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201758DIR_ADMINISTRATIVO_XXIX

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www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 
APRESENTAÇÃO 
 
 
Caro(a) Aluno(a), 
 
 
A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e 
inteligência. Cada minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma 
preparação direcionada, focada nos pontos com maior probabilidade de 
cobrança no seu certame, pode representar a diferença entre aprovação e 
reprovação. 
 
Ciente disso, a Ad Verum Suporte Educacional, empresa do Grupo CERS 
ONLINE, concebeu o curso INTELIGÊNCIA PDF – OAB, que tem por premissa 
fundamental “atacar” os pontos nucleares de cada matéria, com vistas a 
antecipação dos temas com maiores chances de cobrança em sua prova. 
 
Fazer isso não é tarefa fácil! É necessário um árduo esforço de pesquisa, 
levando-se em consideração fatores como banca examinadora e respectivos 
membros (sempre que possível), retrospecto do concurso, recorrência temática 
dentro de cada disciplina, importância de cada tema, momento da segurança 
pública do país, dentre tantos outros, aliados a experiência de Professores de 
projeção nacional, com larguíssima experiência na análise do perfil dos mais 
diferentes certames. 
 
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método 
de Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE 
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais 
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso e/ou exame 
profissional, de modo a, partir do processamento dos dados coletados, oferecer 
aos seus alunos uma experiência diferenciada quando comparada a tudo que 
ele conhece em matéria de preparação para o Exame de Ordem. 
 
Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se 
de uma obsessão. 
 
Estude inteligente, estude Ad Verum! 
 
 
 
 
 
 
 
Francisco Penante 
CEO Ad Verum Suporte Educacional 
 
 
 
 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 
SUMÁRIO 
 
 
1. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO ....................................................... 1 
1.1. Conceito ................................................................................................... 1 
1.2. Diferença entre princípios e regras .......................................................... 1 
1.3. “Pedras de Toque” do Direito Administrativo............................................ 2 
1.4. Princípios Constitucionais expressos na Constituição Federal de 1988 .. 3 
1.5. Outros princípios aplicáveis ao Regime Jurídico Administrativo .............. 4 
1.6. Tópico Síntese ......................................................................................... 5 
1.7. Questão comentada sobre a matéria: ...................................................... 6 
2. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E TERCEIRO SETOR .................................... 6 
2.1. Conceito: .................................................................................................. 6 
2.2. Serviços Sociais Autônomos .................................................................... 7 
2.3. Entidades de Apoio .................................................................................. 7 
2.4. Organizações Sociais (OS) ...................................................................... 8 
2.5. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) ............. 8 
2.6. Tópico Síntese ....................................................................................... 10 
2.7 Questão comentada sobre a matéria ...................................................... 10 
3. AGENTES PÚBLICOS: DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS .................... 11 
3.1 Tópico Síntese ........................................................................................ 13 
3.2. Questão comentada sobre a matéria ..................................................... 13 
4. REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS FEDERAIS: LEI 
Nº 8.112/90 ...................................................................................................... 14 
4.1. Modalidades de provimento previstos na Lei nº 8.112/90 ...................... 14 
4.2. Investidura, posse e exercício ................................................................ 14 
4.3. Vacância, demissão, exoneração, remoção e redistribuição ................. 15 
4.4. Sistema de remuneração ....................................................................... 16 
4.5. Tópico síntese ........................................................................................ 16 
4.6. Questão comentada sobre a matéria ..................................................... 16 
5. PODERES ADMINISTRATIVOS .................................................................. 17 
5.1. Poder Regulamentar (Normativo) .......................................................... 17 
5.2. Poder Hierárquico .................................................................................. 18 
5.3. Poder Disciplinar .................................................................................... 19 
 
 
 
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5.4. Poder de Polícia ..................................................................................... 20 
5.5. Tópico Síntese ....................................................................................... 21 
5.6. Questão comentada sobre a matéria ..................................................... 22 
6. ATO ADMINISTRATIVO .............................................................................. 22 
6.1. Conceito ................................................................................................. 22 
6.2. Fatos da Administração, Atos da Administração e Atos Administrativos 22 
6.3. Requisitos ou Elementos........................................................................ 23 
6.4. Atributos ................................................................................................. 23 
6.5. Classificação .......................................................................................... 24 
6.6. Atos Administrativos em Espécie ........................................................... 24 
6.7. Extinção dos Atos Administrativos: revogação, anulação e cassação ... 25 
6.8. Convalidação, Vinculação e Discricionariedade ..................................... 26 
6.9. Atos Administrativos nulos, anuláveis e inexistentes ............................. 26 
6.10. Decadência Administrativa .................................................................. 26 
6.11. Tópico Síntese ..................................................................................... 27 
6.12. Questão comentada sobre a matéria ................................................... 27 
7. PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL: LEI Nº 9.784/99 .................... 28 
7.1. Lei nº 9.784/99 ....................................................................................... 28 
7.2. Disposições Doutrinárias Aplicáveis ...................................................... 28 
7.3. Tópico Síntese ....................................................................................... 29 
7.4. Questão Comentada .............................................................................. 30 
8. LICITAÇÃO E CONTRATO ADMINISTRATIVO ......................................... 30 
8.1 Princípios ................................................................................................ 31 
8.2. Contratação direta: dispensa e inexigibilidade ....................................... 31 
8.3. Modalidades ........................................................................................... 32 
8.4 Tipos ....................................................................................................... 32 
8.5 Procedimento ..........................................................................................33 
8.6. Anulação e Revogação .......................................................................... 33 
8.7. Conceito de contrato administrativo ....................................................... 34 
8.7.1. Características ................................................................................. 34 
8.7.2. Vigência dos contratos administrativos ............................................ 35 
8.7.3. Alterações contratuais ..................................................................... 35 
8.7.4. Execução, inexecução e rescisão .................................................... 36 
 
 
 
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8.8. Tópico Síntese ....................................................................................... 36 
8.9. Questão comentada ............................................................................... 37 
9. SERVIÇOS PÚBLICOS ............................................................................... 37 
9.1. Conceito ................................................................................................. 37 
9.2. Princípios ............................................................................................... 38 
9.3. Formas de prestação do serviço público ................................................ 38 
9.4. Delegação contratual de serviços .......................................................... 39 
9.5. Tópico Síntese ....................................................................................... 40 
9.6. Questão comentada ............................................................................... 41 
10. BENS PÚBLICOS ...................................................................................... 41 
10.1. Conceito ............................................................................................... 41 
10.2. Classificação ........................................................................................ 41 
10.3. Utilização dos bens públicos por particulares ...................................... 42 
10.6. Tópico síntese ...................................................................................... 43 
10.5. Questão Comentada ............................................................................ 43 
11. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE .................................. 44 
11.1. Conceito ............................................................................................... 44 
11.2. Desapropriação .................................................................................... 44 
11.3. Fases do Procedimento ....................................................................... 45 
11.4. Desapropriação indireta ....................................................................... 45 
11.5. Direito de extensão .............................................................................. 45 
11.6. Tredestinação e Retrocessão .............................................................. 45 
11.7. Intervenções Restritivas na Propriedade.............................................. 46 
11.8. Tópico Síntese ..................................................................................... 47 
11.9. Questão Comentada ............................................................................ 47 
12. RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL DO ESTADO .................. 47 
12.1 Noções Gerais ...................................................................................... 47 
12.2 Tópico síntese ....................................................................................... 48 
12.3. Questão Comentada ............................................................................ 48 
13. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ......................................... 49 
13.1. Conceito ............................................................................................... 49 
13.2. Classificação das formas de controle ................................................... 49 
13.3 Controle exercido pela Administração Pública ...................................... 50 
 
 
 
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13.4 Controle legislativo ................................................................................ 51 
13.5 Controle judicial ..................................................................................... 51 
13.6. Tópico Síntese ..................................................................................... 52 
13.7. Questão Comentada ............................................................................ 52 
14. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: LEI Nº 8.429/92 ............................... 52 
14.1. Tópico Síntese ..................................................................................... 54 
14.2. Questão Comentada ............................................................................ 55 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 56 
 
 
 
 
 
 
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1. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO 
1.1. Conceito 
 
 Vamos iniciar os estudos com um assunto imprescindível para o estudo 
da disciplina: o regime jurídico administrativo. Segundo Matheus Carvalho1 
Regime Jurídico Administrativo pode ser definido como um conjunto de regras 
e princípios aplicáveis aos órgãos e entidades que compõe a Administração 
Pública e à atuação dos agentes administrativos em geral. Logo, toda a atuação 
dos agentes públicos deve ter como norte o conjunto de regras e princípios 
denominado regime jurídico administrativo. 
 Pavione2 destaca que o regime jurídico administrativo confere à toda 
Administração Pública certas prerrogativas, ao mesmo tempo que impõe limites 
à atuação do Poder Público. Ele busca, segundo Di Pietro, garantir um equilíbrio 
entre a bipolaridade do Direito Administrativo: a liberdade do indivíduo e a 
autoridade da Administração. 
 Neste momento, estudaremos os principais princípios que norteiam o 
Direito Administrativo. Trata-se, como destaca Pavione3 de estudo muito 
importante, já que os princípios se revestem de grande relevância para o Direito 
Administrativo, já que este ramo não possui uma codificação como os demais 
ramos do direito, pois, como se sabe, não dispomos de um Código 
Administrativo, assim como dispomos de um Código Civil e de um Código Penal, 
por exemplo. 
 
1.2. Diferença entre princípios e regras 
 
 Entender a diferença entre os institutos é de fundamental relevância para 
se compreender o regime jurídico administrativo. Pavione4 sintetiza as principais 
diferenças entre princípios e regras da seguinte forma: 
 
1. Com relação ao conteúdo: 
 
Princípios são proposições básicas, 
mandamentos de otimização e servem 
de parâmetro para interpretação das 
regras. 
Regras são padrões jurídicos de 
comportamento e resultados. 
2. Com relação à natureza normogenética: 
 
Os princípios fundamentam as regras. As regras buscam seu fundamento de 
validade nos princípios. 
 
 
1 CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 2 ed. Salvador: Editora 
JusPodivm, 2015, p. 45. 
2 PAVIONE, Lucas. Direito Administrativo. 2 ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2015, 
p. 45. 
3 Idem, ibidem, p. 56. 
4 Idem, ibidem, p. 54. 
 
 
 
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3. Com relação à abstração: 
 
Princípios possuem elevado grau de 
abstração e possuem variados graus 
de concretização. 
Regras caracterizam-se por seu baixo 
grau de abstração. A regra não pode 
ser cumprida em parte. Ou é cumprida 
ou é descumprida. 
 
4. Com relação à aplicabilidade: 
 
Princípios dependem da atividade 
interpretativa do operador do direito 
para sua concretização e 
materialização.Regras devem ser aplicadas direta e 
imediatamente ou, podem não ser 
aplicadas, caso haja uma exceção 
legal. 
5. Com relação à técnica de solução de conflitos: 
 
Os conflitos entre princípios são 
solucionados à luz do critério da 
ponderação de valores e interesses 
no caso concreto, 
Os conflitos entre as regras devem ser 
resolvidos no plano da validade das 
normas (antinomia jurídica). 
 
1.3. “Pedras de Toque” do Direito Administrativo 
 
De uma maneira geral, a doutrina aponta que o regime jurídico 
administrativo tem como vigas mestras dois princípios: a supremacia do 
interesse público sobre o privado e a indisponibilidade do interesse 
público. 
 A importância de tais princípios para a seara administrativa é tão 
destacada que Celso Antônio Bandeira de Mello intitula os referidos princípios 
de “pedras de toque” do Direito Administrativo. 
 O princípio da supremacia do interesse público sobre o privado indica 
que o interesse público se sobrepõe ao particular. Caso haja colisão entre os 
interesses, o privado deve ceder ao interesse público. Desse princípio, decorre 
a possibilidade de imposição de restrições a determinadas liberdades 
individuais, como acontece, por exemplo, nos casos de desapropriação em 
razão da necessidade ou utilidade pública. 
 Para Matheus Carvalho5 o princípio da supremacia do interesse público 
“fundamenta a existência das prerrogativas ou dos poderes especiais da 
administração pública, dos quais decorre a denominada verticalidade nas 
relações administração-particular”. 
 Atenção! É imperioso destacar que tais prerrogativas não podem ser 
invocadas pelo Estado quando este estiver em situação de igualdade com o 
particular, como por exemplo quando o Estado explora atividade econômica em 
regime de concorrência. Em tais situações, não se justificam as prerrogativas 
asseguradas pelo regime jurídico administrativo. 
 Por sua vez, a indisponibilidade do interesse público se constitui como 
uma limitação à atuação estatal. Isso porque impõe ao administrador a 
 
5 Idem, ibidem. 
 
 
 
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necessidade de tomar as providências cabíveis e necessárias ao atingimento do 
interesse público, não cabendo transação a respeito. Por exemplo, expirado o 
prazo de validade de concurso anterior e havendo necessidade de novas 
nomeações, a administração pública DEVERÁ realizar concurso público. Não se 
trata de uma opção, mas sim um dever que impõe ao administrador uma 
limitação na sua ação, com vistas a impedir privilégios e arbitrariedades. 
 
1.4. Princípios Constitucionais expressos na Constituição Federal de 
1988 
 
 Quem ainda não ouviu falar do famoso LIMPE? Trata-se de processo 
mnemônico para facilitar o aprendizado dos princípios explícitos que regem a 
Administração Pública e que estão previstos no caput do art. 37, da CRFB/88: 
“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência e, também, ao 
seguinte”. 
 O princípio da legalidade é um dos mais importantes do Estado 
Democrático de Direito. Com ele, se assegura que o Estado também deve 
obediência ao ordenamento jurídico. Trata-se de freio à atuação estatal arbitrária 
e irresponsável. Assim, ensina Matheus Carvalho6, o mesmo Estado que está 
responsável por criar o direito, também está submisso a esse ordenamento 
jurídico que é aplicável a todos os cidadãos. Dessa forma, caso não haja 
previsão legal, está proibida a atuação do agente público e qualquer conduta 
praticada ao arrepio do texto legal será considerada ilegítima. 
 Por sua vez, o princípio da impessoalidade assegura que a atuação da 
administração pública vise tão somente a satisfação do interesse público. Assim, 
o administrador não pode atuar buscando atingir interesses próprios, tampouco 
pode atuar visando prejudicar alguém. Para Pavione7, o referido princípio tem 
duas acepções: 1) o ato administrativo praticado pelo agente deve ser imputado 
ao órgão ou entidade a que o agente integra (teoria da imputação); 2) o agente 
deve sempre visar o interesse público em sua atuação. 
 Outrossim, o princípio da moralidade traduz a ideia de que nem tudo que 
é legal é honesto. Além de agir dentro da legalidade, o administrador público tem 
que agir com honestidade, com lealdade, de acordo com a ética e a moral. 
Reitera-se que a moralidade é um requisito de validade do ato administrativo, o 
qual, se eivado de imoralidade, poderá ser invalidado tanto pela própria 
Administração, quanto pelo Poder Judiciário. 
 Ademais, o princípio da publicidade exprime a ideia de que a atuação da 
administração pública deve alcançar o máximo de transparência possível. Já 
vimos que a administração pública persegue uma finalidade pública, ela não tem 
vontade própria, mas existe para concretizar os interesses da coletividade. 
Assim, se a atuação da administração pública visa o interesse social, não há 
motivos para que sua atuação seja secreta. Por isso, via de regra, todos os atos 
administrativos devem ser públicos. É claro que esse princípio não é absoluto. A 
própria Constituição Federal assevera: “todos têm direito a receber dos órgãos 
 
6 Idem, ibidem. 
7 Idem, ibidem. 
 
 
 
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públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou 
geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, 
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e 
do Estado”. 
 Por fim, o princípio da eficiência, que ficou consagrado no texto 
constitucional por meio da EC 19, de 1988. A referida emenda constitucional 
realizou a famosa Reforma Administrativa, que tentou fazer com que o Estado 
abandonasse sua atuação calcada na burocracia, objetivando uma atuação com 
mais resultados, eficiência e eficácia. Assim, ensina Pavione8 que o princípio da 
eficiência exige da administração precisão e rapidez, 
 Com isso, terminamos o estudo dos princípios administrativos previstos 
expressamente no texto constitucional e passaremos ao estudo de outros 
princípios também aplicáveis à seara administrativa, que, apesar de não 
previstos ou previstos implicitamente no texto constitucional, são de igual relevo 
para a atuação dos agentes públicos. 
 
1.5. Outros princípios aplicáveis ao Regime Jurídico Administrativo 
 
1.5.1. Princípio da autotutela 
 
 Este princípio é muito importante para a segurança dos administrados, 
pois permite que a própria administração reveja seus atos, seja para anulá-los, 
seja para revoga-los, de ofício, ou a requerimento. 
 Atenção!!!: O princípio da autotutela não se confunde com outro princípio, 
chamado de tutela. Autotutela é o controle que a administração, seja direta, seja 
indireta, exerce sobre seus próprios atos. Tutela é o controle finalístico que a 
administração direta exerce sobre a administração indireta. É chamado controle 
finalístico justamente porque não existe hierarquia entre os membros da 
administração direta e os membros da administração indireta. O controle 
finalístico é o controle que averigua se o ente da administração indireta está 
realmente cumprindo com a finalidade para a qual foi instituída. 
 
1.5.2. Princípio da motivação 
 
 O princípio da motivação diz respeito a necessidade de a administração 
indicar em suas decisões os motivos de fato e de direito que a levaram a decidir 
daquele modo. Para Di Pietro, a motivação é fundamental para o necessário 
controle da legalidade administrativa. A autora defende, ainda, que a 
obrigatoriedade de motivação alcança todos os atos (sejam eles discricionários 
ou vinculados), e principalmente aqueles que afetam os interesses individuais. 
 
1.5.3. Princípio da segurançajurídica 
 
 Trata-se de princípio considerado um dos pilares do Estado Democrático 
de Direito: ele visa garantir comportamentos contraditórios por parte da 
administração. O referido princípio está consagrado no art. 2º, caput, da Lei nº 
9.784/99, a qual regula o processo administrativo. 
 
8 Idem, ibidem. 
 
 
 
www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 5 
 A grosso modo, pode-se afirmar que, se houver mudança de interpretação 
por parte da administração, das normas legais, tais mudanças não podem ser 
aplicadas retroativamente, pois isso afrontaria o princípio da segurança jurídica. 
Por exemplo, se o ente público chegar à conclusão de que determinado servidor 
público não tem direito a certa quantia que já vinha recebendo, de boa-fé, a 
algum tempo, a Administração não pode exigir que o servidor devolva esse valor. 
 Ademais, existe um prazo decadencial a ser respeitado pela 
Administração para que esta possa anular seus atos que geram efeitos 
favoráveis aos seus destinatários: trata-se do prazo decadencial de 5 anos, 
previsto no art. 54, da Lei nº 9.784/99. 
 
1.5.4. Princípio da proteção à confiança 
 
 O princípio da proteção à confiança tem sido entendido como um 
desdobramento do princípio da segurança jurídica, correspondendo ao aspecto 
subjetivo da segurança jurídica. 
 Em linhas gerais, se defende por meio desse princípio que atos 
considerados ilegais possam ser mantidos em nome da uma legítima expectativa 
criada por parte do administrado. Para Di Pietro9, o referido princípio leva em 
conta a boa-fé do cidadão, que acredita e espera que os atos praticados pelo 
Poder Público sejam lícitos e respeitados pela própria administração. 
 
1.5.5. Razoabilidade e proporcionalidade 
 
 De início, cabe destacar que não existe um consenso entre os 
doutrinadores acerca do significado de tais princípios, no entanto a 
jurisprudência do STF não faz distinção rigorosa, usando os dois termos como 
sinônimos. De uma maneira geral, podemos dizer que tais princípios visam 
impedir excessos na prática de atos administrativos, de modo que a atuação da 
Administração Pública deve adotar meios adequados, necessários e 
proporcionais. 
 
1.6. Tópico Síntese 
 
Regime jurídico administrativo diz respeito ao conjunto de regras e princípios 
aplicáveis à atuação dos agentes públicos e aos respectivos órgãos e 
entidades. O regime jurídico administrativo brasileiro tem como vigas mestras 
dois principais princípios, a saber, indisponibilidade do interesse público e 
supremacia do interesse público sobre o privado. 
Ademais, a administração pública deve pautar sua atuação nos princípios 
insculpidos no texto constitucional, no famoso caput do art. 37. Tais principais 
formam a sigla LIMPE e são eles: legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência. 
Também é de grande relevo o estudo de outros princípios igualmente 
aplicáveis na seara administrativa e que não foram tratados aqui por motivo de 
espaço, mas deixamos o registro para a leitura: princípio da finalidade; 
 
9 Di Pietro, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. São Paulo: Atlas, 2014. 
 
 
 
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princípio da especialidade; princípio da presunção de legitimidade ou 
veracidade... 
 
1.7. Questão comentada sobre a matéria: 
 Ano: 2016/Banca: FGV/Órgão: COMPESA/Prova: Analista de Gestão – 
Advogado 
Ao instituir novos critérios para a concessão de aposentadoria e pensões para 
os servidores públicos e dependentes de servidores públicos estaduais, o 
Governador do Estado Alfa estabeleceu regras de transição, abrangendo os 
servidores e pensionistas que ainda não haviam preenchido todos os requisitos 
legalmente estabelecidos para a concessão da aposentadoria e pensão. 
Sobre o tema, aponte o princípio do Direito Administrativo que rege o 
estabelecimento das regras de transição na concessão da aposentadoria e 
pensão. 
 a) Princípio da proteção à confiança. 
 b) Princípio da autotutela. 
 c) Princípio da indisponibilidade. 
 d) Princípio da supremacia do interesse público. 
 e) Princípio da precaução. 
Gabarito: Letra A. Com efeito, trata-se de princípio amplamente cobrado pelas 
Bancas de Concursos e também pode ser cobrado pela Banca da OAB. O 
princípio da proteção à confiança, como vimos, privilegia o entendimento de que 
o administrado acredita que a postura adotada pela administração seja mantida 
e respeitada. Assim, caso mude seu entendimento, não haverá aplicação 
retroativa para prejudicar os administrados. 
2. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E TERCEIRO SETOR 
2.1. Conceito: 
 
 Agora vamos estudar um assunto de grande importância nos Exames da 
Ordem: O Terceiro Setor, também conhecido como Entidades Paraestatais, ou, 
ainda, Entes de Cooperação10. O conceito pode ser extraído por exclusão. O 
primeiro setor constitui o Estado (com seus órgãos e suas entidades), o segundo 
setor constitui o Mercado (formado por toda iniciativa privada) e, por fim, o 
terceiro setor, que são aquelas entidades que não compõem o Estado, mas 
também não compõem a iniciativa privada. 
 Por isso, Pavione11 ensina que o terceiro setor é composto por entidades 
da sociedade civil sem fins lucrativos e que prestam serviços de interesse 
coletivo e social, recebendo, para tanto, incentivos estatais (fomento). Isso 
acontece porque o Estado não possui estrutura para atender a todas as 
 
10 É importante destacar que alguns autores fazem distinção entre os termos Terceiro 
Setor e Entes de Cooperação, no sentido de que o Terceiro Setor seria um conceito 
mais restrito, no qual não estariam incluídas, por exemplo, os Serviços Sociais 
Autônomos, por serem entidades que, de alguma forma, dependem da vontade do 
Estado para sua criação. Assim, para esses autores, o Terceiro Setor é formado por 
instituições que existam independentemente da vontade estatal. 
11 Idem, ibidem, p. 208. 
 
 
 
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demandas sociais, dessa forma, contar com o apoio de tais entidades é uma 
opção muito atrativa para o Poder Público. Mas é importante que fique bem claro: 
as entidades que compõem o terceiro setor não fazem parte nem da 
Administração Direta, nem da Administração Indireta. 
 Todavia, a partir do momento em que tais entidades passam a receber 
incentivos estatais, ficam sujeitas ao controle da Administração e fiscalização do 
TCU. Logo, se afirma que tais entidades estão sujeitas tanto ao regime jurídico 
de direito privado quanto ao regime jurídico de direito público. 
 Estudaremos as principiais entidades que compõe o chamado terceiro 
setor. 
 
2.2. Serviços Sociais Autônomos 
 
 Também são conhecidos como “Sistema S” e são exemplos SESI, SENAI, 
SESC... Como vimos, o terceiro setor se mantém de incentivos estatais, 
chamados de fomento e, no caso das entidades que compõem o “Sistema S” se 
mantém de contribuições parafiscais ou diretamente por recursos públicos. 
 Contribuições parafiscais são espécie de tributo instituídos 
exclusivamente para o custeio de entidades privadas que prestam serviços de 
relevante interesse social. 
 Pavione12 ensina que, em relação aos entidades que compõem o 
“Sistema S” são aplicáveis as seguintes regras: 1- não realizam licitações para 
suas contratações; 2-não se submetem a regra do concurso público; 3- seus 
funcionários se submetem ao regime celetista; 4-não se submetem ao teto 
remuneratório aplicável aos agentes públicos. 
 Destaca-se, também, que o TCU entende que tais entidades, não 
obstante não estejam obrigadas a promover concursos públicos, devem fixar 
regras claras e objetivas para realizar recrutamento de pessoal, em obediência 
aos princípios da legalidade, impessoalidade, publicidade, moralidade e 
eficiência. 
 É importante lembrarque as entidades aqui estudadas são oficializadas 
pelo Estado, mas não integram nem a administração direta nem a indireta. As 
entidades que compõem os Serviços Sociais Autônomos prestam suas 
atividades em favor de certas categorias sociais ou profissionais. 
 
2.3. Entidades de Apoio 
 
As entidades de apoio são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins 
lucrativos, que mantém vínculo com as entidades da administração pública por 
meio de convênio, cuja atuação se dá primordialmente nas áreas de saúde, 
ciência, educação e pesquisa. 
 Pavione ensina que tais entidades são bastante comuns nas instituições 
públicas de ensino superior, porém nada impede que sejam constituídas em 
outros setores. 
 Sobre as referidas entidades é relevante destacar que são instituídas por 
servidores públicos, sob a forma de associação, fundação ou cooperativa. Como 
as demais, são pessoas jurídicas de direito privado, mas não ostentam finalidade 
 
12 Idem, ibidem, p. 209. 
 
 
 
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lucrativa. Também não precisam realizar licitação para suas contratações e 
podem ser contratadas diretamente pela Administração Pública por meio da 
dispensa de licitação, nos termos do art. 24, inciso XIII, da Lei nº 8.666/93. 
 
2.4. Organizações Sociais (OS) 
 
 Organização social nada mais é que uma qualificação conferida de forma 
discricionária pelo Poder Público a pessoas jurídicas de direito privado, sem fins 
lucrativos, por meio de instrumento denominado contrato de gestão. Para que a 
pessoa jurídica possa receber essa qualificação, é primordial que sua área de 
atuação seja relacionada ao ensino, pesquisa científica, desenvolvimento 
tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde. Tanto o 
objeto das organizações sociais, quanto o instrumento por meio do qual essas 
entidades se comprometem com o Estado: o contrato de gestão. A formalização 
do referido contrato sinalizará o início da parceria entre a Administração Pública 
e a entidade, ocasião em que a entidade poderá receber bens públicos, 
servidores públicos e recursos orçamentários. 
 Para receber tal qualificação, a entidade não pode possuir fins lucrativos 
e deve ter seu campo de atuação restrito as hipóteses já indicadas. Com efeito, 
a doutrina entende que o rol acima indicado é taxativo. 
 No âmbito federal, existe a Lei nº 9.637/98 que disciplina os termos em 
que a qualificação poderá ser formalizada. No mesmo sentido, os Estados e os 
municípios podem adotar leis próprias para disciplinar a referida qualificação no 
âmbito de suas competências. 
 Nos termos do art. 8º, da Lei nº 9.637/98, a execução do contrato de 
gestão celebrado por organização social será fiscalizada pelo órgão ou entidade 
supervisora da área de atuação correspondente à atividade fomentada. 
 Ademais, cumpre ressaltar que a qualificação de entidade como OS é ato 
discricionário do poder público. Por outro lado, será possível a desqualificação 
da entidade como organização social caso se constate o descumprimento das 
disposições contidas no contrato de gestão. Todavia, a desqualificação 
obedecerá ao devido processo legal e será precedido de prévio processo 
administrativo. 
Nos termos do art. 16, da Lei nº 9.637/98, A desqualificação será 
precedida de processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa, 
respondendo os dirigentes da organização social, individual e solidariamente, 
pelos danos ou prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão. Ademais, a 
desqualificação importará reversão dos bens permitidos e dos valores entregues 
à utilização da organização social, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. 
 
2.5. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) 
 
 Também são pessoas jurídicas de direito privado que não possuem fins 
lucrativos e que recebem a qualificação de OSCIP do Poder Público. Tais 
entidades precisam cumprir os requisitos estabelecidos pela Lei nº 9.790/99. 
 Em primeiro lugar é importante perceber que se trata de uma qualificação. 
Portanto, podemos perceber essa semelhança entre as OS e as OSCIP. 
Ademais, é vedada a qualificação de uma mesma entidade como OS e OSCIP 
simultaneamente. 
 
 
 
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 As Bancas de Concursos e OAB costumam cobrar as diferenças e 
semelhanças entre OS e OSCIP. Portanto, vamos explorá-las. A primeira 
diferença diz respeito ao instrumento que sinaliza a existência de parceria entre 
o Estado e a instituição. Vimos que nas OS temos o contrato de gestão, mas 
aqui nas OSCIP, o instrumento receberá o nome de termo de parceria. 
 O art. 1ª, § 2º, da Lei nº 9.790/99 estabelece que a outorga da qualificação 
prevista neste artigo é ato vinculado ao cumprimento dos requisitos instituídos 
pela lei (nas OS o ato de qualificação é discricionário). 
 Aqui, o órgão responsável pela qualificação é Ministério da Justiça, nas 
OS o órgão responsável pela qualificação será o Ministério relacionado à área 
de atuação da OS. Para receber qualificação como OSCIP a entidade precisa 
ter, ao menos, 3 anos de constituição e funcionamento, requisito não exigido 
para as OS. 
 A Lei nº 9.790/99 estabelece um rol de atividades consideradas de 
interesse público. Assim, a qualificação como OSCIP somente será conferida às 
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais 
tenham pelo menos uma das seguintes finalidades: I - promoção da assistência 
social; II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e 
artístico; III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma 
complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; IV - 
promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de 
participação das organizações de que trata esta Lei; V - promoção da segurança 
alimentar e nutricional; VI - defesa, preservação e conservação do meio 
ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII - promoção do 
voluntariado; VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate 
à pobreza; IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-
produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; 
X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e 
assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; XI - promoção da ética, da 
paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores 
universais; XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias 
alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e 
científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo. XIII - 
estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a 
implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer 
meio de transporte. 
 Por fim, cabe destacar um detalhe muito cobrado nas provas em geral: 
trata-se de outro rol previsto pela lei que estabelece as entidades que NÃO 
poderão ser qualificadas como OSCIP: I - as sociedades comerciais; II - os 
sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria 
profissional; III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de 
credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais; IV - as 
organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações; V - as 
entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um 
círculo restrito de associados ou sócios; VI - as entidades e empresas que 
comercializam planos de saúde e assemelhados; VII - as instituições 
hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras; VIII - as escolas 
privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras; IX - as 
organizações sociais; X - as cooperativas; XI - as fundações públicas; XII - as 
fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgãowww.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 10 
público ou por fundações públicas; XIII - as organizações creditícias que tenham 
quaisquer tipos de vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere 
o art. 192 da Constituição Federal. 
 As listas citadas acima são muito cobradas, portanto, recomenda-se uma 
leitura atenta desses dispositivos. 
 
2.6. Tópico Síntese 
 
ENTIDADES PARAESTATAIS – TERCEIRO SETOR 
Serviços sociais autônomos: são autorizados por lei e destinados a prestar 
serviços sociais não exclusivos do Estado a determinadas categorias sociais 
ou profissionais. 
Entidades de apoio: são pessoas jurídicas de direito privado, institutas por 
servidores públicos, sem fins lucrativos, com personalidade própria, que 
mantém vínculo com as entidades da administração pública por meio de 
convênio, cuja atuação se dá primordialmente nas áreas de saúde, ciência, 
educação e pesquisa. 
Organizações sociais (OS): trata-se de qualificação conferida de forma 
discricionária pelo Poder Público a pessoas jurídicas de direito privado, sem 
fins lucrativos, por meio de instrumento denominado contrato de gestão. 
Organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP): Também 
são pessoas jurídicas de direito privado que não possuem fins lucrativos e que 
recebem a qualificação de OSCIP do Poder Público. Tais entidades precisam 
cumprir os requisitos estabelecidos pela Lei nº 9.790/99 e firmam contrato 
chamado termo de parceria. 
 
2.7 Questão comentada sobre a matéria 
Ano: 2016/Banca: FGV/Órgão: Prefeitura de Cuiabá – MT/Prova: Auditor 
Fiscal Tributário da Receita Municipal 
Edinaldo e Pedro, estudantes de direito, travaram intenso debate a respeito da 
sujeição, ou não, dos serviços sociais autônomos à exigência constitucional de 
que a investidura em cargo ou emprego público dependa de aprovação prévia 
em concurso público de provas ou de provas e títulos. 
À luz da sistemática constitucional e da interpretação que lhe vem sendo 
dispensada pelo Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que os serviços 
sociais autônomos, 
 a) por integrarem a Administração Pública direta, devem observar a referida 
exigência constitucional. 
 b) na medida em que não integram a Administração Pública, não devem 
observar a referida exigência constitucional 
 c) por integrarem a Administração Pública indireta, devem observar a referida 
exigência constitucional. 
 d) somente estarão sujeitos à referida exigência constitucional quando 
receberem contribuições parafiscais. 
 e) por serem entes paraestatais, devem observar a referida exigência 
constitucional. 
Gabarito: Letra B. Como vimos, os serviços sociais autônomos, apesar de 
serem oficializados pelo Poder Público, não integram a administração direta ou 
 
 
 
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indireta. Ademais, se sujeitam a algumas regras do regime jurídico 
administrativo, já que recebem incentivos estatais, mas NÃO estão obrigadas a 
prover seus cargos por meio de concurso público. 
 
3. AGENTES PÚBLICOS: DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS 
 
Sabe-se que agentes públicos são todos aqueles que prestam serviços à 
administração pública, representando a vontade do Estado, de forma transitória 
ou permanente, com ou sem remuneração. 
Nesse contexto é importante destacar a classificação de agentes 
públicos utilizada pela doutrina: a) agentes políticos: são os que ocupam os 
cargos de comando e chefia de cada poder; b) servidores públicos: são os 
titulares de cargo efetivo ou em comissão sob o regime estatutário ou celetista e 
os integrantes da Administração direta, das Autarquias e das fundações com 
personalidade jurídica de Direito Público; 13 c) Militares: prestam serviços às 
Forças Armadas e às Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares dos 
Estados, DF e dos Territórios, com regime jurídico próprio e vinculo estatutário; 
d) particulares em colaboração com o Poder Público: são aquelas pessoas que 
em determinado momento irão exercer função pública, ainda que 
ocasionalmente ou temporário, com ou sem remuneração e sem vínculo 
empregatício. 
É importante ressaltar que os órgãos públicos possuem cargos ocupados 
por agentes que exercem funções públicas. Assim, alguns ocupantes de cargos 
públicos mantêm vínculos estatutários e outros celetistas, pois existem situações 
em que a lei permite que esses servidores sejam contratados sob o regime 
celetista, ocupando um emprego público. Sabe-se que o acesso ao cargo 
público, em regra, só se efetiva através de concurso público, seja para servidores 
estatutários, seja para os celetistas, todavia, a exceção à regra ocorre nos cargos 
em que a lei permite nomear os cargos em comissão, considerados ad nutum 
(de livre nomeação e exoneração). Enquadram-se também nessa exceção os 
mandatos eletivos, que não precisam prestar concurso para exercer a função 
pública, uma vez que decorrem de escolha política. 
Ademais, vale ressaltar que a Constituição Federal, autoriza a contratação 
de pessoal por tempo determinado para atender situações excepcionais 
definidas em lei e justificada pela emergência e interesse público. 
No que tange a forma de ingresso no serviço público, tem-se no 
dispositivo constitucional que o prazo de validade do concurso será de até dois 
anos, prorrogável uma única vez, por igual período. Durante esse período, os 
candidatos que foram aprovados dentro do número de vagas indicadas no edital 
possuirão direito subjetivo a nomeação, no entanto, se forem aprovados fora do 
número de vagas, possuirão apenas mera expectativa de direito. Essa é a 
posição adotada atualmente, tanto pelo STJ como pelo STF. 
No entanto, a jurisprudência aponta que é possível a convolação da mera 
expectativa do direito em direito subjetivo a nomeação quando houver preterição 
na nomeação por não observância da ordem de classificação ou, ainda, quando 
 
13 DIAS, Licínia Rossi Correia. Manual de direito administrativo. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 
2016. p. 387. 
 
 
 
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surgirem novas vagas dentro do prazo de validade do concurso e for aberto novo 
concurso. 
Destaca-se que a Constituição Federal no art. 37, IV, da CF/88, 
estabelece que as funções de confiança serão exercidas, exclusivamente, por 
servidores de cargos efetivos, enquanto que, os cargos em comissão serão 
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais 
mínimos previstos em lei. Tais funções e cargos destinam-se apenas às 
atribuições de direção, chefia e assessoramento. 
Ainda em relação ao cargo, é relevante ressaltar que a Constituição 
Federal veda a acumulação remunerada de alguns cargos. No entanto, há 
exceção quando houver disponibilidade de horários a acumulação de: i) a de 
dois cargos de professor; ii) a de um cargo de professor com outro, técnico ou 
científico; iii) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, 
com profissões regulamentada. 
 
D 
OAB – FGV – XXIV EOU | 2017: Marcelo é médico do Corpo de Bombeiros 
Militar do Estado Beta e foi aprovado em concurso público para o cargo de 
médico civil junto a um determinado hospital da União, que é uma autarquia 
federal. 
A partir do fato apresentado, acerca da acumulação de cargos públicos, 
assinale a afirmativa correta. 
A) Por exercer atividade militar, Marcelo não pode acumular os cargos em 
comento. 
B) Marcelo pode acumular os cargos em questão, pois não existe, no 
ordenamento pátrio, qualquer vedação à acumulação de cargos ou de 
empregos públicos em geral. 
C) A acumulação de cargos por Marcelo não é viável, sendo cabível 
somente quando os cargos pertencem ao mesmo ente da Federação. 
D) É possível a acumulação de cargos por Marcelo, desde que haja 
compatibilidade de horários. 
 
GABARITO: alternativa D. 
Art. 37, XVI, da CF: “é vedada a acumulação remuneradade cargos 
públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado 
em qualquer caso o disposto no inciso XI: [...] c) a de dois cargos ou 
empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões 
regulamentadas; [...]”. 
 
No que tange ao instituto da vacância, é certo que consiste na situação 
em que um cargo, emprego ou função pública encontra-se vazio em decorrência 
da extinção do vínculo jurídico entre o titular e a administração pública. Nesse 
aspecto, a doutrina aponta uma classificação de hipóteses de vacância com 
rompimento do vínculo e outras sem rompimento do vínculo. São hipóteses de 
vacância com rompimento do vínculo: exoneração, demissão, morte e 
aposentadoria. Vacância sem rompimento do vínculo abrange a promoção, 
readaptação e recondução. 
Outro tema de grande relevância diz respeito à estabilidade decorrente da 
nomeação no cargo de provimento efetivo após o decurso de três anos de efetivo 
exercício e o preenchimento de alguns requisitos, como: 1) avaliação especial 
de desempenho por Comissão instituída para essa finalidade, conforme art. 41, 
 
 
 
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§4º, da CF/88; 2) bom desempenho durante todo o período de estágio probatório. 
Assim, após aquisição da estabilidade, o servidor público só perderá o cargo em 
virtude de sentença judicial transitada em julgado, ou mediante processo 
administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa, ou mediante 
procedimento de avaliação periódica de desempenho. 
É importante ressaltar que os empregados públicos não possuem direito 
a estabilidade. No entanto, a jurisprudência do STF entende que tais agentes 
só podem ser despedidos mediante decisão motivada. 
 
3.1 Tópico Síntese 
 
Não confunda!!!! Diferenças básicas entre cargo, emprego e função: 
Cargo público: Emprego público: Função pública: 
É o conjunto de 
atribuições e 
responsabilidades 
estabelecida na 
estrutura organizacional 
que devem ser 
distribuídas a um 
servidor, podendo ser de 
provimento efetivo ou 
em comissão, com 
vínculo estatutário. 
O ocupante de emprego 
público mantém um 
vínculo contratual e está 
subordinado ao regime 
celetista, porém com a 
aplicação de algumas 
regras do regime 
público. 
É o conjunto de 
atribuições e 
responsabilidade 
atribuídas a um servidor, 
que corresponde às 
diversas atividades 
desenvolvidas por um 
servidor. 
 
 
3.2. Questão comentada sobre a matéria 
Ano: 2017/Banca: FGV/Órgão: ALERJ/Prova: Procurador 
Ricardo foi aprovado em 12º lugar no último concurso público para determinado 
cargo efetivo da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, sendo que, 
para tal cargo, foram oferecidas no edital apenas 10 vagas. Os 10 primeiros 
classificados foram convocados, nomeados e empossados. Ricardo obteve 
documentação que comprovou que a Casa Legislativa, após a homologação do 
resultado final do concurso público, contratou precariamente, como ocupantes 
de cargos em comissão, cinco servidores não concursados que, de fato, vêm 
exercendo as mesmas funções afetas ao cargo efetivo para o qual foi aprovado. 
Instado a se manifestar pelo Presidente do Parlamento Estadual em processo 
administrativo iniciado por requerimento de Ricardo que pleiteia sua imediata 
nomeação, Procurador da ALERJ emite parecer, baseado na jurisprudência do 
Superior Tribunal de Justiça, no sentido do: 
 a) deferimento parcial do pleito de Ricardo, pois o candidato aprovado em 
concurso público, ainda que fora do número de vagas, ostenta o direito público 
subjetivo de ser nomeado nos mesmos moldes daqueles que lhe preteriram, de 
maneira que Ricardo deve ser nomeado para cargo em comissão; 
 b) deferimento do pleito de Ricardo com a nomeação para o cargo efetivo, pois 
a mera expectativa de nomeação de candidato aprovado fora do número de 
vagas convolou-se em direito líquido e certo diante da contratação de pessoal 
de forma precária, dentro do prazo de validade do certame; 
 
 
 
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 c) indeferimento do pleito de Ricardo, pois não tem direito público subjetivo à 
nomeação o candidato aprovado fora do número de vagas, que mantém a mera 
expectativa de direito, ainda que haja contratação de pessoal sem concurso 
público no período; 
 d) indeferimento do pleito de Ricardo, pois não tem direito líquido e certo à 
nomeação o candidato aprovado fora do número de vagas, ainda que haja a 
contratação de servidores temporários mediante processo seletivo especial; 
 e) indeferimento do pleito de Ricardo, pois não tem direito líquido e certo à 
nomeação o candidato aprovado fora do número de vagas oferecidas no edital, 
ainda que novas vagas sejam posteriormente criadas. 
Gabarito: Letra B. Como vimos, os candidatos aprovados fora do número de 
vagas em concurso público, formando cadastro de reserva, possuem mera 
expectativa de direito à nomeação. No entanto, estudamos algumas situações 
em que tal expectativa de direito é transformada em direito subjetivo à 
nomeação. Uma dessas hipóteses é a contratação precária em detrimento da 
nomeação dos aprovados em concursos públicos. 
4. REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS FEDERAIS: LEI 
Nº 8.112/90 
 
4.1. Modalidades de provimento previstos na Lei nº 8.112/90 
 
Nomeação – ocorre em cargos em caráter de comissão, vitalícios ou de 
caráter efetivo. 
Promoção – passagem para um cargo de classe mais elevada. 
Readaptação – investidura do servidor em cargo de atribuições e 
responsabilidades compatíveis com seu grau de limitação. 
Reversão – retorno do servidor aposentado à ativa, no mesmo cargo ou no 
resultante de sua transformação. Pode ser a pedido ou de ofício. 
Aproveitamento – quando o servidor que estava em disponibilidade retorna ao 
serviço em um cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o 
anteriormente ocupado. 
Reintegração – reinvestidura do servidor estável quando invalidada sua 
demissão. Pode ocorrer tanto por decisão judicial, quanto por decisão 
administrativa. 
Recondução – retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, em 
casos de desistência ou inabilitação em estágio probatório de outro cargo. 
 
4.2. Investidura, posse e exercício 
 
 A investidura em cargo público ocorrerá com a posse. Esta, por sua vez, 
dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as 
atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo 
ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das 
partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei. A posse ocorrerá no prazo 
de trinta dias contados da publicação do ato de provimento, e poderá dar-se 
mediante procuração específica. 
 Após a posse, o servidor tem o prazo de 15 dias para entrar em exercício. 
Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função 
 
 
 
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de confiança. O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o 
ato de sua designação para função de confiança, se não entrar em exercício no 
prazo acima. 
 
4.3. Vacância, demissão, exoneração, remoção e redistribuição 
 
 Vacância é quando o cargo público fica vago. O cargo poderá ficar vago 
por várias razões: exoneração, demissão, promoção, readaptação, 
aposentadoria, morte do servidor, posse em outro cargo incalculável. 
 É importante ter em mente a distinção entre a demissão e exoneração. 
Enquanto que a demissão é ato punitivo, a exoneração é a extinção do vínculo 
entre o servidor e a Administração por interesse do próprio servidor ou da 
Administração, sem qualquer caráter punitivo. 
 A remoção é o deslocamento do servidor, enquanto que a redistribuição 
é o deslocamento do cargo de provimento efetivo. A diferença é sutil e é cobrada 
nas provas. Então vamos lá. Resumidamente, Pavione aponta que a remoção 
diz respeitoao servidor, ocorre somente se o cargo estiver ocupado, pode ser a 
pedido ou de ofício e o servidor leva consigo o cargo que ocupa. Já a 
redistribuição diz respeito ao cargo, que pode estar ocupado ou vago, somente 
ocorre de ofício e o cargo leva o servidor que eventualmente o ocupe. Na 
verdade, é sabido que a redistribuição é uma técnica de organização 
administrativa. 
 
A 
OAB – XXV EOU | 2018: João foi aprovado em concurso público para 
ocupar um cargo federal. Depois de nomeado, tomou posse e entrou em 
exercício imediatamente. Porém, em razão da sua baixa produtividade, 
o órgão ao qual João estava vinculado entendeu que o servidor não 
satisfez as condições do estágio probatório. 
Considerando o Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União, à luz 
do caso narrado, assinale a afirmativa correta. 
A) A Administração Pública deve exonerar João, após o devido processo 
legal, visto que ele não mostrou aptidão e capacidade para o exercício 
do cargo. 
B) A Administração Pública deve demitir João, solução prevista em lei 
para os casos de inaptidão no estágio probatório. 
C) João deve ser redistribuído para outro órgão ou outra entidade do 
mesmo Poder, a fim de que possa desempenhar suas atribuições em 
outro local. 
D) João deve ser readaptado em cargo de atribuições afins. 
 
Comentários: 
Resposta correta: alternativa “A”. 
 
Alternativa A: CORRETA. Conforme art. 20, § 2º, da Lei n.º 8.112/1990. 
 
Alternativa B: INCORRETA. Não se trata de demissão, porquanto essa 
é medida punitiva, aplicável nos casos elencados no art. 132 da Lei n.º 
8.112/1990, não refletindo a hipótese descrita no enunciado. 
 
 
 
 
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Alternativa C: INCORRETA. A redistribuição, disciplinada pelo art. 37 da 
Lei n.º 8.112/1990, não condiz com a situação em comento, por se tratar 
de “deslocamento de cargo de provimento efetivo” e não do servidor. 
 
Alternativa D: INCORRETA. A readaptação diz respeito à “investidura do 
servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com 
a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental 
verificada em inspeção médica” (art. 24, caput, da Lei n.º 8112/1990), 
não se relacionando com a situação hipotética em análise. 
 
4.4. Sistema de remuneração 
 
 Os servidores podem receber por meio de remuneração (vencimentos) 
ou subsídios. A remuneração é o vencimento acrescido das vantagens 
permanentes do cargo. Perceba a diferença. Vencimento é tão somente o 
salário-base instituído por lei para remuneração de determinado cargo. 
 Subsidio, por sua vez, se refere a uma forma de pagamento em que o 
servidor é remunerado por meio de parcela única, vedado o acréscimo de outras 
parcelas. Cabe, contudo, o pagamento de valores que representam direitos 
sociais, ou verbas de natureza indenizatória, como as ajudas de custo. 
 A Lei nº 8.112/90 também prevê o pagamento das seguintes vantagens: 
indenizações, gratificações e adicionais. São indenizações: ajuda de custo, 
diárias, indenização de transporte, auxílio-moradia. São adicionais: adicional 
pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas; adicional pela 
prestação de hora extra; adicional noturno; adicional de férias. São 
gratificações: gratificação natalina e gratificação por encargo de curso ou 
concurso. 
 
4.5. Tópico síntese 
 
Modalidades de provimento: nomeação, promoção, readaptação, reversão, 
aproveitamento, reintegração, recondução. 
Hipóteses de vacância: exoneração, demissão, promoção, readaptação, 
aposentadoria, morte do servidor, posse em outro cargo incalculável 
Demissão: ato punitivo; exoneração: extinção do vínculo entre a 
Administração e o servidor sem que seja decorrência de punição. 
Remoção: deslocamento do cargo; redistribuição: deslocamento do 
servidor. 
O sistema remuneratório pode ocorrer por meio da remuneração ou 
subsídios. Ademais, a lei também prevê outras vantagens como 
indenizações, adicionais e gratificações. 
 
4.6. Questão comentada sobre a matéria 
Ano: 2017/Banca: FGV/Órgão: IBGE/Prova: Analista Censitário - Gestão e 
Infraestrutura 
Verônica, servidora estável em órgão público federal, ocupante do cargo de 
Almoxarife, sofreu penalidade disciplinar de demissão após acusação de 
abandono de cargo. Depois de análise detalhada do caso, constatou-se 
 
 
 
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improcedência do motivo e sua demissão foi invalidada. Entretanto, o cargo em 
que Verônica deveria ser reintegrada foi extinto durante esse período. 
Diante desse caso, é correto afirmar que Verônica: 
 a) ficará em disponibilidade, podendo ser aproveitada em cargo compatível, em 
atribuições, ao de origem; 
 b) deverá ser cedida a órgão público que tenha vaga em atividade similar à de 
seu cargo de origem; 
 c) será readaptada em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis 
com sua atividade anterior; 
 d) será nomeada para cargo de confiança, no interesse do serviço, e receberá 
indenização por danos trabalhistas; 
 e) sofrerá remoção de ofício, e a Administração arcará com os prejuízos 
decorrentes do período de disponibilidade. 
Gabarito: Letra B. Como vimos, após a invalidação da sua demissão, o servidor 
será REINTEGRADO. No entanto, em casos de extinção do cargo, o servidor 
estável ficara em DISPONIBILIDADE, até seu total aproveitamento. 
5. PODERES ADMINISTRATIVOS 
 
É sabido, caro aluno, que a atuação da Administração Pública deve estar 
direcionada ao alcance do interesse público, todavia, para que isso seja possível 
é necessário que alguns instrumentos sejam concedidos ao administrador 
público. Ou nas palavras de José dos Santos Carvalho Filho14: “os poderes 
administrativos tratam-se do conjunto de prerrogativas de direito público que 
a ordem jurídica confere aos agentes administrativos, com o objetivo de permitir 
que o Estado alcance o seu fim.” 
Conforme a doutrina, a melhor compreensão do “Poder Administrativo” 
deve ser no sentido de um “poder-dever” e não simplesmente de um poder, 
tendo em vista que a atuação do Poder público quando uma determinada 
situação está configurada é uma obrigação, e não propriamente uma faculdade. 
 
5.1. Poder Regulamentar (Normativo) 
 
É o poder de a Administração Pública editar atos normativos para a 
complementação das leis. 
Ele pode ser compreendido em dois sentidos: Poder Normativo em 
sentido lato compreende a atribuição de toda a Administração Pública para 
edição de atos normativos. Já o Poder normativo em sentido estrito ou o Poder 
Regulamentar é a competência dos Chefes do Executivo para a edição de 
decretos. 
Conforme o artigo 84 da CF/88 há dois tipos de Decretos: o Decreto 
regulamentar ou de execução, o qual deve regulamentar fielmente a lei e o 
Decreto autônomo ou independente, que independe de norma legal anterior que 
exija regulamentação. 
O Decreto Regulamentar tem a função de explicitar a lei para que ela seja 
aplicada da melhor forma e da mais congruente possível. A prerrogativa é 
 
14 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, 28º ed. São Paulo: 
Editora Saraiva, 2015. 
 
 
 
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apenas de complementar a lei, tanto é que a CF/88 em seu artigo 49, V, autoriza 
o Congresso Nacional a sustar atos normativos que extrapolem o poder de 
regulamentação. 
Quanto ao autônomo, por sua vez, há uma grande divergência doutrinária 
acerca da sua aplicabilidade no ordenamento jurídico brasileiro. Todavia, após a 
alteração promovida no artigo 84, VI da CF, por meio da EC nº 32/01,a qual 
passou a prever que o Chefe do Executivo poderia dispor, mediante Decreto, 
sobre a organização e funcionamento da Administração Federal, desde que não 
implique aumento de despesa, nem criação/extinção de órgãos públicos, bem 
como dispor sobre a extinção de funçõesou cargos públicos, quando vagos; boa 
parte da doutrina posicionou-se no sentido de admitir a possibilidade desta 
forma de decreto, em que pese ainda existam doutrinadores de renome, 
inadmitindo essa possibilidade, como Celso Antônio Bandeira de Mello. 
Por fim, quanto a este tema, é necessário dar destaque ao termo 
“deslegalização”, que significa a transferência da lei para outras fontes 
normativas de hierarquia inferior, a regulamentação de determinadas matérias 
por outro meio que não pelo legislador, desde que com a sua autorização. 
 
5.2. Poder Hierárquico 
 
É o Poder inerente à relação hierarquizada da Administração Pública, pois 
não é possível uma estrutura administrativa que não tenha órgãos e agentes sob 
uma relação de subordinação. Por meio desse poder, a Administração Pública 
tem a possibilidade de distribuir as funções de seus órgãos, bem como ordenar 
e rever a atuação de seus agentes. 
Quais as consequências da hierarquia na Administração Pública? 
a) Poder de fiscalização e revisão: nada mais é que o exercício da autotutela, 
por meio do qual é possível que a própria Administração Pública anule os 
seus atos ilegais ou revogue os inconvenientes ou inoportunos. Assim, os 
órgãos superiores fazem a fiscalização e a revisão dos atos praticados pelos 
órgãos subordinados. 
b) Poder de delegação e avocação: a delegação ocorre quando a autoridade 
transfere parte de suas atribuições para outro agente atuar em seu lugar, a 
avocação, por sua vez, quando a autoridade pratica atividade que seria de 
seu subordinado. É necessário observar que tanto a delegação como a 
avocação, apenas podem ocorrer dentro de uma estrutura administrativa 
escalonada e hierarquizada. 
c) Poder de punir: pelo simples fato de que o exercício da punição pressupõe 
uma relação de hierarquia entre aquele que pune e o que recebe a sanção. 
Por fim, é necessário esclarecer que não há hierarquia nas funções 
típicas do Poder Judiciário e do Poder legislativo, pois ela é privativa da função 
executiva. 
 
C 
OAB – FGV – XXIV EOU | 2017: João foi aprovado em concurso público 
promovido pelo Estado Alfa para o cargo de analista de políticas 
públicas, tendo tomado posse no cargo, na classe inicial da respectiva 
carreira. Ocorre que João é uma pessoa proativa e teve, como gestor, 
excelentes experiências na iniciativa privada. 
Em razão disso, ele decidiu que não deveria cumprir os comandos 
determinados por agentes superiores na estrutura administrativa, 
 
 
 
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porque ele as considerava contrárias ao princípio da eficiência, apesar 
de serem ordens legais. 
A partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta. 
A) João possui total liberdade de atuação, não se submetendo a 
comandos superiores, em decorrência do princípio da eficiência. 
B) A liberdade de atuação de João é pautada somente pelo princípio da 
legalidade, considerando que não existe escalonamento de 
competência no âmbito da Administração Pública. 
C) João tem dever de obediência às ordens legais de seus superiores, 
em razão da relação de subordinação decorrente do poder hierárquico. 
D) As autoridades superiores somente podem realizar o controle 
finalístico das atividades de João, em razão da relação de vinculação 
estabelecida com os superiores hierárquicos. 
 
GABARITO: alternativa C. 
 
Comentários: 
 
Alternativa A: errada, pois a atuação do servidor público deve observar 
o princípio da legalidade. Ainda que determinados atos administrativos 
sejam discricionários, a liberdade do agente público não é “total”; ao 
contrário, deve observar os limites estabelecidos em lei. Ademais, o 
princípio da eficiência não tem o condão de afastar o dever de 
obediência hierárquica nem a observância da lei. 
 
Alternativa B: errada, pois a legalidade não é p único princípio aplicável 
ao caso. Ademais, a Administração Pública possui uma estrutura 
hierarquizada, havendo relação de subordinação entre seus órgãos e 
agentes, impondo o dever de obediência hierárquica. 
 
Alternativa C: correta, porquanto compatível com o dever de obediência 
hierárquica. 
 
Alternativa D: errada, pois, no caso, tem-se hipótese de controle 
hierárquico (exercido verticalmente entre os órgãos da Administração 
direta ou do escalonamento vertical de órgãos integrantes de cada 
entidade da administração indireta), e não finalístico. 
 
5.3. Poder Disciplinar 
 
É o poder de punir internamente as infrações funcionais dos servidores 
e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa. É fundamental atentar- se 
à expressão “internamente”, pois o exercício do poder disciplinar apenas permite 
a punição aos sujeitos que tenham relação com a Administração Pública. 
Quais as características deste Poder? 
Primeiramente, é necessário ressaltar a discricionariedade, pois a 
atuação da Administração não está vinculada à prévia definição da lei sobre a 
infração penal e a sua respectiva sanção, ao contrário do que ocorre na área 
penal. Assim, a Administração Pública possui liberdade para decidir sobre o ato 
mais adequado a ser proferido. 
 
 
 
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Além disso, é necessário observar o princípio da atipicidade na atuação 
administrativa, pois não há necessidade de que todas as infrações 
administrativas estejam previamente definidas na lei, contrapõe-se, pois, a 
tipicidade do direito penal. 
Por tudo isso, é possível afirmar que o Poder Disciplinar é vinculado 
quanto ao dever punir e discricionário quanto à seleção da pena aplicável. 
 
5.4. Poder de Polícia 
 
Os administrados possuem muitos direitos que são concedidos pela 
Constituição e pela lei, todavia, é necessário compreender que tais direitos não 
podem ser usados livremente, é necessário respeitar as restrições e condições 
impostas. É justamente a restrição imposta, o estabelecimento de determinadas 
condições para a prática de direitos, que ocorre o exercício do Poder de Polícia 
pela Administração Pública. 
Assim, Poder de Polícia pode ser compreendido como a prerrogativa de 
que dispõe o Estado para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, 
atividades e direitos, em benefício do interesse público. 
 
Quais as características do Poder de Polícia? 
a) Discricionariedade: é a liberdade de valorar quais atividades serão 
policiadas, a gradação das sanções ou a escolha do melhor momento para 
agir. Também há discricionariedade no fato de que o poder público exige, 
em algumas situações, que o particular obtenha do Estado autorização para 
atuar. Mas, não é possível afirmar que o Poder de Polícia seja puramente 
discricionário, tendo em vista que também há atuação vinculada, como na 
concessão de licença. 
b) Autoexecutoriedade: Possibilidade de que certos atos sejam de imediata e 
direta execução pela Administração Pública, independente de ordem judicial. 
Mas, é necessário ter ciência que nem todo o exercício do poder de polícia 
é dotado de autoexecutoriedade, como a cobrança de multa, por exemplo 
(atente: a aplicação da multa é autoexecutória!). 
c) Coercibilidade: imposição coativa das medidas adotadas. 
 
C 
OAB – FGV – XXIV EOU | 2017: Um fiscal de posturas públicas municipais 
verifica que um restaurante continua colocando, de forma irregular, mesas 
para os seus clientes na calçada. Depois de lavrar autos de infração com 
aplicação de multa por duas vezes, sem que a sociedade empresária tenha 
interposto recurso administrativo, o fiscal, ao verificar a situação, interdita 
o estabelecimento e apreende as mesas e cadeiras colocadas de forma 
irregular, com base na lei que regula o exercício do poder de polícia 
correspondente. 
A partir da situação acima, assinale a afirmativa correta. 
A) O fiscal atuou com desvio de poder, uma vez que o direito da sociedade 
empresária de continuar funcionando é emanação do direito de liberdade 
constitucional, que só pode ser contrastado a partir de um provimentojurisdicional. 
B) A prática irregular de ato autoexecutório pelo fiscal é clara, porque não 
homenageou o princípio do contraditório e da ampla defesa ao não permitir 
 
 
 
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à sociedade empresária, antes da apreensão, a possibilidade de produzir, 
em processo administrativo específico, fatos e provas em seu favor. 
C) O ato praticado pelo fiscal está dentro da visão tradicional do exercício 
da polícia administrativa pelo Estado, que pode, em situações extremas, 
dentro dos limites da razoabilidade e da proporcionalidade, atuar de forma 
autoexecutória. 
D) A atuação do fiscal é ilícita, porque os atos administrativos 
autoexecutórios, como mencionado acima, exigem, necessariamente, 
autorização judicial prévia. 
 
GABARITO: alternativa C. 
Por serem autoexecutórios, os atos praticados no exercício do poder de 
polícia independem de autorização judicial prévia, sendo esse o 
entendimento tradicional da doutrina acerca do tema. 
 
É possível a delegação do poder de polícia aos particulares? 
Alguns autores, como Celso Antônio Bandeira de Mello, afirmam que 
apenas em situações excepcionais, poderiam ser delegados a particulares atos 
de titularidade do Estado, e cita o exemplo das atividades dos capitães de navio. 
A doutrina tende a afirmar que atos materiais que antecedem o poder de 
polícia podem ser praticados pelos particulares. Em suma, não é possível a 
delegação de ato jurídico do exercício do poder de polícia a particular, nem 
mesmo a título contratual. Todavia, é possível para a prática de atos materiais 
preparatórios ou sucessivos. 
Quais as diferenças entre a Polícia Administrativa e a Polícia Judiciária? 
 
 Polícia Administrativa Polícia Judiciária 
Momento Preventivo Repressivo 
Regime Jurídico Normas administrativas Lei Processual Penal 
Órgãos Qualquer órgão/entidade que a 
lei atribui essa competência 
Apenas corporações 
especializadas 
Finalidade Combater atividades 
antissociais 
Responsabilizar os 
infratores da lei penal 
Destinatários Bens, direitos, atividades, a 
propriedade 
A pessoa 
 
5.5. Tópico Síntese 
 
Poderes da 
Administração: 
Poder regulamentar; 
Poder hierárquico; 
Poder Disciplinar; 
Poder de Polícia. 
Abuso de poder: 
→ excesso de poder: 
quando a autoridade, apesar 
de competente, exorbita no 
uso de sua competência. 
→ desvio de poder: quando 
o agente atua dentro dos 
limites de sua competência, 
porém visando à fins diversos 
do previsto em lei. 
Deveres da 
Administração: 
Dever de agir; 
Dever de eficiência; 
Dever de probidade; 
Dever de prestação de 
conta. 
 
 
 
 
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5.6. Questão comentada sobre a matéria 
Ano: 2016/Banca: FGV/Órgão: IBGE/Prova: Analista - Processos 
Administrativos e Disciplinares 
Agentes municipais de combate às endemias realizam, dentro da legalidade, 
vistorias em imóveis urbanos, com escopo de eliminar focos dos mosquitos 
Aedes aegypti que transmitem doenças como dengue, zika e chikungunya. Em 
matéria de poderes administrativos, a prerrogativa de direito público que 
flexibiliza o uso e o gozo da propriedade privada em favor do interesse da 
coletividade, permitindo a diligência em tela é chamada de poder: 
 a) regulamentar; 
 b) sancionador; 
 c) disciplinar; 
 d) de polícia; 
 e) de hierarquia. 
Gabarito letra D. Como estudamos, o poder de polícia administrativa serve para 
restringir direitos individuais em prol da proteção do interesse público. Ele tem 
caráter preventivo (fiscalizações) e repressivo (aplicação de punições). No 
mesmo sentido, Hely Lopes Meirelles conceitua poder de polícia como a 
faculdade de que dispõe a administração pública para condicionar e restringir o 
uso, o gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da 
coletividade ou do próprio Estado. Refere-se ainda a este poder como o 
mecanismo de frenagem de que dispõe a administração pública para conter os 
abusos do direito individual. Sua finalidade, então, é a proteção ao interesse 
público. 
6. ATO ADMINISTRATIVO 
6.1. Conceito 
 
Ato administrativo é uma declaração unilateral de vontade do Estado, ou 
de quem o represente no exercício de função administrativa, de nível inferior à 
lei, com a finalidade de atender ao interesse público, visando criar, restringir, 
declarar ou extinguir direitos.15 
 
6.2. Fatos da Administração, Atos da Administração e Atos 
Administrativos 
 
É necessário compreender que nem toda manifestação de vontade da 
Administração Pública é um ato administrativo, pois os atos da administração 
podem ser regidos pelo direito público e privado (como uma locação de um 
imóvel pela administração pública), ao passo que os atos administrativos são 
regidos pelo direito público tão somente. 
Assim, quando a administração praticar atos regidos pelo direito privado, 
colocando-se em igualdade com o particular, teremos um ato da administração. 
 
15 SCATOLINO, Gustavo. Manual de Direito Administrativo. 3ª edição, 2015, p. 224. 
 
 
 
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Ademais, temos os fatos administrativos que consistem em condutas 
administrativas de mera execução e não correspondem a manifestação jurídica 
de vontade, como por exemplo a construção de um edifício público. 
Atenção: O silêncio administrativo: o silêncio, como regra, não é um 
ato, não é uma forma de manifestação de vontade, mas é possível nas situações 
em que a lei fixar. 
 
6.3. Requisitos ou Elementos 
 
Competência/sujeito – elemento vinculado. É o poder atribuído ao agente 
público para o desempenho de suas funções. Tem como características: a) 
irrenunciabilidade, pois não é possível recusar a competência que a lei lhe 
conferiu; b) Improrrogabilidade, a inércia das partes em não alegar a 
incompetência, não o torna competente; c) Imprescritível, não se extingue pelo 
desuso; d) Inderrogável: não se transfere pela vontade das partes. 
Finalidade– elemento vinculado. É o objetivo do interesse público buscado 
com a prática do ato. A “finalidade” apresenta dois sentidos: a) em sentido 
amplo, o interesse público que sempre deve ser almejado; b) sentido estrito: o 
fim específico para o qual foi criado, sempre definido pela lei. 
Forma– elemento vinculado. É a exteriorização da vontade administrativa, que, 
em regra, será escrita. O vício de forma, desde que a lei não exija formalidade 
essencial, é sanável. A ausência de motivação (justificação do ato praticado) 
também é um vício de forma e não de motivo. 
Motivo – pode ser vinculado ou discricionário. É a situação de direito e de 
fato que determina ou autoriza a realização do ato. Teoria dos motivos 
determinantes: o ato motivado apenas será válido quando os motivos 
apresentados forem verdadeiros. 
 
Objeto – pode ser vinculado ou discricionário. É o efeito praticado pretendido 
com a edição do ato administrativo. É o fim imediato do ato (a finalidade é o fim 
mediato). 
 
6.4. Atributos 
 
a) Presunção de legitimidade/veracidade: devido à submissão ao princípio da 
legalidade, os atos administrativos “nascem” com a presunção relativa (o ônus 
de provar é de quem invoca a ilegalidade) que são verdadeiros e conforme a lei. 
b) Imperatividade: é o poder de a Administração impor o ato ao administrado, 
independentemente de sua concordância, justifica-se com base no princípio da 
supremacia do interesse público sobre o particular. Não está presente em todos 
os atos, como enunciativos e os negociais. 
c) Autoexecutoriedade: os atos administrativos ensejam imediata e direta 
execução pela própria administração, independente de decisão do poder 
judiciário. 
d) Tipicidade: esse atributo é apresentado pela doutrinadora Di Pietro, e 
segundo ela, seria a prerrogativa de que todo ato deve ter uma finalidade prévia 
definida em lei. 
 
 
 
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