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Questoes de Direito Administrativo CESPE

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QUESTÕES COMENTADAS
Com a chegada do tão es-perado edital do Minis-tério Público da União (MPU), candidatos de 
todo o país se aproximam da hora 
da verdade. Afi nal, por mais que o 
conhecimento adquirido seja válido, 
a aprovação no certame é o que se 
deseja. No entanto, mesmo antes da 
prova, algumas pistas podem aproxi-
mar o concursando da resposta para 
uma questão que, certamente, passa 
pela cabeça de todos os candidatos: 
Estou preparado para a prova? 
Direito Administrativo nas 
provas do Cespe
Em primeiro lugar, cabe ao 
candidato fazer a si mesmo as 
seguintes indagações: Tive disciplina 
e comprometimento na preparação 
para a prova? Planejei e tracei 
estratégias para aproveitar melhor 
meu tempo de estudo? Caso as 
respostas dessas duas perguntas 
sejam positivas, o candidato está 
no caminho certo. Porém, isso não 
é tudo, pois muitos também estão 
nesse caminho. 
Uma boa estratégia, por exem-
plo, é aliar a teoria à prática. Além 
de estudar o material teórico, é im-
prescindível resolver questões de 
provas anteriores. Dessa forma, o 
concursando terá a oportuni-
dade de testar seus conhecimentos 
e conhecer a banca examinadora an-
tes do certame. 
A revista Concurso em Foco traz 
a seguir 350 questões recentes do 
Cespe, selecionadas e comentadas 
pelo professor de Direito Adminis-
trativo, Ivan Lucas. Todas elas e ou-
tras tantas podem ser encontradas no 
livro Coleção de Direito Administra-
tivo – Questões Comentadas Cespe.
1. (CESPE/ANEEL/Técni-
co Administrativo/2010) De 
acordo com o princípio da 
legalidade, a administração 
pública somente pode fazer 
o que a lei lhe permite.
De acordo com o princípio da 
legalidade, a administração 
Pública somente poderá fazer 
aquilo que está expressamente 
previsto em lei.
Na lição de Hely Lopes 
Meirelles “enquanto na Admi-
nistração particular é lícito fazer 
tudo o que a lei não proíbe, na Ad-
ministração Pública só é permitido 
fazer o que a lei autoriza”. Portanto, 
o particular pode fazer tudo que não 
seja vedado por lei; enquanto a Ad-
ministração Pública, somente poderá 
fazer aquilo que está descrito em lei.
2. (CESPE/TRT 17ª REGIÃO 
/Técnico Judiciário /2009) A 
remoção de servidor ocupan-
te de cargo efetivo para loca-
lidade muito distante da que 
Estou preparado para a prova? 
provas anteriores. Dessa forma, o 
concursando terá a oportuni-
De acordo com o princípio da 
legalidade, a administração 
Pública somente poderá fazer 
aquilo que está expressamente 
previsto em lei.
Meirelles “enquanto na Admi-
nistração particular é lícito fazer 
tudo o que a lei não proíbe, na Ad-
ministração Pública só é permitido 
fazer o que a lei autoriza”. Portanto, 
o particular pode fazer tudo que não 
seja vedado por lei; enquanto a Ad-
ministração Pública, somente poderá 
fazer aquilo que está descrito em lei.
Concurso em Foco
IVAN LUCAS
originalmente ocupava, com 
intuito de puni-lo, decorre 
do exercício do poder hierár-
quico.
Não é admissível a remoção de 
servidor como forma de punição, 
uma vez que existe procedimento 
administrativo próprio que prevê a 
aplicação de penalidades de acordo 
com a conduta praticada pelo 
agente.
Ademais, a remoção deve ser 
praticada com o objetivo de suprir 
a carência de pessoal. Assim, o ato 
de remoção com fi nalidade diversa, 
ofende o interesse público e estará 
eivado de desvio de fi nalidade. No 
desvio de poder ou de fi nalidade o 
agente, embora competente e agindo 
dentro de sua esfera de competência, 
busca fi nalidade diversa da prevista 
em lei. Viola, portanto, a regra de 
fi nalidade.
Ressalte-se que o poder hierár-
quico é a prerrogativa conferida ao 
superior hierárquico de ordenar, co-
ordenar, controlar e revisar os atos 
do subordinado, bem como o poder 
de delegar e avocar competências.
3. (CESPE/TJDFT/ANALIS-
TA JUDICIÁRIO/ 2008) 
A Constituição Federal faz 
menção expressa apenas aos 
princípios da legalidade, im-
pessoalidade, moralidade e 
publicidade.
São princípios expressos na 
Constituição Federal: Legalidade, 
Impessoalidade, Moralidade, Publi-
cidade e efi ciência. É o que dispõe o 
art. 37 da Carta Maior:
“A administração pública direta 
e indireta de qualquer dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá 
aos princípios de legalidade, impes-
soalidade, moralidade, publicidade e 
efi ciência [...]”. 
Princípios expressos 
na constituição
Legalidade
O administrador 
público somente 
poderá fazer aquilo 
que está expressa-
mente previsto em 
lei.
Impessoali-
dade
A atuação adminis-
trativa deve visar o 
bem comum. (Fi-
nalidade)
Moralidade
Agir de acordo 
com a moral e a 
ética.
Publicidade
A atuação admi-
nistrativa deve ser 
acessível ao públi-
co, salvo os atos 
sigilosos.
Efi ciência
Os agentes públi-
cos devem buscar 
sempre o melhor 
custo-benefício em 
sua atuação
4. (CESPE/ANATEL/Téc-
nico Administrativo/2009) 
Atos administrativos são 
aqueles praticados exclusi-
vamente pelos servidores do 
Poder Executivo, como, por 
exemplo, um decreto edita-
do por ministro de estado ou 
uma portaria de secretário 
de justiça de estado da Fe-
deração.
Os atos administrativos são atos 
típicos do Poder Executivo. Porém, 
os Poderes Legislativos e Judiciários 
também praticam atos administra-
tivos, quando exercem sua função 
atípica, geralmente relacionada a 
gestão interna.
Importa mencionar que na lição 
de Hely Lopes Meirelles, “ato admi-
nistrativo é toda manifestação uni-
lateral de vontade da Administração 
Pública que, agindo nessa qualidade, 
tenha por fi m imediato adquirir, 
resguardar, transferir, modifi car, ex-
tinguir e declarar direitos, ou impor 
obrigações aos administrados ou a si 
própria.”
5. (CESPE/TRT 17ª RE-
GIÃO/ES/Técnico Judiciá-
rio/ 2009) A contratação de 
famoso cantor para se apre-
sentar em praça pública no 
aniversário de determinada 
cidade caracteriza um dos 
casos de dispensa licitação.
O item em comento traz umas 
das hipóteses exemplifi cativas pre-
vistas no art. 25 da Lei n. 8666/1993, 
de inexigibilidade de licitação Por-
tanto, a licitação será inexigível 
quando não houver viabilidade de 
competição.
A dispensa de licitação será nos 
casos em que a lei permitir a con-
tratação direta ou determinar a não 
realização da licitação, ainda que 
exista viabilidade de competição. 
São os casos de licitação dispensá-
vel e dispensada, previstos taxati-
vamente nos art. 17 e 24 da Lei n. 
8.666/1999.
6. (CESPE/ANATEL/Analis-
ta Administrativo/2009) O 
regime de contratação do 
39Ano III | Agosto – 2010 | n. 12
QUESTÕES COMENTADAS
direito privado diverge fun-
damentalmente do adotado 
no âmbito público. Como 
característica de todos con-
tratos feitos com base na 
Lei n. 8.666/1993 tem-se a 
existência das denominadas 
cláusulas exorbitantes.
A Lei n. 8.666/1993 dispõe 
“Para os fi ns desta Lei, considera-se 
contrato todo e qualquer ajuste en-
tre órgãos ou entidades da Adminis-
tração Pública e particulares, em que 
haja um acordo de vontades para a 
formação de vínculo e a estipulação 
de obrigações recíprocas, seja qual 
for a denominação utilizada”.
Os contratos administrativos 
são regidos por normas de direito 
público. Entretanto, é possível 
aplicação supletiva de normas e 
princípios de direito privado.
As peculiaridades dos contratos 
administrativos consistem nas 
denominadas cláusulas exorbitantes. 
Cláusulas exorbitantes são aquelas 
que exorbitam e extrapolam as 
cláusulas comuns do direito privado, 
pois garantem a uma das partes 
determinadas prerrogativas não 
extensíveis a outra. Se previstas 
em um contrato privado serão 
consideradas ilegais.
Cabe mencionar que nem todo 
contrato fi rmado pela Administra-
ção Pública terá as denominadascláusulas exorbitantes. Existem 
contratos celebrados pela Admi-
nistração sob as normas predomi-
nantemente do direito privado, são 
os casos em que o Estado age em 
igualdade, como em contratos de se-
guro, locação e fi nanciamento, por 
exemplo.
IVAN LUCAS DE S. JÚNIOR é 
Pós-graduado em Direito Público, 
analista do Tribunal Regional do Trabalho 
da 10ª Região e professor do Gran Cursos.
7. (CESPE/TJDFT/Técnico 
Judiciário/2008) Em regra, 
as delegações são permiti-
das como forma de descon-
centração. No entanto, ex-
cetuam-se dessa regra, por 
expressa disposição legal, a 
edição de atos normativos, 
a decisão de recursos admi-
nistrativos e as matérias de 
competência exclusiva.
Desde que não haja impedimento 
legal, um órgão e seu agente poderão 
delegar parte de sua competência a 
outros órgãos ou agentes, ainda que 
não lhe sejam subordinados
Não podem ser objeto de dele-
gação:
• a edição de atos de caráter 
normativo;
• a decisão de recursos admi-
nistrativos;
• as matérias de competência 
exclusiva do órgão ou auto-
ridade
8. (CESPE/MPE/RR/ Conta-
dor/2008) Segundo o prin-
cípio da continuidade do 
serviço público, os órgãos da 
administração pública são 
estruturados de forma a criar 
uma relação de coordenação 
e subordinação entre eles, 
cada qual com suas atribui-
ções previstas em lei.
A Lei n. 8.987/2005 dispõe que 
toda concessão ou permissão pres-
supõe a prestação de serviço ade-
quado ao pleno atendimento dos 
usuários, devendo satisfazer as con-
dições de regularidade, continuida-
de, efi ciência, segurança, atualidade, 
generalidade, cortesia na sua presta-
ção e modicidade das tarifas.
Segundo o princípio da continui-
dade ou permanência dos serviços 
públicos, o serviço não pode so-
frer interrupções, salvo em caso de 
emergência, por falta de pagamento 
ou para manutenção da rede.
Ressalte-se, que não se caracte-
riza como descontinuidade do ser-
viço a sua interrupção em situação 
de emergência ou após prévio aviso, 
quando:
• Motivada por razões de or-
dem técnica ou de segurança 
das instalações; e,
• Por inadimplemento do usu-
ário, considerado o interesse 
da coletividade.
9. (CESPE/TRT 17ª RE-
GIÃO/ES/Analista Judici-
ário/2009) O servidor que, 
após ter tomado posse, não 
entrar em exercício no prazo 
de quinze dias, será, então, 
exonerado.
Exercício é o efetivo desempenho 
das atribuições do cargo público ou 
da função de confi ança.
É de quinze dias o prazo para 
o servidor empossado em cargo 
público entrar em exercício, 
contados da data da posse. 
O servidor será exonerado do 
cargo ou será tornado sem efeito o 
ato de sua designação para função 
de confi ança, se não entrar em 
exercício nos prazos previstos.
Concurso em Foco40

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