Logo Passei Direto
Buscar
Material

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
2 
Sinopse 
 
 
Sydney é uma alquimista, um grupo de humanos que mexem com 
magia e servem como ponte entre o mundo dos humanos e dos vampiros. 
Eles protegem os segredos dos vampiros ― e vidas humanas. Quando 
Sydney é arrancada de sua cama no meio da noite, inicialmente ela acha 
que ainda está sendo punida pela sua complicada aliança com a dhampir 
Rose Hathaway. Mas o que ocorre é muito pior. Jill Dragomir ― a irmã 
da Rainha Moroi Lissa Dragomir ― está em perigo mortal, e os Moroi 
devem escondê-la.Para evitar uma guerra civil, Sydney é chamada para 
atuar como guardiã e protetora de Jill, passando-se por sua colega de 
quarto no último lugar em que pensariam em procurar por uma vampira 
da realeza ― um internato humano dem Palm Springs, California. Mas ao 
invés de achar segurança em Amberwood Prep, Sydney descobre que o 
drama acaba de começar. Bloodlines explora toda a amizade, romance, 
lutas e traições que fizeram a saga nº1 em venda Vampire Academy tão 
viciante ― desta vez em um cenário parte-vampírico e parte-humano onde 
os desafios são ainda maiores e todos procuram por sangue. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Capítulo 1 
 
 
 
Eu não conseguia respirar.Tinha uma mão cobrindo minha boca e outra sacudindo meu 
ombro, me tirando de um sonopesado. Mil pensamentos frenéticos passaram pela minha 
mente no espaço de uma batida docoração. Isso estava acontecendo. Meu pior pesadelo 
estava se tornando realidade.Eles estão aqui! Eles vieram por minha causa!Meus olhos 
piscaram, olhando freneticamente pelo quarto escuro até o rosto do meu pai entrarem 
foco. Parei de me debater, completamente confusa. Ele me soltou e recuou me 
olhandofriamente. Me sentei na cama, meu coração ainda acelerado.–Pai?––Sydney. 
Você não queria acordar.–Naturalmente, esse era seu único pedido de desculpas por 
quase me matar de susto. 
 
–Você precisa se vestir e ficar apresentável,– ele continou. –Rápido e em silêncio. Me 
encontrelá embaixo no escritório.–Senti meus olhos se arregalarem, mas não hesitei na 
resposta. Só tinha uma resposta aceitável.–Sim, senhor. Com certeza.––Vou acordar sua 
irmã.– Ele virou para a porta e eu pulei da cama.–Zoe?– exclamei. – Pra que você 
precisa dela?––Shh,– ele criticou. –Ande logo e fique pronta. E lembre-se, fique quieta. 
Não acorde sua mãe.–Ele fechou a porta sem nenhuma palavra, me deixando paralisada. 
O pânico que tinha somentecomeçado a acalmar surgiu dentro de mim novamente. Pra 
que ele precisava da Zoe? Seracordada de madrugada significava assuntos Alquimistas, 
e ela não tinha nada a ver com isso.Tecnicamente, eu também não desde que recebi uma 
suspensão por tempo indeterminado pormeu mau comportamento naquele verão. É 
disso que se tratava? E se eu estava sendo levadapara um centro de reeducação e Zoe 
estava me substituindo ?Por um momento, o mundo rodou a minha volta. E me 
surpreendi segurando na minha camapara me equilibrar. Centros de reeducação. Eles 
foram os pesadelos de jovens alquimistas comoeu, lugares misteriosos onde aqueles que 
cresceram próximos aos vampiros eram arrastadospara aprenderem os erros da maneira 
 
 
4 
deles. O que exatamente ocorreu lá era um segredo, um que eu nunca quis descobrir. 
Tinha quase certeza que –reeducação– era uma forma bacana dedizer –lavagem 
cerebral–. Só tinha visto uma pessoa retornar, e honestamente, ele se pareciamais como 
metade de uma pessoa depois disso. Lá ele tinha uma vida quase de zumbi e nãoqueria 
pensar sobre o que eles fizeram para deixa-lo daquele jeito.Meu pai pedindo para me 
apressar ecoou em minha mente, e tentei mandar para longe osmeus medos. 
Relembrando sua outra advertência, também tive a certeza de me 
moversilenciosamente. Minha mãe tinha um sono leve. Normamente isso não teria 
importância se elanos pegasse saindo para fazer serviços de Alquimista na rua, mas 
ultimamente ela não se sentiatão gentil em relação aos empregadores de seu marido (e 
filhas) desde que Alquimistas furiososme colocaram nos degraus da porta dos meus pais 
no mês passado, essa casa tinha toda asimpatia de um campo de prisioneiros. Meus pais 
tiveram discussões terríveis, e minha irmã eeu frequentemente nos encontravamos 
andando nas pontas dos pés.Zoe.Por que ele precisa da Zoe ?Essa pergunta queimava 
através de mim enquanto corria para ficar pronta. Eu sabia o que–apresentável– 
significava. Jeans e camiseta estavam fora de questão. Ao invés disso, puxeiuma calça 
cinza e uma camisa branca de abotoar. Coloquei um cardigan cinza mais escuro 
porcima, e o ajustei a minha cintura com um cinto preto. Uma pequena corrente de ouro, 
a únicoque sempre esteve em meu pescoço, era o único ornamento com que nunca me 
preocupei.Meu cabelo era ligeiramente meu maior problema. Mesmo depois de apenas 
duas horas desono, ele ainda ia em todas as direçoes. O alisei da melhor forma que 
pude, e então o cubri comuma camada espessa de spray para cabelo na esperança que 
isso me levasse através de qualquer coisa que estava por vir. A única maquiagem que 
usei foi um pouco de pó. Não tinhatempo para mais nada.Todo o processo levou seis 
minutos, que pode ter sido um novo recorde para mim. Corri escadaabaixo em perfeito 
silêncio, cuidadosa, novamente para evitar acordar minha mãe. A salaestava escura, mas 
luz passou pela porta entre aberta do escritório do meu pai. Tomando issocomo convite 
puxei a porta e escorreguei para dentro. Uma conversa silenciosa parou comminha 
entrada. Meu pai me olhou da cabeça aos pés e mostrou sua aprovação sobre 
minhaaparência do jeito que ele sabia melhor: pela simples retenção da crítica.–Sydney–
, ele disse bruscamente. –Acredito que conheça Donna Stanton.–A formidável 
Alquimista estava em pé próxima a janela, braços cruzados, parecendo mais fortee 
magra do que me lembrava. Eu passei muito tempo com Stanton recentemente, 
pensandoque dificilmente poderia dizer que éramos amigas, especialmente desde que 
 
 
5 
certas ações porminha parte, terminaram colocando dois de nós a própria sorte em –
prisão domiciliar devampiro–. Se ela nutriu algum recentimento por mim, ela não 
demonstrava, de qualquer forma.Ela me fez um aceno formal com a cabeça, seu rosto 
totalmente sério.Três outros alquimistas estavam lá também, todos homens. Ele me 
foram apresentados comoBarnes, Michaelson e Horowitz. Barnes e Michaelson tinha a 
idade de meu pai e de Stanton.Horowitz era mais jovem, entre os vinte, e estava 
ajustando as ferramentas de tatuagem. Todosestavam vestidos como eu. Roupas casuais 
de negócios em cores sem descrição. Nosso objetivoera sempre ter uma boa aparência 
mas sem atrair a atenção. Os alquimistas devem ter atuadocomo Homens de Preto por 
séculos, muito antes dos humanos sonharem com vida em outrosmundos. Quando a luz 
bateu do jeito certo em seus rostos, cada Alquimista mostrava atatuagem de lírio 
idêntica a minha.Mais uma vez meu mal estar aumentou. Isso seria algum tipo de 
interrogatório ? Uma avaliação para ver se minha decisão em ajudar uma renegada 
garota meio-vampira significava que minhalealdade tinha mudado ? Cruzei meus 
braçoes na frente do peito e doutrinei meu rosto para aneutralidade, esperando parecer 
tranquila e confiante. Se eu ainda tivesse a chance de pleitearmeu caso, pretendia 
apresentar de uma forma sólida.Antes que alguém pudesse proferir outra palavra, Zoe 
entrou. Ela fechou a porta atrás de si eolhou ao redor com terror, seu olhos arregalados. 
O escritório de nosso pai era enorme, eleconstruiu um adicional em nossa casa para isso, 
e poderia manter facilmente todos osocupantes, mas como vi minha irmã tomar a cena, 
eu sabia que ela se sentiu sufocada e presa.Encontrei seus olhos e tentei mandar uma 
mensagem silenciosa de simpatia. Isso deve terfuncionado porque ela correu para meu 
lado, parecendo um pouco menos assustada.–Zoe–, disse meu pai. Ele deixou seu nome 
pairar no ar, dessa forma ele tinha deixado claropara nós duasde ter trabalhado na garagem com ela. Eu particularmente tinha uma 
fraqueza por carros desportivos e carros antigos, tipos com grandes motores que eu 
sabia serem ruins para o ambiente, mas eu culpada amava na mesma. Aqueles estavam 
fora de questão para este trabalho, no entanto Keith argumentou que eu precisava de 
algo onde poderia caber todos, bem como qualquer carga e que não atraísse muita 
atenção. 
Mais uma vez, eu concedi o seu raciocínio como uma boa Alquimista. 
–Mas eu não vejo porque ele tem que ser uma Station Wagon *–, Eu disse a ele. 
Nossas compras levou-nos para baixo para um novo Subaru Outback** que reuniu a 
maioria de seus requisitos. Meu instinto por carros me disse que o Subaru faria o que eu 
precisasse. Seria bom de lidar e tinha um motor decente, para o que era. E ainda… 
–Eu me sinto como uma mãe suburbana ***–, eu disse. –Eu sou muito jovem para isso. 
– 
–Mães suburbanas conduzem Vans,– Keith me disse. –E não há nada errado com o 
futebol. – 
Fiz uma careta. –Tem que ser marrom, contudo?– 
 
 
35 
Teria de ser, a não ser levasse um usado. Tanto quanto eu teria gostado algo em azul ou 
vermelho, a novidade tomou a precedência. Minha natureza esquisita não gosto da ideia 
de dirigir um carro ‘de outra pessoa’. Eu queria que fosse meu - brilhante, novo e limpo. 
Então, nós fizemos negócio, e eu, Sydney Melrose, tornou-se a orgulhosa proprietária 
de um Station Wagon marrom. Chamei de Latte, esperando que o meu amor por café 
logo se transmitisse para o carro. 
Uma vez que nossas tarefas foram feitos, Keith deixou-me ir para o seu apartamento em 
Palm Springs. Ele ofereceu deixar-me ficar lá também, mas eu educadamente recusei e 
obtive um quarto de hotel, grata pelos bolsos largos dos Alquimistas. Honestamente, eu 
paguei com o meu próprio dinheiro para salvar-me de dormir sob as mesmo teto que 
Keith Darnell. Eu pedi um jantar leve para o meu quarto, saboreando o tempo sozinha 
depois de todas aquelas horas no carro com Keith. Então eu vesti um pijama e decidi 
telefonar para a minha mãe. Mesmo que eu estivesse feliz por estar livre da 
desaprovação do meu pai por um tempo, eu sentia falta de a ter ao lado. 
–Esses são bons carros–, ela me disse depois que eu comecei a chamada, explicando a 
minha viagem para a concessionária. Minha mãe sempre tinha tido um espírito livre, 
que foi uma correspondência improvável para alguém como o meu pai. Enquanto ele me 
ensinava equações químicas, ela mostrou me como alterar o meu próprio óleo. 
Alquimistas não tinham que se casar com outro Alquimista, mas eu estava perplexa com 
que forças tinha puxado os meus pais juntos. Talvez meu pai tinha sido menos tenso 
quando ele era mais jovem. 
–Eu acho–, disse sabendo que parecia sombria. Minha mãe era uma das poucas pessoas 
que eu poderia ser qualquer coisa menos que ser perfeita ou com conteúdo á volta. Ela 
era uma grande defensora de deixar libertar os sentimentos para fora. –Eu acho que 
estou apenas irritada que eu não tenha podido dizer nada. – 
–Irritada? Estou furiosa por ele nem sequer falar comigo me sobre isso –, ela bufou. –Eu 
não posso acreditar que ele apenas te contrabandeou para fora assim! Você é minha 
filha, não uma mercadoria que ele pode apenas mover. – 
Por um momento, minha mãe me lembrou estranhamente Rose, ambas possuíam essa 
tendência firme para dizer o que estava em suas mentes. Parecia uma capacidade 
estranha e exótico para mim, mas às vezes - quando eu pensava sobre a minha própria 
natureza cuidadosamente controlada e reservada - eu me perguntava se talvez eu não era 
a estranha. 
–Ele não sabia de todos os detalhes–, eu disse, automaticamente defendê-lo. Com o 
 
 
36 
temperamento de meu pai, se eles estavam zangados um com o outro, então a vida em 
casa seria desagradável para Zoe - para não mencionar a mãe. Melhor garantir a paz. –
Eles não lhe tinham dito tudo –. 
–Odeio-os às vezes.– Houve um rosnado na voz da minha mãe. –Às vezes eu odeio ele 
também.– 
Eu não sabia o que dizer sobre isso. Eu estava ressentida com ele, claro, mas ele ainda 
era meu pai. Um monte de escolhas difíceis que ele fez foi por causa dos Alquimistas, e 
eu sabia que não importa como eu me sentia sufocada às vezes, o trabalho do 
Alquimistas era importante. Seres humanos tinham que ser protegidos contra a 
existência de vampiros. Sabendo da existência de vampiros criaria um pânico. Pior, 
poderia dirigir alguns seres humanos fracos de vontade para se tornarem escravos dos 
Strigoi em troca de imortalidade e a corrupção eventual de suas almas. Isso aconteceu 
mais vezes do que nós gostamos 
de admitir. 
–Esta tudo bem, mãe–, eu disse suavemente. –Eu estou bem. Não estou mais em apuros, 
e eu estou na mesma nos EUA. – 
Na verdade, eu não tinha certeza se –apuros– era parte da verdade, mas eu pensei que 
seria melhor acalma-la. Stanton havia me dito para manter a nossa localização em Palm 
Springs segredo, mas dissimular que estávamos perto não iria doer muito e poderia 
fazer a minha mãe achar que eu tinha um trabalho mais fácil à frente do que eu 
provavelmente teria. Ela e eu conversamos um pouco mais antes de desligar, e ela me 
disse que tinha ouvido falar da minha irmã Carly. Tudo estava bem com ela na 
faculdade e eu fiquei aliviada ao ouvir. Eu queria desesperadamente encontrar que Zoe 
estava bem, mas resisti a não pedir para falar com dela. Eu estava com medo que se ela 
pegasse o telefone, eu ia descobrir que ela ainda estava com raiva de mim. Ou, pior, que 
ela não iria falar mais comigo. 
Fui para a cama sentindo tristeza, desejando que eu pudesse derramar todos os meus 
medos e inseguranças para a minha mãe. Não era isso o que as mães normais e filhas 
faziam? Eu sabia que ela teria receberia isso. Eu tinha um problemas que não me 
deixava, também envolvia segredos Alquimistas, para ser uma adolescente normal. 
Depois de um longo sono, e com a luz do sol da manhã fluindo através da minha janela, 
eu me senti um pouco melhor. Eu tinha um trabalho a fazer e desloquei a finalidade de 
sentir pena de mim mesma. Lembrei-me que eu estava a fazer isso por Zoe, pelos Moroi 
e humanos. Isso permitiu-me concentrar e empurrar minhas inseguranças de lado, pelo 
 
 
37 
menos por enquanto. 
Peguei Keith ao meio-dia e nos levei para fora da cidade para conhecer Jill e os Moroi 
inquilinos que estariam nos ajudando. Keith tinha muito a dizer sobre o cara, cujo nome 
era Clarence Donahue. Clarence morou em Palm Springs por três anos, desde a morte 
de sua sobrinha, em Los Angeles, que aparentemente tiveram um efeito bastante 
traumático sobre o homem. Keith tinha-o encontrado um par de vezes em trabalhos 
anteriores e continuava a fazer piadas sobre o fraco controle de sanidade de Clarence. 
–Ele é algum quartilho mais baixo que um banco de sangue, você sabe? –Keith disse, 
rindo para si mesmo. Aposto que ele tinha estava esperando dias para usar essa linha. 
As piadas eram pobres em sabor - e estúpidas para arrancar -mas cada vez que 
chegávamos perto da casa de Clarence, Keith acabou se tornando muito mais calmo e 
nervoso. Algo me ocorreu. 
–Quantos Moroi você conheceu?– Eu perguntei assim que saímos da estrada principal e 
se transformou em um longo e sinuoso caminho. A casa era estritamente retirada de um 
filme gótico, quadrados feitos de tijolos cinza que estavam completamente em 
desacordo com a maioria das arquitecturas de Palm Springs que tínhamos visto. As 
únicas lembranças que estávamos no sul da Califórnia eram as palmeiras oblíquas que 
cercavam a casa. Era uma justaposição estranha. 
–Basta–, disse Keith evasivamente. –Eu consigo lidar com eles ao redor. – 
A confiança no seu tom soou forçado. Percebi que apesar de sua impetuosidade sobre 
esse trabalho, seus comentários sobre Morois e raças dhampir, e seu julgamento das 
minhas acções, Keith estava realmente muito, muito desconfortável com a ideia de estar 
em torno de não-humanos. Eracompreensível. A maioria dos Alquimistas ficava. Uma 
grande parte do nosso trabalho nem sequer envolve interacção com o mundo vampírico, 
era mais o mundo do ser humano que precisava de cuidados. Registos tiveram que ser 
cobertos, testemunhas subornadas. A maioria dos Alquimistas tinha muito pouco 
contacto com nossos sujeitos, 
significa que o conhecimento dos Alquimistas veio das histórias e dos ensinamentos 
transmitidos através das famílias. Keith tinha dito que tinha conhecido Clarence, mas 
não fez nenhuma menção de passar o tempo com outros Moroi ou dhampirs - 
certamente não um grupo, que nos esperava ter á frente. 
Tardiamente, percebi que estávamos a combinar. Keith levantou a mão para bater na 
porta, mas esta abriu antes que ele pudesse fazer nada. Hesitei, um pouco a medo apesar 
das garantias que tinha acabado de dar a mim mesma. O cara que abriu a porta parecia 
 
 
38 
tão surpreso por nos ver. Ele segurava um maço de cigarros com uma mão e pareceu 
que tivesse sido mandado fumar lá fora. Ele parou e nos deu um rápido olhar. 
–Então. Vocês estão aqui para me converter ou para vender materiais? – 
O comentário desarmou-me e foi o suficiente para me ajudar a sacudir a minha 
ansiedade. O dono da expressão era um cara Moroi, um pouco mais velho que eu, com 
cabelo castanho escuro, que sem dúvida, foi cuidadosamente penteado para parecer 
bagunçado. Ao contrário de Keith que abusava ridiculamente do gel, esse cara tinha 
realmente arranjado de uma forma que parecia bem. Como todos os Moroi, ele era 
pálido e tinha uma constituição alta e magra. Olhos verde-esmeralda estudaram-nos de 
um rosto que poderia ter sido esculpido por um dos artistas clássicos que eu tanto 
admirava. Chocada, eu rejeitei a comparação assim que surgiu na minha cabeça. Este 
era um vampiro, apesar de tudo. Era ridículo admirar ele daquela maneira como se ele 
fosse um cara humano quente. 
–Mr. Ivashkov –, eu disse educadamente. –É um prazer vê-lo de novo. – 
Ele franziu a testa e me estudou de sua maior altura. –Eu sei que você. Como eu te 
conheço? – 
–Nós..– ia começar a dizer ‘conheci’, mas percebi que não era lá muito bom uma vez 
que não tínhamos sido formalmente apresentados da última vez que nos vimos. Ele 
simplesmente tinha estado presente quando Stanton e eu tínhamos sido transportadas ao 
Tribunal de Moroi para interrogatório. – Estive no outro mês passado, na sua Corte. – 
Reconhecimento acendeu em seus olhos. –Certo. A Alquimista –. Ele pensou por um 
momento e então me surpreendeu quando ele disse meu nome. Com tudo o resto que 
tinha acontecido quando eu estive na Corte Real dos Moroi, eu não esperava fazer uma 
boa impressão. –Sydney Sage.– 
Eu balancei a cabeça, tentando não olhar perturbada com o reconhecimento. Então eu 
percebi que Keith havia congelado ao meu lado. Ele alegou que ele poderia –lidar– com 
Moroi ao seu redor, mas, aparentemente, isso significava olhar de boca aberta e não 
dizer uma palavra. Mantendo um agradável sorriso, eu disse: –Keith, este é Adrian 
Ivashkov. Adrian, este é o meu colega Keith Darnell. – 
Adrian estendeu a mão, mas Keith não abanou. Se isso era porque Keith ainda estava 
chocado ou porque ele simplesmente não queria tocar um vampiro, eu não poderia 
dizer. Adrian não pareceu se importar. Ele baixou a mão e pegou um isqueiro, pasando 
por nós enquanto fazia isso. Ele balançou a cabeça em direcção á porta. 
–Eles estão esperando por você. Vá dentro – Adrian inclinou-se perto do ouvido de 
 
 
39 
Keith e falou com uma voz sinistra. 
–Se. Você. Ousar. –Ele cutucou o ombro de Keith e deu uma espécie de –Muhahaha– 
como riso. 
Keith quase saltou 10 pés no ar. Adrian riu e deu uma volta por um caminho ajardinado, 
acendendo o cigarro enquanto caminhava. Eu olhei depois dele – pensando que aquilo 
tinha sido uma brincadeira – cutuquei Keith em direcção á porta. –Venha–, eu disse. O 
frescor do ar condicionado roçou me. 
Sem mais nada, Keith parecia ter vindo á vida. –O que foi aquilo?– Ele exigiu assim 
que pisamos dentro da casa. –Ele quase me atacou!– 
Eu fechei a porta. –É sobre como você olhou para ele como um idiota. E ele não fez 
nada a você. Você poderia ter agido de forma mais aterradora? Eles sabem que nós não 
gostamos deles, e você olhou como se você estivesse pronto entrar em parafuso. – 
Admito, eu meio que gostei de ver Keith pego de baixa guarda, mas a solidariedade para 
com os humanos não deixaram dúvida sobre de que lado eu estava. 
–Eu não entrei–, argumentou Keith, embora ele estava, obviamente, envergonhado. 
Caminhamos por um longo corredor com piso de madeira escura e corte que parecia 
absorver toda a luz. –Deus, o há de errado com essas pessoas? Oh, eu sei. Eles não são 
pessoas. – 
–Hush–, eu disse, um pouco chocada com a veemência em sua voz. –Eles estão bem lá. 
Você não pode ouvi-los? – 
Pesadas portas francesas nos encontrou no fim do corredor. O vidro era fosco e 
manchado, obscurecendo o que estava lá dentro, mas um murmúrio de vozes ainda 
podiam ser ouvido. Bati na porta e esperei até que um voz chamou na entrada. A raiva 
no rosto de Keith desapareceu quando nós dois trocamos breves olhares solidários. Era 
isso. O início. 
Nós entramos. 
Quando vi quem estava lá dentro, tive que parar minha mandíbula de cair de boca aberta 
tal como Keith tinha feito anteriormente. Por um momento, eu não conseguia respirar. 
Eu zombei de Keith por estar com medo de estar em torno de vampiros e dhampirs, mas 
agora, cara a cara com um grupo deles, eu de repente me senti presa. As paredes 
ameaçaram fechar á minha volta, e tudo o que eu conseguia pensar eram presas e 
sangue. Meu mundo vacilou – e não era apenas por causa do tamanho do grupo. 
Abe Mazur estava aqui. 
Respira, Sydney. Respira, eu disse a mim mesma. Não foi fácil, porém. Abe 
 
 
40 
representava mil medos para mim, mil enredos que eu me tinha metido. 
Lentamente, o meu redor ficou mais visível, e eu recuperei o controle. Abe não era o 
único aqui, depois de tudo, e eu foquei sobre os outros e ignorei ele. 
Três outras pessoas estavam sentadas na sala com ele, dois dos quais eu reconheci. O 
desconhecido, um idoso Moroi com queda de cabelo e um grande bigode branco, tinha 
que ser nosso anfitrião, Clarence. 
–Sydney!– Isso foi Jill Mastrano, seus olhos se iluminaram com prazer. Eu gostava de 
Jill, mas eu não tinha pensado que tinha feito uma impressão suficiente sobre a menina 
que justificasse me receber de tal forma. Jill quase parecia que correria para cima de 
mim e me abraçar, e eu rezei para que ela fizesse. Eu não precisava que Keith visse isso. 
Mais importante, eu não precisava que Keith fizesse relatórios sobre isso. 
Ao lado de Jill estava um damphir, que eu conheci da mesma maneira que Adrian - ou 
seja, eu tinha visto ele, mas nunca fomos apresentados. Eddie Castile também tinha 
estado presente quando eu fui questionada na Corte Real e, se a memória não me 
falhava, tinha sido por causa de alguns problemas próprios. Para todos os efeitos, ele 
parecia humano, com um corpo atlético e rosto que tinha passado muito tempo ao sol. 
Seu cabelo era um marrom arenoso, e seus olhos castanhos olhavam para Keith e para 
mim amigavelmente, mas de uma forma cautelosa. Era assim que se encarregavam os 
guardiões. Eles estavam sempre em alerta, sempre preparados para a próxima ameaça. 
De certa forma, eu achei tranquilizador. 
Minha pesquisa pela sala logo levou-me a Abe, que estava observando e parecia se 
divertir com o meu obvio revogar dele. Um sorriso malicioso distribuísse pelas suas 
feições. 
–Por que, Miss Sage,– ele disse lentamente. –Não vai para dizer ‘Olá’ para mim? – 
 
 
 
(*http://s3.amazonaws.com/files.posterous.com/pourmecoffee/XAeCw8ZRQNbrEMdiIOClwDPVHeIBNb
mSYRBOiI7jRaSF77Tshinbgwyvd63C/station-
wagon.jpg?AWSAccessKeyId=AKIAJFZAE65UYRT34AOQ&Expires=1314201939&Signature=qvO1wG
OnK2r6Tfk%2B3YKeJ7AHosM%3D 
** http://autos.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/subaru-outback-2010/subaru-outback-2010-6.jpg*** Aqui a Syd diz –I feel like a soccer mom– que no sentido se refere a uma mulher casada e com um 
monte de filhos e que mora num subúrbio e que traduzido á letra significa mãe de futebolista) 
 
 
 
41 
 
 
 
 
 
Capítulo 4 
 
 
ABE tinha o tipo de aparência que poderia deixar muitas pessoas sem palavras, mesmo 
se soubessem nada sobre ele. Alheio ao calor exterior, o homem Moroi estava vestido 
em um terno completo e gravata. O fato era branco, pelo menos, mas ainda assim 
parecia ser quente. Sua camisa e gravata eram roxos, tal como a rosa escondida no 
bolso. Ouro brilhava em suas orelhas e garganta. Ele era originalmente da Turquia e 
tinha mais cor do que a maioria dos Moroi, mas foi ainda mais pálida que os seres 
humanos como eu e Keith. A pele de Abe ,na verdade, me lembrava uma pessoa que 
tinha estado doente por um tempo. 
–Olá–, eu disse rigidamente. 
Seu sorriso se transformou num sorriso cheio. –Tão bom vê-la novamente. – 
–É sempre um prazer.– Minha mentira soava mecânica, mas ainda bem era melhor do 
que soar a medo. 
–Não, não–, disse ele. –O prazer é todo meu.– 
–Se você diz–, eu disse. Isto divertiu-o ainda mais. 
Keith havia congelado novamente, então eu caminhei até ao homem Moroi mais velho e 
estendi minha mão para que pelo menos um de nós tivesse mostrado que tínhamos boas 
maneiras. 
–Você é o Sr. Donahue? Sou Sydney Sage. – Clarence sorriu e apertou minha mão com 
a sua mão enrugada. Eu não vacilei, mesmo que o desejo estivesse lá. Diferente da 
maioria dos Moroi que eu conhecia, ele não escondeu suas presas quando sorria, que fez 
com que a minha fachada se desmoronasse. Outro lembrete de que não importa como 
pareciam por vezes humanos, eles ainda eram vampiros. 
–Estou tão feliz em conhecê-lo–, disse ele. –Eu já ouvi coisas maravilhosas sobre você. 
 
 
42 
– 
–Oh?–, eu perguntei, arqueando uma sobrancelha e perguntando o que tinham falado 
sobre mim. 
Clarence assentiu enfaticamente. –Você é bem-vinda em minha casa. É uma delícia ter 
tanta companhia –. Introduções foram feitas para todos os outros. Eddie e Jill estavam 
um pouco reservados, mas ambos amigáveis. Keith não abanou qualquer mão, mas ele, 
pelo menos, parou de agir como um idiota babado. Ele pegou uma cadeira quando 
oferecido e colocou uma expressão arrogante, que provavelmente era suposto mostrar 
uma aparência confiante. Eu esperava que ele não nos envergonhasse. 
–Sinto muito–, disse Abe, inclinado para a frente. Seus olhos escuros brilhavam. –Você 
disse que seu nome era Keith Darnell? – 
–Sim–, disse Keith. Ele estudou Abe, curiosamente, sem dúvida recordando a conversa 
dos Alquimistas em Salt Lake City. Mesmo através da tentativa de coragem que Keith 
utilizou, eu podia ver um pedaço de mal-estar. Abe tinha esse efeito. –Por quê?– 
–Não há razão–, disse Abe. Seus olhos passaram por mim e em seguida, para Keith. –
Isso só soa familiar, Só isso.– 
–Meu pai é um homem muito importante entre os Alquimistas,– Keith disse 
arrogantemente. Ele relaxou um pouco, provavelmente a pensar nas histórias 
sobrestimadas sobre Abe. Tolo. –Você certamente já ouviu falar dele.– 
–Sem dúvida–, disse Abe. –Tenho certeza de que é isso.– Ele falou com tanta 
naturalidade que ninguém suspeitaria ele não estava dizendo a verdade. Só eu sabia a 
verdadeira razão de Abe saber quem era Keith, mas eu certamente não queria revelar. 
Eu também não queria Abe dando mais dicas, o que eu suspeitava que ele estava 
fazendo só para me irritar. 
Tentei orientar o assunto para fora e obter algumas respostas para mim. –Eu não estava 
ciente que estava se juntando a nós, Sr. Mazur. –A doçura em minha voz igualou a dele. 
–Por favor–, disse ele. –Você sabe que você pode me chamar de Abe. E eu não vou 
ficar, infelizmente. Eu simplesmente vim junto para garantir que este grupo chegasse 
em segurança - e para conhecer Clarence em pessoa.– 
–Muito agradável da sua parte–, eu disse secamente, sinceramente duvidava que esses 
eram os motivos de Abe, tão simples como isso. Se eu tivesse aprendido alguma coisa, 
foi que as coisas nunca eram simples quando Abe Mazur estava envolvido. Ele era um 
mestre das marionetes da sorte. Ele não queria só observar as coisas, ele também queria 
controlá-las. Ele sorriu triunfante. –Bem, eu sempre tenho como objectivo ajudar os 
 
 
43 
outros em necessidade. – 
–Sim–, uma nova voz disse de repente. –Isso é exactamente o que me vem à mente 
quando penso em você, velho. – 
Eu não tinha pensado que alguém pudesse me chocar mais que Abe, mas eu estava 
errada. –Rose?– O nome veio como uma questão aos meus lábios, mesmo que não 
pudesse haver nenhuma dúvida sobre quem era este recém-chegado. Havia apenas uma 
Rose Hathaway, depois de tudo. 
–Hey, Sydney–, disse ela, dando-me um pequeno sorriso torto quando ela entrou na 
sala. Seus olhos escuros piscaram amigavelmente, mas eles também avaliavam tudo no 
quarto, assim como Eddie olhava. Era uma coisa de guardião. Rose tinha quase a minha 
altura e vestia uns jeans muito casuais e um top vermelho de alças. Mas, como sempre, 
havia algo exótico e perigoso na beleza dela que fez ela se destacar de todos os outros. 
Ela era como uma flor tropical neste abafado quarto escuro. Um daqueles que poderia 
matar-te. Eu nunca tinha visto a mãe dela, mas foi fácil dizer que algumas partes do seu 
aspecto vieram da Influência turca de Abe, como o seu longo cabelo castanho escuro. 
Na fraca iluminação, o cabelo parecia quase preto. Seus olhos pousaram sobre Keith, e 
ela acenou com a cabeça educadamente. –Hei, outro Alquimista. – 
Keith olhou para ela de olhos arregalados, mas se foi uma reacção por estarmos ainda 
mais em desvantagem ou simplesmente uma resposta à natureza extraordinária de Rose, 
eu não poderia dizer. –Eu..eu sou Keith–, ele gaguejou por fim. 
–Rose Hathaway,– ela disse. Seus olhos esbugalharam-se ainda mais quando ele 
reconheceu o nome. Ela caminhou para o outro lado da sala, em direcção a Clarence, e 
notei que metade de seu encanto era simplesmente na forma como ela dominada tudo á 
sua volta. A expressão dela suavizou quando ela se dirigiu para o homem idoso. –Eu 
chequei o perímetro da casa como você pediu. É seguro como você disse, apesar da 
tranca da porta de trás provavelmente terá de ser substituído. – 
–Você tem certeza?–, Perguntou Clarence em descrença. –É nova. – 
–Talvez quando essa casa foi construída–, veio ainda uma outra nova voz. Olhando por 
cima da porta, eu agora percebi que alguém tinha estado com Rose quando ela chegou, 
mas eu estava muito surpresa por ela não dar aviso prévio. Mais uma vez, era uma coisa 
de Rose. Ela sempre chamou a atenção. –Tem estado enferrujado desde que nos 
mudamos para aqui –. 
Este recém-chegado era um Moroi, que me colocou no canto novamente. Isto trouxe a 
contagem de quatro Moroi e dois dhampirs. Eu estava tentando dar no duro para não 
 
 
44 
adoptar a atitude de Keith - especialmente desde que eu já conhecia algumas pessoas 
daqui - mas era difícil de abalar nesse sentido esmagador de Nós e Eles. A idade dos 
Moroi eram como os dos seres humanos, e em um palpite, eu pensei que esta nova cara 
estava perto de minha idade, talvez, no máximo de Keith. Ele tinha características 
interessantes, eu supunha, com o cabelos encaracolados preto e olhos cinzentos. O 
sorriso que ele ofereceu parecia sincero, embora houvesse uma ligeira sensação de mal-
estar na forma como ele fazia. Seu olhar estava fixo em Keith e em mim, intrigante, e eu 
me perguntava se talvez ele não gastasse muito tempo com os seres humanos. A maioria 
dos Moroi não, embora eles não partilhavam os seus receios sobre a nossa raça, como 
nós faziamos sobre a deles. Mas então, os nossos não usavam a comida deles. 
–Sou Lee Donahue–, disse ele, estendendo a mão. Mais uma vez, Keith não tomou-a, 
mas eu fiz e introduzi-nos. Lee olhou para trás e para frente entre mim e Keith, rosto 
cheio de admiração. –OsAlquimistas certo? Eu nunca conheci um de vocês. As 
tatuagens que vocês têm são bonitas –, disse ele, olhando o lírio de ouro na minha 
bochecha. –Ouvi falar do que eles podem fazer.– 
–Donahue?–, perguntou Keith. Ele olhou entre Lee e Clarence. –Você é parente?– 
Lee deu a Clarence um olhar indulgente. –Pai e filho. – 
Keith franziu o cenho. –Mas você não mora aqui, não é?– Fiquei surpresa com isso, de 
todas as coisas, desenharia uma coisa diferente. Talvez ele não gostava da ideia de que a 
sua inteligência estava com defeito. Ele era o Alquimista de Palm Springs, afinal de 
contas, e ele acreditava que Clarence era o único Moroi na área. 
–Não regularmente, não–, disse Lee. –Eu vou para a faculdade em LA, mas minha 
agenda é apenas a tempo parcial neste semestre. Então, eu quero tentar passar mais 
tempo com o pai. – 
Abe olhou para Rose. –Você vê isso?–, Disse. –Aquilo é devoção.– Ela revirou os olhos 
para ele. 
Keith parecia que ele tinha mais perguntas sobre isso, mas a mente de Clarence ainda 
estava para trás na conversa. –Eu poderia jurar que tinha substituído essa tranca. – 
–Bem, eu posso substituí-lo em breve para você, se quiser,– Lee disse. –Não pode ser 
tão difícil.– 
–Eu acho que está tudo bem.– Clarence se apoiou nos seus instáveis pés. –Eu vou dar 
uma olhada.– 
Lee correu para seu lado e atirou-nos um olhar apologético. –Tem que ser agora?– 
Quando lhe pareceu que sim, Lee disse: –Eu vou com você.– Recebi a impressão de que 
 
 
45 
Clarence frequentemente seguia o seu caprichos e Lee estava acostumado. Eu usei a 
ausência dos Donahue para obter algumas respostas, eu estava morrendo de vontade de 
saber. Eu me virei para Jill. –Você não teve qualquer problema para chegar aqui, não é? 
Não teve mais, hum, incidentes? – 
–Corremos de algumas divergências antes de sairmos da Corte –, disse Rose, com uma 
nota perigosa em sua voz. –Nada que não pudéssemos dar conta. O restante foi sem 
interferências. – 
–E vai continuar assim–, disse Eddie com naturalidade. Ele cruzou os braços sobre o 
peito. –Pelo menos se eu tiver alguma coisa a ver com isto.– 
Olhei entre eles, confusa. –Foi-me dito que haveria um dhampir junto… decidiram 
enviar dois? – 
–Rose convidou-se a si propria–, disse Abe. –Só para certificar-se que o resto de nós 
não perdesse nada. Eddie é o único que ira se juntar contigo em Amberwood –. 
Rose fez uma careta. –Eu deveria ser a ficar. Eu devia ser a colega de quarto de Jill. 
Sem ofensa, Sydney. Nós precisamos de você para a papelada, mas eu sou a única que 
tenho que chutar na bunda de qualquer um que coloque Jill em problemas –. 
Eu certamente não ia argumentar contra isso. 
–Não–, disse Jill, com uma intensidade surpreendente. Ela estava tranquila e hesitante 
da última vez que a tinha visto, mas seus ferozes olhos cresceram com a ideia de ser um 
fardo para Rose. –Você precisa ficar com Lissa e mantê-la segura. Eu tenho Eddie, e 
além disso, ninguém mesmo sabe que estou aqui. Nada mais vai acontecer. – 
O olhar nos olhos de Rose disse-me estava céptica. Eu também suspeitava que ela 
realmente não acreditava que alguém poderia proteger, tanto Vasilisa como Jill, melhor 
que ela. Isso dizia alguma coisa, considerando que a jovem rainha estava rodeada de 
guarda-costas. Mas mesmo Rose não poderia estar em todos os lugares ao mesmo 
tempo, e ela tinha que escolher. Suas palavras me fizeram voltar minha atenção de volta 
para Jill. 
–O que aconteceu?– Eu perguntei. –Você se machucou? Nós ouvimos histórias sobre 
um ataque, mas nenhuma confirmação. – 
Houve uma pausa pesado na sala. Todos excepto Keith e eu me pareceu visivelmente 
incomodado. Bem, nós estávamos desconfortáveis, mas para outras razões. 
–Estou bem–, disse Jill, finalmente, depois de um olhar penetrante de Rose. –Houve um 
ataque, sim, mas nenhum de nós foi ferido. Quero dizer, não a sério. Estávamos no meio 
de um jantar real quando fomos atacados por Moroi – tipo Moroi assassinos. Eles 
 
 
46 
fizeram parecer que eles estavam indo para Lis, para a rainha, mas ao invés veio para 
mim.– Ela hesitou e baixou os olhos, deixando os caracóis de seu longo cabelo castanho 
cair para a frente. –Eu fui salva, porém, e os guardiões cercaram-nos.– Havia uma 
energia nervosa na Jill que me lembrei de antes. Foi bonito e fez sua aparência parecer 
muito mais como um adolescente tímido que ela era. 
–Mas nós não pensamos que todos eles se foram, razão pela qual temos que ficar longe 
da Corte –, explicou Eddie. Mesmo quando ele dirigiu suas palavras para Keith e eu, ele 
irradiava uma protecção em torno de Jill, que se alguém se atrevesse a desafiar a garota 
ele era o responsável por manter a sua segurança. –E nós não sabemos onde os traidores 
estão em nossa área. Portanto, até então, aqui estamos nós. – 
–Esperemos que não por muito tempo–, disse Keith. Dei-lhe um olhar de aviso, e ele 
pareceu perceber que o seu comentário poderia ser percebido como rude. –Quero dizer, 
este lugar não pode ser toda a diversão para vocês, com o sol e tudo –. 
–É seguro–, disse Eddie. –Isso é o que conta.– Clarence e Lee voltaram, e não houve 
mais menção sobre a segurança ou ataque de Jill. Se pai e filho soubessem muit, Jill, 
Eddie, e Adrian tinham simplesmente caído fora do favor da importância real Moroi que 
estava no exílio daqui. Os dois homens Moroi não sabia quem realmente era Jill e 
acreditavam que os Alquimistas iam ajudá-la devido à influência de Abe. Foi uma teia 
de mentiras, mas uma necessária. Ainda que Clarence estava em exílio auto-imposto, 
não queríamos correr o risco de ele (ou Lee agora) acidentalmente deixar descair que a 
irmã da rainha estava escondida aqui. Eddie olhou para o mais velho Moroi. –Você 
disse que nunca ouviu falar de qualquer Strigoi por aqui, certo? – 
Os olhos de Clarence ficaram desconcertados por um momento como os seus 
pensamentos se voltaram para tras. –Não…mas há coisas piores do que Strigoi…– 
Lee gemeu. –Pai, por favor. Não isso. – 
Rose e Eddie estavam de pé em um instante, e foi uma maravilha não terem retirado as 
armas. 
–Do que você está falando?– Exigiu Rose. 
–Que tipo de outros perigos existem?–, Perguntou Eddie, com o seu tom de voz como o 
aço. 
Lee realmente corou. –Nada…por favor. É uma ilusão dele, só isso. – 
–Ilusão? '–, Perguntou Clarence, estreitando os olhos para o filho. –Foi a morte de sua 
prima uma ilusão? O facto de os exaltados da Corte deixarem de vingar Tamara é uma 
ilusão? – 
 
 
47 
Minha mente girou de volta para uma conversa que tive com Keith no carro. Eu dei a 
Clarence o que eu esperava ser um reconfortante olhar. –Tamara era sua sobrinha, 
certo? O que lhe aconteceu, senhor? – 
–Ela foi morta–, disse ele. Houve uma pausa dramática. –Por caçadores de vampiros.– 
–Desculpe, por o quê?– Eu perguntei, certo de que eu ouvi mal. 
–Caçadores de vampiros–, repetiu Clarence. Todos na sala pareciam tão surpresos 
quanto eu me sentia, que foi um pequeno alívio. Mesmo alguma ferocidade de Rose e 
Eddie vacilou. –Oh, você não vai encontrar em qualquer lugar - nem mesmo em seus 
registos. Nós estávamos vivendo em Los Angeles, quando eles a apanharam. Eu relatei 
isso para os guardiões, exigi que fossem caçar os culpados. Você sabe o que eles 
disseram? –Ele olhou para cada pessoa por vez. –Sabem?– 
–Não–, disse Jill humildemente. –O que eles disseram?– Lee suspirou e olhou 
miserável. 
Clarence bufou. –Eles disseram que não havia tal coisa. Que não havia nenhuma 
evidência para apoiar a minha reivindicação. Eles reportaram como uma matança 
Strigoi e disse que não havia nada que alguém pudesse fazer, que eu deveria ser grato 
por ela não ser transformada. – 
Eu olhei para Keith, que novamente parecia assustado com esta história. Ele 
aparentemente não conhecia Clarence assim como ele alegava. Keith tinha conhecido o 
velho com uma loucura envolvendo sua sobrinha, mas não a historia toda. Keith deu-me 
um ligeiro encolher de ombrosque pareciam dizer, ‘Vê? O que vos digo? Louco’. 
–Os guardiões estão muito completos–, disse Eddie. Seu tom e suas palavras foram 
claramente escolhidas com cuidado, se esforçando para não ofender. Ele sentou-se 
próximo de Jill. –Tenho certeza que eles tinham as suas razões.– 
–Razões?– perguntou Clarence. –Se você considerar negar e viver uma vida de razões 
delirantes, então eu suponho isso. Eles simplesmente não querem aceitar que estão 
caçadores de vampiro lá fora. Mas diz-me isto. Se a minha Tamara foi morta por 
Strigoi, por que eles cortaram sua garganta? Ele foi cortado com uma lâmina limpa. –
Ele fez um movimentado corte sob o queixo. Jill estremeceu e se encolheu na cadeira. 
Rose, Eddie, e Abe também olharam surpresos, o que me surpreendeu porque eu não 
acho que nada faria esse grupo ter escrúpulos. –Porque não usaram presas? Torna mais 
fácil de beber. Apontei isso para os guardiões, e eles disseram que cerca de metade do 
seu sangue tinha sido bebido, era obviamente um Strigoi. Mas eu disse que um caçador 
de vampiros fez isso e fizeram parecer que eles levaram o sangue. Strigoi não teria 
 
 
48 
nenhuma razão para usar uma faca. – 
Rose começou a falar, fez uma pausa, e então começou novamente. –É estranho–, disse 
ela calmamente. Eu tive um sentimento que ela provavelmente foi a ponto de deixar 
escapar o quão ridículo esta teoria da conspiração era, mas tinha pensado melhor. –Mas 
eu tenho certeza que há outra explicação, Sr. Donahue. – 
Gostaria de saber se mencionar que os alquimistas não tinham registos de caçadores 
vampiro – não em vários séculos, pelo menos - seria útil ou não. Keith, de repente levou 
a conversa em uma direcção inesperada. Ele encontrou o olhar de Clarence ao seu nível. 
–Pode parecer estranho para um Strigoi, mas eles fazem todos os tipos de coisas 
perversas sem nenhuma razão. Sei, por experiência pessoal. – 
Meu estômago afundou. Ah, não. Todos os olhos se voltaram para Keith. 
–Oh–, perguntou Abe, alisando a sua barbicha preta. –O que aconteceu?– 
Keith apontou para o olho de vidro. –Eu fui atacado por Strigoi início deste ano. Eles 
me bateram e rasgaram 
o meu olho. Então eles me deixaram. – 
Eddie franziu o cenho. –Sem beber ou matar? Isso é realmente estranho. Isso não soa 
como um comportamento normal de um Strigoi. – 
–Eu não tenho certeza que você pode realmente esperar que um Strigoi faça nada de 
'normal' –, destacou Abe. Eu cerrei os dentes, desejando que ele não iria envolver Keith. 
Por favor, não pergunte sobre o olho, pensei. Deixá-o ir. Isso foi de esperar demais, é 
claro, porque a próxima pergunta de Abe foi: –Eles só levaram um olho? Eles não 
tentaram levar ambos? – 
–Desculpe-me.– Levantei-me antes de Keith poder responder. Eu não podia sentar-me 
com esta conversa e ouvir Abe a engodar Keith, simplesmente pelo prazer de me 
atormentar. Eu precisava escapar. –Eu…Não me sinto bem. Vou para apanhar ar. – 
–Claro, claro–, disse Clarence, parecendo que quisesse se levantar também. –Devo pedir 
á minha governanta que obtenha um pouco de água para você? Eu posso tocar o sino..– 
–Não, não,– eu disse, movendo-me em direcção á porta. –Eu só..Eu só preciso de um 
minuto. – 
Corri para fora e ouvi Abe, dizendo: –Tanta sensibilidade delicada. Você acharia que 
ela não seria tão enjoada, considerando sua profissão. Mas você, jovem, parece que 
você consegue suportar e conversar sobre sangue…– 
Abe acariciou o seu ego e funcionou, lançado Keith na história que eu definitivamente 
não queria ouvir. Voltei para o corredor escuro e fui para fora. O ar fresco foi bem-
 
 
49 
vinda, mesmo se estivesse mais do que vinte graus mais quente do que lá dentro. Eu 
tomei uma respiração profunda, controlada, forçando me a manter a calma. Tudo ia ficar 
OK. Abe estaria saindo em breve. Keith regressaria ao seu próprio apartamento. Eu 
voltaria para Amberwood com Jill e Eddie, que realmente não pareceram más 
companhias, considerando como eu poderia acabar com. Sem destino real na mente, eu 
decidi passear o espaço fora da casa de Clarence - mais como uma propriedade, na 
verdade. Eu escolhi um lado da casa aleatória e dei a volta, admirando a detalhada 
escultura do exterior da casa. Mesmo que fosse irremediavelmente fora do lugar da 
paisagem do sul da Califórnia, ainda era impressionante. Eu sempre amei estudar 
arquitectura - um assunto meu pai pensava que era inútil - e fiquei impressionado com o 
que tinha ao meu redor. Olhando em volta, notei que os motivos não combinavam com 
o resto do que tinha conduzido até chegar até aqui. Um monte de terra nesta região tinha 
ficado marrom a partir do Verão e à falta de chuva, mas Clarence claramente tinha gasto 
uma fortuna para manter seu alastrando quintal exuberante e verde. Arvores não nativas 
– bonitas e cheias de flores - foram artisticamente dispostos para fazer percursos de 
caminhos e pátios. Depois de alguns minutos do meu passeio pela natureza, eu virei de 
volta em direcção à frente da casa. Eu ia para parar quando eu ouvi alguém. 
–Onde você estava?– Uma voz perguntou. Abe. Ótimo. Ele estava procurando por mim. 
–Por aqui,– Eu mal ouvi Adrian dizer. Sua voz veio do outro lado da casa, em frente do 
lado que eu estava. Ouvi alguém atravessar a calçada de cascalho, os passos chegando a 
um impasse quando chegaram ao que parecia ser a porta de trás Abe onde estava. 
Mordi o lábio e fiquei onde estava, escondida pela casa. Eu estava quase com medo de 
respirar. Com a sua audição, os Moroi poderia pegar o mais ínfimo pormenor. 
–Você já vai voltar?–, Perguntou Abe, divertido. 
–Não vejo o ponto–, foi a resposta lacónica de Adrian. 
–O ponto é educação. Você poderia ter feito um esforço para conhecer os alquimistas –. 
–Eles não querem me conhecer. Especialmente o cara –. Havia escondido um riso na 
voz de Adrian.–Você deveria ter visto a cara dele quando me encontrei com ele na 
porta. Eu desejava ter tido uma capa. A menina, essa pelo menos, tem muita coragem. – 
–No entanto, eles desempenham um papel crucial na tua estadia e na da Jill aqui. Você 
sabe o quanto é importante que ela permaneça segura. – 
–Sim, eu entendo isso. E eu entendo porque ela está aqui. O que eu não entendo é 
porque eu estou aqui. – 
 
 
 
50 
–Não sabe?–, perguntou Abe. –Eu suponho que é óbvio tanto para Jill e para você. Você 
tem que ficar perto dela. – 
Houve uma pausa. –Isso é o que todos dizem…mas eu ainda não tenho certeza de que é 
necessário. Eu não acho que ela precise de mim por perto, não importa a reivindicação 
da Rose e da Lissa. – 
–Você tem algo melhor para fazer?– 
–Esse não é o ponto.– Adrian parecia irritado, e eu estava feliz por não ser a única que 
tinha esse efeito com Abe. 
–Esse é exactamente o ponto–, disse Abe. –Você estava definhando na Corte, se 
afogando na sua própria auto-compaixão - entre outras coisas. Aqui, você tem uma 
chance de ser útil. – 
–Para você–. 
–Para você também. Esta é uma oportunidade para que você faça alguma coisa de sua 
vida. – 
–Só que você não vai me dizer o que é suposto eu fazer aqui! –,disse Adrian irritado. –
Além de Jill, o que 
é esta grande tarefa que você tem para mim? – 
–Escuta. Escuta e olha.– Eu poderia ter uma perfeita imagem de Abe coçando o queixo, 
daquela forma misteriosa que fazia enquanto falava. –Vigia todos, Clarence, Lee, os 
alquimistas, Jill e Eddie. Presta atenção 
a cada palavra, cada detalhe, e relata-o para mim mais tarde. Tudo pode ser útil. – 
–Eu não sei se isso realmente apaga as coisas.– 
–Você tem potencial, Adrian. Muito potencial para desperdiçar. Sinto muito pelo que 
aconteceu com 
Rose, mas você tem que seguir em frente. Talvez as coisas não façam sentido agora, 
mas mais tarde eles vão fazer. Confie em mim. – 
Eu quase me senti mal por Adrian. Abe havia me dito uma vez para confiar nele 
também, e veja como as coisas tinham ligado para o torto. 
Esperei até os dois Moroi voltassem para dentro e seguido deum minuto depois entrei. 
Na sala de estar, Keith ainda estava usando a sua atitude arrogante, mas parecia aliviado 
por ter-me de volta. Discutimos mais detalhes e elaborou um cronograma para as 
alimentações, eu estava encarregada de leva-los uma vez que eu tinha que dirigir e 
trazer Jill (e Eddie, já que ele não queria deixá-la fora de sua vista) para trás e para 
frente da casa de Clarence. 
 
 
51 
–Como você vai conseguir a sua alimentação?– Eu perguntei a Adrian. Depois de ouvir 
sua conversa com Abe, eu estava agora mais curiosa do que nunca sobre o seu papel 
aqui. 
Adrian estava de pé contra a parede, do outro lado da sala. Seus braços estavam 
cruzados defensivamente, e havia uma rigidez na sua postura que entrou em conflito 
com o sorriso preguiçoso que ele usava. Eu não podia ter certeza, mas parecia que ele 
estava propositadamente posicionando-se o mais longe possível de Rose. –Ao caminhar 
pelos corredores.– 
Vendo o meu olhar perplexo, Clarence explicou: –Adrian vai ficar aqui comigo. Vai ser 
bom ter alguém nestas paredes de idade. – 
–Oh,– eu disse. Murmurei para mim: –Como um Jardim Secreto –. 
–Hmm?–, perguntou Adrian, inclinando a cabeça para mim. Eu vacilei. Sua audição era 
boa. –Nada. Eu 
estava pensando em um livro que li. – 
–Oh–, disse Adrian com desdém, olhando para longe. A maneira como ele disse a 
palavra parecia ser uma condenação aos livros em toda parte. 
–Não se esqueça de mim–, disse Lee, sorrindo para seu pai. –Eu disse que eu vou estar 
por estes lados mais vezes.– 
–Talvez o jovem Adrian aqui vai mantê-lo fora de problemas, então –, declarou 
Clarence. 
Ninguém disse nada, mas eu vi de os amigos de Adrian trocar alguns olhares divertidos. 
Keith não parecia tão assustado quando ele tinha chegado, mas havia um novo ar de 
impaciência e irritabilidade nele que eu não entendia muito bem. 
–Bem–, disse ele, depois de limpar a garganta. –Eu preciso chegar em casa e tratar de 
alguns negócios. E já que você é minha boleia, Sydney… – 
Ele deixou as palavras penduradas, mas olhou para mim significativamente. Pelo que eu 
aprendi, eu estava mais convencida do que nunca que a Palm Springs era a área com 
menos vampiro activo do que em qualquer lugar. Eu não poderia honestamente 
descobrir que –negócio– Keith teria que tratar, mas tínhamos que sair daqui mais cedo 
ou mais tarde. Eddie e Jill foram recolher a sua bagagem, e Rose aproveitou a 
oportunidade para me puxar para o lado. 
–Como você tem estado?– Ela perguntou em voz baixa. Seu sorriso era genuíno. –Eu 
estive preocupada com 
você, desde…bem, você sabe. Ninguém me disse o que aconteceu com você.– A última 
 
 
52 
vez que eu a 
vi, eu tinha estado presa em um hotel por tutores enquanto os Moroi tentavam descobrir 
o quão grande o meu 
papel tinha sido na fuga de Rose. 
–Eu estive com poucos problemas no início,– eu disse. –Mas é passado – O que era uma 
pequena mentira entre amigos? Rose era tão forte que eu não podia suportar a ideia de 
bancar a fraca em frente dela. Eu não queria que ela soubesse que eu ainda vivia com 
medo dos Alquimistas, forçada a fazer o que fosse preciso para chegar de volta em suas 
boas graças. 
–Estou feliz–, disse ela. –Eles me disseram que originalmente iria ser a sua irmã que ia 
estar aqui. – 
Aquelas palavras me lembraram de novo como Zoe poderia substituir-me a qualquer 
momento. –Foi uma confusão–. 
Rose assentiu. –Bem, eu me sinto um pouco melhor com você aqui, mas ainda é 
difícil…Eu ainda sinto que eu deveria proteger Jill. Mas eu preciso proteger Lissa 
também. Eles acham que Jill é o alvo mais fácil, mas eles ainda estão atrás de Lissa.– A 
agitação interior brilhou em seus olhos escuros, e eu senti uma pontada de pena. Isto era 
o que eu tinha dificuldade em explicar para os outros alquimistas, como dhampirs e 
vampiros poderiam parecer tão humanos ás vezes. –É uma loucura, você sabe. Desde 
que Lissa assumiu o trono? Eu pensei que eu ia finalmente começar a relaxar com 
Dimitri.– Seu sorriso se alargou. –Eu deveria ter conhecido nada mais simples para nós. 
Nós passamos todo o nosso tempo olhando para Lissa e Jill –. 
–Jill vai ficar bem. Enquanto não souberem que ela está aqui, tudo deve ser fácil. 
Aborrecido até –. 
Ela ainda estava sorrindo, mas o sorriso tinha esvanecido um pouco. –Eu espero que 
sim. Se você soubesse o que aconteceu…– Sua expressão mudou quando algumas 
memória a agarraram. Ia começar a insistir que ela me dissesse o que tinha acontecido, 
mas ela mudou de assunto antes. –Estamos trabalhando na mudança da lei - a que diz 
que Lissa precisa de um membro da família a fim de permanecer como rainha. Uma vez 
feito isso, tanto ela e Jill estarão fora de perigo. Mas isso só significa que aqueles que 
querem tirar Jill são mais insanos do que nunca, porque sabem que o do relógio não 
para –. 
–Quanto tempo?– Eu perguntei. –Quanto tempo vai demorar para mudar a lei? – 
–Eu não sei. Alguns meses, talvez? Coisas legais…bem, não é minha onda. Não os 
 
 
53 
detalhes disto, pelo menos.– Ela fez uma breve careta e, em seguida, tornou-se dura 
novamente. Ela jogou o cabelo sobre o ombro. –Pessoas loucas que querem ferir meus 
amigos? Isso é a minha onda, e acredita, eu sei como lidar com isso. – 
–Eu me lembro–, disse. Foi estranho. Pensei em Rose como uma das pessoas mais 
fortes que eu conhecia, no entanto, parecia que ela precisava da minha segurança. –
Olha, você vai fazer o que você faz, e eu vou fazer o que faço. Eu vou certificar-me que 
Jill se mistura. Vocês mantenham-na sem ninguém saber onde ela está. Ela está fora da 
rede agora. – 
–Espero que sim–, repetiu Rose com voz sombria. –Porque se ela não está, o seu 
pequeno grupo aqui não tem a chance contra os loucos rebeldes. – 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 5 
 
 
E com esse frase, Rose deixou-me para que pudesse dizer adeus aos outros. 
Suas palavras me deixaram gelada. Por meio segundo, eu queria um requerimento para 
uma reavaliação desta missão. Eu queria insistir para que eles não enviassem menos do 
que uma dúzia de guardiões para a Jill, no caso de os ataques voltarem. Logo, eu neguei 
esse pensamento. Uma das peças chave deste plano era simplesmente não atrair atenção. 
Enquanto o seu paradeiro fosse segredo, Jill estava mais segura se ela se misturasse. Um 
esquadrão de guardiões dificilmente seria discreto e poderia atrair um aviso na alta 
comunidade Moroi. Nós estavamos fazendo a coisa certa. Enquanto ninguém soubesse 
que estávamos aqui, tudo estaria bem. 
Certamente, se eu dissesse a mim mesma isto muitas vezes, seria suficiente para se 
tornar verdadeiro. 
Mas porque a declaração ameaçadora de Rose? Porque a presença de Eddie? Tinha esta 
missão realmente sido colidido de –inconveniente– para –risco de vida–? 
Conhecendo como Jill e Rose eram chegadas, eu meio que esperava que seu adeus fosse 
ser mais choroso. Em vez disso, foi Adrian quem Jill teve mais dificuldade de se 
despedir. Ela atirou-se para ele num abraço gigante, dedos agarrando a sua camisa. A 
jovem rapariga Moroi tinha permanecido calma durante maior parte da visita, 
simplesmente assistindo o resto de nós desta maneira, era curioso o nervoso dela. O 
máximo que eu tinha ouvido Jill falar foi quando Lee tinha tentado puxa-la para fora 
mais cedo. A despedida dela parecia demonstrar surpresa a Adrian também, embora o 
olhar sarcástico que ele usava em seu rosto suavizou em algo parecido como afecto 
 
 
55 
quando ele bateu o ombro dela desajeitadamente. 
–Lá, lá, Jailbait. Eu vou te ver novamente em breve. – 
–Eu queria que você estivesse indo connosco–, disse ela em voz baixa. 
Ele deu-lhe um sorriso torto. –Não, você não quer. Talvez o resto deles consigam ir 
longe com o jogo ‘de volta á escola’, mas eu seria expulso no meu primeiro dia. Pelo 
menos aqui, não vou desviar ninguém… a menos que seja o Clarencee o armário de 
bebidas dele. – 
–Eu vou estar em ligação–, prometeu Jill. 
Seu sorriso se contraiu, e ele deu-lhe um olhar de conhecimento, um olhar surpreso e 
triste. –Eu então.– 
Este pequeno momento entre eles foi estranho. Com sua natureza, arrogante e petulante 
sua timidez doce, parecia um par improvável de amigos. Ainda não havia afeição óbvia 
entre eles. Não parecia romântico, mas tinha uma intensidade definida que eu não 
entendia muito bem. Lembrei-me da conversa que ouvi entre Abe e Adrian, onde Abe 
disse a Adrian que era crucial ficar perto de Jill. Algo me disse que havia uma conexão 
entre isso e o que eu estava vendo agora, mas eu não tinha informações suficientes para 
junta-los todos. Eu arquivei este mistério para mais tarde. 
Eu estava triste por deixar Rose, mas feliz que a nossa partida significava a despedida 
de Abe e Keith. Abe saiu com o seu típico estilo crítico e com um olhar de 
conhecimento para cima de mim e que eu não apreciei. Eu larguei o Keith no seu lugar 
antes de ir para Amberwood, e ele me disse que ia me manter actualizada. 
Honestamente, eu perguntava o que exactamente ele tinha para actualizar-me, desde que 
eu estava fazendo a maioria do trabalho por aqui. Tão longe quanto eu poderia dizer, ele 
realmente não tinha nada a fazer senão vaguear ao redor de seu apartamento do centro. 
Ainda assim, valeu a pena para me livrar dele. Eu nunca pensei que eu estaria tão feliz a 
conduzir com um vampiro e um dhampir. 
Jill ainda parecia incomodada durante o passeio de carro para da escola. Eddie, 
percebendo isso, e tentou acalmá-la. Ele olhou para ela a partir do assento do 
passageiro. 
–Vamos ver Adrian em breve.– 
–Eu sei–, disse ela com um suspiro. 
–E nada mais de ruim vai acontecer. Você está segura. Eles não podem encontrá-la aqui. 
– 
–Eu sei disso também–, disse ela. 
 
 
56 
–Foi muito ruim?– Eu perguntei. –O ataque, quero dizer. Ninguém entrou em detalhes.– 
Pelo canto do olho, eu vi Eddie dar uma olhada em Jill novamente. 
–Ruim suficiente–, disse ele severamente. –Mas todos bem agora, que é o que importa –
. Nenhum deles disse mais nada, e eu rapidamente peguei a dica de que não teria mais 
detalhes na próxima. Eles agiram como se o ataque não tivesse sido grande coisa, que 
foi feito e acabado, mas eles estavam sendo muito evasivo. Alguma coisa tinha 
acontecido que eu não sabia - que os alquimistas provavelmente não sabiam também - 
algo que eles estavam trabalhando para manter em segredo. Meu palpite era de que 
tinha a ver com a estadia de Adrian aqui. Ele havia mencionado uma –razão óbvia– para 
vir para Palm Springs, e depois Abe havia insinuado algum motivo escondido que nem 
mesmo Adrian sabia. Era um bocado chato, visto que eu estava arriscando minha vida 
aqui. Como eles esperam que eu faça de forma adequada meu trabalho se eles insistiram 
em fazer deste um emaranhado de segredos? 
Alquimistas lidavam com segredos, e apesar do meu passado pedregoso, eu ainda era 
uma Alquimista suficiente para se retesarem de me dar respostas. Felizmente, eu 
também era uma Alquimista suficiente para caçar essas respostas por mim mesma. 
Claro, eu sabia como chegar direito a Jill e Eddie embora não ia me facilitar. Eu 
precisava jogá-lo amigável e levá-los a relaxar ao meu redor. Eles poderiam não abrigar 
a crença secreta que os seres humanos eram criaturas das trevas, mas isso não 
significava que eles confiavam em mim ainda. Eu não os culpo. Afinal, eu certamente 
não confiava neles também. 
Foi bem na noite, quando chegamos a Amberwood. Keith e eu tínhamos distanciado o 
exterior da escola mais cedo, mas Eddie e Jill levaram-no com os olhos arregalados. 
Considerando que a casa de Clarence parecia antiquado, a escola era clara e moderna, 
consistido em prédios de estuque, que eram tão típicos da Califórnia e da arquitectura 
do Sul. Palmeiras contornavam junto com exuberantes gramados verdes. Na claridade, 
os alunos ainda passeavam, em pares e grupos, ao longo dos muitos caminhos pedestres 
tecidos. 
Nós tínhamos apanhado comida rápida ao longo do caminho, mas uma hora depois 
significou que Jill e eu tínhamos que separa de Eddie. Aos dezoito anos, com um carro e 
–autorização dos pais,– eu tinha muita liberdade de ir e vir, mas eu tinha que responder 
ao toque de recolher como todo mundo quando a noite veio. Eddie estava 
desconfortável em deixar Jill, particularmente quando ele percebeu o quanto longe dela 
ele ia estar. 
 
 
57 
A Preparatória de Amberwood se espalhava por três longos campus: Leste, Oeste e 
Centro. Campus Leste alojava-se os dormitórios das raparigas, enquanto o Oeste 
continha os rapazes. O do Centro, o maior dos três, onde ficava as instalações 
académicas, administrativas e de lazer. Os campus tinham cerca de uma milha de 
distância um do outro e servido por um ônibus que corria durante todo o dia, embora a 
pé sempre era uma opção para aqueles que conseguiam aguentar o calor. 
Eddie devia de saber ele não poderia permanecer no dormitório das raparigas, embora 
eu suspeitasse que se ele fizesse á sua maneira, ele teria dormido aos pés da cama de Jill 
como um cão fiel. Vendo os dois era uma coisa incrível. Eu nunca tinha observado antes 
uma dupla Moroi -Guardião. Quando eu estava com Rose e Dimitri, eles estavam 
simplesmente tentando manterem-se vivos – e ambos eram dhampirs. Agora, eu podia 
finalmente ver o sistema em acção e compreendi o porque dos treinos tão difíceis dos 
dhampirs. Você teria que se manter permanente vigilante. Mesmo no momento mais 
mundano, Eddie sempre olhava ao nosso redor. Nada escapava à sua atenção. 
–Quão bom é o sistema de segurança daqui?– Ele exigiu quando nos encontramos no 
dormitório das raparigas. Ele insistiu em vê-lo antes de ir para o seu próprio dormitório. 
A entrada estava calma naquela hora, e apenas um par de estudantes percorriam com 
caixas e malas como se estes movimentos fossem os seus últimos. Eles deram-nos uns 
olhares curiosos enquanto passavam, e eu tive que dominar o nó de ansiedade crescente 
em mim. Considerando tudo o que estava acontecendo comigo, a vida social do ensino 
médio não devia assustar-me – mas assustou. Os Alquimistas não cobriam isso nas suas 
aulas. 
– Segurança suficientemente boa –, disse mantendo minha voz baixa quando me virei de 
volta para Eddie. –Eles não estão preocupados com assassinos de vampiros, mas eles 
certamente querem seus alunos seguros. Eu sei que existem guardas de segurança que 
patrulham os terrenos à noite. – 
Eddie olhou para a matrona do dormitório, uma mulher forte, de cabelos grisalhos que 
supervisionava a entrada de sua secretaria. 
–Você acha que ela tem algum tipo de treino de combate? Você acha que ela poderia 
dominar um intruso? – 
–Aposto que ela poderia arrastar uma cara escapulindo-se num quarto de uma rapariga–, 
brincou Jill. Ela descansou a mão em seu braço fazendo-o pular. –Relaxe. Este lugar é 
seguro. – 
De certa forma, a preocupação de Eddie era reconfortante e me fez sentir segura. Ao 
 
 
58 
mesmo tempo, eu não podia deixar de pensar novamente sobre o porquê de ele estar tão 
vigilante. Ele tinha estado lá para o ataque que ninguém me dizia a respeito. Ele 
conhecia as ameaças, porque ele os tinha visto em primeira mão. Se ele tinha essa 
vantagem, mesmo agora, então em quanto perigo nós ainda estávamos? 
Os alquimistas levaram-me a acreditar que uma vez que estivéssemos escondidos aqui 
em Amberwood, tudo estaria bem e tornar-se-ia apenas um jogo de espera. Eu tinha tido 
aquela conversar com Rose e tentado convence-la do mesmo. Atitude de Eddie dizia 
respeito. 
O dormitório que eu compartilhei com Jill era pequeno pelos meus padrões. Eu sempre 
tive meu próprio quarto a crescer e nunca tive de me preocupar com divisão de espaço 
ou armários. Durante o tempo em St. Petersburg, eu tinha mesmo o meu próprio 
apartamento. Ainda assim, a nossa única janela tinha uma ampla vista sobreo pátio 
atrás do dormitório. Tudo dentro do quarto era arejado e luminoso, com móveis de 
madeira que parecia novos: camas, mesas e armários. Eu não tinha experiência com 
quartos de dormitório - mas eu só poderia assumir pela reacção de Jill que tinha 
começado numa boa. Ela jurou que o quarto era maior do que a que tinha na escola 
Moroi, Academia St. Vladimir, e foi muito feliz. 
Eu meio que perguntei se ela achava que o nosso quarto era grande, simplesmente 
porque traziamos tão pouco para colocar nele. Nenhuma de nós tinha sido capaz de 
trazer muita bagagem com tais rápidas partidas. A mobília dava uma sensação de 
acolhimento, mas sem decorações pessoais ou outros toques, o quarto poderia ter vindo 
directo a partir de um catálogo. A matrona chefe do dormitório, Sra Weathers., tinha 
ficado surpreendida quando viu a nossa pouca bagagem. As meninas que eu tinha 
observado a movimentarem-se, anteriormente, tinham chegado com bagagens de rodas 
prestes a estourar. Eu esperava que não parecesse suspeito. 
Jill fez uma pausa para olhar para fora da janela quando chegamos perto da hora de 
dormir. –É tão seco aqui–, ela murmurou, mais para si do que para mim. –Eles mantêm 
o verde do gramado, mas é tão estranho não sentir a humidade no do ar.– Ela olhou para 
mim timidamente. –Eu sou uma usuária da água. – 
–Eu sei–, disse não tendo certeza do que mais acrescentar. Ela estava se referindo às 
habilidades mágicas que todos os Moroi possuíam. Cada Moroi se especializa em um 
dos elementos, ou os quatro físicos - terra, ar, água e fogo - ou o elemento mais raro e 
psíquico, o espírito. Dificilmente alguém exercia este ultimo, embora eu tivesse ouvido 
que Adrian era um dos poucos. Se Jill não conseguia aceder facilmente á sua magia, eu 
 
 
59 
não ia ficar desapontada. Magia era uma daquelas coisas, como o consumo de sangue, 
que servia como um lembrete no rosto de que essas pessoas com quem eu estava rindo e 
comendo com não eram humanas. 
Se eu não estivesse tão exausto da viagem com Keith, eu provavelmente teria ficado 
acordada, agoniando sobre o fato de que estava dormindo perto de um vampiro. Quando 
eu conheci Rose, eu ainda não tinha sido capaz de ficar no mesmo quarto com ela. 
Nossa frenética fuga juntas é que tinha mudado um pouco, e no final, eu tinha sido 
capaz de deixar a minha guarda baixa. Agora, alguns dos velhos medos voltaram na 
escuridão. Vampiro, vampiro. Severamente, eu disse a mim mesma que era apenas Jill. 
Eu não tinha que me preocupar. Eventualmente, a fadiga triunfou medo e eu adormeci. 
Quando amanheceu, eu não pode deixar de olhar para o espelho para me certificar de 
que não tinha marcas de mordida ou outros sinais de dano vampiro. Quando terminei, 
eu me senti imediatamente como uma tola. Com dificuldade Jill estava aos poucos a 
acordar, não fazia sentido imagina-la servir-se de mim no meio da noite. Como era de 
esperar, eu tive um tempo difícil para tirá-la da porta a tempo da orientação. Ela estava 
grogue, com os olhos injectados de sangue e constantemente reclamava de dor de 
cabeça. Imaginei que eu não precisava de me preocupar com ataques nocturnos a partir 
da minha companheira de quarto. 
No entanto, ela conseguiu se levantar e andou ao redor. Deixamos nosso dormitório e 
encontramos Eddie, reunido com outros novos estudantes perto de uma fonte no 
Campus Central. A maioria do público pareceu ser calouros como Jill. Apenas uns 
poucos tinham a mesma idade que eu e Eddie, e fiquei surpresa ao vê-lo conversando 
com facilidade com aqueles em torno dele. Da forma como vigilante que ele tinha sido 
no dia antes, eu teria esperado que ele ficasse mais em guarda, e menos capaz de se 
interagir de forma social - mas ele se adaptou bem. No entanto, enquanto 
caminhávamos, eu peguei ele olhar sorrateiramente á sua volta. Ele poderia estar a 
interpretar um estudante, como eu, mas ele ainda era um dhampir. 
Ele estava apenas a dizer-nos sobre como ele ainda não tinha conhecido seu colega de 
quarto, quando um cara sorridente, com brilhantes olhos azuis e cabelos avermelhados 
caminhou até nós. 
–Olá pessoal–, disse ele. De perto, pude ver um punhado de sardas. –Você é Eddie 
Melrose?– 
–Sim, sou…– Eddie tinha girado em volta com uma eficiência de que guardião, pronto 
para assumir esta ameaça potencial. Quando ele viu o recém-chegado, Eddie ficou 
 
 
60 
perfeitamente imóvel. Seus olhos se arregalaram um pouco e tudo o que ele tinha 
prestes a dizer desapareceu. 
–Sou Micah Vallence. Eu sou seu companheiro, também seu orientador.– Ele balançou 
a cabeça em direcção à outra mistura de alunos e sorriu. –Mas eu queria dizer oi antes, 
uma vez que eu só cheguei aqui esta manhã. Minha mãe levou as nossas férias até aos 
limites. – 
Eddie ainda estava olhando para Micah como se tivesse visto um fantasma. Também 
estudei Micah, perguntando o que eu estava perdendo. Ele parecia normal para mim. 
Qualquer coisa que estivesse a acontecer, Jill também estava fora do circuito por que ela 
estava com uma expressão perfeitamente normal sobre Micah, nenhum alarme ou 
surpresa. 
–Prazer em conhecê-lo–, disse Eddie finalmente. –Estas são minhas, uh, irmãs - Jill e 
Sydney. – 
Micah sorriu para cada uma de nós, por sua vez. Ele tinha uma maneira sobre ele que 
me fez sentir bem, e eu podia ver porque ele tinha sido escolhido como um orientador. 
Eu admirava-me por Eddie estar reagindo de modo tão estranho. 
–Em que ano você está?– Ele nos perguntou. 
–Senior–, eu disse. Lembrando-me da falsa historia eu acrescentei: –Eddie e eu somos 
gémeos.– 
–Eu sou um calouro–, disse Jill. 
Um olhar sobre a nossa –família–, notei que Eddie e eu provavelmente poderíamos 
passar por irmãos muito facilmente. Nossa coloração era semelhante, e, claro, havia o 
fato de que nós dois parecíamos humanos. Embora um ser humano não necessariamente 
olhasse para Jill e dissesse –vampiro!– ela ainda possuía certas características que a 
marcavam como diferente. Sua palidez construía um definido contrastes entre mim e 
Eddie. 
Se Micah notou a falta de semelhança de família, ele não falou. –Nervosa por começar o 
ensino médio? –, perguntou a Jill. 
Ela balançou a cabeça e sorriu de volta. –Eu estou pronta para o desafio. – 
–Bem, se você precisar de alguma coisa, me avise–, ele afirmou. –Por enquanto, eu 
tenho que começar a festa. Falo com vocês mais tarde –. 
Da forma como a sua atenção se focou exclusivamente sobre ela, era óbvio que o –se 
precisar de alguma coisa–, foi dirigido a Jill, e o corar dela mostrou que ela também 
sabia. Ela sorriu, segurando seu olhar um momento, e em seguida desviou o olhar 
 
 
61 
timidamente. Eu achei bonito, se não fosse a perspectiva alarmante que se apresentava. 
Jill estava numa escola cheia de humanos. Estava absolutamente fora de questão para 
ela namoriscar, e caras como Micah não poderia ser incentivados. Eddie não apareceu 
se preocupar com o comentário, mas parecia ser mais porque ele ainda estava 
perturbado com Micah em geral. 
Micah chamou a atenção do nosso grupo e começou a orientação. A primeira parte era 
simplesmente um passeio pelos terrenos. Fomos atrás dele ao redor, dentro e fora do ar 
condicionado, ao mesmo tempo que ele nos mostrava a importância dos edifícios. Ele 
explicou o sistema de transporte, e nós apanhamos um até ao Campus Oeste, que era 
quase um espelho do Leste. Rapazes e raparigas tinham autorização para ir aos 
dormitórios uns dos outros, mas com limitações, e explicou as regras, o que causou 
alguns resmungos. Recordando a formidável Sra. Weathers, senti pena de qualquer 
garoto que tentasse quebrar as regras do seu dormitório. 
Ambos os dormitórios tinam suas próprias cafetarias, onde qualquer estudante era bem-
vindo para comer, e o nosso grupo de orientação acabou por almoçar, enquanto ainda 
estávamos no Campus Oeste. Micah juntou-se a mim e aos meus ‘irmãos’, e começou a 
falar á sua maneira com cadaum de nós. Eddie respondia educadamente, acenando e 
fazendo perguntas, mas seus olhos ainda pareciam vagamente assombrados. Jill estava 
tímida no início, mas uma vez Micah começando brincando com ela, ela eventualmente 
se deixou aquecer por ele. 
Que engraçado, eu pensei , foi mais fácil para Eddie e Jill se adaptar a esta situação do 
que foi para mim. Eles estavam em um ambiente estranho, com raças diferentes, mas 
ainda familiarizados com coisas, como cafetarias e armários. Eles representavam bem 
os seus papéis, sem dificuldade nos procedimentos. Enquanto isso, apesar de ter viajado 
e vivido em todo o mundo, senti-me fora do lugar em que foi para todos os outros uma 
definição comum. Independentemente disso, não demorou muito tempo para descobrir 
como a escola funcionava. Alquimistas foram treinados para observar e adaptar, e 
mesmo que a escola fosse estrangeira para mim, eu rapidamente pegava na rotina. Eu 
não tinha medo de falar com as pessoas – eu utilizava isso para conversar com estranhos 
e explicar meus pontos de vista sobre situações. Uma coisa, no entanto, eu sabia que 
teria que trabalhar. 
–Eu ouvi que sua família pode se mudar para Anchorage.– Nós estávamos na hora do 
almoço da orientação e um par de raparigas caloiras se sentaram perto de mim, 
discutindo sobre um amigo delas que não tinha aparecido hoje. 
 
 
62 
Os olhos da outra garota se arregalaram. –Sério? Eu morria se tivesse que mudar-me 
para lá. – 
–Eu não sei–, pensei, movendo a minha comida em torno do prato. –Com todo o sol e 
os raios UV daqui, parece que Anchorage pode realmente fornecer uma vida útil mais 
longa. Você não precisa de protector solar tanto quanto aqui, por isso é uma opção mais 
económica também. – 
Eu pensei que meu comentário foi útil, mas quando eu olhei para cima, fui recebida com 
olhares boquiabertos. Era óbvio, pelos olhares que as raparigas estavam me dando, que 
eu provavelmente não poderia ter escolhido um comentário tão estranho. 
–Eu acho que não devo dizer tudo o que me vem á mente,– eu murmurei para Eddie. Eu 
estava acostumada a ser directa em situações sociais, mas ocorreu-me que simplesmente 
dizer –Sim, totalmente!– provavelmente teria sido a resposta correcta. Eu tinha poucos 
amigos da minha própria idade e estava com pouca prática. 
Eddie sorriu para mim. –Eu não sei, mana. Você é muito divertida desse jeito. Mantém-
no. – 
Após o almoço, o nosso grupo voltou ao Campus Central, onde se separaram para se 
reunir com os assessores académicos e planear nossos horários de aula. Quando me 
sentei com o meu assessor, uma jovem mulher alegre chamada Molly, eu não fiquei 
surpresa ao ver que os Alquimistas tinham enviado um conjunto de registos académicos 
a partir de uma escola fictícia do Sul Dakota. Eles foram ainda bastante coerentes com o 
que eu tinha estudado nas minhas aulas particulares. 
–Suas notas e testes colocaram você na nossa aula de matemática e inglês mais 
avançado.– Molly afirmou. –Se você for boa neles, você pode receber uma bolsa de 
estudo. – ‘Que mau não ter nenhuma chance de eu ir para faculdade’, eu pensei com um 
suspiro. Ela folheou algumas páginas do meu arquivo. –Agora, não vejo quaisquer 
registos de língua estrangeira aqui. É uma exigência de Amberwood que todos 
aprendam pelo menos uma língua. – 
Oops. Os alquimistas tinham bagunçado no meu falso registos. Eu realmente estudara 
um número de línguas. Meu pai teve a certeza que eu teria aulas com tenra idade, desde 
que um alquimista nunca sabia onde podia acabar. Olhando para a lista de línguas 
oferecidas pela Amberwood, hesitei e perguntei se devia mentir. Então eu decidi que eu 
realmente não queria debruçar-me através de conjugações e tempos que eu já tinha 
aprendido. 
–Eu já sei tudo isso–, disse a Molly. 
 
 
63 
Molly me olhava com cepticismo. –Todos esses? Há cinco línguas aqui. – 
Eu balancei a cabeça e acrescentei amavelmente: –Mas eu só estudei Japoneses por dois 
anos. Então eu suponho que eu poderia aprender mais. – 
Molly ainda não pareceu cair nessa. –Mas você estaria disposta a fazer testes de 
proficiência? – 
E assim, acabei por passar o resto da minha tarde a trabalhar sobre línguas estrangeiras. 
Não era como eu queria passar o meu dia, mas eu acho que ele seria pago mais tarde - 
os testes foram uma brisa. 
Quando eu finalmente terminei todas as cinco línguas três horas mais tarde, Molly me 
correu para fora para começar a equipar-me com o meu uniforme. A maioria dos alunos 
tinham ido buscar á bastante tempo, e ela estava preocupada que eu pudesse ter perdido 
a mulher que fazia os acessórios. Eu movia-me tão rápido quanto eu podia sem correr 
pelos corredores e quase colidi com duas raparigas paradas num canto. 
–Oh!–, Exclamei, sentindo-me como um idiota. –Desculpe… estou atrasada para a 
minha própria… – 
Uma delas soltou uma gargalhada. Ela tinha pele escura, com um corpo atlético e um 
cabelo preto ondulado. –Não se preocupe com isso–, disse ela. –Nós passamos pela sala. 
Ela ainda está lá. – 
A outra rapariga tinha cabelos loiros um tom mais claro do que o meu e ela usava em 
um rabo de cavalo alto. Ambas tinham a certeza de que sabiam o seu caminho ao redor 
deste mundo. Estas não eram alunas novas. 
–Mrs. Delaney sempre leva mais tempo do que ela acha que leva com os acessórios –, 
disse a loira conscientemente. –A cada ano, é…– seu queixo caiu, e as palavras dela 
congelaram por alguns momentos. –Onde…onde conseguiu isso? – 
Eu não tinha ideia do que ela quis dizer, mas a outra rapariga logo se apercebeu e se 
inclinou mais perto de mim. –Isso é incrível! É que o que está a dar este ano? – 
–Sua tatuagem–, explicou a loira. Devo ter parecido despistada. –Onde você conseguiu 
isso?– 
–Oh. Isso. –Meus dedos distraidamente tocaram minha bochecha. –Em, hum, Sul 
Dakota. De onde eu sou. – 
As duas meninas pareciam desapontadas. –Eu acho que é por isso que eu nunca vi isso –
, disse a menina de cabelos escuros. –Eu pensava que Nevermore* estava fazendo algo 
novo –. 
–Nevermore?– Eu perguntei. As meninas trocaram olhares em silêncio, e algumas 
 
 
64 
mensagem passaram entre elas. –Você é nova, certo? Qual é seu nome? –, Perguntou a 
garota loira. –Eu sou Julia. Esta é Kristin. – 
–Sydney–, eu disse, ainda perplexa. 
Julia estava sorrindo novamente. –Almoce com a gente amanha no Este, ok? Iremos 
explicar tudo. – 
–Tudo sobre o quê?– Eu perguntei. 
–É uma longa história. Só pegue a Delaney por enquanto –, 
Kristin acrescentou, começando a afastar-se. –Ela vai ficar até tarde, mas não para 
sempre. – 
Quando elas se foram embora, eu continuei meu caminho muito mais lentamente, 
perguntando o que mais ou menos aquilo tinha parecido. Tinha acabado de fazer 
amigos? Eu realmente não tinha certeza de como se fazia isso numa escola como esta, 
mas aquele intercambio todo parecia muito estranho. 
Sra. Delaney estava arrumando quando cheguei.–Qual o tamanho que você usa, 
querida?–, perguntou ela me vendo na porta. 
–36–. 
O número de artigos eram constituídos por: saias, calças, blusas e suéteres. Eu duvidava 
que os suéteres 
tivessem muito uso, a não ser que uma estranha nevada apocalíptica acertasse Palm 
Springs. Amberwood não era particularmente esquisita com o que os estudantes 
usassem, desde que estivesse de acordo com a moda. As cores eram de um tom de 
vinho, cinza escuro e branco, que eu realmente pensei que parecia combinar bem juntos. 
Vendo-me a abotoar a blusa branca, a senhora Delaney perguntou: –Acho que você 
precisa de um tamanho 38.– 
Eu congelei a meio do processo. –Eu uso 36.– 
–Oh, sim, você pode vesti-lo, mas ao olhar para o braços e o comprimento da saia, eu 
acho que você vai se sentir mais confortável num 38. Experimente estes.– Ela entregou 
uma nova pilha e depois riu. –Não fique tão mortificada, rapariga! 38 não é nada. Você 
ainda é um galho.– Ela acariciou sua ampla barriga. –Nas minhas roupas cabem três de 
você!– 
Apesar de meus muitos protestos, eu ainda fui mandada embora com a roupa de 
tamanho 38. Voltei para o meu dormitório, desanimada, e encontrei Jill deitada em sua 
cama a ler. Ela se sentou á minha chegada. 
–Hey, eu estava me perguntando o que tinha acontecido com você.– 
 
 
65 
–Tou atrasada,– disse com um suspiro. –Você está se sentindo melhor? – 
–Yeah. Muito –. Jill observava como eu arrumava os uniformes. 
–Eles são terríveis, né? Nós não tínhamos uniformes em St. Vladimir. Vai ser chato 
vestir a mesma coisa todos os dias.– Eu não queria dizer a ela que, como alquimista, eu 
poderia ter que usar um equipamento como este de qualquer maneira. 
–De que tamanho você conseguiu?– Eu perguntei, para alterar o tema. Eu era uma 
espécie de comilona para castigo. 
–36–. 
Uma pontada de aborrecimento passou por mim quando eu pendurei meu uniforme no 
armário ao lado dela. Eu me senti enorme por comparação. Como podiam todos os 
Moroi serem tão magros? 
Genética? Dieta de sangue com baixas calorias? Talvez fosse apenas porque todos eles 
eram tão altos. Tudo o que eu sabia era que, sempre que eu passava um tempo em torno 
deles, me sentia careta e desajeitada e queria comer menos. 
Quando terminei de arrumar, Jill e eu comparamos horários. Não é de surpreender, 
considerando a diferença de anos, tínhamos quase nada em comum. A única coisa que 
nós compartilhávamos era a aula de Educação Física(EF) em grande grupo. Todos os 
alunos eram obrigados a tê-la a cada semestre, já que fitness era considerado parte de 
uma experiência bem frequentada pelos alunos. Talvez eu pudesse perder alguns quilos 
e voltar ao meu tamanho normal. 
Jill sorriu e entregou a minha agenda de volta. –Eddie foi e exigiu estar na aula de EF já 
que é praticamente a única que poderia compartilhar. Entra em conflito com a sua aula 
de espanhol, contudo, eles não deixaram. Eu não acho que ele possa lidar com o dia na 
escola sem ver que estou viva. Ah, e Micah está connosco em EF–. 
Eu tinha estacado na minha cama, ainda irritada com os uniformes. As palavras de Jill 
me chamaram a atenção. –Ei, você sabe por que Eddie parece estranho á beira de 
Micah? – 
Jill balançou a cabeça. –Não, eu não tive a chance de perguntar, mas eu notei isso 
também, especialmente no início. Mais tarde - enquanto tu estavas a fazer o teste – e nós 
fomos esperar os uniformes, Eddie pareceu acalmar-se. Um pouco. De vez em quando, 
eu via-o dando um olhar estranho ao Micah. – 
–Você não acha que ele pensa que Micah é perigoso, acha? – 
Jill deu de ombros. –Ele não me pareceu perigoso, mas eu não sou guardião. Se Eddie 
achasse que ele era algum tipo de ameaça, parece que ele estaria agindo de forma 
 
 
66 
diferente. Mais agressivo. Ele parece nervoso em sua maioria á beira de Micah. Quase -
mas não é bem - medo. E é que é mais estranho de tudo, porque os guardiões nunca 
parecem assustados. Não é que Eddie seja tecnicamente um guardião. Mas você sabe o 
que eu quero dizer. – 
–Eu sei,– disse, sorrindo apesar das minhas mal-humorada intenções. Era engraçado, a 
desconexa natureza me tinha animado um pouco. –O que quer dizer com tecnicamente 
Eddie não é um guardião? Ele não foi atribuído para proteger-te aqui? – 
–Sim, ele é–, disse Jill, brincando com um cacho de seu cabelo castanho claro. –
Mas…bem, é meio estranho. Ele teve alguns problemas com os guardiões por ajudar 
Rose e por, hum, ter matado um homem. – 
–Ele matou um Moroi que atacou Vasilisa, certo?–Tinha sido falado no meu 
interrogatório. 
–Sim–, disse Jill, perdida em suas próprias memórias. –E foi em legítima defesa, bem, 
em defesa de Lissa, mas todos ficaram chocados com ele matar um Moroi. Não é 
suposto um guardião fazer isso, mas então, você sabe, supostamente os Moroi não 
deveriam se atacar uns aos outros se quer. De qualquer forma, ele foi colocado em 
suspensão. Ninguém sabia o que fazer com ele. Quando fui…atacada, Eddie ajudou-me 
a proteger. Mais tarde, Lissa disse que era estúpido mantê-lo fora de serviço quando ele 
poderia ser útil 
e considerando que os Moroi estavam por trás deste ataque também, ela disse que todos 
teriam que começar a se acostumar com a ideia de Moroi serem o inimigo. Hans- o 
guardião responsável na Corte – finalmente concordou e mandou Eddie aqui comigo, 
mas acho que oficialmente, Eddie ainda não se restabeleceu. É estranho. –Jill tinha 
proferido o discurso inteiro sem pausa e agora parou para respirar um pouco. 
–Bem, eu tenho certeza que ele vai conseguir–, disse tentando ser reconfortante. –E 
parece que ele vai ganhar pontos por ter mantido uma princesa viva. – 
Jill olhou para mim rapidamente. –Eu não sou princesa.– 
Eu fiz uma careta e tentei me lembrar as complexidades das leis Moroi. –O príncipe ou 
princesa é o mais antigo membro de uma família. Desde que a Vasilisa é rainha, o título 
passa para você, certo? – 
–No papel–, disse Jill olhando para longe. Seu tom era difícil de ler, uma estranha 
mistura do que parecia amargura e tristeza. –Eu não sou uma princesa, não realmente. 
Eu sou apenas alguém que passa a ser relacionado à rainha. – 
Mãe de Jill tinha sido brevemente amante de Eric Dragomir, pai Vasilisa, e manteve a 
 
 
67 
existência de Jill um segredo por anos e que só tinha vindo ao de cima recentemente, e 
eu desempenhei um grande papel ao ajudar Rose a desvendar o segredo sobre Jill. Com 
todas as consequências na minha própria vida, bem como a ênfase na segurança de Jill, 
eu não tinha passado muito tempo me perguntando como ela tinha se adaptado ao seu 
novo status. Aquilo devia ter sido uma mudança de estilo de vida séria. 
–Eu tenho certeza que há mais do que isso–, eu disse suavemente. Eu me perguntava se 
eu ia passar um longo tempo a fazer de terapeuta de Jill durante esta atribuição. A 
perspectiva de realmente confortar um vampiro, ainda parecia tão estranha para mim. –
Quero dizer…você é obviamente importante. Todo mundo fez um monte de trabalhos 
para manter-te segura aqui –. 
–Mas é por mim?–, perguntou Jill. –Ou é para ajudar Lissa a manter o trono? Ela mal 
fala para mim desde que descobriu que nós éramos irmãs –. Essa conversa estava a ir 
em direcção a águas desagradáveis, em questões interpessoais que eu realmente não 
sabia como lidar. Eu não conseguia me imaginar em qualquer lugar das duas - Vasilisa 
ou Jill. A única coisa certa que eu sentia era de que não poderia ter sido fácil para 
ambas. 
–Tenho certeza que ela se preocupa com você–, eu disse, embora eu realmente não 
tivesse certa. –Mas provavelmente é estranho para ela, especialmente com todas as 
outras mudanças em sua vida também. Dá-lhe tempo. Foca nas coisas importantes 
primeiro - ficar aqui e permanecer viva. – 
–Você está certa–, disse Jill. Ela deitou em sua cama e olhou para o teto. –Estou nervosa 
com o amanhã, estar á beira de todos, em todas as aulas do dia. O que se eles reparem? 
E se alguém descobre a verdade sobre mim? – 
–Você esteve bem na orientação,– Eu assegurei-lhe. –Basta não mostrar suas presas. E, 
além disso, eu sou muito boa a convencer as pessoas que não viram o que eles pensam 
que viram. – 
A expressão de gratidão no seu rosto me lembrou desconfortavelmente Zoe. Elas eram 
tão parecidos em muitas maneiras, tímidas e incertas - mas intensas e ferozes, querendo 
desesperadamente provar-se. Eu tinha tentado proteger Zoe - e em seus olhos eu só 
falhei. Agora, estando aqui com Jill me fez entrar em conflito. De certa forma, eu 
poderia compensar o que eu não tinha sido capaz de fazer por Zoe. No entanto, mesmo 
como eu pensando nisso, alguma voz no interior dizia:’ Jill não é sua irmã. Ela é um 
vampiro. Isto é um negócio.’ 
–Obrigado, Sydney. Estou feliz por você estar aqui. –Ela sorriu e a culpa só torcida 
 
 
68 
ainda mais dentro de mim. 
–Você sabe, eu meio que tenho ciúmes de Adrian. Ele acha tão aborrecido estar com 
Clarence, mas ele não tem que se preocupar com conhecer novas pessoas ouque estava desapontado. 
Eu pude imediatamente adivinhar porque.Ela usava jeans e uma camiseta velha, e tinha 
em seus cabelos castanhos duas bonitinhastranças mal feitas. Para os padrões de outras 
pessoas, ela poderia estar apresentável, mas nãopara ele. Senti ela se encolhendo contra 
mim, e tentei me tornar mais alta e protetora. Depoisde ter certeza que sua condenação 
foi feita, nosso pai apresentou Zoe para os outros. Stantondeu a ela o mesmo aceno 
formal com a cabeça e virou em direção ao meu pai.–Eu não entendo Jared–, disse 
Stanton. –Qual das duas você vai usar ?––Bem, esse é o problema–, disse meu pai. –Zoe 
foi solicitada... mas nao tenho certeza se ela estápronta. Na verdade sei que ela não está. 
Ela teve somente o treinamento básico. Masconsiderando a recente experiência de 
Sydney...–Minha mente imediatemente começou a juntar as peças. Primeiro, e mais 
 
 
6 
importante, pareciaque eu não seria levada para o centro de reeducação. Ainda não, pelo 
menos. Isso era sobre outra coisa. Minha suspeita anterior estava correta. Tinha alguma 
missão ou tarefa emandamento e alguém queria Zoe porque ela, ao contrário de certos 
membros de sua família,não tinha um histórico de traição aos Alquimistas. Meu pai 
estava certo que ela tinha recebidosomente as instruções básicas. Nossos trabalhos eram 
hereditários, e eu tinha sido escolhidaanos atrás como uma próximo alquimista da 
família Sage. 
Minha irmã mais velha, Carly, tinha sido preterida e agora estava na faculdade – e era 
muito velha. Ele treinou Zoe como um back-up em contrapartida, no caso de algo 
acontecer comigo, como um acidente de carro ou um sequestro vampírico. 
Eu dei um passo a frente, sem saber o que eu ia dizer ate que eu falei. A única que eu 
sabia com certeza era que eu não poderia deixar Zoe ser sugada para os esquemas dos 
Alquimistas. Eu temia por sua segurança mais do que ir a um centro de reeducação e eu 
tinha muito medo disso. - Eu falei com um comité sobre minhas acções depois do que 
aconteceu, - disse – Tive a impressão de que eles entendiam por que eu fiz as coisas que 
fiz. Estou totalmente qualificada para servir de qualquer maneira que vocês precisem 
muito mais que a minha irmã. Tenho experiencia no mundo real. Eu conheço este 
trabalho por dentro e por fora. 
- Um pouco demais de experiencia no mundo real, se a memoria serve. – disse Staton 
secamente. 
-Eu, pelo menos gostaria de ouvir essas –razoes– de novo, - disse Barnes, usando seus 
dedos para fazer citações no ar. – Eu não estou entusiasmado em lançar uma garota 
semi-treinada a fora, mas eu tambem acho difícil acreditar que alguém que ajudou 
criminosos vampiros seja totalmente qualificada para servir. – mais citações 
pretensiosas no ar. 
Eu sorri de volta agradavelmente, mascarando minha raiva. Se eu mostrasse as minhas 
emoções verdadeiras, não ajudaria o meu caso. – Eu entendo, senhor. Mas Rose 
Hathaway foi consequentemente provada inocente do crime que tinha sido acusada. 
Então, eu não estava tecnicamente ajudando um criminoso. Minhas acções ajudaram a 
encontrar o verdadeiro assassino por fim. 
- Seja como for, nós e – você – não sabíamos que ela era –inocente– na época – disse 
ele. 
-Eu sei, - disse – e este é o problema. Você deveria ter acreditado no que os Alquimistas 
lhe disseram, e não fugir com as suas próprias teorias absurdas. No mínimo, você 
 
 
7 
deveria ter recolhido evidências e encaminhado aos seus superiores. 
Provas? Como eu poderia explicar que não havia provas que tinham me guiado para 
ajudar Rose, apenas uma sensação no meu intestino de que ela estava dizendo a 
verdade? Mas isso era algo que eu sabia e que eles nunca entenderiam. Todos nós 
somos treinados para acreditar no pior se sua espécie. 
Dizer para eles que eu tinha visto a verdade e honestidade nela não iria ajudar a minha 
causa aqui. Dizer a eles que eu tinha sido chantageada por outro vampiro para ajuda-la 
era uma explicação ainda pior. Havia apenas um argumento que os alquimistas, 
possivelmente, seriam capazes de compreender. 
-Eu…eu não contei a ninguém, porque eu queria ter todo o credito por isso. Eu estava 
esperando que, se eu desvendasse isto, eu poderia conseguir uma promoção e um 
trabalho melhor. 
Foi necessário cada grama de autocontrole que eu tinha para dizer esta mentira face a 
face. Eu me senti humilhada em fazer tal admissão. Como se a ambição pudesse 
realmente me levar a tais comportamentos extremos! Isso me fez sentir viscosa e 
superficial. Mas, como eu suspeitava, isto era algo que os outros Alquimistas poderiam 
entender. 
Michaelson bufou. – Mal orientado, mas não totalmente inesperado para sua idade. 
Os outros homens pareceram igualmente condescendentes, ate mesmo meu pai. Apenas 
Stanton olhou duvidosa, mas também, ela testemunhou mais do meu fiasco que eles 
Meu pai olhou para os outros, á espera de mais comentários. Quando nenhum veio, ele 
deu de ombros. – Se ninguém, tem objecções, então, eu prefiro que usemos Sydney. 
Não que eu mesmo entenda para que exactamente vocês precisam dela. – Havia um tom 
ligeiramente acusativo na voz dele que ainda não tinha sido preenchido. Jared Sage não 
gostou de ser deixado de fora. 
-Não tenho nenhum problema em usar a menina mais velha, - disse Barnes. – Mas 
mantenha a mais jovem por aqui ate os outros chegarem, caso tenham objecções. – 
Gostaria de saber quantos –outros– iriam se juntar a nós. O escritório de meu pai não 
era um estádio. Alem disso, quanto mais pessoas viessem, mais importante este caso, 
provavelmente, era. Minha pele ficou fria como se eu soubesse o que a atribuição 
poderia ser. Eu tinha visto os alquimistas encobrirem grandes catástrofes, com apenas 
uma ou duas pessoas. O quão colossal seria essa coisa a ponto de precisar dessa 
quantidade de ajuda? 
Horowitz falou pela primeira vez. – O que você quer que eu faça? 
 
 
8 
- Marque Sydney novamente, - disse Stanton decisivamente. – Mesmo que ela não vá, 
não vai feri-la ter a magia reforçada. Nenhum ponto de tinta em Zoey até que saibamos 
o que faremos com ela. 
 
Meus olhos piscaram para o rosto visivelmente nu – e pálido – da minha irmã. Sim. 
Enquanto não houvesse uma flor-de-lis lá, ela estava livre. Uma vez que a tatuagem 
fosse estampada em sua pele, não havia como voltar atrás. Você pertencia aos 
Alquimistas. 
 
A realidade disto só me bateu no último ano mais ou menos. Eu certamente nunca 
percebi que crescia. Meu pai tinha me deslumbrado desde muito jovem sobre a verdade 
do nosso dever. Eu ainda acreditava, mas desejava que ele também tivesse mencionado 
o quanto da minha vida isto iria consumir. 
 
Horowitz tinha montado uma mesa dobrável do outro lado do escritório do meu pai. Ele 
acariciou-a e me deu um sorriso amigável. 
 
- Vá em frente, - ele me disse. – Pegue seu bilhete. 
 
Barnes lhe lançou um olhar de desaprovação. – Por favor. Você poderia mostrar um 
pouco de respeito a este ritual, David. 
 
Horowitz apenas encolheu os ombros. Ele me ajudou a deitar, e embora eu estivesse 
com muito medo de sorrir de volta, eu esperava que a minha gratidão tivesse se 
mostrado nos meus olhos. Outro sorriso dele me disse que ele tinha entendido. Virando 
minha cabeça, vi como Barnes reverentemente posicionou uma maleta preta na mesa 
lateral. Os outros Alquimistas se reuniram em torno dela e deram as mãos. Ele deve ser 
o hierofante*, eu percebi. Boa parte do que os alquimistas faziam era baseado na 
ciência, mas algumas tarefas necessitavam da assistência divina. Afinal, nossa missão 
principal de proteger a humanidade estava enraizada na crença de os vampiros não eram 
naturais e iam contra o plano de Deus. É por isso que os hierofantes – nossos sacerdotes 
– trabalhavam lado a lado com os nossos cientistas. 
 
- Oh Lord, - entoou, fechando os olhos. – Abençoe esses elixires. Remova a mancha do 
 
 
9 
mal que eles carregam, para que seu poder vivificante brilhe apenasque se 
acostumar a uma nova escola. Ele simplesmente sai fora, vê TV, joga sinuca com o Lee, 
dorme…soa incrível. – Ela suspirou. 
–Eu suponho,– disse um pouco surpresa com os detalhes. –Como você sabe tudo isso? 
Você tem…você tem falado com ele desde que saímos? – Mesmo tendo dito aquilo, a 
ideia parecia improvável. Eu estava com ela a maioria do dia. 
O sorriso caiu de seu rosto. –Oh, não. Quero dizer, eu só imaginei que é o que está 
acontecendo. Ele mencionou alguns deles antes, só isso. Desculpe. Eu estou sendo 
melodramática e sem noção. Obrigado por me escutar… isso realmente me fez sentir 
melhor. – 
Sorri intimamente e não disse nada. Eu ainda não podia superar o facto de que eu estava 
começando a me sentir tão calorosa em relação a um vampiro. Primeiro Rose, agora 
Jill? Não importa o quão agradável ela era. Eu tinha que manter a nossa relação 
profissional de modo a que nenhum Alquimista pudesse me acusar de me ter afeiçoado. 
As palavras de Keith ecoaram na minha cabeça: amante de vampiro… 
Isso é ridículo, eu pensei. Não havia nada de errado em ser agradável para com aqueles 
sob meus cuidados, era normal, muito longe de –chegar muito perto– a eles. Certo? 
Empurrando de lado as minhas preocupações, me concentrei em terminar de desfazer as 
malas e pensar sobre a nossa nova vida aqui. Eu sinceramente esperava que amanhã 
corresse tão bem quanto eu tinha assegurado a Jill que seria. 
Infelizmente, isso não aconteceu. 
 
 
 
*Nevermore quer dizer nunca mais, mas como a rapariga se estava a referir como um nome, vamos 
manter em inglês 
 
 
 
 
 
 
 
 
69 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 6 
 
 
Para ser justa, o dia começou em grande. 
A luz do sol estava entrando pela janela quando acordei, e eu já podia sentir o calor 
mesmo que fosse de manhã cedo. Eu escolhi as peças mais leves do uniforme: uma saia 
cinza, combinando com uma blusa branca de mangas curtas.’Jóias simples’ eram 
permitidas e assim eu continuei com a cruz de ouro. Meu cabelo estava tendo um dos 
seus dias difíceis - que parecia ser mais frequentemente neste novo clima no que dos 
anteriores. Eu gostaria de poder puxá-lo em um rabo de cavalo, como Jill fez com o 
dela, mas tinha muitas camadas para fazer isso perfeitamente. Ficaram a bater pelos 
ombros em comprimentos diferentes, eu me perguntava se talvez era hora de crescer um 
pouco. 
Após um pequeno-almoço nenhum de nós realmente comeu, montamos o autocarro até 
ao Campus Central, que de repente, ficou cheio de gente. Apenas cerca de um terço dos 
alunos eram pensionistas. O resto eram moradores locais, e eles tinham acabado de 
voltar hoje. Jill mal falava durante todo o passeio inteiro e parecia estar doente 
novamente. Era difícil dizer, mas eu pensei que ela parecia mais pálida do que de 
costume. Seus olhos estavam vermelhos, mais uma vez, com pesadas olheiras. Eu tinha 
acordado uma vez de noite e a vi dormindo, então eu não tinha totalmente a certeza qual 
era o problema. As olheiras eram na verdade a primeira falha que eu já vi na pele de 
qualquer Moroi - sempre era perfeita, de porcelana. Não admira que normalmente ela 
poderia dormir até tarde. Ela não tinha que se preocupar com o pó e o correctivo que eu 
 
 
70 
utilizava. 
Enquanto a manhã avançava, Jill se manteve mordendo o lábio e olhando ao redor 
preocupada. Talvez ela estivesse apenas nervosa sobre imergindo-se em um mundo 
povoado inteiramente com humanos. Ela não parecia de todo preocupada com a lógica 
de estar no quarto certo e completar o trabalho. Que foi o aspecto que ainda me assustou 
um pouco. É só pegar uma aula para outra, eu disse a mim mesma. Isso é tudo que você 
precisa fazer. 
Minha primeira aula era história antiga. Eddie estava nele também, e ele praticamente 
me jogou para o chão quando me viu. –Ela está bem? Você a viu? – 
–Bem, nós compartilhamos um quarto, então sim.– Sentamo-nos em mesas vizinhas. Eu 
sorri para Eddie. –Relaxe. Ela esta bem. Ela parecia nervosa, mas não a posso culpar –. 
Ele balançou a cabeça mas ainda parecia incerto. Ele deu toda a sua atenção para a 
frente da sala, quando o professor se apresentou, mas havia uma inquietação sobre 
Eddie quando ele se sentou, como se ele pudesse parar a si mesmo de saltar para fora e 
ir ver como Jill estava. 
–Bem-vindo, bem-vindo.– Nosso instrutor era uma mulher de seus quarenta e tais, com 
listras brancas no rijo cabelo preto, e uma energia nervosa suficiente para rivalizar com 
a Eddie - e se o seu copo de café gigante era qualquer indicação, não foi difícil descobrir 
o porquê. Eu também fiquei um pouco ciumenta e desejava que fosse permitido ter 
bebidas nas aulas - particularmente desde que a cafetaria do dormitório não servia café. 
Eu não sabia como iria sobreviver nos próximos meses com a cafeína dos dias livres. 
Seu guarda-roupa era constituído por padrões de xadrez na diagonal. –Eu sou a Sra. 
Terwilliger, a vossa ilustre guia na jornada maravilhosa que é história antiga.– Ela falou 
rapidamente, numa voz grandiosa que fez alguns dos meus colegas quebrar os seus 
risinhos. Ela apontou para um jovem que estava sentado atrás dela, perto da grande 
mesa. Ele observou a classe com uma expressão entediada, mas quando ela se virou 
para ele, ele se animou. –E este é o meu co-guia, Trey, que eu acredito que alguns de 
vocês conhece. Trey é o meu assessor de estudante para este período, então ele vai se 
escondendo maioritariamente nos cantos e arquivando papéis. Mas vocês devem ser 
simpáticos com ele, pois ele pode muito bem ser o único que coloca as vossas notas no 
meu computador –. 
Trey deu um pequeno aceno e sorriu para alguns de seus amigos. Ele tinha a pele muito 
bronzeada e cabelo preto cujo comprimento sacudiu com as regras do código de 
vestimenta. O uniforme cuidadosamente passado de Amberwood deu-lhe a ilusão de 
 
 
71 
negócios, mas houve um brilho travesso em seus olhos escuros que me fez pensar que 
ele realmente não queria ser um ajudante sério. 
–Agora–, continuou a Sra. Terwilliger. –A História é importante porque nos ensina 
sobre o passado. É pela aprendizagem sobre o passado, que você chega a compreender o 
presente, para que você possa tomar suas decisões fundamentadas sobre o futuro. – 
Ela fez uma pausa dramática para deixar essas palavras afundar dentro, uma vez que ela 
estava convencida de que estávamos impressionados, ela se moveu para um laptop que 
estava ligado a um projector. 
Ela empurrou algumas teclas, e uma imagem de uma construção branca com pilares 
apareceu na tela a frente da sala. 
–Agora, então. Alguém pode me dizer o que é isso? – 
–Um templo?– Alguém puxou para fora. 
–Muito bem, senhor …?– 
–Robinson–, pronunciou o rapaz. 
Ms. Terwilliger pegou numa prancheta e procurou na lista. –Ah, aí está você. Robinson. 
Stephanie. – 
–Stephan–, corrigiu o rapaz, corando quando alguns dos seus amigos riram. 
Ms. Terwilliger empurrou os óculos do nariz e apertou os olhos. –Pois você é. Graças a 
Deus. Estava agora a pensar o quão difícil deve ser a sua vida com tal nome. As minhas 
desculpas. Eu quebrei meus óculos num acidente parvo de croquet* neste fim de 
semana, me forçando a trazer os meus velhos hoje. Assim, Stephan-não- Stephanie, 
você está correcto. É um templo. Você pode ser mais específico? – 
Stephan balançou a cabeça. 
–Mais alguém pode oferecer qualquer conhecimento?– 
Quando só o silêncio conheceu a Sra. Terwilliger, tomei um fundo respiro e levantei 
minha mão. Tempo para ver o que era ser um verdadeiro estudante. Ela assentiu com a 
cabeça na minha direcção. 
–É uma Acrópole**, senhora.– 
–De fato é–, disse ela. –E seu nome é?– 
–Sydney–. 
–Sydney… – Ela verificou a prancheta e olhou com espanto. –Sydney Melbourne? Meu 
Deus. Você não soa como Australiana –. 
–Er, é Sydney Melrose, senhora–, eu corrigi. 
Ms. Terwilliger fez uma carranca e entregou a prancheta a Trey, que parecia pensar que 
 
 
72 
meu nome eraa coisa mais engraçada de sempre. –Você assume, Sr. Juarez. Sua jovens 
olhos são melhores que os meus. Se eu continuar com isso, vou continuar 
transformando rapazes em raparigas e moças perfeitamente legais em criminosos. Por 
isso.– Ms. Terwilliger focou-se novamente para mim. –A Acrópole. Sabe alguma coisa 
sobre isso? – 
Os outros estavam me observando, principalmente com curiosidade amigável, mas eu 
ainda senti a pressão de ser o centro das atenções. Concentrando-me exclusivamente na 
Sra. Terwilliger, disse: –É parte da Acrópole, senhora. Em Atenas. Foi construído no 
século V a.C. – 
–Não precisa me chamar de 'senhora'–, disse a Sra. Terwilliger . –Embora seja 
refrescante obter um pouco de respeito para variar. E brilhantemente respondeu. – 
Ela olhou por cima do resto da sala. –Agora, diga me isso. Por que diabos devemos nos 
preocupar sobre Atenas ou qualquer coisa que ocorreu ao longo de 1500 anos atrás? 
Como isso pode ser relevante para nós hoje? – 
Mais silêncio e olhos incertos. Quando a insuportável calma se arrastou por que 
pareceram horas, eu comecei a levantar a minha mão de novo. Ms. Terwilliger sem 
aviso prévio e olhou para Trey, que estava descansando seus pés sobre a mesa do 
professor. O rapaz imediatamente caiu com as pernas e se endireitou. 
–Mr. Juarez –, declarou a Sra. Terwilliger. –Tempo para ganhar seu sustento. Você 
tomou esta classe no ano passado. Pode de lhes dizer por que os eventos da antiga 
Atenas são relevantes para nós hoje? Se você não fizer isso, então eu vou ter que 
chamar a senhorita Melbourne novamente. Ela parece que sabe a resposta, e pense na 
vergonha que seria para você. – 
Os olhos de Trey chicotearam para mim e depois voltar para a professora. –O nome dela 
é Melrose, não Melbourne. E a democracia foi fundada em Atenas no século VI. Um 
monte de procedimentos que se colocaram no lugar estão ainda hoje em vigor no nosso 
governo. – 
Ms. Terwilliger apertou sua mão sobre o coração dramaticamente. –Você estava 
prestando atenção no ano passado! Bem, quase. Sua data está errada. –Seu olhar caiu 
sobre mim. 
–Eu aposto que você sabe a data em que a democracia foi iniciado em Atenas. – 
–No século V–, respondi imediatamente. 
Que rendeu-me um sorriso da professora e um brilho intenso de Trey. O resto da turma 
procedeu da mesma maneira. Ms. Terwilliger continuou ao seu estilo extravagante e 
 
 
73 
destacou números de momentos importantes e lugares que íamos estudar com mais 
detalhes. Eu descobri que poderia responder a qualquer pergunta que ela pedisse. Uma 
parte de mim disse que eu deveria racionar para mim, mas eu não poderia ajudar. Se 
ninguém sabia a resposta, me senti obrigada a fornecê-la. E sempre que fazia isso, Ms. 
Terwilliger diria: –Trey, você sabia disso? – eu estremecia. Eu realmente não queria 
fazer inimigos no meu primeiro dia. Os outros alunos me olhava curiosamente quando 
eu falava, o que fez me um pouco de auto-consciente. Eu também vi alguns deles 
trocaram olhares de conhecimento cada vez que eu respondia, como se estivessem 
dentro em algum segredo que eu não estava. Isso me preocupou mais do que o irritante 
Trey. Será que fazia soar como se eu estivesse me mostrando? Eu estava muito insegura 
das políticas sociais daqui para entender o que era normal e o que não era. Esta era uma 
escola academicamente competitiva. Certamente não era uma coisa ruim para ser 
educado? 
Ms. Terwilliger nos deixou com a atribuição de ler os dois primeiros capítulos do nosso 
livro. Os outros gemeram, mas eu estava animada. Eu adorava história, especificamente 
história da arte e arquitectura. Minhas aulas particulares tinham sido agressivas e bem 
aprofundadas, mas esta disciplina especificamente meu pai pensava que eu não 
precisava de perder muito com ela. Eu tive que estudar isso no meu próprio tempo, e foi 
tanto surpreendente e luxuoso de pensar que eu tinha agora uma classe cujo único 
objectivo era aprender sobre isso e que meu conhecimento seria avaliado -pelo 
professor, pelo menos. 
Eu separei-me de Eddie e depois disso e fui para a Aula Avançada (AA) de Química. 
Enquanto eu estava esperando pela classe para começar, Trey deslizou numa mesa ao 
meu lado. 
–Então, Miss Melbourne–, disse ele, imitando a voz da Sra. Terwilliger . –Quando você 
estará iniciando a sua própria classe de história? – 
Estava arrependida por Ms.Terwilliger tê-lo picado, mas não gostei do seu tom. –Você 
está realmente tomando esta aula? Ou você está indo se espreguiçar mais um pouco 
mais e fingir estar ajudando o professor? – 
Isso trouxe um sorriso irónico no seu rosto. –Oh, eu estou nesta, infelizmente. E eu era 
o melhor aluno de Ms. T no ano passado. Se você for tão boa em química como você é 
em história, então eu vou agarrar você para minha parceira de laboratório. Eu vou ser 
capaz de tomar fora o semestre inteiro. – 
Química era uma parte crucial do ofício Alquimista, e eu duvidava que houvesse algo 
 
 
74 
nesta aula que eu não já soubesse. Os alquimistas tinham surgido na Idade Média como 
–cientistas mágicos– tentando 
transformar chumbo em ouro. A partir dessas primeiras experiências, eles tinham ido 
descobrir as propriedades especiais do sangue de vampiro e como ele reagia com outras 
substâncias, eventualmente, ramificando-se em uma cruzada para manter os vampiros e 
os seres humanos separados um do outro. Esse pano de fundo científico, e o nosso 
trabalho actual com sangue de vampiro, fez da química um dos temas principais da 
minha educação infantil. Eu recebi o meu primeiro kit de química quando eu tinha seis 
anos. Enquanto outras crianças estavam a aprender o alfabeto, o meu pai me tinha 
atormentado com ácido e com base em flashcards ***. 
Incapaz de admitir tanto a Trey, desviei o meu olhar e casualmente escovei os cabelos 
do meu rosto. –Estou numa boa nisto aqui. – 
Seu olhar se mudou para minha bochecha, e um olhar de compreensão veio sobre ele. –
Ah. Então é isso. – 
–O que é isso?– perguntei. 
Ele apontou para o meu rosto. –Sua tatuagem. Isso é o que ela faz, hein? – 
Movendo o meu cabelo, eu revelei o lírio de ouro. –O que você quer dizer?– perguntei. 
–Você não tem que jogar de modesta comigo–, disse ele, revirando os olhos escuros. –
Eu entendo. Quero dizer, parece me mais batota, mas eu não acho que todo mundo se 
preocupe com honra. Muito corajoso para tê-la em seu rosto, no entanto. Eles são contra 
o código de vestuário você sabe - não que impeça qualquer um. – 
Eu mudei de posição e deixei meu cabelo cair de volta no lugar. –Eu sei. Eu pretendia 
maquilha-la e esqueci. Mas o que você quer dizer com batota? – 
Ele simplesmente balançou a cabeça numa maneira que claramente disse que eu tinha 
sido demitida. Eu sentei-me lá sentindo desamparada, perguntando o que eu tinha feito 
de errado. Logo, minha confusão foi substituída pela tristeza quando nosso instrutor nos 
deu uma introdução da aula e a sua matéria. Eu tinha um estojo de química atrás do meu 
quarto e que era mais extensa que a de Amberwood. Oh bem. Eu supunha que uma 
pequena revisão elementar não me faria mal. 
Minhas outras aulas progrediram de forma similar. Eu estava a cima de todos as minhas 
disciplinas e encontrei-me a responder a cada pergunta. Isso me fez estar bem com meus 
professores, mas eu não poderia avaliar as reacções do resto dos meus colegas. Eu ainda 
vi um monte de abaladas cabeças pesarosas e expressões intrigadas - mas só realmente 
Trey condenou. Eu não sabia se devia conter-me ou não. 
 
 
75 
Passei por Kristin e Julia um par de vezes, e elas lembraram-me de me juntar a elas no 
almoço. Eu fui, encontrando-as sentadas numa mesa do canto no refeitório Este. Elas 
acenaram-me, e teci através das linhas de mesas, fazendo uma verificação rápida, 
esperando ver Jill. Eu não tinha cruzado com ela todo o dia, mas isso não era muito 
preocupante, considerando nossos horários. Presumivelmente, ela estava a comer nooutro refeitório, talvez com Eddie ou Micah. 
Kristin e Julia foram amistosa, conversando comigo sobre como o meu primeiro dia 
tinha corrido e transmitiram alguns conselhos sobre alguns dos professores que tinham 
tido antes. Elas eram seniores como eu, e nós compartilhávamos algumas aulas. 
Passamos a maior parte do almoço na troca básica de informação, como para onde nós 
estávamos todos a ir. Não foi até o almoço estar a acabar que eu comecei a receber 
algumas respostas às perguntas que tinham me incomodando durante todo o dia. Apesar 
de requerer um chumaço de ainda mais perguntas primeiro. 
–Então–, disse Kristin, inclinando-se sobre a mesa. –Será que isso lhe dá apenas uma 
super memória? Ou será que faz como, eu não sei realmente, mudar o seu cérebro e 
fazer você mais inteligente? – 
Julia revirou os olhos. –Isso não pode fazer-te mais inteligente. Tem que ser memória. 
O que eu quero saber é, quanto tempo isso dura? – 
Olhei para trás e para frente entre elas, mais confusa do que nunca. –Qualquer coisa que 
você estava falando não pode me fazer mais inteligente, porque eu fiquei tão perdida 
agora –. 
Kristin riu. –Sua tatuagem. Ouvi dizer que você respondeu a todas as perguntas mais 
difíceis de matemática. E um amigo meu está na sua aula de história e disse-me que 
você a domina também.Estamos tentando descobrir como a tatuagem ajuda você. – 
–Ajudar-me…responder às perguntas? – perguntei. Seus rostos confirmaram. –Não 
ajuda. Essas coisas…isso é só, bem, eu. Eu simplesmente sei as respostas. – 
–Ninguém é tão inteligente–, argumentou Julia. 
–Não é essa loucura. Eu não sou nenhum génio. Eu acho que acabei por aprender muito. 
Eu tinha aulas particulares a maior parte do tempo, e meu pai era realmente…exigente, 
– eu adicionei, pensando que aquilo pudesse ajudar. 
–Oh–, disse Kristin, brincando com a longa trança. Eu notei que ela usava o seu cabelo 
escuro em várias práticas maneiras, enquanto a Julia usava o seu sempre de forma 
provocante e despenteado. –Eu acho que poderia ser ele… mas então, o que faz sua 
tatuagem fazer? – 
 
 
76 
–Não faz nada–, disse, porem, mesmo quando eu falei as palavras, senti um leve 
formigueiro na minha carne. A tatuagem tinha uma espécie de magia que me impedia de 
falar sobre qualquer coisa, relacionada com os Alquimistas, aqueles que não faziam 
parte do círculo íntimo. Isto tinha sido a tatuagem que me impede de falar muito, não 
que houvesse qualquer necessidade. –Eu simplesmente achei que era legal.– 
–Oh–, disse Julia. As duas meninas pareciam inexplicavelmente desapontadas. 
–Por que diabos você achava que a tatuagem estava a fazer-me inteligente? –Eu 
perguntei. 
O toque da campainha interrompeu a nossa conversa, lembrando a todos nós que era 
hora de ir para a nossa próxima aula chegar. Houve uma pausa enquanto Kristin e Julia 
consideravam alguma coisa. Kristin parecia ser a líder das duas, porque foi ela quem 
deu um decisivo aceno de cabeça. Tive a nítida sensação de que estava sendo avaliada. 
–Ok–, disse ela, finalmente, dando-me um grande sorriso. –Nós vamos preencher-te 
mais sobre tudo, depois.– 
Marcamos um tempo para sair e estudar mais tarde, depois separamo-nos. Minha 
impressão era de que ia ser mais de socializar do que estudar, o que estava bem comigo, 
mas eu fiz uma nota mental para fazer os deveres de casa primeiro. O resto do dia 
passou rapidamente, e recebi uma nota numa das aulas vinda de Molly a conselheira. 
Como esperado, eu passei em todos os cursos de linguagem, e ela queria que eu 
passasse por lá e discutir assuntos para durante o último período, quando tecnicamente 
não tinha aula. Isto significava que o meu dia de escola seria oficialmente encerrado 
com EF. 
Eu mudei para o meu equipamento de ginástica que eram uns calções e uma T-shirt de 
Amberwood, e caminhei para fora , com os outros, para o sol quente. Eu senti um pouco 
do calor entre as aulas de hoje, mas não foi até que eu realmente tive que ficar no 
exterior por qualquer período de tempo que eu realmente e verdadeiramente apreciei o 
facto de que estávamos no deserto. Olhando em volta para os meus colegas, que eram 
rapazes e raparigas de todas os anos, que eu vi que não era a única a transpirar. Eu 
raramente queimava, mas me lembrei de pegar protector solar para ser seguro. Jill iria 
precisar dele também. 
Jill! 
Olhei ao redor. Eu quase esqueci que Jill deveria estar na mesma aula. Excepto, onde 
estava ela? Não havia sinal dela. Quando o nosso instrutor, Miss Carson, fez a chamada, 
ela nem mesmo disse o nome de Jill. Gostaria de saber se tinha havido uma mudança no 
 
 
77 
horário de última hora. 
Miss Carson julgava em saltar directo para a acção. Estávamos divididos em equipes de 
voleibol e eu me vi de pé ao lado de Micah. Sua exposição, pele sardenta estava ficando 
rosa, e eu quase quis sugerir protector solar para ele. Ele deu me um de seus sorrisos 
simpáticos. 
–Hey,– eu disse. –Você não viu a minha irmã hoje, viu? Jill? – 
–Não–, disse ele. Uma ligeira carranca atravessou a testa. –Eddie estava procurando por 
ela na hora do almoço. Ele imaginou que ela estava comendo com você em seu 
dormitório. – 
Eu balancei minha cabeça, uma incómoda sensação nasceu no meuestômago. O que 
estava acontecendo? Cenários de pesadelo passaram pela minha mente. Eu pensava que 
Eddie era exagerado com a sua vigilância, mas tinha algo acontecido com a Jill? Seria 
possível que, apesar de todos os nossos planos, um dos inimigos de Jill tinha deslizou lá 
dentro e raptando-a debaixo dos nossos narizes? Eu ia ter que dizer aos alquimistas - e 
ao meu pai- que tínhamos perdido Jill no primeiro dia? Pânico passou por mim. Se eu 
não estava prestes a ser enviada para um centro de reeducação antes, eu definitivamente 
estava no caminho para uma agora. 
–Você está bem?– Micah perguntou, estudando-me. –A Jill está bem? – 
–Eu não sei–, disse. –Desculpe-me.– Sai fora da minha formação de equipe e corri até 
onde a Miss Carson estava supervisionando. 
–Sim–, ela me perguntou. 
–Sinto muito incomodá-lo, minha senhora, mas eu estou preocupada com a minha irmã. 
Jill Melrose. Sou Sydney. Ela deveria estar aqui. Você sabe se ela de aula? – 
–Ah, sim. Melrose. Eu tenho uma nota do gabinete, apenas antes da aula, que ela não 
iria estar presente hoje. – 
–Será que eles dizeram por quê?– Miss Carson abanou a cabeça se desculpando e latiu 
uma ordem para um cara que estava atrasado. Eu voltei para a minha equipe, com a 
mente a girar. Bem, pelo menos alguém tinha visto Jill hoje, mas porque diabos ela não 
estava presente? 
–Ela está bem?– Micah perguntou-me. 
–Eu…Eu acho. Miss Carson parecia saber que ela não vinha para a aula, mas não sabia 
porquê. – 
–Existe alguma coisa que eu posso fazer?–,perguntou. –Para ajudar ela? Er, vocês? – 
–Não, obrigado. Obrigada por perguntar – Eu desejei que tivesse um relógio ao redor. –
 
 
78 
Vou ver como ela esta, logo que a aula acabe.– Um pensamento ocorreu-me de repente. 
–Mas Micah? Não diga nada para Eddie. – 
Micah me deu um olhar curioso. –Por que não?– 
–Ele é super protector. Ele vai se preocupar quando não é provavelmente nada –.Além 
disso, ele vai virar a escola toda procurando por ela. 
Quando a aula terminou, eu tomei um banho rápido e mudei de roupas antes de ir ao 
edifício administrativo. Eu estava desesperada por correr de volta ao dormitório 
primeiro para ver se Jill estava lá, mas eu não poderia chegar atrasada para o 
compromisso. Enquanto eu caminhava por um corredor em direcção ao escritório de 
Molly, passei por uma das principais e tive uma ideia. Eu parei para falar com a 
secretária de atendimento antes de ir para o compromisso. 
–Jill Melrose–, afirmou a secretária balançando a cabeça. –Ela foi enviada de volta ao 
seu dormitório. – 
–Enviada de volta?–, exclamei. –O que isso quer dizer? – 
–Eu não tenho autorização para dizer.– Muito melodramáticos? 
Irritada e mais confusado que nunca, eu fui para o escritório de Molly, levando o 
conforto no fato de que, mesmo se a ausência de Jill fosse misteriosa, pelo menos, foi 
sancionado pela escola. Molly me disse que eu poderia escolher outra disciplina ou me 
envolver em algum tipo de estudo independente no lugar de um idioma, se eu tivesse 
um professor para me patrocinar. Uma ideia surgiu na minha cabeça. 
–Posso lhe confirmar isso amanhã?– perguntei. –Preciso falar com alguém em primeiro 
lugar. – 
–Claro–, disse Molly. –Basta decidir em breve. Você pode voltar ao seu dormitório 
agora, mas não podemos ter você vagando por aí todos os dias durante este tempo. – 
Assegurei-lhe que ela teria uma resposta em breve e virei costas. O autocarro 
frequentemente não percorria durante as aulas, então só me faltava andar uma milha. 
Ela levou apenas 15 minutos, mas senti o dobro do tempo no calor. Quando eu 
finalmente alcancei o quarto do dormitório, alívio me inundou. Suspensa ali dentro do 
quarto, como se nada estranho tivesse acontecido, estava Jill. 
–Está tudo bem!– 
Jill estava deitada na cama, lendo seu livro novamente. Ela olhou melancolicamente. –
Yeah. Mais ou menos–. 
Sentei-me na minha própria cama e arranquei meus sapatos. –O que aconteceu? Entrei 
num ataque de pânico quando você não estava na sala de aula. Se Eddie soubesse… – 
 
 
79 
Jill sentou-se. –Não, não diga a Eddie. Ele vai passar-se –. 
–Ok, ok. Mas diga-me o que aconteceu. Eles disseram que você foi enviada para cá? – 
–Sim–. Jill fez uma careta. –Porque eu fui chutada para fora na minha primeira aula. – 
Eu fiquei sem palavras. Eu não poderia imaginar o que a doce, tímida Jill , pudesse ter 
feito para justificar isso. Oh, Deus. Espero que ela não tenha mordido alguém. Todos 
esperavam que fosse eu a ter problemas de adaptação num horário escolar. Jill deveria 
ser a profissional. 
–Porque você foi chutada para fora?– 
Jill suspirou. –Por ter uma ressaca.– 
Extra muda. –O quê?– 
–Eu estava doente. Ms. Chang – minha professora - olhou para mim e disse que ela 
poderia ver uma ressaca um quilómetro de distância. Ela me mandou para o escritório 
por quebrar regras da escola. Eu lhes disse que estava apenas doente, mas ela continuou 
dizendo que ela conhecia. O director disse, finalmente, que não havia nenhuma maneira 
de provar o porque de eu estar doente, então eu não fui castigada, mas eu não tinha 
permissão para ir ao resto das minhas aulas. Eu tinha que ficar aqui durante o resto do 
dia na escola. – 
–Isso é…isso é idiota! – Eu tirei os meus pés e comecei a andar. Agora que eu tinha 
recuperado a minha inicial descrença, eu estava simplesmente indignada. –Eu estava 
com você ontem à noite. Você dormiu aqui. Eu deveria saber. Eu acordei uma vez, e 
você estava aqui. Como pode Ms.Chang fazer até mesmo uma acusação como essa? Ela 
não tinha provas! A escola também não. Eles não tinham o direito de te enviar para fora 
da aula. Eu deveria ir direita ao escritório agora! Não, eu vou falar com Keith e com os 
Alquimistas e temos os nossos –pais– a fazer uma reclamação –. 
–Não, espere, Sydney.– Jill pulou e pegou no meu braço, como se receasse que eu 
marchasse para fora e fosse lá. –Por favor. Não. Basta deixar ir. Eu não quero causar 
mais problemas. Eu não recebi qualquer marca ruim. Eu não fui realmente castigada. – 
–Você estará atrasada em suas aulas–, eu disse. –Isso é punição suficiente. – 
Jill balançou a cabeça, os olhos arregalados. Ela estava com medo, eu percebi, mas eu 
não tinha ideia de por que ela não gostaria de contar. Ela foi vítima aqui. –Não, está 
tudo bem. Eu vou alcança-las. Não há consequências a longo prazo. Por favor, não faça 
disto um grande problema. Os outros professores provavelmente pensaram que eu 
estava doente. Eles provavelmente nem sequer sabem sobre as acusações. – 
–Não é certo, porém,– Eu rosnei. –Eu posso fazer algo sobre isto. É por isso que estou 
 
 
80 
aqui, para ajudar você –. 
–Não–, disse Jill inflexivelmente. –Por favor. Deixá-lo ir. Se você realmente quer 
ajudar… –Ela desviou os olhos. 
–O quê?– Eu perguntei, ainda cheia de fúria.–O que você precisa? Diz. – 
Jill olhou para cima. –Eu preciso de você…Eu preciso que você me leve a Adrian –. 
 
 
* jogo de recreação, sendo posteriormente transformando-se em esporte, que constitui em golpear bolas 
de madeira ou plástico através de arcos encaixados no campo de jogo. 
** 
http://3.bp.blogspot.com/_zJnnt6UwOTA/SiHj6_OcM2I/AAAAAAAAATY/Qt3IqAEmEGo/s400/acrop
ole.jpg 
***Um cartão impresso com as palavras ou números e rapidamente exibida como parte de uma boa 
aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://3.bp.blogspot.com/_zJnnt6UwOTA/SiHj6_OcM2I/AAAAAAAAATY/Qt3IqAEmEGo/s400/acropole.jpg
http://3.bp.blogspot.com/_zJnnt6UwOTA/SiHj6_OcM2I/AAAAAAAAATY/Qt3IqAEmEGo/s400/acropole.jpg
 
 
81 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 7 
 
 
–ADRIAN?– EU DISSE SURPRESA. –O que ele tem a ver com tudo isso?– 
Jill simplesmente sacudiu a cabeça e me olhou suplicante. –Por favor. Só me leve até 
ele.– 
–Mas nós voltaremos aqui em alguns dias para sua alimentação.– 
–Eu sei,– disse Jill. –Mas eu preciso vê-lo [i]agora[/i]. Ele é o único que vai entender.– 
Eu acho dificil de acreditar. –Você está dizendo que eu não entenderia? O que até 
mesmo Eddie não o faria?– 
Ela gemeu. –Não. Você [i]não[/i] pode dizer ao Eddie. Ele vai surtar.– 
Eu tentei não fazer uma careta enquanto eu ponderava tudo. Por que a Jill precisaria ver 
o Adrian depois desse acidente na escola? Adrian não pode fazer nada para ajudar que 
[i]eu[/i] não faria. Como uma Alquimista, eu estava na melhor posição para prestar uma 
queixa. Será que Jill quer apoio moral? Eu me lembrei de como Jill abraçara Adrian se 
despedindo e de repente me perguntei se ela tinha uma queda por ele. Porque, com 
certeza, se Jill precisava se sentir protegida por alguém, Eddie seria uma escolha 
melhor. Ou não? Eddie provavelmente derrubaria escrivaninhas de tanto ultrage. 
Esconder disso dele talvez não fosse uma má ideia. 
–Certo,– eu disse por fim. –Vamos lá.– 
Eu nos inscrevi para uma viagem fora do campus, o que necessitou alguma persuasão. 
Senhora Weathers foi ligeira em lembrar-nos que Jill havia sido banida para seu 
dormitório pelo resto do dia escolar. Eu fui ligeira em lembrá-la que as aulas estavam 
 
 
82 
quase terminadas. Senhora Weather não pôde negar a lógica, mas ainda assim nos fez 
esperar dez minutos inteiros até que o ultimo sinal tocasse. Jill ficou sentada lá, batendo 
seu pé ansiosamente contra uma cadeira. 
Nós dirigimos meia hora até o estado de Clarence, nas montanhas. Eu realmente não 
sabia qual assunto puxar. –Como foi seu primeiro dia de aula?– era dificilmente um 
assunto apropriado. E de qualquer forma, toda vez em que eu pensava nisso, eu só 
ficava mais irritada. Eu não conseguia acreditar que algum professor teria a audácia de 
acusar Jill de beber e ficar de ressaca. Não havia realmente um jeito de provar aquilo, e 
além do mais, você podia perceber depois de passar cinco minutos com ela que isso era 
impossivel. 
Uma humana de meia idade nos cumprimentou na porta. Seu nome era Dorothy, e ela 
era a caseira e alimentadora de Clarence. Dorothy era agradável o bastante, um pouco 
distraída, e vestia um vestido cinza justo de gola alta, para esconder as marcas de 
mordida em seu pescoço. Eu sorri de volta para ela e mantive meu modo profissional, 
mas não pude evitar um arrepio quando pensei no que ela era. Como alguém poderia 
fazer aquilo? Como alguém poderia oferecer seu sangue de tão bom grado assim? Meu 
estômago revirou, e eu me vi mantendo certa distância dela. Eu não queria nem ao 
menos encostar meu braço no dela por acidente enquanto caminhasse. 
Dorothy nos guiou de volta para a sala onde nos sentamos no dia anterior. Não havia 
sinal algum de Clarence, mas Adrian estava deitado num sofá de pelúcia verde, 
assistindo a umaTV que tinha sido habilmente escondida dentro de um armário de 
madeira ornamentado na última vez. Quando ele nos viu, desligou a TV com o controle 
remoto e se sentou. Dorothy pediu licença e fechou as portas francesas atrás dela. 
–Bem, isso é uma surpresa legal,– ele disse. Ele nos olhou. Jill havia trocado para suas 
roupas normais durante seu dia de isolamento hoje, mas eu ainda tinha a blusa e saia da 
Amberwood. –Sábia, vocês não deveriam ter uniformes? Isso se parece com algo que 
você usa normalmente.– 
–Gracinha,– eu disse, contendo-me para não rolar os olhos. 
Adrian fez uma reverência brincalhona. –Cuidado. Você quase sorriu.– Ele pegou uma 
garrafa de conhaque de uma mesa próxima. Pequenos copos estavam arrumados ao 
redor da mesma, e ele serviu para o mesmo uma quantidade generosa. –Vocês querem?– 
–Estamos no meio da tarde,– eu disse, incrédula. Não que realmente me importasse que 
horas eram. 
–Eu tive uma ressaca estranha,– ele declarou, fazendo-nos um falso brinde. –Essa é a 
 
 
83 
cura.– 
–Adrian, eu preciso falar com você,– disse Jill seriamente. 
Ele a olhou, o sorriu se dissipando de seu rosto. –O que foi, [i]Jailbait[/i]?– 
Jill olhou para mim, desconfortável. –Você se importaria...– 
Eu peguei a dica e tentei não demonstrar o quão irritada eu estava com todos os 
segredos. –Claro. Eu vou só... eu vou lá pra fora de novo.– Eu não curti a ideia de ficar 
exilada, mas não havia a minima possibilidade deu caminhar pelos corredores da casa 
velha. Eu encararia o calor. 
Eu não estava muito longe no corredor quando alguém surgiu na minha frente. Eu soltei 
um gritinho e quase pulei um metro no ar. Uma batida de coração depois, eu percebi que 
era Lee – não que isso houvesse me acalmado muito. Não importa o quão amiga eu era 
desse grupo, velhas defesas dentro de mim apareceram ao ficar sozinha com um novo 
vampiro. 
Ir de encontro a ele não ajudou também porque meu cerébro interpretou isso como 
[i]um ataque![/i] Lee ficou de pé ali, encarando-me. Pela expressão em seu rosto, ele 
estava tão surpreso ao me encontrar em sua casa – apesar de não estar tão surpreso 
quanto eu. 
–Sydney?– perguntou Lee. –O que você está fazendo aqui?– 
Em questão de segundos, meu medo se tornou constrangimento, como se eu tivesse sido 
pega perambulando. –Oh... Estou aqui com a Jill. Ela meio que teve um dia dificil e 
precisava falar com o Adrian. E queria dar a eles alguma privacidade e estava apenas 
indo... uh, lá pra fora.– 
A confusão de Lee se tornou um sorriso. –Você não precisa fazer isso. Não há 
necessidade de se isolar. Vamos lá, estava indo pegar um lancha na cozinha.– Meu rosto 
deve ter mostrado meu horror, porque ele riu. –Não do tipo humano.– 
Eu corei e o segui. –Desculpa,– eu disse. –É um instinto.– 
–Sem problemas. Vocês Alquimistas são um pouco agitados, sabe.– 
–Sim,– eu ri, desconfortável. –Eu sei.– 
–Eu sempre quis conhecer um de vocês, mas vocês certamente não são o que eu 
esperava.– Ele abriu a porta de uma espaçosa cozinha. O resto da casa podia ser 
estranha e antiquada, mas dentro daqui, tudo era brilhante e moderno. –Se te faz se 
sentir um pouco melhor, você não é tão ruim quanto Keith. Ele esteve aqui mais cedo e 
estava tão nervoso, ele literalmente se manteve olhando por cima do ombro.– Lee 
pausou, pensantivo. –Eu acho que é porque Adrian ficou rindo como um cientista louco, 
 
 
84 
como nesses filmes preto e branco que ele estava assistindo.– 
Eu parei abruptamente. –Keith esteve aqui – hoje? Pra quê?– 
–Você teria que perguntar ao Pai. Foi com ele que Keith conversou a maior parte do 
tempo.– Lee abriu a geladeira e pegou uma lata de Coca. –Quer uma?– 
–Eu – uh, não. Muito açucar.– 
Ele pegou outra lata. –Diet?– 
Eu hesitei apenas um momento antes de pegá-la. –Claro. Obrigada.– Eu não havia 
planejado comer ou beber algo nessa casa, mas a lata me pareceu segura o bastante. 
Estava selada e parecia ter vindo diretamente de uma mercearia humana, e não de algum 
caldeirão vampirico. Eu a abri e tomei um gole enquanto minha mente girava. –Você 
não faz a minima ideia do que se tratava?– 
–Huh?– Lee havia adicionado uma maçã ao seu menu e se ergueu para se sentar na 
bancada. –Oh, Keith? Não. Mas se eu tivesse que adivinhar, diria que foi sobre mim. 
Como se ele quisesse descobrir se eu estou ficando aqui ou não.– Ele deu uma mordida 
gigante na maçã, e eu me perguntei se o fato dele ter presas dificultou o ato. 
–Ele apenas gosta de ter tudo claro,– eu disse, neutra. Mesmo que eu não gostasse do 
Keith, eu ainda queria unificar a frente humana. Porém, eu não estava completamente 
imprecisa. Eu estava bem certa de que Keith se sentiu enfraquecido ao saber que havia 
um Moroi a mais em –seu território– e agora queria se certificar de que realmente ele 
estava por dentro de tudo. Parte disso era bom para os negócios dos Alquimistas, claro, 
mas a maior parte disso provavelmente era o orgulho ferido do Keith. 
Lee não pareceu dar muito valor a isso e manteve-se mastigando sua maçã, embora eu 
pudesse sentir seus olhos me estudando. –Você disse que Jill teve um mau dia? Está 
tudo bem?– 
–É, eu acho que sim. Quero dizer, sei lá. Eu não estou nem certa de como as coisas 
ficaram bagunçadas. Ela quis ver o Adrian por algum motivo. Talvez ele possa ajudar.– 
–Ele é Moroi,– disse Lee, pragmático. –Talvez seja algo que só ele possa entender – 
algo que você e Eddie não pudesse. Sem querer ofender.– 
–Sem problemas,– eu disse. Era natural que Jill e eu tivessemos diferenças distintas – 
afinal eu era humana, e ela era vampira. Não poderiamos ser mais diferentes se 
tentassemos, e na verdade, eu meio que preferia dessa forma. –Você vai pra faculdade... 
in Los Angeles? Um escola humana?– Não era um comportamento tão estranho pra 
Moroi. Às vezes eles ficavam juntos em suas próprias comunidades; às vezes eles 
tentavam se misturar às cidades humanas. 
 
 
85 
Lee assentiu. –Sim. E foi dificil no começo pra mim também. Quero dizer, mesmo que 
os outros não saibam que você é um vampiro... existe aquela sensação de estar alheio. 
Eu eventualmente acabei me acostumando... mas eu sei o que ela está passando.– 
–Pobre Jill,– eu disse, de repente me dando conta de que eu estava avaliando essa 
situação completamente errado. A maior parte da minha energia tinha sido focada na 
escola acreditar que a doença da Jill era uma ressaca. Eu deveria ter me focado no 
motivo dela estar doente, pra começar. A culpa deve ser da ansiedade com a nova vida. 
Eu lutei contra meu próprio desconforto, tentando descobrir amizades e brechas sociais 
– mas ao menos eu estava lidando com minha própria raça. –Eu não havia realmente 
pensado no que ela está passando.– 
–Você quer que eu fale com ela?– perguntou Lee. Ele colocou o resto da maçã de lado. 
–Não que eu ache que tenho muita sabedoria para compartilhar.– 
–Qualquer coisa deve ajudar,– eu disse, honestamente. 
Um silêncio caiu sobre nós, e eu comecei a me sentir desconfortável. Lee parecia muito 
amigável, mas meus velhos medos estavam muito enraizados. Parte de mim sentiu que 
ele queria mais me estudar do que me conhecer. Alquimistas eram claramente uma 
novela para ele. –Você se importaria se eu te perguntasse sobre... a tatuagem. Te dá 
poderes especiais, certo?– 
Era quase uma reprise da conversa da escola, exceto que Lee na verdade sabia da 
verdade por trás disso. Eu involuntariamente toquei minha bochecha. –Não poderes, 
exatamente. Existe uma compulsão que nos impede de falar sobre o que fazemos. E eu 
recebo um bom sistema imunológico em troca disso. Mas o resto? Nada especial.– 
–Fascinante,– ele murmurou. Eu desviei meu olhar, desconfortável, e tentei casualmente 
colocar meu cabelo de volta na minha face. 
E logo depois o Adrian apareceu. Todo o seu humor anterior se foi. –Ah, aí está você. 
Posso falar com você a sós por um segundo?– 
A pergunta foi direcionada a mim, e Lee pulou da bancada. –Eu vouusar a brecha. A 
Jill ainda está por aí?– Adrian assentiu, e Lee olhou para mim, curioso. –Você quer que 
eu...?– 
Assenti. –Seria ótimo. Obrigada.– 
Lee se foi, e Adrian olhou de volta para mim, curioso. –O que foi isso?– 
–Oh, nós achamos que o Lee talvez fosse capaz de ajudar Jill com seus problemas,– 
expliquei. –Uma vez que ele pode se identificar.– 
–Problemas?– 
 
 
86 
–Sim, você sabe. Ajustar-se a viver com os humanos.– 
–Oh,– disse adrian. Ele pegou um maço de cigarros, para minha completa surpresa, 
acendeu-o bem na minha frente. –Isso. Sim, acho que é bom. Mas não é sobre isso que 
queria falar com você. Eu preciso que me tire desse lugar.– 
Eu estava chocada. Não era sobre Jill? 
–Fora de Palm Springs?– perguntei. 
–Não! Fora [i]desse[/i] lugar.– Ele gesticulou para os arredores. –É como viver num 
asilo! Clarence está tirando um cochilo agora, e ele se alimenta às cinco. É tão 
entediante.– 
–Você só está aqui há dois dias.– 
–E isso é mais do que o bastante. A única coisa que me mantém vivo é que ele mantém 
um estoque de bebidas alcoolicas. Mas no ritmo que estou indo, vai acabar em uma 
semana. Jesus Cristo, estou subindo pelas paredes.– Seus olhos caíram sobre o crucifixo 
no meu pescoço. –Oh. Desculpe. Sem querer ofender Jesus.– 
Eu ainda estava muito surpresa pelo assunto inesperado para me sentir ofendida. –E o 
Lee? Ele está aqui, certo?– 
–Sim,– concordou Adrian. –Às vezes. Mas ele está ocupado com... inferno, eu não sei. 
Coisas da escola. Ele volta pra Los Angeles amanhã, e será mais uma noite entediante 
pra mim. Além de que...– ele olhou ao redor, conspiratoriamente. –Lee é legal o 
bastante, mas ele não está... bem, não é realmente afim de se divertir. Não como eu.– 
–Isso talvez seja uma coisa boa,– eu assinalei. 
–Sem lições de moral, Sábia. E ei, como eu disse, eu gosto dele, mas ele não fica aqui o 
bastante. Quando está, ele fica só. Ele está sempre se olhando no espelho, mais do que 
eu. Eu o ouvi reclamando sobre cabelo branco outro dia.– 
Eu não ligava de verdade para as excentricidades do Lee. –Pra onde você gostaria de ir? 
Você não quer...– um pensamento muito desagradável me ocorreu. –Você não quer se 
inscrever para Amberwood, quer?– 
–O que, e jogar 21 Jump Street com o resto de vocês? Não, obrigado.– 
–21 o quê?– 
–Deixa pra lá. Olha.– Ele apagou o cigarro no balcão, o que eu pensei que era meio 
ridículo, desde que ele quase não fumava nada. Por que se ocupar com tal hábito sujo se 
você não fosse nem usá-lo? –Eu preciso do meu lugar próprio, ok? Vocês fazem as 
coisas acontecer. Você não me consegue um lugarzinho para solteiro como o que o 
Keith tem no centro da cidade, para que eu possa festejar com todos os viajantes ricos? 
 
 
87 
Beber sozinho é triste e patético. Eu preciso de pessoa. Mesmo de pessoas humanas.– 
–Não,– eu disse. –Não estou autorizada a fazer isso. Você não é... bem, você não é 
minha responsabilidade. Estamos apenas tomando conta da Jill – e Eddie, já que ele é o 
guarda costas dela.– 
Adrian fez uma careta. –E quanto a um carro? Você pode fazer isso?– 
Eu neguei com a cabeça. 
–E quanto ao [i]seu[/i] carro? E se eu deixar vocês na escola e então pegá-lo emprestado 
por um tempo?– 
–Não,– eu disse rapidamente. Essa foi provavelmente a sugestão mais louca que ele 
poderia ter feito. Latte era meu bebê. Eu certamente não estava prestes a emprestá-lo a 
um bebum – especialmente a um que por acaso também era um vampiro. Se havia um 
vampiro que parecia particularmente irresponsável, era o Adrian Ivashkov. 
–Você está me matando aqui, Sábia!– 
–Não estou fazendo nada.– 
–Exatamente meu ponto.– 
–Olhe,– eu disse, ficando irritada. –Eu te disse. Você não é minha responsabilidade. 
Fale com o Abe se você quer que as coisas mudem. Não é ele a razão de você estar 
aqui?– 
O aborrecimento e auto-piedade de Adrian foi trocada por alerta. –O que você sabe 
sobre isso?– 
Certo. Ele não sabia que eu havia escutado a conversa deles. 
–Quero dizer, foi ele quem trouxe vocês para cá e fez os preparativos com Clarence, 
certo?– eu esperava que isso fosse soar convincente o bastante – e talvez me dê um 
pouco mais de informação sobre qual era o grande plano de Abe. 
–Sim,– Adrian disse, depois de alguns segundos de pensamentos intensos. –Mas Abe 
[i]quer[/i] que eu fique nessa tumba. Se eu tiver o meu próprio lugar, teriamos que 
manter segredo dele.– 
Eu engoli em seco. –Então eu definitivamente não vou ajudar, mesmo que eu pudesse. 
Você não poderia me pagar para desobedecer Abe.– 
Eu podia ver Adrian preparando um outro argumento e decidi sair. Dando as costas à ele 
e a qualquer outro protesto, eu segui para fora da cozinha e voltei para a sala de estar. 
Ali, eu encontrei Jill e Lee conversando, e ela estava sorrindo genuinamente em algum 
tempo. Ela riu de algum comentário que ele fez e então me olhou chegando. 
–Hey, Sydney,– ela disse. 
 
 
88 
–Hey,– eu disse. –Está pronta pra ir?– 
–É hora de ir?– ela perguntou. Tanto ela quanto Lee pareceram desapontados, mas então 
ela respondeu a sua própria pergunta. –Acho que é. Você provavelmente tem alguma 
lição de casa, e Eddie provavelmente já está preocupado.– 
Adrian adentrou a sala atrás de mim, parecendo emburrado. Jill olhou para ele e, por um 
momento, seu olhar se tornou diferente, como se sua mente tivesse ido a outro lugar. 
Então ela se virou para mim. –Sim,– ela disse. –Nós devemos ir. Espero que possamos 
conversar mais tarde, Lee.– 
–Eu também,– ele disse, levantando-se. –Estarei por aqui vez ou outra.– 
Jill deu um abraço de despedida em Adrian, claramente relutante ao deixá-lo também. 
Com Lee, ela parecia mais estar triste por deixar algo que havia começado a se tornar 
interessante. Com Adrian, havia mais um senso de que ela não estava certa de por onde 
começar. Sua próxima alimentação marcada seria em dois dias, e Adrian estava 
encorajando, dizendo que ela era forte o bastante pra passar pelo próximo dia de aula. 
Apesar do tanto que ele me incomodava, eu estava tocada pela sua compaixão pela 
jovem garota. Qualquer um que fosse tão legal com Jill não poderia ser [i]tão[/i] ruim. 
Ele estava começando a me surpreender. 
–Você parece melhor,– eu disse a ela enquanto dirigiamos para Vista Azul. 
–Conversar com o Adrian... com os dois... foi útil.– 
–Você acha que estará bem amanhã?– 
–Sim.– Jill suspirou e se deitou contra o assento. –Só foram meus nervos. Aquilo, e que 
eu não tinha comido muito no café da manhã.– 
–Jil...– eu mori meu lábio, hesitante de prosseguir. Confrontos não era meu ponto forte, 
particularmente com assuntos pessoais estranhos. –Você e Adrian...– 
Jill me deu um olhar cuidadoso. –O que sobre nós?– 
–Existe algo... quero dizer, vocês estão...?– 
–Não!– Pelo canto dos olhos, eu vi Jill ficar rosa pink. Foi o máximo de cor que eu já vi 
no rosto de um vampiro. –Por que você diria isso?– 
–Bem. Você estava doente esta [i]manhã[/i]. E então decidida sobre ver Adrian. Você 
sempre está triste quando o deixa...– 
Jill ficou boquiaberta. –Você acha que eu estou grávida?– 
–Não exatamente,– eu disse, percebendo que foi um tipo de resposta nada a ver. –Quero 
dizer, talvez. Eu não sei. Só estou considerando todas as possibilidades...– 
–Bem, não considere essa! Não existe nada entre nós. [i]Nada[/i]. Somos amigos. Ele 
 
 
89 
nunca se interessaria em mim.– Ela disse sombriamente – e também até um pouco 
desejosa. 
–Isso não é verdade,– eu disse, tentando desfazer o estrago. –Quero dizer, você é mais 
nova, sim, mas você é bonita...– Sim, essa era uma conversa terrivel. Eu só estava 
balbuciando agora. 
–Não,– disse Jill. –Não me diga que eu sou legal e bonita e tenho muito a oferecer. Ou 
qualquer coisa. Nada disso importa. Não quando ele ainda está ligado [i]nela[/i].– 
–Ela? Oh. Rose.– 
Eu quase havia me esquecido. A viagem a Corte tinha sido a primeira vez que eu havia 
visto o Adrian pessoalmente, mas eu na verdadeo havia visto uma vez antes, numa 
câmera de segurança quando ele estava no cassino com a Rose. Os dois namoraram, 
embora eu não soubesse o quão sério fora a relação. Quando eu ajudei a Rose o Dimitri 
a escaparem, a quimica entre eles foi fora do comum, mesmo que os dois estivessem em 
negação. Até mesmo eu poderia ser capaz de enxergar a um quilometro de distância, e 
olha que eu sei quase nada sobre romance. Vendo que a Rose e o Dimitri são 
oficialmente um casal agora, eu assumo que as coisas com o Adrian não terminaram 
bem. 
–Sim. Rose.– Jill suspirou e encarou o vazio a frente. –Ela é tudo o que ele vê quando 
fecha os olhos. Olhos escuros e um corpo cheio de fogo e energia. Não importa o 
quanto ele tente esquecê-la, não importa o quanto ele beba... ela sempre está lá. Ele não 
pode escapar dela.– 
A voz de Jill estava cheia de uma surpreendente amargura. Eu poderia pensar que era 
ciúmes, exceto que ela falava como se tivesse sido pessoalmente enganada pela Rose 
também. 
–Jill? Você está bem?– 
–Huh? Oh.– Jill sacudiu sua cabeça, como se estivesse sacudindo resquicios de um 
sonho. –Sim, certo. Desculpe. Foi um dia estranho. Estou um pouco fora. Você não 
disse que podiamos pegar umas coisas?– A placa de sinalização da próxima saída 
mostrava um shopping center. 
Eu aproveitei a mudança de assunto, feliz por estar fora dos assuntos pessoais, embora 
eu ainda estivesse bem confusa. –Uh, sim. Nós precisamos de protetor solar. E talvez 
pudessemos pegar uma pequena tv para o quarto.– 
–Seria ótimo,– disse Jill. 
Eu peguei a próxima saída. Nenhuma de nós falou sobre o Adrian pelo resto da noite. 
 
 
90 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 8 
 
 
–Você vai comer isso?–, perguntou Eddie. 
Eddie não tinha conhecimento sobre todas as travessuras que Jill passou no primeiro dia 
de escola, mas não tê-la visto o dia todo tinha-o enervado. Então, quando ela e eu 
descemos para o segundo dia, nós o encontramos esperando no hall do nosso 
dormitório, pronto para ir connosco para café da manhã. 
Empurrei meu prato através da mesa e com ele metade de uma rosquinha. Ele já tinha 
aspirado a sua própria rosquinha, bem como as panquecas e o bacon, mas foi rápido ao 
aceitar minha oferta. Talvez ele fosse uma criatura híbrida não natural, mas do que eu 
poderia dizer, seu apetite era o mesmo que qualquer adolescente humano. 
–Como você está se sentindo?–, ele perguntou a Jill, depois que ele engoliu um bocado 
de rosquinha. Desde que ele, eventualmente, ouviu que ela não tinha ido á aula, nós 
simplesmente dissemos ao Eddie que Jill tinha ficado doente ontem com os nervos. As 
alegações de ressaca ainda me enfurecia, mas Jill insistiu em esquece-los. 
–Bem–, disse ela. –Muito melhor–. 
Eu não comentei sobre isso, mas secretamente eu tinha as minhas dúvidas. Jill fez estar 
melhor esta manhã, mas ela quase não teve uma sólida noite de sono. Na verdade, ela 
acordou no meio da noite, gritando. 
Eu pulei da minha cama, esperando nada menos do que cem Strigoi ou Moroi assassinos 
que tivessem explodido através da nossa janela. Mas quando olhei, tinha sido só Jill, 
 
 
91 
debatendo-se e gritando em seu sono. Eu corri e, finalmente, acordei-a com alguma 
dificuldade. Ela sentou-se ofegante, encharcada de suor e apertando o peito. Uma vez 
que ela se acalmou, ela me disse que foi apenas um pesadelo, mas tinha havido algo em 
seus olhos…um eco de algo real. Eu sabia porque me lembrou das muitas vezes que eu 
tinha acordado pensando que Alquimistas estavam vindo para me levar para o centro de 
reeducação. 
Ela insistiu que estava bem, e quando a manhã chegou, o único reconhecimento que ela 
deu do seu pesadelo foi insistir que não devíamos mencionar aquilo ao Eddie. 
–É só faze-lo se preocupar–, disse ela. –E além disso, não foi grande coisa. – 
Eu considerei o ponto, mas quando eu tentei perguntar o que tinha acontecido, ela me 
ignorou e não iria falar sobre isso. 
Agora, no café da manhã, havia uma nítida vantagem para ela, mas pelo que eu sabia, 
tinha mais a ver com finalmente ela enfrentar o seu primeiro dia numa escola humana. –
Eu ainda não consigo superar a forma de como sou diferente de todo o mundo –, disse 
ela em voz baixa. –Quero dizer, por uma coisa, eu sou mais alta do que quase todas as 
meninas aqui! – Era verdade. Não era incomum nas mulheres Moroi puxarem seis 
metros de altura. Jill ainda não estava muito lá, mas a sua constituição longa e fina, dava 
a ilusão de ser mais alto do que ela era realmente.–E eu sou esquelética.– 
–Você não é–, eu disse. 
–Sou muito magra em comparação com eles–, argumentou Jill. 
–Todo mundo tem alguma coisa–, rebateu Eddie. –Aquela menina ali tem uma tonelada 
de sardas. Aquele cara rapou a cabeça. Não há tal coisa como 'normal'. – 
Jill ainda parecia duvidosa, mas obstinadamente partiu para a aula quando tocou o 
primeiro aviso de campainha, prometendo encontrar Eddie no almoço e a mim em EF. 
Eu fui para a minha aula de história alguns minutos mais cedo. Ms. Terwilliger estava 
em sua mesa, misturando alguns papéis á volta, e hesitante a abordei. 
–Senhora?– 
Ela olhou para mim, empurrando os óculos para cima do nariz dela enquanto dizia: –
Hmm? Ah, eu lembro de você. Miss. Melbourne. – 
–Melrose–, eu corrigi. 
–Você tem certeza? Eu podia jurar que foi apelido antes em algum lugar da Austrália. – 
–Bem, meu primeiro nome é Sydney,– eu disse, não tenho certeza se eu deveria estar 
encorajando-a. 
–Ah. Então eu não sou louca. Ainda não, pelo menos. O que posso fazer por você, Miss 
 
 
92 
Melrose? – 
–Eu queria perguntar-lhe… bem, você vê, eu tenho uma falha na minha agenda porque 
eu passei no requerimento de línguas. Gostaria de saber se talvez você precisava de um 
outro assistente de professor…como Trey.– O referido Trey já estava lá, sentado numa 
mesa atribuído para ele e conferindo papéis. Ele olhou face a menção do seu nome e me 
olhou com cautela. –É o último período, senhora. Então, se houvesse qualquer trabalho 
extra que você precisasse… – 
Seus olhos me estudaram por vários momentos antes de responder. Eu fiz questão de 
cobrir a minha tatuagem hoje, mas senti que ela estava olhando directamente para ela. –
Eu não preciso de outro assistente de professor–, disse ela sem rodeios. Trey sorriu. –
Mr. Juarez, apesar de suas muitas limitações, é mais do que capaz de classificar todas as 
minhas pilhas de papel.– Seu sorriso desapareceu ao indirecto elogio. 
Eu balancei a cabeça e comecei a afastar-me desiludida. –Okay. Eu entendo. – 
–Não, não. Eu acho que você não faz. Você vê, eu estou escrevendo um livro.– Fez uma 
pausa, e eu percebi que ela estava esperando pelo meu olhar impressionado. –Sobre 
religião herética e magia no mundo greco-romano. Eu tive uma palestra sobre isso no 
Colégio Carlton antes. Assunto fascinante. – 
Trey sufocou uma tosse. 
–Agora, eu poderia realmente usar um assistente de pesquisa para me ajudar a procurar 
determinadas informações, conduzir recados para mim, esse tipo de coisa. Você estaria 
interessada nisso? – 
Eu pasmei. –Sim, senhora. Eu estaria. – 
–Para que você possa obter crédito para um estudo independente, você teria que fazer 
algum projecto junto com isso… pesquisa e um papel por sua conta. Nem de perto o 
comprimento do meu livro, é claro. Há alguma coisa dessa época de seu interesse? – 
–Er, sim.– Eu mal podia acreditar. –Arte clássica e arquitectura. Eu adoraria estudá-lo 
mais. – 
Agora ela parecia impressionada. –Sério? Então parece que estamos em perfeita 
sintonia. Ou, bem, quase. Pena você não saber latim. – 
–Bem…– Eu desviei os olhos. –Eu, hum, na verdade…Eu sei ler latim. – ousei dar um 
olhar para ela. Mais do que impressionado, ela parecia em sua maioria atordoada. 
–Bem, então. Quanto sobre isso.– Ela deu um pesaroso abanar de cabeça. –Eu tenho 
medo de perguntar sobre o grego.– A campainha tocou. –Vá em frente e vá para o seu 
lugar, depois encontra-me nofinal do dia. Último período é também o meu objectivo, 
 
 
93 
por isso vamos ter muito tempo para falar e preencher uma papelada apropriada. – 
Voltei para minha mesa e recebi uma colisão de punho do Eddie como aprovação. –
Bom trabalho. Você não tem que ter uma aula real. Claro, se ela quer que você leia 
Latim, talvez seja pior do que uma verdadeira aula. – 
–Eu gosto de latim,– eu disse com absoluta seriedade. –É divertido.– 
Eddie balançou a cabeça e disse em voz muito, muito baixa: –Eu não posso acreditar 
que você acha que nós somos os estranhos. – 
Os comentários de Trey na aula seguinte foram de pouca cortesia. –Uau, você tem de 
certeza Terwilliger enrolada em seu dedo. – Ele balançou a cabeça em direcção ao 
nosso instrutor de química. –Você está indo dizendo a ela que você dividi os átomos em 
seu tempo livre? Você tem um reactor montado em seu quarto? – 
–Não há nada de errado em…– eu me cortei fora, sem saber o que dizer. Eu quase disse 
–ser inteligente–, 
mas isso soava egoísta. –Não há nada de errado em saber coisas –, disse por fim. 
–Claro–, ele concordou. –Quando é legítimo conhecimento –. 
Lembrei-me da conversa louca com Kristin e Julia ontem. Porque eu tive que levar Jill 
ao Adrian, eu tinha perdido a sessão de estudo e não consegui respostas sobre as 
questões da minha tatuagem. Ainda assim, pelo menos agora sabia onde o desdém de 
Trey estava chegando – embora parecendo um absurdo. Ninguém mais na escola tinha 
mencionado especificamente a minha tatuagem ser especial, mas um número de pessoas 
tinha se aproximou de mim já, perguntando onde eu a tinha ganho. Eles tinham ficado 
desapontados quando eu disse Sul Dakota. 
–Olha, eu não sei de onde essa ideia vem acerca da minha tatuagem fazer-me 
inteligente, mas se isso é o que você pensa, bem…não. É apenas uma tatuagem. – 
–É dourada–, argumentou. 
–Então?– perguntei. –É só uma tinta especial. Eu não entendo por que as pessoas 
acreditam que ela tem algumas propriedades místicas. Quem acredita nessa coisa? – 
Ele bufou. –Metade escola faz. Como você é tão inteligente, então? – 
Eu era realmente uma aberração quando se tratava de escola que as pessoas tinham de 
recorrer a explicações sobrenatural? Fui com a minha resposta de reserva. –Eu tive aulas 
particulares. – 
–Oh–, disse Trey pensativo. –Isso explicaria. – 
Eu suspirei. 
–Eu aposto que suas aulas particulares não fizeram muito em relação a EF, no entanto, – 
 
 
94 
acrescentou. –O que você vai que fazer com sua exigência de esporte? 
–Eu não sei, eu não tinha pensado nisso–, eu disse, sentindo-me um pouco 
desconfortável. Eu poderia lidar com as disciplinas de Amberwood em meu sono. Mas 
atletismo? Incerto. 
–Bem, é melhor decidir logo, o prazo está chegando ao fim. Não fique tão preocupada –
, acrescentou. –Talvez eles vão deixar você começar um clube em latim em vez. – 
–O que é que isso quer dizer?– perguntei não gostando do tom. –Eu já praticava 
esportes.– 
Ele deu de ombros. –Se você o diz. Você não parece do tipo atlético. Você parece 
muito… elegante. – 
Eu não estava inteiramente certa se era um elogio ou não. –Qual é o seu esporte?– 
Trey ergueu o seu queixo, parecendo muito satisfeito com si mesmo. –O futebol. 
Verdadeiro esporte de homem. – 
Um cara sentado perto ouviu-o e olhou de volta. –Pena que você não vai fazer de 
quarterback, Juarez. 
Você chegou tão perto no ano passado. Parece que você está indo se graduar sem 
cumprir ainda outro sonho –. 
Eu tinha pensado que Trey não gostava de mim, mas quando ele virou sua atenção para 
o outro cara, era como se a temperatura caísse dez graus. Percebi naquele momento que 
Trey só gostava de me dar um tempo difícil. Mas esse outro cara? Trey completamente 
o desprezava. 
–Eu não me lembro de você estar na mesma corrida, Slade, –retornou Trey, com olhos 
duros. –O que faz você achar que vai consegui-la este ano? – 
Slade - que não estava claro para mim se esse era o seu primeiro ou último nome - 
trocou olhares conhecedores com um par de amigos. –Apenas um pressentimento.– Eles 
se afastaram e Trey fez uma careta. 
–Óptimo,– ele murmurou. –Slade finalmente conseguiu o dinheiro para uma. Você quer 
saber sobre tatuagens? Vá falar com ele. – 
Minha trigésima-segunda impressão me disse que Slade era alguém que eu não queria 
falar, mas Trey não deu explicações adicionais. A aula logo começou, mas quando eu 
tentava concentrar-me na lição, tudo o que podia pensar era na aparente obsessão de 
Amberwood com as tatuagens. O que isso significava? 
Quando EF chegou, eu fiquei aliviada ao ver Jill no vestiário. A rapariga Moroi me deu 
um sorriso cansado enquanto caminhávamos para o lado de fora. –Como foi o seu dia?– 
 
 
95 
perguntei. 
–Bem–, disse Jill. –Não maravilhoso. Não terrível. Eu nem tenho realmente chegado a 
conhecer muitas pessoas. – Ela não disse, mas o tom de Jill estava implícito, ‘Vêem? Eu 
disse que iria destacar-me ‘. 
No entanto, quando a aula começou, percebi que o problema Jill não era dar nas vistas. 
Ela evitava contacto de olhos, deixando seus nervos obter o melhor dela, e não fazia 
nenhum esforço para falar com as pessoas. Ninguém abertamente evitava-a, mas com as 
vibrações que ela exalava, ninguém saia de seu lugar e falar com ela também. Eu 
certamente não era a pessoa mais social no mundo, mas eu ainda sorria e tentava 
conversar com meus colegas enquanto fazíamos mais exercícios de voleibol. Era o 
suficiente para promover as centelhas de amizade. 
Eu também logo percebi um outro problema. A turma foi dividida em quatro equipes, 
jogando dois jogos em simultâneo. Jill estava no outro jogo, mas eu ocasionalmente 
ainda a via. Ela parecia miserável e cansada após dez minutos, sem mesmo tendo feito 
muito no jogo. Sua reacção ao tempo era muito ruim. Um número de bolas passou por 
ela, e aqueles que ela notou foram recebidas com manobras desajeitadas. Alguns 
colegas de equipe dela trocavam olhares frustrados atrás da sua costas. 
Voltei para o meu próprio jogo, preocupada com ela, mesmo quando a equipe 
adversária cravou a bola para uma zona que não era bem protegida pela minha equipe. 
Eu não tinha tempo de reacção, digo, um dhampir tinha, mas em uma fracção de 
segundo, meu cérebro sabia que podia bloquear a bola se eu fizesse um movimento forte 
e rápido. Fazê-lo foi contra meus instintos naturais, as que dizia, ‘não faças qualquer 
coisa que possa machucar ou que tu possas ficar suja’. Eu sempre fui razoavelmente 
cuidadosa sobre as minhas acções, nunca agindo por impulso. Não desta vez. Eu ia 
parar aquela bola. Eu mergulhei para ela, acertando-a no alcance do colega de equipa 
que foi capaz de picar para fora da rede e fora de perigo. O volei me levou para um 
pouso forçado nos meus joelhos. Foi deselegante e rangi os meus dentes, mas eu tinha 
parado a oposição de pontuar. Meus companheiros aplaudiram, e fiquei surpresa ao 
encontrar-me a rir. Eu sempre fui treinada de que tudo o que eu fizesse tinha que ter 
uma grande, prática finalidade. Esportes eram espécie de antítese do caminho da vida 
Alquimista, porque eram apenas para divertimento. Mas talvez o divertimento de vez 
em quando não era tão ruim. 
–Boa, Melrose–, disse Miss Carson, passando por lá. –Se você quiser adiar seu esporte 
até ao inverno e estar no time de voleibol, venha falar comigo mais tarde. – 
 
 
96 
–Bem feito–, disse Micah e ofereceu-me a sua mão. Eu balancei a cabeça e levantei-me 
sozinha. Eu fiquei consternada ao ver um arranhão numa das minhas pernas, mas ainda 
estava sorrindo de orelha a orelha. Se alguém tivesse dito me há duas semanas atrás, que 
eu seria tão feliz ao rebolar ao redor da sujeira, eu não teria acreditado. –Ela não solta 
para fora elogios com muita frequência. – 
Aquilo era verdade. Miss Carson já tinha ido ao de Jill um número de vezes e agora 
estava hesitante no nosso jogo para corrigir a forma desleixada de um colega de equipa. 
Aproveitei a pausapara assistir Jill, cujo jogo ainda estava em acção. Micah seguiu o 
meu olhar. 
–Não correm em família, hein?–, Ele perguntou com simpatia. 
–Não–, eu murmurei. Meu sorriso sumiu. Senti uma pontada de culpa no meu peito por 
me exaltar tanto do meu próprio triunfo, quando Jill estava obviamente lutando. Não 
pareceu justo. 
Jill ainda parecia exausta, e seu cabelo encaracolado estava encharcado de suor. Pontos 
rosa tinham aparecido em suas bochechas, dando-lhe um olhar febril, e pareceu tomar 
todo o seu esforço para permanecer na posição vertical. Era estranho que Jill tivesse 
tanta dificuldade. Eu ouvi uma breve conversa em que ela e Eddie haviam discutido 
combate e movimentos defensivos, dando me a impressão de que Jill era razoavelmente 
atlética. Ela e Eddie ainda tinham falado sobre praticar mais tarde naquela noite e… 
–O sol–, eu gemi. 
–Huh?–, Perguntou Micah. Eu mencionei minha preocupação com o sol para Stanton, 
mas ela os dispensou. Ela tinha acabado aconselhando Jill a ter o cuidado de ficar dentro 
de casa – o que Jill fez. Excepto, é claro, quando as exigências da escola a fazia ter uma 
aula que a mantinha fora. Forçando-a a praticar esportes no incêndio total do sol de 
Palm Springs - era cruel. Era uma maravilha ainda estar em pé. 
Eu suspirei, fazendo uma nota mental para ligar para os Alquimistas mais tarde. –Nós 
vamos ter que buscar um atestado do médico. – 
–O que você está falando?–, perguntou Micah. O jogo estava de volta, e ele mudou para 
a posição ao meu lado. 
–Oh. Jill. Ela é…ela é sensível ao sol. Tipo como uma coisa alérgica. – 
Quando pensei na deixa, ouvimos Miss Carson exclamar de outro lado: –Melrose 
Junior! Você é cega? Você não viu que vinha directa na sua direcção? – 
Jill balançou em seus pés, mas tomou a crítica humildemente. 
Micah assistiu-os com um olhar severo, e tão logo que Miss Carson estava a resmungar 
 
 
97 
com outra pessoa, ele arremessou para fora da formação e correu para o jogo de Jill. Eu 
apressadamente tentei cobrir ambas as nossas posições. 
Micah correu para um cara ao lado de Jill, sussurrou alguma coisa, e apontou para mim. 
Um momento mais tarde, o cara correu para minha equipe e Micah tomou o lugar dele 
ao lado de Jill. 
Quando a aula continuou, percebi o que estava acontecendo. Micah era bom em 
voleibol, muito bom. Assim tanto que ele foi capaz de defender o sua posição e a de Jill. 
Sem ver qualquer erro gritante, Miss Carson manteve sua atenção para outro lugar, e a 
equipe de Jill cresceu um pouco menos hostil em relação a ela. Quando o jogo terminou, 
Micah agarrou o braço de Jill e rapidamente levou-a para um local sombreado. Do jeito 
que ela cambaleava, ele parecia ser tudo o que estava segurando-a na vertical. 
Eu estava prestes a me juntar a eles quando ouvi vozes ao meu lado. 
–Estou recebendo-a esta noite. O cara com quem eu conversei jurou que vai ser foda. – 
Era Slade, o cara que tinha discutido com Trey anteriormente. Eu não tinha percebido 
isso ao sol e no meio do jogo, mas ele era o 
jogador com quem Micah trocou de lugar. –É bom que seja –, continuou Slade,– por 
quanto ele está me cobrando –. 
Dois dos amigos de Slade se juntaram a ele e começaram a se dirigir ao vestiário. –
Quando são eliminatórias, Slade? – Um de seus amigos perguntou. Em química, fiquei a 
saber que o primeiro nome de Slade era Greg, mas todos parecia se referir a ele por seu 
sobrenome, mesmo os professores. 
–Sexta-feira–, disse Slade. –Eu vou matar. Como totalmente destruí-los. Eu vou rasgar a 
coluna de Juarez para fora e fazê-lo comer. – 
Encantador, pensei, vendo-os ir. Minha avaliação inicial de Slade estava correcta. Virei 
para Jill e Micah e vi que ele tinha ido a um porão buscar uma garrafa de água para ela. 
Eles pareciam bem de momento, então eu chamei a atenção de Miss Carson enquanto 
ela caminhava. 
–Minha irmã fica doente ao sol–, eu disse. –Isto é realmente difícil para ela. – 
–Muitas crianças têm dificuldade com o calor no início–, disse Miss Carson 
conscientemente. –Eles só precisam se de endurecer. Você tratou-se bem. – 
–Sim, bem, ela e eu somos muito diferentes–, disse secamente. Se ela soubesse. –Eu não 
acho que ela vai ‘endurecer’ –. 
–Não posso fazer nada–, disse Miss Carson. –Se eu deixá-la sentar-se, você tem alguma 
ideia de como muitas outras crianças de repente –se sentirão cansadas ao sol–? A menos 
 
 
98 
que ela tenha um atestado médico, ela tem que aguentar. – 
Agradeci e fui me juntar a Jill e a Micah. Enquanto me aproximava, ouvi Micah 
dizendo: –Vai limpar-te, e eu te acompanho até a próxima aula. Não podemos ter você 
desmaiando nos corredores. – Ele fez uma pausa e considerou. –Claro, eu ficaria 
totalmente feliz de pegar-te se você desmaiasse. – 
Jill estava compreensivelmente confusa, mas foi suficiente para agradecer-lhe. Ela lhe 
disse que ia encontrá-lo logo e caminhou para o vestiário das raparigas comigo. Eu vi 
um sorriso no rosto de Micah, e um preocupante pensamento me ocorreu. Jill parecia 
stressada o suficiente pelo que eu decidi não dizer nada, mas a minha preocupação 
cresceu quando saímos para o última aula. Micah acompanhou Jill, como prometido, e 
disse-lhe que mais tarde quando a noite chegasse, ele poderia lhe ensinar voleibol se ela 
quisesse. 
Enquanto estávamos do lado de fora da sala de aula, uma rapariga com longos cabelos 
ruivos e uma atitude arrogante passou por nós, seguida por uma comitiva de outras 
raparigas. Ela parou quando viu Micah e jogou o cabelo sobre um dos ombros, 
piscando-lhe um grande sorriso. –Hey, Micah.– 
Micah estava ocupado com Jill e mal olhou na direcção da outra garota. –Oh, hey, 
Laurel.– Ele continuou a andar, e Laurel assistiu-o ir com uma expressão se 
transformando escura. Ela lançou um olhar perigoso á Jill, chicoteado seu longo cabelo 
por cima do ombro e esbracejou desocupada. 
Uh-oh, eu pensei enquanto olhava para ela perseguindo corredor abaixo. É isto que vai 
voltar e nos assombrar? Este era um daqueles momentos em que eu poderia usar a lição 
de interpretação social. 
Fui para sala de aula de Ms. Terwilliger mais tarde e passei a maior parte deste encontro 
inicial a criar objectivos semestrais e delineando o que eu estaria fazendo para dela. Eu 
estava a armazenar um monte de leitura e tradução, que me serviu muito bem. Isto 
também apareceu quando embora metade do meu trabalho seria mantê-la organizada - 
outra coisa em que eu me destacava. O tempo voou, e logo que eu fiquei livre, corri para 
encontrar Eddie. Ele estava esperando com um grupo de outros rapazes na paragem de 
ônibus para voltar ao seu dormitório. 
Quando ele me viu, sua resposta foi a habitual: –A Jill está bem? – 
–Boa…bem, mais ou menos. Podemos falar em algum lugar? – 
O rosto de Eddie escureceu, sem dúvida, pensando que havia uma legião de Strigoi no 
seu caminho para caçar Jill. Nós demos um passo para trás, para dentro de um dos 
 
 
99 
edifícios escolares, encontrando cadeiras num canto privado que gozava em pleno vigor 
o ar condicionado. Dei-lhe uma rápida actualização sobre Jill e sua ensolarada 
desventura em EF. 
–Eu não acho que seria tão ruim–, disse Eddie sombriamente, ecoando os meus 
pensamentos. –Graças a Deus Micah estava lá. Existe alguma coisa que você possa 
fazer? – 
–Sim, nós devemos ser capazes de conseguir algo de nossos –pais– ou de um médico. – 
Tanto quanto eu odiava, eu acrescentei: –Keith pode ser capaz de acelerá-lo.– 
–Bom–, disse Eddie ferozmente. –Nós não podemos tê-la apanhando lá fora. Eu vou 
falar pessoalmente com esse professor, se isso for necessário. – 
Escondi um sorriso. –Bem, espero que não chegue a isso. Mas há algo mais…nada de 
perigoso –, acrescentei rapidamente, vendo o olhar de guerreiro cruzar seu rosto 
novamente. –Apenas uma coisa… – Tentei não dizer as palavras que tinham surgido na 
minha mente. Horripilante. Errado. –No que diz respeito, eu acho…eu acho que Micah 
gosta daJill –. 
O rosto de Eddie foi muito calmo. –Claro que ele gosta dela. Ela é legal. Ele é legal. Ele 
gosta de todos. – 
–Isso não é o que eu quero dizer, e você sabe disso. Ele gosta dela. De forma mais do 
que amigos. O que vamos fazer em relação a isso? – 
Eddie olhou para o outro lado de fora do corredor, por alguns momentos, antes de olhar 
para mim. –Por que temos que fazer alguma coisa? – 
–Como você pode perguntar isso?–, exclamei chocada pela resposta. –Você sabe por 
quê. Humanos e vampiros não podem ficar juntos! É nojento e errado. – As palavras 
saíram da minha boca antes que eu pudesse para-las. –Mesmo um dhampir como você 
deve saber disso.– 
Ele sorriu com tristeza. –Mesmo dhampir como eu? '– 
Eu acho que tinha sido um pouco ofensiva, mas não poderia ajudar. Alquimistas -
inclusive eu – nunca acreditamos que dhampirs e Moroi se preocupavam o suficiente 
sobre os mesmos problemas que nós. Eles 
podem reconhecer um tabu como esse, mas por anos de experiencia, dizia que nós 
humanos realmente levava-mos isso a sério. Era por isso que o trabalho de Alquimistas 
era tão importante. Se não cuidássemos dessas questões, quem seria? 
–Eu quero dizer,– disse a ele. –Isso é algo que todos nós concordamos. – 
Seu sorriso desapareceu. –Sim, é.– 
 
 
100 
Mesmo Rose e Dimitri, que tinha uma alta tolerância para loucuras, tinham ficado 
chocados quando conheceram os Protectores, onde velhacos Morois se misturavam 
livremente com dhampirs e humanos. Era um tabu que nós três compartilhávamos, e 
trabalhamos duro para tolerar o costume enquanto estivemos com os Protectores. Eles 
viviam escondidos nas Montanhas Apalaches e tinham fornecido um excelente refúgio 
para Rose quando estava foragida. Ignorar suas formas selvagens tinha sido um preço 
aceitável para a segurança que tinha nos oferecido. 
–Você pode falar com ele?– perguntei. –Eu não acho que Jill tenha nenhum sentimento 
forte. Ela tem muitas outras coisas acontecendo. Ela provavelmente, de qualquer 
maneira, sabe melhor … mas seria ainda melhor se você pudesse desencorajá-lo. 
Podemos parar isto antes que ela se envolva. – 
–O que você espera que eu diga?– Eddie perguntou. Ele soou como uma derrota, o que 
me pareceu engraçado, considerando que ele estava pronto para ir fazer todos os tipos 
de exigências a Miss Carson, em nome de Jill. –Eu não sei bancar de irmão mais velho. 
Agir como protector. Dizer que ela é jovem demais. – 
Eu esperava que Eddie concordasse, mas ele mais uma vez evitou seus olhos. –Eu não 
sei se devemos dizer qualquer coisa. – 
–O quê? Você está louco? Você acha que está tudo bem a…– 
–Não, não.– Suspirou. –Eu não estou defendendo isso. Mas olha-o desta maneira. Jill 
está presa numa escola cheia de humanos. Não é justo que ela seja proibida de sair fora 
com nenhum cara. – 
–Eu acho que Micah quer fazer mais do que sair.– 
–Bem, por que ela não deve se envolver agora e depois? Ou ir a um baile? Ela deve 
começar a fazer tudas as coisas normais que uma rapariga da idade dela faz. Ela já teve 
sua vida radicalmente mudada. Não devemos fazê-la mais difícil. – 
Eu olhei para ele, incrédula, tentando descobrir por que ele estava tão descontraído 
sobre isso. Evidentemente, ele não enfrentaria as mesmas consequências que eu. Se 
meus superiores descobrissem que eu tinha ‘encorajado’ um namoro de um humano 
com um vampiro, seria mais uma evidência contra mim e meu alegado preconceito. 
Afinal, a minha reputação ainda não estava restaurada com os Alquimistas. Ainda 
assim, eu sabia que pessoas como Eddie não gostavam da ideia do namoro também. 
Então,qual era o problema? De repente uma resposta estranha veio para mim. –Eu sinto 
que você simplesmente não quer enfrentar Micah. – 
Eddie olhou directamente para mim. –É complicado–, ele afirmou. Algo em seu rosto 
 
 
101 
me disse que eu bati no ponto. –Por que você não conversa com Jill? Ela sabe as regras. 
Ela vai entender que ela pode estar com ele sem ficando sério. – 
–Eu acho que é uma má ideia,– disse ainda incapaz de acreditar que ele estava tomando 
essa postura. –Estamos criando uma área cinzenta aqui que acabaria por causar 
confusão. Devemos mantê-lo preto e branco e proibi-la de namorar enquanto ela está 
aqui. – 
Aquele sorriso torto voltou. –Tudo é preto e branco com vocês Alquimistas, não é? 
Você acha que pode realmente impedi-la de fazer qualquer coisa? Você devia saber 
melhor. Mesmo a sua infância poderia não ter sido tão anormal. – 
Com esse tapa na cara, Eddie afastou-se, deixando-me horrorizada. O que tinha 
acontecido? Como poderia Eddie - que era tão inflexível sobre fazer bem as coisas 
direitas para Jill – estar OK com o casual namoro dela com Micah? Havia algo estranho 
acontecendo aqui, algo ligado ao Micah, embora eu não pudesse descobrir o quê. Bem, 
eu me recusei a deixar ir este assunto. Era muito importante. Eu ia conversar com Jill e 
certificar-me que ela sabia o certo do errado. Se necessário, eu também ia falar com 
Micah, embora eu ainda sentisse que a conversa seria muito melhor vindo de Eddie. 
E, percebi, como eu poderia pensar em obter um baixo atestado médico, onde não havia 
mais nenhuma fonte a quem eu pudesse apelar, um que tivesse uma grande influência 
sobre Jill. 
Adrian. 
Parece que eu estaria pagando-lhe outra visita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
102 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 9 
 
 
Considerando que eu só devia visitar Clarence duas vezes por semana, durante as 
alimentações, eu fiquei um pouco atónita ao que me parecia estar aqui praticamente 
todos os dia. Não era só isso, esta era a primeira vez que ia visitar a propriedade 
sozinha. Antes, eu tinha estado com Keith ou Jill e tinha um objectivo muito bem 
definido. Agora, eu estava por conta própria. Eu não tinha percebido o quanto isso me 
poderia assustar até que eu estava me aproximando da casa, que se tornou ainda mais 
ameaçadora e escura que o normal. 
Não há nada a temer, eu disse a mim mesma. Você esteve com um vampiro e um 
dhampir toda a semana. Você devia estar habituada a isso. Além disso, realmente, a 
coisa mais assustadora sobre este lugar era a antiga casa em si. Clarence e Lee não eram 
tão intimidantes, e Adrian… bem, Adrian era muito menos o vampiro menos assustador 
que eu já conheci. Ele era muito malcriado para eu sentir qualquer medo real, e na 
verdade… tanto quanto eu odiava admitir, eu meio que esperava ver ele. Não fazia 
sentido, mas algo sobre a sua natureza irritante me fazia esquecer as minhas outras 
preocupações. Estranhamente, eu senti que podia relaxar á beira dele. 
Dorothy acompanhou-me, e eu esperava ser levada para a sala de estar de novo. Em vez 
disso, a governanta conduziu-me através de voltas e mais voltas por salas escuras, 
 
 
103 
finalmente acabando numa sala de bilhar que poderia parecer ter sido tirado 
directamente do jogo Cluedo*. Mais madeira escura forrava a sala, e janelas com vitrais 
deixam entrar a luz solar filtrada. A maioria da iluminação da sala vinha de uma luz 
pendurada no centro sobre uma mesa de bilhar verde forte. Adrian estava alinhado para 
um tiro quando fechei a porta atrás de mim. 
–Oh–, disse ele, batendo numa bola vermelha em um buraco. –É você –. 
–Você estava esperando alguém?– Eu perguntei. –Estou interrompendo a sua agenda 
social? – Fiz uma grande avaliação ao redor da sala vazia. –Eu não quero priva-lo da 
multidão de fãs batendo em sua porta. – 
–Hey, um cara pode ter esperanças. Quero dizer, não é impossível que um carro cheio 
de meninas de um clube de striptess possa quebrar lá fora e precisar da minha ajuda. – 
–É verdade–, disse. –Talvez eu possa colocar uma frase lá fora a dizer: –ATENÇÃO A 
TODAS AS RAPARIGAS: AJUDA GRÁTIS AQUI. – 
– ATENÇÃO A TODAS AS RAPARIGAS QUENTES –, ele corrigiu, endireitando-se. 
–Certo–, eu disse, tentando não revirar os olhos. –Isso é uma distinção importante. – 
Ele apontou para mim com o taco de snooker. –Falandopara nós, vossos 
servos. 
 
Ele abriu a maleta e retirou quatro pequenos frascos, cada um deles cheio de um líquido 
vermelho escuro. Etiquetas – que eu não conseguia ler – marcavam cada um. Com uma 
mão firme e um olhar experiente, Barnes derramou quantidades precisas de cada frasco 
em uma grande garrafa. Quando ele tinha usado todos os quatro, ele pegou um pacote 
minúsculo de pó e esvaziou no resto da mistura. Eu senti um formigamento no ar, e o 
conteúdo da garrafa tornou-se ouro. Entregou a garrafa a Horowitz, que estava pronto 
com uma agulha. Todos relaxados, a parte cerimonial estava completa. 
 
Eu afastei-me, obedientemente, expondo minha bochecha. Um momento depois, a 
sombra de Horowitz caiu sobre mim. – Isso vai doer um pouco, mas nada como quando 
você originalmente a fez. É apenas um retoque, - explicou ele, gentilmente. 
 
- Eu sei, - disse. Eu tinha sido retocada antes. – Obrigado. 
 
A agulha espetou minha pele, e eu não tentei recuar. Isto realmente doeu, mas, como ele 
disse, Horowitz não estava criando uma nova tatuagem. Ele estava simplesmente 
injetando pequenas quantidades de tinta em minha tatuagem existente, recarregando seu 
poder. Eu tomei isso como um bom sinal. Zoe poderia não estar fora de perigo ainda, 
mas certamente eles não iriam se incomodar em retocar minha marca se eles fosse 
apenas me mandar para um centro de reeducação. 
 
- Você pode nos dar um resumo do que está acontecendo enquanto nós esperamos? – 
Perguntou meu pai. – Tudo o que me foi dito era que vocês simplesmente precisavam 
de uma menina adolescente. – A maneira como ele disse –adolescente– fez com que 
parecesse um mal descartável. Eu lutei contra uma onda de raiva contra o meu pai. Isso 
é tudo o que nós éramos para ele. 
 
- Nós temos um problema. - Ouvi Stanton dizer. Finalmente eu iria obter algumas 
respostas. – Com os Moroi. 
 
 
 
 
10 
Eu respirei um pequeno suspiro de alívio. Melhor eles do que um Strigoi. Qualquer –
situação– que os Alquimistas enfrentavam sempre envolvia uma das raças de vampiro, e 
eu levaria a vida, sem matar alguns qualquer dia. Eles quase parecem humanos às vezes 
(embora eu nunca contaria a ninguém aqui isso) e vivem e morrem como nós. Strigoi, 
entretanto, são distorcidas aberrações da natureza. Eles são mortos-vivos, vampiros 
assassinos criados tanto quando um Strigoi força a vítima a beber seu sangue ou quando 
um Moroi mata o outro propositalmente bebendo o seu sangua. A situação com o 
Strigoi geralmente acaba com alguém morto. 
 
Todos os tipos de cenário brincavam em minha mente enquanto eu considerava qual 
questão havia solicitado a ação dos Alquimistas esta noite: um humano que percebeu 
alguém com presas, um alimentador que escapou e foi a público, um Moroi tratado por 
doutores humanos... Esses eram os tipos de problemas que nós Alquimistas mais 
enfrentamos, eu fui treinada para lidar e encobri-los com facilidade. Por que eles 
precisariam de –uma menina adolescente– para algum deles, no entanto, era um 
mistério. 
 
- Você sabe que eles elegeram a ‘garota-rainha’ deles mês passado – disse Barnes. Eu 
podia praticamente vê-lo revirando os olhos. 
 
Todo mundo na sala murmurou afirmativamente. É claro que eles sabiam disso. Saber 
sobre o que os vampiros estão fazendo era crucial para mantê-los em segredo do resto 
da humanidade – e manter o resto da humanidade a salvo deles. Esse era nosso 
propósito, proteger nossos irmãos. 
 
Conhecer o inimigo era levado muito a sério conosco. A garotas que os Moroi elegeram 
rainha, Vasilisa Dragomir, tinha dezoito, assim como eu. 
 
- Não fique tensa – disse Horowitz gentilmente. 
 
Eu não tinha percebido que eu estava. Eu tentei relaxar, mas pensar em Vasilisa 
Dragomir me fez pensar em Rose Hathaway. Inquieta, eu me perguntava se talvez eu 
não devesse ter sido tão rápida para assumir que eu estava fora do problema aqui. 
Felizmente, Barnes simplesmente continuou com a história, sem mencionar a minha 
 
 
11 
conexão indireta com a garota rainha e seus associados. 
 
- Bem, tão chocante quanto foi para nós, isso também foi chocante para alguns de seu 
próprio povo. Houve um monte de protestos e dissidências. Ninguém tentou atacar a 
garota Dragomir, mas isso é porque ela está muito bem vigiada. Seus inimigos, ao que 
parece, encontraram uma maneira de contornar isso: sua irmã. 
 
- Jill – eu disse, falando antes que eu pudesse me impedir. Horowitz pediu para me 
mover e eu imediatamente me arrependi de chamar atenção para mim e meu 
conhecimento dos Moroi. No entanto, a imagem de Jillian Mastrano passou em minha 
mente, alta e irritantemente magra como todo Moroi, com grande e pálidos olhos verdes 
que sempre parecem nervosos. E ela tem uma boa razão para estar. Aos quinze, Jill 
tinha descoberto que era irmã ilegítima de Vasilisa, fazendo ela o único membro da 
linha de sua família real. Ela também estava ligada à bagunça que eu tinha me metido 
nesse verão. 
 
- Você conhece suas leis – continuou Stanton, depois de um momento de silêncio 
constrangedor. Seu tom transmitiu o que todos nós pensávamos sobre as leis dos Moroi. 
Um monarca eleito? Não fazia sentido, mas o que mais se poderia esperar de seres não 
naturais como vampiros? – E Vasilisa deve ter um membro da família para manter seu 
trono. Portanto, os seus inimigos decidiram que se eles não podem removê-la 
diretamente, eles irão remover sua família. 
 
Um arrepio correu pela minha espinha ao significado não dito, e eu mais uma vez 
comentei sem pensa. – Aconteceu alguma coisa com a Jill? – Dessa vez, eu pelo menos 
escolhi um momento em que Horowitz estivesse recarregando a sua agulha, por isso não 
havia perigo de estragar a tatuagem. 
 
Eu mordi meu lábio para me prevenir de dizer mais alguma coisa, imaginando a punição 
nos olhos do meu pai. Mostrar preocupação por um Moroi era a última coisa que eu 
queria fazer, considerado meu incerto status. Eu não tinha nenhuma forte ligação com a 
Jill, mas o pensamento de alguém tentando matar uma menina de quinze anos – a 
mesma idade de Zoe – era apavorante, não importa qual raça ela pertencia. 
 
 
 
12 
- Isso é o que não se sabem ao certo – refletiu Stanton. – Ela foi atacada, nós sabemos 
isso, mas não podemos dizer se ela sofreu algum dano real. Independentemente disso, 
ela está bem agora, mas a tentativa aconteceu em sua própria corte, indicando que eles 
têm traidores em níveis elevados. 
 
Barnes bufou em desgosto. – O que você pode esperar? Como sua raça ridícula 
conseguiu sobreviver tanto tempo quanto eles sem se preocupar uns com os outros. 
 
Haviam murmúrios de acordo. 
 
- Ridículo ou não, no entanto, não podemos tê-los em uma guerra civil – disse Stanton. 
– Alguns Moroi têm agido em protesto, o suficiente para eles chamarem a atenção nos 
meios de comunicação humana. Nós não podemos permitir isso. Precisamos de seu 
governo estável, e isso significa garantir a segurança desta menina. Talvez eles não 
possam confiar em si mesmo, mas eles podem confiar em nós. 
 
Não havia nenhum uso em salientar que Morois não confiam nos Alquimistas 
realmente. Mas, uma vez que nós não tínhamos interesse em matar a monarca Moroi ou 
sua família, eu suponho que isso nos tornou mais digno de confiança de alguns de seu 
povo. 
 
- Nós precisamos fazer a menina desaparecer – disse Michaelson. – Pelo menos até que 
os Moroi possam desfazer esse lei que torna o trono de Vasilisa tão precário. Esconder 
Mastrano com o seu próprio povo não é seguro no momento, por isso precisamos 
escondê-la entre os humanos. – Desdém escorria de suas palavras. – Mas é 
imprescindível que ela também continue sendo escondida dos seres humanos. Nossa 
raça não pode saber que a deles existe. 
 
- Após consultas com guardiões, nós escolhemos um local que todos nós acreditamos 
que será seguro para ela – tanto dos Moroi e Strigoi. – Disse Stanton. – No entanto, para 
ter certeza que elaem quente, eu gosto desse 
uniforme. – 
Desta vez, eu rolei os meus olhos. Depois que Adrian me tinha provocado da última vez 
sobre o meu uniforme parecer a minha roupa normal, eu fiz de certeza uma mudança 
antes de vir hoje. Agora eu usava uns jeans escuros e uma blusa preta e branca com um 
irritante colar estampado. Eu deveria ter sabido que a mudança de roupa não me teria 
salvado dos seus sarcasmos. 
–Você é o único aqui?– Eu perguntei, observando que seu jogo de tabuleiro. 
–Nah. Clarence esta por aí fazendo…Eu não sei. Coisas de velho. E eu acho que o Lee 
está a arranjar aquela tranca antes de ir para LA. É meio engraçado. Ele parece chateado 
por ele ter que precisar de usar ferramentas. Ele continua pensando que a força de suas 
próprias mãos deve ser o suficiente. – 
Eu não poderia deixar de sorrir. –Eu não suponho que você se ofereceu para ajudar? – 
–Sábio–, declarou Adrian. –Estas mãos não fazem trabalho manual.– Bateu outra bola 
em um buraco.–Você quer jogar?– 
–O quê? Com você? – 
–Não, com Clarence.– Suspirou com o meu pasmo olhar. – Sim, claro que é comigo.– 
–Não. Preciso falar com você sobre Jill –. 
Ele ficou em silêncio por alguns instantes e depois voltou para o jogo como se nada 
 
 
104 
tivesse acontecido. –Ela não estava doente hoje.– Ele disse com uma certeza, embora 
houvesse um engraçado tom de amargo nas suas palavras. 
–Não. Bem, não da mesma maneira. Ela ficou doente foi ao sol durante EF. Vou ver 
Keith depois para ver se conseguimos uma desculpa médica.– Eu realmente tentei ligar 
para ele antes, sem sorte. –Mas não é por isso que estou aqui. Tem um cara que gosta de 
Jill, um cara humano –. 
–Tens o Castile para o despachar.– 
Debrucei-me contra a parede e suspirei. –Essa é a coisa. Pedi-lhe para fazer isso. Bem, 
não para o despachar, exactamente. É o companheiro de quarto de Eddie. Eu pedi ao 
Eddie que dissesse a ele para recuar e leva-lo a alguma razão para este permanecer 
longe de Jill – tipo ela ser jovem demais – Temendo que Adrian fosse tão vago como 
Eddie foi, perguntei: –Você entende por que é importante, certo? Moroi não namoram 
com humanos? – 
Ele estava olhando para a mesa, não para mim. –Yap, eu estou contigo Sage. Mas eu 
ainda não vejo o problema. – 
–Eddie não vai fazê-lo. Ele diz que não pensa que devemos negar a Jill a possibilidade 
de namorar e ir para bailes. Que está tudo bem se ela e Micah saírem, desde então que 
não leva a sério isto. – 
Adrian era bom a esconder seus sentimentos, mas pareceu que tinha sido apanhado de 
surpresa. Ele endireitou-se e virou a base do taco de snoker no chão, enquanto ele 
pensava. –Isso é estranho. Quer dizer, eu percebi a lógica e há alguma coisa nisso. Ela 
não deve ser forçada a um isolamento enquanto está aqui. 
Eu só estou surpreso por Castile dizer isso. – 
–Sim, mas isso é um conceito difícil de viver. Onde você desenha a linha 'casual'? 
Honestamente, eu tenho este pressentimento de que Eddie simplesmente não quer 
confrontar Micah - o companheiro de quarto. O que é uma loucura, porque Eddie não 
parece ser o tipo de ter medo de nada. O que há sobre Micah que faz Eddie ficar tão 
inquieto? – 
–Micah é um cara grandalhão?– 
–Não–, eu disse. –Ele é constituído, eu acho. Bom em esportes. Realmente amigável e 
descontraído - não é do tipo que você teria medo que se virasse contra você caso lhe 
avisasse para se manter longe de sua irmã. – 
–Então você pode falar com ele. Ou apenas conversar com Jailbait e explicar as coisas 
para ela.– Adrian pareceu satisfeito por ter resolvido o assunto e bateu na última bola. 
 
 
105 
–Esse era o meu plano. Eu só queria ter certeza que você me apoiaria. Jill escuta você, e 
eu pensei que isso seria mais fácil se ela soubesse que você concordava comigo. Não 
que eu mesma saiba como ela se sente. Pelo que sei, isto é tudo um exagero. – 
–Não deve doer ser muito cuidadoso com ela–, disse Adrian. Ele olhou fora, perdido em 
seus próprios pensamentos. –E eu vou deixá-la saber como me sinto sobre isso. – 
–Obrigada–, disse meia surpresa com o quão fácil tinha sido isto. 
Seus olhos verdes dançaram maliciosamente. –Agora você vai jogar uma partida 
comigo? – 
–Eu realmente não…– 
A porta se abriu, e Lee entrou, vestido casualmente com uns jeans e uma T-shirt. Ele 
estava carregando uma chave de fenda. –Hey, Sydney. Pensei ter visto o seu carro lá 
fora. – Ele olhou ao redor. –Esta, uhm, Jill com você? – 
–Hoje não–, eu disse. Uma nova luz atingiu me quando eu recordei que Lee frequentou 
a escola em Los Angeles. –Lee, você já namorou com uma garota humana na sua 
escola? – 
Adrian arqueou uma sobrancelha. –Você está pedindo-lhe para sair, Sage? – 
Fiz uma careta. –Não!– 
Lee ficou pensativo. –Não, não realmente. Tenho alguns amigos humanos, e nós saímos 
como um grupo e aparecemos… mas eu nunca fiz mais do que isso. Todavia LA é um 
lugar grande. Há raparigas Moroi por lá, se você souber onde olhar. – 
Adrian animou-se. –Oh?– 
Minha esperança era que Lee pudesse dizer a Jill que ele também teve de evitar 
encontros desbotados. –Bem, isso faz com que a sua situação de namorar seja muito 
mais fácil do que a Jill –. 
–O que você quer dizer?–, perguntou Lee. 
Eu recapitulei tudo para ele sobre Micah e Eddie. Lee balançou a cabeça 
pensativamente. 
–Isso é difícil–, admitiu. 
–Podemos voltar para a parte sobre raparigas Moroi saírem em LA? –, perguntou 
Adrian esperançado. –Você pode me indicar alguns dos… oh, vamos dizer, os de 
mentes mais abertas? – 
No entanto a atenção de Lee estava em mim. Seu fácil sorriso cresceu incerto e ele 
olhou para seus pés. 
–Isso pode parecer meio estranho…mas eu quero dizer, eu não me importaria pedir Jill 
 
 
106 
para sair. – 
Adrian caiu em cima antes que eu pudesse pensar numa resposta. –O que, você quer 
dizer como namorar? Seu filho da puta! Ela só tem quinze anos. – Você nunca teria 
adivinhado que ele estava falando facilmente sobre raparigas Moroi momentos antes. 
–Adrian–, disse. –Eu supondo que a definição de Lee para namorar é um pouco 
diferente da sua. – 
–Desculpe, Sage. Você tem que confiar em mim quando se trata de definições de 
namoro. Da última vez que eu verifiquei, você não era uma perita em matéria social. 
Quero dizer, quando foi a última vez que você namorou? – Era apenas outra das farpas 
espirituosas que ele jogava tão facilmente, mas picou um pouco. Era assim tão óbvia a 
minha falta de experiência social? 
–Mas–, acrescentei ignorando a pergunta de Adrian, –não é uma diferença de idade.– 
Sinceramente não tinha ideia quantos anos Lee tinha. Ele estar numa faculdade me deu 
alguma pista, mas Clarence parecia muito velho. Ter um filho no final da vida não era 
tão estranho, porém, para os humanos ou Moroi. 
–Aí esta–, disse Lee. –Eu tenho dezanove. Não é um grande lacuna - mas grande o 
suficiente. Eu não deveria ter dito nada. – Ele parecia envergonhado, e eu senti tristeza 
por ele como confusão por mim. Casamenteira não estava no manual de Alquimistas. 
–Por que você quer convidá-la para sair?– Eu perguntei. –Eu quero dizer, ela é óptima, 
mas você só está fazendo isso para a distrair de Micah e dar-lhe uma alternativa segura 
de namoro? Ou você, hum, gosta dela?– 
–Claro que ele gosta dela–, disse Adrian, rápido para defender a honra de Jill. Eu tive 
um pressentimento que realmente não havia nenhuma boa maneira de Lee responder 
neste momento. Se ele manifestasse interesse nela, o instinto bizarro de cavalheirismo 
de Adrian estavam indo chuta-lo. Se Lee não estivesse interessado, Adrian sem dúvida 
exigiria saber o porque que Lee não queria casar-se com ela ali mesmo. Aquilo era um 
daqueles fascinantes - mas esquisitos – equívocos da personalidade de Adrian. 
–Eu gosto dela–, disse Lee sem rodeios. –Eu só falei com ela um par de vezes, 
mas…bem, eu realmente gostaria de conhecê-la melhor. – 
Adrian zombou e eu atirei-lhe um olhar. –Mais uma vez –, disse. –Eu acho que vocêsrapazes têm definições diferentes para as mesmas palavras. – 
–Não é verdade–, disse Adrian. –Todos os caras querem dizer a mesma coisa quando 
querem ‘conhecer uma rapariga melhor’. Você é uma jovem moça bem-educada, então 
eu entendo porque você seria inocente demais para entender. Boa coisa você me ter aqui 
 
 
107 
para interpretar. – 
Voltei para Lee, nem mesmo me preocupando em responder a Adrian. –Eu acho que 
tudo bem se você sair com ela –. 
–Supondo que ela ainda esta interessada–, disse Lee, olhando incerto. Lembrei-me do 
seu sorriso quando ele parou para falar com ela ontem. Aquilo pareceu muito promissor. 
Mas depois, também teve o seu entusiasmo com Micah. –Eu aposto que ela está.– 
–Então você está indo deixá-la sair sozinha?– perguntou Adrian, dando-me um olhar 
que me disse para não questioná-lo. Desta vez sua preocupação era verdadeira. Eu 
compartilhei. Jill estava em Palm Springs por ser seguro. Ela foi matriculada na 
Amberwood porque também era seguro. De repente, sair com um cara que nós mal 
conhecíamos não iria ao encontro dos protocolos de segurança tanto dos Alquimistas 
como dos guardiões. 
–Bem, ela não pode mesmo deixar o campus–, disse pensando em voz alta. –Não sem 
mim.– 
–Whoa–, disse Adrian, –se você começar a vir junto como um acompanhante, eu 
também – 
–Se nós dois fizermos isso, então Eddie vai querer também–, eu apontei. –Não parece 
muito como uma saida.– 
–Então?– O breve momento de seriedade e preocupação de Adrian tinha desaparecido 
face ao que ele via como diversão social. Como poderia o humor de qualquer um virar 
de maneira rápida? –Pense nisto como pelo menos uma saída do que um falso passeio 
em família. Uma que vai me entreter enquanto eu protejo 
a virtude dela. – 
Eu coloquei as minhas mãos nos meus quadris e voltei-me para ele. Isto pareceu diverti-
lo mais. –Adrian, 
nós estamos focando Jill aqui. Isto não é sobre o seu entretenimento pessoal. – 
–Não é verdade–, ele disse com olhos verdes cintilantes. –Tudo é sobre o meu 
entretenimento pessoal. O mundo é o meu palco. Manter isto - você estaria se tornando 
numa estrela no show. – 
Lee olhou entre nós com um cómico olhar perdido. –Vocês querem ficar sozinhos?– 
Eu ruborizei. –Desculpa–. Adrian não fez nenhum pedido de desculpas, é claro. 
–Olhe–, disse Lee, que parecia tipo, estar a começar a lamentar-se trazer isto tudo ao de 
cima. –Eu gosto 
dela. Se isso significa trazer todo o seu grupo para que eu possa estar com ela, então 
 
 
108 
tudo bem. – 
–Talvez seja melhor assim–, pensei. –Talvez se fazermos as coisas mais como um grupo 
– á parte da sua alimentação - ela não vai estar em perigo de querer sair com um cara 
humano – Nós nem sabíamos de certeza se ela estava interessada. Nós nem sequer 
sabíamos se ela estava interessada em Lee também. Eu percebi que estávamos sendo 
terrivelmente grosseiros com a sua vida amorosa. 
–Isso é tipo o que eu queria antes–, Adrian disse-me. –Só mais uma vida social.– 
Lembrei-me da conversa de ontem, em que ele exigiu que eu encontrasse uma 
hospedagem. –Isto não é exactamente o que você pediu. – 
–Se você quiser sair mais vezes–, disse Lee, –você deve voltar para Los Angeles 
comigo esta noite. Estarei de volta aqui depois da aula de amanhã de qualquer maneira, 
por isso seria apenas uma viagem rápida. – 
Adrian iluminou-se tanto que eu me perguntei se Lee havia sugerido isto para tentar 
alisar qualquer tensão 
que permaneceu sobre seu interesse em Jill. –Você vai apresentar-me para essas 
meninas? – Adrian perguntou. 
–Inacreditável–, eu disse. A dupla personalidade de Adrian era ridícula. 
Eu não percebi a porta a ser aberta até que Keith estava completamente na sala. Eu 
nunca estive tão feliz em vê-lo, mas era uma sorte ele estar subitamente aqui, bem 
quando eu precisava falar com ele sobre Jill e seus problemas com EF. Meu melhor 
plano tinha sido aparecer no seu apartamento e esperar apanhá-lo lá. Ele me salvou do 
problema. 
Keith olhou para nós três - mas ele não compartilhava nossos sorrisos. Não piscar de 
olho ou o charme de menino bonito hoje. –Eu vi seu carro lá fora, Sydney–, disse ele 
severamente voltando-se para mim. –O que você está fazendo aqui?– 
–Eu tinha que falar com Adrian–, eu disse. –Você recebeu minha mensagem? Eu tentei 
ligar mais cedo. – 
–Eu tenho estado muito ocupado–, disse ele com firmeza. Sua expressão era dura, seu 
tom esfriou a sala. Adrian e Lee tinham perdido os seus sorrisos, e ambos agora 
pareciam confusos enquanto tentavam descobrir por que Keith estava tão irritado. Eu 
compartilhava a curiosidade deles. –Vamos conversar. Em privado. – 
De repente, senti como uma criança travessa, sem saber porquê. –Claro–, eu disse. –
Eu…eu estava saindo de qualquer jeito. – 
Movi-me para me juntar a Keith na porta. 
 
 
109 
–Espere–, disse Lee. –E quanto a…– Adrian cutucou ele e balançou a cabeça, 
murmurando algo que eu não pude ouvir. Lee ficou quieto. 
–Te vejo por aí–, disse Adrian alegremente. –Não se preocupe – eu vou me lembrar do 
que falamos. – 
–Obrigado–, eu disse. –Vejo vocês mais tarde–. 
Keith saiu sem uma palavra, e eu segui-o para fora da casa em direcção ao calor de fim 
de tarde. A temperatura tinha descido desde a malfadada aula de EF, mas não muito. 
Keith marchava através da calçada de cascalho, chegando a um impasse ao lado de 
Latte. Seu carro estava estacionado nas proximidades. 
–Isso foi rude,– disse a ele. –Você nem sequer disse adeus a eles. – 
–Desculpe se eu não levo as minhas melhores maneiras para os vampiros,– estalou 
Keith. –Eu não sou tão chegado a eles como você é. – 
–O que é que isso quer dizer?– Eu exigi, cruzando os braços. Olhando-o, senti todas as 
minhas velhas bolhas de ousadia subirem. Era difícil acreditar que eu estava rindo 
exactamente um minuto atrás. 
Keith zombou. –Agora mesmo você parecia muito aconchegante com eles lá dentro - 
saindo, ter um bom momento. Eu não sabia que este era o lugar onde você gastava o seu 
tempo livre depois da escola. – 
–Como você se atreve! Eu vim aqui a trabalho, – rosnei. 
–Sim, eu poderia dizer.– 
–Eu vim. Eu tinha que falar com Adrian sobre Jill –. 
–Não me lembro de ele ser o seu guardião.– 
–Ele se preocupa com ela–, argumentei. –Assim como qualquer um de nós faria por um 
amigo. – 
–Amigo? Eles nem mesmo são como nós –, disse Keith. 
–Eles são imorais e não naturais, e você não tem que estar sendo amiga com nenhum 
deles. – 
Queria gritar de volta que pelo que eu tinha observado, Lee era cem vezes mais digno 
de um pessoa do que Keith jamais seria. Nem mesmo Adrian era. Foi apenas no último 
segundo que a minha formação chutou dentro. Não levante um barulho. Não contradiga 
os seus superiores. Não importa o quanto eu o odiava, Keith estava no comando aqui. 
Eu tomei uma profunda respiração. 
–Foi difícil confraternizar. Eu simplesmente vim para falar com Adrian, e aconteceu de 
Lee estar aqui. Não era como se nós todos estivéssemos a planear uma festa grande. – 
 
 
110 
Melhor não mencionar o plano de sair em grupo. 
–Porque você foi justamente chamar Adrian se você tinha um pergunta? Você me 
chamaria. – 
Porque estar cara a cara com ele é menos repugnante do que estar ao seu redor. 
–Era importante. E quando eu não consegui apanhar você, eu percebi que tinha que 
dirigir até a sua casa de qualquer maneira. – 
Na esperança de afastar do meu –mau comportamento–, eu mergulhei e recapitulei tudo 
o que tinha acontecido hoje, incluindo a exposição de Jill ao sol e as atenções de Micah. 
–É claro que ela não pode namorá-lo–, ele exclamou, depois que eu expliquei sobre 
Micah. –Você tem que colocar um stop nisso. – 
–Eu estou tentando. E Adrian e Lee disseram que ajudava. – 
–Oh, bem, eu me sinto muito melhor agora.– Keith sacudiu cabeça. –Não sejas ingénua, 
Sydney. Eu disse a você. Eles não se preocupam com essas coisas tanto quanto nós. – 
–Eu acho que eles fazem–, argumentei. –Adrian pareceuficar, e ele tem muita 
influência sobre Jill –. 
–Bem, não é por ele que os Alquimistas virão depois buscar para enviar para a 
reeducação, por jogar 
por aí com vampiros quando ela deveria estar a disciplina-los –. 
Eu só podia olhar. Eu não tinha certeza que parte do que ele disse era a mais ofensiva: a 
insinuação mais gasta de que eu era uma –amante de vampiro– ou que eu era capaz de –
disciplinar– qualquer um deles. Eu deveria ter sabido que a sua falsa amizade não iria 
durar. 
–Estou fazendo o meu trabalho aqui–, eu disse, ainda mantendo o meu nível de voz. –E 
pelo que posso ver, eu estou fazendo mais trabalho do que você, desde que sou a única 
que tem apagado incêndios durante toda a semana. – 
Eu sabia que era uma ilusão, visto que o olho de vidro não poderia realmente olhar, mas 
eu senti que ele estava olhando me com os dois olhos. –Estou fazendo bastante. Nem 
pense em me criticar. – 
–O que você está fazendo aqui?– perguntei, de repente percebendo como era estranho. 
Ele me acusou de 
‘socializar’, mas nunca explicou os seus motivos. 
–Eu tinha que ver Clarence, não que isso seja de sua importância. – 
Eu queria mais detalhes, mas recusei-me a deixar transparecer a minha curiosidade. Ele 
tinha ido ali ontem também, de acordo com Lee. –Você vai ligar para a escola amanhã e 
 
 
111 
excluir Jill de EF? – 
Keith me deu um olhar longo e pesado. –Não.– 
–O quê? Por que não? – 
–Porque estar ao sol não vai matá-la.– 
Novamente, eu mordi a minha raiva e tentei o lado da diplomacia que eu tinha 
aprendido. –Keith, você não a vê. Talvez não a vá matar, mas é miserável para ela. Ela 
estava em agonia. – 
–Eu realmente não me importo se eles estão miseráveis ou não–, Keith disse. –E você 
também não deveria. Nosso trabalho é mantê-la viva. Não houve menção de 
seguramente faze-la se sentir feliz e confortável –. 
–Eu não acho que alguém teria que nos dizer:– disse horrorizada. Por que ele estava tão 
chateado? –Eu acho que a sensibilidade do ser humano, poderíamos apenas fazê-lo. – 
–Bem, agora você pode. Você pode conseguir alguém acima de nós para emitir uma 
nota para a escola ou você pode dar a ela banhos de gelo depois da aula de ginástica. Eu 
realmente não ligo para o que você faz, mas talvez isso a vá manter ocupada o suficiente 
para que você pare de vir para cá sem aviso prévio e jogando-se a si mesma ás criaturas 
da escuridão. Não deixe que eu ouça falar que isso aconteceu novamente. – 
–Você é inacreditável–, disse. Eu estava muito chateada e com falta de palavras para 
puder administrar mais nada eloquente. 
–Eu estou olhando para fora da sua alma–, disse arrogantemente. –É o mínimo que 
posso fazer por seu pai. Pena que você não seja mais como suas irmãs. – 
Keith virou as costas para mim e desbloqueou a porta do carro sem outra palavra. Ele 
entrou e partiu, deixando-me pasmada. Lágrimas ameaçaram os meus olhos e eu engoli-
os de volta. Eu me sentia como uma idiota - mas não por causa de suas acusações. Eu 
não acreditei por um instante que eu tinha feito nada mais errado do que ter vindo aqui. 
Não, eu estava furiosa – furiosa comigo mesma - porque eu deixei ele ficar com a 
última palavra e porque eu que não tive a coragem de dizer nada de volta. Eu permaneci 
em silêncio, assim como todo mundo sempre me disse para ficar. 
Chutei o cascalho na minha ira, enviando borrifadelas daquilo para o ar. Um pouco de 
pequenas pedras bateu no meu carro e eu estremeci. –Desculpa–. 
–Será que ele vai acusar-te de ser perverso falar com um objecto inanimado? – 
Virei-me com o coração disparado. Adrian estava encostado contra a casa, fumando. –
De onde você veio?– exigi, mesmo que eu soubesse de tudo o que havia para saber 
sobre vampiros, era difícil agitar medos supersticiosos deles aparecendo cá fora para o 
 
 
112 
ar rarefeito. 
–Da outra porta–, explicou. –Saí para fumar e ouviu a agitação. – 
–É rude escutar às escondidas–, eu disse, sabendo que soou insuportavelmente 
formalista mas incapaz de me parar. 
–É rude ser um imbecil como esse.– Adrian assentiu para onde Keith tinha ido embora. 
–Você vai ser capaz de conseguir que Jill saia da aula? – 
Eu suspirei, sentindo de repente cansada. –Sim, eu deveria ser capaz. Só vai demorar 
um pouco mais, enquanto eu procuro algum outro Alquimista para ser os nossos pais 
falsos. Teria sido muito mais rápido se Keith tivesse feito isso. – 
–Obrigado por olhar por ela, Sage. Você é legal. Para um humano. – 
Eu quase ri. –Obrigada.– 
–Você pode dizer isso também, você sabe.– 
Caminhei até Latte e fiz uma pausa. –Dizer o quê?– 
–Que eu sou legal…para um vampiro –, explicou. 
Eu balancei minha cabeça, ainda sorrindo. –Você vai ter um duro trabalho para 
encontrar qualquer Alqimista que admita isso. Mas posso dizer que você está bem para 
um irreverente rapaz de féstas com ocasionais momentos de brilhantismo. – 
–Brilhante? Você acha que eu sou brilhante? – Ele jogou suas mãos para o céu. –Você 
ouviu isso mundo? Sage disse que eu sou brilhante –. 
–Não foi isso que eu disse!– 
Ele largou o cigarro e o pisou com o pé, me dando um desinteressado sorriso. –
Obrigado por levantar o meu ego. Eu estou indo para dizer a Clarence e a Lee e tudo 
sobre a sua alta opinião. – 
–Hey, eu não…– 
Mas ele já tinha ido. Enquanto conduzia, eu decidi que os Alquimistas precisavam de 
um departamento inteiro dedicado à manipulação de Adrian Ivashkov. Quando voltei ao 
meu dormitório, encontrei Jill sentada rodeada de livros e papéis, sem dúvida, tentando 
recuperar o atraso de ontem. 
–Uau–, eu disse, pensando nos deveres que esperavam por mim também. –Você tem um 
comando inteiro de centro de criação –. 
Em vez de sorrir para a minha piada, Jill olhou para cima com um olhar gelado. –Você 
acha que,– ela disse, – talvez da próxima vez que você quiser mexer com a minha vida 
amorosa, você poderia falar comigo em primeiro lugar? – 
Eu fiquei sem palavras. Adrian disse que ele iria conversar com Jill. Eu só não tinha 
 
 
113 
percebido que seria tão rápido. 
–Você não tem que ir atrás das minhas costas para me manter longe de Micah –, 
acrescentou. –Eu não sou estúpida. Eu sei que não posso namorar um ser humano.– 
Então aparentemente Adrian tinha dito a ela muita coisa. 
–E–, Jill continuou, ainda num tom frio, –você não tem que assentar-me com o único 
Moroi elegível dentro de uma centena de quilómetros, a fim de me manter fora de 
problemas –. 
Okay… Adrian tinha, aparentemente, lhe dito tudo. Eu teria esperado mais discrição 
dele, especialmente com a parte de Lee. 
–Nós… não estávamos assentar-te, –eu disse sem muita convicção. –Lee queria te 
convidar para sair de qualquer maneira.– 
–Mas ao invés de falar comigo, ele pediu permissão de vocês! Você não controla a 
minha vida. – 
–Eu sei disso–, eu disse. –Nós não estávamos tentando!– Como tinha isso explodiu 
justamente á minha frente? –Lee actuou por conta própria. – 
–Assim como você fez quando foi falar com Adrian nas minhas costas.– Seus olhos 
brilhavam com lágrimas de raiva, desafiando-me a negá-lo. Eu não podia e só agora 
percebi o erro que eu tinha feito. Desde que ela foi encontrada ela era da realeza, Jill 
tinha visto as outras pessoas a ditar a sua vida para ela. Talvez minhas intenções de 
conseguir que Adrian falasse com ela sobre Micah fossem boas, mas eu as dirigi no 
caminho errado. 
–Você está certa–, eu disse. –Sinto muito, eu…– 
–Esqueça isso–, disse ela, escorregando um par de fones nos ouvidos. –Eu não quero 
ouvir mais nada. Você me fez parecer estúpida na frente de ambos - de Adrian e de Lee. 
Não que eles vão mesmo pensar duas vezes em mim hoje à noite em Los Angeles.– Ela 
acenou com a mão para mim e olhou para o livro na frente dela. –Eu estou feita com 
você. – 
Se ela não podia me ouvir por causa da música ou simplesmente porque ela agora 
decidiu ignorar me, eu não poderia dizer. Tudo o que eu sabia era que eu, mais uma vez 
encontrei-me a compara-laa Zoe. Assim como com Zoe, eu tentei fazer algo de bom 
para Jill e tinha saído pela culatra. Assim como com Zoe, eu acabei machucando e 
humilhar a pessoa que eu tentava proteger. 
Desculpe, Sage. Da última vez que verifiquei, você não era uma especialista em matéria 
social. 
 
 
114 
Aquilo, pensei amargamente, era a parte mais triste de tudo - que Adrian Ivashkov 
estava certo. 
 
 
* CLUE em americano, CLUEDO é um jogo popular de resolução de mistérios e assassinatos. O 
objectivo do jogo é os jogadores estrategicamente mover o tabuleiro de jogo (uma mansão), sob o disfarce 
de um dos jogos de seis caracteres, colectando pistas, para deduzir quem assassinou a vítima perpétua do 
jogo: Dr. Black (Mr. Boddy, em versões norte-americanas), e com qual arma e em que sala. 
 
 
Capítulo 10 
 
 
Meu telefone tocou naquele momento, me salvando do embaraço de descobrir o que 
fazer com Jill. Eu respondi sem me preocupar em verificar o identificador de chamadas. 
–Miss Melbourne? Seus serviços são necessários imediatamente. – 
–Senhora?– perguntei surpresa. A voz frenética de Ms. Terwilliger não era o que eu 
estava esperando. –O que há de errado?– 
–Eu preciso que você me vá buscar um cappuccino com molho de caramelo para o 
Spencer. Não há absolutamente nenhuma maneira de eu poder concluir a tradução deste 
documento, se você não o faz. – 
Havia um milhão de respostas que eu poderia dar, nenhum das quais era muito educada, 
então eu dei a resposta mais lógica. 
–Eu não acho que posso–, disse. 
–Você tem privilégios fora do campus, não tem?– 
–Bem, sim, senhora, mas é quase hora de recolher do campus. Eu não sei onde Spencer 
esta, mas eu não acho que posso fazê-lo a tempo. – 
–Tolices. Quem está a administrar o seu dormitório? Aquela mulher Weathers? Vou 
ligar para baixo e conseguir-lhe uma excepção. Estou trabalhando em um dos escritórios 
da biblioteca. Encontre-me lá. – 
Apesar da minha devoção pessoal ao café, receber uma –excepção– para o recolher da 
escola parecia um tipo de exagero para um recado como este. Eu não gostava de quebrar 
 
 
115 
as regras. Por outro lado, eu era assistente da Ms. Terwilliger. Isto não fazia parte da 
minha descrição de trabalho? Todos os velhos instintos de Alquimista para seguir as 
ordens levaram a melhor. 
–Bem, sim, minha senhora, eu suponho que eu…– 
Ela desligou, e eu olhei para o telefone espantada. –Eu tenho que ir–, disse a Jill. – 
Espero que esteja de volta cedo. Talvez muito cedo, uma vez que me surpreenda se ela 
se lembrar de telefonar a Sra. Weathers.– Ela não olhou para cima. Com um encolher de 
ombros, eu arrumei o meu laptop e alguns deveres de casa, apenas no caso de Ms. 
Terwilliger pensar em outra coisa para eu fazer. 
Com o café á vista, a memória da minha professora era boa, e eu descobri que, de fato, 
tinha autorização para sair quando desci. Mrs. Weathers deu-me mesmo indicações para 
ir ao Spencer, uma loja de café que estava a poucos quilómetros de distância. Eu peguei 
o cappuccino, me perguntando se eu seria reembolsada, e peguei algo para mim 
também. Quando regressei o pessoal da biblioteca de Amberwood me deram uma 
dificuldade de entrar por levar bebidas, mas quando eu expliquei o meu recado, eles 
acenaram-me para os escritórios lá atrás. Aparentemente, o vício de Ms. Terwilliger era 
bem conhecido. 
A biblioteca estava surpreendentemente ocupada e eu rapidamente deduzi o porquê. 
Depois de um certo ponto da noite, rapazes e raparigas eram proibidos estar nos 
dormitórios uns dos outros. A biblioteca estava aberta até mais tarde, assim este era o 
lugar para sair com o sexo oposto. Muitas pessoas também iam lá só para estudar, 
incluindo Julia e Kristin. 
–Sydney! Aqui! – Chamou Kristin num nível sussurrante. 
–Liberte-se de Terwilliger–, acrescentou Julia. –Você pode fazê-lo. – 
Eu levantei o café enquanto passava por elas. –Você deve estar brincando? Se ela não 
conseguir ter a sua cafeína em breve, não haverá fuga possível dela. Eu volto se puder. – 
Enquanto eu continuava a andar, vi um pequeno grupo de estudantes reunidos em torno 
de alguém e ouviu uma voz familiar e irritante. Greg Slade. 
Curiosidade se apoderou de mim mesma e fui até a borda da multidão. Slade estava 
mostrando algo em seu braço: uma tatuagem. 
O projecto em si não era nada especial. Era uma águia em voo, o tipo de arte genérica 
que todas as lojas de tattoo tinham em estoque e copiadas em massa. O que me chamou 
a atenção foi a cor. Era tudo feito numa rica prata metálica. Metálicos como aquele não 
eram fáceis de retirar, não com aquele brilho e intensidade. Eu sabia que produtos 
 
 
116 
químicos entravam na minha própria tatuagem de ouro, e a fórmula era complexa e 
composta por vários ingredientes raros. 
Slade fez um esforço tímido para manter a voz baixa - tatuagens eram proibidas por 
aqui, afinal de contas - mas ficou claro que ele estava gostando da atenção. Eu observei 
em silêncio, outros felizes estavam perguntando algumas das minhas perguntas por 
mim. Claro, essas perguntas só me deixaram com mais perguntas. 
–Isso é mais brilhante do que as que costumavam fazer–, um de seus amigos observou. 
Slade inclinou seu braço para que a luz se reflectisse. –Algo novo. Eles dizem que estes 
são melhores do que os do ano passado. Não tenho certeza se isso é verdade, mas não 
foi barato, eu posso te dizer isso. – 
O amigo que havia falado sorriu. –Você vai descobrir nos testes. – 
Laurel – a rapariga de cabelos vermelhos que tinha se interessado por Micah, estendeu a 
perna ao lado de Slade, revelando um tornozelo fino adornada com uma tatuagem 
desbotada de uma borboleta. Não era metálica. –Eu poderia ter a minha trocada até, 
talvez quando for para casa se eu conseguir o dinheiro dos meus pais. Você sabe se os 
celestiais são melhores este ano também? –Ela jogou o cabelo para trás enquanto falava. 
Do que eu tinha observado no meu breve tempo em Amberwood, Laurel era muito 
vaidosa com o seu cabelo e fazia questão de jogá-lo para trás pelo menos a cada dez 
minutos. 
Slade encolheu os ombros. –Não perguntei–. 
Laurel me notou a assistir. –Oh, hey. Você não é a irmã da rapariga vampiro? – 
Meu coração parou. –Vampiro?– 
–Vampiro?– Ecoou Slade. 
Como ela descobriu? O que eu vou fazer? Eu estava apenas a começar a fazer uma lista 
dos Alquimistas que eu tinha que chamar quando um dos amigos de Laurel riu. 
Laurel olhou para eles e riu arrogantemente, então se virou de volta para mim. –Isso é o 
que nós decidimos chamá-la. Nenhum humano pode ter uma pele tão pálida. – 
Eu quase afundei de alívio. Era uma brincadeira - uma dolorosamente acerta perto da 
verdade, mas mesmo assim uma piada. Ainda assim, Laurel não parecia alguém para se 
atravessar e que seria melhor para todos nós se essa brincadeira fosse esquecida em 
breve. Eu admito que deixei escapar o primeiro comentário de distracção que me veio à 
cabeça. –Hey, coisas estranhas acontecem. Quando eu te vi pela primeira vez, eu não 
achei que alguém pudesse ter cabelos tão longos ou tão vermelhos. Mas você não me 
ouviu falar sobre extensões ou corantes. – 
 
 
117 
Slade quase se dobrou de tanto rir. –Eu sabia disso! Eu sabia que era falso! – 
Laurel corou quase tão vermelha quanto os seus cabelos. –Não é! É real! – 
–Miss Melbourne?– 
Eu saltei com a voz atrás de mim e encontrei Ms. Terwilliger lá, me olhando com 
estupefacção. –Você não está recebendo crédito para conversar, especialmente quando o 
meu café está aí. Vamos lá. – 
Eu afastei sem ser vista, embora quase ninguém notou. Os amigos de Laurel estavam se 
divertindo muito a provoca-la. Eu esperava que eu tivesse apagado as piadas de 
vampiro. Enquanto isso, eu não conseguia tirar a imagem da tatuagem de Greg fora da 
minha mente. Eu deixei meus pensamentos vaguearem no mistério dos componentes 
que seriam necessários para a cor prata. Eu quase que a descobriu - pelo menos, eu tinha 
uma possibilidadede descobri - e desejei ter acesso aos ingredientes dos Alquimistas 
para fazer algumas experiências. Ms. Terwilliger tomou o café com gratidão quando 
chegamos a um pequeno escritório. 
–Graças a Deus–, disse ela, depois de tomar um longo gole. Ela acenou com a cabeça na 
minha. –Esse atras é outro? Excelente pensamento. – 
–Não, senhora–, eu disse. –É meu. Você quer que eu comece sobre aqueles? – uma 
familiar pilha de livros estavam sobre a mesa, as que eu tinha visto na sala de aula. Eles 
eram peças fundamentais para a sua pesquisa, e ela me disse que eventualmente ia 
precisar que eu os delineasse e os documentasse para ela. Alcancei o do topo, mas ela 
parou me. 
–Não–, ela disse, movendo-se em direcção a uma mala grande. Ela vasculhou os 
documentos e vários materiais de escritório, finalmente ela pegou num livro de couro 
velho. –Vai pegar neste em vez. – 
Peguei o livro. –Posso trabalhar lá fora?– Eu esperava que eu pudesse voltar para a área 
principal de estudo, eu poderia conversar com Kristin e Julia. 
Ms. Terwilliger considerou. –A biblioteca não vai deixar você ter o café. Você 
provavelmente deve deixá-lo aqui–. 
Eu não sabia o que fazer, debatendo-me se o meu desejo de falar com Kristin e Julia 
superava a probabilidade de a Ms.Terwilliger quiser beber o meu café antes que eu 
voltasse. Eu decidi assumir o risco e ofereci o meu café com uma dolorosa despedida 
enquanto arrastava os meus livros e materiais de volta para a biblioteca. 
Julia olhou para o surrado livro de Ms. Terwilliger com desdém. –Supostamente isso 
não está em algum lugar na internet?– 
 
 
118 
–Provavelmente não. Eu estou supondo que ninguém olhou sequer para isto desde antes 
da internet ser inventada.– Eu abri a capa e poeira voou para fora. –Muito antes–. 
Kristin tinha os deveres de matemática aberta na frente dela mas não parecia 
particularmente interessada nele. Ela bateu uma caneta distraidamente contra a capa do 
compêndio. –Então você viu a tattoo do Slade?– 
–Dificilmente não–, disse tirando o meu laptop. Eu olhei para além do ecrã. –Ele ainda a 
esta a mostrar.– 
–Ele queria uma há algum tempo mas nunca teve dinheiro –, explicou Julia. –No ano 
passado, todos os grandes atletas tinham uma. Bem, excepto Trey Juarez –. 
–Trey quase que não precisa de uma–, destacou Kristin. –Ele é muito bom.– 
–Ele vai agora - se ele quiser igualar-se com Slade,– disse Julia. 
Kristin balançou a cabeça. –Ele ainda não vai fazê-lo. Ele é contra isso. Ele tentou 
denunciá-los ao Mr.Green no ano passado, mas ninguém acreditou nele.– 
Olhei para trás e para frente entre elas, mais perdida do que nunca. –Ainda estamos 
conversando sobre as tatuagens? Sobre Trey 'precisar' de uma ou não? – 
–Você realmente ainda não descobriu?–, perguntou Julia. 
–É meu segundo dia,– eu indiquei com frustração. Lembrando que eu estava numa 
biblioteca, falei mais suavemente. –As únicas pessoas que realmente falaram sobre elas 
foram o Trey e vocês - e não disseram muita coisa sobre isso. – 
Pelo menos, eles tiveram a graça de parecerem envergonhadas com aquilo. Kristin abriu 
a boca, fez uma pausa e depois pareceu mudar o que ela ia dizer. –Você tem certeza que 
a sua não faz nada?– 
–Afirmativo–, menti. –Como isso é possível?– 
Julia deu uma olhada ao redor da biblioteca e torceu-se na cadeira. Ela puxou um pouco 
a sua camisa, expondo a parte inferior das costas - e uma tatuagem desbotada de uma 
andorinha a voar. Convencida de que eu a tinha visto, ela recompôs-se. –Eu tive ela nas 
ultimas ferias de primavera - e foram as melhores ferias de sempre.– 
–Por causa da tatuagem?– perguntei céptica. 
–Quando a tive, ela não se parecia com isto. Era metálica…não como a tua. Ou do 
Slade. Mais tipo…– 
–Cobre–, completou Kristin. 
Julia pensou sobre isso e concordou. –Sim, como ouro avermelhado. A cor só durou 
uma semana e os efeitos que fez durante esse mesmo tempo foram incríveis. Tipo, eu 
nunca me senti tão bem. Era desumanamente bom. A melhor alta de sempre.– 
 
 
119 
–Eu juro, há algum tipo de droga nessas celestiais,– disse Kristin. Ela estava tentando 
soar em desaprovação, mas eu pensei ter detectado uma nota de inveja. 
–Se você tivesse uma, você entenderia,– Julia disse a ela. 
–Celestiais…Eu ouvi a menina lá a falar sobre elas–, disse. 
–Laurel?– perguntou Julia. –Sim, isso é o que eles chamam às de cobre. Porque elas 
fazem você se sentir fora deste mundo.– Ela olhou quase com vergonha do seu 
entusiasmo. –Nome estúpido, né?– 
–É isso que faz a de Slade?– perguntei, chocada com o que se estava a desenrolar diante 
de mim. 
–Não, ele tem uma de aço–, disse Kristin. –Aquelas dão-lhe um grande impulso atlético. 
Tipo, você fica mais forte, mais rápido. Coisas assim. Elas duram mais do que as 
celestiais - pelo menos duas semanas. Às vezes três, mas o efeito de desvanece. Eles a 
chamam de aço, porque eles são resistentes, eu acho. E, talvez, porque há aço nelas.– 
Não aço, pensei. Um composto de prata. A arte do uso do metal, para vincular certas 
propriedades na pele, era uma das coisas que os Alquimistas tinham aperfeiçoado há 
muito tempo. 
O ouro era absolutamente muito melhor, razão pela qual nos o usávamos. Outros metais 
- quando preparados em perfeitas maneiras - alcançavam efeitos semelhantes, mas nem 
prata, nem cobre, conseguiam fazer o que o ouro podia. A tatuagem de cobre era fácil 
de entender. Qualquer número de substâncias de prazer ou drogas poderiam ser 
combinadas com cobre, daí o efeito de curto prazo. A prata era mais difícil de eu 
entender - ou melhor, os efeitos das de prata. O que elas estavam descrevendo soava 
como algum tipo de esteróide atlético. Será que prata se misturava com isso? Eu teria 
que verificar. 
–Quantas pessoas têm elas?– Perguntei-lhes aterrada. Eu não conseguia acreditar que 
tatuagens tão complicadas eram tão populares aqui. Elas também começavam a afundar 
a rica saúde que os estudantes daqui tinham. Os materiais em si custavam uma fortuna, 
muito menos qualquer um dos supostos efeitos colaterais. 
–Todo mundo tem–, disse Julia. 
Kristin fez uma careta. –Nem todo mundo. Eu quase fui suficiente salva, no entanto.– 
–Eu diria que metade da escola, pelo menos tentou uma celestial–, disse Julia, olhando 
para a sua amiga com um olhar reconfortante. –Você pode retoca-la mais tarde - mas 
ainda custa dinheiro.– 
–Metade da escola?– repeti incrédula. Eu olhei em volta, imaginando quantas camisas e 
 
 
120 
calças escondiam tatuagens. –Isso é loucura. Eu não posso acreditar que uma tatuagem 
pode fazer uma coisa dessas.– Eu esperava que estivesse a fazer um bom trabalho a 
esconder o quanto eu realmente sabia. 
–Arranje uma celestial–, disse Julia com um sorriso. –Então, você vai acreditar.– 
–Onde você a conseguiu?– 
–É um lugar chamado Nevermore–, disse Kristin. 
–Porém, eles são selectivos e não fazem elas facilmente.– Não tão selectivos, eu pensei, 
uma vez que metade da escola os tinha.– Eles têm sido muito mais cautelosos após Trey 
ter tentado denuncia-los.– Outra vez o nome do Trey. Agora fazia sentido do porque de 
ele ter sido tão desdenhoso com a minha tatuagem quando nos conhecemos. Mas eu me 
perguntava por que 
ele se importava tanto - o suficiente para tentar conseguir fechar o negócio. Aquilo não 
era apenas um desentendimento casual. 
–Eu acho que ele pensa que é injusto?– ofereci diplomaticamente. 
–Acho que ele apenas está com inveja de não poder pagar uma–, disse Julia. –Ele tem 
uma tatuagem, você sabe. É um sol nas suas costas. Mas é apenas uma normal tatuagem 
preta - não dourada como a sua. Eu nunca vi nada como a sua.– 
–Por isso é que você pensou que a minha me fazia inteligente–, disse. 
–Isso poderia ter sido muito útil no final do semestre–, Julia disse melancolicamente. –
Você tem certeza que não é o porquê de você saber tanto?– 
Eu sorri, apesar de estar chocada com o que eu acabei de saber. –Quem me dera. Podia 
me ajudar a conseguirentender este livro mais facilmente. O que,– acrescentei olhando 
para o 
relógio. –Eu deveria estar a fazer.– Era sobre sacerdotes e mágicos greco-romanos, uma 
espécie de livro de magia, com detalhes de vários tipos de feitiços e rituais que eles já 
tinham experimentado. Não era uma leitura terrível, mas era muito longo. Eu pensei que 
a pesquisa de Ms. Terwilliger era mais focada sobre a religião dominante daquela Era, 
de modo que o 
livro parecia ser uma escolha estranha. Talvez ela tivesse esperanças de incluir uma 
secção sobre prática de magia alternativa. Independentemente disso, quem era eu para 
questionar? Se ela me pediu isto, eu iria fazer. 
Eu fiquei um pouco mais com Kristin e Julia na biblioteca, uma vez que eu tinha que 
ficar o tempo que a Ms. Terwilliger ficava, que durou até a biblioteca fechar. Ela 
parecia prazeirosa por eu ter chegado tão longe com as anotações e disse me que ela 
 
 
121 
gostaria de ter o livro inteiro concluído em três dias. 
–Sim, minha senhora–, disse automaticamente, como se eu não tivesse quaisquer outras 
aulas nesta escola. Porque eu sempre concordava sem pensar? 
Voltei para o Campus Este, com os olhos turvos de tanto trabalhar e exausta só ao 
pensar nos deveres de casa que ainda tinha de fazer. Jill adormecia rápido, o que eu 
tomei como uma pequena bênção. Eu não teria que enfrentar o seu olhar acusador ou 
descobrir como lidar com o silêncio constrangedor. Eu me arrumei rapidamente para 
silenciosamente ir para a cama e adormecer logo que eu acertei com o travesseiro. 
Acordei por volta das três com o som de um choro. Sacudindo minha neblina sonolenta, 
eu consegui ver Jill sentada na sua cama, com o rosto enterrado nas suas mãos. Grandes 
soluços sacudiam o seu corpo torturando-o. 
–Jill?– perguntei, hesitante. –O que há de errado?– 
Na luz fraca vinda de fora, eu vi Jill levantar a cabeça e olhar para mim. Incapaz de 
responder, ela balançou a cabeça e começou a chorar uma vez mais, desta vez mais alto. 
Levantei-me e sentei-me na borda de sua cama. Eu não conseguia me levar a abraça-la 
ou tocá-la para a confortar. No entanto, eu me senti péssima. Eu sabia que aquilo era por 
culpa minha. 
–Jill, eu sinto muito. Eu nunca deveria ter ido ver Adrian. Quando Lee mencionou-te, eu 
deveria ter apenas parado por ali e dizer-lhe para falar com você se ele estivesse 
interessado. Eu deveria ter falado com você em primeiro lugar…– As palavras saíram 
numa confusão. Quando olhei para ela, tudo o que eu conseguia pensar era em Zoe e nas 
suas acusações horríveis na noite em que fui embora. 
De alguma forma, a minha ajuda sempre saia pela culatra. 
Jill fungou e conseguiu dizer algumas palavras antes de quebrar novamente. –Não 
é…não é isso…– 
Olhei impotente para as suas lágrimas, frustrada comigo mesma. Kristin e Julia 
pensavam que eu era sobredotada. Ainda assim, eu garantia a uma delas que era capaz 
de confortar Jill cem vezes melhor se eu pudesse. Estendi a minha mão e quase bateu no 
seu braço, mas recuei no último momento. Não, eu não poderia fazer isto. Aquela voz 
Alquimista em mim, a voz que sempre me alertava para manter distância dos vampiros, 
não me deixava tocar de forma tão pessoal. 
–Então o que é?– perguntei por fim. 
Ela balançou a cabeça. –Não é…Eu não posso dizer…você não entenderia.– 
Com Jill, pensei, qualquer número de coisas podia estar errada. A incerteza do seu 
 
 
122 
status real. As ameaças contra ela. Ser mandada para longe de toda a sua família e 
amigos, presa entre os humanos num sol perpétuo. Eu realmente não sabia por onde 
começar. Ontem à noite, havia um terror, arrepiante e desesperado em seus olhos 
quando ela acordou. Mas isto era diferente. Isto era sofrimento. Isto vinha a partir do 
coração. 
–O que posso fazer para ajudar?– perguntei por fim. Levou alguns momentos para se 
recompor. 
–Você já está fazendo bastante–, ela conseguiu. –Nós todos apreciamos, realmente. 
Especialmente depois do que Keith disse a você.– Não havia nada que Adrian não 
tivesse contado a ela? –E eu sinto muito…sinto muito por eu ter sido tão cadela com 
você mais cedo. Você não merecia aquilo. Você apenas estava tentando ajudar.– 
–Não…não se desculpe. Eu errei.– 
–Você não precisa se preocupar, sabe–, acrescentou. –Acerca de Micah. Eu entendo. Eu 
só quero ser sua amiga.– 
Eu tinha certeza que ainda não estava fazendo um grande trabalho para fazê-la se sentir 
melhor. Mas tinha que admitir, desculpando-se pelo menos para mim parecia ter sido 
uma distracção para qualquer coisa que a tinha acordado com tanta dor. 
–Eu sei–, disse. –Eu nunca deveria ter-me preocupado sobre você.– 
Ela me garantiu novamente que estava bem, sem mais explicações sobre o porquê de ela 
acordar chorando. Senti como se eu devesse ter feito mais para a ajudar, mas em vez 
disso, eu voltei para minha própria cama. Eu não ouvi mais soluços o resto da noite, 
mas depois, quando acordei algumas horas mais tarde, eu roubei um olhar para ela. Suas 
feições estavam pouco discerníveis com a luz da manha. Ela estava lá, olhos bem 
abertos e olhando para o nada, um olhar assombrado em seu rosto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
123 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 11 
 
 
Antes da aula do dia seguinte, eu deixei uma mensagem no escritório dos Alquimistas, 
pedindo-lhes que precisava que me enviassem uma nota de –Mr. e Mrs. Melrose – 
dizendo que Jill não podia praticar EF- ou pelo menos atividades ao ar livre. Eu 
esperava que eles se movessem rapidamente sobre isso. Os Alquimistas eram rápidos 
quando queriam ser, mas eles às vezes tinham ideias estranhas sobre o que tinha 
prioridade. Eu esperava que eles não tivessem a mesma atitude que Keith teve com a 
miséria de Jill. 
Mas eu sabia que não devia esperar qualquer ação nesse dia, assim Jill teve de sofrer 
outra aula de EF - e eu tive que sofrer a vê-la sofrer. O que era realmente terrível era 
que Jill não lamentava ou dizia alguma coisa. Ela nem sequer mostrou qualquer sinal do 
desastre da noite anterior. Ela estava cheia de determinação e otimismo, como se talvez 
este dia fosse o dia em que o sol não a afetaria. No entanto, em pouco tempo ela 
começou a diminuir como da última vez. Ela parecia doente e cansada e meu próprio 
desempenho vacilou um pouco, porque eu continuava a observá-la com medo que ela 
desmaiasse. 
Micah foi em sua salvação. Mais uma vez, ele fez uma troca nas equipes – desta vez 
logo no inicio da aula. Ele cobriu o lugar dela assim como da última vez, permitindo-lhe 
escapar do aviso do professor e dos colegas - bem, exceto por Laurel que reparou e se 
irritou com aquilo. Ela olhava entre eles ferozmente e constantemente esvoaçava o 
cabelo por cima do ombro, para chamar a atenção dele. Eu me diverti um pouco ao 
 
 
124 
verificar que a atenção de Micah permanecia apenas na bola e a manter esta longe de 
Jill. 
Micah saltou imediatamente para o seu lado quando a aula terminou e tinha uma garrafa 
de água pronta, que ela aceitou com gratidão. Senti-me grata também, mas vendo a sua 
preocupação para com ela, todas as velhas preocupações saltaram. No entanto ela 
mantinha a sua palavra. Ela retribuiu a sua atenção de forma amigável, mas você 
definitivamente não podia chamar aquilo de flertar. Embora ele não fizesse segredo de 
suas intenções, eu ainda me preocupava que seria melhor se ela não teve de lidar com 
ele. Isto é, eu confiava nela, mas eu não podia ajudar, acho que seria muito mais fácil 
para todos se ele recuasse os seus avanços. Isso exigiria A Conversa. 
Temendo o que eu tinha que fazer, eu apaguei Micah fora dos vestiários. Nós dois 
estávamos à espera que Jill terminasse de se arrumar e eu aproveitei o tempo sozinha 
com ele. 
–Hey, Micah,– disse. –Eu preciso falar com você…– 
–Hey,– ele retribuiu brilhantemente. Seus olhos azuis estavam grandes e animados. –Eu 
tive uma ideia que lhe queria contar. Se vocês não conseguirem uma autorização,talvez 
você pudesse ver se podia trocar a hora de EF do horário dela. Se ela se mudasse para o 
primeiro período de EF, o sol ainda não estaria tão quente. Talvez não fosse tão duro 
para ela. Quero dizer, ela parece que gostaria de poder participar em algumas coisas.– 
–Ela gostaria–, disse lentamente. –E isso realmente é uma boa ideia.– 
–Conheço algumas pessoas que trabalham na secretaria. Vou pedir-lhes para me 
arranjarem algumas opções e ver se é compatível com o resto das aulas dela.– Ele fez 
um beicinho. –Eu vou ficar triste por não a ter aqui, mas valeria a pena uma vez que ela 
não se pareceria tão miserável.– 
–Sim–, concordei e senti-me de repente fraca e derrotada. Ele realmente teve uma boa 
ideia. Ele foi ainda altruísta o suficiente para deixar de estar com ela a fim de promover 
o bem-estar dela. Como eu poderia ter ‘A Conversa’ com ele agora? Como de repente 
poderia dizer, –Deixe minha irmã em paz–, quando ele de alguma forma estava a dar a 
sua simpatia? Eu estava desconfortável assim como Eddie, a ter que enfrentar Micah. 
Este cara era muito simpático para seu próprio bem. 
Antes que eu pudesse engendrar uma resposta, Micah saiu-se com uma conversa 
inesperada. –No entanto, você realmente devia levá-la a um médico. Eu acho que ela 
não tem alergia ao sol.– 
–Oh?–, perguntei surpresa. –Você não reparou como ela sofre a cada aula?– 
 
 
125 
–Não, não, acredite, ela definitivamente tem um problema com o sol–, ele assegurou-me 
rapidamente. –Mas ela pode ser diagnosticada. Eu li sobre as alergias ao sol, e as 
pessoas normalmente têm erupções cutâneas. Esta constante fraqueza que ela tem…Eu 
não sei. Eu acho que pode ser outra coisa.– 
Oh, não. –Como o quê?– 
–Não sei–, ele meditou. –Mas eu vou continuar á procura e depois digo-te.– 
Maravilhoso. 
EF me deu um primeiro vislumbre da acção das tatuagens metálicas de Amberwood. 
Foi impossível não prestar atenção a Greg Slade durante a aula, e eu não fui a único que 
me distraí. Assim como Kristin e Julia tinham dito, ele realmente estava mais rápido e 
mais forte. Ele fazia mergulhos rápidos que ninguém conseguia reagir o suficiente para 
impedir as bolas. Quando ele batia na bola era uma maravilha nós não ouvirmos um 
estrondo sônico. Isto era algo bom a princípio, mas logo, notei algo. Havia uma 
desvantagem no seu jogo. Ele estava cheio de habilidade, sim, mas às vezes era tosco. 
Aquelas jogadas poderosas nem sempre ajudava, porque ele enviava a bola para fora 
dos limites. E para fazer passes, ele raramente jogava com aqueles ao redor dele. 
Quando um cara da minha aula de Inglês caiu e bateu com as costas no chão, 
simplesmente porque estava no caminho entre a bola e Slade, Miss Carson parou o jogo 
e rugiu seu descontentamento sobre a agressão de Slade. Ele ouviu-a com um sorriso 
mal-humorado. 
–Pena Eddie não estar nesta classe–, disse Jill depois. –Ele seria um adversário á altura 
de Slade– 
–Talvez seja melhor ninguém perceber–, comentei. Eddie, do que eu tinha ouvido falar, 
já era um atleta brilhante em sua classe de EF. Fazia parte da natureza de um dhampir 
serem bons atletas e eu sabia que ele fazia de tudo para não ser bom a todas as 
modalidades. 
Fui ter com Ms. Terwilliger depois de EF, feliz por encontrar a minha professora 
totalmente abastecida com o seu próprio café. Passei a maior parte do período a folhear 
um livro e a tomar notas no meu laptop. A meio do tempo, ela se aproximou para 
verificar o meu trabalho. 
–Você é muito organizada–, disse ela olhando por cima do meu ombro. –Títulos e 
subtítulos e sub-subtitulos.– 
–Obrigado–, disse. Jared Sage tinha sido muito exigente com as habilidades de pesquisa 
das crianças. Ms. Terwilliger bebeu um gole de café e continuou a leitura da tela. –Você 
 
 
126 
não registou o ritual e os passos a ter com o feitiço–, ressaltou momentos depois. –Você 
apenas resumiu-as em algumas linhas.– 
Bem, sim, esse era o objetivo das anotações. –Cito todos os números de página–, disse. 
–Se você precisar verificar os componentes reais, há uma referência fácil.– 
–Não…volta atras e coloca todos os passos e ingredientes nas suas anotações. Eu quero 
tê-los todos em um só lugar.– 
‘Você as tem num lugar’, eu quis dizer. ‘No livro’. Anotações serviam para reduzir o 
texto, não para voltar a escrever o texto original palavra por palavra. Mas 
Ms.Terwilliger já se tinha afastado, olhando para o armário de arquivos dela 
distraidamente, enquanto murmurava para si mesma sobre uma pasta fora de lugar. Com 
um suspiro, voltei para o início do livro, tentando não pensar em como isso me iria reter 
por mais tempo. Pelo menos eu estava apenas fazendo isto por crédito e não para ser 
avaliada. 
Fiquei até o som da campainha da manha tocar, para recuperar com um esforço algum 
tempo perdido. Quando voltei ao meu quarto, eu acordei Jill que ainda estava dormindo 
depois de um dia desgastante. 
–Boas notícias–, disse a ela quando piscou para mim com olhos sonolentos. –É dia de 
alimentação.– 
Definitivamente, as palavras que eu nunca pensei dizer um dia. 
E também não pensei que ficaria animada por isso. E com certeza, certamente não 
estava entusiasmado com a ideia de Jill morder o pescoço de Dorothy. Eu estava, no 
entanto, me sentindo mal por Jill e alegre por ela conseguir algum alimento. Ter um 
suprimento limitado de sangue tinha tornado as coisas duplamente difíceis para ela. 
Nós nos encontramos lá em baixo com Eddie quando chegou a hora de ir. Ele olhou 
para Jill preocupado. –Você está bem?– 
–Estou bem–, disse ela com um sorriso. Ela nem parecia tão ruim quanto ela tinha 
parecido antes. Estremeci ao pensar no que Eddie teria feito se ele realmente estivesse 
na nossa classe e visto ela no seu pior. 
–Porque isto ainda continua?–, ele me perguntou.–Você não ia falar com Keith?– 
–Estamos um pouco atrasados,– disse evasivamente, levando -os para onde Latte estava 
estacionado no parque dos estudantes.–Nós vamos conseguir aquilo.– Se os alquimistas 
não trouxessem a autorização, eu ia tentar a ideia de Micah e conseguir coloca-la na 
aula da manha de EF. 
–Nós sabemos que você vai–, disse Jill. Eu mal podia pegar a simpatia em sua voz, 
 
 
127 
lembrando-me que ela sabia sobre a minha luta com Keith ontem. Eu esperava que ela 
não fosse falar isso na frente de Eddie e fui salva quando ela mudou para um tópico de 
forma surpreendentemente aleatória. –Você acha que podemos pegar alguma pizza pelo 
caminho? Adrian não quer mais a comida de Dorothy.– 
–Que terrível para ele–, comentou Eddie, ficando no banco de trás e deixando ela o 
banco da frente. –Ter um chef pessoal á mão para fazer qualquer coisa que ele queira. 
Eu não sei como isso o aborrece.– 
Eu ri, mas Jill parecia indignada em nome de Adrian. –Não é a mesma coisa! Ela 
cozinha muitas coisas deliciosas.– 
–Ainda estou esperando pelo problema–, disse Eddie. 
–Ela ao mesmo tempo fá-las saudáveis. Ela diz que é melhor para Clarence. Assim, 
nunca há qualquer sal, ou pimenta, ou manteiga. – Meu Deus, quantas vezes ela e 
Adrian falaram? –Não há nenhum sabor em nada. E esta o deixando louco.– 
–Tudo parece deixa-lo louco–, comentei lembrando-me do seu pedido para uma nova 
hospedagem. –E ele não pode ter considerado isso tão ruim. Ele não foi a LA na última 
noite?– Jill me respondeu com uma carranca. 
No entanto, eu tive a sensação de que estaríamos indo para a casa de Clarence por um 
tempo, e eu, pessoalmente, não queria comer qualquer coisa preparada naquela casa. 
Então, por razoes egoístas eu concordei em parar num takeway e comprar algumas 
pizzas. O rosto de Adrian estava radiante quando entramos na sala de visitas – ao lado 
da sala do bilhar – e parecia que nós eramos a sua primeira visita na casa de Clarence. 
–Jailbait–, declarou ele saltando para cima. –Você é uma santa. Uma deusa, mesmo.– 
–Hey,– disse. –Eu sou a única que pagou por elas.– 
Adrian carregou uma das caixas para o sofá,para o desgosto de Dorothy. Ela saiu 
murmurando sobre pratos e guardanapos. Adrian me deu um aceno de concordância. 
–Você também é demais, Sage–, disse ele. 
–Bem, bem, o que temos aqui?– Clarence veio cambaleante para a sala. Eu não tinha 
notado antes, mas ele usava uma bengala para se mover. Tinha uma cabeça de uma 
cobra de cristal em cima, que era ao mesmo tempo impressionante e assustador. Apenas 
o tipo de coisa que você imaginaria para um vampiro de idade. –Parece uma festa.– 
Lee estava com ele, cumprimentando-nos com sorrisos e acenos. Seus olhos pousaram 
brevemente em Jill e fez por se sentar perto dela - mas não demasiado perto. Jill 
estava animada mais do que em dias. Todo mundo estava apenas começando a comer da 
pizza quando Dorothy apareceu á entrada com um novo hóspede. Senti meus olhos se 
 
 
128 
arregalarem. Era Keith. 
–O que você está fazendo aqui?– perguntei mantendo a voz neutra. 
Ele piscou. –Vim ver todo o mundo e certificar-me se tudo está bem. Esse é meu 
trabalho – olhar por todos.– 
Keith estava conversador e amigável e se serviu de pizza, sem indicação da nossa última 
luta. Ele sorria e falava com todos como se fossemos todos os melhores amigos, 
deixando-me totalmente desnorteada. Ninguém parecia pensar nada de estranho no seu 
comportamento - mas então, porque eles pensariam? Nenhum deles tinha a minha 
história com Keith. 
Não – isso não era bem verdade. Apesar de estar numa conversa profunda com Eddie, 
Adrian fez uma pausa para me dar um olhar curioso, silenciosamente perguntando sobre 
a luta de ontem. Ele olhou para Keith e depois para mim. Eu encolhi os ombros, 
impotente, deixando-o saber que estava tão confusa com a mudança de atitude. Talvez 
Keith lamentava a sua explosão de ontem. É claro, que aquilo teria sido muito mais fácil 
de aceitar se tivesse vindo 
com, oh, um pedido de desculpas. 
Eu mordisquei um pedaço de pizza de queijo, mas na maioria eu observava os outros. 
Jill estava animadamente a contar os seus dias para Adrian, visivelmente deixando de 
parte os momentos negativos. Ele ouviu-a com indulgência, balançando a cabeça e 
fazendo exclamações ocasionais espirituosas. Algumas das coisas que ela disse a ele 
eram bastante básicas, e fiquei surpresa ao achar que as conversas por telefone não eram 
suficientes. Talvez ele tivesse muita coisa para dizer nesses momentos, que não havia 
nenhuma oportunidade para ela. Fosse como fosse, ele não fez nenhuma menção do seu 
tédio ou outras queixas. Clarence ocasionalmente conversava com Eddie e Lee, mas 
seus olhos constantemente desviavam-se para Jill. Havia um olhar melancólico em seus 
olhos e me lembrei que sua sobrinha era apenas alguns anos mais velha que Jill. Eu me 
perguntava se talvez parte da razão por ele ter estado tão disposto a assumir todos nós, 
se encontrava no esforço dele para recuperar alguma parte da vida familiar que havia 
sido perdida. 
Keith se sentou perto de mim, me fazendo ficar desconfortável no início, mas depois, 
me deu um motivo para usufruir do seu cérebro. Vendo os outros envolvidos a 
conversar, perguntei-lhe baixinho, –Você já ouviu falar sobre as tatuagens Alquimistas 
se tornarem do conhecimento geral da população?– 
Ele me deu um olhar assustado em troca. –Eu nem sequer sei o que isso significa.– 
 
 
129 
–Em Amberwood, há essa tendência. Há, aparentemente, um lugar na cidade que faz 
tatuagens metálicas e elas têm propriedades especiais - tipo como as nossas. Algumas 
dão tipo apenas um prazer alto. Outros parecem ter o efeito dos esteroides.– 
Ele franziu o cenho. –Elas não são presas com ouro, são?– 
–Não. Prata e cobre. No entanto, elas não duram. Provavelmente para que os 
fabricadores possam fazer mais dinheiro.– 
–Mas, então, não podem ser as nossas–, ele argumentou. –Nós não usamos esses metais 
para as tatuagens á séculos.– 
–Sim, mas alguém pode estar a usar a tecnologia Alquimista para as criar.– 
–Só para levar as pessoas a ter um alto prazer?–, ele perguntou. –Eu nem mesmo sei 
como você soube sobre os agentes serem metálicos.– 
–Eu tenho algumas ideias–, disse. 
–E deixe-me adivinhar. Elas envolvem misturas de narcóticos.– Quando balancei a 
cabeça, ele suspirou e me deu um olha como se eu tivesse dez anos. –Sydney, isto mais 
me parece que alguém provavelmente encontrou um método simples para as tatuagens 
como nós, mas não tem nenhuma conexão. Se sim, não há nada que possamos fazer 
sobre isso. Drogas acontecem. Coisas ruins acontecem. Se não for misturado com o 
negócio dos Alquimistas, então não é o nosso negócio.– 
–Mas e se estiver ligado ao negócio dos Alquimista?– perguntei. 
Ele gemeu. –Vês? É por isso que eu estava preocupado sobre você vir, essa tendência 
que você tem de correr fora com tangentes e teorias selvagens.– 
–Eu não…– 
–Por favor, não me envergonhe–, ele sussurrou lançando um olhar para os outros. –Nem 
com eles, nem com os nossos superiores.– 
Sua repreensão me silenciou, principalmente por surpresa. O que ele queria dizer com 
essa ‘tendência’ que eu tinha? Ele realmente estava sugerindo que ele tinha feito alguma 
análise psicológica profunda sobre mim anos atrás? A ideia de eu o embaraçar era 
ridícula…e mesmo assim as suas palavras plantaram a semente de dúvida em mim. 
Talvez as tatuagens de Amberwood eram apenas uma moda passageira. 
–Como você se está saindo em EF?– As palavras de Adrian me trouxeram de volta á 
sala. Ele ainda estava recebendo o resumo dos dias de Jill. Ela fez uma careta para a 
questão. 
–Não muito bem–, admitiu ela, dando um resumo de alguns piores momentos. Eddie me 
atirou um olhar significante semelhante à de antes. 
 
 
130 
–Você não pode continuar assim–, exclamou Lee. –O Sol daqui é brutal.– 
–Eu concordo–, disse Keith, de todas as pessoas. –Sydney, porque você não me disse 
que era tão ruim assim?– 
Eu acho que meu queixo caiu no chão. –Eu disse! Era por isso que eu estava tentando 
fazer com que você entrasse em contato com a escola.– 
–Você realmente não me deu a história toda.– Ele piscou para Jill com um dos seus 
sorrisos açucarados. –Não se preocupe. Eu vou cuidar disso para você. Vou entrar em 
contato com o diretor da escola - e os Alquimistas.– 
–Eu já conversei com eles–, argumentei. 
Mas eu poderia muito bem não ter dito nada. Keith já tinha mudado de tópico e estava a 
falar com Clarence sobre algo irrelevante. De onde veio esta reviravolta? Ontem, o 
desconforto de Jill era pouco importante. Hoje, Keith era o seu cavaleiro de armadura 
reluzente. E pelo meio, ele estava a sugerir que eu era a única que fez asneiras. Mas eu 
percebi que esse era o plano dele. Ele não me queria aqui. Ele nunca quis. Então algo 
muito pior me ocorreu. 
Ele vai usar isto para iniciar a construção de um caso contra mim. 
Do outro lado da sala, Adrian chamou minha atenção novamente. Ele sabia. Ele tinha 
escutado a conversa com Keith na garagem. Adrian ia começar a falar, e eu sabia que 
ele ia chamar a atenção de Keith para a sua mentira. Era galante, mas eu não queria que 
ele falasse. Eu ia lidar com Keith sozinha. 
–Como foi em LA?– perguntei rapidamente, antes que Adrian tivesse a chance de dizer 
alguma coisa. Ele olhou para mim com curiosidade, sem dúvida, perguntando porque eu 
não iria deixá-lo ser testemunha do meu caso. –Você foi lá com Lee na última noite, 
certo?– 
Adrian parecia confuso, mas um sorriso suavizou o seu rosto. –Sim–, ele disse por fim. 
–Foi ótimo. Lee me mostrou a vida universitária.– 
Lee riu. –Eu não iria tão longe. Eu não sei onde você esteve metade da noite.– 
Adrian tinha aquele olhar em seu rosto que de alguma forma parecia encantador, mas 
me deu vontade de esbofeteá-lo ao mesmo tempo. –Nos separamos. Eu estava indo 
conhecer 
alguns outros Moroi na área.– 
Mesmo Eddie não pode ficar calado com isso. –Oh, é isso que você chama aquilo?– 
Jill levantou-se abruptamente. –Eu vou pegar o meu sangue agora. Se estiver tudo 
bem?–131 
Houve um momento de silêncio constrangedor, em grande parte porque eu achei que 
ninguém realmente sabia a quem ela estava pedindo permissão. –Claro, minha querida–, 
disse Clarence, fazendo seu papel de anfitrião. –Acredito que Dorothy está na cozinha.– 
Jill deu um breve aceno de cabeça e correu para fora da sala. O resto de nós trocou 
olhares confusos. 
–Há algo de errado?–, perguntou Lee, com ar preocupado. –Devo…devo ir falar com 
ela?– 
–Ela ainda está apenas estressada,– disse não ousando mencionar os episódios de 
gritaria ou de choro. –Pensei em algo que pudesse ser divertido para ela…para todos 
nós fazermos–, disse ele hesitante. Ele olhou ao redor e então se fixou o seu olhar em 
mim. Eu acho que eu era designada mãe aqui. –Se você achar tudo bem. Eu quero 
dizer…é meio boba, mas eu pensei que poderíamos ir ao mini golfe, à noite. Eles têm 
todas essas fontes e piscinas no campo. Ela é usuária de água, certo? Ela deve sentir 
falta disso aqui.– 
–E sente–, disse Eddie franzindo a testa. –Ela mencionou isso ontem.– 
Eu tremi. Keith, que estava a escrever uma mensagem em seu celular, congelou. Não 
importa nossas diferenças, nós ainda compartilhávamos um núcleo de formação 
semelhante, e nós dois estávamos inquietos com a ideia da magia dos Moroi. 
–Ela provavelmente vai adorar isso–, disse Adrian. Ele parecia relutante ao admitir isso. 
Eu acho que ele ainda estava desconfortável com a ideia de Lee estar interessado em 
Jill, não importa o quão amigável os dois rapazes eram. A ideia de Lee era inocente e 
consciente. Difícil de encontrar uma falha. 
Lee inclinou a cabeça, pensativo. –Aos fins-de-semana o toque de recolher é mais tarde, 
certo? Você quer ir hoje à noite? – 
Era sexta-feira, garantindo-nos uma hora extra no nosso dormitório. –Eu jogo–, disse 
Adrian. –Literalmente e figurativamente.– 
–Se Jill for, eu vou–, disse Eddie. 
Eles olharam para mim. Eu estava preso. Eu queria voltar e recuperar o atraso dos 
deveres de casa. Embora, dizer isto soava patético e eu acho que tinha de representar 
como companheira feminina de Jill. Além disso, eu me lembrei, que esta tarefa não era 
sobre mim e sobre os meus estudos, não importa o quanto eu fingisse ser. Tratava-se de 
Jill. 
–Eu posso ir–, disse lentamente. Pensando que isto soava muito bem como 
confraternizar com vampiros, eu olhei inquieta para Keith. Ele estava a escrever 
 
 
132 
novamente mensagens, uma vez que não estávamos a conversar sobre magia. –Keith?– 
perguntei como a pedir permissão. 
Ele olhou para cima. –Huh? Oh, eu não posso ir. Eu tenho que estar num lugar.– 
Tentei não fazer uma careta. Ele me interpretou mal e pensou que estávamos a convida-
lo. O lado bom era que ele também não estava a contestar o resto de nós ir. 
–Ah, que legal–, disse Clarence. –Uma saída de jovens. Talvez vocês compartilhem 
uma taça de vinho comigo primeiro?– Dorothy entrou naquele momento com uma 
garrafa de vinho tinto e Jill atrás dela. Clarence sorriu para Adrian. –Eu sei que você 
gostaria de um copo.– 
A expressão de Adrian lhe disse que definitivamente aceitava. Em vez disso, Adrian 
respirou fundo e sacudiu a cabeça. –É melhor não.– 
–Você deveria–, disse Jill suavemente. Mesmo depois de uma bebida curta de sangue, 
ela parecia cheia de vida e energia. 
–Não é possível–, disse ele. 
–É fim de semana–, ela disse a ele. –Não é assim grande coisa. Especialmente se você 
tiver cuidado.– 
Os dois trocaram olhares e então, finalmente, ele disse, –Tudo bem. Um copo para 
mim.– 
–Para mim também, por favor–, disse Keith. 
–Sério?– perguntei a ele. –Eu não sabia que você bebia.– 
–Tenho 21–, ele respondeu. 
Adrian aceitou o copo de Dorothy. –De alguma forma, eu penso que não é uma 
preocupação para Sage. Pensava que os Alquimistas evitavam o álcool da mesma forma 
que fazem com as cores primárias.– 
Olhei para baixo. Estava a usar uma roupa cinza. Keith vestia marrom. 
–Um copo não vai doer–, disse Keith. 
Eu não discuti com ele. Não era meu dever tomar conta de Keith. E os Alquimistas não 
tinham regras contra o álcool por si só. Tínhamos fortes crenças religiosas sobre o que 
significava viver um estilo de vida boa e pura, e beber era geralmente olhado como algo 
baixo. Era proibido? Não. Era um costume que eu considerava importante. Se ele não 
considerava, eu acho que era escolha sua. 
Keith estava a levar o copo aos lábios, quando Adrian disse, –Mmm. O positivo, o meu 
favorito.– 
Keith cuspiu o vinho que tinha acabado de beber e prontamente começou a tossir. 
 
 
133 
Fiquei aliviada por nenhuma gota ter caído em cima de mim. Jill explodiu em 
gargalhadas, e Clarence olhou para o copo com admiração. 
–É? Eu pensava que era um Cabernet Sauvignon*.– 
–Então é isso–, disse Adrian com um olhar serio. –Enganei-me.– 
Keith deu a Adrian um sorriso apertado, como se ele também achasse engraçado a piada 
dele, mas eu não me deixei enganar. Keith estava possesso por ter sido ridicularizado, e 
não importa quão amigável ele fingiu estar com todos, seu ponto de vista sobre os 
vampiros e dhampirs eram tão implacável como nunca. Claro, provavelmente Adrian 
não estava a ajudar nisso. Honestamente eu achei aquilo muito engraçado, mas fiz um 
esforço para esconder o meu sorriso para que Keith não ficasse bravo comigo 
novamente. Foi difícil de conseguir porque pouco tempo depois, disfarçadamente 
Adrian me deu um sorriso d que parecia dizer ‘É a paga por mais cedo.’ 
Eddie olhou para Jill. –Estou feliz por você se ter alimentado hoje. Eu sei que você 
estava ansiosa por aprender alguns movimentos de defesa, mas eu quis esperar até que 
você recuperasse as forças.– 
Jill iluminou-se. –Podemos fazer isso amanhã?– 
–É claro–, disse ele parecendo tão feliz com isso como ela. 
Keith franziu a testa. –Porque ela deveria aprender a lutar quando ela tem você ao seu 
lado? – 
Eddie deu de ombros. –Porque ela quer e ela deve ter todas as vantagens que poder ter.– 
Ele não mencionou especificamente as tentativas á sua vida - não em frente de Lee e 
Clarence - mas o resto de nós compreendeu. 
–Contudo, eu pensava que os Moroi não eram bons em combate–, disse Keith. 
–Principalmente porque eles não são treinados para isso. Eles não são tão fortes como 
nós, verdade, mas seus reflexos são melhores que os seus–, explicou Eddie. –É apenas 
uma questão 
de aprender as habilidades e ter um bom professor.– 
–Como você?– Eu o provoquei. 
–Eu não sou mau–, disse modestamente. –Eu posso treinar qualquer um que queira 
aprender.– Ele deu uma cotovelada Adrian, que estava a pegar no vinho para se 
reabastecer. –Mesmo este 
cara.– 
–Não obrigado–, disse Adrian. –Estas mãos não se sujam com luta.– 
–Ou com o trabalho manual–, comentei, me lembrando do seu comentário anterior. 
 
 
134 
–Exatamente,– disse ele. –Mas talvez você devesse pedir a Castile para lhe mostrar 
como dar um soco, Sage. Pode vir a calhar. Parece ser uma habilidade que uma jovem 
como você devia saber.– 
–Bem, obrigado pelo voto de confiança, mas eu realmente não sei quando vou precisar 
disso,– disse. 
–É claro que ela precisa de aprender!– 
A exclamação de Clarence pegou todos nós de surpresa. Eu realmente pensei que ele 
estava cochilando, uma vez que ele tinha os olhos fechados momentos antes. Mas agora, 
ele 
estava inclinado para a frente com uma expressão de zelo. Eu aninhei-me sob a 
intensidade do seu olhar. 
–Você deve aprender a se proteger!– Ele apontou para mim, depois virou-se para Jill. –
E você. Promete que você vai aprender a se defender. Promete-me.– 
A luz dos olhos verdes de Jill se arregalara com o choque. Ela tentou dar-lhe um sorriso 
tranquilizador, embora tivesse um pouco de inquietação. 
–Claro Sr. Donahue. Eu vou tentar. E até lá, eu tenho o Eddie para me proteger dos 
Strigoi.– 
–Não dos Strigoi!– Sua voz caiu para um sussurro.–Os caçadores de vampiros.– 
Nenhum de nós disse nada. Lee parecia mortificado. 
Clarence apertou a sua taçade vinho com tanta força que me preocupou que pudesse 
quebrar. –Ninguém falou sobre isto naquela época - de nos defender por nós mesmos. 
Talvez se Tamara tivesse aprendido alguma coisa, ela não teria sido assassinada. Não é 
tarde demais para você - para qualquer um de vocês.– 
–Pai, nós já conversamos sobre isso–, disse Lee. 
Clarence o ignorou. O olhar do velho alternava entre mim e Jill, e eu me perguntei se 
ele mesmo sabia que eu era humana. Ou talvez isso não importasse. Talvez ele só 
tivesse um instinto de proteção, ligeiramente demente, para com todas as raparigas da 
mesma idade que Tamara. Eu tipo que esperava ver Keith salientar grosseiramente que 
não havia tal coisa, tipo caçadores de vampiros, mas ele estava estranhamente 
silencioso. Eddie foi quem finalmente falou com palavras suaves e gentis. Ele que tantas 
vezes exalava a impressão de um guerreiro duro, foi surpreendente perceber que ele 
também podia ser realmente muito compassivo. 
–Não se preocupe–, disse Eddie. –Eu vou ajudá-las. Eu vou manter -las a salvo e 
certificar-me que nada de ruim acontece com elas, ok?– 
 
 
135 
Clarence ainda parecia agitado, mas focou-se em Eddie esperançado. –Você promete? 
Você não vai deixá-los matar Tamara de novo?– 
–Eu prometo–, disse Eddie sem mostrar como aquele pedido era estranho. 
Clarence estudou Eddie mais alguns segundos e em seguida assentiu. –Você é um bom 
rapaz.– Estendeu a mão para a garrafa de vinho e encheu o seu copo. –Mais?–, ele 
perguntou a Adrian, como se nada tivesse acontecido. 
–Sim, por favor–, disse Adrian, estendendo seu copo. 
Continuamos a conversa como se nada tivesse acontecido, mas a sombra das palavras de 
Clarence continuavam a pairar sobre mim. 
 
 
*vinho de alta qualidade de origem da região de Bordeaux, no sudoeste da França. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
136 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 12 
 
 
Quando saímos do nosso encontro em grupo ou passeio em família ou o quer fosse, Lee 
não conseguia parar de se desculpar pelo seu pai. 
–Sinto muito–, disse ele, caindo miseravelmente no banco de trás do Latte. –Não há 
mais raciocínio com ele. Nós tentamos dizer-lhe que Tamara foi morta por Strigoi, mas 
ele não acredita. Ele não quer. Ele não pode se vingar de um Strigoi. Eles são imortais. 
Invencível. Mas algum humano caçador de vampiros? De alguma forma, em sua cabeça, 
isso é algo que ele pode ir atrás. E se ele não consegue, então ele pode concentrar sua 
energia na forma como os guardiões não vão atrás desses inexistentes caçadores de 
vampiros. – 
Eu só ouvi apenas Eddie murmurar –Strigoi não são tão invencíveis. – 
Pelo espelho retrovisor, vi o rosto de Jill preenchido com compaixão. Ela estava sentada 
entre Lee e Eddie. 
–Mesmo que seja uma fantasia, talvez seja melhor esse caminho –, sugeriu ela. –Dá-lhe 
conforto. Quero dizer, tipo isso. Ter algo tangível para odiar é o que dele recebe 
completamente. Caso contrário, ele tinha acabado por ceder ao desespero. Ele não está 
prejudicando ninguém com as suas teorias. Eu acho que ele é doce.– Ela prendeu a 
respiração daquela forma que ela fazia quando dizia um monte de palavras de uma vez. 
Meus olhos voltaram à estrada, mas eu poderia jurar que Lee estava sorrindo. –É 
simpático da tua parte–, ele disse a ela. –Eu sei que ele gosta de ter você por perto. Vire 
à direita aqui –. 
 
 
137 
Aquilo foi para mim. Lee foi me dando direcções desde que saímos de da casa de 
Clarence. Acabamos de sair da peculiar Palm Springs, nos aproximando da 
impressionante imagem do Resort e Campo de Golfe Deserto dos Deuses. Mais 
orientações dele nos levaram à ao Centro Mega Divertido Minigolfe, que era contíguo 
do resort. Procurei um lugar de estacionamento e ouvi Jill suspirar quando ela avistou o 
campo de golfe de maior glória. Lá, no centro um conjunto de decorações berrantes com 
apresentações verdes, estava uma enorme, falsa montanha com uma cachoeira artificial 
jorrando de seu topo. 
–A cachoeira!–, exclamou ela. –É incrível.– 
–Bem–, disse Lee, –Eu não ia tão longe. Ela é feita de água que é bombeada mais e 
mais e só Deus sabe o que tem nela. Quer dizer, eu não tentaria beber ou nadar nela. – 
Antes que eu tivesse o carro parado, Adrian estava fora da porta, acendendo um cigarro. 
Nós tínhamos chegado a um argumento a respeito de maneiras, apesar de eu dizer-lhe 
três vezes que o Latte era um carro estritamente não fumador. O resto de nós também 
logo saiu e eu me perguntava o que eu inscrevi para aqui enquanto caminhávamos 
através da entrada. 
–Eu realmente nunca estive num minigolfe,– comentei. 
Lee chegou a um impasse e pasmou. –Nunca?– 
–Nunca–. 
–Como isso aconteceu?–, perguntou Adrian. –Como é possível que você nunca jogou 
minigolfe? – 
–Eu tive uma espécie de infância incomum–, disse por fim. 
Mesmo Eddie olhou incrédulo. –Você? Eu praticamente cresci numa escola em 
Montana, isolada, no meio do nada, e mesmo assim joguei minigolfe. – 
Dizer que tive aulas particulares não era desculpa agora, então eu simplesmente deixei 
ir. Realmente, só vim a ter uma infância mais focada em equações químicas do que na 
diversão e no lazer. 
Uma vez que começamos a jogar, eu logo peguei o jeito daquilo. Minhas poucas 
primeiras tentativas foram bem ruins, mas logo entendi o peso do taco e como os 
ângulos de cada campo podia ser manobrado. A partir dai, foi bem simples calcular a 
distância e a força para fazer disparos precisos. 
–Inacreditável. Se você tivesse jogado desde criança, você seria uma profissional 
agora,– Eddie me disse enquanto eu batia a minha bola na boca escancarada de um 
dragão. A bola rolou para fora da parte traseira, desceu um tubo, saltou fora de uma 
 
 
138 
parede e entrou no buraco. –Como você fez isso?– 
Dei de ombros. –É geometria simples. Você não esta tão ruim –, eu indiquei, 
observando-o fazer seu tiro. –Como você fez isso?– 
–Eu apenas alinhei e bati levemente–. 
–Muito científico–. 
–Eu só conto com o meu talento natural–, disse Adrian, caminhando até o início da 
Toca do Dragão. –Quando você tem uma riqueza de que se pode retirar, o perigo vem 
de ter muito.– 
–Isso não faz qualquer sentido–, disse Eddie. 
Resposta Adrian foi parar e tirar um frasco de prata do bolso de dentro do casaco. Ele 
desaparafusou e tomou um gole rápido antes de inclinar-se para alinhar sua tacada. 
–O que foi isso?– exclamei. –Você não pode ter álcool aqui. – 
–Você ouviu Jailbait antes,– ele respondeu. –É fim de semana. – 
Ele alinhou a sua bola e disparou. A bola foi directamente para o olho do dragão, 
ressaltou e atirou-se de volta para Adrian. Ela rolou e veio parar aos seus pés, quase 
onde tinha começado. 
–Talento natural, hein?–, perguntou Eddie. 
Eu me inclinei para a frente. –Acho que você quebrou o olho do dragão. – 
–Assim como Keith–, disse Adrian. –Achei que você fosse apreciar, Sage –. 
Eu dei-lhe um olhar penetrante, perguntando se havia algum significado oculto por trás 
daquilo. Principalmente Adrian parecia se divertir com seu próprio humor. Eddie 
confundiu minha expressão. 
–Isso foi inapropriado–, ele disse a Adrian. 
–Desculpa, Pai–. Adrian deu uma tacada novamente e conseguiu não mutilar as estátuas 
desta vez. Algumas tacadas mais e ele afundou a bola. –Lá vamos nós. Três. – 
–Quatro–, disse Eddie e eu em uníssono. 
Adrian olhou para nós, incrédulo. –São três.– 
–Você está esquecendo o seu primeiro,– disse. –O que você cegou o dragão.– 
–Isso foi apenas o aquecimento–, Adrian argumentou. Ele colocou um sorriso, achando 
que eu ia cair no seu charme. –Vamos lá, Sage. Você entende como a minha mente 
funciona. Você disse que eu era brilhante, lembra? – 
Eddie olhou para mim com surpresa. –Você disse?– 
–Não! Eu nunca disse isso. – o sorriso de Adrian era irritante.–Pare de dizer isso às 
pessoas–. 
 
 
139 
Desde que eu estava na posse do cartão de pontos, sua jogada foi registada como quatro,– e aqueles com ela – permaneçam sem serem detectados, vamos 
precisar de Alquimistas à mão, dedicados exclusivamente às suas necessidades, no caso 
de alguma complicação surgir. 
 
 
 
13 
Meu pai zombou. – Isso é um desperdício de nossos recursos. Sem mencionar o quão 
insuportável será para quem tiver que ficar com ela. 
 
Tive um mau pressentimento sobre o que estava por vir. 
 
- É aí que a Sydney entra – disse Stanton. – Nós gostaríamos que ela fosse um dos 
Alquimistas quem acompanharão Jillian ao se esconder. 
 
- O quê? – Exclamou meu pai. – Você não pode estar falando sério. 
 
- Por que não? – o tom de Stanton foi calmo e uniforme. – Elas têm idades parecidas, 
por isso, estando juntas não vão levantar suspeitas. E Sydney já conhece a menina. 
Certamente passar um tempo com ela não será tão ‘insuportável’ como pode ser para 
outros Alquimistas. 
 
As entrelinhas eram altas e claras. Eu não estava livre do meu passado, ainda não. 
Horowitz fez uma pausa e levantou a agulha, me dando a oportunidade de falar. Minha 
mente acelerou. Alguma resposta era esperada. 
 
Eu não queria soar tão chateada com o plano. Eu precisava restaurar o meu bom nome 
entre os Alquimistas e mostrar minha disposição em seguir ordens. Dito isso, eu 
também não queria soar como se fosse muito cômodo estar com vampiros e seus 
colegas meio-humanos, os dhampirs. 
 
- Passar o tempo com eles nunca é divertido – eu disse cuidadosamente, mantendo 
minha voz fria e arrogante. – Não importa o quanto você faça isso. Mas eu vou fazer o 
que é necessário para nos manter – e todos os outros – seguros. – Eu não precisava 
explicar que ‘todos os outros’ significava humanos. 
 
- Então, você vê, Jared? – Barnes parecia satisfeito com a resposta. – A menina sabe seu 
dever. Nós já fizemos uma série de acordos que devem fazer as coisas funcionarem 
bem, e nós certamente não iríamos mandá-la sozinha, especialmente desde que a menina 
Moroi também não estará sozinha. 
 
 
 
14 
- O que quer dizer? – Meu pai ainda não parecia feliz com nada disso, e eu me 
perguntava o que mais o estava preocupando. Será que ele realmente acha que eu 
poderia estar em perigo? Ou ele estava simplesmente preocupada que eu, ao passar mais 
tempo com os Moroi, iria mudar minha lealdade mais ainda? – Quantos deles estão 
vindo? 
 
- Eles estão enviando um dhampir – disse Michaelson. – Um dos seus guardiões, o que 
eu realmente não tenho problema. O local que escolhemos deve ser livre de Strigoi, mas 
se não for, melhor eles lutarem com esses monstros do que nós. Os guardiões são 
dhampirs que foram especialmente treinados como guarda-costas. 
 
- Aí está, - Horowitz me disse, dando um passo para trás. – Você pode ir se sentar. 
 
Obedeci e resisti ao impulso de tocar meu rosto. A única coisa que eu senti de seu 
trabalho foi a picada da agulha, mas eu sabia que a podersa magua estava trabalhando 
do seu jeito em mim, magia que me daria um sistema imunológico sobre-humano e me 
impediria de falar sobre vampiros com humanos comuns. Tentei não pensar sobre a 
outra parte, sobre de onde essa magia veio. As tatuagens eram um mal necessário. 
 
Os outros ainda estavam de pé, não prestando atenção em mim – bem, com exceção de 
Zoe. Ela ainda parecia confusa e com medo e continuava olhando ansiosamente para 
mim. 
 
- Também pode ter outro Moroi que venha junto, - continuou Stanton. – Honestamente, 
eu não sei por que, mas eles estavam muito insistentes dele estar com a Mastrano. 
Dissemos a eles que quanto menos tivermos que esconder melhor, mas...bem, eles 
pareciam achar que era necessário e disseram que iam tomar providências por ele lá. 
Acho que é um dos Ivashkov. Irrelevante. 
 
- Onde é ‘lá’? – Perguntou meu pai. – Pra onde você quer mandá-la? 
 
Excelente pergunta. Eu estava me perguntando a mesma coisa. Meu primeiro trabalho 
em tempo integral com os Alquimistas tinha me mandado a meio caminho da volta ao 
mundo, para a Rússia. Se os Alquimistas tinham a intenção de esconder Jill, não havia o 
 
 
15 
que dizer para qual local remoto eles iriam mandá-la. Por um momento, me atrevi a ter a 
esperança que nós acabássemos na minha cidade dos sonhos: Roma. Obras de arte 
legendárias e comida italiana parecia uma boa maneira de compensar a papelada e os 
vampiros. 
 
- Palm Springs. - disse Barnes. 
 
- Palm Springs? – Eu ecooei. Não era o que eu estava esperando. Quando eu penso em 
Palm Springs, penso em estrelas de cinema e campos de golfe. Não exatamente um 
feriada romana, mas também não era o Ártico. 
 
Um sorriso pequeno, irônico puxou os lábios de Stanton. – É no deserto e recebe uma 
grande quantidade de luz solar. Totalmente indesejável para Strigois. 
 
- Não seria indesejável para Morois também? – Eu perguntei, pensando à frente. Morois 
não queimam no sol como os Strigois, mas a exposição excessiva ainda faz o Moroi fica 
fraco e doente. 
 
- Bem, sim – admitiu Stanton. – Mas um pouco de desconforto vale a segurança que 
proporciona. Enquanto os Moroi passam a maior parte de seu tempo do lado de dentro, 
não vai ser um problema. Além disso, irá desencorajar os outros Morois a vir e – 
 
O som de uma porta de carro abrindo e batendo do lado de fora chamou a atenção de 
todos. – Ah, - disse Michaelson. – Aí estão os outros. Vou deixá-los entrar. 
 
Ele saiu do escritório e presumivelmente se dirigiu a nossa porta admitindo que alguém 
tinha chegado. Momentos depois, ouvi uma voz falando enquanto Michaelson voltava 
para gente. 
 
- Bem, papai não podia fazer isso, então ele apenas me enviou, - a nova voz disse. 
 
A porta do gabinete se abriu, e meu coração parou. 
 
Não, pensei. Qualquer um menos ele. 
 
 
16 
 
- Jared – disse o recém-chegado, avistando meu pai. – Ótimo ver você de novo. 
 
Meu pai, que mal havia olhado para mim a noite toda, na verdade, sorriu. – Keith! Eu 
estava querendo saber como você tem estado. – Os dois apertaram as mãos, uma onde 
de repulsa rolou através de mim. 
 
- Esse é Keith Darnell – disse Michaelson, apresentando-o para os outros, 
 
- Filho de Tom Darnell? – Perguntou Barnes, impressionado. Tom Darnell foi um 
lendário líder entre os Alquimistas. 
 
- O próprio, - disse Keith alegremente. Ele era cerca de cinco anos mais velho que eu, 
com cabelos loiros em um tom mais claro que o meu. Eu sabia que um monte de 
meninas o achava atraente. Eu? Eu o achava perverso. Ele era de longe, a última pessoa 
que eu esperava ver aqui. 
 
- E eu acredito que conheça as irmãs Sage, - acrescentou Michaelson. 
 
Keith voltou seus olhos azuis primeiro para Zoe, olhos que eram apenas 
fracionariamente diferentes de cor um do outro. Um olho, feito de vidro, olhou 
fixamente para a frente, não se movendo exatamente. O outro piscou para ela enquanto 
ele sorria abertamente. 
 
Ele ainda pode piscar, pensei furiosamente. Aquele irritante, estúpida, arrogante 
piscada! Mas então, por que ele não piscaria? Todos nós ouvimos sobre o acidente que 
ele teve esse ano, um acidente que lhe custou um olho. Ele ainda sobreviveu com um 
bom, mas de alguma forma, na minha mente, eu pensei que a perda de um olho iria 
parar essa irritante piscada. 
 
- Pequena Zoe! Olhe para você, toda crescida, - disse ele com carinho. Eu não sou uma 
pessoa violenta, não em várias maneiras, mas de repente eu queria bater nele por olhar 
para minha irmã dessa maneira. 
 
 
 
17 
Ela conseguiu dar um sorriso para ele, claramente aliviada ao ver um rosto familiar 
aqui. Quando Keith se virou para mim, no entanto, todo o charme e simpatia 
desapareceu. O sentimento era mútuo. 
 
O ódio negro queimando dentro de mim era tão grande que eu levei um momento até 
formular qualquer tipo de resposta. – Olá Keith, - eu disse rigidamente. 
 
Keith nem se quer fez uma tentativa de se igualar a minha civilidade forçada. Ele 
imediatamente se virou para os Alquimistas mais velhos. – O que ela está fazendoapesar de seus ainda muitos protestos. Eu comecei a avançar, mas Eddie levantou a mão 
para me parar, seus olhos castanhos olhando por cima do meu ombro. 
–Espere um pouco–, disse ele. –Precisamos esperar por Jill e Lee –. 
Eu segui seu olhar. Os dois estavam numa conversa profunda desde que chegamos, 
tanto que eles desaceleraram e ficaram para trás do resto de nós. Mesmo durante o sua 
brincadeira com Adrian e eu, Eddie tinha continuamente verificado ela - e nossos 
arredores. Era tipo incrível a multitarefa que ele fazia. Até agora, Jill e Lee só tinham 
um buraco atrás nós. Agora era quase dois, e isso era muito longe para Eddie mantê-la 
em sua visão. Então, nós esperamos, enquanto o casal abstraído vagueava o seu 
caminho em direcção á Toca do Dragão. 
Adrian tomou outro gole de seu cantil e balançou a cabeça em reverência. –Você não 
tem nada com que se preocupar, Sage. Ela foi directa para ele. – 
–Não graças a você,– eu bati. –Eu não posso acreditar que você disse-lhe todos os 
detalhes da minha visita naquela noite. Ela estava tão brava comigo por interferir nas 
costas dela com você, Lee, e Micah. – 
–Eu quase nada lhe disse –, argumentou Adrian. –Eu apenas lhe disse para ficar longe 
daquele cara humano–. 
Eddie olhou entre os nossos rostos. –Micah?– 
Mudei de posição desconfortavelmente. Eddie não sabia como eu tinha agido. –Lembra 
quando eu queria que você dissesse algo a ele? E você não fez? – Eu comecei a dizer-
lhe como eu, em seguida, procurei a ajuda de Adrian e descobriu o interesse de Lee em 
Jill. 
Eddie ficou horrorizado. –Como você pode não me dizer nada disso?–, ele exigiu. 
–Bem–, eu disse, querendo saber se tudo o que fazia ia resultar na ira de um Moroi ou 
dhampir, –Isto não te envolvia.– 
–A segurança de Jill envolve! Se um cara gosta dela, eu preciso saber. – 
Adrian riu. –A Sage devia ter passado um bilhetinho na sala de aula? – 
–Lee é bom–, disse. –Ele obviamente a adora, e não é como se ela fosse ficar sozinha 
com ele. – 
–Nós não sabemos de verdade se ele é bom–, disse Eddie. 
–Ao passo que Micah é cem por cento OK? Será que você fez uma verificação de 
antecedentes ou algo assim? – perguntei. 
–Não–, disse Eddie, olhando envergonhado. –Simplesmente sei. É um pressentimento 
 
 
140 
que eu tenho sobre ele. Não há nenhum problema com ele passar tempo com Jill –. 
–Só que ele é humano.– 
–Eles não teriam chegado sério.– 
–Você não sabe disso.– 
–Chega, vocês dois–, interrompeu Adrian. Jill e Lee tinham finalmente chegado ao 
início da Toca do Dragão, o que significa que poderíamos seguir em frente. Adrian 
baixou sua voz. –Seu argumento é inútil. Quero dizer, olhe para eles. Aquele rapaz 
humano não chega a entrar. – 
Eu olhei. Adrian estava certo. Jill e Lee estavam claramente encantados um com o 
outro. Alguma parte culpada de mim, perguntava se eu deveria estar fazendo um 
trabalho melhor olhando para fora de Jill. Eu estava tão aliviada que ela estava 
interessada num Moroi que eu não tinha parado para pensar se ela devia mesmo estar 
namorando alguém. Quinze anos de idade seriam suficientes? Eu não tinha namorado 
aos quinze anos. Eu na verdade, bem, nunca namorei. 
–Há uma diferença de idade entre eles,– eu admiti, mais para mim. 
Adrian zombou. –Acredite em mim, eu já vi diferenças de idade. A deles não é nada. – 
Ele continuou caminho, e poucos momentos depois Eddie e eu fomos acompanhá-lo. 
Eddie manteve sua constante vigília em Jill, mas desta vez, eu tinha a impressão de que 
o perigo que ele estava olhando era directo para cima da pessoa ao lado dela. A 
gargalhada do Adrian soou adiante de nós. 
–Sage–, ele chamou. –Você tem que ver isso.– 
Eddie e eu chegamos ao próximo campo e olhamos com espanto. Então comecei a rir. 
Tínhamos chegado ao Castelo do Drácula. 
Um enorme, castelo preto com torres guardava o buraco a alguma distância. Um túnel 
foi cortado através do centro com uma ponte estreita, que significava que as bolas 
tinham de passar por cima. Se a bola caísse para os lados, sem ser antes através do 
castelo, ela era devolvida ao ponto de partida. Um boneco de animação do Conde 
Drácula estava do lado de fora do castelo. Ele era branco puro, com os olhos vermelhos, 
orelhas pontudas e cabelo penteado para trás. Ele sacudia continuamente os seus braços 
abertos para mostrar uma capa de morcego. Perto dali, um altifalante submergia uma 
estranha música de órgão. Eu não conseguia parar de rir. Adrian e Eddie olhavam para 
mim como se nunca tivesse me visto antes. 
–Eu não acho que nunca a ouvi rir,– Eddie disse a ele. 
–Certamente que não era esta a reacção que eu esperava–, Adrian refletiu. –Eu estava 
 
 
141 
contando com um desprezível terror, a julgar pelo comportamento dos Alquimistas. Eu 
não sabia que você gostava de vampiros.– 
Ainda sorrindo, eu assistia o Dracula a levantar a capa para cima e para baixo. –Este não 
é um vampiro. Não um real. E isso é o que o torna tão engraçado. É puro cenário de 
Hollywood. Vampiros reais são terríveis e não natural. Isto? Isto é hilário. – 
Estava claro pelas suas expressões que nenhum deles realmente entendeu o porque 
daquilo ter apelado o meu senso de humor daquela maneira. Adrian, no entanto, se 
ofereceu para tirar uma foto com o meu celular quando eu lhe pedi. Eu pousei perto do 
Drácula e coloquei um grande sorriso. Adrian conseguiu tirar a foto quando o Drácula 
estava levantando sua capa. Quando eu vi a foto, eu fiquei satisfeita por ver que tinha 
ficado perfeito. Mesmo meu cabelo parecia bem. Adrian deu um aceno de aprovação á 
foto antes de me entregar o telefone. –Ok, eu mesmo posso admitir que ficou muito 
engraçado. – 
Eu encontrei-me a pensar exageradamente no comentário. O que ele tinha querido dizer 
quando disse ‘até mesmo eu’ poderia admitir? Que eu estava bonita para um humano? 
Ou que eu acabara de conhecer algum tipo de critério de rapariga quente para o Adrian? 
Momentos depois, eu forçosamente tinha que deixar de pensar nisso. Deixa ir, Sydney. 
É um elogio. Aceita isso. 
Jogamos os restantes campos e finalmente terminamos com a cachoeira em si. Que era 
um buraco particularmente desafiador e eu levei o meu tempo para alinhar o tiro - não 
que eu precisasse. Eu estava batendo quase todo mundo com folga. Eddie era o único 
que chegava perto. Ficou claro que Jill e Lee não prestavam sequer atenção no jogo, e 
quanto a Adrian e seu talento natural…bem, eles estavam solidamente em último lugar. 
Eddie, Adrian e eu ainda estávamos à frente dos outros dois, de modo que os esperamos 
na cachoeira. Jill praticamente correu para ela quando teve a chance, olhando para ela 
com olhos encantados. –Oh–, ela respirava. –Isto é maravilhoso. Eu não vi tanta água 
em dias.– 
–Lembre-se que eu disse sobre a toxicidade–, brincou Lee. Mas ficou claro que ele 
achou sua reacção cativante. Quando olhei para os outros dois rapazes, vi que eles 
compartilhavam os mesmos sentimentos. Bem, não exactamente o mesmo. O afecto de 
Adrian era claramente fraternal. O de Eddie? Era difícil de ler, uma espécie de mistura 
dos outros dois afectos. Talvez tenha sido uma espécie de carinho de guardião. 
Jill fez um gesto para a cachoeira e, de repente, parte dela se separou da cascata. O 
pedaço de água formou-se numa trança, então torceu para cima, fazendo espirais antes 
 
 
142 
de quebrar em um milhão de gotas que caiu sobre todos nós. Eu tinha ficado com os 
olhos arregalados e congelados, mas as gotas bateram em mim acordando-me do meu 
choque. 
–Jill–, disse com uma voz que eu mal reconhecia como minha. –Não faça isso de novo.– 
Jill, com olhos brilhantes, apenas poupou-me um olhar enquanto ela fazia um outro 
pedaço de água dançar no ar. –Não tem ninguém por perto para ver, Sydney. – 
Não era isso que tinha me chateado tanto. Não foi aquilo que me encheu com tanto 
pânico que eu mal conseguia respirar. O mundo estava fazendo aquela coisa onde 
começou a girar, e eu preocupadaque estava indo desmaiar. Medo forte, frio correu 
através de mim, o medo do desconhecido. Do antinatural. As leis do meu mundo tinham 
acabado de ser quebradas. Esta era a magia de vampiros, algo estranho e inacessível aos 
humanos - inacessível porque era proibido, algo não mortal feito para mergulhar dentro. 
Eu apenas tinha visto uma vez a magia ser usada, quando dois usuários de espírito tinha 
virado um sobre o outro, e eu nunca quis ver isso novamente. Um deles tinha forçado as 
plantas da terra para fazer seu lance enquanto o outro tecnicamente arremessava 
objectos para matar. Aquilo tinha sido terrível, e mesmo embora eu não tivesse sido o 
alvo, eu me sentia presa e oprimida face a tanta energia transcendais. Foi um lembrete 
de que estas não eram pessoas divertidas, fáceis com quem sair. Estas era criaturas 
totalmente diferentes de mim. 
–Pare com isso–, disse sentindo o aumento de pânico. Eu estava com medo da magia, 
com medo que me tocasse, com medo do que pudesse fazer comigo. –Não faça mais 
isso!– 
Jill nem sequer me ouviu. Ela sorria para Lee. –Você tem o ar, certo? Você pode criar 
névoa sobre a água? – 
Lee enfiou as mãos nos bolsos e olhou distante. –Ah, bem, provavelmente não é uma 
boa ideia. Eu quero dizer, estamos em público… – 
–Vamos lá–, ela implorou. –Não vai causar algum esforço para você afinal de contas. – 
Ele realmente parecia nervoso. –Nah, não agora –. 
–Nem você também.– Ela riu. Acima dela e em frente dela, aquele demónio de água 
ainda estava girando, girando, girando… 
–Jill–, disse Adrian, com a mais dura nota em sua voz do que eu já tinha ouvido antes. 
Na verdade, eu não conseguia recordar, alguma vez ele se dirigir a ela pelo seu nome 
real. –Pára–. 
Foi tudo o que disse, mas era como se uma onda de algo passasse por Jill. Ela se 
 
 
143 
encolheu, e as espirais de água desapareceram caindo em gotas. –Tudo bem–, disse ela, 
olhando confusa. 
Houve um momento de constrangimento e depois Eddie disse: –Devemos apressar. 
Vamos ter que empurrar o toque de recolher. – 
Lee e Jill propuseram a fazer as suas tacadas e logo estavam rindo e flertando 
novamente. Eddie continuou a observá-los na sua forma preocupado. Apenas Adrian 
prestou atenção em mim. Percebi eu ele foi o único que realmente entendeu o que tinha 
acontecido. Seus olhos verdes me estudavam, sem nenhum traço do seu usual humor 
amargo. Eu porém não estava enganada. Eu sabia que tinha de haver alguma piada 
espirituosa, zombando a minha reacção. 
–Você está bem?–, Ele perguntou em voz baixa. 
–Eu estou bem,– disse livrando-me dele. Eu não queria que ele visse a minha cara. Ele 
já tinha visto demais, visto o meu medo. Eu não queria que qualquer um deles soubesse 
o medo que eu tinha deles. Ouvi-o dar alguns passos para mim. 
–Sage…– 
–Deixa-me sozinha–, eu bati de volta. Corri para sair do campo, certa de que ele não me 
seguiria. Eu tinha razão. Esperei por eles para terminar a jogo, usando o tempo sozinha 
para me acalmar. O tempo que eles levaram para me pegarem, já eu estava bastante 
certa de que eu tinha limpado a maioria das emoções do meu rosto. Adrian ainda me 
olhava com preocupação, o que eu não gostei, mas pelo menos ele não disse mais nada 
sobre meu colapso. 
Surpreendente para ninguém, o resultado final mostrou que eu tinha ganhado e Adrian 
tinha perdido. Lee ficou em terceiro, o que parecia incomodá-lo. –Eu costumava ser 
muito melhor –, ele murmurou, franzindo a testa. –Eu costumava ser perfeito neste 
jogo.– Considerando que ele passou a maior parte do tempo a prestar atenção a Jill, eu 
pensei que ficar em terceiro era um desempenho bastante respeitável. 
Deixei ele e Adrian primeiro e depois eu mal consegui que Eddie, Jill e eu chegássemos 
a tempo a Amberwood. Eu tinha mais ou menos voltado ao normal até então, não que 
alguém tenha notado. Jill estava flutuando numa nuvem enquanto fomos para o nosso 
dormitório, falando sem parar sobre Lee. 
–Eu não tinha ideia que ele tinha viajado tanto! Ele provavelmente foi a mais lugares do 
que você, Sydney. Ele continuava dizendo que me vai levar a todos eles, que nós vamos 
gastar o resto de nossas vidas viajando e fazendo tudo o que queremos. E ele está 
tomando todos os tipos de aulas na faculdade, porque ele não tem certeza do que ele 
 
 
144 
quer ser. Bem, nem todas, este semestre. Ele tem um horário leve para que ele possa 
passar mais tempo com seu pai. E isso é bom para mim. Para nós, quero dizer. – 
Eu abafei um bocejo e acenei com a cabeça cansada. –Isso é óptimo. – 
Ela parou de onde ela estava procurando na sua cómoda por pijamas. –Desculpa, já 
agora.– 
Eu congelei. Eu não queria um pedido de desculpas pela magia. Eu nem sequer queria 
me lembrar do que tinha acontecido. 
–Por gritar com você na outra noite,– ela continuou. –Você não me assentou com Lee. 
Eu nunca deveria ter acusado você de interferir. Ele realmente gosta de mim, todo este 
tempo…ele é realmente fantástico. – 
Deixei escapar o fôlego que estava segurando e tentei um sorriso fraco. –Fico contente 
que você esteja feliz.– 
Ela voltou alegremente para suas tarefas e a falar sobre Lee até que eu fui até ao 
banheiro. Antes de escovar meus dentes, eu estava na frente da pia e lavei as minhas 
mãos e braços esfregando mais e mais, o máximo que eu podia para lavar a magia das 
gotas de água que eu jurei que ainda podia senti-las na minha pele. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
145 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 13 
 
 
Meu celular tocou no nascer do dia seguinte. Eu já estava de pé, sendo uma 
madrugadora, mas Jill rolou na cama e colocou o travesseiro sobre sua cabeça. 
–Faça isso parar,– ela gemeu. 
Eu respondi e descobri que era Eddie do outro lado da linha. 
–Estou aqui embaixo.– Ele disse. –Pronto para praticar um pouco de auto-defesa antes 
que fique complicado.– 
–Você terá de fazer isso sem mim,– eu disse. Estava com o sentimento de que Eddie 
estava levando bem a sério a promessa que fez a Clarence sobre nos treinar. Eu não 
sentia tal obrigação. –Eu tenho uma tonelada de lição de casa pra fazer. Isso, e eu tenho 
certeza de que a senhorita Terwilliger me fará fazer café hoje.– 
–Bem, então mande Jill descer,– disse Eddie. 
Eu olhei por cima da montanha de cobertores em sua cama. –É mais fácil falar do que 
fazer.– 
Surpreendentemente, ela conseguiu se levantar o bastante para escover seus dentes, 
tomar uma aspirina para dor de cabeça e colocar algumas roupas de ginástica. Ela me 
deu adeus, e eu prometi olhá-la depois. Não muito depois disso, senhorita Terwilliger 
me ligou com sua ordem de café, e eu me preparei para mais um dia tentando conciliar 
meu trabalho com o dela. 
Eu dirigi até o Spencer’s e não notei o Trey até que eu estivesse de cara pra ele. 
–Da Senhorita Terwilliger?– Ele perguntou, apontando para o cappuccino com calda de 
 
 
146 
caramelo. 
–Huh?– eu olhei. Trey era meu caixa. –Você trabalha aqui?– 
Ele assentiu. –Preciso arranjar um jeito de gastar dinheiro.– 
Eu lhe dei o dinheiro, notando que ele tinha me cobrado metade do preço. –Não me leve 
a mal, mas você não me parece muito bem,– eu lhe disse. Ele parecia cansado, exausto. 
Uma inspeção mais detalhada mostrou alguns machucados e cortes também. 
–É, bem, eu meio que tive um dia duro ontem.– 
Hesitei. Esse era um comentário para puxar assunto, mas não havia ninguém atrás de 
mim, na fila. –O que aconteceu?– perguntei, sabendo que foi esperado. 
Trey fez uma careta. –Aquele imbecil do Greg Slade que devastou nas provas de futebol 
ontem. Quer dizer, os resultados ainda não saíram, mas é óbvio que ele vai conseguir o 
lugar de quarterback. Ele era como uma máquina, apenas arrancava fora os outros 
caras.– Estendeu a mão esquerda, que tinha alguns dedos envolvidos com ligaduras. –
Ele pisou a minha mão também.– 
Eu estremeci, lembrando de como Slade está fora de controle no atletismo em EF. A 
política do futeboldo ensino médio e quem era o quarterback não eram muito 
importante para mim. Verdade, eu sentia pena de Trey, mas era a fonte por trás das 
tatuagens que me intrigava. Keith me avisou para não causar problemas á minha volta, 
mas eu era incapaz de parar. 
–Eu sei sobre as tatuagens–, disse. –Julia e Kristin contaram-me sobre elas. E agora sei 
o porque da tua desconfiança sobre a minha – mas não é o que você pensa. A sério.– 
–Não foi isso que eu ouvi. A maioria das pessoas pensa que você diz isso só porque não 
quer dizer onde a arranjou.– 
Fiquei um pouco surpresa com isso. Eu tinha certeza que Julia e Kristin tinham 
acreditado em mim. Elas realmente tinham espalhando o contrário? –Eu não fazia 
ideia.– 
Ele deu de ombros com um pequeno sorriso em seus lábios. –Não se preocupe. Eu 
acredito em você. Há uma espécie de ingenuidade encantadora em você. Você não 
parece ser do tipo de pessoa que engana.– 
–Hey,– repreendi. –Eu não sou ingênua.– 
–Foi um elogio.– 
–Há quanto tempo estas tatuagens andam por aí?– perguntei decidida que era melhor 
começar a investigar por dentro –Ouvi dizer desde o ano passado.– 
Ele entregou-me o meu café, pensando. –Sim, mas foi no fim do ano passado. Ano 
 
 
147 
letivo, quero dizer.– 
–E elas vêm de um lugar chamado Nevermore? – 
–Até onde eu sei.– Trey me olhou desconfiado. –Por quê?– 
–Só por curiosidade–, disse docemente. 
Um par de miúdos da faculdade, vestidos como vagabundos ricos, entraram na fila atrás 
de mim e nos olharam impacientes. –Podemos ter algum serviço aqui?– 
Trey lhes deu um sorriso duro e, em seguida, revirou os olhos para mim enquanto me 
afastava. –Te vejo por aí, Melbourne. – 
Eu voltei para Amberwood e entreguei o café a Ms.Terwilliger. Eu não estava com 
vontade de ficar amarrada a ela o dia todo, então eu perguntei se podia ir para outro 
lugar tendo o celular à mão. Ela concordou. A biblioteca tinha muita atividade e – 
ironicamente - muito ruído para mim hoje. Eu queria a solidão do meu quarto. 
Enquanto caminhava através do gramado para pegar o ônibus, vi algumas figuras 
familiares por trás de um aglomerado de árvores. Eu mudei de direção e encontrei Jill e 
Eddie numa pequena clareira quadrada. Micah estava sentado de pernas cruzadas no 
chão, assistindo avidamente. Ele acenou para mim quando me aproximei. 
–Eu não sabia que seu irmão era um mestre do kung-fu–, observou ele. 
–Não é kung fu–, disse Eddie rispidamente, sem tirar os olhos de Jill. 
–É a mesma coisa–, disse Micah. –Continua a ser muito foda.– 
Eddie fintou como se estivesse preste a atacar Jill pelo lado. Ela respondeu rapidamente 
com um bloco, embora não tão rápida o suficiente para o igualar. Se ele tivesse feito 
isso a sério, ele teria batido nela. Ainda assim, ele parecia satisfeito com o seu tempo de 
resposta. 
–Boa. Isso reflete parte de um movimento, pensando que você ainda pudesse ser 
atingida. Melhor era se você pudesse fintar e esquivar completamente, mas isso leva um 
pouco mais de treino.– 
Jill assentiu obedientemente. –Quando é que podemos trabalhar nisso?– 
Eddie a considerou com orgulho. Essa expressão amoleceu depois de alguns momentos 
a estuda-la. –Não hoje. Está muito sol. – 
Jill começou a protestar e depois se conteve. Ela tinha aquele olhar de desgaste do sol 
novamente e estava suando muito. Ela olhou para o céu por um momento, como se 
implorasse às nuvens para dar-nos alguma sombra. Permaneceu sem resposta, então ela 
acenou com a cabeça para o Eddie. 
–Tudo bem. Mas vamos fazer isso amanhã à mesma hora? Ou mais cedo, talvez. Ou 
 
 
148 
talvez esta noite! Poderíamos fazer as duas coisas? Praticar esta noite quando o sol tiver 
ido embora e depois novamente da parte da manhã? Você se importaria? – 
Eddie sorriu, divertindo com o entusiasmo dela. –O que você quiser.– 
Sorrindo de volta, Jill se sentou ao meu lado, ficando à sombra tanto quanto possível. 
Eddie olhou para mim na expectativa. –O quê?– perguntei. 
–Você não deveria aprender a dar um soco?– 
Eu zombei. –Não. Quando é que eu vou precisar de fazer isso?– 
Jill me cutucou. –Faça isso, Sydney!– 
Relutantemente, eu deixei Eddie dar uma rápida lição de como dar um soco sem 
machucar a minha mão no processo. Eu mal prestei atenção e senti como se tivesse a 
proporcionar entretenimento para os outros. Quando Eddie terminou, Micah perguntou, 
–Hey, você se importaria de me mostrar alguns movimentos ninja também?– 
–Não têm nada a ver com ninjas–, protestou Eddie, ainda sorrindo. –Vamos lá.– 
Micah saltou para seus pés e Eddie o acompanhou através de alguns movimentos 
rudimentares. Mais do que isso, parecia que Eddie estava a avaliar Micah e as suas 
capacidades. Depois de algum tempo, Eddie relaxou e deixou Micah praticar alguns 
movimentos ofensivos para se defender de um invasor. 
–Hey–, protestou Jill quando Eddie acertou um chute em Micah. Este se encolheu como 
se tivesse dores de barriga.–Não é justo. Você não iria me bater quando estávamos 
praticando.– 
Eddie foi apanhado de surpresa o suficiente para que Micah realmente lhe desse um 
chute. Ele deu-lhe um relutante olhar de respeito e então disse a Jill, –Isso é diferente.– 
–Porque sou uma rapariga?– Ela exigiu. –Você nunca recuava com Rose.– 
–Quem é Rose?–, perguntou Micah. 
–Uma amiga–, explicou Eddie. Para Jill ele disse, –E Rose tem mais anos de 
experiência do que você.– 
–Ela tem mais que Micah também. Você facilitou as coisas para mim. – 
Eddie olhou para Micah e manteve-se lá.–Não estive não –, disse ele. 
–Esteve sim–, ela murmurou. Enquanto os rapazes lutavam novamente, ela disse 
baixinho para mim, –Como posso aprender se ele tem medo de me magoar? – 
Eu assisti os caras, analisando o que sabia do Eddie até agora. –Eu acho que é mais 
complicado do que isso. Eu acho que ele também acredita que você não deve assumir o 
risco - que se ele estiver a fazer um bom trabalho, você não precisa se defender.– 
–Ele está fazendo um ótimo trabalho. Você devia tê-lo visto no ataque.– Seu rosto tinha 
 
 
149 
aquele olhar assombrado, que sempre ganhava quando era mencionado a fuga do 
ataque. –Mas eu ainda preciso de aprender.– Ela baixou a sua voz ainda mais. –Eu 
realmente quero também aprender a usar a minha magia para lutar, não que possa 
praticar muito neste deserto.– 
Estremeci, recordando a sua exibição da noite anterior. –Haverá tempo–, disse 
vagamente. 
Levantei-me, dizendo que tinha que trabalhar um pouco. Micah perguntou a Eddie e a 
Jill se queriam almoçar. Eddie disse que sim imediatamente. Jill olhou para mim 
primeiro. 
–É apenas almoço–, disse Eddie significativamente. Eu sabia que ele ainda pensava que 
Micah era inofensivo. Eu não sabia, mas depois de ver como Jill estava apaixonada por 
Lee, eu 
achei que Micah teria que fazer alguns movimentos agressivos para chegar a algum 
lugar. 
–Por mim tudo bem–, disse. 
Jill olhou aliviada e o grupo foi embora. Eu passei o dia a terminar o livro miserável 
para 
Ms. Terwilliger. Eu ainda pensava que copiar os feitiços arcaicos e os rituais 
literalmente era um desperdício de tempo. O único ponto que eu conseguia ver do 
porque de ela ter a necessidade de referenciar isto na sua pesquisa, era porque ela teria 
um arquivo de fácil acesso no computador e assim não causar nenhum risco no livro 
antigo. 
Já era de noite quando terminar isto e os meus deveres de casa. Jill ainda não tinha 
voltado e eu decidi usar esta oportunidade para verificar algo que me incomodava. No 
começo do dia, Jill mencionou a defesa do Eddie no ataque. Eu pressentia desde o início 
que havia algo de estranho sobre o ataque, algo que eles não me estavam a dizer. Então, 
entrei na rede de acesso dos Alquimistas e procurei tudo o que tínhamos sobre a 
rebelião dos Moroi. 
Naturalmente estava tudo documentado. Nós mantínhamos tudo sobre eventos 
importantes entre os Moroi e estes documentos eram bastante fiáveis. De alguma forma, 
os Alquimistas 
tinham conseguidouma foto da Corte dos Moroi, com manifestantes do lado de fora um 
edifício de administração. Guardiões Dhampir eram fáceis de encontrar enquanto eles se 
misturavam e mantinham a ordem. Para minha surpresa eu reconheci Dimitri Belikov – 
 
 
150 
namorado da Rose - entre aqueles que controlavam a multidão. Ele era fácil de 
encontrar, uma vez que era o mais alto de todos á sua volta. Dhampirs pareciam 
humanos e eu até poderia admitir que ele tinha um bom aspeto. Havia uma áspera 
elegância nele e, até mesmo numa fotografia ainda, eu podia ver uma ferocidade 
enquanto ele observava a multidão. 
Outras fotografias sobre o protesto confirmaram o que eu sabia. Por agora, a maioria das 
pessoas apoiavam a jovem rainha. Aqueles contra ela eram uma minoria - mas um 
muito perigoso. Um vídeo de um noticiário de humanos mostrou que dois caras Moroi 
quase andaram à luta num bar em Denver. Eles estavam gritando sobre rainhas e justiça, 
a maioria do qual não fazia sentido para um observador humano. O que fez deste vídeo 
especial foi que o cara que tinha filmado aquilo – algum humano com uma camera no 
celular - alegou ter visto presas em ambos os homens que estavam a brigar. O 
cinegrafista tinha apresentado a sua gravação alegando que tinha testemunhado uma luta 
de vampiros, mas ninguém deu muita credibilidade. Era demasiado pixada para se notar 
alguma coisa. Ainda assim, foi um lembrete do que poderia acontecer se a situação entre 
os Moroi ficassem fora de controle. 
Uma verificação ao Estado me mostrou que a rainha Vasilisa estava realmente a tentar 
fazer com que a lei fosse aprovada para que o seu governo não fosse mais dependente 
da existência de mais um membro na família real. Especialistas Alquimistas 
adivinharam que levaria três meses, que foi o que Rose tinha dito. O número se 
aproximou na minha cabeça como uma bomba-relógio. Precisávamos de manter Jill 
segura por três meses. E por três meses, os inimigos de Vasilisa estariam a tentar tudo 
por tudo para chegar a Jill. Se Jill morresse, a regra de Vasilisa acabaria - juntamente 
com as suas tentativas de fixar o sistema. 
Embora nada disso fosse o motivo que me tinha realmente levado a pesquisar. Eu queria 
saber sobre o que ninguém me contava - o início do ataque de Jill. O que encontrei não 
foi de muita ajuda. Nenhum Alquimistas tinha estado lá no momento, é claro, por isso a 
nossa informação era baseada nos relatos dos Moroi. Tudo o que sabíamos era que –a 
irmã da rainha tinha sido violentamente e gravemente atacada - mas tinha-se 
recuperado.– Do que eu tinha observado, aquilo era certamente verdade. Jill não 
mostrava sinais de lesão e o ataque tinha ocorrido uma semana antes de ela ter vindo 
para Palm Springs. Será que era tempo suficiente para se curar de um ‘violento e grave’ 
ataque? Seria um ataque como aquele suficiente para fazê-la acordar gritando? 
Eu não sabia, mas ainda podia abalar as minhas suspeitas. Quando Jill chegou ao quarto 
 
 
151 
mais tarde, ela estava com um tal bom humor que eu não tive coragem de a interrogar. 
Eu 
também me lembrei que me tinha esquecido de pesquisar sobre o caso da sobrinha de 
Clarence e da sua morte bizarra com um corte na garganta. A situação da Jill me tinha 
distraído. Eu deixar o assunto morrer e procuraria mais tarde aquilo. 
‘Amanhã’, eu pensei sonolentamente. ‘Eu vou fazer tudo amanhã’. 
Amanhã veio muito mais depressa do que eu esperava. Fui acordada de um sono pesado 
por alguém me sacudindo, e por uma fração de segundo, o velho pesadelo estava lá, 
aquele sobre os Alquimistas me levarem durante a noite. Reconhecendo Jill, eu apenas 
me parei de gritar. 
–Hey, hey,– repreendi. Não havia luz lá fora, mas estava púrpura. Muito antes do nascer 
do sol. –O que está acontecendo? Qual é o problema? – 
Jill olhou para mim, com o rosto sombrio e os olhos arregalados de medo. –É Adrian. 
Você tem que resgatá-lo. – 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
152 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 14 
 
 
–Pra ele mesmo?– 
Eu não pude ajudar nisso. A piada escapou antes mesmo de eu poder pará-la. 
–Não.– Sentada na beirada da cama e ela mordeu o lábio inferior. –Talvez ‘resgatar’ não 
seja a palavra certa. Mas nós temos de ir buscá-lo. Ele está preso em Los Angeles.– 
Esfreguei os olhos enquanto me sentava e em seguida, esperei alguns instantes, apenas 
no caso de isso tudo for um sonho. Não. Nada Mudou. Peguei meu celular da minha 
mesa de cabeceira e gemi quando eu li a tela. –Jill, nem são seis ainda.– Eu comecei a 
questionar se o Adrian foi mesmo acordado cedo, mas depois eu me lembrei que ele foi, 
provavelmente, em uma programação noturna. Deixado à própria sorte, Moroi foi para a 
cama em torno do que foi no final da manhã para o resto de nós. 
–Eu sei.– Ela disse em uma voz baixa. –Eu sinto muito. Eu não pediria se não fosse 
importante. Ele pegou uma carona lá na noite passada porque queria ver aquelas... 
aquelas garotas Moroi de novo. Lee deveria estar em Los Angeles também, pois Adrian 
imaginou que poderia conseguir uma carona para casa. Apenas, ele não pode obter uma 
retenção de Lee, então agora ele não pode voltar. Adrian, isto é. Ele está preso e de 
ressaca.– 
Eu comecei a deitar de volta. –Eu não tenho muita simpatia por isso. Talvez ele aprenda 
a lição.– 
–Sydney. Por favor– 
Eu pus um braço sobre meus olhos. Talvez se eu aparentasse estar dormindo, ela me 
deixaria sozinha. Uma questão de repente surgiu na minha cabeça, e eu empurrei meu 
 
 
153 
braço. 
–Como você sabe sobre isso? Ele ligou?– Eu não era um dorminhoco super-luz, mas eu 
ainda podia ouvir o telefone dela tocar. 
Jill olhou para longe de mim. Franzindo a testa, sentei-me para cima. 
–Jill? Como você sabe sobre isso?– 
–Por favor,– ela sussurrou. –Podemos apenas ir pegá-lo?– 
–Não até você me dizer o que está acontecendo.– Um sentimento estranho se arrastou 
ao longo da minha pele. Eu senti por um momento que eu estava sendo excluída de algo 
grande, e agora, de repente eu soube que eu estava prestes a descobrir o que os Moroi 
tinha se escondido de mim. 
–Você não pode contar,– ela disse, finalmente encontrando meus olhos novamente. 
Eu toquei a minha tatuagem no meu pescoço. –Eu dificilmente posso falar para alguém 
qualquer coisa.– 
–Não, pra ninguém. Nem para os alquimistas. Nem o Keith. Nem qualquer outro Moroi 
ou Dhampir que ainda não sabe.– 
Não contar para os alquimistas? Isso pode ser um problema. Entre todas as coisas loucas 
da minha vida, não importa quanto as minhas designações me deixa furiosa ou quanto 
tempo eu passei com vampiros, Eu nunca tinha questionado que a quem minha lealdade 
pertencia. Eu tinha que contar aos alquimistas se o que estava acontecendo com Jill e 
com os outros. Era o meu dever para com eles, para a humanidade. É claro, parte do 
meu dever para os alquimistas era cuidar de Jill, e tudo que a estava atormentando 
agora, obviamente, estava ligado ao seu bem-estar. Por meio segundo, Eu considerei 
mentir para ela e imediatamente rejeitei essa idéia. Eu não podia fazer isso. Se eu 
tivesse de manter seu segredo, eu o manteria. Se eu não pudesse mantê-lo, então eu iria 
deixá-la saber mais pra frente. 
–Eu não contarei,– Eu disse. Eu acho que essas palavras surpreenderam mais a mim do 
que a ela. Ela me estudou na luz fraca e deve ter, finalmente, decidido que eu estava 
falando a verdade. 
Ela deu um aceno demorado. –Adrian e eu estamos ligados, tipo um vinculo de 
espírito.– 
Senti meus olhos se arregalarem em descrença. –Como isso—– De repente tudo se 
encaixou, as peças que faltam. –O ataque. Você—você—– 
–Morri,– disse Jill abruptamente. –Houve tanta confusão quando os assassinos Moroi 
chegaram. Todo mundo pensou que eles estavam vindo atrás de Lissa, então a maioria 
 
 
154 
dos guardiões foi cercá-la. Eddie foi o único que veio para mim, mas ele não foi rápido 
o suficiente. Este homem, ele...– Jill tocou emum ponto no centro do peito e 
estremeceu. –Ele me apunhalou. Ele... ele me matou. Foi quando o Adrian veio. Ele 
usou espírito para me curar e me trazer de volta, e agora nós estamos ligados. Tudo 
aconteceu tão rápido. Ninguém lá sequer percebeu o que ele fez.– 
Minha mente estava em choque. Uma vinculo de espírito. Espírito era um elemento 
perturbador para os alquimistas, principalmente porque tínhamos tão poucos registros 
dela. Nosso mundo era documentos e conhecimento, portanto, qualquer diferença nos 
fazia sentir fraco. Sinais do uso de espírito haviam sido registrados ao longo dos 
séculos, mas ninguém tinha realmente percebido que era um elemento próprio. Esses 
eventos haviam sido baixados como aleatórios fenômenos mágicos. Foi apenas 
recentemente, quando Vasilisa Dragomir expôs a si mesma, que o espírito havia sido 
redescoberto, junto com sua infinidade de efeitos psíquicos. Ela e Rose tiveram um 
vinculo de espírito, o único moderno que tínhamos documentado. Cura era um dos mais 
notáveis atributos do espírito, e Vasilisa tinha trazido Rose de volta de um acidente de 
carro. Ele forjou uma conexão psíquica entre elas, uma que só havia sido quebrada 
quando Rose teve uma segunda experiência de quase-morte. 
–Você consegue ver em sua mente,– Eu respirei. –Seus pensamentos. Seus 
sentimentos.– Tanta coisa passou para estarmos juntos. Como a forma como Jill sempre 
sabia tudo sobre Adrian, mesmo quando ele alegou que não tinha contado a ela. Ela 
assentiu com a cabeça. 
–Eu não queria. Acredite em mim. Mas eu não posso evitar. Rose me disse uma vez, 
que eu aprenderia a controlar como manter os sentimentos dele longe, mas eu não posso 
fazer isso agora. E ele tem tantos, Sydney. Tantos sentimentos. Ele sente tudo tão 
fortemente — amor, dor, raiva. Suas emoções estão subindo e descendo, por todos os 
lados. O que aconteceu entre ele e Rose... rasga-o em pedaços. É difícil estar focada em 
mim às vezes com tudo isso acontecendo com ele. Pelo menos é só uma parte do tempo. 
Eu realmente não posso controlar quando isso acontece.– 
Eu não disse isso, mas queria saber se alguns desses sentimentos voláteis fazem parte da 
tendência do espírito de conduzir seus usuários a insanidade. Ou talvez seja apenas a 
personalidade natural do Adrian. Tudo é irrelevante, por enquanto. –Mas ele não pode te 
sentir, certo? É apenas de uma direção?– Eu perguntei. Rose tinha a capacidade de ler 
os pensamentos de Vasilisa e de ver todas as experiências cotidianas de sua vida — Mas 
não o inverso. Eu acredito que é a mesma coisa agora, mas com o espírito, nada pode 
 
 
155 
ser garantido. 
–Certo,– ela concordou. 
–É assim... é assim que você sempre sabe coisas sobre ele. Como as minhas visitas. E 
quando ele queria pizza. É por isso que ele está aqui, o porquê de Abe o querer aqui.– 
Jill franziu a testa. –Abe? Não, era uma espécie de opção do grupo para Adrian ir junto. 
Rose e Lissa acharam que seria melhor se estivéssemos juntos enquanto estávamos nos 
acostumando com o vínculo, e eu o queria por perto também. O que fez você pensar que 
Abe estava envolvido?– 
–Er, nada,– Eu disse. Abe instruindo Adrian a ficar em Clarence não deve ter sido algo 
que Jill observou. –Eu estava confundindo com outra coisa.– 
–Podemos ir agora?– ela implorou. –Eu responderei todas as suas perguntas– 
–Deixe-me ter certeza se entendi uma coisa primeiro,– eu disse. –Explique como ele foi 
parar em Los Angeles e por que ele está preso.– 
Jill juntou as mãos e desviou o olhar novamente, um hábito que eu estava vindo a ser 
associado a quando ela tinha informações que sabia que não ia ser bem recebida. 
–Ele, hum, deixou O Clarence na noite passada. Porque ele estava entediado. Ele pegou 
carona até a cidade de Palm Springs, e acabou festejando com algumas pessoas que 
estavam indo para Los Angeles. Então, foi com eles. E enquanto ele estava em um 
clube, ele encontrou as garotas - algumas garotas Moroi - e então ele foi casa com elas. 
E assim ele passou a noite e meio que desmaiou. Até agora. Agora ele está acordado. E 
ele quer ir para casa. Para o Clarence.– 
Com toda essa conversa de boates e meninas, um pensamento inquietante estava 
construindo em minha mente. –Jill, assim, quanto disso você realmente presenciou?– 
Ela ainda estava evitando o meu olhar. –Não é importante.– 
–É para mim–, eu disse. À noite Jill tinha acordado em lágrimas. . . que tinha sido 
quando Adrian estava com as meninas também. Ela estava vivendo a sua vida sexual? –
O que ele estava pensando? Ele sabe que você está lá, que você está vivendo tudo o que 
ele faz, mas ele nunca pára para - oh Deus. O primeiro dia de escola. Ms. Chang estava 
certo, não era? Você estava de ressaca. Indiretamente, pelo menos.– E quase todas as 
outras manhãs, ela acordou sentindo-se semi-doente, porque Adrian estava de ressaca 
também. Jill assentiu. –Não havia nada físico eles poderiam ter testado - como sangue 
ou qualquer coisa para provar que era isso, mas sim. Eu poderia muito bem ter tido um. 
Eu certamente senti-lo. Foi horrível.– Estendi a mão e virou o rosto para o meu de modo 
que ela tinha de olhar para mim. –E você está agora também.– Havia mais luz no quarto 
 
 
156 
quando o sol subiu mais alto, e eu podia ver os sinais de novo. A palidez doentia e olhos 
vermelhos. Eu não ficaria surpreso se sua cabeça e estômago doessem também. Baixei a 
mão e apertei a minha cabeça em desgosto. 
–Ele pode ficar lá.– 
–Sydney!– 
–Ele merece isso. E eu sei que você sente... alguma coisa... por ele.– Se era a afeição 
fraternal ou romântica, isso realmente não importa. –Mas você não pode cuidar dele e 
correr para cada necessidade e pedido que ele envia para você.– 
–Ele não está me perguntando, não exatamente–, disse ela. –Só posso sentir que ele 
quer.– 
–Bem, ele deveria ter pensado nisso antes de se meter nessa confusão. Ele pode 
descobrir seu próprio caminho de volta.– 
–O celular dele morreu.– 
–Ele pode pedir um do seu novo 'amigos'.– 
–Ele está em agonia–, disse ela. 
–Isso é como a vida é,– eu disse. 
–Eu estou em agonia–. 
Eu suspirei. –Jill– 
–Não, eu estou falando sério. E não é só a ressaca. Quero dizer, sim, parte do que é a 
ressaca. E enquanto ele está doente e não toma nada, então eu também! Extra... seus 
pensamentos. Ugh. –Jill descansou a testa nas mãos. –Eu não posso me livrar de quão 
infeliz ele é. É como... como um martelo batendo na minha cabeça. Eu não posso ficar 
longe dele. Eu não posso fazer mais nada exceto pensar em como ele é miserável! E isso 
me deixa infeliz. Ou pensam que eu sou miserável. Eu não sei. –Ela suspirou. –Por 
favor, Sydney. Podemos ir?– 
–Você sabe onde ele está?– Eu perguntei. 
–Sim–. 
–Tudo bem, então. Eu vou. –Eu deslizei até a beira da cama. Ela levantou-se comigo. 
–Eu vou também.– 
–Não–, eu disse. –Você volta para a cama. Tome uma aspirina e veja se você pode fazer 
você se sentir melhor. –Eu também tinha algumas coisas que eu queria dizer a Adrian 
em privado. É certo que, se ela estava constantemente ligada a ele, ela teria de –ouvir– a 
nossa conversa, mas seria muito mais fácil de dizer a ele o que eu queria, quando ela 
não estava de fato lá na carne, olhando para mim com aqueles olhos grandes. 
 
 
157 
–Mas como você vai– 
–Eu não quero você ficando doente no carro. Basta me telefonar se alguma coisa mudar 
ou se ele sai ou qualquer outra coisa.– 
Os novos protestos de Jill foram hesitantes, seja porque ela não se sentia com eles ou 
estava apenas disposta a ser grata por qualquer –resgate– de Adrian. Ela não tinha um 
endereço exato, mas tinha uma descrição muito vívida do condomínio onde ele estava, 
que era bem ao lado de um notável hotel. Quando eu o procurei, vi que o hotel era 
realmente em Long Beach, o que significa que eu teria que passar convenientemente por 
Los Angeles. Eu tinha uma viagem de duas horas à minha frente. Café seria necessário. 
Era um dia bonito, pelo menos,e não havia quase nenhum tráfego aqui fora tão cedo em 
um domingo. Olhando para o sol e céu azul, eu fiquei pensando sobre como seria bom 
se eu fosse fazer essa viagem em um conversível, com a capota abaixada. Também seria 
bom se eu tivesse vindo a fazer esta viagem por qualquer outra razão além de recuperar 
um festeiro encalhado vampiro. Eu ainda estava tendo dificuldade envolvendo minha 
mente em torno da idéia de que de Jill e Adrian eram ligados por espírito. A noção de 
alguém trazer outro de volta dos mortos não foi aquela que malha bem com minhas 
crenças religiosas. Foi tão perturbador como uma outra façanha do espírito: a 
restauração Strigoi. 
Tivemos dois casos documentados de isso acontecer também, dois Strigoi magicamente 
alterados pelos usuários de espírito, de volta à sua forma original. Um deles era uma 
mulher chamada Sonya Karp. O outro era Dimitri Belikov. Entre essa e todas as 
ressurreições isso, espírito estava realmente começando a me assustar. Tanto poder 
simplesmente não parece certo. 
Cheguei a Long Beach certa na programação e não tive problema em encontrar o 
complexo de condomínio. Foi do outro lado da rua de um hotel à beira-mar chamado de 
Cascadia. Uma vez que Jill não tinha chamado com uma mudança de localização, 
assumi que Adrian ainda estava escondido. Estacionamento da rua era fácil de 
encontrar, nesta hora do dia, e parei do lado de fora para olhar o firmamento azul-
cinzento do Pacífico no horizonte ocidental. Foi de tirar o fôlego, especialmente depois 
da minha primeira semana no deserto de Palm Springs. Eu quase desejei que Jill tivesse 
vindo. Talvez estar perto de tanta água tivesse feito ela se sentir melhor. Os 
condomínios estavam em um prédio de estuque pêssego com três andares, duas 
unidades em cada andar. Das memórias de Adrian, Jill se lembrou de ir ao topo do 
edifício e virar à direita. Refiz os passos e cheguei a uma porta azul com uma aldrava de 
 
 
158 
bronze pesado. Eu bati. 
Quando nenhuma resposta veio depois de quase um minuto, eu tentei de novo mais alto. 
Eu estava quase à beira de uma terceira tentativa, quando ouvi o destrancar do cadeado. 
A porta se abriu em uma fresta, e uma menina espiou para fora dela. Ela era claramente 
Moroi, com uma construção magra de modelo de passarela, pele pálida perfeita que 
parecia particularmente irritante hoje, considerando que eu tinha certeza que uma 
espinha ia sair na minha testa em breve. Ela tinha a minha idade, talvez um pouco mais 
velha, com cabelo preto lustroso e profundos olhos azuis. Ela parecia algum boneco do 
outro mundo. Ela também estava quase dormindo. 
–Sim?– Ela me olhou. –Você está vendendo algo?– Próximo a este Moroi de altura 
perfeita, de repente me senti autoconsciente e desalinhada na minha saia de linho e 
botão de cima para baixo. 
–Adrian está aqui?– 
–Quem?– 
–Adrian. Alto. Cabelo castanho. Olhos verdes.– 
Ela franziu o cenho. –Você quer dizer Jet?– 
–Eu. . . Não tenho certeza. Ele fuma como uma chaminé?– 
A menina assentiu com a cabeça sabiamente. –Isso mesmo.. Você deve ser o Jet.– 
Olhou para trás e gritou: –Hey, Jet! Há alguma vendedora aqui para vê-lo.– 
–Mande-a para fora–, gritou uma voz familiar. 
A Moroi abriu mais a porta e acenou para eu entrar –Ele está na varanda.– 
Eu andei por uma sala que servia como um conto de advertência do que poderia 
acontecer se Jill e eu perdermos todo o senso de limpeza e auto-respeito. O local estava 
um desastre. Uma garota desastre. Pilhas de roupa suja se espalharam pelo chão, louça 
suja abrangido cada centímetro quadrado que não foi ocupado por garrafas de cerveja 
vazias. Derrubei uma garrafa de unha polonês onde tinha criado uma mancha rosa 
chiclete no tapete. No sofá, enrolados em cobertores, uma menina loira Moroi olhou 
para mim, sonolenta e depois voltou a dormir. 
Pisando em torno de tudo, eu fiz o meu caminho para Adrian através de uma porta do 
pátio. Ele estava na varanda, inclinando-se contra a sua grade, de costas para mim. O ar 
da manhã estava quente e claro, então, naturalmente, ele estava tentando arruiná-lo 
fumando. –Diga-me isso, Sage–, disse ele, sem olhar para trás para me encarar. –Por 
que diabos alguém iria colocar um prédio perto da praia, mas não têm as varandas de 
frente para a água? Eles foram construídos para olhar colinas atrás de nós. A menos que 
 
 
159 
os vizinhos começam a fazer algo interessante, eu estou pronto para declarar esta 
estrutura um desperdício total.– 
Cruzei os braços e olhei para suas costas. –Estou tão feliz que tenho a sua opinião sobre 
esse valor. Eu vou ter a certeza e os detalhes de que quando eu arquivo a minha queixa 
ao conselho da cidade sobre suas vistas para o mar inadequadas.– 
Ele se virou, a dica de um sorriso torcendo os lábios. –O que você está fazendo aqui? 
Achei que você estaria na igreja ou algo assim.– 
–O que você acha? Estou aqui por causa dos pedidos de uma menina de quinze anos de 
idade, que não merece aquilo que você põe em mente.– 
Qualquer vestígio de um sorriso desapareceu. –Oh. Ela lhe disse.– Ele se virou de volta. 
–Sim, e todos vocês deveriam ter me dito mais cedo! Isso é sério. . . monumental.– 
–E sem dúvida nenhuma, os Alquimistas gostaria de estudar.– Eu podia imaginar o seu 
desprezo perfeitamente. 
–Eu prometi a ela que eu não diria. Mas você ainda deveria ter me encheu dentro. É o 
tipo de informação importante ter, desde que eu sou a única que tem que tomar conta de 
todos vocês.– 
–Babá é uma espécie de termo extremo, Sage.– 
–Considerando o cenário atual? Não, não realmente.– 
Adrian não disse nada, e eu lhe dei uma rápida avaliação. Ele usava calça jeans escuro 
lavado e uma camisa de algodão vermelha de alta qualidade que ele deve ter dormi com 
ela, a julgar pelas rugas. Seus pés estavam descalços. 
–Você trouxe um casaco?– Eu perguntei. 
–Não.– 
Voltei para dentro e fiz uma pesquisa entre a desordem. A menina Moroi loira estava 
dormindo, e aquela que me deixara entrar estava deitada sobre uma cama desfeita em 
outra sala. Eu finalmente encontrei as meias e os sapatos de Adrian jogados em um 
canto. Corri para recuperá-los, em seguida, voltei para fora e deixei-os cair ao lado dele 
na varanda. 
–Coloque esses. Nós vamos embora.– 
–Você não é minha mãe.– 
–Não, você está cumprindo uma sentença por perjúrio e roubo, se a memória lhe 
servir.– 
Era uma malvada, uma malvada coisa para se dizer, mas foi também a verdade. E 
chamou sua atenção. Cabeça de Adrian chicoteou ao redor. A raiva brilhou nas 
 
 
160 
profundezas de seus olhos verdes, a primeira que eu já tinha realmente visto nele. –
Nunca mais a mencione novamente. Você não tem idéia do que está falando.– Sua raiva 
era um pouco intimidante, mas eu segurei minha posição. 
–Na verdade, eu era a encarregada de rastrear os registros que ela roubou.– 
–Ela tinha seus motivos–, disse ele entre dentes. 
–Você está tão disposto a defender alguém que foi condenado por um crime, mas você 
não tem qualquer consideração por Jill que não fez nada.– 
–Eu tenho muita consideração por ela!– Ele fez uma pausa para acender um cigarro com 
as mãos trêmulas, e eu suspeitei que ele estivesse tentando ter um controle sobre suas 
emoções. –Eu penso nela o tempo todo. Como eu não poderia? Ela está lá. . . Eu não 
posso senti-la, mas ela está sempre lá, sempre ouvindo coisas na minha cabeça, ouvindo 
coisas que eu não quero nem ouvir. Sentindo coisas que eu não quero sentir.– Ele inalou 
sobre o cigarro e se virou para olhar a vista, embora eu duvidava que ele realmente viu. 
–Se você está tão consciente dela, então como você faz coisas como esta?– Fiz um gesto 
ao nosso redor. –Como você pode beber quando você sabe que ela é afetada também? 
Como você poderia fazer – Eu fiz uma careta –o que você fez com aquelas meninas, 
sabendo que ela poderia ‘ver’ isso? Ela tem quinze anos.– 
–Eu sei, eu sei–, disse ele. –Eu não sabia sobre a bebida, não no início. Quandoela veio 
depois da escola e me disse naquele dia, eu parei. Eu realmente fiz. Mas então... quando 
vocês eram mais na sexta-feira, ela me disse para ir em frente, uma vez que foi o fim de 
semana. Acho que ela não era tão preocupado com a doença. Então, eu disse a mim 
mesmo, ‘eu vou ter um casal.’ Só ontem à noite, ela se transformou em mais do que 
isso. E então as coisas ficaram meio louco, e eu acabei aqui e, o que estou fazendo? Eu 
não tenho de justificar minhas ações para você.– 
–Eu não penso que você pode se justificar a ninguém.– Fiquei furiosa, o meu sangue 
ferveu. 
–Você está com quem conversar, Sage.– Ele apontou um dedo acusador. –Pelo menos 
eu tomei uma atitude. Você? Você deixa o mundo passar sem você. Você fica lá, 
enquanto que o idiota do Keith te trata como lixo e apenas sorri e assente. Você não tem 
coluna vertebral. Você não reage. Mesmo o velho Abe parece te empurrar ao redor. 
Rose estava certa que ele tem algo sobre você? Ou ele é apenas alguém que você não irá 
lutar contra?– 
Eu trabalhei duro para não deixá-lo saber o quão profundas essas palavras me atingiram. 
–Você não sabe a primeira coisa sobre mim, Adrian Ivashkov. Eu luto para trazer a 
 
 
161 
abundância.– 
–Você poderia ter me enganado.– 
Eu dei-lhe um sorriso apertado. –Eu simplesmente não faço um espetáculo de mim 
mesma quando eu faço isso. É chamado ser responsável.– 
–Claro. O que quer que ajude você a dormir à noite.– 
Eu joguei as minhas mãos. –Bem, essa é a coisa: eu não durmo mais à noite, porque eu 
tenho que vir salvá-lo de suas próprias idiotices. Podemos ir agora? Por favor?– 
Como resposta, ele apagou o cigarro e começou a colocar suas meias e sapatos. Ele 
olhou para mim como ele fez antes, e a raiva tinha desaparecido totalmente. Seus 
humores foram mudados tão facilmente como um interruptor de luz. 
–Você tem que me tirar de lá. Fora de Clarence.– Sua voz era de nível e sérias. –Ele é 
um cara bom o suficiente, mas vou enlouquecer se eu ficar lá.– 
–Ao contrário do seu comportamento excelente quando você não está lá?– Eu olhei de 
volta para o condomínio. –Talvez as suas duas fãs tenha espaço para você.– 
–Ei, mostre algum respeito. Elas são pessoas reais com nomes. Carla e Krissy.– Ele 
franziu o cenho. –Ou era Missy?– 
Eu suspirei. –Eu lhe disse antes, eu não tenho nenhum controle sobre a sua forma de 
viva. Quão difícil é para você ir buscar o seu próprio local? Por que você precisa de 
mim?– 
–Porque eu quase não tenho dinheiro nenhum, Sage. Meu velho me cortou. Ele me dá 
um subsídio que é apenas o suficiente para os cigarros.– 
Eu considerei sugerir que ele parasse, mas que provavelmente não seria útil voltar a essa 
parte da conversa. –Sinto muito. Estou realmente. Se eu pensar em alguma coisa, eu 
deixarei você saber. Além disso, Abe não quer que você fique lá?– 
Resolvi jogar limpo. –Eu ouvi vocês dois no primeiro dia. Como ele queria que você 
fizesse algo por ele.– 
Adrian endireitou-se, sapatos protegidos. –Sim, eu não sei sobre o que é isso tudo. 
Ouviu como ele estava totalmente vago também? Acho que ele estava apenas tentando 
me apertar, me manter ocupado, porque em algum lugar que o coração confuso dele, ele 
se sente mal sobre o que aconteceu com -– 
Adrian fechou a boca, mas eu podia ouvir o nome não dito: Rose. A terrível tristeza 
cruzou os feições, e seus olhos pareciam perdidos e mal-assombrados. Lembrei-me de 
quando eu estava no carro com Jill, e ela escorregou em um discurso inflamado sobre 
Rose, de como a lembrança dela de um Adrian atormentado. Saber o que eu sabia agora 
 
 
162 
sobre o vínculo, eu tive um pressentimento de que tivesse havido muito pouco de Jill 
naquelas palavras. Que tinha sido uma linha direta com Adrian. Olhando para ele, eu 
mal podia compreender o alcance que a dor, nem eu sabia como ajudá-lo. Eu só sabia 
que eu de repente entendi um pouco melhor por que ele gostaria de afogar as suas 
mágoas, não que isso seja muito saudável de qualquer forma. 
–Adrian–, eu disse sem jeito, –estou– 
–Esqueça isso–, disse ele. –Você não sabe o que é amar alguém assim, e então ter o seu 
amor jogado de volta na sua cara– 
Um grito ensurdecedor de repente, perfurou o ar. 
Adrian se encolheu mais do que eu, comprovando a desvantagem da audição vampirica: 
sons irritantes são muito mais irritantes. 
Como um só, corremos de volta para dentro do apartamento. A menina loira estava 
sentada no sofá, tão assustada quanto nós. A outra garota, a que tinha me deixar entrar, 
ficou parada na porta do quarto, pálida como a morte, com um telefone celular em sua 
mão. 
–Qual é o problema?– Eu perguntei. 
Ela abriu a boca para falar e depois me deu um segundo olhar, parecendo se lembrar que 
eu era humana 
–Está tudo bem, Carla–, disse Adrian. –Ela sabe sobre nós. Você pode confiar nela.– 
Isso era tudo que Carla necessitava. Ela se atirou nos braços de Adrian e começou a 
chorar incontrolavelmente. 
–Oh Jet,–, disse ela entre soluços. –Eu não posso acreditar que isso aconteceu com ela. 
Como isso aconteceu?– 
–O que aconteceu?–, perguntou a outra rapariga Moroi , levantando-se com 
instabilidade em seus pés. Como Adrian, ela parecia que tinha dormido com a sua 
roupa. Me atrevi a ter esperança de que Jill não tinha sido submetida a tanta indecência, 
como eu imaginava originalmente. 
–Diga-nos o que aconteceu, Carla–, disse Adrian com uma voz gentil, que eu apenas o 
ouvi usando ao redor de Jill. 
–Sou a Krissy–, ela choramigou. –E é a nossa amiga – nossa amiga.– Ela enxugou os 
olhos enquanto as mais lágrimas escorriam de seus olhos. –Eu só recebi o telefonema. 
Nossa amiga - outro Moroi que está na nossa faculdade - ela está morta.– Krissy olhou 
para a outra rapariga, a quem eu estava agora a adivinhar que era a Carla. –Foi Melody. 
Ela foi morta por um Strigoi 
 
 
163 
na noite passada.– 
Carla engasgou-se e começou a chorar, provocando mais lágrimas de Krissy. Encontrei 
os olhos de Adrian e ambos estávamos horrorizados. Mesmo não tendo ideia quem era 
essa Melody, um ataque Strigoi ainda era uma coisa terrível e trágico. Imediatamente, a 
minha mente Alquimista entrou em ação. Eu precisava de me certificar se a cena do 
crime era segura e se o assassinato era mantido em segredo dos humanos. 
–Onde?– Eu perguntei. –Onde é que isso aconteceu?– 
–A Este de Hollywood–, disse Carla. –Por trás de algum clube. – 
Eu relaxei um pouco, embora ainda estava abalada pela tragédia de tudo isto. Aquela era 
uma região muito povoada e com certeza haveria de estar no radar dos Alquimistas. Se 
algum humano tivesse descoberto, os alquimistas teria muito do que cuidar. 
–Pelo menos, eles não a transformaram,– disse Carla desamparadamente. –Ela pode 
descansar em paz. Claro, esses monstros não conseguiram ficar descansados sem 
mutilar o corpo dela.– 
Pasmei, uma sensação de frio espalhou pelo meu corpo. –O que você quer dizer? – 
Ela esfregou o nariz na camisa de Adrian. –Melody. Eles não beberam apenas o sangue 
dela. Eles cortaram a sua garganta também.– 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
164 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 15 
 
 
Adrian dormiu durante uma boa parte do caminho de volta para Palm Springs. 
Aparentemente, a sua festa a altas horas da noite com Carla e Krissy resultou em muito 
pouco descanso. Pensar nisso me deixou desconfortável. Pensar que Jill experimentou 
aquilo através dele me fez doente. 
Havia pouca coisa que pudéssemos fazer por Carla e Krissy excepto oferecer nossas 
simpatias. Ataques de Strigoi aconteciam. Era trágico e terrível, mas a única maneira 
que muitos Moroi tinham para se proteger era exercer cautela, manter o seu paradeiro 
seguro e se possível ficar com guardiões. Para Moroi que não fossem da realeza, viver 
no mundo e ir à escola como Carla e Krissy iam, guardiões não eram uma opção. 
Bastantes Moroi têm por gosto aquilo, eles só tinham que ser cuidadosos. 
Uma das duas pensavam que a circunstânciada morte da sua amiga era terrível. Aquilo 
era verdade. Elas eram. Mas nenhuma delas pensou muito passar por aquilo ou sentir 
que havia algo estranho em degolar. Eu Nem mesmo eu teria se não tivesse ouvido 
Clarence a contar sobre a morte da sua sobrinha. 
Eu levei Adrian para Amberwood comigo e o assinalei, com brevidade, como um 
convidade imaginando que Jill se sentiria melhor vê-lo em carne e osso. Com certeza, 
ela já estava esperando por nós no dormitório quando chegamos. Ela o abraçou e me 
mostrou um olhar grato. Eddie estava com ela, e embora ele não dissesse nada, havia 
um olhar de irritação em sua cara que me disse que não era a única que pensava que 
Adrian tinha-se comportado ridiculamente. 
–Eu estava tão preocupada–, disse Jill. 
 
 
165 
Adrian despenteou o seu cabelo, que a fez se desviar para longe. –Nada para se 
preocupar, Jailbait. Enquanto as rugas saírem desta camisa, não há dano feito.– 
Nenhum dano feito, pensei, sentindo a acender a raiva dentro de mim. Nenhum dano, 
excepto Jill ter visto o interesse de atracão do Adrian com as outras raparigas e suportar 
a sua farra de bêbado. Não importava se Lee tinha substituído o velho interesse dela por 
Adrian. Ela era muito jovem para testemunhar qualquer coisa assim. Adrian tinha sido 
egoísta. 
–Agora–, Adrian continuou, –se a Sage for suficientemente gentil para continuar a jogar 
de motorista, eu vou levar-nos a todos para almoçar fora.– 
–Eu pensei que você não tinha dinheiro–, eu apontei para fora. 
–Eu disse que não tinha muito dinheiro.– 
Jill e Eddie trocaram olhares. –Nós, hum, estamos indo nos encontrar com Micah para o 
almoço,– disse Jill. 
–Traga-o junto–, disse Adrian. –Ele pode conhecer a família.– 
Micah apareceu pouco depois e ficou feliz em conhecer o nosso outro ‘irmão’. Ele 
balançou a mão de Adrian e sorriu. –Agora eu vejo alguma semelhança na família. Eu 
estava começando a me perguntar se Jill era adoptada, mas vocês dois se parecem um 
com o outro.– 
–O mesmo aconteceu com a volta do nosso carteiro em Norte Dakota,– disse Adrian. 
–Sul–, eu corrigi. Felizmente Micah não pareceu pensar que havia algo estranho sobre o 
deslizamento. 
–Certo–, disse Adrian. Ele estudou Micah pensativamente. –Há algo de familiar em 
você. Já nos conhecemos?– 
Micah balançou a cabeça. –Eu nunca fui para o Sul Dakota –. 
Eu tinha certeza que ouvi Adrian murmurar: –Já somos dois. – 
–Devíamos ir–, disse Eddie às pressas, se movendo em direcção á porta do nosso 
dormitório. –Eu tenho alguns deveres para recuperar o atraso, mais tarde. – 
Eu fiz uma careta intrigada com a mudança de atitude. Eddie não era um mau aluno de 
qualquer forma, mas tinha sido óbvio para mim, desde que cheguei a Amberwood, que 
ele não tomou o mesmo interesse pela escola como eu. Este era um ano repetido para 
ele, e ele estava contente por justamente apenas jogar e só fazer o que era necessário 
para ficar em boa situação. 
Se alguém pensou que seu comportamento era estranho, eles não demonstraram. Micah 
já estava conversando com Jill sobre algo, e Adrian ainda parecia que estava tentando 
 
 
166 
identificar Micah. A oferta generosa de Adrian de pagar o almoço se estendeu apenas ao 
fast food, por isso a nossa refeição foi rápida. Depois de uma semana de comida do 
dormitório, porém, eu apreciei a mudança e Adrian há muito havia feito claro seus 
pontos de vista sobre a cozinha –saudável– de Dorothy. 
–Você deveria ter pedido uma refeição de crianças–, Adrian me disse, apontando para a 
minha hambúrguer meio comida e batatas fritas. –Você poderia ter me salvo um monte 
de dinheiro. E tinhas um brinquedo. – 
–Um ‘monte’ é um tipo de exagero, – disse. –Além disso, agora você tem sobras para 
ajudar você.– 
Ele revirou os olhos e roubou uma batata frita do meu prato. –Você é quem deve levar 
as sobras para casa. Como é que você funciona mesmo com tão pouca comida? – Ele 
exigiu. –Um dia desses, você somente é soprada para longe. – 
–Pare com isso–, disse. 
–Só estou a dizer as coisas como elas são–, disse ele com um encolher de ombros. –
Você poderia estar a ganhar cerca de dez quilos.– 
Eu olhei para ele, incrédula, chocada demais para sequer chegar a uma resposta. O que 
fazia um Moroi saber sobre ganhar peso? Eles tinham perfeitas figuras. Eles não sabiam 
como era olhar no espelho e ver inadequação, para nunca sentir suficientemente bem. 
Era fácil para eles, visto que não importa o quão duro eu trabalhe, eu nunca ia parecer 
combinar com as suas desumana perfeição. 
Os olhos de Adrian moveram-se até onde Jill, Eddie e Micah estavam a falar 
animadamente sobre praticar mais auto-defesa em conjunto. 
–Eles são tipo fofos–, disse Adrian em voz afastada apenas para os meus ouvidos. Ele 
brincava com a sua palhinha enquanto estudava o grupo. –Talvez o Castile esteja algo 
mais adiante sobre deixá-la namorar na escola.– 
–Adrian–, eu gemi. 
–Brincadeira–, disse ele. –Lee provavelmente o desafiaria para um duelo. Ele não 
conseguia parar de falar sobre ela, sabia. Quando voltamos do minigolfe, Lee 
continuava exactamente com: 'Quando é que todos podemos sair de novo?' E ainda 
assim, ele caiu fora sobre a face da terra quando ele estava em LA e eu precisava dele.– 
–Você fez planos para se encontrarem?– perguntei. –Ele concordou em te levar para 
casa? – 
–Não–, admitiu Adrian. –Mas o que mais ele realmente estava fazendo? – 
Então, um homem de cabelos grisalhos passou, colidindo na cadeira de Jill enquanto ele 
 
 
167 
equilibrava uma bandeja de hambúrgueres e sumos. Nada derramou, mas Eddie saltou 
em seus pés com velocidade relâmpago, pronto para voar por cima da mesa e defendê-
la. O homem voltou-se e murmurou um pedido de desculpas. 
Adrian balançou a cabeça com espanto. –Basta enviar ele como acompanhante com 
quem ela sai, e nós nunca teremos de nos preocupar. – 
Sabendo o que eu sabia agora sobre a ligação de Adrian e Jill, eu era capaz de 
considerar a protecção de Eddie numa visão diferente. Ah, claro, eu sabia que a sua 
formação de guardião estava instalado nele por natureza, mas parecia sempre haver algo 
um pouco mais forte ali. Algo quase…pessoal. No início, eu perguntava se talvez fosse 
porque Jill fazia apenas parte do seu círculo de grandes amigos, como Rose. Agora, eu 
continuava a pensar que poderia ir mais longe do que isso. Jill tinha dito que Eddie foi o 
único a tentar protegê-la na noite do ataque. Ele falhou, provavelmente por causa do 
tempo e não por causa de uma falta de habilidade. 
Mas que tipo de marca aquilo deve ter deixado nele? Ele era alguém cujo único 
propósito na vida era defender os outros - e ele assistiu alguém morrer em seu relógio. 
Agora que Adrian a tinha trazido de volta à vida, era quase como uma segunda chance 
para Eddie? Uma oportunidade de se redimir? Talvez por isso ele ser tão vigilante. 
–Você parece confusa–, disse Adrian. 
Eu balancei minha cabeça e suspirei. –Eu acho que estou apenas a cismar com coisas. – 
Ele balançou a cabeça solenemente. –É por isso que eu nunca tento fazer isso. – 
Uma pergunta anterior surgiu-me na minha cabeça. –Hey, como é que você disse a essas 
meninas que o seu nome era Jet? – 
–Medida prática, se você não quiser pintinhos a encontrar-te mais tarde, Sage. Além 
disso, eu percebi que estava protegendo nossa operação aqui. – 
–Sim, mas porque Jet? Por que não… Eu não sei…Travis ou John? – 
Adrian me deu um olhar que disse que eu estava perdendo seu tempo. –Porque Jet 
parece foda.– 
Após o almoço, retomamos Adrian para Clarence, e o resto de nós voltou para 
Amberwood. Jill e 
Micah saíram para fazer suas próprias coisas e eu convenci Eddie a ir para a biblioteca 
comigo. Lá, nós estacamos numa mesa, e eu trouxe o meu laptop. 
–Então, descobrimos algo interessante quando eu peguei Adrian hoje –, disse a Eddie, 
mantendo a minha voz macia e baixa. 
Eddie me deu um olhar irónico. –Eu suponho que toda a experiência de pegar Adrian foi168 
interessante - 
pelo menos do que a Jill me disse. – 
–Poderia ter sido pior–, especulei. –Pelo menos ele estava vestido quando eu cheguei lá. 
E havia apenas dois outros Moroi lá. Eu não tropecei numa casa da irmandade cheia 
deles ou qualquer coisa. – 
Aquilo o fez rir. –Você deve ter tido um trabalho difícil de conseguir que Adrian saísse 
de lá, se foi o caso. – 
A tela do meu laptop ganhou vida, e eu comecei o complicado processo de registo no 
mega seguro banco de dados dos Alquimistas. 
–Bem, quando estávamos saindo, as raparigas com quem ele estava descobriram que 
uma amiga delas foi morta por um Strigoi na outra noite. – 
Todo o humor desapareceu no rosto de Eddie. Seus olhos ficaram duros. –Onde?– 
–Em Los Angeles, não aqui–, acrescentei. Eu deveria saber melhor abrir uma conversa 
como aquela sem afirmar claramente de antemão que ele não precisava de estar à 
procura de Strigoi no campus. –Até onde sabemos, todos estão certos - Strigoi não 
querem sair em Palm Springs –. 
Eddie ficou cerca de um por cento menos tenso. 
–Esta é a coisa,– eu continuei. –Aquela rapariga Moroi - essa amiga delas - foi 
supostamente morta como a sobrinha de Clarence –. 
As sobrancelhas de Eddie subiram. –Com a garganta cortada?– 
Eu balancei a cabeça. 
–Isso é estranho. Você tem certeza que foi o que aconteceu - a qualquer uma delas? 
Quero dizer, nós apenas estamos indo fora do relatório de Clarence, certo? – Eddie batia 
um lápis contra a mesa enquanto ele ponderava isso. –Clarence é simpático o suficiente, 
mas vamos lá. Todos nós sabemos que ele não está quase lá. – 
–É por isso que eu te trouxe aqui. E por que eu queria ver esse banco de dados. Nós 
mantemos controlo da maioria das mortes relacionadas com Strigoi –. 
Eddie olhou por cima do meu ombro enquanto eu fazia uma entrada em Tamara 
Donahue de há cinco anos atrás. Com certeza, ela foi encontrada com a garganta 
cortada. Outra pesquisa sobre Melody Croft – amiga da Krissy e da Carla - também 
apareceu um relatório da noite passada. Meu pessoal foi ao local e rápidos a reportar a 
informação. Melody também teve a garganta cortada. Tinha havido outros relatos de 
assassinatos Strigoi em LA - que era uma cidade grande, afinal de contas - mas apenas 
dois corresponderam a esse perfil. 
 
 
169 
–Você ainda está pensando sobre o que Clarence disse - sobre caçadores de vampiros?– 
Eddie me perguntou. 
–Eu não sei. Eu apenas pensei que valia a pena conferir estes acontecimentos. – 
–Guardiões opinaram sobre ambos os casos–, Eddie disse, apontando para a tela. –Eles 
também declararam ataques Strigoi - havia sangue colhido de ambas as meninas. Isso é 
o que faz um Strigoi. Eu não sei o que faz um caçador de vampiros, mas eu 
simplesmente não vejo que beber sangue faça parte do objectivo deles.– 
–Eu também não penso assim. Mas nenhuma dessas meninas foi drenada. – 
–Strigoi nem sempre terminam de beber de suas vítimas. Especialmente se forem 
interrompidos. Esta rapariga Melody foi morta perto de um clube, certo? Quer dizer, se 
o assassino dela ouviu alguém chegando, eles simplesmente deram á sola. – 
–Eu suponho. Mas e sobre a garganta cortada? – 
Eddie deu de ombros. –Temos toneladas de relatos de Strigoi fazendo coisas malucas. 
Basta olhar para Keith e seu olho. Eles são o mal. Você não pode aplicar a lógica para 
eles. – 
–Hum, vamos deixar o olho dele fora disto.– Keith não era um caso que eu queria 
trazer. Sentei-me na minha cadeira e suspirei. –Há apenas uma coisa que me incomoda 
sobre todos os assassinatos. A meia bebida. A garganta cortada. Ambas, são coisas 
estranhas acontecendo em conjunto. E eu não gosto de coisas estranhas. – 
–Então você está na profissão errada–, disse Eddie, seu sorriso voltou. 
Eu sorri de volta, minha mente ainda a transformar tudo. –Acho que sim.– 
Quando eu não disse nada, ele me deu um olhar de surpresa. –Você realmente 
não…você não acha que 
existem caçadores de vampiros, não é? – 
–Não, não realmente. Nós não temos nenhuma evidência para pensar que existe. – 
–Mas…– Eddie solicitando. 
–Mas–, eu disse. –A ideia não te apavora um pouco? Quer dizer, agora, você sabe para 
quem olhar. Outro Moroi. Strigoi. Eles se destacam. Mas um humano caçador de 
vampiros?– Fiz um gesto para os alunos reunidos e trabalhando na biblioteca. –Você 
não sabe quem é uma ameaça.– 
Eddie balançou a cabeça. –É muito fácil, na verdade. Eu apenas trato todos como uma 
ameaça. – 
Eu não consegui decidir se isso me fez sentir melhor ou não. Quando voltei para meu 
dormitório mais tarde, a Sra. Weathers acenou para mim. –Ms. Terwilliger deixou algo 
 
 
170 
de fora para você. – 
–Ela trouxe-me alguma coisa?– Eu perguntei, surpresa. –Não é dinheiro, pois não?– Até 
agora, nenhumas das minhas compras de café tinham sido reembolsadas. 
Em jeito de resposta, a Sra. Weathers entregou um livro com capa de couro. No início, 
eu pensei que era o que eu tinha acabado. Então eu olhei mais de perto a capa e li 
Volume 2. Um post-it amarelo estava anexo ao livro onde Ms. Terwilliger escreveu com 
uma letra araneiforme: Próximo. Suspirei e agradeci a Sra. Weathers. Eu faria qualquer 
tarefa que a minha professora pedisse, mas eu meia que estava esperançada que ela me 
atribuísse um livro com mais relatos históricos do que receitas de feitiços. 
Enquanto caminhava pelo hall, ouvi algumas exclamações de alarme a partir de uma 
extremidade mais adiante. Eu podia ver uma porta aberta e algumas pessoas reunidas lá 
dentro. Passando pelo meu próprio quarto a correr, fui ver qual era o problema. Era o 
quarto da Julia e da Kristin. Embora eu, realmente, não tivesse certeza se estava a fazer 
a coisa certa, empurrei o meu caminho passando por alguns espectadores assustados. 
Nenhum me parou. 
Encontrei Kristin deitada na sua cama contraindo-se violentamente. Ela estava suando 
aos litros, e as suas pupilas estavam enormes, não havia praticamente nenhuma íris 
discernível. Julia sentou-se perto dela na cama, assim como duas moças que eu não 
conhecia tão bem. Ela olhou á minha chegada com o seu rosto cheio de medo. 
–Kristin?– Eu chorei. –Kristin, você está bem?– Quando nenhuma resposta veio, me 
virei para as outras. –O que se passa com ela? – 
Julia ansiosamente espremeu um pano molhado e colocou-o na testa de Kristin. –Nós 
não sabemos. Ela tem estado assim desde manhã. – 
Olhei incrédula. –Então, ela precisa ver um médico! Precisamos chamar alguém agora. 
Vou buscar a Sra.Weathers… – 
–Não!– Julia deu um salto e agarrou o meu braço. –Você não pode. A razão pela qual 
ela esta assim...bem nós achamos que é por causa da tatuagem. – 
–Tatuagem?– 
Uma das outras meninas pegaram o pulso de Kristin e virou-o para que eu pudesse ver o 
seu interior. Lá, tatuado com tinta cobre brilhante em sua pele escura, estava uma 
margarida. Lembrei-me que Kristin ansiava por uma tatuagem celestial, mas pelo que 
sabia, ela não podia pagar. –Quando ela conseguiu isso?– 
–Hoje cedo–, disse Julia. Ela olhou envergonhada. –Eu emprestei-lhe o dinheiro. – 
Olhei para aquela flor brilhante, tão bonita e aparentemente inofensiva. Eu não tinha 
 
 
171 
dúvida de que era aquilo que estava a causar a crise. O que estava misturado com a tinta 
para fornecer a intensidade não estava reagindo correctamente com o sistema dela. 
–Ela precisa de um médico–, eu disse com firmeza. 
–Você não pode. Nós vamos ter que lhes dizer sobre as tatuagens –, disse a garota que 
estava segurando a mão de Kristin. –Ninguém acreditou no Trey, mas se virem algo 
como isto…bem, tudo perto de Nevermore poderia ser encerrado. – 
Bom! Pensei. Mas para meu espanto, as palavras dela foram recebidas com acenos das 
outras raparigas ali. Elas estavam loucas? Quantas delas tinham estas tatuagens 
ridículas? E era mais importante proteger aquilo do que a vida de Kristin? Julia engoliu 
em seco e sentou-se na borda da cama. –Nós estávamos esperando que isto passe. 
Talvez ela precisede um pouco de tempo para se ajustar. – 
Kristin gemeu. Uma das suas pernas tremia como se ela estivesse a ter um espasmo 
muscular e depois parou. Seus olhos e suas pupilas dilatadas olhavam fixamente para a 
frente e a sua respiração era superficial. 
–Ela vai ficar assim o dia todo!– eu apontei. –Vocês, ela poderia morrer. – 
–Como você sabe?–, perguntou Julia em espanto. 
Eu não sabia, não realmente. Mas de vez em quando, as tatuagens Alquimistas não 
assumiam também. Em 99 por cento dos casos, os corpos humanos aceitavam o sangue 
de vampiro utilizado numa tatuagem Alquimistas, permitindo que suas propriedades se 
misturassem com o nosso sangue, tipo uma espécie de um grau abaixo dos dhampir. 
Ganhávamos boa resistência e vida longa, embora dificilmente termos as incríveis 
habilidades físicas que os dhampirs recebiam. O sangue era muito diluído para isso. 
Mesmo assim, havia sempre uma pessoa ocasional que ficava doente com uma tatuagem 
Alquimista. O sangue envenenava. Tinha ficado pior, por causa do ouro e dos outros 
produtos químicos que trabalhavam para manter o sangue infundido na pele, por isso 
nunca tinha a chance de sair. Aqueles que não eram tratados morriam. 
Sangue de vampiro não causava uma alta euforia, por isso eu não acreditava que havia 
algum nestas tatuagens. Mas o tratamento que usamos para as tatuagens Alquimistas 
dependia em quebrar os componentes metálicos da tatuagem a fim de liberar o sangue, 
permitindo que o corpo em seguida limpasse o resto naturalmente. Eu assumi que o 
mesmo princípio funcionaria aqui. Só que eu não sabia a fórmula exacta para o 
composto Alquimista e não era certo que iria quebrar o cobre como ele fazia com o 
ouro. 
Mordi o lábio, pensando, e finalmente, tomei uma decisão. –Eu volto já–, disse a elas, 
 
 
172 
correndo para meu quarto. Todo o tempo, uma voz interior me castigou por tolice. Eu 
não tinha nada que fazer o que estava prestes a tentar fazer. Eu deveria ir directa a Sra. 
Weathers. 
Em vez disso, eu abri a porta do meu quarto e encontrei Jill com seu laptop. –Hey, 
Sydney–, disse ela, sorrindo. –Estou no chat com o Lee e…– Ela teve uma reacção de 
surpresa atrasada. –O que há de errado?– 
Fui para o meu próprio laptop e coloquei-o na cama. Enquanto ele iniciava, eu peguei 
numa pequena mala de metal, que cuidadosamente embalei mas nunca esperei usar. –
Você pode ir buscar-me um pouco de água? Rapido? – 
Jill hesitou apenas um momento antes de concordar. –Volto já –, disse ela pulando da 
cama. 
Enquanto ela estava fora, eu desbloqueei a mala com uma chave que eu mantinha 
sempre comigo. Dentro dela havia pequenas quantidades de dezenas de compostos 
Alquimistas, tipos de substâncias que nós misturávamos e usávamos como parte do 
nosso trabalho. Alguns ingredientes - como os que eu usava para dissolver os corpos de 
Strigoi – eu tinha muitos outros. Alguns eram apenas amostras. Meu laptop finalmente 
iniciou e eu conectei ao banco de dados dos Alquimistas. Algumas pesquisas e eu tive 
logo acesso á fórmula para o tratamento anti-tatuagens. 
Jill voltou depois, carregando um copo cheio de água. –Isso é suficiente? Se 
estivéssemos em outro qualquer clima, eu poderia ter retirado directamente a partir do 
ar. – 
–Está tudo bem–, eu disse, contente por o clima mantê-la longe da magia. Eu fiz uma 
leitura rápida na fórmula, analisando quais os ingredientes necessários. Eu mentalmente 
excluí as que eu sabia serem específicas para o ouro. Algumas nem sequer tinha, mas eu 
certamente sabia que eram simplesmente para o conforto da pele e não eram 
necessárias. Comecei a puxar os ingredientes do meu kit, medi cuidadosamente - 
embora ainda me movendo tão rapidamente quanto possível – para outro copo. Fiz 
substituições que eram necessárias e acrescentei um ingrediente que eu sabia que iria 
quebrar o cobre, embora a quantidade necessária era apenas uma suposição da minha 
parte. Quando terminei, tomei a água de Jill e acrescentei a mesma quantidade que 
estava no manual original de instruções. O resultado final foi um líquido que me 
lembrou o iodo. 
Levantei-o e me senti um pouco como um cientista louco. Jill me tinha visto sem 
comentar todo o tempo, sentindo a urgência. Seu rosto estava cheio de preocupação, 
 
 
173 
mas ela estava mordendo de volta todas as perguntas que eu sabia que ela tinha. Ela me 
seguiu quando eu sai do quarto e voltei para o de Kristin. Mais raparigas estavam lá do 
que antes, e honestamente era uma maravilha a Sra. Weathers não ouvir todo aquele 
barulho. Para um grupo que tinha tanta intenção de proteger suas preciosas tatuagens, 
eles não estavam sendo particularmente discretos. 
Voltei para o leito de Kristin, encontrando-a inalterada. –Exponham o pulso novamente, 
e mantenham o braço dela assim o máximo possível para mim.– Eu não dirigi o 
comando para ninguém, mas coloquei força suficiente na voz para sentir que certamente 
alguém iria obedecer. Eu estava certa. –Se isto não funcionar, vamos a um médico.– 
Minha voz não deixou espaço para discussão. 
Julia parecia mais pálida do que Jill, mas deu um fraco aceno de aceitação. Peguei no 
pano que ela tinha vindo a utilizar e mergulhei-a no meu copo. Eu realmente nunca 
tinha visto isto a ser feito e tive que adivinhar como aplicá-la. Eu fiz uma oração 
silenciosa e, em seguida, pressionei a toalha contra a tatuagem no pulso de Kristin. 
Ela soltou um grito estrangulado, e seu corpo inteiro pulou. Algumas raparigas 
próximas instintivamente ajudaram a segurá-la. Pequenas nuvens de fumaça 
serpenteavam onde eu estava segurando a toalha contra ela, e eu senti um forte odor de 
acre. Esperando, o que eu esperava que fosse uma quantidade de tempo aceitável, eu 
finalmente removi o pano. A linda margarida estava mutilada diante dos nossos olhos. 
Suas linhas perfeitas começaram a correr num borrão. O cobre começou a mudar de cor, 
escurecendo num verde azulado. Em pouco tempo, o desenho ficou irreconhecível. 
Aquilo ficou numa bolha amorfa. Em torno dela, vergões vermelhos apareceram na 
pele, mas aquilo parecia ser mais uma irritação superficial do que alguma coisa terrível. 
Ainda assim, a coisa toda parecia terrível e eu olhei em horror. O que eu tinha feito? 
Todo mundo ficou em silêncio, ninguém sabendo o que fazer. Um par de minutos se 
passou, mas eu senti como horas. Abruptamente, Kristin parou de se mexer. Sua 
respiração ainda parecia forçada, mas ela piscou, seus olhos focaram como se de repente 
visse o mundo pela primeira vez. Suas pupilas ainda estavam enormes, mas ela 
conseguiu olhar ao redor e por último focou em mim. 
–Sydney–, arfou Kristin. –Obrigado.– 
 
 
 
 
 
 
174 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 16 
 
 
Eu expliquei a minha experiência de química, dizendo que era apenas uma substância 
que eu tinha á mão no instante em que recebi a minha tatuagem, no caso de eu ter uma 
reacção alérgica. Eu certamente não deixei que eles soubessem que fui eu quem fez a 
mistura. Eu acho que eles caíram na história disfarçada, se não fosse o fato de poucos 
dias depois, eu fui capaz de descobrir uma fórmula que ajudava a tratar a queimaduras 
químicas na pele de Kristin. A mistura não fez nada para a mancha de tinta - que parecia 
ser permanente, salvo que havia algumas tatuagens removidas a laser - mas o vergão 
dela desapareceu um pouco. 
Depois disso, a palavra tem em torno de Sydney Melrose era a nova farmacêutica do 
local. Porque eu tinha extras que sobraram de Kristin, eu dei o restante para o creme de 
pele de uma rapariga com um serio acne, uma vez que resultou naquilo também. 
Provavelmente aquilo não me fez nenhum favor. As pessoas se aproximaram de mim 
para todos os tipos de coisas e até se ofereceu para me pagar. Alguns pedidos eram sem 
sentido, como a cura para dores de cabeça. Aquelas pessoas que eu simplesmente disse 
para comprar uma aspirina. Outros pedidos estavam fora do meu poder e nada com o 
que eu queriaaqui? 
 
- Nós sabemos que você solicitou por Zoe, - disse Stanton, - mas, após uma análise, 
decidimos que seria melhor se Sydney cumprisse esse papel. Sua experiência diminui 
qualquer preocupação sobre suas ações passadas. 
 
- Não, - disse Keith rapidamente, virando aquele olhar azul de aço de volta para mim. – 
De nenhuma maneira ela vai vir, de jeito nenhum eu vou confiar em uma amante de 
vampiros para estragar tudo para nós. Nós estamos levando a irmã. 
 
 
 
* Hierofante é o termo usado para designar os sacerdotes da alta hierarquia dos 
mistérios da Grécia e do Egito. 
 
 
Parte do Capítulo 1 - retirado do site: vacademybr.com.br - créditos e tradução de inteira 
responsabilidade da autora do site. A outra parte foi traduzida por Ana Lu. 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Capítulo 2 
 
 
Algumas pessoas ofegaram, sem dúvida por Keith usar o termo –amante de vampiro.– 
A palavra por si só era terrível, mas juntos…bem, eles representavam uma idéia que era 
muito bonita excomunga-la a tudo o que os alquimistas representava. Nós lutavamos 
para proteger os humanos dos vampiros. Estar ligada com essas criaturas era de certa a 
coisa mais vil que qualquer um de nós poderia ser acusado de. Mesmo quando 
questionando-me mais cedo, o outro tinha Alquimista tinha sido muito cuidadoso com a 
sua escolha de linguagem. 
O uso de Keith foi quase obsceno. Horowitz olhou com raiva em meu nome e abriu a 
boca embora ele possa fazer uma réplica tão mordaz. Depois um rápido olhar para mim 
e Zoe, ele parecia a reconsiderar, e ficou em silêncio. Michaelson, no entanto, não 
poderia ajudar a si mesmo a partir murmurando, –Proteja-nos todos –. Ele fez o sinal 
contra o mal. 
Todavia, não foi os xingamentos de Keith que realmente definir me off (embora isso 
certamente fez enviar um calafrio através de mim). Foi o anterior comentário 
espontâneo de Stanton. Nós sabemos que você solicitou Zoe. 
Keith havia solicitado Zoe para esta tarefa? Minha resolução para mantê-la fora dele 
cresceu aos trancos e limites. O pensamento de ela sair com ele fez me cerrar os punhos. 
Todo mundo aqui pode pensar que Keith Darnell era uma espécie de garoto-
propaganda, mas eu conhecia-o. Nenhuma menina - muito menos a minha irmã - deve 
ser deixada sozinha com ele. 
–Keith–, disse Stanton, como um aviso suave em sua voz. –Eu posso respeitar seus 
sentimentos, mas você não está em uma posição para fazer esse apelo. – 
Ele corou. –Palm Springs é o meu posto! Tenho todo o direito de ditar o que se passa no 
meu território. – 
–Eu posso entender por que você se sentiria assim–, disse meu pai. Inacreditável. Se 
Zoe ou eu tivéssemos questionado a autoridade como Keith tinha, nosso pai não teria 
 
 
19 
hesitado em dizer-nos os nossos –direitos–, ou melhor, ele diria que nós não tínhamos 
nenhuma. Keith tinha ficado com minha família um verão - jovens Alquimistas, por 
vezes, fazem isso durante o treino - e meu pai tinha crescido a considera-lo como o filho 
que ele nunca teve. Mesmo assim, tinha havido um duplo padrão entre Keith e nós. 
Tempo e distância, aparentemente, não tinha diminuído isso. 
–Palm Springs pode ser o seu posto–, disse Stanton,–Mas esta tarefa vem de lugares da 
organização que estão muito acima de seu alcance. Você é essencial para a 
coordenação, sim, mas você não significa a autoridade máxima aqui. –Ao contrário de 
mim, eu suspeitei que Stanton havia sugerido algumas pessoas no seu tempo, e acho que 
ela queria fazer isso com Keith agora. Foi engraçado que ela se tornaria minha 
defensora, desde que eu tinha bastante certeza de que ela não engoliu a minha história 
sobre ter usado Rose para avançar na minha carreira. 
Keith acalmou-se visivelmente, sabiamente a realização de uma explosão infantil não 
iria ajuda-lo em qualquer lugar. –Eu entendo. Mas estou simplesmente preocupado com 
o sucesso desta missão. Eu conheço ambas as meninas Sage. Mesmo antes do 'incidente' 
de Sydney, eu tinha sérias preocupações sobre ela. Achei que ela ia crescer fora deles, 
pensei, por isso eu não me incomodei em dizer qualquer coisa naquele tempo. Vejo 
agora que eu estava errado. Naquela época, eu realmente pensava que Zoe teria sido de 
longe uma escolha muito melhor para a posição da família. Sem ofensa, Jared.– Deu ao 
meu pai o que provavelmente deveria ser um sorriso encantador. 
Enquanto isso, estava ficando cada vez mais difícil esconder a minha incredulidade. –
Zoe tinha onze anos quando você ficou connosco –, eu disse. –Como no mundo você 
poderia tirar essas conclusões? – Eu não tinha engolido por um instante que ele tinha –
preocupações– sobre mim naquele tempo. Não - risca isso. Ele provavelmente tinha 
preocupações sobre o último dia que ele ficou com a gente, quando eu o confrontei 
sobre um segredo sujo que ele estava escondendo. Isso, eu tinha quase a certeza, era o 
que tudo isto era. Ele queria me em silencio. Minhas aventuras com Rose eram 
simplesmente uma desculpa para me tirar do caminho. 
–Zoe sempre foi avançada para sua idade–, Keith afirmou. –Às vezes você podia ver 
isso.– 
–Zoe nunca viu um Strigoi, muito menos um Moroi! Ela provavelmente se congelaria se 
visse. Esta é a verdade para muitos Alquimistas –, eu apontei. –Quem quer que você 
envie vai ter de ser capaz de estar em torno deles, e não importa o que você acha das 
minhas razões, eu estou acostumada com eles. Eu não gosto deles, mas eu sei como 
 
 
20 
tolerá-los. Zoe não tem nada, para alem das mais básicas instruções - e que foi em nossa 
casa. Todos dizem que esta é uma tarefa séria. Você realmente quer arriscar o seu 
resultado, por inexperiência e medos sem fundamento? –Terminei, orgulhosa de mim 
mesma por ficar calma e fazer um argumento tão fundamentado. 
Barnes passou inquieto. –Mas se Keith tinha dúvidas anos atrás… – 
–O treinamento de Zoe é provavelmente o suficiente para sobreviver– disse meu pai. 
Cinco minutos atrás, meu pai havia endossado ser eu em vez dela! Será que alguém aqui 
ainda me escuta? Era como se eu fosse invisível, agora que Keith estava aqui. Horowitz 
tinha estado ocupado com a limpeza e guardado as suas ferramentas de tatuagem, mas 
olhou para zombar a observação de Barnes. 
–Você disse as palavras mágicas: ‘anos atrás’. Keith não poderia ser muito mais velho 
do que estas meninas são agora –. Horowitz fechou o saco da ferramenta e inclinou-se 
casualmente contra a parede, com os braços cruzados. –Eu não duvido de você, Keith. 
Não exactamente. Mas eu realmente não estou certo que você pode basear a sua opinião 
sobre ela atravez de suas memórias quando você era ainda uma criança. – 
Pela lógica, Horowitz estava dizendo que eu era ainda uma criança, mas eu não me 
importei. Ele disse seus comentários de uma forma fácil sem esforço que, todavia, 
deixou Keith parecendo um idiota. Keith sabia, também, e ficou vermelho. 
–Eu concordo–, disse Stanton, que claramente estava a ficar impaciente. –Sydney quer 
este mal, e poucos seriam, considerando que significa que ela vai realmente ter que 
viver com um vampiro.– 
Quer este mal? Não exactamente. Mas eu queria proteger Zoe a todo custo e restaurar a 
minha credibilidade. Se significava frustrar Keith Darnell ao longo do caminho, então 
tanto a… 
–Espere–, eu disse, voltando atrás nas palavras de Stanton. –Você disse viver com um 
vampiro?– 
–Sim–, disse Stanton. –Mesmo se ela esteja se escondendo, a menina Moroi ainda tem 
que ter alguma aparência de uma vida normal. Achamos que mataria dois coelhos com 
uma pedra só e regista-la numa escola privada. Cuide da educação dela e alojamento. 
Nós tomaremos as providências para você ser sua companheira de quarto. – 
–Isso não significaria…que eu iria ter que ir para a escola? –Eu perguntei, sentindo-me 
um pouco intrigada agora. –Eu já me graduei.– Ensino médio, pelo menos. Eu tinha 
deixado claro várias vezes para o meu pai que eu adoraria ir para a faculdade. Ele tinha 
feito isso igualmente clarolidar, como controle de natalidade. 
Afora os pedidos estranho, eu realmente não tinha em mente o aumento diário da minha 
interacção social. Eu era usada pelas pessoas que necessitavam de coisas de mim, de 
modo que era um território familiar. Algumas pessoas simplesmente queriam saber mais 
sobre mim como pessoa, o que era novo e mais agradável do que eu esperava. E ainda 
outros queriam…coisas diferentes de mim. 
–Sydney–. 
 
 
175 
Eu estava esperando que a minha aula de Inglês iniciasse e fiquei surpresa ao ver um 
dos amigos do Greg Slade em pé sobre minha mesa. Seu nome era Bryan, e embora eu 
não soubesse muito sobre ele, ele nunca foi tão detestável quanto o Slade, o que era uma 
ponto a favor de Bryan. 
–Sim–, perguntei imaginando se ele queria emprestado algumas notas de mim. 
Ele tinha o cabelo castanho desgrenhado que parecia ser proporcional ao crescimento do 
penteado e era realmente bonitinho. Ele passou a mão sobre o cabelo enquanto escolhia 
as suas palavras. –Você sabe alguma coisa sobre filmes mudos?– 
–Claro–, eu disse. –Os primeiros foram desenvolvidos no final do século XIX e às vezes 
havia acompanhamento musical ao vivo, ainda que, não foi até 1920 que o som se 
tornou verdadeiramente incorporado no filme, fazendo eventualmente do silêncio algo 
fora de moda no cinema. – 
Bryan ficou boquiaberto, como se aquilo fosse mais do que ele estava esperando. –Oh. 
Okay. Bem, hum, há um festival de filmes mudos, no centro da cidade na próxima 
semana. Você acha que gostaria de ir? – 
Eu balancei minha cabeça. –Não, eu não acho. Eu respeito isso como uma forma de 
arte, mas realmente não sairia fora para os observar. – 
–Huh. Tudo bem.– Ele alisou o cabelo para trás de novo, e eu quase poderia vê-lo 
tacteando em busca de pensamentos. Por que diabos ele estava me perguntando sobre 
filmes mudos? 
–E quanto Starship 30? Ele abre sexta-feira. Você quer ver isso? – 
–Eu realmente não gosto de sci-fi também–, disse. Era verdade, eu achava aquilo 
completamente improvável. 
Bryan parecia prestes a rasgar o cabelo desgrenhado. –E há algum filme a sair que você 
queira ver? – 
Eu percorri mentalmente uma lista do entretenimento actual. 
–Não. Nem por isso.– O sino tocou, e com um balançar de cabeça, Bryan escapuliu-se 
de volta á sua mesa. 
–Isso foi estranho–, murmurei. –Ele tem gostos ruins para filmes.– Olhando ao meu 
lado, fiquei surpresa ao ver 
Julia com a cabeça para baixo em sua mesa, enquanto ela se sacudia com um riso 
silencioso. –O quê?– 
–Isso–, ela ofegou. –Isso foi hilário.– 
–O quê?– Eu disse novamente. –Por quê?– 
 
 
176 
–Sydney, ele estava te pedindo para sair!– 
Eu repensei na conversa. –Não, ele não estava. Ele estava me perguntando sobre 
cinema. – 
Ela estava rindo tanto que ela teve de limpar uma lágrima. –Assim, ele poderia 
descobrir o que você queria ver e levá-la para sair! – 
–Bem, por que ele simplesmente não disse isso?– 
–Você é tão adoravelmente abstraída–, disse ela. –Eu espero que esteja ao seu lado no 
dia em que você realmente perceber que alguém está interessado em você.– Continuei 
confusa e ela passou o resto da aula se irrompendo com risadinhas espontâneas. 
Enquanto eu me tornei num objecto de fascinação, a popularidade de Jill caiu. Parte 
disso era a sua própria timidez. Ela ainda estava tão consciente e preocupada por ser 
diferente que ela assumiu que todo mundo estava ciente de sua diferença também. Ela 
continuou a se distanciar de conectar-se com as pessoas por medo, tornando-a de vez 
como indiferente. Surpreendentemente para fazer isto piorar, o ‘atestado médico’ tinha 
finalmente chegado através de um Alquimistas. A escola não quis colocá-la numa aula 
diferente, já que esta estava em progresso. Calouros não eram autorizados a ser 
assistente de professor como o Trey. Após uma consulta com Miss Carson, eles 
finalmente decidiram que Jill iria participar em todas as actividades interiores de EF e 
fazer ‘trabalhos alternativos’ quando estivéssemos ao ar livre. Isso geralmente 
significava escrever relatórios sobre coisas como a história do softball*. Infelizmente, 
ficar de fora metade do tempo só conseguiu isolar mais Jill. Micah continuava a gostar 
dela, mesmo face ás adversidades. 
–Lee me mandou uma mensagem esta manhã–, ela me disse um dia no almoço. –Ele 
quer me levar para jantar este fim de semana. Você acha…Quer dizer, eu sei que você 
teriam que vir também…– Ela olhou incerta entre Eddie e eu. 
–Quem é Lee?–, perguntou Micah. Ele tinha acabado de sentar com o nosso grupo. 
Alguns momentos de silêncio constrangedor caiu. –Oh–, disse Jill desviando os olhos. –
Ele é um, hum, cara que conhecemos. Ele não anda aqui. Ele anda na faculdade. Em 
Los Angeles. – 
Micah processou isso. –Ele convidou-te para um encontro?– 
–Yeah…nós na realidade já saímos antes. Eu acho que estamos, assim, numa espécie de 
namoro. – 
–Nada sério–, disparou logo Eddie. Eu não tinha certeza se ele estava dizendo isso para 
poupar os sentimentos de Micah ou se era alguma forma de protecção para que Jill não 
 
 
177 
ficasse muito perto de ninguém. 
Micah era bom a esconder suas emoções, dei-lhe um credito por isso. Depois de pensar 
um pouco mais, ele finalmente deu a Jill um sorriso que só pareceu sair um pouco 
forçado. –Bem, isso é óptimo. Espero que eu possa conhece-lo.– Depois disso, a 
conversa se voltou para o próximo jogo de futebol, e ninguém mencionou Lee 
novamente. 
Descobrir sobre Lee mudou o modo de agir do Micah em volta da Jill, mas ele ainda 
assim saia com todos nós o tempo todo. Talvez ele tenha tido a esperança de que Lee e 
Jill rompessem. Ou poderia simplesmente ser porque Micah e Eddie passavam muito 
tempo juntos e Eddie era um dos poucos amigos de Jill. Mas o problema não era Micah. 
Era Laurel. 
Eu não achava que Micah teria estado interessado em Laurel mesmo se Jill não tivesse 
aparecido, mas Laurel ainda via Jill como uma ameaça - e fazia tudo á sua maneira para 
a fazer infeliz. Laurel espalhou rumores sobre Jill e apontava comentários no hall e 
durante as aulas sobre a sua pele pálida, a altura e a sua magreza – aumentando as 
inseguranças de Jill. 
Uma ou duas vezes, ouvi o nome ‘rapariga vampiro’ sussurrada nos corredores. Aquilo 
fazia o meu sangue gelar, não importando quantas vezes eu me lembrava que era uma 
piada. 
–Jill não é o que está mantendo Laurel e Micah separados–, comentei um dia com Julia 
e Kristin. Elas continuavam a se divertir com os meus esforços de aplicar a lógica e 
racionalidade para os comportamentos sociais na escola. –Eu não entendo. Ele só não 
gosta de Laurel. – 
–Sim, mas é mais fácil para ela pensar que Jill é o problema, quando na verdade, Laurel 
é apenas uma cadela e Micah sabe disso–, explicou Julia. Desde o encontro 
desconfortável com Bryan, ela e Kristin tinham se encarregado de tentar educar-me de 
forma –normal– que os humanos se comportavam. 
–Além disso, Laurel só gosta de ter alguém para pegar –, disse Kristin. Ela raramente 
falava sobre a tatuagem mas tinha ficado séria e sóbria desde então. 
–Ok–, eu disse, tentando seguir a lógica, –mas fui eu quem lhe chamou nomes sobre a 
morte do seu cabelo. Ela mal me disse uma palavra – 
Kristin sorriu. –Não é divertido pegar com você. Você responde de volta. Jill não se 
defende muito e não tem muitas pessoas que a defendem também. Ela é um alvo fácil. – 
Uma coisa positiva aconteceu, pelo menos. Adrian estava hospedando um bom 
 
 
178 
comportamento após o acidente de Los Angeles, embora eu tivesse admirava com o 
tempo que aquilo já tinha passado. Baseada nas informações que eu recolhia de Jill, ele 
ainda estava entediado e infeliz. O horário de Lee era errático e de qualquer maneira, 
não era seu trabalho cuidar de Adrian. Realmente aquilo não parecia ser nenhuma boa 
solução para ela. Se Adrian cedesse aos seus vícios, ela sofria os efeitos de sua ressaca e 
seus –intervalos românticos.– Se não cedesse,que ele não sentia que havia necessidade. 
 
 
21 
–Você vê?–, Disse Keith, saltando sobre a oportunidade. –Ela é muito velha. Zoe é um 
partido melhor de idade –. 
–Sydney pode passar por um senior. Ela está na idade certa. – Stanton deu-me um 
rápido olhar. –Além disso, você tinha aulas em casa, certo? Esta vai ser uma experiência 
nova para você. Você pode ver o que estava perdendo. – 
–Provavelmente seria mais fácil para você–, disse meu pai a contragosto. –Sua educação 
seria superior a qualquer coisa que eles podem oferecer. – Belo elogio, pai (*aqui a 
Sydney esta a ser sarcástica). 
Eu tinha medo de mostrar como desconfortável esse acordo estava me fazendo. A minha 
vontade de ficar de fora por Zoe e eu não tinha mudado, mas as complicações cresciam. 
Repetir o ensino médio. Viver com um vampiro. Mantê-la na protecção de testemunhas. 
E mesmo que eu falasse sobre o quão confortável eu ficava em torno de vampiros, o 
pensamento de partilhar o quarto com um - até mesmo um aparentemente benigno como 
Jill - foi enervante. Outra aflição me ocorreu. 
–Quer ser um estudante à paisana também?– Eu perguntei a Keith. A idéia de 
emprestar-lhe rascunhos das aulas fez-me enjoar novamente. 
–Claro que não–, disse ele, parecendo ofendido. –Sou muito velho. Eu vou ser o de 
Ligação da Missão de Área Local. – Eu estava disposta a apostar que ele inventou esse 
título agora mesmo. –Meu trabalho é ajudar a coordenar a tarefa e informar aos nossos 
superiores. E eu não vou para fazê-lo se ela é a única lá. –Ele olhou de cara a cara 
enquanto falava a última linha, mas não houve perguntas sobre quem ela era. Eu. 
–Então não–, disse Stanton sem rodeios. –Sydney está indo. Esta é a minha decisão, e 
eu vou argumentar a qualquer autoridade superior que você quer levá-la também. Se 
você está tão contra a sua colocação, Sr. Darnell, eu posso pessoalmente fazer com que 
você seja transferido para fora de Palm Springs e não ter de lidar com ela em tudo. – 
Todos os olhos giraram para Keith, e ele hesitou. Ela o tinha apanhado em uma 
armadilha, eu percebi. Eu tive que imaginar que, com seu clima, Palm Springs não tinha 
um monte de acção vampírica. O trabalho de Keith havia provavelmente sido muito 
fácil, ao passo que quando eu trabalhava em St. Petersburg, eu estava constantemente a 
ter que fazer um controle de danos. Aquele lugar era um refúgio de vampiro, assim 
como alguns dos outros lugares na Europa e Ásia que meu pai tinha me levado para 
visitar. Não me levando inicialmente sobre Praga. Se Keith fosse transferido, ele 
tomaria o risco de não apenas obter um maior volume de trabalho, mas também de estar 
em um local muito pior. Porque, apesar de Palm Springs não ser desejável para os 
 
 
22 
vampiros, era um tipo de impressionante para os seres humanos. 
A cara de Keith confirmou. Ele não queria deixar Palm Springs. –E se ela for para lá, e 
eu tiver razoes para suspeitar de traição dela de novo? – 
–Então denuncie ela–, disse Horowitz, respondendo sem descanso. Ele obviamente não 
estava impressionado com Keith. –O mesmo como faria com qualquer um.– 
–Eu posso aumentar alguns treinos de Zoe enquanto isso, –disse meu pai, quase como 
um pedido de desculpas para Keith. Ficou claro de que lado o meu pai estava. E não era 
do meu. Nem a de Zoe foi, realmente. –Então, se você encontrar falhas em Sydney, 
poderemos substituí-la. – 
Irritou-me com o pensamento de Keith ser o único a decidir se eu tinha falhas, mas isso 
não me incomodava tanto quase como o pensamento de Zoe ainda estar atada para 
aquilo. Se meu pai estava mantê-la em modo de espera, então ela não estava fora de 
perigo ainda. Os Alquimistas ainda podiam ter seus ganchos nela – tal como o Keith. Eu 
prometi então que não importava o que tivesse de ser, mesmo se eu tivesse de o 
alimentar de uvas com as mãos, eu asseguraria que Keith não teria razoes para duvidar 
da minha lealdade. 
–Tudo bem–, disse ele, parecendo que a palavra lhe causava muita dor. –Sydney pode 
ir…por agora. Mas eu vou estar te observando. –Ele fixou o olhar em mim. –E não vou 
ser eu a cobrir você. Você será responsável por manter essa menina vampira na linha e 
fazer sua alimentação. – 
–Alimentação?– Eu perguntei sem entender. É claro. Jill ia precisar de sangue. Por um 
momento, toda a minha confiança vacilou. Foi fácil falar sobre sair com vampiros 
quando nenhum estava por perto. Ainda mais fácil quando você não pensa sobre o que 
foi que fez os vampiros serem quem eram. Sangue. Que terrível, uma necessidade não 
natural que motiva a sua existência. Um pensamento terrível surgiu em minha mente, 
desaparecendo tão depressa como veio. Eu devo dar a ela o meu sangue? Não. 
Isso era ridículo. Era uma linha que os Alquimistas nunca cruzariam. Engoli, eu tentei 
esconder o meu breve momento de pânico. –Como você planeja sobre alimenta-la? – 
Stanton acenou para Keith. –Poderia explicar?– Eu acho que ela estava lhe dando a 
chance de se sentir importante, como uma forma de compensar sua derrota anterior. Ele 
correu com isso. 
–Há apenas um Moroi que sabemos que viver em Palm Springs –, disse Keith. 
Enquanto ele falava, notei que seu cabelo loiro desgrenhado era praticamente revestido 
em gel. Ele deu ao seu cabelo um brilho viscoso que eu não acho que fosse atraente, no 
 
 
23 
mínimo. Além disso, eu não confiava em qualquer cara que utilizava mais produtos de 
estilo do que eu. 
–E se você me perguntar, ele é louco. Mas ele é um louco inofensivo -na medida em que 
qualquer um deles são inofensivos. Ele é esse recluso de idade que vive fora da cidade. 
Ele tem este hang-up sobre o governo Moroi e não se associa com qualquer um deles, 
então ele não vai contar a ninguém que vocês estão lá. Mais importante, ele tem um 
alimentador ele está disposto a compartilhar.– 
Eu fiz uma careta. –Nós realmente queremos que Jill saia com alguns Moroi anti-
governo? Todo o propósito é mantê-los estáveis. Se apresentá-la a alguns rebeldes, 
como nós sabemos que ele não vai tentar usar ela? – 
–É um excelente ponto–, disse Michaelson, parecendo surpreso ao admitir. 
Eu não tinha a intenção de minar Keith. Minha mente tinha apenas saltado à frente desta 
forma, marcando um potencial problema e apontando-o para fora. A partir do olhar que 
ele me deu, porém, era como se eu estivesse tentando de propósito desacreditar sua 
declaração e fazê-lo parecer ruim. 
–Nós não vamos dizer-lhe quem ela é, obviamente–, disse ele, com um brilho de raiva 
em seu olho bom. –Isso seria estúpido. E ele não é parte de qualquer facção. Ele não é 
parte de nada. Ele está convencido de que os Moroi e seus guardiões deixaram-no para 
baixo, por isso ele não quer nada com qualquer um deles. Passei uma história a ele 
sobre como a família de Jill tem os mesmos sentimentos anti-sociais, de modo que ele 
simpatizou. – 
–Você está certa de ser cautelosa, Sydney–, disse Stanton. Houve um olhar de 
aprovação em seus olhos, como se ela estivesse contente por ter me defendido. Aquela 
aprovação significou muito para mim, considerando o quão forte ela muitas vezes 
parecia. –Não podemos assumir qualquer coisa sobre qualquer um deles. Embora 
também nós verificamos a fundo esse Moroi com Abe Mazur, que concorda que ele é 
inofensivo –. 
–Abe Mazur?– Zombou Michaelson. Ele coçou a barba grisalha. –Sim. Tenho certeza 
que ele ia ser um especialista de quem é inofensivo ou não. – 
Meu coração deu uma guinada face ao nome, mas eu tentei não mostrá-lo. Não reaja, 
não reaja, eu ordenei ao meu rosto. Depois de uma respiração profunda, eu perguntei 
muito, muito cuidadosamente, –É Abe Mazur o Moroi que está acompanhando Jill? Eu 
conheci ele antes..mas eu pensei que você disse que foi um Ivashkov que estava indo. –
Se Abe Mazur era o residente em Palm Springs, alteraria as coisas de forma 
 
 
24 
significativa. 
Michaelson zombou. –Não, nós nunca enviariamos voce com Abe Mazur. Ele 
simplesmente esta ajudadocom a organização deste plano. – 
–O que é tão ruim sobre Abe Mazur?– perguntou Keith. –Eu não sei quem ele é. – 
Estudei Keith muito de perto enquanto falava, olhando por algum traço de engano. Mas, 
não. Seu rosto era tudo inocência, abertamente curioso. Seus olhos azuis - ou olho - 
ocupava um olhar raro de confusão, contrastando com a habitual arrogância senhor-
sabe-tudo. Nome de Abe não significava nada para ele. Eu exalei um suspiro que eu não 
tinha percebi que estava segurando. 
–Um canalha–, disse Stanton categoricamente. –Ele sabe muitas mais coisas sobre o que 
não deveria. Ele é útil, mas eu não confio nele. – 
Um canalha? Isso era um eufemismo. Abe Mazur era um Moroi cujo apelido na Rússia 
- zmey, a serpente – dizia tudo. Abe havia feito um número de favores para mim, que eu 
tinha de pagar de volta com risco considerável para mim mesma. Parte do meu 
pagamento tinha sido ajudado Rose a escapar. Bem, ele chamou de pagamento, eu o 
chamei de chantagem. Eu não tinha vontade de atravessar caminhos com ele novamente, 
principalmente porque eu estava com medo do que ele pediria para a próxima. A parte 
frustrante é que não havia ninguém que eu poderia recorrer para pedir ajuda. Meus 
superiores não iriam reagir bem á minha aprendizagem que, além de todas as minhas 
actividades a solo com vampiros eu estava a fazer acordos com eles. 
–Nenhum deles são confiáveis–, meu pai apontou para fora. Ele fez o sinal Alquimista 
contra o mal, desenhando de uma cruz em seu ombro esquerdo com a mão direita. 
–Sim, bem, Mazur é pior do que a maioria–, disse Michaelson. Ele reprimiu um bocejo, 
lembrando a todos nós que estávamos a meio da noite. –Estamos todos resolvidos, 
então?– 
Ouviram-se murmúrios de assentimento. Expressão tempestuosa de Keith exibindo 
como estava infeliz por não conseguir o que queria, mas ele não fez mais tentativas de 
me impedir de ir. –Acho que podemos ir a qualquer momento agora–,disse ele. 
Levei um segundo para perceber que o –nós– significava ele e eu. –Agora?– Eu 
perguntei incrédula. 
Ele deu de ombros. –Os vampiros vão estar em seu caminho em breve. Precisamos ter 
certeza de que tudo está criado para eles. Se não nos desviarmos na condução, podemos 
estar lá amanhã à tarde. – 
–Ótimo,– eu disse rigidamente. A viagem com Keith. Ugh. Mas o que mais eu poderia 
 
 
25 
dizer? Eu não tinha escolha neste, e mesmo que tivesse, eu não estava em posição de 
recusar qualquer coisa que os Alquimistas perguntassem a mim agora. Eu tinha jogado 
todas as minhas cartas esta noite, e eu tinha que acreditar que estar com Keith era 
melhor do que um centro de reeducação. Além disso, eu tinha acabado de travar uma 
dura batalha para provar a mim mesma e poupar Zoe. Eu tinha que continuar mostrando 
que eu estava por nada. 
Meu pai me mandou embalar o mesmo brilho com que ele mandou-me fazer 
apresentável anteriormente. Eu deixei os outros falar e corri calmamente para o meu 
quarto, ainda consciente do sono da minha mãe. Eu era um especialista em fazer a mala 
de forma rápida e eficiente, graças a viagens surpresa que meu pai tinha arqueado em 
mim durante toda a minha infância. Na verdade, eu sempre tinha um saco de artigos de 
higiene embalado e pronto para ir. O problema não era tanto a velocidade ou em saber 
fazer a mala. O período de tempo para esta tarefa não foi especificado, e eu tinha a 
sensação desconfortável de que ninguém realmente sabia. Nós estávamos falando de 
algumas semanas? Um ano inteiro de escola? Eu tinha ouvido alguém mencionar o 
Moroi querendo revogar a lei que Jill ameaçava, mas que parecia ser o tipo de processo 
judicial que poderia levar algum tempo. Para piorar as coisas, eu nem sabia o que vestir 
para a escola. A única coisa que eu tinha certeza era que o tempo seria quente. Eu 
acabei por embalar dez dos meus trajes mais leves e esperava que fosse capaz de ir á 
lavandaria. 
–Sydney?– 
Eu estava colocando o meu laptop numa sacola a tiracolo quando Zoe apareceu na 
minha porta. Ela tinha refeito as tranças para as colocar mais perfeitas, e eu me 
perguntava se tinha sido uma tentativa de impressionar o nosso pai. –Hey,– eu disse, 
sorrindo para ela. Ela entrou no quarto e fechou a porta atrás dela. Eu estava feliz por 
ela ter vindo dizer adeus. Eu sentiria falta dela e queria que ela soubesse… 
–Por que você fez isso comigo?– Ela exigiu antes que eu pode-se por uma palavra para 
fora. –Você sabe como estou humilhada?– 
Fiquei surpresa, sem palavras por alguns momentos.–Eu…do que você está falando? Eu 
estava tentando… – 
–Você me fez soar incompetente!–, disse. Eu fiquei surpresa ao ver o brilho de lágrimas 
nos olhos. –Você pisou e pisou sobre como eu não tinha nenhuma experiência e não 
conseguia lidar com o que você e o pai estão fazendo! Eu parecia uma idiota na frente 
de todos os Alquimistas. 
 
 
26 
E Keith. – 
–Keith Darnell é ninguém que você precisa se preocupar com impressionar –, eu disse 
rapidamente, tentando controlar o meu temperamento. Vendo seu rosto tempestuoso, eu 
suspirei e reproduzi a conversa ao estudo. Eu não tinha tentando fazer Zoe ficar mal 
tanto quanto fazer o que eu poderia ter certeza de que eu era a única a ser mandada 
embora. Eu não tinha ideia que ela iria levá-la assim. –Olha, eu não estava tentando 
envergonhar-te. Eu estava tentando proteger você –. 
Ela deu uma risada áspera, e a raiva soou estranho vindo de alguém gentil como Zoe. –É 
que o que você quer chamá-lo? Você mesma disse que você estava tentando conseguir 
uma promoção! – 
Eu fiz uma careta. Sim, eu tinha dito isso. Mas eu poderia dificilmente lhe dizer a 
verdade. Nenhum ser humano conhecia a verdade sobre por que eu tinha ajudado Rose. 
Mentindo para o minha própria espécie - especialmente a minha irmã - me doeu, mas 
não havia nada que eu poderia fazer. Como de costume, eu me senti presa no meio. 
Então, eu evitei o comentário. 
–Você nunca foi destinada a ser uma alquimista,– afirmei. –Há coisas melhores para 
você lá fora–. 
–Porque eu não sou tão inteligente como você?–, Perguntou ela.–Porque eu não quero 
falar cinco línguas?– 
–Isso não tem nada a ver–, eu estalei. –Zoe, você é maravilhosa, e você provavelmente 
podia ser uma grande Alquimista! Mas acredite em mim, a vida de Alquimista… você 
não quer qualquer parte dela.– Eu queria dizer a ela que ela odiaria. Eu queria dizer que 
ela nunca ia ser responsável por seu próprio futuro ou para fazer suas próprias decisões 
novamente. Mas o meu senso de dever impediu-me, e eu fiquei em silêncio. 
–Eu faria isso–, disse ela. –Eu ajudaria a proteger-nos de vampiros…se o pai me 
quisesse.– a voz dela vacilou um pouco, e de repente eu perguntei o que era realmente 
tinha alimentado seu desejo de ser um alquimista. 
–Se você quer chegar perto de Papai, encontra uma outra maneira. A causa Alquimista 
pode ser uma boa, mas uma vez dentro, eles mandarão em você.– Eu queria poder 
explicar para ela como era sentir isso. –Você não quer essa vida.– 
–Porque você quer tudo para si mesma?– Ela exigiu. Ela era poucos centímetros mais 
baixa que eu, mas estava cheia com tanta fúria e ferocidade agora que ela parecia 
levantar até a sala. 
–Não! Eu não quero…, você não entende –, afirmei finalmente. Eu queria jogar minhas 
 
 
27 
mãos para cima em exasperação mas retive, como sempre. O olhar que ela me deu 
quase me transformou em gelo. 
–Oh, eu acho que entendo perfeitamente.– Virou em torno de repente e correu para fora 
da porta, ainda a coisa de agir em silêncio. Seu medo de nosso pai aumentou a sua raiva 
de mim. 
Olhei para onde ela tinha estado parada e senti-me horrível. Como ela poderia ter 
pensado que eu estava realmente tentando roubar toda a glória e fazê-la ficar mal? 
Porque que é exactamente o que você disse, uma voz dentro de mim apontou. Eu acho 
que isso era verdade, mas eu nunca tinha esperado que ela fosse se sentir ofendida. Eu 
nunca soube que ela tinha qualquer interesseem ser um dos alquimistas. Mesmo agora, 
eu me perguntava se o seu desejo era mais sobre ser parte de algo e provando-se ao 
nosso pai do que desejar realmente ter sido ela a escolhida para esta tarefa. 
Qualquer das suas razões, não havia nada a ser feito agora. Eu poderia não gostar da 
forma como os Alquimistas me tinham tratado, mas eu ainda ferozmente acreditava no 
que estavam fazendo para proteger os seres humanos dos vampiros. E eu 
definitivamente acreditava em manter Jill segura de seu próprio povo se isso 
significasse evitar uma guerra civil maciça. Eu poderia fazer este trabalho e fazê-lo 
bem. E Zoe, ela estaria livre para perseguir o que quisesse na vida. 
–Porque você demorou tanto?– Meu pai perguntou quando eu voltei para a sala. Minha 
conversa com Zoe atrasou-me um par de minutos, que foi dois minutos longo demais 
para ele. Eu tentei não responder. 
–Eu estou pronto para ir quando você estiver–, disse Keith a mim. Seu humor havia 
mudado enquanto eu estava lá em cima. Simpatia gozada saia dele agora, tão fortemente 
que foi uma maravilha todos não reconhecê-lo como falso. Ele tinha, aparentemente, 
decidido tentar uma atitude mais agradável em torno de mim, ou na esperança de 
impressionar os outros ou fuder-me para que eu não revelasse o que eu sabia sobre ele. 
No entanto, mesmo que ele usasse aquele sorriso de plástico, não havia uma rigidez na 
sua postura e da maneira que ele cruzou os braços me disse que -se não era outra - que 
ele não estava mais feliz em sermos jogado juntos do que eu. –Posso até fazer a maior 
parte a condução. – 
–Eu não me importo de fazer a minha parte–, disse eu, tentando evitar olhar para seu 
olho de vidro. Eu também não estava confortável em ser conduzida por alguém com um 
defeito profundo de percepção. 
–Eu gostaria de falar com a Sydney em privado antes de ela ir, se está tudo bem –, disse 
 
 
28 
meu pai. 
Ninguém tinha problema com isso, e ele me levou para a cozinha, fechando a porta atrás 
de nós. Ficamos em silêncio por alguns momentos, simplesmente enfrentando um ao 
outro com os braços cruzados. De repente, se atreveu a esperança que talvez ele venha 
me dizer que estava arrependido por como as coisas tinham sido entre nós neste último 
mês, que ele me perdoou e me amava. Honestamente, eu teria ficado feliz se ele 
simplesmente quisesse uma despedida paternal privada. Ele olhou para mim fixamente, 
os olhos castanhos tão idênticos aos meus. Eu esperava que o meu olhar nunca tivesse o 
mesmo frio que os dele. 
–Eu não tenho que lhe dizer o quão importante isto é para você, para todos nós. – Tanta 
coisa por afecto paterno. 
–Não, senhor–, eu disse. –Não precisa.– 
–Eu não sei se você pode desfazer a desgraça que você trouxe sobre nós por correr com 
eles, mas este é um passo na direcção certa. Não bagunça esta oportunidade. Você está 
sendo testada. Segue suas ordens. Mantenha a menina Moroi fora do problema.– Ele 
suspirou e correu uma mão pelo cabelo louro-escuro, que eu também herdara. Estranho, 
eu pensei, que tínhamos tantos coisas em comum…ainda eram tão completamente 
diferente. 
–Graças a Deus Keith está com você. Segue sua liderança. Ele sabe o que está fazendo. 
– 
Eu enrijeci. Houve essa nota de orgulho na sua voz de novo, como Keith era a melhor 
coisa a caminhar na terra. Meu pai tinha visto que a minha formação estava completa, 
mas quando Keith ficou connosco, meu pai tinha levado ele em viagens e lhe deu lições 
que eu nunca fiz parte. Minhas irmãs e eu tínhamos ficado furiosas. Nós sempre 
suspeitávamos que o nosso pai lamentava ter apenas filhas, e aquilo tinha sido a prova. 
Mas não era o ciúme que fez meu sangue ferver e dentes ranger agora. Por um 
momento, pensei: E se eu lhe dizer o que eu sei? O que ele vai pensar de seu menino de 
ouro, então? Mas olhando para os olhos duros do meu pai, eu respondi á minha própria 
pergunta: Ninguém acreditaria em mim. Que foi imediatamente seguido pela memória 
de uma outra voz e o rosto de uma menina, assustada olhando pleiteando para mim, com 
grandes olhos castanhos. Não diga, Sydney. Faça o que fizer, não diga o que Keith fez. 
Não contar a ninguém. Eu não poderia traí-la assim.Meu pai ainda estava esperando por 
uma resposta. Engoli e assenti. –Sim, senhor.– 
Ele ergueu as sobrancelhas, claramente satisfeito, e deu-me um tapinha áspera no 
 
 
29 
ombro. Foi o mais próximo de afeição real vindo dele há algum tempo. Eu vacilei, tanto 
de surpresa e por causa de como eu estava rígida com a frustração. –Bom–. Mudou-se 
para a porta da cozinha e, em seguida, fez uma pausa para olhar para trás – para mim. 
–Talvez haja esperança para você ainda.– 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
Capítulo 3 
 
 
O caminho para Palm Springs foi uma agonia. 
Eu estava exausta de ser arrastado para fora da cama e mesmo quando Keith assumiu o 
volante, eu não poderia adormecer. Eu tinha muita coisa na minha cabeça: Zoe, minha 
reputação, a missão na mão…meus pensamentos girava em círculos. Eu só queria 
corrigir todos os problemas na minha vida. A condução de Keith não fez nada para me 
fazer menos ansiosa. 
Eu também estava chateada porque meu pai não me deixou dizer adeus a minha mãe. 
Ele tinha sido muito claro sobre como devíamos deixá-la dormir, mas eu sabia a 
verdade. Ele estava com medo de que, se ela soubesse que eu estava saindo, ela ia tentar 
nos parar. Ela tinha ficado furiosa depois da minha última missão: eu tinha ido para o 
outro lado do mundo sozinha, apenas para regressar sem nenhuma pista quanto ao que á 
segurança do meu futuro. Minha mãe achava que os alquimistas tinham me usado de 
forma errada e tinha dito a meu pai que foi tão bem que parecia ter feito comigo. Eu não 
sei se ela realmente poderia se colocar no meio dos planos de hoje à noite, mas eu não 
queria me arriscar no caso de Zoe ter sido enviada ao invés de mim. Eu certamente não 
esperava uma despedida calorosa e entusiasmado da parte dele, mas senti estranho 
deixar a minha irmã e mãe em condições tão desconfortáveis. 
Quando amanheceu, transformando brevemente a paisagem do deserto de Nevada em 
um mar flamejante de vermelho e cobre, eu desisti do sono completamente e decidi 
apenas fazer directa. Eu comprei um café numa estação de gasolina 24h e assegurei a 
Keith que poderia conduzir o resto do caminho. Ele alegremente deu-me o volante, mas 
ao invés de dormir, ele comprou um café também e chateou-me com conversas nas 
horas restantes. Ele ainda continuava forte com a sua atitude ‘somos amigos’, quase 
fazendo-me desejar a sua animosidade anterior. Eu estava determinada a não lhe dar 
qualquer causa para duvidar de mim, então eu trabalhei duro para sorrir e acenar de 
forma adequada. Foi meio difícil de fazer enquanto rangia os dentes constantemente. 
 
 
31 
Alguma coisa da conversa não foi tão ruim. Eu poderia falar de negócios, e tínhamos 
abundância de detalhes para ainda trabalhar fora. Ele me disse tudo o que sabia sobre a 
escola, e eu devorei a sua descrição da minha futura casa. Escola Preparatória de 
Amberwood era aparentemente um lugar de prestígio, e eu perguntei ociosamente se 
talvez eu pudesse estar na faculdade. Pelos padrões dos Alquimista, eu sabia tudo que 
eu precisava para o meu trabalho, mas algo em mim sempre queimou por mais e mais 
conhecimento. Eu tive que aprender a me contentar com a minha própria leitura e 
pesquisa, mas ainda assim, a faculdade - ou até mesmo estar em torno de quem sabia 
mais e tinha algo a ensinar-me - foi há muito tempo uma fantasia minha. 
Como um –sénior–, eu teria privilégios fora do campus, e uma das nossas primeiras 
ordens de negócios - depois de garantir falsas identificações - foi arranjar-me um carro. 
Sabendo que eu não seria presa em um colégio interno fez as coisas um pouco mais 
suportáveis, embora fosse óbvio que metade do entusiasmo de Keith por eu ter meu 
próprio transporte era para ter certeza de que eupoderia suportar qualquer trabalho que 
viesse junto com a tarefa. 
Keith também me iluminou sobre algo que eu não tinha percebido, mas provavelmente 
deveria ter. –Você e essa menina Jill estão sendo matriculadas como irmãs –, ele 
afirmou. 
–O quê?– Eu tinha uma capacidade de auto-controle que o meu domínio sobre o carro 
nunca vacilou. Viver com um vampiro era uma coisa, mas estar relacionado com um? –
Por quê?– Eu exigi. 
Vi-o encolher de ombros na minha periferia. –Por que não? Isso explica o porque de 
você estar sempre ao seu redor e é um boa desculpa para você ser a sua companheira de 
quarto. Normalmente, a escola não coloca junto alunos de diferentes idades, mas… 
também… os seus ‘pais’ prometeram uma boa doação para que essas normas políticas 
fossem mudadas.– 
Eu estava tão atordoada que eu nem sequer senti a minha reacção normal do meu 
estômago a revirar quando ele concluiu com seu riso de auto-satisfação. Eu sabia que 
iríamos viver juntos … mas irmãs? Era…esquisito. Não, não apenas isso. Estranho. 
–Isso é loucura–, disse por fim, ainda muito chocada para dar uma resposta mais 
eloquente. 
–É só no papel–, disse ele. 
Verdade. Mas algo sobre fazer parte do elenco como um relativo vampiro jogou a 
minha determinação inteira para fora. Eu me orgulhava sobre a maneira que eu havia 
 
 
32 
aprendido a comportar-me em torno de vampiros, 
mas parte disso veio a crença de que eu era um estranho, um negócio de associar 
diferenças e distancias. Encenar como a irmã de Jill era destruir essas linhas. Isso trouxe 
uma familiaridade que eu não estava certa se estava preparada. 
–Viver com um deles não deve ser tão ruim para você –, comentou Keith, tamborilando 
os dedos contra a janela de uma forma que colocou os meus nervos em franja. Algo 
sobre a maneira muito casual com que falou me fez pensar que ele estava me levando 
para uma armadilha. –Você está acostumada com isso.– 
–Quase–, eu disse, escolhendo cuidadosamente as minhas palavras. –Eu estive com eles 
uma semana no máximo. E na verdade, maior parte do meu tempo foi gasta com 
dhampirs. – 
–É a mesma diferença–, ele respondeu com desdém. –Se qualquer coisa, os dhampirs 
são piores. Eles são abominações. Não são humanos, mas não são completamente 
vampiros. Produtos de uniões antinaturais –. 
Eu não respondi de imediato, em vez fingi estar profundamente interessada na estrada. 
O que ele disse era verdade, ensino de Alquimista. Eu tinha sido levada a acreditar que 
ambas as raças de vampiros, Moroi e Strigoi, eram escuros e errados. Eles precisavam 
de sangue para sobreviver. Que tipo de pessoa bebia de outra? Era nojento, e só de 
pensar como eu em breve transportaria um Moroi para a sua alimentação me fez doente. 
Mas dhampirs… era um assunto complicado. Ou pelo menos, foi para mim agora. Os 
dhampirs eram meio vampiros e meio humanos, criados num tempo em que as duas 
raças haviam se misturado livremente. Sobre os séculos, os vampiros se afastaram dos 
seres humanos, e ambas as raças agora concordam que esse tipo de sindicatos era tabu. 
A raça dhampir tinha persistido contra todas as probabilidades, no entanto, apesar do 
fato de que dhampirs não podiam reproduzir uns com os outros. Eles podiam com 
Moroi ou humanos, e a abundância de Moroi estava à altura da tarefa. 
–Certo?– Perguntou Keith. 
Eu percebi que ele estava me olhando, esperando que eu concordasse com ele sobre 
dhampirs serem abominações - ou talvez ele estivesse esperando que eu discordasse. 
Independentemente disso, eu estava tranquila por muito tempo. 
–Certo–, eu disse. Reuni o padrão retórica Alquimista. –Em alguns aspectos, eles são 
piores do que os Moroi. Sua raça nunca deveria de existir. – 
–Você me assustou por um segundo–, disse Keith. Eu estava olhando a estrada, mas tive 
uma suspeita que ele apenas piscou para mim. –Eu pensei que você estava indo para 
 
 
33 
defendê-los. Eu deveria saber melhor do que acreditar nas histórias sobre você. Eu 
posso totalmente entender porque você gostaria de jogar na glória, mas meu, deve ter 
sido duro tentar trabalhar com um deles –. 
Eu não poderia explicar como, uma vez que você tinha passado pouco de tempo com 
Rose Hathaway, era fácil esquecer que ela era um dhampir. Mesmo fisicamente, 
dhampirs e humanos eram praticamente indistinguíveis. Rose era tão cheia de vida e 
paixão que às vezes ela parecia mais humana que eu. Rose certamente não teria aceitado 
humildemente este trabalho com um sorriso afectado,–Sim, senhor.– Não como eu. 
Rose nem sequer tinha aceitado ser trancada na cadeia, com o peso do governo Moroi 
contra ela. A chantagem de Abe Mazur tinha sido um catalisador que me levou a ajudá-
la, mas eu também nunca acreditei que Rose tinha cometido o assassinato que estava a 
ser acusada. Esta certeza, juntamente com a nossa amizade frágil, tinha me levado a 
quebrar as regras Alquimistas para ajudar Rose e seu namorado dhampir, o formidável 
Dimitri Belikov, iludir as autoridades. Apesar de tudo, eu tinha visto Rose como uma 
espécie de maravilha da forma como ela lutou contra o mundo. Eu não poderia ter 
inveja de alguém que não era humano, mas eu certamente poderia invejar a força dela – 
e deixar tudo para trás, não importa o quê. 
Mas novamente, eu não podia dizer a Keith nada disso. E eu ainda não acreditava por 
um instante, apesar do seu acto ensolarado, que estava tudo bem em vir de repente junto 
comigo. 
Ligeiramente dei de ombros. –Eu achei que valeu a pena o risco –. 
–Bem–, disse ele, vendo que eu não ia dizer mais nada. –A próxima vez que você 
decida trapacear com vampiros e dhampirs, obtém uma cópia de segurança de modo a 
que você não entre em muitos problemas. – 
Eu zombei. –Eu não tenho intenção de trapacear novamente. – Isso, pelo menos, era a 
verdade. 
Chegamos a Palm Springs no final da tarde e começamos a trabalhar imediatamente nas 
nossas tarefas. Eu estava morrendo de sono até esse ponto, e até mesmo Keith - apesar 
da sua tagarelice - parecia um pouco desgastado em torno das bordas. Mas a gente 
chegou com a palavra de que Jill e a sua comitiva estavam chegando amanhã, deixando 
muito pouco tempo para colocar os detalhes restantes no lugar. 
A visita á Preparatória de Amberwood revelou que a minha ‘família’ estava se 
expandindo. Aparentemente, o dhampir que vinha com Jill se matriculou da mesma 
forma que eu e estaria a interpretar o papel de nosso irmão. Keith também iria ser o 
 
 
34 
nosso irmão. Quando eu questionei isso, ele explicou que precisávamos de alguém local 
para agir como nosso representante legal caso Jill ou qualquer um de nós precisasse de 
ser retirado da escola ou conceder algum privilégio. Uma vez que os nossos pais 
fictícios viviam fora do estado, obter resultados dele seria mais rápido. Eu não poderia 
culpar a lógica, mesmo embora eu achar que estar relacionado a ele era ainda mais 
repugnante do que ter dhampirs ou vampiros na família. E isso dizia muito. Mais tarde, 
uma carteira de motorista falsa - a partir de um fabricante de reputação - declarou que 
eu era agora Sydney Katherine Melrose, de Sul Dakota. Escolhemos Sul Dakota porque 
achamos que os moradores não viam muitas licenças daquele estado e não seriam 
capazes de detectar eventuais falhas na mesma. Não que eu esperasse que houvesse ter. 
Os alquimistas não se associam com pessoas que faziam o trabalho segundo os seus 
ritmos. Eu também gostei da imagem de Mount Rushmore sobre a licença. Foi um dos 
poucos lugares nos Estados Unidos que eu nunca tinha ido. 
O dia terminou com o que eu tinha planeado mais para a frente: uma viagem a um 
negociante de carro. Keith e eu regateamos um com o outro tanto quase como nós 
regateamos com o vendedor. Eu tinha sido criada para ser prática e manter minhas 
emoções sob controlo, mas eu adorava carros. Era um dos poucos legados que eu 
apanhei de minha mãe. Ela era mecânica, e algumas das minhas melhores memórias de 
infância foram

Mais conteúdos dessa disciplina