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Local: Campus de Tucuruí Carga Horária: 60 h Período: 4°/2024 Professor: Ronaldo Moura e-mail: zzdmoura@gmail.br Introdução • Capítulo1: Revisão de Termodinâmica; • Capítulo 2: Ciclos; • Capítulo 3: Motor Alternativo; • Capítulo 4: Combustíveis M.C.I.; • Capítulo 5: Combustão M.C.I.; • Capítulo 6: Sistema de Injeção e Mistura; • Capítulo 7: Sistemas de Injeção para Motores Diesel; • Capítulo 8: Sistema de Ignição; • Capítulo 9: Sistema de Exaustão e Emissão; • Capítulo 10: Sistema de Lubrificação; • Capítulo 11: Sistemas de Arrefecimento; • Capítulo 12: Motor Turbina à Gás; • Capítulo 13: Outros Motores M.C.I.; • Capítulo 14: Veículos Híbridos; • Capítulo 15: Projeto de Motores; ROTEIRO espectro bastante abrangente como ciência da ENERGIA relações entre as PROPRIEDADES da matéria. Termodinâmica é conhecida desde a Antigüidade Estudo formal começou no século XIX, motivado pela utilização do CALOR como força motriz. Atualmente Na Física - interesse em compreender os fundamentos dos comportamentos Físico e Químico da matéria Na Engenharia - interesse em estudar sistemas e suas relações com a vizinhança Capítulo 1: Introdução à Termodinâmica Introdução • No início, ocupou-se do estudo dos processos que permitiam converter calor em trabalho calor força, movimento TERMODINÂMICA Introdução Capítulo 1: Introdução à Termodinâmica • Como aumentar a eficiência destas máquinas? Máquina a vapor de Thomas Newcomen O que é termodinâmica? A Termodinâmica está associada ao estudo de formas de energia e como esta pode ser convertida em outras formas de energia e trabalho. Termodinâmica clássica: Tem seus conceitos focalizados na análise de propriedades macroscópicas do sistema e o estudo da relação entre estas propriedades. Baseia-se no estudo de fenômenos e na determinação empírica das relações de interesse. – SISTEMA TRATADO COMO CONTÍNUO A termodinâmica clássica fornece as ferramentas físicas e matemáticas para determinar como as propriedades de um material serão alteradas em função de alterações do sistema. Capítulo 1: Introdução à Termodinâmica O que é termodinâmica? Termodinâmica estatística: Utiliza como ferramenta a descrição estatística do comportamento do sistema a parir do comportamento de cada átomo do sistema, individualmente. A termodinâmica estatística parte do princípio que conhecendo o comportamento do material a nível microscópico é possível prever suas propriedades macroscópicas. Capítulo 1: Introdução à Termodinâmica O que é termodinâmica? Termodinâmica clássica X Termodinâmica estatística Para a grande maioria das aplicações em engenharia, a TERMODINÂMICA CLÁSSICA não somente propicia uma abordagem mais direta para análise e projeto mas também requer menos complicações matemáticas. Capítulo 1: Introdução à Termodinâmica Termodinâmica Clássica Ramo da Física que tem por objecto de estudo: • Os processos em que há transferência de energia e/ou transformações de energia em sistemas macroscópicos, em termos de variáveis macroscópicas como pressão (P), volume (V), área (S) ou comprimento (L), temperatura (T), campo magnético (B), magnetização do material (M), tensão superficial ( ), etc (as variáveis de interesse dependem do sistema que se está a estudar); • As propriedades físicas dos sistemas que são determinantes nos processos de transferência de energia (condutividades e capacidades térmicas, coeficientes de expansão e compressibilidade, ...) Capítulo 1: Introdução à Termodinâmica Formalismo termodinâmico pode ser aplicado aos mais diversos sistemas. Exemplos são: • gás, líquido ou sólido num recipiente; • corda esticada ou barra metálica; • membrana esticada; • circuito eléctrico; • íman num campo magnético. Sistemas macroscópicos → contêm um grande número de partículas constituintes (átomos, moléculas, iões, ...) 2310022,6 AN nº de Avogadro Termodinâmica Clássica Capítulo 1: Introdução à Termodinâmica Exemplo: líquido num recipiente Energia potencial gravítica, mgh Energia cinética de rotação das pás Energia interna das moléculas de água Termodinâmica Clássica Capítulo 1: Introdução à Termodinâmica Termodinâmica – Energia - Materiais Comprimento de ligação F F r E o Energia de ligação Energia (E) r o r Comprimento de ligação Energia de Ligação Capítulo 1: Introdução à Termodinâmica Termodinâmica – Energia - Materiais Formação de defeitos Capítulo 1: Introdução à Termodinâmica Termodinâmica – Temperatura - Materiais Transformação de fase Diagrama de Equilíbrio Capítulo 1: Introdução à Termodinâmica Termodinâmica – Temperatura - Materiais Diagrama de Equilíbrio Capítulo 1: Introdução à Termodinâmica Ex: Efeito Transiente. Termodinâmica – Temperatura - Materiais Capítulo 1: Introdução à Termodinâmica Resumo de termodinâmica As leis da termodinâmica: Fornecem as regras básicas que governam as relações entre variáveis de um sistema. De uma forma geral, são as restrições que a natureza impõe ao processo de transformação de energia. Definições termodinâmicas: São definidos parâmetros como capacidade calorífica, compressibilidade, coeficiente de expansão térmica, entalpia, energia livre de Helmoltz e energia livre de Gibbs. Variáveis termodinâmicas: O estado de um sistema é definido em função dos valores de algumas propriedades, ou variáveis do sistema. As diferentes variáveis que podem ser usadas para descrever este estado incluem energia, entropia, composição química, temperatura, pressão e volume. Capítulo 2: Variáveis Termodinâmicas Capítulo 2: Variáveis Termodinâmicas Resumo de termodinâmica Funções de estado: Está associado com variáveis onde o processo depende apenas das condições iniciais e finais, e independe da história do sistema. Relações matemáticas: Existem quatro relações que podem ser determinadas a partir de funções de estado. Estas relações são denominadas por relações de Maxwell. Condições de equilíbrio: Um sistema está em equilíbrio quando todas as suas propriedades são independentes do tempo e são função apenas de suas variáveis de estado. Deve-se tomar cuidado com esta definição já que em algumas situações a variação de uma propriedade com o tempo é muito lenta, podendo ser confundido com uma condição de equilíbrio. Capítulo 2: Variáveis Termodinâmicas Definições - Sistema Sistema : Refere-se à região macroscópica do universo definida e selecionada para análise. Pode ser de qualquer tamanho, podendo até ser considerado todo o universo como um sistema. SISTEMA VIZINHANÇA FRONTEIRA Capítulo 2: Variáveis Termodinâmicas Definições – Tipos de Sistemas Aberto : É aquele em que existe troca de energia e troca de massa entre sistema e vizinhança Fechado: É aquele em que existe troca de energia mas não existe troca de massa. Isolado: Sistemas onde não ocorre troca de material ou energia. Capítulo 2: Variáveis Termodinâmicas Sistema isolado Não troca energia nem matéria com a sua vizinhança. Sistema fechado Não troca matéria com a sua vizinhança (pode trocar energia). Sistema aberto Troca matéria com a sua vizinhança. Paredes móveis (contrário: fixas) Permitem transferência de energia na forma de trabalho mecânico. Paredes diatérmicas (contrário: adiabáticas) Permitem transferência de energia na forma de calor. Paredes permeáveis (contrário: impermeáveis) Permitem transferência de matéria. Capítulo 2: Variáveis Termodinâmicas Definições – Tipos de Sistemas Sistemas puros ou compostos: Sistemas puros são aqueles constituídos por uma substância. Esta substância pode ser um elemento atômico (Silício) ou uma molécula (água pura). Multicomponentes apresentam várias substâncias. Homogêneo ou Heterogêneo: Um sistema homogêneo tem uma única fase. Um sistema heterogêneo apresenta várias fases. Reativo ou não reativo: sistemas reativos envolvem a formação ou dissociação de ligações químicas. Simples ou complexo: Um sistema simplesé aquele que não é influenciado por energias diferentes da energia mecânica, química ou térmica. Capítulo 2: Variáveis Termodinâmicas Definições - Sistema Sistema : SISTEMA VIZINHANÇA FRONTEIRA SISTEMA FECHADO = SISTEMA = MASSA DE CONTROLE VOLUME DE CONTROLE = SISTEMA ABERTO FRONTEIRA = SUPERFÍCIE DE CONTROLE Capítulo 2: Variáveis Termodinâmicas Definições – Função de estado Funções de estado: São variáveis ou propriedades de um sistema que são independentes da história do sistema, dependendo apenas do estado inicial e final do sistema. As funções de estado não dependem do processo pelo qual o sistema foi levado a este estado. EXEMPLO - Temperatura A B Capítulo 2: Variáveis Termodinâmicas Definições – Função de estado (outra definição) Características MACROSCÓPICAS de um sistema, como MASSA, VOLUME, ENERGIA, PRESSÃO e TEMPERATURA, que não dependem da história do sistema. Uma determinada quantidade (massa, volume, temperatura, etc.), é uma PROPRIEDADE, se, e somente se, a mudança de seu valor entre dois estados é independente do processo. A B Capítulo 2: Variáveis Termodinâmicas Definições – Estado Condição do sistema, como descrito por suas propriedades. Como normalmente existem relações entre as propriedades, o ESTADO pode ser caracterizado por um subconjunto de propriedades. Todas as outras propriedades podem ser determinadas em termos desse subconjunto. PROCESSO: Mudança de estado devido a mudança de uma ou mais propriedades. ESTADO ESTACIONÁRIO: Nenhuma propriedade muda com o tempo. CICLO TERMODINÂMICO: Seqüência de processos que começam e terminam em um mesmo estado. Exemplo: vapor circulando num ciclo de potência. Capítulo 2: Variáveis Termodinâmicas Definições – Variável de sistema Variáveis do sistema: Ao contrário das funções de estado, as variáveis do sistema são definidas apenas quando o processo que foi seguido para ir do estado A ao estado B é conhecido. Assim, a variável de processo é a variável que não é definida para estados de um sistema e tem sentido apenas quando se fala no movimento de um estado para outro. EXEMPLO: calor (Q) e o trabalho (W). A B Q1 W1 Q2 W2 Q3 W3 Capítulo 2: Variáveis Termodinâmicas Definições – Propriedade intensiva x extensiva Propriedades intensivas: são aquelas que não dependem do tamanho do sistema e podem ser especificadas para qualquer ponto do sistema. • Não são aditivas • Seus valores não dependem do tamanho e extensão do sistema. • Podem variar de um lugar para outro dentro do sistema em qualquer momento. Exemplo: temperatura e pressão. Propriedades extensivas: são aquelas que não podem ser especificadas para um ponto particular e dependem do tamanho do sistema. • Seu valor para o sistema inteiro é a soma dos valores das partes em que o sistema for subdividido. • Dependem do tamanho e extensão do sistema. • Seus valores podem variar com o tempo. Exemplo:massa, energia,volume. Capítulo 2: Variáveis Termodinâmicas Fase e Substância Pura FASE Quantidade de matéria que é homogênea tanto em composição química quanto em estrutura física. Homogeneidade na estrutura física significa que a matéria é totalmente sólida, totalmente líquida ou totalmente gasosa. Um sistema pode conter uma ou mais fases. Exemplo: água e seu vapor. Notar que os gases e alguns líquidos podem ser misturados em qualquer proporção para formar uma única fase. SUBSTÂNCIA PURA É invariável em composição química e é uniforme. Pode existir em mais de uma fase desde que seja garantida a condição acima. Capítulo 2: Variáveis Termodinâmicas Variáveis de estado ou variáveis termodinâmicas Grandezas macroscópicas mensuráveis e que servem para caracterizar o sistema. (Ex: temperatura (t), pressão (P), volume (V), magnetização de um íman (M), área superficial de um líquido (S), tensão numa corda (T), etc.) Capítulo 2: Variáveis Termodinâmicas Processo termodinâmico Transformação de um estado de equilíbrio do sistema noutro estado de equilíbrio, por variação das propriedades termodinâmicas do sistema. Capítulo 2: Variáveis Termodinâmicas Exemplo: Expansão/compressão de um gás ideal Capítulo 2: Variáveis Termodinâmicas Gás ideal: superfície PvT Cada estado de equilíbrio é representado por um ponto na superfície PvT e cada ponto na superfície representa um estado de equilíbrio possível. Capítulo 2: Variáveis Termodinâmicas Lei de Boyle-Mariotte: .constPv (hipérboles equiláteras) Leis de Gay-Lussac: TconstP . Tconstv . (rectas) Processo isotérmico Processo isocórico Processo isobárico Capítulo 2: Variáveis Termodinâmicas Primeira Lei da Termodinâmica Primeira Lei da Termodinâmica Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica "A Primeira Lei da Termodinâmica é uma aplicação do princípio da conservação da energia para os sistemas termodinâmicos. De acordo com essa lei: QWU A variação da energia interna de um sistema termodinâmico equivale à diferença entre quantidade de calor absorvido pelo sistema e o trabalho por ele realizado. Primeira Lei da Termodinâmica para um sistema percorrendo um ciclo. A primeira lei da termodinâmica estabelece que, durante qualquer ciclo percorrido por um sistema, a integral cíclica do calor é proporcional a integral cíclica do trabalho. Onde: 𝜹𝑸ׯ = é o calor líquido transferido durante o ciclo =𝜹Wׯ é o trabalho líquido durante o ciclo J = é um fator de proporcionalidade (constante de Joule) Trabalho e Calor podem ser expressos em qualquer unidade utilizada para energia: hp, Btu/h, Kcal/h, kW,... 𝐉 𝜹𝑸ׯ = 𝜹W (1)ׯ Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Conversão de unidades (valor de J): 1 hp = 33 000 lbf-pé/min = 2545 Btu/h = 641,2 kcal/h 1kW = 44 240 lbf-pé/min = 3413 Btu/h = 840 kcal/h Primeira Lei da Termodinâmica para mudança de estado de um sistema A primeira lei da termodinâmica para um sistema durante um ciclo é estabelecida pela equação: 𝜹𝑸ׯ = 𝜹W (2)ׯ න 1𝐴 2𝐴 𝛿𝑄 + න 2𝐵 1𝐵 𝛿𝑄 = න 1𝐴 2𝐴 𝛿𝑊 + න 2𝐵 1𝐵 𝛿𝑊 (3) Considerando dois processos separados temos: Também podemos dizer que: න 1𝐴 2𝐴 𝛿𝑄 + න 2𝐶 1𝐶 𝛿𝑄 = න 1𝐴 2𝐴 𝛿𝑊 + න 2𝐶 1𝐶 𝛿𝑊 (4) Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Subtraindo a eq (4) da eq. (3) temos: න 2𝐵 1𝐵 𝛿𝑄 − න 2𝐶 1𝐶 𝛿𝑄 = න 2𝐵 1𝐵 𝛿𝑊 − න 2𝐶 1𝐶 𝛿𝑊 Reordenando: න 2𝐵 1𝐵 (𝛿𝑄 − 𝛿𝑊) = න 2𝐶 1𝐶 (𝛿𝑄 − 𝛿𝑊) Visto que B e C representam processos arbitrários entre os estados 1 e 2, concluímos que (𝛿𝑄 − 𝛿𝑊) é a mesma para todos os processos entre os estados 1 e 2. A esta propriedade iremos chamar de energia “E” onde: 𝛿𝑄 − 𝛿𝑊 = dE (5) Primeira Lei da Termodinâmica para mudança de estado de um sistema (cont.) Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Integrando a eq (5) entre os estados 1 e 2 temos: 1Q2 = E2 – E1 + 1W2 (6) Onde: E1 , E2 : estados inicial e final de energia; 1Q2 : calor transferido para o sistema no processo de 1 para 2. 1W2 : trabalho efetuado pelo sistema durante o processo. Primeira Lei da Termodinâmica para mudança de estado de um sistema (cont.) Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Sobre a energia podemos dizer que: 1Q2 = U2 – U1 + m [(V2 2 - V1 2 )/2gc] + mg /gc (Z1 – Z2 ) + 1W2 (7) E = Energia Interna + Energia Cinética + Energia Potencial U E.C E.P 1 2 m 𝑉2 𝑔𝑐 𝑚𝑔 𝑔𝑐 (Z) Assim na forma integrada teremos: Primeira Lei da Termodinâmica para mudança de estado de um sistema (cont.) Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Energia e Primeiro Princípio Energia total de um sistema moléculaspcmacroscpc EEEE mec EEE int Ex: Sistema de n moles de partículas num campo gravítico UmghmvE CMCM 2 2 1 U molar massa M Mnm Consideraremos sistemas cujo movimento de conjunto é nulo ou quase nulo e cuja variação de energia potencial devido a campos de forças externas é desprezável. Nesse caso,E = U. Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Quando o sistema muda de um estado com energia interna inicial Ui para um estado de energia Uf, ele sofre uma mudança de energia U = Uf - Ui Energia Interna (U): Energia e Primeiro Princípio Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Em termodinâmica, a energia total de um sistema é a sua energia interna U. A energia interna de um sistema é uma função de estado, ela depende apenas do estado atual do sistema, independentemente de como este estado foi atingido. Ou seja U = U (n, p, T,...) Energia Interna (U): Energia e Primeiro Princípio Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica A energia interna de um sistema pode ser modificada aquecendo o sistema ou realizando trabalho sobre ele. Assim, U = q + w q = energia transferida por aquecimento w = trabalho realizado sobre o sistema Quando ocorrem mudanças infinitesimais de estado, dU = dq + dw Energia Interna (U): Energia e Primeiro Princípio Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Conservação de energia A energia interna de um sistema isolado permanece constante. Primeira lei da termodinâmica Como, U = q + w, Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Energia Interna (U): A energia interna é uma propriedade extensiva, visto que ela depende da massa do sistema. Iremos então designar por “u” a energia interna por unidade de massa. No capítulo anterior vimos que, na ausência de efeitos de movimento, gravidade, efeitos superficiais, eletricidade e magnetismo, o estado de uma substância pura é determinado por duas propriedades independentes. Isto significa que: se especificarmos a pressão e a energia interna (com base arbitrária) do vapor superaquecido, a temperatura também estará determinada. Para o Vapor Saturado podemos usar as relações: u = (1-x)ul + x uv u = ul + x ulv u = uv – (1-x)ulv Energia Interna (U): Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica trabalho, W, realizado sobre o sistema (U > 0) ou pelo sistema (U 0) ou que sai do sistema (U 0) trabalho da força externa é negativo Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Trabalho infinitesimal dVPW e sistema o realizado trabalho :o)(compressã dV sistema realizado trabalho :(expansão) dV sobre pelo 0 0 Processo quase-estático PPe em todas as configurações de equilíbrio LFL L F VPW 3 2 Unidade SI de trabalho: Joule (J) - + dVPW Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Trabalho termodinâmico, num processo que leva o sistema do estado 1 ao estado 2 A 2 1 )(; VPPdVPW 2 1 )( V V dVVPW dVPdA diagrama P-V ou de Clapeyron 2 1 )( V V dVVPA Expansão AW Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Trabalho termodinâmico, num processo que leva o sistema do estado 2 ao estado 1 A 2 1 1 2 )()( V V V V dVVPdVVPW 2 1 )( V V dVVPA Compressão AW Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Em geral: o trabalho é uma função do processo; não depende apenas dos estados 1 e 2 A1 A2 0 )()( )( 21 AA dVVPdVVP dVVPW III A1-A2 I I dVVPW )( II II dVVPW )( Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica UUUW ifadia O trabalho adiabático sobre um sistema termodinâmico só depende dos estados inicial e final e não do processo realizado entre esses dois estados. Caso particular: o trabalho adiabático depende apenas dos estados 1 e 2 Podemos, por isso, definir a função de estado energia interna tal que Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Num processo não-adiabático, o trabalho realizado sobre um sistema entre os estados inicial (i) e final (f) é diferente do trabalho adiabático realizado entre os mesmos estados (i) e (f). A diferença entre ambos é o calor trocado durante o processo: QWUWUQWWQ adia Formulação matemática da 1ª Lei Processo não adiabático Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Calor e Trabalho por trocas de trabalho com a vizinhança por trocas de calor com a vizinhança Primeira Lei: A energia interna de um sistema fechado pode variar: QWU Primeira Lei da Termodinâmica Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica dz Trabalho e calor Expansão pex A pex = pressão externa A = área da seção reta Primeira Lei da Termodinâmica Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Trabalho e calor O trabalho realizado para um deslocamento dz do pistão será: dw = - F dz Como F = pexA, dw = - pex dV dV =A dz = variação do volume Se a pressão for constante, w = -pex V Primeira Lei da Termodinâmica Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Em geral, dU = dq + dwe + dwexp onde dwe é o trabalho realizado além do trabalho de expansão. Se o volume do sistema é mantido constante e nenhuma outra forma de trabalho é realizado, dU = dqV Indica que o volume não varia Primeira Lei da Termodinâmica Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Quando o volume do sistema pode variar, parte da energia fornecida como calor pode ser convertida em trabalho de expansão. dU dq Calor Trabalho Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Entalpia (H) Quando dU dq, o calor fornecido é igual à variação de uma outra propriedade termodinâmica, a entalpia, H, definida como: H = U + pV p = pressão V = volume h = u + pv p = pressão v = volume específico Ou por unidade de massa: Entalpia (H) Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Entalpia (H) Entalpia é uma função de estado ! A variação da entalpia entre dois estados é independente do caminho seguido para ir do estado inicial ao estado final. A variação da entalpia é igual ao calor fornecido ao sistema quando a pressão é mantida constante. Ou seja, dH = dq. Os processos envolvendo líquidos e sólidos são acompanhados de pequenas mudanças de volume. Assim, se a pressão for baixa, H ≈ U . Capítulo 5: 1ª Lei da Termodinâmica Segunda Lei da Termodinâmica Aspectos da Segunda Lei Essas discussões podem ser resumidas observando–se que a Segunda Lei e as deduções a partir dela são úteis porque fornecem meios para: 1. prever a direção de processos; 2. estabelecer condições para o equilíbrio; 3. determinar o melhor desempenho teórico de ciclos, motores e outros dispositivos; 4. avaliar quantitativamente os fatores que impedem a obtenção do melhor nível de desempenho teórico; 5. definir uma escala de temperatura independente das propriedadesde qualquer substância termométrica; 6. desenvolver meios para avaliar propriedades tais como u e h em termos de propriedades que são mais fáceis de obter experimentalmente. Capítulo 6: 2ª Lei da Termodinâmica Enunciado de Clausius da Segunda Lei Capítulo 6: 2ª Lei da Termodinâmica É impossível para qualquer sistema operar de maneira que o único resultado seria a transferência de energia sob a forma de calor de um corpo mais frio para um corpo mais quente. Enunciado de Clausius da Segunda Lei Capítulo 6: 2ª Lei da Termodinâmica O enunciado de Clausius não exclui a possibilidade de transferência de energia sob a forma de calor de um corpo mais frio para um corpo mais quente, uma vez que é exatamente isto que os refrigeradores e bombas de calor realizam. Porém, como as palavras “único efeito” no enunciado sugerem, quando uma transferência de calor de um corpo mais frio para um corpo mais quente ocorre, deve haver algum outro efeito dentro do sistema que transfere calor, nas suas vizinhanças, ou em ambos. Enunciado de Clausius da Segunda Lei Capítulo 6: 2ª Lei da Termodinâmica Se o sistema opera em um ciclo termodinâmico, o seu estado inicial é restabelecido após cada ciclo, de forma que o único lugar que deve ser examinado à procura destes outros efeitos são suas vizinhanças. Por exemplo, a refrigeraçãodoméstica é obtida por refrigeradores movidos a motores elétricos que necessitam de trabalho de suas vizinhanças para operarem. O enunciado de Clausius indica que é impossível construir um ciclo de refrigeração que opera sem um aporte de trabalho. Enunciado de Kevin-Plank da Segunda Lei Capítulo 6: 2ª Lei da Termodinâmica É impossível para qualquer sistema operar em um ciclo termodinâmico e fornecer uma quantidade líquida de trabalho para as suas vizinhanças enquanto recebe energia por transferência de calor de um único reservatório térmico. Conceito de reservatório térmico. Um reservatório térmico, é um tipo especial de sistema que sempre permanece à temperatura constante mesmo que seja adicionada ou removida energia através de transferência de calor. Enunciado de Kevin-Plank da Segunda Lei Capítulo 6: 2ª Lei da Termodinâmica O enunciado de Kelvin–Planck não exclui a possibilidade de um sistema desenvolver uma quantidade líquida de trabalho a partir de uma transferência de calor extraída de um único reservatório. Ele apenas nega esta possibilidade se o sistema percorrer um ciclo termodinâmico. Uma restrição é imposta pela Primeira Lei sobre o trabalho líquido e a transferência de calor entre o sistema e suas vizinhanças: Wciclo = Qciclo (6.1) Um sistema percorrendo um ciclo enquanto se comunica termicamente com um único reservatório não pode fornecer uma quantidade líquida de trabalho para as suas vizinhanças. Isto é, o trabalho líquido do ciclo não pode ser positivo: Wciclo≤ 0 (6.2) Processo Reversível Capítulo 6: 2ª Lei da Termodinâmica Um processo é reversível se tanto o sistema quanto as vizinhanças puderem retornar aos seus estados iniciais. Processo Irreversível Um processo é chamado de irreversível se o sistema e todas as partes que compõem suas vizinhanças não puderem ser restabelecidos exatamente aos seus respectivos estados iniciais após o processo ter ocorrido Identificando Irreversibilidades Capítulo 6: 2ª Lei da Termodinâmica Um dos usos mais importantes da Segunda Lei da Termodinâmica em Engenharia é a determinação do melhor desempenho teórico dos sistemas. Com a comparação do desempenho real com o melhor desempenho teórico, o potencial para melhorias é freqüentemente vislumbrado. Figura 6.4 – Ilustração utilizada para demonstrar a equivalência entre os enunciados da Segunda Lei devidos a Clausius e Kelvin–Planck. Irreversibilidades Capítulo 6: 2ª Lei da Termodinâmica Processos irreversíveis normalmente incluem uma ou mais das seguintes irreversibilidades: 1. Transferência de calor através de uma diferença finita de temperatura; 2. Expansão não–resistida de um gás ou líquido até uma pressão mais baixa; 3. Reação química espontânea; 4. Mistura espontânea de matéria em estados ou composições diferentes; 5. Atrito – atrito de rolamento, bem como atrito no escoamento de fluidos; 6. Fluxo de corrente elétrica através de uma resistência; 7. Magnetizaçãoou polarização com histerese; 8. Deformação inelástica. Aplicando a Segunda Lei a Ciclos Termodinâmicos Capítulo 6: 2ª Lei da Termodinâmica Figura 6.6 – Sistema percorrendo um ciclo enquanto troca energia por transferência de calor com um único reservatório térmico Considere um sistema que passa por um ciclo enquanto troca energia por transferência de calor com um único reservatório (Fig. 6.6). Trabalho é fornecido a, ou recebido de, um conjunto massa–polia localizado nas vizinhanças. Um volante, mola ou algum outro dispositivo também pode realizar a mesma função. Aplicando a Segunda Lei a Ciclos Termodinâmicos Capítulo 6: 2ª Lei da Termodinâmica Se o Ciclo é Reversível: Wciclo = 0 O sistema retornaria necessariamente ao seu estado inicial. Já que Wciclo = 0, não haveria variação líquida na altura da massa usada para armazenar energia nas vizinhanças. Já que Wciclo = Qciclo, segue–se que Qciclo = 0, de forma que também não haveria variação líquida na condição do reservatório. Assim, o sistema e todos os elementos de suas vizinhanças seriam restituídos exatamente a suas respectivas condições iniciais. Conseqüentemente, não pode haver irreversibilidades presentes dentro do sistema ou em suas vizinhanças. Ciclos de Potência interagindo com 2 reservatórios Capítulo 6: 2ª Lei da Termodinâmica Figura 6.7 – Sistema percorrendo um ciclo de potência enquanto troca energia por transferência de calor com dois reservatórios. Uma limitação importante no desempenho de sistemas percorrendo ciclos de potência pode ser mostrada utilizando–se o enunciado de Kelvin–Planck da Segunda Lei. A eficiência térmica do ciclo é: Qc: quantidade de energia descarregada do sistema para o reservatório frio por transferência de calor. QH: quantidade de energia recebida pelo sistema do reservatório quente por transferência de calor. Entropia é o grau de organização das moléculas de uma substância. Entropia é um conceito tão importante que uma definição excelente para termodinâmica é que ela é a ciência da energia e da entropia (*). (*) VAN WYLEN, G. J. ; SONNTAG, R. E. Fundamentos da termodinâmica clássica. Definição/conceito de entropia Capítulo 7: Entropia Para estudar um sistema termodinâmico do ponto de vista microscópico é necessário fazer uma abordagem estatística (mecânica estatística). Com a abordagem da mecânica estatística entropia (S) é definida como: S = k ln P (1) Onde k é a constante de Boltzmann e ln P é o logarítmo neperiano da probalidade P (mais provável distribuição de moléculas de um sistema em diferentes estados de energia). Ponto de vista microscópico Capítulo 7: Entropia No ponto de vista macroscópico da termodinâmica clássica nos preocupamos com o efeito médio de muitas moléculas. Além disto os efeitos podem ser percebidos por nossos sentidos e medidos por instrumentos, oque facilita bastante nossa compreensão. Entretanto, conceituar entropia utilizando apenas a teoria clássica da termodinâmica por vezes torna o entendimento de “O que é entropia?” um pouco confuso para o estudante. Ponto de vista macroscópico. Capítulo 7: Entropia Como ׯ 𝜹𝑸 𝑻 é uma constante para todas as trajetórias reversíveis entre os estados 1 e 2 concluímos que essa grandeza é independente da trajetória e é função apenas dos estados extremos e, consequentemente, uma propriedade chamada de entropia. dS = 𝛿𝑄 𝑇 .𝑟𝑒𝑣 (3) S2- S1 = 1 2 𝛿𝑄 𝑇 .𝑟𝑒𝑣 (4) Entropia – propriedade de um sistema. Capítulo 7: Entropia Entropia de uma substância pura Entropia é uma propriedade extensiva de um sistema. Os valores da entropia específica estão em tabelas de propriedades termodinâmicas, muitas vezes relativos a um valor de referência arbitrário. Ver Tabelas nos anexos do Livro VAN WYLEN et al. Unidades: kcal/kg °K (Btu/lbm °R) Capítulo 7: Entropia Na região de saturação a entropia pode ser calculada utilizando-se o título: s = (1-x) sl + xsv s = sl + x slv s = sv – (1 – x) slv Entropia de uma substância pura Capítulo 7: Entropia As propriedades termodinâmicas são frequentemente apresentadas em dois diagramas: Diagrama temperatura - entropia Diagrama entalpia – entropia (diagrama de Mollier) Capítulo 7: Entropia Entropia de uma substância pura Capítulo 7: Entropia Capítulo 7: Entropia De acordo com a primeira lei da termodinâmica, existe equivalência entre trabalhoe calor como formas de energias. Nem sempre o calor se transforma em trabalho! Por exemplo, uma pedra quente jamais irá transformar sua energia térmica em energia potencial rolando morro acima. Capítulo 7: Entropia A segunda lei da termodinâmica pode ser enunciada a partir de observações experimentais: É impossível para qualquer sistema sofrer um processo no qual ele absorva calor a uma dada temperatura e converta todo o calor absorvido em trabalho, retornando a um estado idêntico ao inicial. É impossível que o calor passe espontaneamente de um corpo mais frio para um corpo mais quente. Alternativamente, Princípio do Aumento da Entropia Nenhumatransformação que resulte na diminuição da entropia de um sistema pode ocorrer espontaneamente (a entropia é máxima na situação de equilíbrio). dSi ≥ 0 Com isto, a segunda lei da termodinâmica pode ser precisamente enunciada como: Princípio do Aumento da Entropia Capítulo 7: Entropia Sistema (T) 𝛿𝑄 Vizinhança (To) Princípio do Aumento da Entropia 𝛿𝑊 dSsistema ≥ 𝛿𝑄 𝑇 dSviz = − 𝛿𝑄 𝑇𝑜 A variação total de entropia: dSsistema + dSviz ≥ 𝛿𝑄 ( 1 𝑇 - 1 𝑇𝑜 ) Capítulo 7: Entropia Sistema (T) 𝛿𝑄 Vizinhança (To) Princípio do Aumento da Entropia 𝛿𝑊 Capítulo 7: Entropia Como T0 > T dSsistema + dSviz ≥ 0 Igualdade: processos reversíveis Desigualdade: processos irreversíveis dSsistema isolado ≥ 0 Bibliografia VAN WYLEN, G. J. ; SONNTAG, R. E. Fundamentos da termodinâmica clássica. Tradução da segunda edição americana. Editora Edgard Blücher ltda, São Paulo, Brasil, 1976. ALONSO, M. ; FINN, E. J. Quantum and Statistical Physics. Volume III. Addison-Wesley Publishing Company. Washington, D.C., USA, 1968. KIRILLIN V. A. ; SICHEV, V. V. ; SHEINDLIN A. E. Termodinâmica Tecnica. Segunda edição, traduzido do russo para o espanhol. Editorial MIR, Moscou, URSS, 1986.