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Sistemas Térmicos Introdução Universidade: UFPA/CAMTUC Curso: Engenharia Mecânica Local: Tucuruí- PA Carga Horária: 60 h Período: 4°/2024 Professor: Ronaldo Moura e-mail: zzdmoura@gmail.com • Introdução • Capítulo1: Revisão de Termodinâmica; • Capítulo 2: Ciclos; • Capítulo 3: Motor Alternativo; • Capítulo 4: Combustíveis M.C.I.; • Capítulo 5: Combustão M.C.I.; • Capítulo 6: Sistema de Injeção e Mistura; • Capítulo 7: Sistemas de Injeção para Motores Diesel; • Capítulo 8: Sistema de Ignição; • Capítulo 9: Sistema de Exaustão e Emissão; • Capítulo 10: Sistema de Lubrificação; • Capítulo 11: Sistemas de Arrefecimento; • Capítulo 12: Motor Turbina à Gás; • Capítulo 13: Outros Motores M.C.I.; • Capítulo 14: Veículos Híbridos; • Capítulo 15: Projeto de Motores; ROTEIRO Esta disciplina Sistemas Térmicos I, tinha no passado (década de 80/90) na Universidade Federal do Pará – Campus de Belém um nome bem mais instigante: Motores de Combustão Interna. Uma disciplina com o nome Motor no título é normalmente tudo oque um estudante que escolheu engenharia mecânica como curso quer estudar. Nós engenheiros mecânicos, somos quase na totalidade apaixonamos por carros e veículos à motor em geral. E convenhamos, de todas as partes de um carro a mais interessante é, ou deveria ser, o motor. Comentários Iniciais Introdução. Vivemos, atualmente em um momento de transição tecnológica onde os motores de combustão interna dos automóveis estão sendo substituídos por motores elétricos. Entretanto, esta transição ainda irá demorar cerca de uma década (ou mais, no Brasil). De todo modo, o Motor a Combustão Interna (MCI) continuará a ser usado em Caminhões, Pá- Carregadeiras, Tratores e em Aplicações Industriais, Militares, Marítimas e Aeronáuticas. Comentários Iniciais Introdução. Livro Texto: Neste curso iremos adotar o Livro: “Motores de Combustão Interna – Franco Brunetti como livro texto. OBS: Isto não significa que não possamos introduzir outras informações no curso que não constem no livro texto. Comentários Iniciais Introdução. Avaliação 1. Lista de Exercícios e Defesa da Lista (N1) 2. Prova Individual (N2) 3. Apresentação Seminário (N3) Nota Final = (N1 * 3+ N2 * 4 + N3 * 3)/10 OBS: Definam os grupos que farão a Lista de Exercícios e o Seminário. Máximo 4 integrantes/equipe. Introdução. • Introdução 1. Revisão de Termodinâmica; 2. Ciclos; 3. Motor Alternativo; 4. Combustíveis M.C.I.; 5. Combustão M.C.I.; 6. Sistema de Injeção e Mistura; 7. Sistemas de Injeção para Motores Diesel; 8. Sistema de Ignição; 9. Sistema de Exaustão e Emissão; 10. Sistema de Lubrificação; 11. Sistemas de Arrefecimento; ROTEIRO 12. Motor Turbina à Gás; 13. Outros Motores M.C.I.; 14. Veículos Híbridos; 15. Projeto de Motores; Introdução. História da Máquina Térmica Revolução Industrial: O século XVIII foi marcado pelo grande salto tecnológico nos transportes e máquinas. As máquinas a vapor, principalmente os teares gigantes, revolucionaram o modo de produzir. Se por um lado a máquina substituiu o homem, gerando milhares de desempregados, por outro baixou o preço de mercadorias e acelerou o ritmo de produção. Fig 1.1 - Tear à vapor Introdução. Na área de transportes, podemos destacar a invenção das locomotivas a vapor (maria fumaça) e os trens a vapor. Com estes meios de transportes, foi possível transportar mais mercadorias e pessoas, num tempo mais curto e com custos mais baixos. Fig. 1.2 - Locomotiva à vapor Introdução. História da Máquina Térmica História do Automóvel Em 1769, Nicolas Cugnot desenvolveu um sistema de carruagem que funcionava a motor a vapor. Esta foi, sem dúvidas, uma das bases para o surgimento do automóvel. Fig. 1.4 - Carro à vapor de Cugnot Introdução. História do Automóvel O carro mais antigo da história foi criado por Karl Benz, na Alemanha, em 1885. O alemão, fundador da empresa alemã Mercedes-Benz e considerado o pai do automóvel, introduziu o uso do motor de combustão interna a gasolina. Foi nesse momento que as pessoas começaram a considerar a viabilidade de um veículo autopropulsionado, que oferecesse condições maiores de comodidade, segurança e rapidez. A patente de Benz data de 29 de janeiro de 1886, na cidade de Mannheim. Nota: Irei lhes enviar um link que conta a história do automóvel em detalhes... Fig. 1.4 – 1° Carro com M.C.I (Benz) Introdução. História do Automóvel O aumento da complexidade da forma de viver e produzir das sociedades humanas pós- revolução industrial faz com que se tornem cada vez mais necessários profissionais bem qualificados para ocuparem empregos que exigem cada vez mais criatividade e múltiplas capacidades. É aí que entram os engenheiros, em especial os engenheiros mecânicos, que através do domínio da ciência e tecnologia, tem a função de operacionalizar estas máquinas que, sem as quais, o mundo moderno iria parar! Fig. 1.5 – Fábrica Automatizada Introdução. Sistemas de um Automóvel Introdução. Sistemas de um Automóvel Introdução. Motor M.C.I. Já que estamos tratando de manter o mundo em movimento, iremos a partir de agora tratar de uma máquina fundamental a sociedade do mundo de hoje: o automóvel, ou ainda mais especificamente, do coração desta máquina: o motor de combustão interna. Fig. 1.6 – Motor M.C.I 1.3- Motor de Combustão Interna (M.C.I.): Introdução. Motor M.C.I. O Motor de combustão interna (M.C.I.) é uma máquina térmica, que transforma a energia proveniente de uma reação química em energia mecânica. Este processo de conversão ocorre através de ciclos termodinâmicos que envolvem expansão, compressão e mudança de temperatura de gases. São considerados motores de combustão interna aqueles que utilizam os próprios gases de combustão como fluido de trabalho. Ou seja, são estes gases que realizam os processos de admissão, compressão, aumento de temperatura (queima), expansão e finalmente exaustão. Introdução. Motor é um equipamento de produção de trabalho (máquina térmica) que funciona segundo um ciclo termodinâmico que opera entre uma fonte quente e uma fonte fria (ver Figura 1). QH QL w TH TL Figura 1.7 -Ciclo de uma máquina térmica reversível - Carnot Introdução. Motor M.C.I. Motores produzem a energia necessária à propulsão do veículo. O motor empregado usualmente nos veículos automotivos é o motor de combustão interna. Motores de combustão interna, são aqueles que queimam o combustível em seu próprio interior. Estes motores convertem a energia química de seus combustíveis em energia mecânica. Introdução. Motor M.C.I. Devido ao fato de que o fluído não passa por um ciclo termodinâmico completo (apesar do motor operar segundo um ciclo mecânico), o motor de combustão interna opera segundo o chamado ciclo aberto. Entretanto, para analisar os motores de combustão interna, é vantajoso conceber ciclos fechados que muito se aproximam dos ciclos abertos. Uma destas aproximações é o ciclo de ar. Nota: o Ciclo de ar será estudado no capítulo 2. Introdução. Motor M.C.I. • Motor de combustão interna Ex: motor ciclo Otto, motor Diesel, turbina à gás convencional. • Motor de combustão externa Ex: Instalação à vapor. Tipos de Motores No motor de combustão externa o calor é transferido dos produtos da combustão para o fluido gasoso (usualmente o ar). Introdução. 1.4- Tipos de Motores de Combustão Interna 1.4.1 - Motores Alternativos 1. Motor Otto 2. Motor Diesel 1.4.2 - Motores Rotativos 1. Turbina a gás 2. Motor Wankel 3. Motor Quaseturbine Tipos de Motores 1.4.3 – Motores de Foguetes Introdução. 1.4.1- Motores Alternativos (cont.) • Motor Otto • Motor Diesel Introdução. Tipos de Motores 1.4.1- Motores Alternativos (cont.) Introdução. A produção em série é a inovação mais importante do setor e é aperfeiçoada continuamente. Faz pouco mais de 100 anos que Henry Ford revolucionou o modo de fazer automóveis. Sua intenção era produzir um automóvel barato e acessível ao cidadão comum. Paramassificar o uso dos carros, começou a estudar os métodos de produção e concluiu que eles deveriam ser feitos todos iguais. Em nome da produtividade, em vez do operário ir a tarefa, a tarefa é que deveria vir até o operário. Aplicando conceitos vindos de outras indústrias, inclusive de um matadouro, desenvolveu um sistema de esteiras no qual o veículo era movimentado e cada operário era responsável por uma fase da montagem. A linha foi inaugurada em 1913 e construía o Ford T em 84 etapas. Industria Automobilística Introdução. Anos 10 e 20 Henry Ford, o criador do Ford T, era engenheiro e homem de negócios. Ele aplicou conceitos de padronização, métricas de produção e de controle logístico. Com o advento da fabricação em série, a produção diária foi multiplicada por cinco, o preço unitário caiu em mais de 30% e o automóvel deixou de ser artesanal. Industria Automobilística Ford T (1908). Introdução. Anos 30 Os gráficos estatísticos eram as principais ferramentas para guiar a produção. A fábrica era confusa e havia peças ao lado de cada estação. Os estoques internos eram altos dentro da linha de montagem. Industria Automobilística La Salle 1930, um dos mais luxuosos e bonitos carros da época. Introdução. Anos 60 e 70 Robôs passam a substituir o homem em atividades pesadas, demoradas e que exigiam precisão, como a soldagem. A automação da linha multiplicou os volumes produzidos, mas o processo fabril não era amistoso com o trabalhador. Em 1974, 95% do Camaro tinha soldagem automática. Industria Automobilística GM Camaro 1974 Introdução. Anos 70 A GM voltou-se ao aprimoramento do sistema de gestão e técnicas de marketing. Lançou novos automóveis, ampliou o catálogo de cores e tomou da Ford o título de maior fabricante do mundo. A produção em série começa a entrar em declínio. A crise do petróleo exigiu mudança radical nos modelos. Industria Automobilística Introdução. Anos 80 O sistema criado por Ford evoluiu ao toyotismo, no qual conceitos de produção enxuta, diversificação de produtos e extremo cuidado com a qualidade tornaram-se mandatórios. Os fabricantes deixaram de concentrar as fases do processo produtivo, relegando a sistemistas, empresas especializadas, a maior parte das peças. Surgiram parques industriais agrupando fornecedores parceiros. Com isso, montadoras ganharam foco no produto e na logística. Industria Automobilística Introdução. Anos 90 O Japão consolidou-se como expoente industrial e propagou a filosofia Kaisen, que busca a melhoria contínua de processos. A Toyota voltou-se à redução do desperdício, aumentou o controle sobre os fluxos de componentes e matéria-prima. Reduziu os custos e começou a valorizar o fator humano dentro das fábricas. Industria Automobilística Toyota 1995 Introdução. Anos 90 e 2000 Ferramentas administrativas, centro de desenvol-vimento, treinamento de pessoal e controle de processos tornam-se fundamentais. Novos conceitos de gestão foram agregados, como a produção Just In Time, 5S e Six Sigma. Todos preconizavam racionalização, redução de custos e aumento de qualidade. Industria Automobilística Introdução. Anos 2000 As empresas enfrentam elevados custos de produção, forte concorrência, advento maciço de eletrônica e resistência da sociedade em questões ambientais. Isto exigiu a adoção de novas tecnologias, métodos de pintura ecológicos, estações particulares de tratamento de água e intensos programas de reciclagem. Industria Automobilística Tinta ecológica Introdução. Anos 2010 O mais recente desafio industrial é a implantação de fábricas sustentáveis, capazes de minimizar o impacto ambiental de suas atividades e, sobretudo, de assumir responsabilidades sociais na região em que estão instaladas. Além de vender carros, é preciso vender a imagem de que estão comprometidas com a sociedade. Industria Automobilística Introdução. Sustentabilidade é um tema cada vez mais presente nos setores industriais de todo o mundo, principalmente nas montadoras de veículos, que são as grandes responsáveis pela emissão de gases poluentes na atmosfera. Em virtude disso, o grande desafio atual dos fabricantes é o desenvolvimento de carros sustentáveis, que possam suprir as necessidades humanas sem poluir os recursos naturais do nosso planeta. Industria Automobilística Introdução. Afinal, o que é ser sustentável? Industria Automobilística Em poucas palavras, ser sustentável é não comprometer a disponibilidade dos recursos naturais para as gerações futuras. De acordo com conceitos difundidos por John Elkington, criador do "Triple Bottom Line" (ou, "Tripé da Sustentabilidade"), para que um projeto possa ser considerado sustentável, ele deve conter as seguintes características: ser ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente justo. Introdução. Automóveis mais sustentáveis (Ranking, 2023) Industria Automobilística A procura por veículos sustentáveis, capazes de emitir uma baixa quantidade de poluentes durante o seu uso, está crescendo bastante. Com os motores elétricos se tornando mais acessíveis e ecologicamente eficientes, empresas do mundo todo se esforçam para colocar no mercado um produto que atenda os consumidores sem agredir o meio ambiente. No Brasil, isso não é diferente. Apesar de sofrer com os altos preços, os consumidores nacionais têm demonstrado interesse em procurar alternativas ecologicamente sustentáveis, e vários modelos de carros estão chegando no mercado. Introdução. Automóveis mais sustentáveis (Ranking, 2023) 1. Nissan Leaf 2. JAC E-JS1 3. BMW i3 4. Fiat 500e Industria Automobilística Introdução. Automóveis mais sustentáveis (Ranking, 2023) Industria Automobilística 1. Nissan Leaf O alto custo é um empecilho, chegando próximo aos R$ 250 mil, mas a eficiência impressiona. São quase 300 km rodados com apenas uma recarga, atingindo uma velocidade máxima de 143 km/h nos seus 150 cv de potência. As únicas opções com a mesma nota na ACEEE são importadas: o MINI Cooper SE e o Mazda MX-30. Também é a única versão não-compacta da lista, o que torna o feito ainda mais impressionante. Um dos carros mais vendidos do mundo, o Nissan Leaf usa um motor 100% elétrico e está empatado no topo da lista de veículos verdes da American Council for an Energy-Efficient Economy (ACEEE), com 67 pontos. Introdução. Automóveis mais sustentáveis (Ranking, 2023) Industria Automobilística 2. JAC E-JS1 Chegou ao Brasil como o carro elétrico mais barato do mercado, sendo negociado na casa dos R$ 135 mil. Tem como ponto forte a autonomia da bateria, conseguindo rodar cerca de 300 km com uma recarga no modo econômico. Porém, o motor é mais fraco, atingindo até 110 km/h nos seus 62 cv de potência. Outro problema é o fato de ser um carro pequeno, com pouco espaço para os passageiros e no porta-malas. Isso faz do JAC E-JS1 uma boa opção para a cidade, mas nem tanto para quem deseja pegar a estrada. Introdução. Automóveis mais sustentáveis (Ranking, 2023) Industria Automobilística 3. BMW i3 O primeiro veículo elétrico do Brasil também não é dos mais acessíveis, custando mais de R$ 300 mil. Porém, sua autonomia é acima dos 330 km por recarga, sendo um dos melhores disponíveis no mercado. A potência impressiona: são 170 cv, atingindo uma velocidade acima dos 150 km/h, um número bastante alto para carros elétricos. Assim como E-JS1, esse carro também é compacto e uma opção interessante para uso dentro da cidade. Recebeu a nota de 65 no ranking da ACEEE, ficando pouco atrás do Nissan Leaf. Introdução. Automóveis mais sustentáveis (Ranking, 2023) Industria Automobilística 4. 500e, FIAT Primeiro carro elétrico lançado pela Fiat, o 500e é uma opção que fica no meio termo das outras apresentadas, sendo negociado por valores pouco acima dos R$ 200 mil. A autonomia máxima declarada é de 320 km, ficando no mesmo patamar do JAC E-JS1. Porém, seu motor é mais forte, atingindo uma velocidade máxima de 150 km/h e 118 cv de potência.Isso faz com que ele seja capaz de ter um desempenho melhor na estrada do que vários de seus concorrentes. Introdução. Escola Verde Renault promove circuito dedicado à ecocondução, que ensina a obter ganhos de até 25% no consumo. Pequenas mudanças no modo de condução dos motoristas podem ter grandes impactos na economia de combustível. Industria Automobilística Introdução. Hoje 1. Estamos em um momento de transição tecnológica e social no mundo do automóvel. 2. O carro elétrico chegou para ficar. A TESLA vale atualmente mais do que a soma de todas suas concorrentes... 3. Aplicativos como o UBER mudaram a maneira das pessoas se movimentarem em grandes cidades. 4. Ter um carro, na visão de muitas pessoas, deixou de ser tão importante. Industria Automobilística Introdução. 1. Motores Aeronáuticos; 2. Motores à jato (mísseis, anti- mísseis,...); 3. Motores de Foguetes; 4. Motores Marítimos; 5. Moto-serras; ... O Futuro dos Motores (M.C.I.) Independente de como forem os motores dos automóveis no futuro, a humanidade irá continuar a utilizar motores de combustão interna por muito tempo. Por exemplo em: Anti-Míssel Brasileiro Introdução. Bibliografia Carros Sustentáveis: Fonte:https://summitmobilidade.estadao.com.br/carros/quais-sao- os-carros-mais-sustentaveis-disponiveis-no-brasil/ História do Automóvel: Fonte: História de Tudo (historiadetudo.com) Livro Texto: “Motoresde Combustão Interna – Franco Brunetti Introdução.