura 103 - Rotor ou induzido
Fonte: Furtado (2014)
O rotor é um dos principais componentes do alternador e é responsável por 
gerar um campo eletromagnético. Chamado também de bobina de campo, esse 
enrolamento envolto por duas peças de metal do tipo garra, quando energizadas, 
tem uma aplicação norte e outra sul. Os extremos da bobina são interligados a 
dois contatos separados, chamados de coletores, pois, quando energizados, per-
mitem a passagem da corrente somente pela bobina de campo, a qual é total-
mente isolada dos outros componentes.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS132
pe
ca
sr
im
a.
co
m
.b
r (
20
14
)
Figura 104 - Estator
Fonte: Furtado (2014)
O estator é a parte do alternador que está envolta do rotor e tem por caracte-
rística captar a energia do campo magnético gerado pelo rotor e repassá-la para 
suas três bobinas principais, cujos nomes são linha V, U e W. A energia captada 
pelas bobinas é levada até uma ponte retificadora onde ocorre a separação da 
tensão negativa para a tensão positiva, salientando também que o terminal da 
bobina W, em alguns veículos, é responsável por informar a rotação do motor em 
rotações por minuto no painel.
Estas três bobinas estão dispostas em uma base de ferro magnético, presas 
pela carcaça do alternador ou fixadas às duas tampas do alternador, frontal e tra-
seira, ficando o ferro magnético exposto para melhor dissipação do calor.
As três bobinas principais estão fixadas ao ferro magnético, devidamente iso-
ladas, e a uma distância de 120 graus cada uma. Dependendo da quantidade de 
garras que o rotor tem, elas são igualmente multiplicadas pelo número das bo-
binas que estão ligadas em série para melhor captação da indução eletromagné-
tica. Por exemplo, se você tem um rotor com seis garras multiplicando por três, 
terá 18 enrolamentos, quer dizer, seis enrolamentos ligados em série para cada 
bobina principal.
5 DIAGRAMAS ELÉTRICOS 133
Fi
at
 ([
20
--
?]
)
Figura 105 - Capa traseira do alternador
Fonte: do Autor (2014)
Junto da capa traseira, estão acoplados o regulador de tensão, a ponte retifi-
cadora e o rolamento traseiro para suporte do eixo do alternador. Sua principal 
função é proteger a parte traseira do alternador e assegurar o giro correto do eixo 
do rotor. Tanto a tampa frontal quanto a traseira servem de suporte do alternador 
ao bloco do motor.
Ba
o 
(2
01
4)
Figura 106 - Regulador de tensão
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS134
A tensão é estabilizada no sistema de carga juntamente com a tensão de re-
ferência da bateria, geralmente com o motor em marcha lenta, quando a tensão 
medida fica em torno de 13.5 à 14.5 volts de corrente contínua. Este componente 
é formado por um circuito eletrônico com diodos Zener pré-calibrados para uma 
tensão aproximada de 14 a 15 volts. 
Na figura do componente, a seguir, você pode visualizar dois contatos chama-
dos de escovas, que ficam em contato direto com os coletores do rotor, permitin-
do a passagem de tensão para a geração do campo eletromagnético.
cl
ic
zl
g.
co
m
.b
r (
20
11
)
Figura 107 - Placas negativas e positivas do alternador
Fonte: Furtado (2014)
A tensão de corrente alternada gerada pelo movimento do rotor é captada pe-
las bobinas do estator e transferida para as placas retificadoras, estas, por fim, têm 
a função de separar a onda positiva da onda negativa. Note que na figura anterior 
há duas placas separadas, cada uma delas com três diodos para filtrar a corrente. 
Junto deste sistema precisa-se de um capacitor para filtrar a tensão e equilibrar 
sua continuidade.
5 DIAGRAMAS ELÉTRICOS 135
O circuito elétrico de um alternador pode ser melhor compreendido consul-
tando o diagrama onde são mostrados os contatos do regulador de tensão em 
contato com o rotor, e também as três bobinas principais do estator, que vão até 
os diodos retificadores. 
Note no circuito a seguir que existem mais três diodos responsáveis pela pré-
-excitação do sistema, realizada pelo rotor que recebe alimentação da bateria. 
Quando o rotor começa a girar ele gera o campo magnético do terminal D+, que 
é responsável por controlar a lâmpada da bateria no painel, a qual, ao receber 
a tensão positiva, faz a luz da bateria no painel se apagar com o alternador em 
funcionamento.
Resistor (R)
Comutador
de Ignição Bateria
Lâmpada
indicadora de carga
D+ B+
D3
TR2Z2
C1
TR1
DF
R1R2
R3 R4
R5
D1
Diodos de
excitação
Regulador de
Tensão
Campo (rotor)
Estator
Diodos
reti�cadores
D1 D2 D3
D4 D5 D6
+
-
Lu
iz
 M
en
eg
he
l (
20
14
)
Figura 108 - Diagrama interno de funcionamento do alternador
Fonte: Elétrica Básica (2014)
5.3 CIRCUITOS DE PARTIDA:
O sistema de partida consiste em um motor no qual uma força eletromagné-
tica exerce uma força mecânica para fazer o motor de combustão interna sair da 
sua inércia e entrar em funcionamento; a corrente elétrica que passa pelo sistema 
do motor de partida pode passar dos 200 amperes.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS136
Alavanca de 
comando
Mola de 
retrocesso
Bobina de 
retenção
Bobina de 
chamada
Chave 
magnética
Contato
Borne de 
ligação
Ponte de 
contato
Mancal do lado 
do coletor
Mola da 
escova
Coletor
Escova
Carcaça
Sapata 
polar
Induzido
Bobina de 
campo
Anel de 
guia
Batente
Roda 
livre
Eixo do induzido 
com fuso
Pinhão
Arraste
Disco de 
freio
Mola de 
engrenamento
SE
N
A
I-D
R-
PE
 ([
20
--
?]
)
Figura 109 - Componentes do motor de partida
Fonte: Componente... (2014)
Agora você estudará sobre cada um dos componentes do motor e assim en-
tenderá o princípio básico do funcionamento do sistema. 
a) Alavanca de comando: empurra o pinhão para frente, para fazer contato 
com o volante do motor.
b) Mola de retrocesso: auxilia no retorno da alavanca de comando para a po-
sição de descanso.
c) Bobina de retenção: mantém a alavanca de comando acionada até alcançar 
o tempo exigido pelo sistema ou condutor.
d) Bobina de chamada: faz o primeiro acionamento da alavanca de comando.
e) Chave magnética ou automático: faz o acionamento da alavanca de coman-
do e transfere a corrente necessária para o motor de partida.
f) Contato: constituído de uma chapa metálica, permite conduzir a corrente no 
terminal 30 do automático para as bobinas de acionamento, para as escovas 
do coletor e para a bobina de campo, quando esta se faz necessária, depen-
dendo do tipo de construção.
g) Borne de ligação: recebe alimentação linha trinta direto da bateria e alter-
nador.
h) Mancal do lado do coletor: suporta o eixo traseiro do induzido e o rolamento 
para melhor giro do rotor, o mancal também acopla o conjunto das escovas.
5 DIAGRAMAS ELÉTRICOS 137
i) Mola da escova: pressiona a escova ou contato carvão condutivo ao coletor.
j) Coletor: permite a passagem da corrente pelo induzido para geração de 
campo eletromagnético, existem dezenas de coletores, que são contatos 
localizados junto ao induzido. Eles são individuais e isolados, pois não têm 
contato direto um com o outro. 
k) Escova: permite que a tensão positiva ou negativa passe dos contatos de 
terra da carcaça do motor de partida para o coletor; o positivo atua da mes-
ma forma, só que vindo do acionamento da chave de contato.
l) Carcaça: prende todas as partes internas do motor de partida e fazo motor 
de partida ficar acoplado ao motor, além disso, a carcaça permite também 
o aterramento dos componentes necessários para a diferença de potencial 
necessário para o funcionamento do sistema. Outro fator importante é que 
a carcaça acopla as sapatas polares e a bobina de campo. Em alguns motores 
de partida este componente já é feito por placas magnéticas, ou seja, por um 
ímã permanente, sem necessidade de eletrizar o componente para gerar um 
campo eletromagnético.
m) Sapata polar: são placas metálicas que acoplam as bobinas de campo na 
carcaça do motor de partida. No caso de ímãs permanentes, as sapatas po-
lares são fabricadas em materiais magnéticos substituindo as bobinas de 
campo.
n) Induzido: peça que recebe energia elétrica e a transforma em campo eletro-
magnético para gerar força mecânica.
o) Bobina de campo: quando recebe energia elétrica ela gera um campo mag-
nético juntamente com a sapata polar e faz a ação de retração e atração de 
algumas partes do induzido.
p) Anel de guia: permite o encaixe da alavanca de comando e serve de guia 
para o acionamento do pinhão.
q) Batente: gera o acionamento do pinhão já no curso final.
r) Roda livre: permite que o pinhão trave ao fazer força para girar o volante do 
motor, quando o motor entra em funcionamento, a velocidade de giro do 
volante do motor é superior ao giro do pinhão que gera a força inicial para 
girar o motor, caso o pinhão ainda esteja em contato com o volante do mo-
tor, vai girar livremente impedindo avarias no sistema.
s) Eixo do induzido com fuso: permite que o pinhão, ao ser acionado, faça uma 
pré-rotação, evitando contato direto e frontal dos dentes do pinhão com os 
dentes do volante do motor, para que o encaixe entre os dentes se dê de 
forma melhor.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS138
t) Pinhão: recebe a força de giro do eixo do motor de partida e repassa essa 
força para o volante do motor, iniciando, assim, o trabalho de giro do motor 
de combustão interna.
u) Disco de freio: auxilia na frenagem do induzido ao ser desacionado.
v) Mola de engrenamento: auxilia no retorno da alavanca de comando e do 
pinhão.
 SAIBA 
 MAIS
Para ficar mais por dentro do que acontece com a base de 
funcionamento dos motores de partida, dos alternadores e 
de outros componentes, conheça um pouco mais sobre o fe-
nômeno de eletromagnetismo fazendo uma busca na inter-
net com a palavra-chave magnetismo e eletromagnetismo.
Iniciando o circuito pelo automático do motor de partida, a corrente vinda da 
bateria para internamente no automático, acionando-o, e dessa forma, permi-
tindo o acoplamento do pinhão no volante do motor e a passagem da corrente 
elétrica para as bobinas de campo e para o induzido. Primeiramente, ocorre o 
acionamento da bobina de chamada, essa, por sua vez, aciona o eixo da chave 
magnética para acoplar os contatos dos terminais principais, quando os conta-
tos são fechados, a bobina de chamada interrompe a diferença de potencial nas 
extremidades da bobina e auxilia o positivo da bobina de retenção. Veja, a se-
guir, em uma figura pormenorizada, a parte interna de uma chave magnética ou 
automático, que está localizado junto às partes de acionamento das bobinas de 
campo e ao induzido.
Anel de comando
Roda livre
Alavanca de comando Bobina de chamada Bobina de retenção
Chave 
magnética
Bobina de campo
Coletor
Induzido
Sapata polarFuso 
(eixo do
 induzido)
Anel de encosto
SE
N
A
I-D
R-
PE
 ([
20
--
?]
)
Figura 110 - Representação do esquema de funcionamento do motor de partida
Fonte: adaptado de SENAI/PE (1999)
5 DIAGRAMAS ELÉTRICOS 139
O funcionamento do motor de partida inicia quando a chave magnética é 
acionada permitindo as bobinas de campo serem energizadas para gerar a in-
dução eletromagnética, a qual, junto com as sapatas polares, permite às quatro 
sapatas existentes no motor de partida ficarem com sua característica norte e sul 
presentes com maior intensidade. O induzido recebe, então, a tensão por meio 
dos contatos das escovas com o coletor e gera outro campo magnético, assim 
iniciando um fenômeno de eletromagnetismo que faz essas ondas de eletromag-
netização se retraírem e se atraírem, gerando uma força mecânica suficiente para 
vencer a inércia do motor de combustão interna. Veja, a seguir, mais um esquema 
elétrico, que ilustra o funcionamento do sistema.
Enrolamentos da
bobina de campo
Enrolamento
do induzido
Escova
Coletor
Lu
iz
 M
en
eg
he
l (
20
14
)
Figura 111 - Princípio de funcionamento do circuito elétrico do motor de partida
Fonte: Oficina e CIA (2014)
Lembre-se que alguns motores de partida, também chamados de motor de 
arranque nas oficinas mecânica, são de menor tamanho para reduzir custos na 
linha de produção e melhorar sua acomodação no cofre do motor. Alguns desses 
motores de partida não possuem mais a bobina de campo, apenas ímãs perma-
nentes, de alta indução magnética. Outro detalhe importante é que os sistemas 
utilizam também um redutor de velocidade, que transforma a alta velocidade do 
motor de partida em uma velocidade mais baixa, porém, com torque elevado.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS140
CASOS E RELATOS
Verificação no motor de partida
O Sr. Pedro, de uma auto elétrica que já era bem conhecida por conser-
tar motores de partida e alternadores, recebeu, certo dia, um motor de 
partida que em alguns momentos funcionava, em outros não. Ao retirar 
o motor de partida para fazer as verificações em bancada, ele notou que 
as escovas de contato do coletor estavam com um pouco de desgaste e 
com zinabre, que é aquela sujeira vinda da humidade e do mal contato 
entre terminais.
Depois de fazer todos os reparos necessários, recolocou o motor de parti-
da no lugar e voltou a dar a partida, e o motor funcionou perfeitamente.
Depois de uns dois dias o cliente retornou à oficina do Sr. Pedro se quei-
xando de que novamente o motor do veículo estava falhando. Ao apoiar 
o braço sobre o veículo, para analisar o que poderia estar ocorrendo, o 
senhor Pedro notou que o cabo negativo da bateria estava frouxo. Ele, 
então, reapertou o cabo, e checou os pontos de aterramento do veículo 
para ver se estava tudo ok. Isso feito, liberou o veículo.
Depois de um mês, o cliente voltou para informar que o veículo estava 
funcionamento normalmente e queria fazer outros reparos no veículo, 
pois gostou do trabalho e da análise feita pelo reparador, o senhor Pedro.
RECAPITULANDO
Nesse capítulo você viu como o circuito principal de alimentação do ve-
ículo está configurado; aprendeu, também, como o motor entra em fun-
cionamento e como é feita a recarga do veículo e os cuidados que se 
deve ter para garantir seu perfeito funcionamento. 
Além disso, você teve a oportunidade de conhecer as especificidades dos 
diversos circuitos elétricos, e o princípio de funcionamento deles, que, 
aliás, se assemelham muito, pois todos, ou recebem energia mecânica e 
a transformam em elétrica, ou, ao contrário, recebem energia elétrica e a 
transformam em energia mecânica.
5 DIAGRAMAS ELÉTRICOS 141
Anotações:
6
Tipos e Características dos Sistemas 
Eletroeletrônicos
Neste capítulo você estudará os princípios de funcionamento dos sistemas eletroeletrôni-
cos, algumas particularidades construtivas, e as características que fazem desse sistema o mais 
interessante na eletrônica veicular. 
Vai conhecer, também, os tipos de sistemas eletroeletrônicos, suas características de funcio-
namento e de operacionalidade, e se familiarizará com um assunto muito falado na indústria 
automotiva, a rede CAN, que conduz as informações dentro de um automóvel. 
As melhorias na tecnologia veicular são incomparáveis com a tecnologia dos veículos de 30 
anos atrás, em todos os sentidos. Na segurança, por exemplo, foi desenvolvido o airbag, o ABS, 
o controle de tração e estabilidade e uma infinita gama de recursos tecnológicos com os quais 
ninguém nem sonhava há três décadas atrás. Ao finalizar seus estudos neste capítulo, você 
estará apto a:a) identificar os princípios da eletricidade e eletrônica aplicáveis aos sistemas automotivos;
b) reconhecer as características operacionais dos sistemas eletroeletrônicos automotivos;
c) compreender o funcionamento dos sistemas de rede CAN.
Bons estudos!
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS144
6.1 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO
Apesar de todo avanço tecnológico das últimas décadas, a principal fonte de 
energia de um veículo, independentemente do veículo ser novo ou não, continua 
sendo a bateria do veículo. Isso não é incrível? Pode até ser, mas é ela que fornece 
a energia elétrica para todos os consumidores instalados em um veículo, sejam 
eles quantos forem. Nenhum dos sistemas eletroeletrônicos do veículo funciona-
ria sem a bateria e o alternador.
Por isso o cálculo dos equipamentos consumidores a serem instalados no veí-
culo, e principalmente a capacidade da bateria e do alternador desse veículo, são 
de suma importância.
En
su
p 
([2
0-
-?
])
Desde que se tenha em mente que a bateria é o único fornecedor de energia 
quando o veículo está com o motor desligado, não haverá problemas na insta-
lação de um simples rádio no veículo. Mas quando esse veículo estiver em fun-
cionamento, quem entrará em ação é o alternador, outro importantíssimo item 
gerador de energia elétrica, responsável por manter o fornecimento de energia 
para todos os equipamentos ligados à bateria do veículo.
Nesse item você estudou como é a alimentação dos instrumentos que são li-
gados em um veículo automotor, e verificou que todos partem do mesmo prin-
cípio de funcionamento, devem ter um fornecedor de energia elétrica constante, 
que quando o motor está desligado, recorre à bateria para seguir funcionando.
6 TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS 145
E lembre-se também que é a bateria que alimenta o alternador, que por sua 
vez, alimenta todos os equipamentos elétricos desse veículo enquanto o motor 
está ligado, dependendo apenas de sua capacidade máxima, ou seja, se não ex-
ceder essa capacidade, o alternador do veículo poderá atender até 10 vezes mais 
componentes do que os instalados originalmente. 
 Na próxima etapa de estudos você verá o tipo de funcionamento físico 
dos equipamentos instalados em veículos automotores.
 CURIOSIDADE
Um alternador automotivo, para funcionar perfeita-
mente e seguir alimentando os consumidores ins-
talados, precisa trabalhar com uma faixa de até 250 
amperes, funcionando em condições normais, mas, 
é claro, que isso depende do alternador. A deman-
da de fornecimento está diretamente relacionada 
ao modo como esses equipamentos são ligados, no 
caso, um após o outro, não excedendo seu limite 
de fornecimento elétrico.
6.2 TIPOS DE FUNCIONAMENTO FÍSICO
O funcionamento físico dos equipamentos eletroeletrônicos de qualquer tipo 
de automóvel parte de um princípio básico: o de haver uma fonte de energia 
para alimentação desses equipamentos, possuir condutores que levarão a tensão 
elétrica até os consumidores (equipamentos) e por fim os equipamentos consu-
midores.
Como todo equipamento eletroeletrônico, a unidade de controle eletrônico 
do motor e todas as outras centrais que um veículo moderno pode ter, também 
usam a tensão fornecida pela bateria para funcionar corretamente, e a diferença 
do uso dessa energia está na forma em que as centrais gerenciam a tensão rece-
bida da bateria.
Um exemplo disso é a UCE da injeção eletrônica, que recebe 12V proveniente 
da bateria, e encaminha em muitos casos para os sensores uma tensão de 5V.
Particularidades como essa se restringem a veículos mais modernos e deten-
tores dessa tecnologia, que a passos largos dominam a eletrônica automotiva a 
cada dia.
Nesse pacote de dados que a central mestre envia às centrais escravas está o 
pulso modular, chamado de PWM, que em português quer dizer Largura de Pulso 
Modular. A largura do pulso modular está diretamente ligada à informação que 
esse sistema usa para se comunicar dentro do veículo. Uma forma de comuni-
cação muito nova no Brasil, e é com certeza assunto para muito mais estudo e 
pesquisa.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS146
Dependendo da informação que deve chegar do ponto A ao ponto B, um pul-
so de informação será emitido, e esse pulso tem um certo “tamanho”, pode-se 
dizer, e quanto maior for o tamanho do pulso, maior será o consumo de corrente 
da bateria, ou seja, mais amperes serão gastos para informar a central sobre a 
função e o tipo de trabalho a ser realizado.
Nessa parte do estudo você aprendeu sobre os tipos de funcionamento físico 
dos equipamentos eletroeletrônicos de um automóvel. Você viu, também, que 
sem uma fonte de energia não seria possível fazer um motor funcionar, muito 
menos um simples rádio ligar ou permanecer funcionando.
Nesta próxima etapa, você estudará as características operacionais dos siste-
mas eletroeletrônicos automotivos. 
Aproveite a leitura!
 FIQUE 
 ALERTA
Esse tópico é muito interessante, pois trata dos cuidados 
que se deve ter com os eletroeletrônicos automotivos. 
Como as novas tecnologias são sempre muito caras inicial-
mente, e a mão de obra de consertos também, você tem 
que ficar alerta ao seguinte: a substituição e o remanufa-
turamento da qualquer tipo de central de comunicação 
não é aconselhado, e o profissional que fará o serviço não 
poderá dar garantias que a central durará o mesmo que 
outra central original.
6.3 CARACTERÍSTICAS OPERACIONAIS
As características operacionais dos equipamentos eletroeletrônicos são um 
assunto pertinente e devem ser observadas por todos aqueles que querem fa-
zer o uso correto de qualquer tipo de equipamento e instrumento eletrônico em 
um automóvel, pois a grande demanda desse tipo de facilidade tecnológica, que 
traz muito conforto à vida das pessoas, não deveria causar dor de cabeça nem 
ao proprietário do veículo, nem ao mecânico que por ventura tenha que fazer a 
manutenção ou a reparação dos equipamentos.
A questão da qualificação para a manutenção, o reparo, a substituição e até 
mesmo o uso desses equipamentos eletroeletrônicos é de responsabilidade de 
quem está à frente do equipamento no momento em que está sendo utilizado.
Para poder usufruir de um rádio automotivo, o proprietário deve, primeira-
mente, adquirir os mínimos conhecimentos necessários para usar esse rádio sem 
danificá-lo. O mesmo é verdade sobre os demais equipamentos de áudio instala-
dos em um veículo.
6 TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS 147
Essa é uma questão muito simples. Você está familiarizado com o computador 
que usa em casa? O processo de cuidados e manutenção é quase o mesmo, só 
que em um veículo as centrais estão espalhadas por tudo, uma central para cada 
função, atuadores etc.
Essas centrais são comandadas todas ao mesmo tempo, confrontando infor-
mações, o que facilita em muito a troca de dados, agindo sempre de forma inteli-
gente para ‘dizer’ o que deve ser feito no momento certo e principalmente o que 
não deve ser feito.
O atuador, ou o sensor, recebe um sinal da central que o comanda e esse sinal 
é reconhecido como uma ordem para realizar uma função. Se por algum motivo 
esse sensor, ou atuador, não responder ao sinal recebido indicando sua execução, 
ou simplesmente não responder a esse sinal, a central que o comanda corta a co-
municação com ele, indicando no painel do veículo que alguma coisa está errada.
Assim funciona a rede CAN. Quando um pacote de dados, os chamados pro-
tocolos, não são respeitados, a rede consegue mostrar ao motorista onde exata-
mente está o possível problema porque a rede de comunicação, composta por 
fios condutores de energia e comunicação, em segundos consegue receber e 
processar a informação do que está acontecendo. Esses fios condutores muitas 
vezes confeccionados de fibra ótica, tão finos quanto fios de cabelo, são marca-
dos com cores diferentes e trançados entre si, para facilitar a manutenção feita 
por profissionais da área.
Nos veículos que não contêm o sistema de intercomunicação,os problemas 
apenas são enviados ao painel do veículo, de um modo geral, alertando que há 
algum problema no veículo, por um sistema de luzes de alerta codificados por 
cores diferentes, como uma luz amarela para alertar condutor, como se estivesse 
dizendo “cuidado”, “preste atenção”; já a luz vermelha indica um grande proble-
ma ou perigo, como que dizendo ao condutor que algo muito sério está errado. 
Isso significa que você deve estar sempre atento aos sinais que o veículo está lhe 
informando.
Nessa parte dos estudos você estudou sobre as características de funciona-
mento físico, dos componentes eletroeletrônicos automotivos, visando um me-
lhor entendimento do funcionamento da parte física e da parte de programa dos 
sistemas eletrônicos.
 SAIBA 
 MAIS
Neste site você poderá conhecer mais detalhes 
sobre o assunto, acesse e amplie seu conhecimento sobre 
como essas centrais funcionam. 
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS148
Dando continuidade aos trabalhos, você estudará agora como realizar as ope-
rações envolvidas nos processos de manutenção dos sistemas eletroeletrônicos 
automotivos, para entender realmente como um sinal elétrico que saiu da bateria 
chega, por meio de um condutor bem fino, até a sinaleira traseira do veículo, para 
executar alguma função.
6.4 OPERAÇÕES ENVOLVIDAS
As operações envolvidas referem-se a tudo que necessite de comando ele-
trônico para realizar alguma função, como quais equipamentos de reparação 
usar para instalar ou reparar, por exemplo novos rádios, lâmpadas e faróis, ou, 
por exemplo, o que fazer para resolver problemas com divergência de dados e o 
sistema de áudio. 
O reparo desses sistemas não deve ser tratado levianamente pelo fato de se-
rem alimentados com energia, e um pequeno defeito pode queimar componen-
tes de proteção como fusíveis e relés, ou pior, pegar fogo, se a instalação desses 
componentes de proteção não é feita de maneira, adequada obedecendo a um 
padrão técnico. 
Os equipamentos que fazem os ajustes e reparos em qualquer sistema que 
seja alimentado com energia elétrica, devem ser rigorosamente mantidos em 
perfeitas condições, evitando, assim, retrabalhos e testes de medições que foram 
mal feitas.
Nos testes em algum componente, como um sensor do sistema de arrefeci-
mento, por exemplo, se o equipamento (multímetro) de teste aferir com uma dis-
crepância muito grande, com certeza o profissional terá problemas com o cliente, 
pois talvez chegue a substituir peças desnecessariamente, por achar que estavam 
estragadas apenas porque os equipamentos de teste estavam fazendo aferições 
incorretas que levaram o reparador a concluir que as peças em questão conti-
nham algum problema.
Na hora de medir a tensão e a corrente com um amperímetro automotivo, 
é imperativo que o profissional saiba manusear e lidar de forma correta com os 
equipamentos de teste e medição, que, claro, deve estar em boas condições. 
Quando há a necessidade de testar continuidade de fios e cabos condutores, 
por exemplo, o isolamento deles precisa ser perfeito; se o profissional não for de-
talhista na confecção desse isolamento, e do uso correto do multímetro, prova-
velmente não conseguirá medir a continuidade e verificar precisamente se há a 
possibilidade de ocorrer algum curto circuito entre os condutores.
Outro exemplo é o teste de um alternador. Na desmontagem, o profissional 
deve ficar muito atento para não colocar peças erradas ou deixar peças faltando 
no alternador.
6 TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS 149
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Os testes de continuidade, tensão e corrente, se fazem necessários, pelo fato 
de o alternador lidar com uma tensão muito grande logo após a partida do mo-
tor, pois é ele que mantém os equipamentos elétricos do veículo funcionando 
enquanto o motor estiver ligado.
A qualificação do profissional reparador, que fará qualquer tipo de serviço 
em sistemas elétricos, é muito importante, não apenas porque corre o risco de 
receber uma descarga elétrica ou, em outras palavras, receber um choque, mas 
porque a sua integridade física corre riscos. Se o profissional estiver de aliança no 
dedo, ele podem até perder os dedos da mão num choque desses. Além desses 
riscos, o profissional também deve lembrar-se que está trabalhando com equipa-
mentos caros, como centrais eletrônicas de airbag, ABS e outros, que podem levar 
a grandes prejuízos financeiros.
Nesse capítulo você estudou os tipos e características dos sistemas eletroele-
trônicos, seu princípio de funcionamento, os tipos de funcionamento, suas carate-
rísticas operacionais e as operações envolvidas nesses processos de comunicação 
do veículo com o condutor ou proprietário. No próximo capítulo você estudará 
as informações técnicas, a correta interpretação dos manuais e das normas téc-
nicas e a interpretação de textos técnicos e procedimentos especiais. Por isso, 
faça deste livro de consulta técnica seu companheiro nas horas de dúvidas, pois, 
as informações nele contidas, foram desenvolvidas para o total esclarecimento e 
aprendizado dos futuros profissionais, que o mercado tanto necessita. 
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS150
CASOS E RELATOS
A lâmpada de LED
A dona Silvana procurou um autocenter especializado em iluminação 
veicular, no intuito de trocar as lâmpadas de sinalização e de faróis.
Pediu ao vendedor as lâmpadas de sinalização e disse que queria faróis 
de LED, já que são a última moda e todo mundo está usando.
O vendedor fez como dona Silvana pediu, encaminhou seu pedido ao 
instalador e o instruiu sobre o pedido da cliente, entregou todas as lâm-
padas ao instalador, que fez como mandava o pedido de Silvana.
Feito o serviço, foram testar a capacidade de luminosidade do novo siste-
ma de sinalização e iluminação de veículo dela.
Resultado! Algumas lâmpadas não acenderam, e as que acenderam, fica-
ram piscando, o que deixou a dona Silvana muito triste e decepcionada. 
E o pior é que o instalador não sabia o que dizer a ela.
Conversando com o vendedor que há pouco tempo tinha feito um curso 
de redes automotivas no SENAI, o instalador concluiu que o veículo de 
dona Silvana era dotado de uma tecnologia recente no mercado de au-
tomóveis, e esse sistema de redes de comunicação, está sempre em pro-
cesso de atualização. Em veículos com rede CAN até as lâmpadas têm co-
municação direta com a central que as comandam, e com esse processo 
de troca das lâmpadas, era bem possível que esse problema acontecesse.
Combinou com o instalador que ele deveria instalar no veículo de dona 
Silvana um aparelho chamado simulador de consumo, que simula o con-
sumo das lâmpadas incandescentes do veículo.
Feita a instalação correta do simulador de consumo, exatamente “como 
manda o figurino”, ou seja, as normas prescritas pelo fabricante, o veícu-
lo foi testado normalmente e funcionou perfeitamente, sem problemas, 
deixando dona Silvana muito feliz e satisfeita com a melhoria feita em 
seu veículo.
6 TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS 151
RECAPITULANDO
Neste capítulo que se encerra, você estudou sobre os tipos e caracterís-
ticas dos sistemas eletroeletrônicos automotivos, seus princípios de fun-
cionamento, e seus tipos de funcionamento físico. Você aprendeu que 
esses sistemas nada mais são do que componentes eletroeletrônicos in-
terligados, que comandam e controlam tudo o que pode ser acionado 
dentro de um automóvel. Você viu que todos esses itens que levam ao 
prazer de dirigir, e ainda trazem conforto e segurança ao condutor, tem 
características operacionais próprias, e requerem conhecimento e habili-
dade daqueles que os fazem funcionar de modo eficiente.
Você viu também quais as operações envolvidas no reparo, manutenção 
e substituição de componentes como lâmpadas, fios e cabos condutores, 
do rádio do veículo e a instalação correta e o dimensionamento do siste-
ma de áudio veicular.
Você percebeuquão importante é sua responsabilidade, pois se não fizer 
o cálculo correto do gasto de energia desses consumidores, uma fiação 
completa pode pegar fogo, e muitas vezes o veículo também.
Além disso, você aprendeu que a utilização dos equipamentos de teste 
e aferição corretos faz toda a diferença, e que não se pode usar um equi-
pamento de teste qualquer, pois somente o equipamento certo trará o 
resultado correto.
Parabéns pelo empenho. Aproveite esta oportunidade, de estudar para 
obter uma profissão reconhecida em todo o país e se tornar um profissio-
nal bem qualificado. Estudando seriamente este material, e dedicando-se 
aos estudos, você certamente chegará lá. Você está no caminho certo.
Boa sorte!
7
Informações Técnicas
No capítulo que se inicia, você estudará sobre a interpretação de manuais e normas técnicas. 
Você vai logo perceber que os manuais são criados não só para esclarecer dúvidas, mas tam-
bém para orientar o profissional, para que ele não cometa erros. Você também verá que muitos 
problemas enfrentados pelo profissional são de má interpretação da literatura técnica, pois o 
desconhecimento das normas técnicas pode atrapalhar o desenvolvimento de um bom serviço 
de manutenção e de uma mão de obra satisfatória.
Por isso, você irá aprender como proceder quando estiver com um manual técnico nas mãos, 
as formas corretas de trabalhar, e inclusive a maneira correta de preservar os manuais técnicos, 
pois eles devem permanecer intactos e legíveis por muito tempo, pelo menos até que novas 
versões, mais atualizadas, sejam expedidas pelas montadoras.
Ao finalizar seus estudos neste capítulo, você estará apto a:
a) compreender a importância da aplicação de normas técnicas no processo de reparação 
de sistemas eletroeletrônicos automotivos;
b) interpretar manuais e normas técnicas.
Bons estudos!
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS154
7.1 INTERPRETAÇÃO DE MANUAIS E NORMAS TÉCNICAS
A interpretação de normas técnicas é de grande importância em qualquer tipo 
de oficina mecânica, visando padronizar a qualidade do serviço de mão de obra 
realizado por profissionais da reparação automotiva.
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0-
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])
As normas regulamentadoras de padronização de mão de obra e serviços têm 
grande importância em qualquer tipo de oficina mecânica, desde uma pequena 
oficina até uma grande rede autorizada.
 FIQUE 
 ALERTA
Preste atenção quanto ao tipo de serviço que você rea-
lizará em um veículo, pois, para qualquer tipo de reparo 
existe uma norma regulamentadora, que padroniza a mão 
de obra, evitando acidentes e problemas de serviços mal 
feitos
Essas normas regulamentadoras foram criadas para auxiliar e resolver proble-
mas na reparação de veículos automotores.
7 INFORMAÇÕES TÉCNICAS 155
A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) foi criada em 1940 e é res-
ponsável por distribuir padrões de serviços de qualidade para todos os setores da 
indústria, visando, assim, a otimização do trabalho e da mão de obra, que serve 
como referência para todos os ramos da economia.
Com o passar dos anos, a indústria se atualizou e os setores que a acompa-
nham tiveram que se adequar a essa demanda tecnológica, tendo que se adequar 
à crescente atualização do mercado.
 CURIOSIDADE
Mesmo as normas técnicas que regulamentam os 
serviços em oficinas mecânicas sofrem alterações, 
pelo fato da indústria automotiva estar em cons-
tante atualização. A atualização e as modificações 
nas normas ajudam a previnir o desperdíco de 
materiais e de tempo, e faz com que os serviços de 
mão de obra sejam cada vez melhores.
Do mesmo modo como você deve se atualizar nas tecnologias e nas normas 
técnicas, os órgãos regulamentadores e os próprios manuais de normas técni-
cas têm que ser revisados e atualizados constantemente, visando acompanhar o 
mercado.
 SAIBA 
 MAIS
No Brasil existe um órgão responsável pelo desenvolvimento 
das normas de elaboração e fiscalização; esse órgão trabalha 
em conjunto com os setores que têm interesse na observa-
ção e execução rígida delas. 
Se você quiser saber mais sobre como essas normas são 
desenvolvidas, pesquise na internet e veja o que está dispo-
nível no site da SINDIREPA - SP (Sindicato da Indústria de Re-
paração de Veículos do Estado de São Paulo): .
A seguir, você estudará a interpretação de textos técnicos da área automotiva. 
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS156
7.2 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS TÉCNICOS E PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
A interpretação dos textos técnicos é de total responsabilidade dos pro-fissio-
nais que os usam, por isso, fique atento e aprenda a interpretá-los também.
A manutenção correta de um veículo, principalmente em oficinas especiali-
zadas, é de fundamental importância, por isso é essencial que os profissionais 
tenham consciência dos padrões técnicos minuciosamente apresentados e dis-
cutidos neles. E é praticamente impossível fazer a manutenção correta e segura, 
de um automóvel, sem saber realmente o que e como fazer, sem ler os manuais.
Seja atento, se você deseja ser um profissional de referência dentro de uma 
concessionária, só depende de você conquistar esse posto. 
CASOS E RELATOS
Problemas no Cabeçote
O senhor Jairo, um mecânico recém-contratado em uma rede de con-
cessionárias da região, foi designado para fazer a remoção do cabeçote 
de um veículo 1.0 que dera problemas na primeira revisão de 10.000 km.
Jairo, que não conhecia os manuais e normas técnicas, retirou o cabeçote 
do veículo como mandara seu chefe, substituiu algumas peças danifica-
das, e no momento da colocação desse cabeçote, não sabia bem o que 
fazer.
E o que foi que Jairo fez? Com o cabeçote nas mãos, colocou-o no veículo; 
mas como não sabia que existia uma literatura técnica para executar tal 
serviço, ele simplesmente instalou o cabeçote no veículo do cliente, sem 
dar o aperto correto nos parafusos angulares.
7 INFORMAÇÕES TÉCNICAS 157
Na verdade, Jairo apertou demais os parafusos, e acabou quebrando um 
deles dentro do cabeçote. Com medo de ser despedido, ficou quieto e 
não disse nada para o chefe da oficina.
O cliente de Jairo foi embora com o veículo, mas insatisfeito porque seu 
veículo, praticamente zero quilômetro, apresentara problemas. Jairo 
achou que não daria problemas, afinal era apenas um parafuso que ti-
nha quebrado, e provavelmente ninguém notaria. Mas, no dia seguinte 
o cliente voltou, muito bravo e perguntando o que Jairo tinha feito em 
seu veículo.
Jairo, então, contou ao chefe que um dos parafusos do cabeçote tinha 
quebrado na hora da recolocação.
Jntão, o chefe da oficina orientou Jairo a desmontar o cabeçote nova-
mente para poder mandá-lo a uma tornearia para que a retirada do para-
fuso quebrado fosse feita. Depois disso, o chefe ensinou Jairo a instalar o 
cabeçote de maneira correta e apresentou-lhe o manual técnico. Jairo viu 
que nele estão especificadas todas as ferramentas que devem ser usadas 
nesse tipo de serviço, como deve ser o aperto de parafusos angulares e 
qual a sequência correta de instalação. 
Jairo prestou muita atenção no que estava escrito no manual e nunca 
mais cometeu o mesmo erro, tornando-se um dos melhores mecânicos 
daquela oficina.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS158
RECAPITULANDO
Nesse capítulo que se encerra você estudou sobre a interpretação de ma-
nuais, normas e textos técnicos. 
A ABNT é o órgão brasileiro regulamentador de normas. É ela que lan-
ça as publicações que descrevem os padrões que devem ser observados 
para a realização de serviços com 100% de confiabilidade. Todos os seg-
mentos de fabricação de produtos e de serviços devem seguir os padrões 
prescritos por esse órgão. 
Você também entendeu o quão importante é saber interpretar os textos 
técnicos, para executar com perfeição as tarefas de manutenção em uma 
oficina. 
 
7 INFORMAÇÕES TÉCNICAS 159
Anotações:
8
Soldagem de Componentes e Materiais
O que há por baixo daquele condutor emendado? Apenas123
Figura 96 - Circuito elétrico básico interno ao painel de instrumentos...................................................... 124
Figura 97 - Desenho elétrico do sistema de carga, recarga e partida do veículo ................................... 125
Figura 98 - Construção interna da bateria ............................................................................................................. 126
Figura 99 - Alternador ................................................................................................................................................... 129
Figura 100 - Componentes do alternador ............................................................................................................. 130
Figura 101 - Polias do alternador e ventilador do alternador ........................................................................ 130
Figura 102 - Capa frontal do alternador ................................................................................................................. 131
Figura 103 - Rotor ou induzido .................................................................................................................................. 131
Figura 104 - Estator ........................................................................................................................................................ 132
Figura 105 - Capa traseira do alternador ............................................................................................................... 133
Figura 106 - Regulador de tensão ............................................................................................................................ 133
Figura 107 - Placas negativas e positivas do alternador .................................................................................. 134
Figura 108 - Diagrama interno de funcionamento do alternador ................................................................ 135
Figura 109 - Componentes do motor de partida ................................................................................................ 136
Figura 110 - Representação do esquema de funcionamento do motor de partida .............................. 138
Figura 111 - Princípio de funcionamento do circuito elétrico do motor de partida .............................. 139
Figura 112 - Ferro de solda comum ......................................................................................................................... 162
Figura 113 - Apoio para ferro de solda convencional ....................................................................................... 163
Figura 114 - Pistola de solda ....................................................................................................................................... 164
Figura 115 - Estação de solda com soprador ........................................................................................................ 164
Figura 116 - Pontas da estação de solda ................................................................................................................ 165
Figura 117 - Pontas de ferro de solda limpa e suja ............................................................................................. 165
Figura 118 - Carretel de solda .................................................................................................................................... 166
Figura 119 - Fluxo e pasta de solda .......................................................................................................................... 167
Figura 120 - Sugador de solda ................................................................................................................................... 168
Figura 121 - Processo de retirada de solda com sugador ................................................................................ 169
Figura 122 - Malha de dessolda ................................................................................................................................. 169
Figura 123 - Forma correta de aplicação de solda .............................................................................................. 170
Figura 124 - Reciclagem de circuitos eletrônicos ............................................................................................... 172
Figura 125 - Forma incorreta de descarte de materiais eletroeletrônicos ................................................. 172
Figura 126 - Obra de arte com utilização de estanho ....................................................................................... 173
Figura 127 - Sapato de proteção ............................................................................................................................... 185
Figura 128 - Calça de proteção-comprida ............................................................................................................. 185
Figura 129 - Jaleco de proteção ................................................................................................................................ 186
Figura 130 - Luva de proteção contra óleos e graxa .......................................................................................... 187
Figura 131 - Luva de proteção de vaqueta ............................................................................................................ 188
Figura 132 - Luvas de proteção de anticorte ........................................................................................................ 188
Figura 133 - Óculos de proteção ............................................................................................................................... 189
Figura 134 - Protetor auricular ................................................................................................................................... 190
Quadro 1 - Descrição das simbologias dos componentes .............................................................................. 100
Quadro 2 - Terminais das principais linhas elétricas do veículo .................................................................... 104
Tabela 1 - Construção do LED em relação à cor .....................................................................................................63
Tabela 2 - Relação entre a carga e a densidade da bateria .............................................................................. 127
Tabela 3 - Relação entre carga e tempo para recarga ...................................................................................... 128
Sumário
1 Introdução ........................................................................................................................................................................13
2 Princípios de Eletricidade e Eletrônica ...................................................................................................................17
2.1 Grandezas elétricas .....................................................................................................................................18
2.1.1 Tensão Elétrica ...........................................................................................................................18
2.1.2 Corrente Elétrica ........................................................................................................................19
2.1.3 Resistência elétrica ...................................................................................................................19
2.1.4 Potência elétrica ........................................................................................................................19
2.2 Lei de Ohm .....................................................................................................................................................20
2.2.1 PRIMEIRA Lei de Ohm ..............................................................................................................20
2.2.2 SEGUNDA Leiuma amarração de fio de 
cobre coberto por um isolante? Como consertar um capacitor danificado em uma placa de 
circuito impresso? Essas são perguntas que você facilmente poderá responder ao término 
deste capítulo.
Relacionado à elétrica e eletrônica automotiva, a soldagem dos componentes em placas, 
consertos, ligações de cabos e outros componentes, é muito importante para o melhor desem-
penho dos circuitos elétricos ou eletrônicos. Contudo, qualquer serviço que realizar só ficará 
bem feito se embasado tecnicamente, independente do sistema que você estiver soldando: 
um processamento de uma placa, uma adaptação ou uma emenda em chicotes elétricos etc. 
É muito importante você ver e saber que tipos de cuidados devem ser tomados ao realizar 
trabalhos de solda, que equipamentos utilizar, como manter os equipamentos em bom estado, 
e de que forma realizar o descarte dos materiais, para evitar danos ao meio ambiente e à saúde. 
O bom desempenho e resultado de uma boa solda, além do mais, evita perdas de componen-
tes e materiais. 
Saiba, que a perfeição de determinados processos vem com a repetição, com a tentativa, 
com o erro e o acerto. Por isso, para soldar componentes eletroeletrônicos é necessário adquirir 
prática, como na execução de qualquer outro serviço. Ao finalizar seus estudos neste capítulo, 
você estará apto a:
a) identificar os tipos e as características dos materiais utilizados nos sistemas eletroeletrô-
nicos;
b) identificar o tipo de procedimento a ser realizado durante a manutenção de um sistema 
eletroeletrônico automotivo;
c) aplicar processos de solda de componentes eletroeletrônicos automotivos;
d) identificar os tipos e características dos materiais aplicáveis aos sistemas eletroeletrônicos 
para fins de descarte.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS162
8.1 TIPOS E CARACTERÍSTICAS DE EQUIPAMENTOS E MATERIAIS
Todos os equipamentos e materiais base, utilizados na solda de componentes 
eletroeletrônicos se diferenciam em termos de aplicação e manuseio. Tanto as 
características dos componentes a serem soldados quanto os equipamentos e 
materiais a serem utilizados diferem totalmente de uma solda a outra. Em alguns 
sistemas se faz necessário usar uma solda mais densa, com maior porcentagem 
de estanho para fixar determinado componente. Em outros sistemas, mais com-
plexos, a utilização de equipamentos especiais para a solda se faz necessária. 
8.1.1 FERRO DE SOLDA
Ferro de solda é o nome comum dado ao componente que serve de base para 
qualquer tipo de solda que você irá fazer. No mercado é possível encontrar os 
mais diversos modelos, como os ferros de solda de 30, 40, 60, 80 e até 300 watts. 
Estes ferros menores são utilizados para soldagem de pequenos componentes 
em circuito eletroeletrônicos e em instalações pequenas de condutores e interli-
gações de placas e fios. 
Ba
o 
(2
01
4)
Figura 112 - Ferro de solda comum
Fonte: Bao (2014)
8 SOLDAGEM DE COMPONENTES E MATERIAIS 163
Na maioria desses ferros de solda, a ponta é de cobre, e em alguns modelos 
recebem uma proteção de níquel para melhor desempenho na soldagem destes 
componentes menores. Outros recebem uma camada de ferro tratado, mas este 
causa uma queda de temperatura. A adição de material à ponta do ferro de solda 
ajuda a aumentar a sua vida útil. Sempre que for utilizar um ferro de solda con-
vencional, utilize o seu apoiador, nunca o deixe livre na bancada.
Ba
o 
(2
01
4)
Figura 113 - Apoio para ferro de solda convencional
Fonte: Bao (2014)
Além dos ferros de solda convencionais, há alguns modelos maiores, para sol-
das pesadas como a de condutores elétricos para instalações de som e outras 
adaptações no veículo. Esses levam o nome de pistola de solda, pois seu aqueci-
mento é quase que instantâneo, vencendo em segundos a inércia da temperatu-
ra da resistência, conforme a figura a seguir:
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS164
W
or
ke
r (
20
14
)
Figura 114 - Pistola de solda
Fonte: Thinkstock (2015)
Os reparadores que trabalham diariamente com vários tipos de solda de es-
tanho, têm também à sua disposição outros equipamentos de alta performance 
para determinados tipos de trabalho. Conforme o tipo de serviço, o reparador 
poderá precisar de um equipamento que consegue fazer ajustes precisos, depen-
dendo do material a ser trabalhado, pois as pontas do ferro de solda podem ser 
substituídas por outras, conforme a necessidade. Em alguns modelos, a tempe-
ratura dissipada na ponta pode ser controlada com as mais variadas regulagens. 
Veja um desses modelos a seguir.
Ya
 X
un
 ([
20
--
?]
)
Figura 115 - Estação de solda com soprador
Fonte: Thinkstock (2015)
8 SOLDAGEM DE COMPONENTES E MATERIAIS 165
Algumas estações de solda, como a anteriormente citada, possuem um sopra-
dor térmico que atinge uma alta temperatura. Este soprador auxilia a estação de 
solda na dessoldagem de circuitos integrados, nos quais os terminais dos com-
ponentes são muito próximos e há a necessidade de esquentar por igual a solda 
para retirar o circuito da placa. Alguns modelos de estação de solda, vêm com 
pontas específicas para trabalhos leves ou pesados.
A
li 
Ex
pr
es
s 
(2
01
4)
Figura 116 - Pontas da estação de solda
Outro fator importante para se realizar um bom trabalho de solda é a limpeza 
e preparo do equipamento e da bancada. O trabalho se inicia com o ferro de solda 
quente e pronto para a utilização. Somente então se deve colocar o estanho na 
ponta do ferro de solda, e esperar até que o ferro fique com a ponta cromada pelo 
estanho. Se o ferro estiver com impurezas externas ou vestígios de soldas ante-
riores, limpe-o com uma esponja umedecida, e repita o processo se for preciso. 
Veja a seguir o detalhe de uma ponta do ferro de solda limpa e outra suja. O forma 
correta é a ponta brilhante, da cor da solda, pois, permite a adesão da solda. Já da 
forma errada a ponta fica suja, de cor escurecida, não deixa a solda aderir.
Ba
o 
(2
01
4)
Figura 117 - Pontas de ferro de solda limpa e suja
Fonte: Bao (2014)
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS166
 CURIOSIDADE
A “solda fria”, muito conhecida entre os repara-
dores, é uma solda mal feita que pode quebrar o 
ponto de solda, causando mau contato e um gran-
de inconveniente, pois é difícil de identificar se foi 
aplicada em uma placa de circuito eletrônico.
8.1.2 SOLDA
Usado nas mais diversas aplicações, e comumente conhecido como estanho, 
esse composto metálico faz parte da soldagem de componentes eletrônicos. Jun-
tamente com o do ferro de solda, é o componente primordial para a junção de 
componentes na placa de um circuito impresso ou para a junção de condutores 
elétricos. Sua base é um composto de estanho e chumbo, mas essa mistura pode 
variar de acordo com a fabricante da solda, mas a composição mais comum é de 
uma proporção maior de estanho do que chumbo, em torno de 40% chumbo e 
60% de estanho, com a possível adição de alguns tipos de resinas. Outras compo-
sições podem conter a mesma proporção de chumbo e de estanho, e até encon-
tra-se as que possuem um pouco mais de chumbo do que de estanho. Lembre-se, 
quanto menor a concentração de chumbo no composto da solda, mais frágil será 
a solda. Em geral, o ponto de fusão se dá em torno dos 350 a 380 graus.
Ba
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(2
01
4)
Figura 118 - Carretel de solda
Fonte: Bao (2014)
8 SOLDAGEM DE COMPONENTES E MATERIAIS 167
Cada vez mais tem-se tentado reduzir a quantidade de chumbo dessa com-
posição pelo fato de ele ser altamente poluente e porque a fumaça, se inalada, 
pode causar efeitos colaterais de tontura, enjoos, dores de cabeça entre outros 
Por isso, sempre que for mexer com a solda de estanho, use uma máscara, óculos 
de proteção e luvas finas, que evitam o contato do chumbo direto com as mãos. 
Sempre que terminar um trabalho, lave logo as mãos. 
Há, ainda, ligas de estanho especiais para soldagens de alto desempenho, de-
pendendo das características do componente que receberá a solda. Os manuais 
técnicos do fabricante sempreindicam se o componente a ser soldado necessita 
de uma composição de estanho diferente da convencional.
8.1.3 FLUXO, PASTA E FLUIDO DE SOLDA
O fluxo e a pasta de solda são muito utilizados por profissionais da área para 
poderem aumentar ainda mais a fusão entre a placa e a solda. Isso acontece por-
que o fluido e a pasta de solda tem a capacidade de limpar as impurezas do local, 
retirando óxidos e aumentando a aderência. Outro benefício é que o fluido e a 
pasta aumentam a concentração da solda, evitando que a solda escorra pela pla-
ca para componentes próximos ou que prolongue seu caminho no condutor a 
ser estanhado. 
Ba
o 
(2
01
4)
Figura 119 - Fluxo e pasta de solda
Fonte: Bao (2014)
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS168
Na própria solda já há uma proporção de fluxo de solda, mas esta não é su-
ficiente para soldar determinados materiais. A fumaça que advém da solda de 
alguns componentes resulta da fusão desta composição, e não somente do esta-
nho ou do chumbo.
O fluxo de solda possui basicamente essas mesmas características, o que di-
fere é que é usada com maior frequência em circuitos impressos, que requerem 
muito cuidado, para não ocorrer a junção involuntária, quer dizer, sem querer, de 
terminais vizinhos. Por isso, essa solda é geralmente aplicada com uma seringa 
diferente do fluido e da pasta aplicados com pincéis.
8.1.4 SUGADOR DE SOLDA E MALHA DE DESSOLDA
Por mais que um profissional tenha alta experiência em soldagem, sempre 
haverá aquela solda que de certa forma ficou ruim ou não aderiu corretamente 
o componente à placa. Para casos como esses, em que o soldador não está sa-
tisfeito com o serviço, existe um equipamento de soldagem de componentes e 
materiais eletrônicos que consegue limpar o local onde a solta foi feita. 
Ba
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(2
01
4)
Figura 120 - Sugador de solda
Fonte: Bao (2014)
Como o próprio nome do equipamento sugere, o sugador retira a solda por 
uma alta e rápida sucção. Pra realizar a sucção, é preciso engatilhar uma haste que 
deve ser empurrada até seu curso final. Uma vez que a haste esteja posicionada 
no lugar correto, ela deve ser acionada por um botão. Neste momento a solda 
pode ser extraída pelo sugador, mas ela precisa estar líquida.
8 SOLDAGEM DE COMPONENTES E MATERIAIS 169
1 2 3 4 5
Empurre o pistão
Camisinha
Aperte
o botão Retire o ferro
e o sugador
ao mesmo
tempo
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14
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Figura 121 - Processo de retirada de solda com sugador
Fonte: Foxlux (2014)
O reparador pode encostar tranquilamente a ponta do sugador na solda já 
líquida, dessa forma é que se consegue extrair a solda ruim.
A malha de dessolda, tem a mesma característica e a mesma função do su-
gador de solda, que é retirar a solda que não ficou bem feita ou que ficou com 
impurezas no momento da colocação. A diferença é que a malha de dessolda é 
utilizada em circuitos integrados e dessolda componentes pequenos, memórias, 
drivers, etc.
Ba
o 
(2
01
4)
Figura 122 - Malha de dessolda
Fonte: Bao (2014)
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS170
 FIQUE 
 ALERTA
Sempre que for utilizar o ferro de solda, certifique-se que 
o mesmo esteja em local seguro e apoiado em seu próprio 
suporte, desta forma você evita acidentes como queima 
da bancada e componentes, causar incêndios e até mesmo 
um curto circuito caso o cabo de energia esteja perto do 
ferro aquecido, que pode passar dos 600ºC.
8.1.5 DICAS DE SOLDAGEM
Para evitar a solda fria, que é aquela solda em que os pingos ficam sem brilho 
e ganham um aspecto fosco, geralmente ocasionada por uma queda brusca de 
temperatura, do quente para frio na hora de secar o estanho, ou ocasionada por 
alguma impureza no local (pois, é uma questão de tempo para que esta solda 
possa romper e causar mau contato), você tem de observar o seguinte: sempre 
que for soldar um condutor elétrico ou um componente, limpe o local e aplique 
pasta ou fluido de solda, então leve a ponta do ferro de solda sobre a parte do 
componente a ser soldado e a placa, colocando o estanho diretamente sobre o lo-
cal da trilha ou condutor a ser soldado, até que o mesmo preencha o local. Depois 
disso, corte a sobra do terminal do componente ao final da soldagem utilizando 
um alicate de corte. 
Para que você possa somar mais informações aos estudos, veja a imagem a 
seguir, que ilustra a forma que a solda deve ficar em uma placa de circuito.
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Figura 123 - Forma correta de aplicação de solda
Fonte: do Autor (2014)
8 SOLDAGEM DE COMPONENTES E MATERIAIS 171
 SAIBA 
 MAIS
Para que você possa conhecer mais sobre soldagem de com-
ponentes eletroeletrônicos e algumas técnicas em geral, 
acesse a Internet e faça uma busca com as palavras-chave 
“técnicas de solda”. 
Se o que você for soldar é um condutor elétrico, encoste as duas extremidades 
do elemento condutor interno (geralmente cobre) sem enrolar um no outro. Apli-
cando o estanho e cobrindo o local após a temperatura ter diminuído, com um 
tubo termo retrátil ou fita adesiva própria para isolamento.
Para evitar a queima de placas e componentes, evite o contato do ferro de 
solda por muito tempo com os componentes e a placa, esse processo pode aca-
bar por danificar certos componentes. 
Para soldar componentes como memórias, drivers e outros componentes, 
onde as trilhas ficam muito perto umas das outras, aplica-se o fluxo de solda 
com seringa, que irá fazer com que a solda fique somente nas partes metálicas 
da placa.
8.2 DESCARTE DE MATERIAIS
A reciclagem está cada vez mais presente no cotidiano de uma oficina, com 
lixeiras identificadas para os descartes de certos materiais ocorrer dentro de em-
presas em geral, oficinas, casas etc. Junto aos processos de descarte dos materiais 
para solda e dessolda de componentes ou materiais eletroeletrônicos é necessá-
ria uma atenção redobrada na eliminação de certos materiais. Como você apren-
deu anteriormente, alguns sistemas tem componentes com chumbo e ácido. As 
baterias e pilhas, usadas em determinadas placas, devem ser descartadas correta-
mente e destinadas a empresas especializadas tanto na remoção destes materiais 
como na reciclagem deles. Muitos dos pontos comuns de reciclagem nas cidades 
não lidam com o lixo hospitalar, pilhas e baterias, e metais pesados.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS172
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20
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)
Figura 124 - Reciclagem de circuitos eletrônicos
Fonte: Thinkstock (2015)
Quanto à reciclagem de metais pesados, um que deve receber especial aten-
ção pelos profissionais automotivos é o descarte da solda, pois o estanho, como 
você já viu, na verdade também contém chumbo na composição, e portanto não 
pode ser descartado em qualquer lugar. Ele tem de ser armazenado em locais 
protegidos dentro da oficina, como em latões ou latas com tampa lacrada, para 
posterior remoção por empresas que fazem este tipo de coleta, para não causar 
danos à saúde do funcionários, dos clientes e não poluir o meio ambiente. 
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Figura 125 - Forma incorreta de descarte de materiais eletroeletrônicos
Fonte: Thinkstock (2015)
8 SOLDAGEM DE COMPONENTES E MATERIAIS 173
Somente empresas especializadas conseguem fazer a extração do estanho 
do chumbo. Se o estanho não perder suas características básicas, ele pode ser 
reaproveitado. O mesmo acontece com o chumbo, mas apenas se no processo 
de fusão fracionada o estanho tiver baixo ponto de fusão, em torno de 231°C, 
e o chumbo em torno de 327°C, que permite esta separação. Outros métodos 
de reaproveitamento desses metais requerem adição de componentes químicos 
para realizar a separação desse material. Veja a seguir um exemplo de reaprovei-
tamento de estanho na arte. A imagem mostra que até mesmo artistas fazem uso 
da reciclagem do estanho para criar obras de artes.
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Figura 126 - Obra de arte com utilização de estanho
Fonte: Salazar (2014)
Outros materiais como cobre eborracha são separados, recolhidos ou envia-
dos por empresas de reciclagem de materiais comuns ou alguns tipos corrosivos, 
sem perigo de contaminação tóxica.
Há ainda certos circuitos que consistem em uma placa ou componentes intei-
riços, estes até empresas de eletrônica em geral compram como sucata, aprovei-
tando assim quase que todo o material descartado, reutilizando a solda e os mais 
diversos componentes da placa.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS174
Infelizmente, ainda há empresas que descartam esse tipo de material em ater-
ros sanitários misturando materiais eletroeletrônicos, e materiais pesados, a ou-
tros materiais de lixo comum.
Por isso, sempre que lidar com solda de estanho e componentes eletrônicos, 
no momento de fazer a limpeza do local utilizado, separe condutores, fitas isolan-
tes, componentes eletrônicos e solda; descarte-os em com detentores adequados 
e locais demarcados para reciclagem e descarte, informando devidamente o que 
vai em cada recipiente.
CASOS E RELATOS
Central eletrônica
Rafael tem uma oficina mecânica e há uns dois anos fez um curso de ele-
trônica básica, no qual aprendeu a soldar e dessoldar componentes, mas 
foi no dia a dia da oficina que ele conseguiu aperfeiçoar a prática na sol-
dagem de componentes eletroeletrônicos. 
As oficinas na região, quando estão com algum problema nas centrais de 
gerenciamento eletrônico, levam-nas para ele averiguar. Um dia desses, 
Rafael recebeu um veículo antigo, porém já dotado de um dos primeiros 
sistemas de injeção eletrônica vendidos no Brasil. O cliente relatou que 
sempre ao passar por lombadas e estradas esburacadas, seu carro falha-
va, as vezes até chegava a apagar e não pegava mais, voltando a pegar 
somente quando já tinha esfriado. 
Iniciando algumas verificações, Rafael e seu ajudante refizeram todos os 
pontos de aterramento do veículo e as alimentações positivas, e o carro 
continuou a falhar, foi então que o reparador decidiu abrir a central ele-
trônica para ver se teria algo de errado com ela, e foi realmente aí que se 
deparou com uma falha. 
Rafael descobriu que o motivo era uma solda fria que estava rachada, 
que, ao esquentar, diminuía a passagem de corrente elétrica. Ele viu, tam-
bém, que o zinabre era tanto que chegou a atingir outros componentes. 
Fez, então, uma limpeza geral do circuito, tirou a solda velha e pôs uma 
nova. 
Com o problema resolvido e o cliente muito satisfeito com o baixo preço 
do conserto, já que a central eletrônica não precisou ser trocada, Rafael 
teve sua credibilidade aumentada. Graças ao seu conhecimento técnico 
e sua habilidade, ele pode solucionar o problema de forma a deixar todos 
muito satisfeitos.
8 SOLDAGEM DE COMPONENTES E MATERIAIS 175
RECAPITULANDO
Mais uma vez você pode observar que a área relacionada ao diagnóstico 
automotivo é muito ampla e atinge os mais diversos trabalhos e tipos de 
mão de obras possíveis. Seus estudos lhe mostraram como é importante 
conhecer e dominar os processos de soldagem dos componentes eletro-
eletrônicos e outros materiais para adaptações, manutenções e reparos 
de determinados componentes. 
Tudo que você viu, os cuidados básicos que deve tomar com alguns EPIs 
no momento de determinados processos, e como deve ser o descarte de 
alguns materiais altamente prejudiciais ao meio ambiente a ao ser huma-
no, deve estar presente em sua mente sempre que estiver trabalhando
No próximo capítulo, você estudará sobre segurança no trabalho, verá 
como é importante organizar o local de trabalho e manusear correta-
mente os materiais empregados na reparação automotiva, e aprenderá 
também quão importante é a questão de saúde ocupacional. Você tam-
bém poderá observar como e por que os acidentes de trabalho aconte-
cem, e como é perigoso trabalhar com conversas e brincadeiras paralelas 
na hora do trabalho. Você verá que algumas empresas, e às vezes, os co-
laboradores, não levam a sério ou não entendem o perigo de trabalhar 
sem os equipamentos de proteção individual. Por fim, você vai receber 
informações sobre a CIPA, a Comissão Interna de Prevenção de Aciden-
tes, e seu importante papel junto às empresas, sejam elas de pequeno ou 
grande porte.
9
Segurança no Trabalho
Uma questão importante em uma oficina mecânica é o uso de boas práticas em relação à 
organização do local de trabalho, o manuseio correto dos materiais e a saúde ocupacional.
Muito importantes são a consciência sobre acidentes de trabalho, os equipamentos de pro-
teção coletiva e individual, e a atuação da CIPA, que a maioria das pessoas sabe que existe, mas 
não sabe para que serve. 
Veja agora como fazer a organização da oficina, do ferramental e de equipamentos como 
elevadores, macacos e afins. Ao finalizar seus estudos neste capítulo, você estará apto a:
a) disseminar técnicas de organização do ambiente de trabalho; 
b) identificar processos de manuseio de materiais empregados na manutenção de sistemas 
eletroeletrônicos automotivos;
c) definir ações que reduzam ou evitem a ocorrência de acidentes de trabalho;
d) compreender a importância dos cuidados com a saúde ocupacional bem como o objetivo 
da CIPA na estrutura de uma empresa.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS178
9.1 ORGANIZAÇÃO DO LOCAL DE TRABALHO
A organização do local de trabalho começa nos primeiros momentos do dia, 
antes de abrir a oficina, que é quando os funcionários devem verificar se ela está 
limpa e organizada, para evitar que esse serviço seja feito quando o cliente estiver 
entrando na oficina. 
Depois da oficina limpa, organizada e bem sinalizada, os funcionários devem 
organizar os carrinhos de peças usados nos serviços em veículos, equipados com 
quatro rodas, e espaço de, no mínimo, duas bandejas para separação de ferra-
mentas e peças.
Cada mecânico deve ter seu carrinho equipado com todas as peças de uso 
comum, como chaves de fenda, chaves Philips, chaves torques, chaves de boca, 
chaves combinadas, martelos, marretas, cabos de força, chave Allen dos mais va-
riados tipos e tamanhos.
Os elevadores devem estar organizados de maneira a facilitar o serviço na ofi-
cina, prezando a agilidade na hora de colocar e retirar um veículo do mesmo, e é 
claro, eles devem ter a capacidade para atender os veículos que serão trabalha-
dos.
Os elevadores devem possuir algumas sapatas de borrachas de variados tipos, 
pois, veículos como os Off Roads e os SUVs, que possuem suspensão elevada, e 
geralmente contém proteções plásticas nas caixas de ar, requerem sapatas mais 
elevadas que as originais dos elevadores para poderem preservar intactas suas 
características. 
Outra questão de suma importância é o lixo produzido na oficina: separá-lo 
em latões é uma ótima alternativa para conseguir manter a oficina limpa e já man-
ter separados os tipos de materiais que irão para a reciclagem.
Identificar os latões em cores ou em placas como ferro, plástico, vidro, papel, e 
estopas, e lembrar-se do mais importante, que é manter separado o lixo contami-
nado, vai agilizar o andamento dos serviços.
O lixo contaminado é o pior lixo de se organizar; os mecânicos sempre têm 
dúvidas de como separá-lo corretamente e muitas vezes, por pressa, os colocam 
nos latões errados, contaminando o que não estava contaminado. 
Não menos importante é o papelão, cujo destino é de muita importância, pois 
os papelões de uma oficina estão sempre manchados com óleo e com graxa, e 
podem acabar entupindo bocas de lobo, e se infiltrando no lençol freático e po-
luindo rios, bacias locais e até o oceano
9 SEGURANÇA NO TRABALHO 179
Quando uma oficina mecânica se preocupa com a natureza, a empresa que 
recolhe o lixo, a comunidade e o meio ambiente agradecem.
A questão da organização da oficina, os resíduos produzidos por ela e sua or-
ganização refletem diretamente na qualidade do serviço oferecido, mas lembre-
-se, nem sempre uma oficina bem arrumada e organizada realiza um serviço bem 
feito, e nem toda oficina desorganizada oferece um serviço mal feito. O que ga-
ranteum serviço bem feito é o trio organização, conhecimento técnico e profis-
sionalismo.
 FIQUE 
 ALERTA
De nada adianta ter uma oficina limpa, bonita e muito 
bem organizada se o bem mais precioso de uma oficina, 
que sem dúvidas é o cliente, sair de lá insatisfeito.
Trate muito bem seu cliente, ofereça pequenos mimos, 
como uma sala aconchegante, com televisão, internet, ar 
condicionado, afinal, ele é a razão do sucesso da sua ofici-
na. Se você não puder oferecer nada disso ao cliente, ofe-
reça, no mínimo, uma cadeira confortável para que possa 
esperar descansadamente enquanto seu veículo estiver 
sendo consertado.
Depois de estudar sobre a organização do local de trabalho, você estudará as 
formas corretas de manuseio de materiais e ferramentas. 
Preste atenção, esse assunto é muito importante.
9.2 MANUSEIO DE MATERIAIS
O manuseio de materiais está diretamente ligado aos cuidados que um profis-
sional reparador deve ter ao realizar qualquer tipo de serviço na oficina. 
Os cuidados básicos ao manusear qualquer peça ou ferramenta são funda-
mentais; são esses cuidados que preservam a vida e a saúde do profissional. Cabe 
ao próprio profissional adotar as boas práticas de manuseio de ferramentas e pe-
ças. Quando um profissional precisa trabalhar com ferramentas pesadas, do que 
ele precisa? Confira a seguir.
Para trabalhar da melhor maneira usando ferramentas e maquinários pesa-dos 
e complexos, até mesmo um elevador automotivo, cuja função é ser movimenta-
do para cima e para baixo, requer muita atenção. 
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS180
Um elevador automotivo pode levantar e baixar até 5 toneladas, isso quer di-
zer que se por algum motivo você não encaixar as sapatas de forma correta e 
equilibrada, o veículo pode desabar lá de cima, gerando um enorme prejuízo e, 
possivelmente, uma fatalidade. 
Parta sempre do princípio que, quando se trabalha em oficinas mecânicas, ne-
nhum equipamento é 100% seguro. Um profissional deve se atentar a todos os 
riscos inerentes a sua profissão. 
Para que os riscos sejam minimizados, apesar de sempre presentes, faz-se ne-
cessária a observação estrita das regras de segurança. A observação dessas re-
gras, na verdade é muito simples, e com o tempo tornam-se tão habituais, tão 
normais, que o profissional nem se dá conta que elas já entraram definitivamente 
na rotina da oficina. 
Ao lidar na oficina mecânica é indicado o uso de luvas. Há luvas de diferentes 
materiais para contato com cada tipo de produto, seja ele quente ou frio. 
Para trabalhar com ferramentas e parafusos, as mais indicadas são as luvas de 
algodão, que além de mais maleáveis, não tiram tanto o tato do mecânico no 
trato com pequenas peças. 
Para trabalhar com peças quentes, as mais indicadas são luvas de vaqueta, fei-
tas de couro de bovinos, um material espesso que, dependendo da temperatura, 
permite trabalhar tranquilamente com ela sem que o funcionário se queime.
Lembre-se, também, dos sapatos e da calça comprida. Oficina não é lugar de 
chinelo de dedos e bermuda. De preferência, vista uma calça e um jaleco de brim 
que não gruda e é fácil de tirar quando acontece algum problema. 
Para se trabalhar com materiais como soldas e outros, o indicado são as luvas 
de raspa de couro, e o mais interessante é que esses materiais estão evoluindo 
junto com a indústria, adequando-se às necessidades de cada setor.
 CURIOSIDADE
Veja o vídeo disponível no endereço a seguir e 
acompanhe a evolução dos equipamentos de pro-
teção. Ele mostra as primeiras luvas, que eram de 
algodão, e as mais recentes, de diversos materiais 
mais tecnológicos. Você poderá ver como a tecno-
logia pode proteger o trabalhador mesmo quando 
a luva está literalmente em chamas. 
Disponível em: .
9 SEGURANÇA NO TRABALHO 181
9.3 SAÚDE OCUPACIONAL
A saúde do trabalhador é algo muito importante, mas apesar disso, muitas ofi-
cinas não têm uma clínica ou um plano de saúde para seus colaboradores. Muitos 
proprietários ignoram que há a necessidade de se fazer um controle ocupacional 
da saúde de seus colaboradores. A seguir você vai entender o que esse conceito 
quer dizer.
O controle ocupacional tem por objetivo principal a preservação da saúde do 
colaborador, por meio da realização e acompanhamento dos resultados de exa-
mes médicos obrigatórios de acordo com as atividades desenvolvidas na empre-
sa.
Alguns exames médicos são obrigatórios: admissional, periódico, mudança de 
função, retorno ao trabalho e demissional.
a) Admissional: exame realizado antes que o trabalhador assuma suas funções, 
deve acontecer na contratação do colaborador, preferencialmente antes do 
primeiro dia de trabalho.
b) Periódico: esse exame é realizado periodicamente, conforme prevê a NR 7, 
para avaliar as condições não só do trabalhador, mas também as condições 
de trabalho que ele desempenha.
c) Retorno ao trabalho: exame realizado obrigatoriamente no 1°dia de retorno 
aos trabalhos, por exemplo, depois de ter sido afastado por doença, por um 
acidente de trabalho ou outro acidente fora das imediações do trabalho, por 
período igual ou superior a 30 dias. (Vale a pena prestar atenção nos perío-
dos).
d) Mudança de função: exame realizado antes da data da mudança de função, 
desde que implique a exposição do trabalhador a risco diferente a que ele 
estava submetido anteriormente.
e) Demissional: exame realizado até a data da homologação da dispensa do 
trabalhador (no sindicato ou não), entretanto, se nos últimos 90 dias tenha 
sido efetuado o exame médico ocupacional, não será preciso proceder com 
o exame demissional. Mesmo assim, muitas empresas preferem fazê-lo (o 
último exame por responsabilidade da empresa), apenas por garantia.
A importância desses exames é a segurança do trabalhador diante da empresa 
e da sociedade. Mas o que não adianta é o funcionário chegar na frente do médi-
co, estando com dores ou problemas na coluna, por exemplo, e não dizer nada. 
Esses exames são feitos para avaliar a saúde do trabalhador periodicamente, mes-
mo que em algumas empresas sejam feitos apenas uma vez por ano, dependen-
do do tipo de serviço que o trabalhador desempenha. Se o local de trabalho for 
uma oficina mecânica, um ano é a média de intervalo desses exames periódicos.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS182
 SAIBA 
 MAIS
No site citado a seguir você encontrará mais informações 
sobre saúde ocupacional; trata-se de um site do Ministério 
da Saúde, que contém outras informações pertinentes à saú-
de do trabalhador. 
Disponível em: .
No próximo passo você estudará como se prevenir contra acidentes de traba-
lho, preservando assim sua saúde física e psicológica.
9.3.1 ACIDENTES DE TRABALHO
“Acidente de trabalho”, como o próprio nome sugere, é motivo de preocu-
pação, certo? Certíssimo, pois indica que ou as condições no trabalho não eram 
ideais ou levaram a um acidente, ou que o trabalhador não observou as regras 
de segurança do trabalho. De um jeito ou outro, acidente de trabalho é sempre 
preocupante.
Em termos de legislação, acidente de trabalho é aquele que acontece no exer-
cício da função a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação 
funcional que cause a morte, a perda ou redução, temporária ou permanente, da 
capacidade de trabalho.
Para um acidente de trabalho acontecer não é difícil, até mesmo a uma pessoa 
que não trabalha em uma oficina mecânica, mexendo em tudo que não conhece, 
pode causar um acidente qualificado como acidente de trabalho.
Uma pessoa curiosa tem mais chances de sofrer um acidente de trabalho do 
que uma pessoa treinada, que sabe trabalhar com os equipamentos da oficina.
É necessário que uma pessoa que queira trabalhar em oficinas mecânicas re-
ceba um treinamento mínimo necessário para trabalhar sem causar acidentes 
pessoais.
O treinamento de um colaborador dever ser feito de maneira objetivae clara.
Todos os equipamentos de uma oficina mecânica devem ser mostrados, para 
que o novo funcionário saiba como funcionam, em que botões mexer, onde se 
pode ou não colocar as mãos, e como sua manutenção deve ser feita. Exemplos 
de equipamentos: uma lixadeira, uma máquina de corte e desbaste, a máquina 
de limpeza de peças. A máquina de limpeza de peças é, na verdade um exemplo 
clássico de má utilização, pois exige o uso de um fluido de limpeza específico, ou 
então, de querosene; mas o que acontece em algumas oficinas é que usam gaso-
lina, confrontando diretamente as prescrições do fabricante.
9 SEGURANÇA NO TRABALHO 183
Em um treinamento sério, deve ser explicado ao novo colaborador que proble-
mas podem ser gerados pelo uso incorreto de certas máquinas ou equipamentos, 
como um elevador automotivo, um jacaré, uma parafusadeira pneumática, que 
dependendo da sua capacidade, pode chegar a 100 Bar de pressão/força.
Algumas orientações importantes são:
• Para a limpeza ou lavação de peças, use sempre avental de proteção.
• Para que o trabalho seja realizado de forma correta e segura, use sempre ferra-
mentas que NÃO estejam enferrujadas.
• No uso dos elevadores automotivos, certifique-se que as sapatas estejam bem 
encaixadas na parte inferior do mesmo, nos lugares já determinados pelo fabri-
cante.
• Para se trabalhar corretamente com peças que tenham sujeira, resíduos, graxas 
e óleos, use sempre luvas indicadas para cada tipo de serviço. Se não tiver uma 
para cada tipo, pelo menos use a que estiver disponível, mas informe seu super-
visor que a lei exige luvas especializadas para cada tipo de serviço.
• No uso da esmerilhadeira, nunca retire a capa de proteção, pois essa pequena 
peça evita que pedaços de ferro ou outros resíduos machuquem seus olhos. E os 
óculos NÃO devem ser substituídos nesse momento.
• Use sempre os óculos de proteção.
• Use sempre os sapatos de proteção.
• Use sempre o protetor auricular.
• Use sempre o jaleco de proteção.
• Use sempre as calças compridas.
• Adote boas práticas de proteção durante a execução de qualquer serviço.
Sempre que um trabalhador é acometido por um acidente de trabalho, ele 
deve passar por órgãos do governo para averiguação de sequelas físicas, haven-
do ou não, conforme o caso, a necessidade de perícia médica. Em casos graves, 
talvez haja a necessidade de o colaborador ser aposentado por invalidez.
 SAIBA 
 MAIS
Neste site você verá mais sobre acidentes de trabalho, e so-
bre direitos e deveres do patrão e empregado. Leia e veja o 
quanto isso é importante:
.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS184
O mais importante é que depois que você aprende a usar os equipamentos de 
proteção com o intuito de prevenir acidentes e não gerar problemas no local de 
trabalho, você incorpora a segurança em sua vida também, aplicando essas práti-
cas de segurança em qualquer ambiente e em qualquer atividade que for realizar, 
no trabalho ou fora dele.
Acidentes acontecem, são imprevisíveis, e você deve estar sempre atento, pre-
vendo situações de perigo que podem causar danos irreversíveis. Preste atenção!
Nesse item você estudou sobre saúde ocupacional, e aprendeu que exames 
periódicos devem ser feitos de tempos em tempos, visando a melhoria da saú-
de do trabalhador e a prevenção de doenças, a seguir, você estudará sobre os 
Equipamentos de Proteção, tão necessários e importantes em qualquer tipo de 
serviço.
9.3.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
Como já deve ser de seu conhecimento, não se pode sair aí trabalhando de 
qualquer maneira, sem um equipamento de segurança, pois os riscos eminentes 
são enormes e o profissional pode se machucar seriamente.
Sabe-se que para cada tipo de serviço existem EPIs específicos. Esses equi-
pamentos de segurança não podem ser usados em qualquer lugar. Eles foram 
implementados e regulamentados para serem utilizados na realização de tarefas 
profissionais.
A seguir você conhecerá os Equipamentos de Proteção Individual necessários 
em uma oficina mecânica, para que possa desempenhar suas funções da melhor 
maneira possível, sem se machucar e sem colocar em risco a saúde de terceiros.
Começando pela proteção dos pés: o sapato de proteção é um item indispen-
sável. Além de ter a função de proteger os pés do trabalhador contra objetos pe-
sados e pontiagudos, ele também deve ser confortável, para que o funcionário se 
sinta bem e possa ficar com o calçado o dia inteiro.
9 SEGURANÇA NO TRABALHO 185
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Figura 127 - Sapato de proteção
Fonte: Thinkstock (2015)
O próximo item, também muito importante para a segurança do profissional, 
é a calça comprida, essa proteção evita que algum objeto quente, uma fagulha 
proveniente dos processos de solda ou corte, por exemplo, respingue e grude nas 
pernas do operador, evitando assim queimaduras.
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Figura 128 - Calça de proteção-comprida
Fonte: Embu...(2014)
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS186
O jaleco de proteção é uma peça muito importante, mas geralmente é usada 
apenas no inverno. Ela é responsável por proteger o corpo do trabalhador em 
suas funções na oficina. 
Mesmo sendo usado como parte do uniforme, deve ser usado sempre que o 
profissional estiver dentro da oficina, independente se está trabalhando ou não.
Fa
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 U
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Figura 129 - Jaleco de proteção
Fonte: Thinkstock (2015)
Como você já estudou anteriormente, outro equipamento de proteção muito 
importante é a luva, que muitas vezes não é usada por ser considerada incômoda 
e reduzir a sensibilidade do tato, mas as normas determinam que seja usada sem-
pre, em todas as ocasiões, para proteger as mãos do trabalhador.
 A maioria das pessoas que não usa luva, não tem ideia dos problemas que 
podem ocorrer ao não usá-la.
9 SEGURANÇA NO TRABALHO 187
Para quem trabalha apenas com graxa e óleos, é indicada uma luva cujo teci-
do, ou material, apresente resistência a produtos químicos, como as luvas de bor-
racha nitrílica, muito maleável e confortável. Esta luva pode ser vista observando 
a figura a seguir.
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01
4)
Figura 130 - Luva de proteção contra óleos e graxa
Fonte: Bao (2014)
Há também luvas de proteção para quem trabalha apenas com peças quentes, 
(em torno dos 70 graus); para temperaturas acima disso, há outras. As luvas de 
vaqueta (apresentadas na próxima figura) oferecem a resistência adequada para 
determinadas funções como, carregar cabeçotes ou blocos de motor quentes, 
provenientes de retíficas ou processos de solda.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS188
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 P
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 (2
01
4)
Figura 131 - Luva de proteção de vaqueta
Fonte: Thinkstock (2015)
Para oficinas que trabalham com feixes de molas, um trabalho que além de 
pesado expõe o colaborador a lâminas afiadas e perigosas, as luvas devem ser 
anticorte. Geralmente essas luvas são confeccionadas com fios de kevlar (material 
mais leve que o algodão e tão resistente quanto o aço).
Observe os detalhes desta luva na figura a seguir.
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)
Figura 132 - Luvas de proteção de anticorte
Fonte: Thinkstock (2015)
9 SEGURANÇA NO TRABALHO 189
Outra proteção que normalmente fica esquecida no armário ou nas gavetas 
da oficina são os óculos de proteção, item de importância imensurável. Os óculos 
podem livrar o profissional literalmente da cegueira, só que esse fato não é leva-
do a sério.
Preste atenção, sempre que você for trabalhar com qualquer tipo de material 
que tenha que fazer uma limpeza, raspagem, corte ou desbaste, use sempre ócu-
los de proteção; eles são a única garantia de que algum objeto não perfure seus 
olhos.
Veja um modelo de óculos de proteção na figura a seguir.
Ba
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01
4)
Figura 133 - Óculos de proteção
Fonte: Bao (2014)
Um item de proteção pouco usado nas oficinas mecânicas são os protetores 
auriculares,pequenos protetores dos ouvidos, feitos de silicone, de baixo custo, e 
que não atrapalham, mas cuja garantia de sucesso é sentida a longo prazo. 
Em exames de audiometria, que, aliás, devem ser realizados periodicamente, 
observa-se que um profissional perde parte de sua audição em trabalhos realiza-
dos em oficinas mecânicas, com barulhos muito altos como veículos acelerando, 
serras elétricas funcionando, compressores alocados em locais incorretos, pesso-
as falando alto, telefones tocando a todo o momento etc. Em geral, os profissio-
nais nem se dão conta da quantidade de ruídos que os rodeia durante o horário 
de trabalho, por isso ignoram o uso dos auriculares. Seu uso deveria ser perma-
nente e obrigatório durante o horário de trabalho.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS190
Ba
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Figura 134 - Protetor auricular
Fonte: Bao (2014)
O uso dos EPIs é uma questão de segurança, cabe a você, como futuro pro-
fissional da área, exigir seus EPIs antes mesmo do início de suas funções como 
colaborador em uma empresa.
Preste muita atenção, se você não usar os equipamentos de proteção correta-
mente quem sairá perdendo é você!
CASOS E RELATOS
Problemas de Audição
Antônio é um mecânico com algum tempo de profissão. Ele é um profis-
sional dedicado ao serviço e à empresa que trabalha.
Há algum tempo Antônio vem reclamando ao seu patrão que está tendo 
problemas em ouvir seus colegas de trabalho, e que isso está gerando 
certo desconforto. Seu patrão disse-lhe que não sabia o que poderia ser, 
pois, não era médico, e encaminhou Antônio a um especialista.
9 SEGURANÇA NO TRABALHO 191
Chegando lá, Antônio foi encaminhado a uma sala de audiometria para 
fazer um teste. Com ele, Antônio saberia se estava com algum problema. 
O laudo médico informou que os ouvidos de Antônio sofreram muito com 
o som alto e os barulhos provenientes do ambiente de trabalho, resulta-
do que deixara o mecânico espantado. Isso indicava que, provavelmente, 
Antônio nunca usara qualquer equipamento de proteção auricular. 
Concordando com as conclusões do médico, Antônio foi para casa na-
quele dia muito entristecido, pois ficara sabendo que já atingira um es-
tágio de surdez que não tinha projeção de cura e que, se não se cuidasse 
rigorosamente daquele dia em diante, poderia ficar surdo bem antes da 
velhice. 
No dia seguinte Antônio pediu ao patrão os equipamentos de proteção 
auriculares, mas o patrão fez uma afirmação estarrecedora: Eu sempre 
lhe ofereci os protetores auriculares, mas você é que não quis usá-los, 
sempre me dizendo que atrapalhavam e eram feios. Você não se lembra 
mais disso? 
Mesmo um pouco tarde, Antônio convenceu-se de que é melhor traba-
lhar se sentindo meio atrapalhado pelos auriculares, até se acostumar 
completamente com eles, do que ter que se acostumar com a realidade 
de uma progressiva surdez, que vai atrapalhá-lo para o resto de sua vida..
9.4 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA)
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA é um grupo forma-
do por colaboradores selecionados, responsável por desenvolver as ações que 
melhoram as condições ambientais e de trabalho dos colaboradores em geral. 
Essa comissão tem a finalidade de prevenir acidentes e doenças decorrentes do 
processo de trabalho a que os trabalhadores estão expostos.
As ações da CIPA são amparadas pela Lei 6.514 de 1977, portaria 3.214, de 08 
de junho de 1978, do Ministério do Trabalho, por meio da Norma Regulamenta-
dora n° 5, conhecida como NR5.
O objetivo principal da CIPA é a prevenção de acidentes e doenças decorren-
tes do trabalho desenvolvido pelo colaborador, de modo a tornar o trabalho com-
patível com a preservação da vida e a promoção de sua saúde.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS192
Essa comissão é formada por representantes de empresas e representantes 
dos colaboradores, em iguais formas e quantidades, em mandatos de um ano de 
duração.
Que tipo de empresa necessita de CIPA?
Devem possuir a CIPA empresas privadas, públicas, sociedades de economia 
mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, asso-
ciações recreativas, cooperativas e outras instituições que admitam trabalhado-
res como empregados, ou seja, onde se configure vínculo empregatício.
Quais as principais atribuições da CIPA?
a) Elaborar o mapa de riscos, identificando os riscos do trabalho.
b) Elaborar um plano de ação que facilite a atuação preventiva dos participan-
tes solucionando problemas de Segurança e Saúde no Trabalho (SST).
c) Promover anualmente, em conjunto com o SESMT, a Semana Interna de Pre-
venção de Acidentes do Trabalho (SIPAT), familiarizando os colegas com a 
missão da CIPA.
Quais são as obrigações por parte da empresa?
Garantir meios seguros necessários para o desempenho das atribuições da 
CIPA, garantindo tempo e condições suficientes para a realização das tarefas 
constantes no plano de ação, facilitando o trabalho e a interação de novos cola-
boradores.
Quais são as obrigações por parte dos colaboradores?
Participar ativamente da eleição de seus representantes e sucessores, colabo-
rando com a gestão atual da CIPA, indicando as situações de riscos eminentes e 
apresentando sugestões para melhoria das condições de trabalho, citando pos-
síveis melhoras que sirvam como solução positiva aos problemas apresentados.
9 SEGURANÇA NO TRABALHO 193
RECAPITULANDO
Nesse capítulo você estudou sobre Segurança no Trabalho, que, inicialmen-
te, abordou o tema organização do local de trabalho, e lhe ensinou formas 
de organizar o ambiente para que o trabalhador possa circular livremente e 
receber seu cliente adequadamente.
Você também estudou como proceder corretamente no manuseio de 
materiais, tanto na substituição de peças e serviços, quanto no manuseio 
de equipamentos e ferramentas da oficina.
Ele também alertou sobre os acidentes de trabalho, que podem ser, desde 
uma leve escoriação à uma grave sequela permanente. Como você pôde no-
tar, de nada adianta saber trabalhar se não for atento, responsável e cuidados.
Esse capítulo também alertou sobre os acidentes de trabalho, que podem ser de 
uma leve escoriação à uma grave sequela permanente. Como você pôde notar, 
de nada adianta saber trabalhar se não for atento, responsável e cuidadoso.
No momento em que você estudou sobre os EPIs, aprendeu que não pode tra-
balhar tranquilamente sem usar os equipamentos de proteção individual corre-
tos. E viu que, em geral, as empresas disponibilizam esses protetores, mas você 
também deve exigi-los, para garantir a segurança de todos colaboradores. 
O intuito das normas de padronização de mão de obra e trabalho é cons-
cientizar os trabalhadores a usarem equipamentos de proteção individu-
al, participarem da CIPA, e se tornarem membros ativos dessa comissão, 
que funciona como uma ferramenta que organiza e qualifica setores de 
risco e formas corretas de trabalho e prevenção contra acidentes.
Você também conheceu o papel que a CIPA - Comissão Interna de Preven-
ção de Acidentes – exerce um papel fundamental em esclarecer e divulgar 
informações pertinentes a todos os trabalhadores, alertando-os quanto as 
suas funções, seus direitos e deveres, visando a prevenção de acidentes e 
preservando a vida.
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MINICURRÍCULO DOS AUTORES
Maicon de Oliveira Pereira é graduado pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (UNIASSEL-
VI), em 2007, e técnico em Manutenção Automotiva pelo SENAI, em 2013. Atua como consultor 
técnico da empresa Doutor-ie Tecnologia Automotiva, desde 2009, no departamento de aten-
dimento técnico a reparadores automotivos para soluções e desenvolvimento de tecnologia da 
informação para diagnóstico automotivo.
Sergio Augusto Quevedo Schervenski Filho é Técnico em Manutenção Automotiva pelo SE-
NAI, em 2014. É professor conteudista no SENAI/SC – São José onde tem desenvolvido diversos 
materiais didáticos para qualificação na área Automotiva. Possui experiência profissional como 
mecânico há cinco anos.
ÍNDICE
A
ABNT, 153, 156
ABS, 62, 102, 141, 147
Acidente de trabalho, 181, 182, 183
Ácido Sulfúrico, 124
ACT, 65
Água, 16, 17, 36, 40, 46, 48, 79, 100, 124, 125
Airbag, 20, 62, 102, 141, 147
Alternador, 6, 7, 10, 54, 57, 100, 107, 108, 109, 110, 123, 127, 128, 129, 130, 131, 132, 133, 134, 
142, 143, 147, 197, 199, 200
Ampere, 17, 18, 125
Ânodo, 55, 56, 58, 107
Atuador, 46, 145
B
Bateria, 7, 10, 20, 22, 33, 47, 48, 53, 79, 88, 95, 98, 100, 104, 106, 115, 123, 124, 125, 126, 127, 132, 
133, 134, 136, 138, 142, 143, 144, 146
Bobina de campo, 129, 134, 135, 137
Bobina de ignição, 80, 99
C
CAN, 20, 122, 141, 143, 145, 146, 148, 198
Capacitância, 24, 25, 43
Capacitor, 5, 9, 42, 43, 44, 45, 96, 104, 132, 159, 197
Carga, 7, 10, 11, 15, 16, 30, 31, 42, 43, 44, 74, 77, 109, 113, 122, 123, 124, 125, 126, 132, 199
Cátodo, 55, 56, 58, 107
Chicote elétrico, 5, 50, 51
Chumbo, 46, 124, 164, 165, 166, 169, 170, 171
CIPA, 10, 12, 25, 174, 177, 191, 192, 193, 195, 199
Circuito, 5, 6, 7, 9, 19, 20, 25, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 39, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 52, 53, 54, 56, 
57, 59, 60, 61, 63, 64, 65, 67, 68, 69, 71, 72, 73, 79, 81, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 97, 98, 
101, 102, 104, 106, 107, 108, 109, 110, 113,114, 115, 116, 117, 118, 119, 122, 123, 125, 132, 133, 
136, 137, 138, 159, 160, 163, 164, 168, 173, 196, 198, 199, 200
Circuito em paralelo, 6, 9, 90, 91, 92, 94
Circuito em série, 6, 9, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 98, 115
Circuito misto, 6, 94
CKP, 69
Condutor, 5, 9, 17, 18, 19, 25, 38, 40, 45, 48, 49, 50, 51, 68, 80, 86, 98, 107, 114, 115, 120, 121, 134, 
145, 146, 147, 149, 159, 169
Continuidade, 20, 24, 25, 132, 146, 147
Corrente alternada, 6, 44, 54, 56, 71, 74, 95, 104, 106, 107, 108, 132, 198
Corrente contínua, 42, 44, 54, 95, 104, 106, 132, 198
Corrente elétrica, 6, 9, 16, 17, 18, 30, 31, 32, 33, 44, 46, 47, 51, 54, 55, 56, 61, 87, 89, 91, 94, 106, 
110, 124, 125, 133, 136, 141, 173
CTS, 67
D
DDP, 18, 19, 33
Descarte de materiais, 7, 10, 169, 171
Diagrama, 5, 6, 7, 9, 31, 33, 34, 35, 45, 55, 57, 95, 97, 98, 102, 103, 106, 110, 113, 114, 115, 116, 
117, 118, 119, 120, 122, 132, 133, 198
Dielétrico, 43
Diodo, 5, 44, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 82, 96, 105, 106, 107, 109, 110, 196, 197
Diodo Zener, 5, 54, 56, 57, 82, 96, 105
E
ECM, 42
Eletricidade, 9, 11, 15, 18, 27, 30, 141, 195, 196
Eletrobomba, 52, 79
Eletroeletrônica, 20, 29, 54
Eletroválvula, 61, 78
Eletroventilador, 31, 32, 33
EPIs, 12, 174, 184, 190, 193
Equipamentos, 10, 11, 15, 16, 20, 23, 25, 26, 47, 48, 50, 86, 142, 143, 144, 145, 146, 147, 149, 159, 
160, 162, 163, 166, 174, 177, 180, 182, 183, 184, 186, 190, 191, 193, 197, 203
Esquema elétrico, 97, 98, 101, 102, 137
Estanho, 7, 160, 162, 163, 164, 165, 166, 168, 169, 170, 171, 172
Estator, 7, 130, 132
F
Faróis, 6, 9, 18, 31, 37, 40, 62, 99, 115, 116, 120, 121, 146, 148
Ferro de solda, 7, 10, 160, 161, 162, 163, 164, 168, 169, 195
Fluxo de solda, 166, 169
Frequência, 24, 25, 38, 45, 54, 58, 60, 116, 117, 166
Fusível, 9, 31, 46, 47, 97, 105, 106
G
Grandezas elétricas, 9, 11, 15, 16, 18, 19, 25, 27
H
Hall, 6, 71, 72, 198
HEGO, 77
I
IAT, 42, 200
Iluminação, 6, 9, 11, 40, 48, 88, 90, 98, 99, 102, 103, 104, 113, 114, 122, 148, 197, 200
Indutor, 7, 9, 32, 45, 78, 96, 104, 130
Induzido, 7, 79, 129, 131, 134, 135, 136, 137
Injeção eletrônica, 20, 26, 62, 74, 76, 79, 85, 113, 143, 173, 196
L
LDR, 5, 40, 41, 195, 196
LED, 7, 20, 21, 32, 58, 59, 96, 105, 119, 148
Lei de Kirchhoff, 9, 15, 19
Lei de Ohm, 9, 15, 17, 18, 19, 27, 87, 88, 92, 93, 94, 200
Luz de freio, 6, 99, 116, 118, 119
Luz de marcha a ré, 6, 118
Luzes de direção, 6, 9, 37, 116, 117
M
MAP, 62, 64, 198
Motor, 6, 7, 26, 30, 31, 33, 40, 41, 42, 46, 48, 51, 52, 57, 60, 62, 63, 64, 67, 68, 71, 74, 75, 76, 77, 78, 
97, 99, 100, 102, 105, 106, 113, 122, 123, 126, 128, 130, 131, 132, 133, 134, 135, 136, 137, 138, 142, 
143, 144, 147, 187, 196, 198, 199, 200
Motor de partida, 7, 30, 133, 134, 135, 136, 137, 138, 147, 196, 199
Multímetro, 5, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 81, 87, 88, 94, 109, 146, 195, 199
N
Normas técnicas, 10, 12, 147, 151, 152, 153, 154
NPN, 60, 61
NTC, 41, 67, 198
O
Ohm, 9, 11, 15, 17, 18, 19, 27, 51, 87, 88, 92, 93, 94, 200
Onda, 5, 6, 44, 54, 58, 59, 73, 106, 132, 198
Osciloscópio, 5, 20, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 195, 198
P
Painel, 7, 9, 26, 46, 61, 89, 99, 121, 122, 130, 133, 145
Partida, 7, 10, 11, 19, 26, 30, 79, 98, 106, 113, 123, 125, 126, 133, 134, 135, 136, 137, 138, 147, 196, 
199
Pasta de solda, 7, 165
Piezoelétrico, 74, 75
PNP, 60, 61
Polaridade, 5, 20, 21, 25, 26, 27, 30, 31, 82, 124, 195
Polo, 48, 88, 106
Ponte de Wheatstone, 63, 65
Ponte retificadora, 9, 82, 106, 107, 108, 109, 123, 130, 131
Potência elétrica, 9, 17
Potenciômetro, 5, 6, 38, 39, 40, 68, 69, 195, 196, 199
PTC, 41, 195, 200
PWM, 144
R
Recarga, 7, 10, 11, 113, 122, 123, 125, 126, 138
Recarga lenta, 125, 126
Recarga rápida, 126
Reciclagem, 7, 169, 170, 171, 172, 178
Regulador de tensão, 7, 57, 131, 132, 195
Relé, 5, 6, 9, 31, 51, 52, 53, 59, 96, 100, 105, 115, 116, 119, 120, 199
Resistência elétrica, 5, 9, 17, 18, 19, 32, 37, 51, 88
Resistência equivalente, 87, 88, 91, 92, 94, 110
Resistor, 5, 9, 31, 32, 33, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 44, 59, 67, 69, 87, 88, 93, 94, 95, 98, 104, 197
Retificador, 5, 44, 54, 56
Rotor, 7, 129, 130, 131, 132, 133, 134
S
Saúde ocupacional, 10, 174, 177, 181, 182, 184, 193
Semicondutor, 5, 31, 35, 39, 41, 55, 56, 57, 59, 61, 66, 72, 107, 110, 196
Sensor, 5, 6, 37, 41, 42, 50, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 81, 100, 145, 
146, 195, 198, 199, 200
Sensor de detonação, 6, 74, 75, 195
Sensor de fase, 6, 71, 72, 73
Sensor de Oxigênio, 50, 76, 77, 198
Simbologia, 5, 6, 9, 40, 55, 56, 60, 61, 69, 71, 85, 95, 101, 106, 197
Sinalização, 9, 11, 113, 114, 148
Solda fria, 164, 168, 173
Soldagem, 10, 12, 159, 160, 161, 164, 166, 168, 169, 173, 174
Sonda lambda, 6, 26, 37, 76, 78, 198, 199, 200
Sulfatação, 125
T
Tensão alternada, 29
Tensão contínua, 29
Tensão elétrica, 5, 9, 16, 18, 30, 44
Termistor, 41, 66, 67, 198
TPS, 68, 69, 81, 200
Transistor, 5, 59, 60, 61, 73, 79, 96, 104, 199, 200
U
Unidade de comando, 40, 42, 60, 67
V
Volt, 16, 18, 73, 125, 198
W
Watt, 17, 35
SENAI - DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP
Felipe Esteves Pinto Morgado
Gerente Executivo de Educação Profissional e Tecnológica
Waldemir Amaro
Gerente
Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos
SENAI - DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA
Cleberson Silva
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos
Maicon de Oliveira Pereira
Sergio Augusto Quevedo Schervenski Filho
Elaboração
Mateus Henrique Mendes
Revisão Técnica
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Coordenação Educacional
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Coordenação do Projeto
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Design Educacional
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Luiz Meneghel
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Ilustrações e Tratamento de Imagens
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Banco de imagens
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Fotografias
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Edison Bonifácio – DR/PR
Francisco David de Lima e Silva – DR/PA
Teófilo Manoel da Silva Junior – DR/SC
Comitê Técnico de Avaliação
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Diagramação
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Normalização
Carlos Filip Lehmkuhl Loccioni
Felipe da Silva Machado
Revisão e Fechamento de Arquivos
Taciana dos Santos Rocha Zacchi
CRB – 14.1230
Ficha Catalográfica
i-Comunicação
Projeto Gráficode Ohm .............................................................................................................21
2.3 Introdução à Lei de Kirchhoff ..................................................................................................................22
2.4 Instrumentos de Medição ........................................................................................................................23
2.4.1 Características dos instrumentos de medição ...............................................................26
2.4.2 Funções dos instrumentos de medição ............................................................................28
2.4.3 Aplicações ....................................................................................................................................28
3 Componentes Eletroeletrônicos...............................................................................................................................33
3.1 Tipos e Características ................................................................................................................................34
3.2 Resistor Elétrico ............................................................................................................................................35
3.2.1 Resistor Limitador de Tensão ou Fixo ................................................................................36
3.2.2 Resistor de Potência .................................................................................................................40
3.2.3 Resistor Variável .........................................................................................................................42
3.2.4 Resistores Especiais ..................................................................................................................44
3.3 Capacitor ........................................................................................................................................................46
3.4 Indutor .............................................................................................................................................................49
3.5 Fusível ..............................................................................................................................................................50
3.6 Condutor Elétrico ........................................................................................................................................52
3.7 Relé ...................................................................................................................................................................55
3.8 Diodos .............................................................................................................................................................58
3.8.1 Diodo emissor de luz - LED ....................................................................................................62
3.9 Transistores ....................................................................................................................................................63
3.10 Sensores e Atuadores ..............................................................................................................................66
3.10.1 Sensor de Pressão Absoluta ................................................................................................66
3.10.2 Sensor de Fluxo de Ar ...........................................................................................................68
3.10.3 Sensor de Temperatura do Ar de Admissão ..................................................................69
3.10.4 Sensor de Posição da Borboleta de Aceleração ..........................................................72
3.10.5 Sensor de Rotação Indutivo ................................................................................................73
3.10.6 Sensor de Fase Hall ................................................................................................................75
3.10.7 Sensor de Detonação ............................................................................................................78
3.10.8 Sensor de Oxigênio ................................................................................................................80
3.10.9 Eletroválvulas em geral ........................................................................................................82
3.10.10 Eletrobomba ..........................................................................................................................83
3.10.11 Bobina de Ignição ................................................................................................................84
4 Circuitos Eletroeletrônicos .........................................................................................................................................89
4.1 Circuito em Série..........................................................................................................................................90
4.2 Circuito em Paralelo e Misto ....................................................................................................................94
4.3 Simbologia .....................................................................................................................................................99
4.4 Diagramas ................................................................................................................................................... 105
4.5 Ponte Retificadora .................................................................................................................................... 109
5 Diagramas Elétricos .................................................................................................................................................... 115
5.1 Circuitos de Sinalização e Iluminação ............................................................................................... 116
5.1.1 Diagrama das Luzes de posição ........................................................................................ 116
5.1.2 Diagrama dos faróis baixo e alto ...................................................................................... 117
5.1.3 Diagrama das luzes de direção e emergência ............................................................ 118
5.1.4 Diagrama das luzes de marcha a ré e freio ................................................................... 119
5.1.5 Diagrama das luzes de neblina, milha e lanterna de neblina ................................ 121
5.1.6 Iluminação do painel ............................................................................................................ 123
5.2 Circuitos de Carga e Recarga ................................................................................................................ 124
5.2.1 Bateria ........................................................................................................................................ 125
5.2.2 Alternador ................................................................................................................................. 129
5.3 Circuitos de Partida: ................................................................................................................................. 135
6 Tipos e Características dos Sistemas Eletroeletrônicos ................................................................................. 143
6.1 Princípios de Funcionamento .............................................................................................................. 144
6.2 Tipos de Funcionamento Físico ........................................................................................................... 145
6.3 Características Operacionais ................................................................................................................146
6.4 Operações Envolvidas ............................................................................................................................. 148
7 Informações Técnicas ................................................................................................................................................ 153
7.1 Interpretação de manuais e normas técnicas ................................................................................ 154
7.2 Interpretação de Textos Técnicos e Procedimentos Especiais .................................................. 156
8 Soldagem de Componentes e Materiais ............................................................................................................ 161
8.1 Tipos e Características de Equipamentos e Materiais ................................................................. 162
8.1.1 Ferro de Solda ......................................................................................................................... 162
8.1.2 Solda ........................................................................................................................................... 166
8.1.3 Fluxo, Pasta e Fluido de Solda ........................................................................................... 167
8.1.4 Sugador de Solda e Malha de dessolda ......................................................................... 168
8.1.5 Dicas de soldagem ................................................................................................................ 170
8.2 Descarte de Materiais ............................................................................................................................. 171
9 Segurança no Trabalho ............................................................................................................................................. 177
9.1 Organização do Local de Trabalho ..................................................................................................... 178
9.2 Manuseio de Materiais ........................................................................................................................... 179
9.3 Saúde Ocupacional .................................................................................................................................. 181
9.3.1 Acidentes de Trabalho .......................................................................................................... 182
9.3.2 Equipamentos de Proteção ................................................................................................ 184
9.4 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) .................................................................. 191
Referências ........................................................................................................................................................................ 195
Minicurrículo dos autores ........................................................................................................................................... 201
Índice .................................................................................................................................................................................. 203
1
Introdução
Seja bem-vindo à Unidade Curricular Fundamentos Eletroeletrônicos Automotivos. Ela 
propiciará os fundamentos técnicos e científicos relativos aos sistemas eletroeletrônicos que 
embasam e favorecem o desenvolvimento das capacidades técnicas, sociais, organizativas e 
metodológicas. Você aprenderá a:
a) identificar os princípios da eletricidade e eletrônica aplicáveis aos sistemas automotivos;
b) reconhecer os princípios de funcionamento de componentes dos sistemas elétricos au-
tomotivos;
c) medir grandezas elétricas (tensão, corrente, resistência, potência);
d) converter as unidades de medida das grandezas elétricas aplicáveis aos sistemas auto-
motivos;
e) utilizar instrumentos de medição;
f) interpretar gráficos e tabelas;
g) identificar os tipos e as características dos materiais utilizados nos sistemas eletroeletrô-
nicos;
h) identificar os tipos e características dos materiais aplicáveis aos sistemas eletroeletrôni-
cos para fins de descarte.
Para iniciar, você conhecerá as grandezas elétricas, as Leis de Ohm e de Kirchhoff aplicadas 
aos sistemas eletroeletrônicos, além dos instrumentos e equipamentos eletrônicos emprega-
dos nos testes desses sistemas.
Na sequência, você estudará os componentes eletrônicos e compreenderá a relação exis-
tente entre cada um desses componentes.
Você também adquirirá conhecimentos quanto aos circuitos elétricos e suas respectivas 
simbologias, além de reconhecer os tipos de circuitos elétricos empregados no segmento au-
tomotivo.
Prosseguindo com os estudos, você reconhecerá os diagramas elétricos de alguns sistemas 
eletroeletrônicos automotivos, tais como: sinalização e iluminação, carga e partida.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS14
Ainda nesta unidade curricular, você compreenderá os principais aspectos re-
lativos ao funcionamento dos sistemas eletroeletrônicos automotivos e suas prin-
cipais formas de comunicação.
Você também compreenderá os principais aspectos quanto ao funcionamen-
to dos sistemas eletroeletrônicos automotivos e suas principais formas de comu-
nicação.
Além disso, você será apresentado ao mundo das normas técnicas, que trata 
da importância da normatização e padronização dos processos de manutenção 
veicular para poder reconhecer as técnicas de soldagem de componentes eletro-
eletrônicos empregados nos sistemas veiculares, bem como as principais formas 
de manuseio de componentes durante esse processo.
Para finalizar, você conhecerá os principais aspectos referentes à segurança no 
trabalho, compreendendo a importância da organização do ambiente, o correto 
manuseio de materiais, a importância do uso de EPIs na redução dos acidentes de 
trabalho e, conhecerá as atividades relacionadas à Comissão Interna de Preven-
ção de Acidentes - CIPA.
Preparado para iniciar os estudos? Siga em frente!
1 INTRODUÇÃO 15
Anotações:
2
Princípios de Eletricidade e Eletrônica
Nesta unidade você conhecerá as grandezas elétricas que fazem parte do dia a dia dos usuá-
rios de equipamentos elétricos e eletrônicos, que lidam com grandezas elétricas, como: tensão, 
corrente, resistência, potência, bem como com a primeira e a segunda lei de Ohm, a lei de Kir-
chhoff e com instrumentos de medição e equipamentos elétricos.
Você estudará as grandezas elétricas, aquelas que você não vê, mas pode medir, para poder 
ter uma ideia da dimensão das formas e técnicas de visualização por instrumentos de medição 
e poder aprender a forma correta de sua utilização. Ao finalizar seus estudos neste capítulo, 
você estará apto a:
a) identificar os princípios da eletricidade e eletrônica aplicáveis aos sistemas automotivos;
b) converter as unidades de medida das grandezas elétricas aplicáveis aos sistemas auto-
motivos;
c) utilizar instrumentos de medição;
d) medir grandezas elétricas (carga elétrica, tensão, corrente, resistência, potência).
Bons estudos!
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS18
2.1.2 CORRENTE ELÉTRICA
A corrente elétrica é o fluxo ordenado dos elétrons dentro de um circuito, seja 
um condutor elétrico ou uma placa eletrônica, desde que haja uma diferença de 
potencial. Comparando novamente com a mangueira de água do jardim: a corren-
te elétrica equivale ao fluxo de água passando por dentro da mangueira.
A unidade de medida da corrente elétrica é o ampere, que é representado pela 
letra A maiúscula. 
 CURIOSIDADE O sentido real da corrente elétrica é do NEGATIVO 
para o POSITIVO e não do positivo para o negativo.
Prosseguindo com os estudos, é hora de conhecer a resistência elétrica. Você 
sabia que ela é imprescindível para se medir a resistência de um componente 
elétrico? Confira mais informações a seguir.
2.1.3 RESISTÊNCIA ELÉTRICA
Quando se fala em resistência,pensa-se na resistibilidade¹ ou dificuldade que 
a corrente elétrica encontra para ultrapassar um determinado componente elétri-
co, como: um condutor, um circuito impresso, um alto-falante etc.
O cálculo dessa resistibilidade é feito pela Primeira Lei de Ohm (essa Lei será 
estudada no decorrer desta unidade curricular) e seu símbolo no sistema interna-
cional de unidades é o Ohm, representado pela letra grega Ω.
2.1.4 POTÊNCIA ELÉTRICA
Potência é a grandeza elétrica que mede a energia que está sendo transformada 
em unidade de tempo, ou seja, mede o trabalho realizado por certa máquina ou 
equipamento em uma unidade de tempo.
A unidade de medida adotada para medição de potência elétrica é o watt e o 
símbolo internacional utilizado para representa-lo é a letra W maiúscula. O nome 
watt é em homenagem ao engenheiro James Watt, natural da Escócia e que con-
tribuiu imensamente para o desenvolvimento dos motores a vapor. Além disso, a 
medida de 1W é equivalente à 1J/s (joule por segundo).
1 RESISTIBILIDADE
Característica ou 
particularidade de resistível; 
qualidade daquilo que 
pode oferecer resistência; 
resistividade.
2.1 GRANDEZAS ELÉTRICAS
As grandezas elétricas são também chamadas de fenômenos elétricos. Por não 
ser possível vê-las, mas apenas perceber os seus efeitos, é importante entender 
como funcionam e conhecer os equipamentos utilizados para realizar as medi-
ções.
Para iniciar os estudos sobre as grandezas elétricas, confira, a seguir, o que é 
tensão elétrica. 
2.1.1 TENSÃO ELÉTRICA 
A tensão elétrica é a força que impulsiona os elétrons. A unidade de medida 
que a representa no Sistema Internacional de Unidades é o Volt, por isso a analo-
gia com voltagem. Mas atenção, apesar de o termo voltagem ser muito conheci-
do, o nome correto dessa grandeza é tensão elétrica.
A tensão elétrica também pode ser chamada de diferença de potencial (DDP), 
e é com base nessa diferença de potencial entre dois pontos, que os elétrons são 
impulsionados através de um condutor. 
jo
jo
o6
4 
([2
0-
-?
])
Figura 1 - Símbolo universal da tensão elétrica
Fonte: Thinkstock (2015)
A próxima grandeza elétrica a ser estudada é a corrente elétrica.
2 PRINCÍPIOS DE ELETRICIDADE E ELETRÔNICA 19
2.1.2 CORRENTE ELÉTRICA
A corrente elétrica é o fluxo ordenado dos elétrons dentro de um circuito, seja 
um condutor elétrico ou uma placa eletrônica, desde que haja uma diferença de 
potencial. Comparando novamente com a mangueira de água do jardim: a corren-
te elétrica equivale ao fluxo de água passando por dentro da mangueira.
A unidade de medida da corrente elétrica é o ampere, que é representado pela 
letra A maiúscula. 
 CURIOSIDADE O sentido real da corrente elétrica é do NEGATIVO 
para o POSITIVO e não do positivo para o negativo.
Prosseguindo com os estudos, é hora de conhecer a resistência elétrica. Você 
sabia que ela é imprescindível para se medir a resistência de um componente 
elétrico? Confira mais informações a seguir.
2.1.3 RESISTÊNCIA ELÉTRICA
Quando se fala em resistência, pensa-se na resistibilidade¹ ou dificuldade que 
a corrente elétrica encontra para ultrapassar um determinado componente elétri-
co, como: um condutor, um circuito impresso, um alto-falante etc.
O cálculo dessa resistibilidade é feito pela Primeira Lei de Ohm (essa Lei será 
estudada no decorrer desta unidade curricular) e seu símbolo no sistema interna-
cional de unidades é o Ohm, representado pela letra grega Ω.
2.1.4 POTÊNCIA ELÉTRICA
Potência é a grandeza elétrica que mede a energia que está sendo transformada 
em unidade de tempo, ou seja, mede o trabalho realizado por certa máquina ou 
equipamento em uma unidade de tempo.
A unidade de medida adotada para medição de potência elétrica é o watt e o 
símbolo internacional utilizado para representa-lo é a letra W maiúscula. O nome 
watt é em homenagem ao engenheiro James Watt, natural da Escócia e que con-
tribuiu imensamente para o desenvolvimento dos motores a vapor. Além disso, a 
medida de 1W é equivalente à 1J/s (joule por segundo).
1 RESISTIBILIDADE
Característica ou 
particularidade de resistível; 
qualidade daquilo que 
pode oferecer resistência; 
resistividade.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS20
Para calcular a potência elétrica, utiliza-se a seguinte fórmula: 
P = V x A
Onde:
P - Potência
V - Tensão
A – Corrente (em diversos casos a mesma fórmula é expressa com o I em subs-
tituição ao A, ambos significam corrente elétrica)
 FIQUE 
 ALERTA
No momento da substituição dos faróis de um veículo, 
fique alerta quanto à potência das lâmpadas que irá co-
locar, pois se você colocar uma lâmpada de 100 W em 
um veículo cujo projeto inicial é de 75 W, há uma grande 
chance de ocorrer um incêndio nos condutores elétricos 
em função da grande temperatura de trabalho que essa 
potência adicional gerará
Agora que você já se familiarizou com as grandezas muito conhecidas por 
quem trabalha com eletricidade, você começará a aprender as relações de gran-
dezas elétricas e saberá quem definiu as fórmulas de calculá-las. 
2.2 LEI DE OHM
Segundo o site Brasil Escola (2014), George Simon Ohm foi um físico alemão 
que viveu entre os anos de 1789 e 1854 e experimentalmente provou que exis-
tem resistores nos quais a variação da corrente elétrica é proporcional à variação 
da diferença de potencial (DDP). Como George Ohm criou a primeira e a segunda 
Lei de Ohm, ambas foram batizadas em sua homenagem. Conheça a seguir as leis 
criadas por Ohm.
2.2.1 PRIMEIRA LEI DE OHM
Ohm realizou várias experiências com diversos condutores dos mais variados 
tipos, aplicando sobre eles várias intensidades de tensão, percebendo então que, 
principalmente nos metais, a relação entre a diferença de potencial (DDP) e a cor-
rente elétrica se mantinha sempre constante. Dessa forma, Ohm elaborou uma 
2 PRINCÍPIOS DE ELETRICIDADE E ELETRÔNICA 21
relação matemática (na Primeira Lei) que determina que a tensão aplicada nos 
terminais do condutor é proporcional à corrente elétrica que percorre esse con-
dutor. 
A fórmula criada por Ohm é a seguinte:
R =
V
I
Onde:
• R corresponde à resistência elétrica, e a unidade é o ohm Ω
• V corresponde à diferença de potencial, e unidade é o volt V 
• I corresponde à corrente elétrica, e a unidade é o ampere A
Pode-se concluir que a corrente elétrica que percorre um determinado condu-
tor é proporcional à tensão elétrica aplicada nos terminais desse condutor.
2.2.2 SEGUNDA LEI DE OHM
Por meio de experimentos, Ohm notou que a resistência elétrica de certos 
condutores depende, basicamente, de quatro fatores: comprimento, material, 
área de secção transversal e temperatura.
Tendo todas essas variáveis em seu experimento, Ohm percebeu que:
a) em condutores feitos de um mesmo material como cobre ou zinco e, espes-
sura idêntica, a resistência elétrica é diretamente proporcional ao compri-
mento desse condutor; 
b) em condutores feitos de um mesmo material, como cobre e zinco, e mesmo 
comprimento, a resistência elétrica é inversamente proporcional à área da 
secção transversal;
c) dois condutores idênticos em forma, comprimento e espessura, porém de 
materiais diferentes, submetidos a uma mesmíssima DDP, apresentam resis-
tências elétricas diferentes.
Então, Ohm criou a seguinte fórmula para calcular essas variáveis:
R =
ρ.L
A
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS22
Onde:
• R: resistência (Ω)
• ρ: resistividade do condutor (depende do material e de sua temperatura, medi-
da em Ω.m)
• L: comprimento (m)
• A: área de secção transversal (mm2)
Outra lei que é importante você conhecer é a Lei de Kirchhoff, muito usada e 
referenciada até os dias de hoje.
2.3 INTRODUÇÃO À LEI DE KIRCHHOFF
A Lei de Kirchhoff recebeu esse nome em homenagem a Gustav Robert Kirch-
hoff, um cientista russo que descobriu algo muito interessante sobre grandezas 
elétricas. Seu estudo estabelece que seja nulo o somatório dos lapsos e inclina-
ções de tensão ao longo de um caminho determinado de um circuito elétrico.Esses caminhos são chamados de: 
a) nó: um ponto do circuito onde três ou mais condutores são ligados;
b) malha: qualquer caminho fechado do circuito ou qualquer caminho que 
volte ao ponto inicial de partida;
c) ramo: o caminho aberto entre dois nós e o ramo que se inicia em um nó e 
termina em outro nó, uma linha reta entre dois nós.
Esse tipo de aparato no caminho dos elétrons é muito usado em sistemas elé-
tricos mais aprimorados como em redes de intercomunicação, as chamadas redes 
CAN (do inglês Controller Area Network), que usam sistemas multiplexados, com 
vários equipamentos eletrônicos como diodos, transistores, resistores, tudo que 
um computador precisa para se comunicar rapidamente enviando dados (pulsos 
de informação controlados por protocolos).
Dando continuidade aos estudos sobre os fundamentos eletroeletrônicos, é 
necessário conhecer os instrumentos de medição, seus tipos, suas características, 
funções e aplicações.
2 PRINCÍPIOS DE ELETRICIDADE E ELETRÔNICA 23
2.4 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO
Os instrumentos de medição são aparelhos necessários em qualquer tipo de 
oficina, seja ela de funilaria e pintura, ou uma oficina especializada em eletroele-
trônica.
Em oficinas mecânicas é a mesma coisa, se você pretende fazer o teste de um 
componente elétrico ou eletrônico ou em um módulo de airbag, que instrumen-
to deverá usar? Um multímetro? Um osciloscópio, talvez? 
Não! Um instrumento desses poderia acionar a bolsa do airbag, pois uma pe-
quena tensão nos bornes de contato do módulo do airbag seria suficiente para 
excitar uma detonação, inutilizando-a. 
Existem diversos testes que podem ser realizados em um sistema eletroele-
trônico, agora você conhecerá cada um desses instrumentos de medição e suas 
principais aplicações.
CANETA DE TESTE DE POLARIDADE AUTOMOTIVA
O teste de polaridade serve para verificar o potencial elétrico em um determi-
nado ponto de um circuito elétrico ou eletrônico para reconhecer que polaridade 
os condutores demonstram, e para identificar conectores e outros pontos impor-
tantes (positivo ou negativo).
Existem ainda canetas de polaridade que possuem três LEDs, sendo que, o ver-
melho e o verde exercem a função de indicar se o potencial elétrico é positivo 
ou negativo respectivamente; Em alguns equipamentos pode-se encontrar um 
terceiro LED, geralmente amarelo, que indica se o instrumento está devidamente 
alimentado para utilização.
Essa caneta também tem grande utilidade na manutenção de qualquer tipo 
de sistema elétrico. Quando as garras do instrumento são conectadas na bateria 
do veículo e a ponta de prova é aplicada em algum ponto do circuito elétrico, o 
LED vermelho acenderá se o potencial elétrico for positivo e o LED verde acende-
rá se esse sistema estiver aterrado (massa) ou negativo.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS24
Ba
o 
(2
01
4)
Figura 2 - Caneta de teste de polaridade automotiva
Fonte: Bao (2014)
Com uma caneta de teste de polaridade você pode testar qualquer tipo de 
componente elétrico que trabalhe com 12V de alimentação. Além disso, existem 
canetas de polaridade para veículos que utilizam alimentação de 24V (caminhões 
por exemplo). Alguns modelos de canetas de teste de polaridade disponíveis no 
mercado possuem faixa de trabalho de 5V à 24V, com isso ampliando a gama de 
opções de utilização.
MULTÍMETRO AUTOMOTIVO
O multímetro automotivo é um instrumento de teste e trabalho muito utiliza-
do pela sua polivalência construtiva e funcional. 
2 PRINCÍPIOS DE ELETRICIDADE E ELETRÔNICA 25
Ba
o 
(2
01
4)
Figura 3 - Multímetro automotivo
Fonte: Bao (2014)
 SAIBA 
 MAIS
Na internet você encontra um vídeo mostrando um teste 
simples de bateria automotiva, disponível em .
OSCILOSCÓPIO AUTOMOTIVO
O osciloscópio é um instrumento de medição muito sensível, muito parecido 
com a tela de uma televisão, que verifica um sinal elétrico e suas variações no 
tempo, por meio de um gráfico que representa os sinais elétricos emitidos pelo 
sistema testado. Também muito aprimorado em relação a seus ‘companheiros’ 
de medição pelo fato de um osciloscópio conseguir fazer medições muito refi-
nadas, como medir tipos de ondas e representá-las em sua tela de amostragem.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS26
Ba
o 
(2
01
4)
Figura 4 - Osciloscópio automotivo
Fonte: Bao (2014)
2.4.1 CARACTERÍSTICAS DOS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO
As principais características dos instrumentos de medição e equipamentos 
elétricos são fornecidas por seus fabricantes.
Essas características são determinadas no projeto de execução, visando aten-
der as expectativas dos clientes, para que os mesmos possam resolver problemas 
não somente de medição, mas de trabalho no dia a dia.
Um instrumento de medição deve atender as normas propostas por órgãos 
internacionais de qualidade e proteção elétrica de instrumentos de medição au-
tomotivos, evitando assim que instrumentos de medição automotivos sejam usa-
dos em sistemas elétricos não compatíveis com o uso para o qual foi projetado.
Os testes que podem ser feitos por um multímetro são:
• Corrente; 
• Tensão; 
• Resistência;
• Potência; 
2 PRINCÍPIOS DE ELETRICIDADE E ELETRÔNICA 27
• Temperatura; 
• Frequência; 
• Semicondutores;
• Capacitância;
• Ganho de transistores;
• Continuidade.
Como você pôde perceber, o multímetro tem uma variedade muito grande de 
aplicação quando comparado a outros instrumentos de medição, mas alguns cui-
dados inerentes a esses instrumentos devem ser obedecidos por quem pretende 
usá-los.
Com relação ao osciloscópio automotivo, normalmente são utilizados os di-
gitais, ficando o analógico cada vez mais em desuso apesar das diferenças serem 
poucas. Mas por se tratar de um instrumento que representa graficamente os si-
nais elétricos em uma tela, o osciloscópio é muito sensível e requer muito cuida-
do durante sua utilização. 
V+
V-
V+
V-
t t
V+
V-
t t
V+
V-
Retangular Dente de serra
Triangular Sinosoidal
(senoidal)
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 5 - Tipos de ondas expressas pelo osciloscópio
Fonte: adaptado de Lenz (2014)
Segundo a Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), as principais característi-
cas do osciloscópio são:
a) banda passante (BW): define a frequência máxima de operação do oscilos-
cópio (dezenas de MHz até dezenas de Ghz).
b) faixa de tensão de entrada: define os valores máximos e mínimos de tensão 
que podem ser medidos corretamente com o instrumento (de mV à kV).
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS28
c) impedância de entrada: associação paralela das resistências e capacitâncias 
do circuito de entrada. Tipicamente Ri =1MΩ e Cip ≈ 20pF. A impedância de 
entrada pode introduzir erros consideráveis na medida de circuitos de alta 
impedância, principalmente em se tratando de sinais de alta frequência.
2.4.2 FUNÇÕES DOS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO
As funções dos instrumentos de medição são bem definidas:
• as canetas de teste de polaridade são específicas para testar o potencial elétrico 
(positiva ou negativa); 
• os multímetros automotivos foram desenvolvidos para medir e testar correntes, 
tensão, impedância, capacitância, potência, frequência, temperatura e continui-
dade.
• o osciloscópio automotivo foi desenvolvido para medir grandezas elétricas mais 
refinadas que uma caneta de polaridade e um multímetro, que não são capazes 
de medir, ou cujos resultados não são tão cofiáveis. O osciloscópio mostra, em 
sua tela, as variações de frequência e tensão de um sistema, mesmo quando 
muito pequenas.
Percebeu como é importante utilizar o instrumento correto para fazer uma 
análise? Conheça, a seguir, as aplicações dos instrumentos de medição.
2.4.3 APLICAÇÕES
A escolha dos instrumentos de medição depende da medição que vai ser feita, 
do tipo de corrente a ser medida e da qualidade da medição a ser realizada. No 
caso da caneta de polaridade, esta é usada somente para a verificação de tensão 
positiva ou negativa num determinado condutorou conector.
O multímetro já é mais utilizado para medir as mais variadas formas de gran-
dezas elétricas, tais como: Corrente, Tensão e Resistência. Além dessas, também 
podem ser medidas: Temperatura; Frequência; Semicondutores; Capacitância; 
Ganho de Transistores; Continuidade etc.
O osciloscópio, além de ser um equipamento de medição muito mais caro que 
qualquer um dos dois instrumentos citados anteriormente, é um excelente ins-
trumento de medidas, de ondas elétricas, realizando medidas que um multímetro 
não consegue testar.
Ao medir as ondas elétricas, em curvas, relacionadas em tempo e corrente, 
independente da velocidade dessas ondas, o osciloscópio, gera em sua tela uma 
2 PRINCÍPIOS DE ELETRICIDADE E ELETRÔNICA 29
representação gráfica dessas ondas, mostrando as medidas e os parâmetros des-
sas medidas muito mais claramente.
Como são equipamentos caros e sensíveis não somente às correntes a que es-
tão sendo submetidos, é necessário ter muito cuidado, tanto no manuseio quan-
to na utilização. 
CASOS E RELATOS
Instrumentos de medição
Um técnico mecânico recebeu um veículo na oficina em que trabalha 
para verificar por que o veículo estava tendo um maior consumo de com-
bustível do que em condições normais. Para poder determinar o proble-
ma, o mecânico teria de realizar alguns testes. Assim, ele decidiu fazer 
logo o teste de sonda lambda, achando que assim descobriria a causa do 
problema.
Primeiramente, utilizando uma caneta de teste de polaridade, ele mediu 
a sonda instalada no veículo, e percebeu que a corrente passante apre-
sentava diferença de potencial variável. Para medir a sonda em funcio-
namento, ele utilizou um multímetro. Depois de tudo instalado, pediu 
para que um colega desse a partida no motor do veículo enquanto ele 
analisava os dados que o multímetro informava.
Ele notou que as informações não eram tão precisas quanto gostaria, e 
como precisava de informações concretas para mostrar um relatório de 
funcionalidade ao cliente, decidiu então usar um osciloscópio automoti-
vo. Para isso, fez todas as conexões corretamente e, ao acionar o oscilos-
cópio, percebeu que a medição e a análise dos dados eram muito mais 
precisas, o que confirmou que a utilização do instrumento correto, nessas 
horas, faz toda a diferença. Com os dados mais precisos à mão, fez seu 
relatório para o cliente informando que a sonda de seu veículo estava 
travada (isso acontece com o aquecedor da sonda) e que a mistura de 
combustível (ar + combustível) estava muito rica (com excesso de com-
bustível), bem acima de 501 mV, o que, em geral, indica um alto consumo 
de combustível. Para contornar o problema, conforme ele já sabia, a úni-
ca alternativa seria trocar a sonda por outra original, evitando, assim, que 
no futuro esse problema se repetisse.
Com o problema resolvido, o cliente foi embora feliz com o ótimo serviço 
realizado em seu veículo.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS30
RECAPITULANDO
Neste capítulo você estudou os princípios de eletricidade e eletrônica. 
Viu as grandezas elétricas, aprendeu o que é tensão, corrente, resistência 
e potência; conheceu a primeira e segunda Lei de Ohm, que revolucio-
naram as manipulações das grandezas elétricas, facilitando em muito o 
trabalho do técnico automotivo.
Você também conheceu alguns instrumentos de medição, viu o que é 
uma caneta de polaridade, as funções de um multímetro automotivo, e a 
grande capacidade métrica do osciloscópio, que além de ser um instru-
mento caro, é um instrumento de resolução muito refinado.
Nos próximos capítulos você estudará sobre o funcionamento dos siste-
mas eletrônicos, tipos de funcionamento físico, características operacio-
nais, e operações envolvidas.
Continue atento aos estudos e se qualificando para o mercado de traba-
lho.
2 PRINCÍPIOS DE ELETRICIDADE E ELETRÔNICA 31
Anotações:
3
Componentes Eletroeletrônicos
Como o sistema de gerenciamento eletrônico de combustível de um veículo faz para saber a 
proporção e hora exata de injetar combustível na câmara de combustão no cilindro específico? 
Qual o principal componente para transformar a tensão alternada em tensão contínua? Estas 
perguntas serão respondidas a partir do estudo deste capítulo. Por meio dele você conhecerá 
os principais componentes da área eletroeletrônica aplicada ao meio automotivo, suas caracte-
rísticas, formas de funcionamento, entre outros detalhes.
Ao finalizar seus estudos neste capítulo, você estará apto a:
a) identificar os tipos e as características dos materiais utilizados nos sistemas eletroeletrô-
nicos;
b) identificar os princípios de funcionamento de componentes dos sistemas elétricos auto-
motivos;
c) identificar os tipos e características dos materiais aplicáveis aos sistemas eletroeletrônicos 
para fins de descarte.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS34
3.1 TIPOS E CARACTERÍSTICAS
Os circuitos podem gerar diversos fenômenos da eletricidade e da eletrôni-
ca, o que permite isso é o fato de serem compostos por dezenas de componen-
tes eletroeletrônicos, desde os mais simples aos mais complexos. Por meio de 
pesquisas científicas, as características dos materiais semicondutores, isolantes e 
condutivos foram sendo descobertas. Ao fazerem a junção de elementos quími-
cos como fósforo e índio entre outros, esses elementos foram adquirindo carac-
terísticas padrão para a construção de componentes elétricos como por exemplo: 
os diodos que podem até mesmo emitirem luz, ou os transistores, que permitem 
a passagem de corrente elétrica sobre determinada polaridade aplicada a eles.
Te
cn
oU
ni
fr
an
 (2
01
1)
Figura 6 - Componentes eletroeletrônicos
Fonte: Componentes ([2014])
Durante testes e experiências, comprovou-se que outros componentes ti-
nham a característica de armazenar certa carga de energia, como os capacitores. 
Estes foram, então, aplicados para dar partida ao motor, alimentando o circuito 
por determinado tempo e filtrando ruídos no sistema elétrico e eletrônico. 
Você alguma vez já se deparou com a situação em que a tensão entre um apa-
relho e a rede elétrica era diferente, como ter em mãos um aparelho de tensão 
de 110 volts em uma tomada da rede elétrica de 220 volts? Nesse caso, a única 
solução seria a de utilizar um transformador para reduzir a tensão elétrica, não é 
mesmo? Pois bem, em um veículo há componentes que atuam por meio de ele-
tromagnetismo, como eletroválvulas, relés, motor de partida ou de arranque. Por 
isso, neste capítulo você terá de aprender a função dos indutores.
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 35
Você, ou alguém de sua família ou amigos, já deve ter passado pela situação 
de que algo em seu veículo não estava funcionando corretamente, como um fa-
rol, o eletro ventilador do sistema de arrefecimento, o compressor do ar condicio-
nado, o desembaçador, ou qualquer outro tipo de circuito, não é? Em casos assim, 
o mais comum é fazer uma pré-avaliação do sistema, e verificar, por exemplo, as 
condições dos fusíveis. Se um estiver partido, o que impede a passagem da cor-
rente, se, ao trocá-lo, ele volta a partir, é porque há algo de errado no circuito, que 
está gerando um alto consumo de corrente elétrica. A função do fusível, em casos 
de problemas dessa natureza, é proteger o sistema de possíveis falhas no circuito 
quando houver um alto consumo. 
Analisando qualquer diagrama elétrico ou circuito você verá condutores que 
levam certa carga de energia de um componente a outro. Esses condutores po-
dem ser de várias espessuras, de acordo com o componente a ser alimentado. 
Eles podem ser placas de circuito eletrônico, placas de metal, que fazem a distri-
buição de aterramento ou alimentação positiva e até mesmo a própria carcaça 
do veículo, que, por sua vez, conduz a polaridade negativa da bateria a todas as 
partes do automóvel.
Outro componente que entre outras funções também colabora para a prote-
ção do sistema elétrico do veículo é o relé, que por meio da geração de um cam-
po eletromagnético permite a passagemde corrente elétrica no seu interior. Seu 
funcionamento, ou atracamento, se dá por meio de uma corrente muito baixa, 
permitindo dessa forma que, ao utilizar uma chave ou interruptor de baixa cor-
rente, a passagem de alta corrente é liberada. 
Além desses circuitos, há vários outros sistemas específicos em funcionamen-
to no veículo, como os sensores e atuadores do sistema de injeção. A função 
desses sensores é colher as informações pertinentes a diversos parâmetros de 
funcionamento do motor, tais como, pressão atmosférica a qual o motor está ex-
posto, temperatura e volume de ar admitido, detonação da mistura, posição de 
abertura do corpo de borboletas, quantidade de oxigênio no escapamento do 
veículo, entre outros. Essas informações são, então, processadas pela unidade de 
comando eletrônico (UCE) que por sua vez, faz o controle das eletroválvulas e 
relés por meio de comandos elétricos.
3.2 RESISTOR ELÉTRICO
O resistor é um componente encontrado em todos os veículos, desde os an-
tigos que usavam carburador até os mais atuais, com gerenciador eletrônico de 
combustível. Este componente semicondutor pode estar nos mais diversos siste-
mas, como: 
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS36
• em circuitos do eletroventilador, funcionando como limitador de tensão;
• em sistemas de gerenciamento da temperatura do motor, onde há os resistores 
chamados termistores, que variam sua resistência conforme a temperatura;
• em sensores crepusculares, para acendimento automático dos faróis;
• em determinados aquecedores que utilizam uma resistência elétrica com di-
ferencial de tensão para aquecimento, conhecido como efeito Joule, pois tais 
aquecedores utilizam a diferença de potencial para geração de calor. Em alguns 
componentes, o indutor permite que uma determinada resistência elétrica sofra 
o fenômeno de incandescência, como no caso de chuveiros ou lâmpadas incan-
descentes.
Ki
rV
KV
 ([
20
--
?]
)
Figura 7 - Resistor
Fonte: Thinkstock (2015)
Existem alguns tipos de resistores, que você conhecerá a seguir.
3.2.1 RESISTOR LIMITADOR DE TENSÃO OU FIXO
Mais conhecido como resistor limitador de corrente, o limitador de tensão 
tem como principal função restringir, dificultar, se opor à passagem de corrente 
elétrica em determinados circuitos em que é aplicado. Usado tanto em circuitos 
elétricos, quanto em eletrônicos, esse tipo de resistor se torna imprescindível, por 
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 37
exemplo, para o circuito de um Led que tem a necessidade de usar um resistor li-
mitador de corrente para evitar sua queima, diminuindo a energia de consumo. O 
mesmo ocorre com outros circuitos, como o elétrico, do qual pode-se citar como 
exemplo o acionamento do eletroventilador para o sistema de arrefecimento e 
para o seletor de velocidades do ar interno do veículo.
No caso do eletroventilador, quando o veículo atinge determinada tempera-
tura, é necessário o acionamento do eletroventilador para fazer a troca de calor 
do radiador, o resultado desse processo é o que se chama de arrefecimento do 
motor. Nos circuitos dos veículos mais modernos, há duas velocidades para o ele-
troventilador, quando o veículo chega em uma temperatura estabelecida pela 
central de gerenciamento ele é acionado, mas com a tensão e a corrente reduzi-
da, fazendo o eletroventilador trabalhar em torno de 50% a 70% da sua potência 
nominal. O grande responsável por esta queda de tensão no circuito é o resistor 
limitador. Se o motor do veículo continuar a aquecer, mesmo com a velocidade 
baixa, a central desliga o circuito que utiliza o resistor limitador e liga uma DDP, 
com o valor da bateria do veículo indo diretamente para o eletroventilador, como 
mostra o esquema a seguir.
U
ni
da
de
 d
e 
co
m
an
do
C4
B1
C16
D1
B10
A12
A4
A5
Comutador
Vermelho
Preto
Marrom/verde
Marrom/
vermelho
M
ar
ro
m
Re
lé
 b
ai
xa
Re
lé
 a
lt
a
Eletroventilador
Resistor
F1
9 
– 
15
A
F26 – 20A
Vermelho
Bateria
F7
86 30
85 87
86 30
85 87
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 8 - Diagrama elétrico sistema de arrefecimento
Fonte: Dias (2014)
Um circuito que ilustra de forma bem didática o funcionamento desse sistema 
é um circuito que usa mais de um resistor limitador de corrente, como o circuito 
que você encontra no seletor de velocidades do ar no habitáculo do veículo. A 
posição em que você colocar o seletor de velocidade do ar, selecionará um ponto 
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS38
específico atrás da chave seletora no circuito elétrico, onde estão localizados os 
resistores, que fazem a corrente elétrica passar por três resistores. Se a velocidade 
selecionada no ventilador elétrico for baixa, você terá três limitadores de corrente 
um após o outro, restringindo a passagem de corrente elétrica; se, por outro lado, 
você colocar na velocidade intermediária, terá somente um ou dois resistores se 
opondo a passagem de corrente. Confira na figura a seguir um diagrama elétrico 
que demonstra a utilização deste circuito, descrito como “Comutador de Veloci-
dades”.
D
K5
85 86
30 87
+
+
-
+
-
+
87 30
86 85
+
-
87A
+
+
+
a
b c d
e
f
a
b c d
e
f
+
+
+
+
P
Seletor de posição
Ar cond. (on/off)
Relé 
principal (ar cond.)
Eletroventilador 
Caixa de ar (cx/ar)
Relé
Eletroventilador 
Caixa de ar (cx/ar)
Comutador 
de velocidades
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 9 - Diagrama elétrico do sistema de ar interno do veículo
Fonte: Monzeiros (2014)
3 COMPONENTES ELETROELETRÔNICOS 39
Note que no seletor do comutador de velocidades no diagrama elétrico apre-
sentado na figura anterior, há três resistores em série, que fazem parte de circui-
tos que você estudará mais à frente. 
A construção base de um semicondutor resistor limitador é de certa forma 
simples, sua resistência varia em relação ao número de espiras internas da fita de 
carvão condutora.
Tubo cerâmico
Terminal 
(�o)
Terminal 
(tampa)
Filme de carvão 
helicoidal Cobertura isolante
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 10 - Construção de um resistor fixo
Fonte: Ferraz Netto (2014)
Outro fator vital para os resistores limitadores é que todos possuem uma apli-
cação de resistência conforme a necessidade de limitação de corrente do circuito 
em que serão utilizados; é para isso que eles possuem faixas coloridas identifican-
do a resistência de cada semicondutor e uma porcentagem que indica a variação 
de sua resistência, chamada de fixa de tolerância, pois, como ele é um componen-
te relativamente pequeno para determinadas aplicações, ficaria confuso ter essas 
descrições de resistência e tolerância no próprio componente. 
Na figura a seguir você poderá visualizar a quantidade e os tipos de faixas pa-
drão na finalização da construção desse componente. Essas faixas identificam a 
resistência correta sem números ou descrições no próprio componente. Em ter-
mos de utilização, o componente pode ser de uso geral com menos de meio Watt 
até 2,5 Watts, e de alta precisão, com fabricação de forma um pouco diferente, 
utilizando a mesma base de material.
FUNDAMENTOS ELETROELETRÔNICOS AUTOMOTIVOS40
+/- 10%
Código de Cores
A extremidade com mais faixas deve apontar para a esquerda
Resistores padrão 
possuem 4 faixas
560k Ω 
10% de tolerância
Resistores de precisão 
possuem 5 faixas
237 Ω 
1% de tolerância 
Cor 1ª Faixa 2ª Faixa
Preto
Marrom
Vermelho
Laranja
Amarelo
Verde
Azul
Violeta
Cinza
Branco
Dourado
Prateado
0 0 0
1 1 1
2 2 2
3 3 3
4 4 4
5 5 5
6 6 6
7 7 7
8 8 8
99 9
3ª Faixa Multiplicador
x 1 Ω
x 100K Ω
x 10 Ω
x 100 Ω
x 1K Ω
x 10K Ω
x 1M Ω
x 10M Ω
x . 1 Ω
x . 01 Ω
Tolerância
+/- 1%
+/- 2%
+/- .5%
+/- .25%
+/- .1%
+/- .05%
+/- 5%
D
ie
go
 F
er
na
nd
es
 (2
01
4)
Figura 11 - Cores do resistor indicando resistência
Fonte: Eletrônica Didática (2014)
3.2.2 RESISTOR DE POTÊNCIA
Este componente está presente no seu cotidiano, desde o momento em que 
você se levanta para iniciar suas atividades até o término do dia, mesmo que você 
nem

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