Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: SIMPLES NACIONAL x LUCRO 
PRESUMIDO PARA RESTAURANTES CUJO FATURAMENTO NÃO 
ULTRAPASSE R$ 360.000,00/ANUAL 
 
 Eduardo Ferrari Veiga 1 
 Daniel de Oliveira2 
 
Resumo: O presente artigo trata da análise, através de um planejamento tributário, do melhor 
regime de tributação, entre o Simples Nacional e o Lucro Presumido, para o ramo da atividade 
econômica de restaurantes com faturamento de até trezentos e sessenta mil reais anual. O tema 
é importante em razão de que, com um planejamento tributário, é possível enquadrar uma 
empresa adequadamente no regime menos oneroso, o que faz com que diminua seus impostos 
estando sempre amparada pela legislação em vigor. Considerando como objetivo, a redução da 
carga tributária recolhida nesta atividade econômica. A pesquisa tem abordagem qualitativa, 
com aspectos quantitativos, do tipo bibliográfica e documental, com método indutivo e 
aprofundamento explicativo. Para a realização desse planejamento tributário, foram utilizadas 
simulações sobre os tributos e impostos de restaurantes que correspondem esse faturamento 
anual. Com a pesquisa realizada conclui-se que o Simples Nacional é o regime tributário mais 
adequado para um restaurante com este faturamento em estudo, por conta da redução dos 
tributos. Além do mais, observa-se a importância do planejamento tributário auxiliando na 
redução da carga tributária. 
 
Palavras-chave: Planejamento Tributário, Simples Nacional, Lucro Presumido. 
 
Abstract: The present article deals with the analysis, through a tax planning, of the best 
taxation regime, between Simples Nacional and Presumed Profit, for the economic activity of 
restaurants with billing of up to three hundred and sixty thousand reais annually. The issue is 
important because, with tax planning, it is possible to fit a company properly into the less costly 
regime, which causes it to reduce its taxes being always supported by the legislation in force. 
Considering as objective, the reduction of the tax burden collected in this economic activity. 
The research has a qualitative approach, with quantitative aspects, of the bibliographical and 
documentary type, with inductive method and explanatory deepening. For the accomplishment 
of this tax planning, simulations were used on the taxes and taxes of restaurants that correspond 
to this annual billing. With the research carried out it is concluded that the National Simples is 
the most appropriate tax regime for a restaurant with this billing in study, due to the reduction 
of taxes. Moreover, the importance of tax planning helps to reduce the tax burden. 
 
Keywords: Tax Planning, Simples Nacional, Presumed Profit. 
 
 
 
1 Estudante da quinta série do Curso de Direito da Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE). 
2 Graduado em Ciências Jurídicas, professor da Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE), professor da 
Associação Catarinense de Ensino (ACE) e Advogado na área de Direito Tributário e Empresarial. 
INTRODUÇÃO 
 
Esse trabalho trata de um planejamento tributário para restaurantes cujo faturamento 
não ultrapasse R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) anual, realizando uma adequação 
tributária, como ferramenta de economia de tributos, analisando dois regimes de tributação, o 
Simples Nacional e o Lucro Presumido. 
Para que o planejamento tributário seja eficaz é preciso que sejam analisados diversos 
fatores no processo de elaboração do mesmo, tais como: estudo da legislação em vigor, tipo de 
atividade prestada pela empresa, averiguação das vantagens e desvantagens nas formas de 
tributação existentes e saber quais podem ser aplicadas para o tipo específico de empresa; entre 
outros aspectos que necessitam ser verificados. 
A legislação tributária se torna cada vez mais extensa e complexa devido às mudanças 
e criações de novas leis e decretos a todo o momento. Com isso, as empresas necessitam de 
planos para que tenham seus objetivos específicos e inerentes a elas, estabelecendo melhores 
maneiras de alcançá-los. 
O processo de planejamento tributário constitui em uma importante estratégia para as 
organizações, pois através da identificação dos custos tributários pode aumentar a lucratividade 
ou corrigir o rumo das ações com agilidade tornando-se mais competitiva no mercado. 
Nesse contexto, “sua finalidade tem como base evitar a incidência tributária, com o 
intuito de prevenir a ocorrência do fato gerador do tributo, minimizando, assim, seu montante, 
no sentido de reduzir a alíquota ou a base de cálculo” (CREPALDI, 2017, p. 3). Assim, a 
sociedade empresária que reduzir de forma eficaz a incidência tributária, obter resultados 
operacionais crescentes e duradouros e utilizar as oportunidades que a legislação tributária 
apresenta será eficiente tributariamente. 
Ainda conforme Crepaldi (2017, p. 3), “a realidade tributária brasileira tornou-se 
notoriamente complexa, ao trazer um custo financeiro enorme às empresas e constante 
insegurança aos empresários, que não tem a certeza de estar cumprindo com as obrigações 
exigidas pelo Fisco”. O volume de impostos existente no sistema tributário brasileiro intensifica 
a necessidade de planejamento das empresas, em especial das micro e pequenas empresas, que 
ao longo dos anos vem adquirindo uma importância crescente no Brasil, tornando relevante seu 
papel socioeconômico no cenário nacional. 
Diante da atual crise do cenário brasileiro, as empresas se veem obrigadas a repensar e 
a reformular suas estratégias de trabalho, a fim de reduzir custos e otimizar seus processos, 
sendo assim cabe ressaltar a importância de se escolher o regime tributário que melhor se 
adeque a suas necessidades financeiras. 
Para que essa adequação correta de regime tributário seja atingida, este artigo tem como 
objetivos específicos desenvolver um estudo a respeito do planejamento tributário, apresentar 
a sistemática de tributação do Simples Nacional e do Lucro Presumido e comparar, através de 
uma simulação de caso, as formas de tributação citadas anteriormente. No final, por meio dos 
resultados obtidos no estudo de caso, será apontada a melhor forma de tributação para um 
restaurante, bem como os fatores que influenciaram diretamente esses resultados. 
 
1 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
Considerando que esse trabalho realiza um estudo de caso comparativo entre dois 
sistemas de tributação, faz-se necessário saber inicialmente o que é planejamento tributário. 
Conforme Chaves (2017, p. 3), “o planejamento tributário é o processo de escolha de 
ação, não simulada, anterior à ocorrência do fato gerador, visando direta ou indiretamente à 
economia de tributos”. É sabido que os tributos (impostos, taxas e contribuições) representam 
importante parcela dos custos e/ou despesas das empresas, senão a maior. Com a globalização 
da economia, tornou-se questão de sobrevivência empresarial a correta administração do ônus 
tributário. 
Três são as finalidades do planejamento tributário: evitar a incidência do fato gerador 
do tributo; reduzir o montante do tributo, sua alíquota ou reduzir a base de cálculo do tributo; 
retardar o pagamento do tributo, postergando (adiando) o seu pagamento, sem a ocorrência da 
multa. 
O caráter preventivo do planejamento tributário decorre do fato de não ser permitido 
escolher alternativas senão antes de se concretizar a situação. Após a concretização dos fatos, 
via de regra, somente se apresentam duas alternativas para o sujeito passivo da relação jurídico-
tributária: pagar ou não pagar o tributo decorrente da previsão legal descrita como fato gerador. 
A alternativa de não pagar se caracterizará como prática ilícita, sujeitando-se a empresa à ação 
punitiva do Estado, caso este venha a tomar conhecimento de tal prática. 
Portanto conforme Chaves (2017 p. 5), 
O planejamento tributário exige uma soma deconhecimentos, tais como o contábil e 
o jurídico. Contábil porque, além da intimidade com a legislação fiscal, o profissional 
consegue com mais facilidade identificar no processo operacional da empresa os fatos 
geradores de tributos. O advogado, com seu conhecimento jurídico, consegue 
identificar na legislação tributária as oportunidades de redução da carga tributária. 
 
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em 2015 22,8% dos 
negócios não sobrevivem ao primeiro ano de funcionamento no país, enquanto 52,5% 
quebraram antes de completar cinco anos (ANDRADE, 2017). 
Atualmente, são numerosas as empresas que se encontram em situação desfavorável no 
aspecto financeiro, por uma série de motivos: crise mercadológica, instabilidade política de 
nossa país, afastamento de investidores, e principalmente por não ter um bom planejamento, 
seja financeiro, tributário ou estratégico. 
Diante deste cenário torna-se importante a aplicação de um bom planejamento 
tributário, pois a finalidade principal de um bom planejamento tributário, é sem dúvida, a 
redução de tributos, sem infringir a legislação, gerando assim economia tributária evitando 
perdas desnecessárias para a empresa. 
De acordo com Crepaldi (2017, p. 5) “o primeiro passo para elaborar um planejamento 
tributário consiste na definição do melhor regime tributário para a empresa: lucro real, lucro 
presumido ou arbitrado, Simples Nacional ou valores fixos (empreendedor individual)”. 
Portanto, neste trabalho será abordado duas opções de regimes tributários, o Simples Nacional 
e o Lucro Presumido, para empresas do segmento de restaurantes. 
 
1.1 Enquadramento – Restaurantes em comércio 
 
Considerando que o trabalho propõe analisar qual regime tributário é legalmente mais 
adequado e menos oneroso, para a atividade de restaurantes com faturamento anual de até 
360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), faz-se necessário saber em qual atividade 
econômica os restaurantes se enquadram. 
As principais atividades econômicas estão agrupadas como serviços, comércio ou 
indústria. Esse ponto é importante, pois a sua caracterização econômica determina quais são os 
impostos, bases e entes que fiscalizam a atividade. Ao se fazer um Planejamento Tributário, 
esse deve ser o ponto inicial. 
Portanto, pela lógica, restaurante seria uma atividade industrial, pois com a mão de obra 
gastronômica e determinados insumos, é possível fazer a transformação destes, em alimentos, 
podendo ser vendido, em refeições, denominado alimento preparado. 
Porém, o regulamento do IPI, exclui essa atividade dentre as atividades industriais. 
Conforme explana o Art. 5º Inciso I, do Decreto nº 7.212/2010. 
Art. 5o Não se considera industrialização: 
I - o preparo de produtos alimentares, não acondicionados em embalagem de 
apresentação: 
a) na residência do preparador ou em restaurantes, bares, sorveterias, confeitarias, 
padarias, quitandas e semelhantes, desde que os produtos se destinem a venda direta 
a consumidor; ou [...] (BRASIL, 2010). 
 
Então, conforme disposto no Decreto nº 7.212/2010, em seu art. 5º, restaurantes e 
similares, não são considerados indústrias, e por não ter lógica ser classificado como atividade 
de serviços, a atividade de restaurantes é classificado como comércio. 
 
1.2 Necessária distinção entre Elisão e Evasão fiscal 
 
A elisão fiscal é o meio aplicado pelo contribuinte para ter um menor impacto tributário, 
tendo a escolha de recorrer a um ato ou negócio jurídico real, autêntico, sem a manifestação de 
vontades ou interesses próprios. É um método legal, que provavelmente contribuirá se de fato 
for bem efetuada, para a diminuição da carga tributária (OLIVEIRA et al., 2013). 
Luz (2014, p.67) discorre que “considera-se elisão fiscal a economia lícita de tributos, 
pois esse conceito implica que se evite por um ato legal a ocorrência do fato gerador da 
obrigação tributária”. 
Já a evasão fiscal são as circunstâncias onde se utiliza de meios ilícitos para buscar a 
descaracterização do fato gerador do tributo. O contribuinte busca na evasão fiscal, 
anteriormente ou posteriormente da sujeição a uma possibilidade tributária negativa, como 
forma de esconder a sua conduta errônea (OLIVEIRA et al., 2013). 
Conforme Luz (2014, p.67), “a evasão, por outro lado, caracteriza-se pelo não 
pagamento de tributos, mesmo tendo ocorrido o fato gerador”. 
A distinção se dá através do que se pretende alcançar, tendo em mente que a operação 
que ocorreu antes do fato gerador de forma lícita é denominada elisão fiscal, todavia a evasão 
é quando ocorre após o fato gerador com o intuito de omissão, o que é ilícito. 
A evasão fiscal está prevista e capitulada na Lei n° 8.137 de 1990 - Lei dos Crimes 
contra a Ordem Tributária, Econômica e Contra as Relações de Consumo. A referida lei, define 
que constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo mediante as condutas 
discriminadas no seu texto, tendo como pena até 5 (cinco) anos de reclusão e multa. 
 
2 SIMPLES NACIONAL 
 
O regime tributário Simples Nacional foi criado pela Lei Complementar nº. 123 de 
14/12/2006, publicado no Diário Oficial da União em 15/12/2006, sendo que esta institui o 
estatuto da microempresa e empresa de pequeno porte, estabelecendo normas sobre o 
tratamento diferenciado e favorecido, e o regime especial unificado de arrecadação de tributos 
e contribuições a serem aplicados no domínio das legislações civil e tributária, no plano da 
administração pública municipal, estadual, do distrito federal e da União. 
O Simples Nacional (Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das 
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) conforme Andrade Filho (2016, p. 600), 
“Constitui-se em uma forma simplificada e unificada de recolhimento de tributos, por meio da 
aplicação de percentuais favorecidos e progressivos, incidentes sobre uma única base de 
cálculo, a receita bruta”. 
Regime criado com o objetivo de unificar a arrecadação dos tributos e contribuições 
devidos pelas micro e pequenas empresas brasileiras, nos âmbitos dos governos federal, 
estaduais e municipais. O regime especial de arrecadação não é um tributo ou um sistema 
tributário, mas uma forma de arrecadação unificada dos oito tributos. 
Como se observa, a instituição do Simples Nacional é uma tentativa do governo em 
simplificar a apuração e recolhimento de tributos pelas empresas. 
 
2.1 Enquadramento da Lei Complementar 123/2006 
 
Uma vez que a lei do Simples Nacional foi criada para favorecer as microempresas e as 
empresas de pequeno porte, faz-se necessário definir essas duas classificações. No art. 3º da Lei 
Complementar nº 123/2006, tem-se a definição de microempresa e empresa de pequeno porte: 
 
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou 
empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa 
individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da 
Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no 
Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme 
o caso, desde que: 
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou 
inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e 
II - no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita 
bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a 
R$4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). (Redação dada pela Lei 
Complementar nº 155, de 2016) 
§ 1º Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste artigo, o produto 
da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços 
prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas 
canceladas e os descontos incondicionaisconcedidos (BRASIL, 2006). 
 
Portanto, conclui-se que o limite para enquadramento como microempresa é de R$ 
360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), enquanto que, para enquadramento como empresa 
http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/2002/L10406.htm#art966
http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/2002/L10406.htm#art966
de pequeno porte, a empresa deve auferir receita bruta anual superior a R$ 360.000,00 
(trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 
(quatro milhões e oitocentos mil reais). 
A receita bruta para enquadramento no regime em questão é a venda de bens e serviços 
nas operações de conta própria,3 o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em 
conta alheia,4 excluídos os descontos incondicionais concedidos e as vendas canceladas, 
segundo § 1º, art. 3º da LC nº. 123/2006 (BRASIL, 2006). 
A opção pelo Simples Nacional deve ser efetuada até o último dia útil do mês de janeiro, 
e tem efeito retroativo ao primeiro dia do ano, é efetuado pela internet no sítio da Receita 
Federal do Brasil, conforme § 2º, art. 16 da LC nº 123/2006 (BRASIL, 2006). 
Para empresas em início de atividade, o prazo para solicitação de opção é de 30 dias contados 
do último deferimento de inscrição (municipal ou estadual, caso exigíveis), desde que não 
tenham decorridos 180 dias da data de abertura constante do CNPJ. Quando deferida, a opção 
produz efeitos a partir da data da abertura do CNPJ, de acordo com o art. 2º, IV, art. 6º, § 5º, I, 
§ 7º, da Resolução CGSN nº 140, de 2018 (COMITÊ GESTOR DO SIMPLES NACIONAL, 
2018). Assim, após esse prazo, a opção somente será possível no mês de janeiro do ano-
calendário seguinte. 
A opção pelo Simples Nacional é irretratável para todo o ano-calendário, podendo a 
optante solicitar sua exclusão, por opção, com efeitos para o ano-calendário subsequente. 
 
2.2 Empresas Permitidas e Impedidas 
 
Conforme diz Oliveira et al (2015, p. 406), “Podem optar pelo Simples Nacional as ME 
e EPP que preencham os requisitos previstos na lei e se enquadrem nas definições da Lei 
Complementar no 123, desde que não exerçam nenhuma atividade impeditiva de participar do 
regime”. Portanto, para ser optante pelo Simples Nacional, a empresa não pode exercer 
atividade impeditiva, ainda que exerça ao mesmo tempo atividade permitida. 
As empresas com atividades que possuem códigos na tabela de Classificação Nacional 
de Atividades Econômicas (CNAE) que abrangem ao mesmo tempo atividades impeditivas e 
permitidas ao Simples Nacional (CNAE ambíguas) poderão ser optantes do Simples Nacional, 
 
3 Operação em conta própria, ocorre nas operações de compra e venda comuns, ou seja, quando a empresa compra 
as mercadorias para depois revendê-las. 
4 Operação em conta alheia, ocorre nas operações que a empresa não compra a mercadoria, as recebe em 
consignação e após vende-las repassa o valor principal à empresa consignante. 
desde que, ao fazer a opção pelo regime, declarem que exercem exclusivamente atividades 
permitidas, conforme § 3º do art. 8º da Resolução CGSN nº 140 de 2018 (COMITÊ GESTOR 
DO SIMPLES NACIONAL, 2018). 
Para fins de enquadramento na condição de ME ou EPP, deve-se considerar o somatório 
das receitas brutas de todos os estabelecimentos. 
O simples fato de uma empresa obter receitas anuais que a classifique como ME ou EPP, 
não é garantia suficiente para usufruir do tratamento jurídico favorecido e diferenciado de que 
trata a lei do Simples Nacional. No § 4º, art. 3º, da referida lei, não poderá optar pelo Simples 
a pessoa jurídica: 
Art. 3º [...], §4º [...] 
I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica; 
II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com 
sede no exterior; 
III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja 
sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta 
Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o 
inciso II do caput deste artigo; 
IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de 
outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta 
global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; 
V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica 
com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o 
inciso II do caput deste artigo; 
VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo; 
VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica; 
VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de 
desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e 
investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, 
valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros 
privados e de capitalização ou de previdência complementar; 
IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento 
de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores; 
X - constituída sob a forma de sociedade por ações. 
XI - cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante do 
serviço, relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade (BRASIL, 2006). 
 
Segundo Santiago (2011, p. 58), “Tais dispositivos têm objetivo claro: impedir que 
empresas com receita bruta maior do que o limite da lei obtenham os benefícios dela 
decorrentes”. Ainda sobre o art. 3º, em seu § 6º, verifica-se que a pessoa jurídica que incorrer 
em um dos casos listados acima será excluída do tratamento jurídico e do sistema de 
recolhimento de tributos dispensados às microempresas e empresas de pequeno porte (BRASIL, 
2006). 
 
 
 
2.3 Recolhimento e Abrangência 
 
De acordo com a Lei Complementar 123/2006, o Simples Nacional é um regime de 
arrecadação facultativo ao contribuinte, o qual possui apuração mensal e proporciona o 
recolhimento de oito tributos em um único documento denominado DAS - Documento de 
Arrecadação do Simples Nacional. O pagamento deve ser efetuado nas agências autorizadas e 
os tributos abrangidos segundo o art. 13 da referida lei supracitada são: 
Art. 13 [...] 
I - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); 
II - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); 
III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); 
IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); 
V - Contribuição para o PIS/Pasep; 
VI - Contribuição Patronal Previdenciária (CPP); 
VII - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre 
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de 
Comunicação (ICMS); 
VIII - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) (BRASIL, 2006). 
 
O Simples Nacional não inclui alguns impostos e contribuições que serão devidos na 
qualidade de contribuinte ou responsável, observada a legislação aplicável às demais pessoas 
jurídicas, portanto conforme o §1º do art. 13 da Lei Complementar 123/2006, o recolhimento 
na forma do Simples Nacional não exclui a incidência dos seguintes tributos, que são recolhidos 
separadamente: 
Art. 13 [...], §1º [...] 
I - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou 
Valores Mobiliários - IOF; 
II - Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros - II; 
III - Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou 
Nacionalizados - IE; 
IV - Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR; 
V - Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em 
aplicações de renda fixa ou variável; 
VI - Imposto de Renda relativo aos ganhos de capital auferidos na alienação de bens 
do ativo permanente; 
VII - ContribuiçãoProvisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de 
Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF; 
VIII - Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; 
IX - Contribuição para manutenção da Seguridade Social, relativa ao trabalhador; 
X - Contribuição para a Seguridade Social, relativa à pessoa do empresário, na 
qualidade de contribuinte individual; 
XI - Imposto de Renda relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela pessoa 
jurídica a pessoas físicas; 
XII - Contribuição para o PIS/Pasep, Cofins e IPI incidentes na importação de bens e 
serviços; 
XIII - ICMS devido (BRASIL, 2006). 
 
Os tributos relacionados no §1º do art. 13 da LC 123/2006, serão recolhidos pelas 
empresas optantes pelo Simples Nacional normalmente, igual aos demais contribuintes. 
2.4 Cálculo e Alíquotas de Recolhimento 
 
O art. 18 da Lei Complementar nº 123/2006 mostra como será definido o valor devido 
pelas microempresas e empresas de pequeno porte que fazem parte do Simples Nacional. 
Segue o referido artigo: 
Art. 18. O valor devido mensalmente pela microempresa ou empresa de pequeno 
porte optante pelo Simples Nacional será determinado mediante aplicação das 
alíquotas efetivas, calculadas a partir das alíquotas nominais constantes das tabelas 
dos Anexos I a V desta Lei Complementar, sobre a base de cálculo de que trata o § 3o 
deste artigo, observado o disposto no § 15 do art. 3o. (Redação dada pela Lei 
Complementar nº 155, de 2016) 
§ 1o Para efeito de determinação da alíquota nominal, o sujeito passivo utilizará a 
receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao do período de apuração 
(Redação dada pela Lei Complementar nº 155, de 2016) (BRASIL, 2006). 
 
A receita bruta abrange o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta 
própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, excluídas 
as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. 
Segundo o Sebrae (2018), pela regra da legislação antiga, bastava o contribuinte apurar 
sua faixa de faturamento e aplicar a alíquota nela prevista. A partir de 2018, não é mais aplicada 
uma alíquota simples sobre a receita bruta mensal. A alíquota a ser paga dependerá de um 
cálculo que leva em consideração a receita bruta acumulada nos doze meses anteriores e o 
desconto fixo. O resultado desse novo cálculo foi denominado alíquota efetiva. Veja: 
 
 (Rbt12 x Alíquota) - PD 
 Rbt12 
 
Rbt12: receita bruta acumulada nos dozes meses anteriores. 
Aliq.: alíquota nominal de acordo com os Anexos I a V. 
PD: parcela a deduzir de acordo com os Anexos I a V. 
Fonte: Sebrae (2018) 
 
Essas mudanças poderão aumentar ou reduzir a carga tributária para algumas empresas 
(SEBRAE, 2018,). 
Conforme Oliveira et al (2015, p. 411), “Para fins do cálculo do Simples Nacional é 
preciso segregar a receita bruta mensal para fins de pagamentos dos tributos, pois para cada 
tipo haverá́ uma tabela a ser aplicada”. Dessa maneira, as ME e as EPP optantes pelo Simples 
Nacional deverão considerar, destacadamente, mensalmente e por estabelecimento, conforme 
o caso aplicando a alíquota prevista nos seguintes anexos da Lei Complementar: 
 
Anexo I – comércio (lojas em geral); 
Anexo II – fabricas/industrias e empresa industriais; 
Anexo III - receitas de locação de bens móveis e de prestação de serviços não 
relacionados no § 5o-C do art. 18 desta Lei Complementar; 
Anexo IV - Empresas que fornecem serviço de vigilância, limpeza, obras, construção 
de imóveis; 
Anexo V - Receitas decorrentes da prestação de serviços relacionados no § 5o-I do art. 
18 desta Lei. 
Como este trabalho limita-se ao planejamento tributário de um restaurante com 
faturamento anual de até R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), será destacada apenas 
a tabela relativa ao Anexo I (comércio), que é o anexo que tributa a referida atividade. 
 
QUADRO 1 - Anexo I (Vigência: 01/01/2018) 
 Fonte: Lei Complementar No 123, de 14 de Dezembro de 2006 (BRASIL, 2006). 
 
Uma vez que o Simples Nacional é a junção, para apuração e arrecadação, de oito 
tributos administrados pela União e seus entes federativos, é certo que cada um desses impostos 
e contribuições possui um percentual que, quando somados, formam a alíquota a ser aplicada 
sobre a base de cálculo a fim de determinar o valor devido ao fisco. 
 
3 LUCRO PRESUMIDO 
 
A legislação tributária mostra que o lucro presumido é uma forma de tributação 
simplificada para determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSLL das pessoas jurídicas 
que não estiverem obrigadas, no ano-calendário, à apuração do lucro real. O regime de 
tributação pelo lucro presumido é muito utilizado, por ser considerado mais simples e também 
por exigir menos documentação. 
 
 
 
Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$) 
1a Faixa Até 180.000,00 4,00% - 
2a Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,30% 5.940,00 
3a Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 9,50% 13.860,00 
4a Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,70% 22.500,00 
5a Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,30% 87.300,00 
6a Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19,00% 378.000,00 
Conforme Crepaldi (2017, p. 172), 
 
Recebe o nome de presumido exatamente porque nesse regime o Imposto de Renda 
(IR) não é calculado sobre o lucro efetivo. Tanto o IRPJ como a CSLL são calculados 
sobre uma base presumida de lucro, que é um determinado percentual da receita bruta. 
 
A característica desta modalidade é de que elas são aplicadas sobre um lucro que se 
presume, que constituirá a base de cálculo do IRPJ e da CSLL. 
Segundo Andrade Filho (2016, p. 420), 
o Lucro Presumido tem a base de cálculo determinada pela aplicação de um percentual 
sobre o montante da receita bruta decorrente da venda de mercadorias e de serviços, 
e acrescido de outras receitas e ganhos de capital, apurados na forma da lei. 
 
O cálculo é feito em períodos trimestrais que se encerram em 31 de março, 30 de junho, 
30 de setembro e 31 de dezembro (CREPALDI, 2017, p. 172). 
Sendo assim, verifica-se que o lucro presumido é uma espécie de regime tributário 
estabelecido e normatizado por meio de dispositivos legais no que se refere à opção e à base de 
cálculo, por exemplo. Através da sistemática do lucro presumido e da receita bruta auferida 
pela pessoa jurídica, consegue-se aferir a base de cálculo e, por fim, o valor do imposto de renda 
devido. 
 
3.1 Enquadramento do Lucro Presumido 
 
As empresas para optar pela forma de tributação do Lucro Presumido, conforme a Lei 
nº. 9.718 de 27 de novembro de 1998 (redação dada pela Lei nº 12.814, de 2013), devem possuir 
o seu faturamento anual igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais), 
ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses 
de atividade do ano-calendário anterior. E, também, que não estejam obrigadas à tributação pelo 
Lucro Real (CREPALDI, 2017, p. 173). 
O exercício da opção pelo pagamento trimestral pelo Lucro Presumido será manifestado 
com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro 
período de apuração de cada ano-calendário e será definitivo para todo o ano-calendário 
conforme o § 1º do art. 13 da Lei nº 9.718/1998 (BRASIL, 1998) e § 2º do art. 214 da IN RFB 
nº 1.700/2017 (RECEITA FEDERAL DO BRASIL, 2017). 
A pessoa jurídica que houver iniciado atividade a partir do segundo trimestre 
manifestará a opção pelo Lucro Presumido com o pagamento da primeira ou única quota do 
imposto devido relativa ao período de apuração do início de atividade. 
Conforme a Receita Federal do Brasil, estão vetadas de optar pelo Lucro Presumido, 
aquelas pessoas jurídicas que, por determinação legal, estão obrigadas à apuração do lucro real, 
a seguir: 
a) cuja receita total, no ano-calendário anterior,tenha excedido o limite de R$ 
78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou de R$ 6.500.000,00 (seis milhões e 
quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses do período, quando inferior a 12 
(doze) meses. 
b) cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de 
desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, 
sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, 
empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguro privado e de 
capitalização e entidades de previdência privada aberta; 
c) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; 
d) que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruam de benefícios fiscais 
relativos à isenção ou redução do imposto de renda; 
e) que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado o recolhimento mensal pelo 
regime de estimativa, na forma prevista no art. 32 da IN RFB nº 1.700, de 2017; 
f) que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de 
assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas 
a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou 
de prestação de serviços (factoring); 
g) que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do 
agronegócio; e 
h) as pessoas jurídicas que explorem as atividades de compra de direitos creditórios, 
ainda que se destinem à formação de lastro de valores mobiliários (securitização). 
As empresas optantes pelo Lucro Presumido, além de outros tributos, recolheram aos 
cofres federais um percentual sobre a receita tributável referente ao Imposto de Renda Pessoa 
Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Programa de Integração 
Social (PIS) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) (SANTOS, 
2008, p. 24). Ainda mais, pela estudo tratar de uma atividade comercial, optantes desse regime 
recolherá o Imposto sobre à Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). 
 
 
 
3.2 Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica - IRPJ 
 
A base de cálculo para o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) pelo regime do Lucro 
Presumido será apurada sobre a receita bruta trimestralmente, determinada mediante a alíquota 
de presunção que se deve aplicar sobre o faturamento da empresa segundo disposto no art. 25, 
inciso I da Lei nº. 9.430/1996 (BRASIL, 1996). 
Como neste trabalho, somente será analisado a atividade econômica dos restaurantes, e 
sendo, estes considerado comércio, a tabela referente aos percentuais e alíquotas do IRPJ, será 
reduzida à somente esta atividade, conforme abaixo: 
 
QUADRO 2 - PERCENTUAIS IRPJ 
Atividade Econômica Predominante 
Percentual 
de Presunção 
Alíquota do 
IR 
Percentual 
Direto 
Atividades em geral (RIR/1999, art. 518) 8,0% 15,0% 1,2% 
Fonte: Receita Federal do Brasil (2018). 
 
Conforme o art. 541 do Decreto nº. 3.000 de 26 de março de 1999 a alíquota do imposto 
de renda que incidirá sobre a base de cálculo é de 15% (quinze por cento) (BRASIL, 1999). 
A partir de 01/01/2015 ou a contar de 01/01/2014, nos termos do art. 75 da Lei nº 12.973, 
de 2014, a base de cálculo do imposto de renda sobre o lucro presumido será apurada a partir 
da receita bruta apurada de acordo com a IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 26 (BRASIL, 2014). 
O adicional do imposto de renda devido pelas pessoas jurídicas tributadas com base no 
lucro presumido será calculado mediante a aplicação do percentual de 10% (dez por cento) 
sobre a parcela do lucro presumido que exceder ao valor da multiplicação de R$ 20.000,00 
(vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração, O valor do adicional 
deverá ser recolhido integralmente, não sendo admitidas quaisquer deduções, conforme a 
Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017, arts. 29 e 221 (RECEITA FEDERAL DO 
BRASIL, 2018). 
 
3.3 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL 
 
 De acordo com Andrade Filho (2016, p. 34), “a contribuição social incide sobre o lucro 
líquido. A base de cálculo é medida do fato gerador, de modo que, [...], o fato imponível é a 
obtenção de renda e de lucro, cujo expressão é dada, por um complexo de normas”. 
http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/ecf-escrituracao-contabil-fiscal/perguntas-e-respostas-pessoa-juridica-2018-arquivos/capitulo-xiii-irpj-lucro-presumido-2018.pdf
Ainda conforme Andrade Filho (20, p. 608), “A exigência da Contribuição Social sobre 
o Lucro Líquido (CSLL) tem por fundamento constitucional o inciso I do art. 195 da 
Constituição Federal de 1988, modificado pela Emenda Constitucional nº 20/98”. Segue o 
referido artigo: 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e 
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições 
sociais: 
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, 
incidentes sobre: 
a) [...]; 
b) [...]; 
c) o lucro (BRASIL, 1988). 
 
Conforme o art. 3º da Instrução Normativa RFB nº 1700/2017, “Aplicam-se à CSLL as 
mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o Imposto sobre a Renda das 
Pessoas Jurídicas (IRPJ) [...]” (RECEITA FEDERAL DO BRASIL, 2017). O cálculo da 
contribuição social é efetuado de forma semelhante ao do Imposto de Renda Pessoa Jurídica 
Lucro Presumido, sendo aplicada os percentuais conforme a atividade com período de apuração 
trimestral. 
Desta forma, além do IRPJ, a pessoa jurídica optante pelo Lucro Presumido deverá 
recolher a CSLL. Sendo que ambos os tributos deverão ser recolhidos pelo mesmo sistema de 
tributação, não sendo possível, por exemplo, a empresa optar por recolher o IRPJ pelo Lucro 
Presumido e a CSLL pelo Lucro Real. 
Diferentemente do IRPJ, a CSLL a partir de 01/09/2003, por força do art. 22 da Lei nº. 
10.684/2003, terá sua presunção definida em 12% (doze por cento) sobre a receita bruta para 
atividades comerciais, industriais, serviços hospitalares e de transporte e 32% (trinta e dois por 
cento) para empresas prestadoras de serviços em geral; intermediação de negócios; 
administração, locação ou cessão e bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; 
prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de 
crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos 
creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); 
prestação de serviços de construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento de 
infraestrutura vinculados a contrato de concessão de serviço público. 
A CSLL será determinada mediante a aplicação da alíquota sobre o resultado ajustado, 
presumido ou arbitrado. 
 
 
Conforme estabelecido no art. 3º da Lei 7.689, de 1988, a referida alíquota será de: 
 
Art. 3º [...] 
I - 20% (vinte por cento), no período compreendido entre 1º de setembro de 2015 e 
31 de dezembro de 2018, e 15% (quinze por cento) a partir de 1º de janeiro de 2019, 
no caso das pessoas jurídicas de seguros privados, das de capitalização e das referidas 
nos incisos I a VII e X do § 1º do art. 1º da Lei Complementar no 105, de 10 de janeiro 
de 2001; 
II - 17% (dezessete por cento), no período compreendido entre 1º de outubro de 2015 
e 31 de dezembro de 2018, e 15% (quinze por cento) a partir de 1º de janeiro de 2019, 
no caso das pessoas jurídicas referidas no inciso IX do § 1º do art. 1º da Lei 
Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001; 
III - 9% (nove por cento), no caso das demais pessoas jurídicas (BRASIL, 1988). 
 
Portanto, conforme o artigo acima, a atividade econômica derestaurante enquadra-se na 
terceira alíquota, sendo estabelecida em 9% (nove por cento). 
 
3. 4 Pis/Pasep e Cofins 
 
Pelo regime do Lucro Presumido, a base de cálculo do PIS e COFINS devidas pelas 
pessoas jurídicas de direito privado, é o faturamento do mês, que corresponde a receita bruta. 
O fato gerador do PIS e da COFINS é, portanto, a receita auferida, por parte das pessoas 
jurídicas de direito privado, de acordo com o art. 20, da Instrução Normativa SRF nº 247, de 
2002. 
Entende-se por receita bruta a totalidade das receitas auferidas, sendo irrelevantes o tipo 
de atividade exercida pela pessoa jurídica e a classificação contábil adotada para as receitas, 
consideradas as exclusões, deduções e isenções permitidas pela legislação, conforme a Lei nº. 
9.718, de 1998, arts. 2 e 3, a Lei nº. 10.637, de 2002, art. 1, e a Lei nº. 10.883, de 2003, art. 1. 
De acordo com Souza Neves (1997, p. 79), “o Programa de Integração Social (PIS), 
criado pela LC nº. 7/1970 e recepcionado pela CF, em seu art. 239, destina-se a promover a 
integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas”. Atualmente é arrecado 
pela Receita Federal, e as receitas com o PIS, possuem objetivos de financiar o pagamento do 
seguro desemprego e o abono anual para os trabalhadores que percebem em média dois salários 
mínimos. 
Conforme Oliveira et. al. (2013, p. 234), “a Contribuição para Financiamento da 
Seguridade Social (COFINS) foi criada com a finalidade de financiar a seguridade social pela 
Lei Complementar nº. 70/1991 e Lei nº. 8.812/91”. A COFINS foi instituída pela Lei 
Complementar nº. 70 de 30/12/1991. Atualmente é regida pela Lei nº. 9.718/1998 com as 
posteriores alterações possuem a finalidade de Financiamento da Seguridade Social, e como o 
PIS são seus contribuintes as pessoas jurídicas de direito privadas ou equiparadas pela 
legislação do Imposto de Renda, exceto as microempresas e empresas de pequeno porte 
submetidas ao Simples Nacional. 
No âmbito das alíquotas e de acordo com Neves e Viceconti (2016, p. 135), 
As alíquotas das contribuições ao PIS e a COFINS cumulativas, a serem aplicadas 
sobre a base de cálculo, são as seguintes: 
a) PIS: 0,65%; 
b) COFINS: 3% para as pessoas jurídicas em geral; 
 
A incidência cumulativa é aquela em que a cada etapa da cadeia tributária o produto, ou 
mercadoria é tributado indistintamente, sem permissão de crédito. Os tributos PIS e COFINS 
são apurados mensalmente e o pagamento é feito no mês subsequente ao mês de apuração. 
Ambas as contribuições possuem um fim social, tendo como objetivo assegurar os 
interesses da coletividade. Além disso, são apuradas, neste estudo, dentro do regime 
cumulativo, isto é, com base no lucro presumido. O faturamento (receita bruta) é a base de 
cálculo sobre a qual incidirá os percentuais de 3% e 0,65% para a COFINS e o PIS/Pasep, 
respectivamente (NEVES E VICECONTI, 2016). 
 
3.5 ICMS 
 
O Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de 
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) é de 
competência dos Estados e do Distrito Federal, ou seja, somente os Governos dos Estados do 
Brasil e do Distrito Federal têm competência para instituí-lo de acordo com o Art. 55, inciso II, 
da Constituição de 1988 (HARADA, 2017, p. 11). 
Tendo em vista que o ICMS é de competência do estado, o objeto do estudo deste 
imposto restringira ao estado de Santa Catarina. 
 Em Santa Catarina é regulamentado atualmente pelo Decreto nº. 2.870 de 2001, com 
vigência a partir de 01/09/2001, que apresenta atualmente duas formas de apuração de imposto, 
a apuração normal do ICMS e a apuração pelo Simples Nacional, sendo que a primeira forma 
geralmente é utilizada por grandes empresas ou empresas impedidas a optar pelo regime 
simplificado, e a segunda é utilizada por micros e pequenas empresas enquadradas no Simples 
Nacional (SANTA CATARINA, 2001). 
De acordo com o Art. 7º do Regulamento do Imposto de Circulação de Mercadorias, 
considera-se como contribuinte qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com 
habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de 
mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação, ainda que se iniciem no exterior (SANTA CATARINA, 2001). 
 A base de cálculo de modo geral, é o valor da operação com mercadorias, incluindo 
importâncias acessórias, tais como seguros e fretes pagos pelo comprador, excluídos os 
descontos incondicionais, conforme o Art. 22 do RICMS/SC (SANTA CATARINA, 2001). 
Para empresas enquadradas no regime de apuração normal do ICMS, possuem a 
apuração não-cumulativa, ou seja, nas aquisições de mercadorias haverá o aproveitamento de 
crédito de ICMS destacado nas notas fiscais, respeitando as normas legais, e nas saídas de 
mercadorias haverá o destaque de ICMS, conforme a alíquota do produto comercializado e o 
destino da mercadoria. 
Segundo o Art. 26 do RICMS/SC 2001 as Alíquotas do ICMS são as seguintes: 
Art. 26. As alíquotas do imposto, nas operações e prestações internas e interestaduais, 
inclusive na entrada de mercadoria importada e nos casos de serviços iniciados ou 
prestados no exterior, são: 
I - 17% (dezessete por cento), salvo quanto às mercadorias e serviços relacionados 
nos incisos II e III; [...] (SANTA CATARINA, 2001). 
 
 Portanto, a alíquota do IMCS/SC é de 17% conforme o regulamento acima referido. 
 
3.6 Obrigações acessórias: contabilidade ou livro caixa 
 
Oliveira et al (2015, 2012) afirma que, 
A empresa que optar por não manter escrituração contábil (procedimento não 
recomendado) deverá manter livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a 
movimentação financeira, inclusive bancária. Esse livro não precisa ser registrado e 
poderá ser escriturado por processamento de dados. A escrituração poderá ser mensal, 
desde que os lançamentos se reportem à movimentação diária. 
 
Assim, a empresa optante pelo regime de tributação com base no lucro presumido deverá 
manter escrituração contábil nos termos da legislação comercial; Livro Registro de Inventário, 
no qual deverão constar registrados os estoques existentes no término do ano-calendário. 
 
3.7 Tabela de percentuais para comércio 
 
Como este trabalho se limita ao planejamento tributário de um restaurante com 
faturamento anual de até R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), foi elaborada com base 
no que foi apresentado nos itens acima, uma tabela com os impostos e os referidos percentuais 
e alíquotas, para a atividade comercial, no qual o restaurante se enquadra, veja: 
QUADRO 3 – PERCENTUAIS PARA COMÉRCIO 
IMPOSTOS PERCENTUAL DE 
PRESUNÇÃO 
ALÍQUOTA PERCENTUAL 
DIRETO 
IRPJ (trimestral) 8% 15% 1,2% 
CSLL (trimestral) 12% 9% 1,08% 
PIS (mensal) 0,65% 0,65% 
COFINS (mensal) 3% 3% 
ICMS (mensal) 17% 17% 
Fonte: elaborado pelo pesquisador com os dados da pesquisa. 
 
Multiplicando o percentual de presunção sobre a alíquota, é possível ter o resultado do 
percentual direto do tributo, conforme disponibilizado no quadro acima. No qual, facilita na 
hora de recolher o IRPJ e o CSLL. 
 
4 SIMULAÇÃO E CÁLCULO DOS REGIMES TRIBUTÁRIOS EM ESTUDO 
 
Com objetivo de coletar informações, para interpretação e realização da análise e 
discussão dos resultados, foi realizado simulações sobre o faturamento de um restaurante, 
denominado “Restaurante X”, tanto pela forma de tributação do simples nacional como pelo 
lucro presumido. A empresa simulada tem receita anual de R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta 
mil reais), e os tributos vinculados a folha de pagamento da empresa não serão analisados. 
 Conforme já demonstrado no tópico 2.4 deste artigo, o cálculo do recolhimento do 
Simples Nacional foi alterado em 2018, no qual foi apresentado o novo cálculo segundo o 
Sebrae, denominando o resultado como alíquotaefetiva. 
 Este novo cálculo apresenta-se da seguinte forma: 
 (Rbt12 x Alíquota) - PD 
 Rbt12 
 Fonte: Sebrae (2018). 
 Portanto, multiplicando a receita bruta acumulada nos dozes meses anteriores, sobre a 
alíquota do anexo referente a atividade econômica e o faturamento da empresa, subtraindo a 
parcela a deduzir conforme o anexo, e dividindo este valor sobre o a receita bruta acumulada 
nos dozes meses anteriores, chegará no resultado da alíquota efetiva, que será a alíquota que o 
contribuinte usará para o recolhimento mensal do DAS de sua empresa. 
 Pelo fato de o “Restaurante X” ter o faturamento anual de R$ 360.000,00 (trezentos e 
sessenta mil reais), e como base o anexo I da Lei Complementar 123/2006, este faturamento 
enquadra-se na 2ª faixa do anexo, tendo como alíquota 7,30%, e R$ 5.940,00 (cinco mil 
novecentos e quarenta reais) em valor a deduzir. Veja: 
 
 (360.000,00 x 7,3%) – 5.940 = 5,65 % (alíquota efetiva) 
 360.000,00 
 Fonte: elaborado pelo pesquisador com os dados da pesquisa. 
 
Considerando que o “Restaurante X” esteja faturando R$ 30.000,00 (trinta mil reais) 
por mês, o valor a ser recolhido sobre o DAS, será de R$ 1.695,00 (um mil seiscentos e noventa 
e cinco reais), totalizando um montante de R$ 20.340,00 (vinte mil trezentos e quarenta reais) 
de recolhimento anual pelo simples nacional. 
O cálculo pelo lucro presumido para a empresa no ramo de comércio, utilizando o 
quadro 3 do estudo, classifica o percentual direto para cálculo do IR em 1,20% (um vírgula 
vinte por cento), 1,08% (um vírgula zero oito por cento) para a CSLL, e as alíquotas cumulativas 
da COFINS em 3% (três por cento) e para o PIS em 0,65% (zero vírgula sessenta e cinco por 
cento). 
Considerando as vendas mensais de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), da qual resulta nos 
impostos e contribuições no valor de R$ 1.080,00 (um mil e oitenta reais) para o IRPJ, R$ 
972,00 (novecentos e setenta e dois reais) para a CSLL, ambos recolhidos trimestralmente, e 
R$ 900 ,00 (novecentos reais) para o COFINS e R$ 195,00 (cento e noventa e cinco reais) para 
o PIS, ambos recolhidos mensalmente, totalizando R$ 21.348,00 (vinte e um mil trezentos e 
quarenta e oito reais) por ano. 
O “Restaurante X” não possui o adicional de IR, pois o faturamento trimestral é R$ 
90.000,00 (noventa mil reais) e aplicando o percentual de presunção de 8% (oito por cento) 
para o comércio, resulta na base de cálculo do IR de R$ 7.200,00 (sete mil e duzentos reais), 
ficando assim inferior a base trimestral de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), desta forma não 
possui a tributação do adicional sobre o excesso pela alíquota de 10% (dez por cento) de IR. 
Para empresas do ramo de comércio optantes pelo Lucro Presumido possuem também 
a apuração do ICMS, conforme cálculos do quadro 5. 
 
QUADRO 5 – APURAÇÃO ICMS/SC – RESTAURANTE X 
 RECEITAS AQUISIÇÕES Alíquota Apuração do ICMS ICMS a 
 VENDAS COMPRAS ICMS Débito Crédito recolher 
MENSAL 30.000,00 15.000,00 17,00% 5.100,00 2.550,00 2.550,00 
ANUAL 360.000,00 180.000,00 61.200,00 30.600,00 30.600,00 
Fonte: elaborado pelo pesquisador com os dados da pesquisa. *valores em reais 
No quadro 5, efetua-se o cálculo do ICMS/SC, considerando as vendas projetadas no 
valor mensal de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), as compras no valor de R$ 15.000,00 (quinze 
mil reais), com a aplicação da alíquota de ICMS de 17% (dezessete por cento) sobre ambos os 
valores, resulta no ICMS a recolher no valor de R$ 2.550,00 (dois mil quinhentos e cinquenta 
reais) mensal, e totalizando no ano R$ 30.600,00 (trinta mil e seiscentos reais). 
No exemplo proposto, do “Restaurante X”, ocorre o recolhimento aos cofres públicos 
dos tributos, pelo Simples Nacional a quantia de R$ 20.340,00 (vinte mil trezentos e quarenta 
reais) e pelo Lucro Presumido a quantia de R$ 51.948,00 (cinquenta e um mil novecentos e 
quarenta e oito reais), resultando em uma diferença de R$ 31.608,00 (trinta e um mil seiscentos 
e oitos reais). 
 
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
 
Portanto ficou explícito que a melhor forma de tributação para restaurantes com 
faturamento com o teto de até R$ 360.000.00 (trezentos e sessenta mil reais) é o simples 
nacional, pois a diferença de recolhimento pelo lucro presumido é exorbitante. 
Durante a pesquisa ficou possível perceber que não é somente a diferença recolhida que 
faz com que o simples nacional seja o mais adequado neste caso, mas também a facilidade do 
recolhimento dos tributos mensalmente por meio do DAS (Documento de arrecadação do 
simples nacional). No lucro presumido os tributos são recolhidos separadamente, uns por 
trimestre e outros por mês, fazendo com que o responsável pelo recolhimento de impostos da 
empresa tenha um trabalho muito maior. 
Visto que no processo de elaboração deste artigo foram citadas várias leis ao que 
concerne sobre estes dois regimes de tributação, e nota-se que há muitas alterações de leis. Por 
exemplo, a forma de recolhimento do simples nacional foi alterada em 2018, para o modelo de 
alíquota efetiva. Conforme o Sebrae (2018), esta mudança poderá diminuir ou aumentar a carga 
tributária para algumas empresas. 
Considerando estes fatores, é de suma importância a realização de um planejamento 
tributário nas empresas que precisam reduzir seus gastos com tributos, ao invés de realizar 
algum tipo de evasão fiscal, correndo o risco de ser preso. O planejamento tributário tem 
eficácia em qualquer empresa, pois faz com que o empresário tenha certeza de que o regime 
tributário escolhido é ou não o mais adequado. 
 
 
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
Este trabalho teve como origem de pesquisa, o fato de o pesquisador ser sócio 
proprietário de um restaurante na cidade de Joinville/SC. Portanto, verificou a necessidade dos 
pequenos empresários de um planejamento tributário em suas empresas. 
A formulação desta pesquisa tem como projeto a elaboração de um artigo científico, o 
qual trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, com aspectos quantitativos. Com a 
abordagem qualitativa será buscado averiguar cada uma das formas e faces reais que não se 
pode mensurar. Para Silva (2008, p.31) “investigação qualitativa como aquela que trabalha 
predominantemente com dados qualitativos, isto é, os dados coletados pelo investigador que 
não necessariamente expressos por números”. E no tocante a abordagem quantitativa, segundo 
Silva (2008, p.28), “o termo quantitativo significa quantificar opiniões, dados, na forma de 
coleta de informações”. No entanto com o método quantitativo, busca-se a total realidade dos 
fatos referente à empresa pesquisada, por conter uma abordagem maior das demonstrações da 
empresa pesquisada objetivamente. 
Para a realização desta pesquisa quanto aos procedimentos delineados e a obtenção de 
dados, a pesquisa será do tipo bibliográfica, onde serão analisadas as referências a respeito do 
assunto em livros, jornais, revistas e internet e outros meios de comunicação pertinentes. De 
acordo com Gil (2018, p. 28), “A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já 
publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como 
livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos”. 
Ainda, a pesquisa será documental, que conforme Gil (2018, p. 28), “vale-se de toda 
sorte de documentos, elaborados com finalidades diversas, tais como assentamento, 
autorização, comunicação etc”. Entende-se que os documentos podem ser elucidativos e, da 
mesma forma, mostrar a complexidade e atualidade das quais o tema se reveste. 
Diante disso, propende-se para o método indutivo, que exatamente após analisar alguns 
fatos tem-se um posicionamento. Nesse tocante Marconi e Lakatos (2014, p. 110) esclarece que 
o “método indutivo - cuja aproximação dos fenômenos caminha geralmente para planos cadavez mais abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e teorias”. Portanto, o 
objetivo dos argumentos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das 
premissas nas quais se baseiam. 
A pesquisa será explicativa pois pretende mostrar as relações causais entre as variáveis. 
Para Marconi e Lakatos (2011) essa prática visa ampliar generalizações, definir leis mais 
amplas, estruturar e definir modelos teóricos, relacionar hipóteses em uma visão mais unitária 
do universo ou âmbito produtivo em geral e gerar hipóteses ou ideias por força de dedução 
lógica. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O presente trabalho teve como objetivo estudar a importância do planejamento tributário 
com uma ferramenta que auxilia a reduzir o valor dos impostos, de forma lícita. A alta carga 
tributária, que vem causando sérios problemas às empresas, tornou-se o elemento crítico e mais 
custoso para as organizações, levando, até mesmo, algumas empresas à falência e fazendo com 
que outras se tornassem obrigadas a tomar medidas drásticas em sua gestão para melhor 
administração dos seus onerosos custos tributária. 
Neste contexto, é de suma importância efetuar um estudo e uma análise sobre quais os 
sistemas de tributação existentes, qual é o mais eficaz para sua necessidade e o que a empresa 
pode fazer, respeitando a legitimidade da lei, para diminuir seus custos com tributos, mantendo 
seu crescimento e continuidade empresarial. 
Considerando as análises realizadas, ficou comprovado que o regime tributário mais 
vantajoso é o Simples Nacional, nas simulações realizadas foi o que gerou o menor valor de 
tributos a serem pagos, portanto o regime tributário Simples Nacional é o mais adequado para 
restaurantes cujo faturamento não ultrapasse R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) 
anual. 
Foram analisadas simulações sobre o faturamento das empresas, e a incidência dos 
tributos, visto que, entre as duas formas de tributação analisadas, existem diferenças no valor 
recolhido do ICMS. No Simples Nacional, este tributo já está incluso no DAS, e no Lucro 
Presumido é recolhido separadamente, e na análise realizada, observou-se que se tem uma 
grande diferença a ser paga no final das contas. 
A constante alteração na legislação tributária brasileira requer que um novo 
planejamento tributário seja realizado anualmente, sendo esta a principal sugestão deixada aos 
empresários. 
Conclui-se que, o Planejamento tributário é uma ferramenta para auxiliar a obter 
economia de impostos, diminuindo a quantidade de desembolsos financeiros entregues ao 
governo, preservando esse capital para o desenvolvimento dos negócios, sem deixar de atender 
ás necessidades sociais relativas aos tributos. Finalizando, essa pesquisa abre caminho para 
novos estudos, comparando outros regimes de tributação e outros segmentos empresariais. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ANDRADE FILHO, Edmar Oliveira. Imposto de Renda das Empresas. São Paulo: Atlas, 
2016. 
ANDRADE, Marcio Roberto. Por que as empresas quebram. Disponível em: 
. Acesso em: 17 out. 2018. 
BRASIL. Advocacia Geral da União. Lei n. 12.973, de 13 de maio de 2014. Disponível em: 
. Acesso em: 4 
set. 2018. 
BRASIL. Casa Civil da Presidência da República. Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. 
Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006. Disponível em: 
. Acesso em: 11 ago. 2018. 
BRASIL. Decreto n. 3.000, de 26 de março de 1999. Regulamenta a tributação, fiscalização, 
arrecadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. 
Ministério da Fazendo. Brasília. Disponível em: 
. Acesso em: 26 ago. 2018. 
BRASIL. Decreto n. 7.212, de 15 de junho de 2010. Regulamenta a cobrança, fiscalização, 
arrecadação e administração do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI. Ministério da 
Fazendo. Brasília. Disponível em: . Acesso em: 25 ago. 2018. 
BRASIL. Ministério da Fazenda. Lei n. 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Disponível em: 
. Acesso em: 26 ago. 2018. 
BRASIL. Ministério da Fazenda. Lei n. 9.718, de 27 de novembro de 1998. Disponível em: 
. Acesso em: 26 ago. 2018. 
BRASIL. Ministério da Previdência Social. Lei n. 7.689, de 15 de dezembro de 1988. 
Disponível em: . Acesso em: 5 set. 
2018. 
CHAVES, Francisco Coutinho. Planejamento tributário na prática: gestão tributária. São 
Paulo: Atlas, 2017. 
COMITÊ GESTOR DO SIMPLES NACIONAL. Dispõe sobre o Regime Especial Unificado 
de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de 
Pequeno Porte (Simples Nacional). Resolução CGSN n. 140, de 22 de maio de 2018. 
Disponível em: . Acesso em: 11 set. 2018. 
CREPALDI, Silvio. Planejamento tributário. São Paulo: Saraiva, 2017. 
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2018. 
HARADA, Kiyoshi. ICMS: doutrina e prática. São Paulo: Atlas, 2017. 
LUZ, Érico Eleuterio da. Contabilidade tributária. Curitiba: InterSaberes, 2014. 
MARCONI, Marina de Andrade. LAKATOS; Eva Maria. Metodologia do trabalho 
científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e 
trabalhos científicos. São Paulo: Atlas, 2014. 
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científica. São 
Paulo: Atlas, 2011. 
NEVES, Silvério das; VICECONTI, Paulo E. V. Contabilidade Básica. São Paulo: Saraiva, 
2016. 
OLIVEIRA, Luís Martins de et al. Manual de contabilidade tributária: textos e testes com 
as respostas. São Paulo: Atlas, 2013. 
OLIVEIRA, Luís Martins de et al. Manual de contabilidade tributária: textos e testes com 
as respostas. São Paulo: Atlas, 2015. 
RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Capítulo XII – IRPJ – Lucro Presumido 2018. 
Disponível em: . Acesso em: 26 ago. 2018. 
RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Dispõe sobre a determinação e o pagamento do imposto 
sobre a renda e da contribuição social sobre o lucro líquido das pessoas jurídicas e disciplina o 
tratamento tributário da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins no que se refere às 
alterações introduzidas pela Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014. Instrução Normativa n. 
1.700, de 14 de março de 2017. Disponível em: 
. Acesso em: 4 set. 2018. 
SANTA CATARINA. Secretaria Estadual da Fazenda. Decreto Nº 2.870, de 27 de agosto de 
2001. Regulamenta o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre 
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação do 
Estado de Santa Catarina. Disponível em: 
. Acesso em: 24 de 
out. de 2018. 
SANTIAGO, Silas. Simples Nacional: O Exemplo do Federalismo Fiscal Brasileiro. São 
Paulo: Saraiva, 2011. 
SANTOS. Cláudio Gerson dos. Lucro Presumido versus Simples Nacional para Indústria, 
Comércio e Serviços. 2008. 103 f. Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) -
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 
SEBRAE. Simples Nacional: Mudanças para 2018. Disponível em: 
. Acesso em: 11 set. 2018. 
SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL. Dispõe sobre a Contribuição para o PIS/Pasep e a 
Cofins, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado em geral. Instrução Normativa n. 
247, de 21 de novembro de 2002. Disponível em: 
. Acesso em: 4 set. 2018. 
SILVA, Antônio Carlos Ribeiro da. Metodologia da pesquisa aplicada à contabilidade: 
orientações de estudos, projetos, artigos, relatórios, monografias, dissertações, teses. São 
Paulo: Atlas, 2008. 
SOUZA NEVES, Luís Fernando. Cofins: contribuição social sobre o faturamento. São Paulo: 
Max Limonad, 1997.

Mais conteúdos dessa disciplina