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PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: SIMPLES NACIONAL x LUCRO PRESUMIDO PARA RESTAURANTES CUJO FATURAMENTO NÃO ULTRAPASSE R$ 360.000,00/ANUAL Eduardo Ferrari Veiga 1 Daniel de Oliveira2 Resumo: O presente artigo trata da análise, através de um planejamento tributário, do melhor regime de tributação, entre o Simples Nacional e o Lucro Presumido, para o ramo da atividade econômica de restaurantes com faturamento de até trezentos e sessenta mil reais anual. O tema é importante em razão de que, com um planejamento tributário, é possível enquadrar uma empresa adequadamente no regime menos oneroso, o que faz com que diminua seus impostos estando sempre amparada pela legislação em vigor. Considerando como objetivo, a redução da carga tributária recolhida nesta atividade econômica. A pesquisa tem abordagem qualitativa, com aspectos quantitativos, do tipo bibliográfica e documental, com método indutivo e aprofundamento explicativo. Para a realização desse planejamento tributário, foram utilizadas simulações sobre os tributos e impostos de restaurantes que correspondem esse faturamento anual. Com a pesquisa realizada conclui-se que o Simples Nacional é o regime tributário mais adequado para um restaurante com este faturamento em estudo, por conta da redução dos tributos. Além do mais, observa-se a importância do planejamento tributário auxiliando na redução da carga tributária. Palavras-chave: Planejamento Tributário, Simples Nacional, Lucro Presumido. Abstract: The present article deals with the analysis, through a tax planning, of the best taxation regime, between Simples Nacional and Presumed Profit, for the economic activity of restaurants with billing of up to three hundred and sixty thousand reais annually. The issue is important because, with tax planning, it is possible to fit a company properly into the less costly regime, which causes it to reduce its taxes being always supported by the legislation in force. Considering as objective, the reduction of the tax burden collected in this economic activity. The research has a qualitative approach, with quantitative aspects, of the bibliographical and documentary type, with inductive method and explanatory deepening. For the accomplishment of this tax planning, simulations were used on the taxes and taxes of restaurants that correspond to this annual billing. With the research carried out it is concluded that the National Simples is the most appropriate tax regime for a restaurant with this billing in study, due to the reduction of taxes. Moreover, the importance of tax planning helps to reduce the tax burden. Keywords: Tax Planning, Simples Nacional, Presumed Profit. 1 Estudante da quinta série do Curso de Direito da Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE). 2 Graduado em Ciências Jurídicas, professor da Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE), professor da Associação Catarinense de Ensino (ACE) e Advogado na área de Direito Tributário e Empresarial. INTRODUÇÃO Esse trabalho trata de um planejamento tributário para restaurantes cujo faturamento não ultrapasse R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) anual, realizando uma adequação tributária, como ferramenta de economia de tributos, analisando dois regimes de tributação, o Simples Nacional e o Lucro Presumido. Para que o planejamento tributário seja eficaz é preciso que sejam analisados diversos fatores no processo de elaboração do mesmo, tais como: estudo da legislação em vigor, tipo de atividade prestada pela empresa, averiguação das vantagens e desvantagens nas formas de tributação existentes e saber quais podem ser aplicadas para o tipo específico de empresa; entre outros aspectos que necessitam ser verificados. A legislação tributária se torna cada vez mais extensa e complexa devido às mudanças e criações de novas leis e decretos a todo o momento. Com isso, as empresas necessitam de planos para que tenham seus objetivos específicos e inerentes a elas, estabelecendo melhores maneiras de alcançá-los. O processo de planejamento tributário constitui em uma importante estratégia para as organizações, pois através da identificação dos custos tributários pode aumentar a lucratividade ou corrigir o rumo das ações com agilidade tornando-se mais competitiva no mercado. Nesse contexto, “sua finalidade tem como base evitar a incidência tributária, com o intuito de prevenir a ocorrência do fato gerador do tributo, minimizando, assim, seu montante, no sentido de reduzir a alíquota ou a base de cálculo” (CREPALDI, 2017, p. 3). Assim, a sociedade empresária que reduzir de forma eficaz a incidência tributária, obter resultados operacionais crescentes e duradouros e utilizar as oportunidades que a legislação tributária apresenta será eficiente tributariamente. Ainda conforme Crepaldi (2017, p. 3), “a realidade tributária brasileira tornou-se notoriamente complexa, ao trazer um custo financeiro enorme às empresas e constante insegurança aos empresários, que não tem a certeza de estar cumprindo com as obrigações exigidas pelo Fisco”. O volume de impostos existente no sistema tributário brasileiro intensifica a necessidade de planejamento das empresas, em especial das micro e pequenas empresas, que ao longo dos anos vem adquirindo uma importância crescente no Brasil, tornando relevante seu papel socioeconômico no cenário nacional. Diante da atual crise do cenário brasileiro, as empresas se veem obrigadas a repensar e a reformular suas estratégias de trabalho, a fim de reduzir custos e otimizar seus processos, sendo assim cabe ressaltar a importância de se escolher o regime tributário que melhor se adeque a suas necessidades financeiras. Para que essa adequação correta de regime tributário seja atingida, este artigo tem como objetivos específicos desenvolver um estudo a respeito do planejamento tributário, apresentar a sistemática de tributação do Simples Nacional e do Lucro Presumido e comparar, através de uma simulação de caso, as formas de tributação citadas anteriormente. No final, por meio dos resultados obtidos no estudo de caso, será apontada a melhor forma de tributação para um restaurante, bem como os fatores que influenciaram diretamente esses resultados. 1 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Considerando que esse trabalho realiza um estudo de caso comparativo entre dois sistemas de tributação, faz-se necessário saber inicialmente o que é planejamento tributário. Conforme Chaves (2017, p. 3), “o planejamento tributário é o processo de escolha de ação, não simulada, anterior à ocorrência do fato gerador, visando direta ou indiretamente à economia de tributos”. É sabido que os tributos (impostos, taxas e contribuições) representam importante parcela dos custos e/ou despesas das empresas, senão a maior. Com a globalização da economia, tornou-se questão de sobrevivência empresarial a correta administração do ônus tributário. Três são as finalidades do planejamento tributário: evitar a incidência do fato gerador do tributo; reduzir o montante do tributo, sua alíquota ou reduzir a base de cálculo do tributo; retardar o pagamento do tributo, postergando (adiando) o seu pagamento, sem a ocorrência da multa. O caráter preventivo do planejamento tributário decorre do fato de não ser permitido escolher alternativas senão antes de se concretizar a situação. Após a concretização dos fatos, via de regra, somente se apresentam duas alternativas para o sujeito passivo da relação jurídico- tributária: pagar ou não pagar o tributo decorrente da previsão legal descrita como fato gerador. A alternativa de não pagar se caracterizará como prática ilícita, sujeitando-se a empresa à ação punitiva do Estado, caso este venha a tomar conhecimento de tal prática. Portanto conforme Chaves (2017 p. 5), O planejamento tributário exige uma soma deconhecimentos, tais como o contábil e o jurídico. Contábil porque, além da intimidade com a legislação fiscal, o profissional consegue com mais facilidade identificar no processo operacional da empresa os fatos geradores de tributos. O advogado, com seu conhecimento jurídico, consegue identificar na legislação tributária as oportunidades de redução da carga tributária. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em 2015 22,8% dos negócios não sobrevivem ao primeiro ano de funcionamento no país, enquanto 52,5% quebraram antes de completar cinco anos (ANDRADE, 2017). Atualmente, são numerosas as empresas que se encontram em situação desfavorável no aspecto financeiro, por uma série de motivos: crise mercadológica, instabilidade política de nossa país, afastamento de investidores, e principalmente por não ter um bom planejamento, seja financeiro, tributário ou estratégico. Diante deste cenário torna-se importante a aplicação de um bom planejamento tributário, pois a finalidade principal de um bom planejamento tributário, é sem dúvida, a redução de tributos, sem infringir a legislação, gerando assim economia tributária evitando perdas desnecessárias para a empresa. De acordo com Crepaldi (2017, p. 5) “o primeiro passo para elaborar um planejamento tributário consiste na definição do melhor regime tributário para a empresa: lucro real, lucro presumido ou arbitrado, Simples Nacional ou valores fixos (empreendedor individual)”. Portanto, neste trabalho será abordado duas opções de regimes tributários, o Simples Nacional e o Lucro Presumido, para empresas do segmento de restaurantes. 1.1 Enquadramento – Restaurantes em comércio Considerando que o trabalho propõe analisar qual regime tributário é legalmente mais adequado e menos oneroso, para a atividade de restaurantes com faturamento anual de até 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), faz-se necessário saber em qual atividade econômica os restaurantes se enquadram. As principais atividades econômicas estão agrupadas como serviços, comércio ou indústria. Esse ponto é importante, pois a sua caracterização econômica determina quais são os impostos, bases e entes que fiscalizam a atividade. Ao se fazer um Planejamento Tributário, esse deve ser o ponto inicial. Portanto, pela lógica, restaurante seria uma atividade industrial, pois com a mão de obra gastronômica e determinados insumos, é possível fazer a transformação destes, em alimentos, podendo ser vendido, em refeições, denominado alimento preparado. Porém, o regulamento do IPI, exclui essa atividade dentre as atividades industriais. Conforme explana o Art. 5º Inciso I, do Decreto nº 7.212/2010. Art. 5o Não se considera industrialização: I - o preparo de produtos alimentares, não acondicionados em embalagem de apresentação: a) na residência do preparador ou em restaurantes, bares, sorveterias, confeitarias, padarias, quitandas e semelhantes, desde que os produtos se destinem a venda direta a consumidor; ou [...] (BRASIL, 2010). Então, conforme disposto no Decreto nº 7.212/2010, em seu art. 5º, restaurantes e similares, não são considerados indústrias, e por não ter lógica ser classificado como atividade de serviços, a atividade de restaurantes é classificado como comércio. 1.2 Necessária distinção entre Elisão e Evasão fiscal A elisão fiscal é o meio aplicado pelo contribuinte para ter um menor impacto tributário, tendo a escolha de recorrer a um ato ou negócio jurídico real, autêntico, sem a manifestação de vontades ou interesses próprios. É um método legal, que provavelmente contribuirá se de fato for bem efetuada, para a diminuição da carga tributária (OLIVEIRA et al., 2013). Luz (2014, p.67) discorre que “considera-se elisão fiscal a economia lícita de tributos, pois esse conceito implica que se evite por um ato legal a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária”. Já a evasão fiscal são as circunstâncias onde se utiliza de meios ilícitos para buscar a descaracterização do fato gerador do tributo. O contribuinte busca na evasão fiscal, anteriormente ou posteriormente da sujeição a uma possibilidade tributária negativa, como forma de esconder a sua conduta errônea (OLIVEIRA et al., 2013). Conforme Luz (2014, p.67), “a evasão, por outro lado, caracteriza-se pelo não pagamento de tributos, mesmo tendo ocorrido o fato gerador”. A distinção se dá através do que se pretende alcançar, tendo em mente que a operação que ocorreu antes do fato gerador de forma lícita é denominada elisão fiscal, todavia a evasão é quando ocorre após o fato gerador com o intuito de omissão, o que é ilícito. A evasão fiscal está prevista e capitulada na Lei n° 8.137 de 1990 - Lei dos Crimes contra a Ordem Tributária, Econômica e Contra as Relações de Consumo. A referida lei, define que constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo mediante as condutas discriminadas no seu texto, tendo como pena até 5 (cinco) anos de reclusão e multa. 2 SIMPLES NACIONAL O regime tributário Simples Nacional foi criado pela Lei Complementar nº. 123 de 14/12/2006, publicado no Diário Oficial da União em 15/12/2006, sendo que esta institui o estatuto da microempresa e empresa de pequeno porte, estabelecendo normas sobre o tratamento diferenciado e favorecido, e o regime especial unificado de arrecadação de tributos e contribuições a serem aplicados no domínio das legislações civil e tributária, no plano da administração pública municipal, estadual, do distrito federal e da União. O Simples Nacional (Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) conforme Andrade Filho (2016, p. 600), “Constitui-se em uma forma simplificada e unificada de recolhimento de tributos, por meio da aplicação de percentuais favorecidos e progressivos, incidentes sobre uma única base de cálculo, a receita bruta”. Regime criado com o objetivo de unificar a arrecadação dos tributos e contribuições devidos pelas micro e pequenas empresas brasileiras, nos âmbitos dos governos federal, estaduais e municipais. O regime especial de arrecadação não é um tributo ou um sistema tributário, mas uma forma de arrecadação unificada dos oito tributos. Como se observa, a instituição do Simples Nacional é uma tentativa do governo em simplificar a apuração e recolhimento de tributos pelas empresas. 2.1 Enquadramento da Lei Complementar 123/2006 Uma vez que a lei do Simples Nacional foi criada para favorecer as microempresas e as empresas de pequeno porte, faz-se necessário definir essas duas classificações. No art. 3º da Lei Complementar nº 123/2006, tem-se a definição de microempresa e empresa de pequeno porte: Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e II - no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). (Redação dada pela Lei Complementar nº 155, de 2016) § 1º Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste artigo, o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionaisconcedidos (BRASIL, 2006). Portanto, conclui-se que o limite para enquadramento como microempresa é de R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), enquanto que, para enquadramento como empresa http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/2002/L10406.htm#art966 http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/2002/L10406.htm#art966 de pequeno porte, a empresa deve auferir receita bruta anual superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). A receita bruta para enquadramento no regime em questão é a venda de bens e serviços nas operações de conta própria,3 o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia,4 excluídos os descontos incondicionais concedidos e as vendas canceladas, segundo § 1º, art. 3º da LC nº. 123/2006 (BRASIL, 2006). A opção pelo Simples Nacional deve ser efetuada até o último dia útil do mês de janeiro, e tem efeito retroativo ao primeiro dia do ano, é efetuado pela internet no sítio da Receita Federal do Brasil, conforme § 2º, art. 16 da LC nº 123/2006 (BRASIL, 2006). Para empresas em início de atividade, o prazo para solicitação de opção é de 30 dias contados do último deferimento de inscrição (municipal ou estadual, caso exigíveis), desde que não tenham decorridos 180 dias da data de abertura constante do CNPJ. Quando deferida, a opção produz efeitos a partir da data da abertura do CNPJ, de acordo com o art. 2º, IV, art. 6º, § 5º, I, § 7º, da Resolução CGSN nº 140, de 2018 (COMITÊ GESTOR DO SIMPLES NACIONAL, 2018). Assim, após esse prazo, a opção somente será possível no mês de janeiro do ano- calendário seguinte. A opção pelo Simples Nacional é irretratável para todo o ano-calendário, podendo a optante solicitar sua exclusão, por opção, com efeitos para o ano-calendário subsequente. 2.2 Empresas Permitidas e Impedidas Conforme diz Oliveira et al (2015, p. 406), “Podem optar pelo Simples Nacional as ME e EPP que preencham os requisitos previstos na lei e se enquadrem nas definições da Lei Complementar no 123, desde que não exerçam nenhuma atividade impeditiva de participar do regime”. Portanto, para ser optante pelo Simples Nacional, a empresa não pode exercer atividade impeditiva, ainda que exerça ao mesmo tempo atividade permitida. As empresas com atividades que possuem códigos na tabela de Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) que abrangem ao mesmo tempo atividades impeditivas e permitidas ao Simples Nacional (CNAE ambíguas) poderão ser optantes do Simples Nacional, 3 Operação em conta própria, ocorre nas operações de compra e venda comuns, ou seja, quando a empresa compra as mercadorias para depois revendê-las. 4 Operação em conta alheia, ocorre nas operações que a empresa não compra a mercadoria, as recebe em consignação e após vende-las repassa o valor principal à empresa consignante. desde que, ao fazer a opção pelo regime, declarem que exercem exclusivamente atividades permitidas, conforme § 3º do art. 8º da Resolução CGSN nº 140 de 2018 (COMITÊ GESTOR DO SIMPLES NACIONAL, 2018). Para fins de enquadramento na condição de ME ou EPP, deve-se considerar o somatório das receitas brutas de todos os estabelecimentos. O simples fato de uma empresa obter receitas anuais que a classifique como ME ou EPP, não é garantia suficiente para usufruir do tratamento jurídico favorecido e diferenciado de que trata a lei do Simples Nacional. No § 4º, art. 3º, da referida lei, não poderá optar pelo Simples a pessoa jurídica: Art. 3º [...], §4º [...] I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica; II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior; III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo; VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica; VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar; IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores; X - constituída sob a forma de sociedade por ações. XI - cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante do serviço, relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade (BRASIL, 2006). Segundo Santiago (2011, p. 58), “Tais dispositivos têm objetivo claro: impedir que empresas com receita bruta maior do que o limite da lei obtenham os benefícios dela decorrentes”. Ainda sobre o art. 3º, em seu § 6º, verifica-se que a pessoa jurídica que incorrer em um dos casos listados acima será excluída do tratamento jurídico e do sistema de recolhimento de tributos dispensados às microempresas e empresas de pequeno porte (BRASIL, 2006). 2.3 Recolhimento e Abrangência De acordo com a Lei Complementar 123/2006, o Simples Nacional é um regime de arrecadação facultativo ao contribuinte, o qual possui apuração mensal e proporciona o recolhimento de oito tributos em um único documento denominado DAS - Documento de Arrecadação do Simples Nacional. O pagamento deve ser efetuado nas agências autorizadas e os tributos abrangidos segundo o art. 13 da referida lei supracitada são: Art. 13 [...] I - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); II - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); V - Contribuição para o PIS/Pasep; VI - Contribuição Patronal Previdenciária (CPP); VII - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); VIII - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) (BRASIL, 2006). O Simples Nacional não inclui alguns impostos e contribuições que serão devidos na qualidade de contribuinte ou responsável, observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas, portanto conforme o §1º do art. 13 da Lei Complementar 123/2006, o recolhimento na forma do Simples Nacional não exclui a incidência dos seguintes tributos, que são recolhidos separadamente: Art. 13 [...], §1º [...] I - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF; II - Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros - II; III - Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou Nacionalizados - IE; IV - Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR; V - Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda fixa ou variável; VI - Imposto de Renda relativo aos ganhos de capital auferidos na alienação de bens do ativo permanente; VII - ContribuiçãoProvisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF; VIII - Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; IX - Contribuição para manutenção da Seguridade Social, relativa ao trabalhador; X - Contribuição para a Seguridade Social, relativa à pessoa do empresário, na qualidade de contribuinte individual; XI - Imposto de Renda relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela pessoa jurídica a pessoas físicas; XII - Contribuição para o PIS/Pasep, Cofins e IPI incidentes na importação de bens e serviços; XIII - ICMS devido (BRASIL, 2006). Os tributos relacionados no §1º do art. 13 da LC 123/2006, serão recolhidos pelas empresas optantes pelo Simples Nacional normalmente, igual aos demais contribuintes. 2.4 Cálculo e Alíquotas de Recolhimento O art. 18 da Lei Complementar nº 123/2006 mostra como será definido o valor devido pelas microempresas e empresas de pequeno porte que fazem parte do Simples Nacional. Segue o referido artigo: Art. 18. O valor devido mensalmente pela microempresa ou empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional será determinado mediante aplicação das alíquotas efetivas, calculadas a partir das alíquotas nominais constantes das tabelas dos Anexos I a V desta Lei Complementar, sobre a base de cálculo de que trata o § 3o deste artigo, observado o disposto no § 15 do art. 3o. (Redação dada pela Lei Complementar nº 155, de 2016) § 1o Para efeito de determinação da alíquota nominal, o sujeito passivo utilizará a receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao do período de apuração (Redação dada pela Lei Complementar nº 155, de 2016) (BRASIL, 2006). A receita bruta abrange o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. Segundo o Sebrae (2018), pela regra da legislação antiga, bastava o contribuinte apurar sua faixa de faturamento e aplicar a alíquota nela prevista. A partir de 2018, não é mais aplicada uma alíquota simples sobre a receita bruta mensal. A alíquota a ser paga dependerá de um cálculo que leva em consideração a receita bruta acumulada nos doze meses anteriores e o desconto fixo. O resultado desse novo cálculo foi denominado alíquota efetiva. Veja: (Rbt12 x Alíquota) - PD Rbt12 Rbt12: receita bruta acumulada nos dozes meses anteriores. Aliq.: alíquota nominal de acordo com os Anexos I a V. PD: parcela a deduzir de acordo com os Anexos I a V. Fonte: Sebrae (2018) Essas mudanças poderão aumentar ou reduzir a carga tributária para algumas empresas (SEBRAE, 2018,). Conforme Oliveira et al (2015, p. 411), “Para fins do cálculo do Simples Nacional é preciso segregar a receita bruta mensal para fins de pagamentos dos tributos, pois para cada tipo haverá́ uma tabela a ser aplicada”. Dessa maneira, as ME e as EPP optantes pelo Simples Nacional deverão considerar, destacadamente, mensalmente e por estabelecimento, conforme o caso aplicando a alíquota prevista nos seguintes anexos da Lei Complementar: Anexo I – comércio (lojas em geral); Anexo II – fabricas/industrias e empresa industriais; Anexo III - receitas de locação de bens móveis e de prestação de serviços não relacionados no § 5o-C do art. 18 desta Lei Complementar; Anexo IV - Empresas que fornecem serviço de vigilância, limpeza, obras, construção de imóveis; Anexo V - Receitas decorrentes da prestação de serviços relacionados no § 5o-I do art. 18 desta Lei. Como este trabalho limita-se ao planejamento tributário de um restaurante com faturamento anual de até R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), será destacada apenas a tabela relativa ao Anexo I (comércio), que é o anexo que tributa a referida atividade. QUADRO 1 - Anexo I (Vigência: 01/01/2018) Fonte: Lei Complementar No 123, de 14 de Dezembro de 2006 (BRASIL, 2006). Uma vez que o Simples Nacional é a junção, para apuração e arrecadação, de oito tributos administrados pela União e seus entes federativos, é certo que cada um desses impostos e contribuições possui um percentual que, quando somados, formam a alíquota a ser aplicada sobre a base de cálculo a fim de determinar o valor devido ao fisco. 3 LUCRO PRESUMIDO A legislação tributária mostra que o lucro presumido é uma forma de tributação simplificada para determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSLL das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas, no ano-calendário, à apuração do lucro real. O regime de tributação pelo lucro presumido é muito utilizado, por ser considerado mais simples e também por exigir menos documentação. Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$) 1a Faixa Até 180.000,00 4,00% - 2a Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,30% 5.940,00 3a Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 9,50% 13.860,00 4a Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,70% 22.500,00 5a Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,30% 87.300,00 6a Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19,00% 378.000,00 Conforme Crepaldi (2017, p. 172), Recebe o nome de presumido exatamente porque nesse regime o Imposto de Renda (IR) não é calculado sobre o lucro efetivo. Tanto o IRPJ como a CSLL são calculados sobre uma base presumida de lucro, que é um determinado percentual da receita bruta. A característica desta modalidade é de que elas são aplicadas sobre um lucro que se presume, que constituirá a base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Segundo Andrade Filho (2016, p. 420), o Lucro Presumido tem a base de cálculo determinada pela aplicação de um percentual sobre o montante da receita bruta decorrente da venda de mercadorias e de serviços, e acrescido de outras receitas e ganhos de capital, apurados na forma da lei. O cálculo é feito em períodos trimestrais que se encerram em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro (CREPALDI, 2017, p. 172). Sendo assim, verifica-se que o lucro presumido é uma espécie de regime tributário estabelecido e normatizado por meio de dispositivos legais no que se refere à opção e à base de cálculo, por exemplo. Através da sistemática do lucro presumido e da receita bruta auferida pela pessoa jurídica, consegue-se aferir a base de cálculo e, por fim, o valor do imposto de renda devido. 3.1 Enquadramento do Lucro Presumido As empresas para optar pela forma de tributação do Lucro Presumido, conforme a Lei nº. 9.718 de 27 de novembro de 1998 (redação dada pela Lei nº 12.814, de 2013), devem possuir o seu faturamento anual igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais), ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior. E, também, que não estejam obrigadas à tributação pelo Lucro Real (CREPALDI, 2017, p. 173). O exercício da opção pelo pagamento trimestral pelo Lucro Presumido será manifestado com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-calendário e será definitivo para todo o ano-calendário conforme o § 1º do art. 13 da Lei nº 9.718/1998 (BRASIL, 1998) e § 2º do art. 214 da IN RFB nº 1.700/2017 (RECEITA FEDERAL DO BRASIL, 2017). A pessoa jurídica que houver iniciado atividade a partir do segundo trimestre manifestará a opção pelo Lucro Presumido com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido relativa ao período de apuração do início de atividade. Conforme a Receita Federal do Brasil, estão vetadas de optar pelo Lucro Presumido, aquelas pessoas jurídicas que, por determinação legal, estão obrigadas à apuração do lucro real, a seguir: a) cuja receita total, no ano-calendário anterior,tenha excedido o limite de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou de R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses. b) cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguro privado e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; c) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; d) que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto de renda; e) que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado o recolhimento mensal pelo regime de estimativa, na forma prevista no art. 32 da IN RFB nº 1.700, de 2017; f) que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); g) que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio; e h) as pessoas jurídicas que explorem as atividades de compra de direitos creditórios, ainda que se destinem à formação de lastro de valores mobiliários (securitização). As empresas optantes pelo Lucro Presumido, além de outros tributos, recolheram aos cofres federais um percentual sobre a receita tributável referente ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) (SANTOS, 2008, p. 24). Ainda mais, pela estudo tratar de uma atividade comercial, optantes desse regime recolherá o Imposto sobre à Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). 3.2 Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica - IRPJ A base de cálculo para o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) pelo regime do Lucro Presumido será apurada sobre a receita bruta trimestralmente, determinada mediante a alíquota de presunção que se deve aplicar sobre o faturamento da empresa segundo disposto no art. 25, inciso I da Lei nº. 9.430/1996 (BRASIL, 1996). Como neste trabalho, somente será analisado a atividade econômica dos restaurantes, e sendo, estes considerado comércio, a tabela referente aos percentuais e alíquotas do IRPJ, será reduzida à somente esta atividade, conforme abaixo: QUADRO 2 - PERCENTUAIS IRPJ Atividade Econômica Predominante Percentual de Presunção Alíquota do IR Percentual Direto Atividades em geral (RIR/1999, art. 518) 8,0% 15,0% 1,2% Fonte: Receita Federal do Brasil (2018). Conforme o art. 541 do Decreto nº. 3.000 de 26 de março de 1999 a alíquota do imposto de renda que incidirá sobre a base de cálculo é de 15% (quinze por cento) (BRASIL, 1999). A partir de 01/01/2015 ou a contar de 01/01/2014, nos termos do art. 75 da Lei nº 12.973, de 2014, a base de cálculo do imposto de renda sobre o lucro presumido será apurada a partir da receita bruta apurada de acordo com a IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 26 (BRASIL, 2014). O adicional do imposto de renda devido pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido será calculado mediante a aplicação do percentual de 10% (dez por cento) sobre a parcela do lucro presumido que exceder ao valor da multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração, O valor do adicional deverá ser recolhido integralmente, não sendo admitidas quaisquer deduções, conforme a Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017, arts. 29 e 221 (RECEITA FEDERAL DO BRASIL, 2018). 3.3 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL De acordo com Andrade Filho (2016, p. 34), “a contribuição social incide sobre o lucro líquido. A base de cálculo é medida do fato gerador, de modo que, [...], o fato imponível é a obtenção de renda e de lucro, cujo expressão é dada, por um complexo de normas”. http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/ecf-escrituracao-contabil-fiscal/perguntas-e-respostas-pessoa-juridica-2018-arquivos/capitulo-xiii-irpj-lucro-presumido-2018.pdf Ainda conforme Andrade Filho (20, p. 608), “A exigência da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) tem por fundamento constitucional o inciso I do art. 195 da Constituição Federal de 1988, modificado pela Emenda Constitucional nº 20/98”. Segue o referido artigo: Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) [...]; b) [...]; c) o lucro (BRASIL, 1988). Conforme o art. 3º da Instrução Normativa RFB nº 1700/2017, “Aplicam-se à CSLL as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) [...]” (RECEITA FEDERAL DO BRASIL, 2017). O cálculo da contribuição social é efetuado de forma semelhante ao do Imposto de Renda Pessoa Jurídica Lucro Presumido, sendo aplicada os percentuais conforme a atividade com período de apuração trimestral. Desta forma, além do IRPJ, a pessoa jurídica optante pelo Lucro Presumido deverá recolher a CSLL. Sendo que ambos os tributos deverão ser recolhidos pelo mesmo sistema de tributação, não sendo possível, por exemplo, a empresa optar por recolher o IRPJ pelo Lucro Presumido e a CSLL pelo Lucro Real. Diferentemente do IRPJ, a CSLL a partir de 01/09/2003, por força do art. 22 da Lei nº. 10.684/2003, terá sua presunção definida em 12% (doze por cento) sobre a receita bruta para atividades comerciais, industriais, serviços hospitalares e de transporte e 32% (trinta e dois por cento) para empresas prestadoras de serviços em geral; intermediação de negócios; administração, locação ou cessão e bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); prestação de serviços de construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento de infraestrutura vinculados a contrato de concessão de serviço público. A CSLL será determinada mediante a aplicação da alíquota sobre o resultado ajustado, presumido ou arbitrado. Conforme estabelecido no art. 3º da Lei 7.689, de 1988, a referida alíquota será de: Art. 3º [...] I - 20% (vinte por cento), no período compreendido entre 1º de setembro de 2015 e 31 de dezembro de 2018, e 15% (quinze por cento) a partir de 1º de janeiro de 2019, no caso das pessoas jurídicas de seguros privados, das de capitalização e das referidas nos incisos I a VII e X do § 1º do art. 1º da Lei Complementar no 105, de 10 de janeiro de 2001; II - 17% (dezessete por cento), no período compreendido entre 1º de outubro de 2015 e 31 de dezembro de 2018, e 15% (quinze por cento) a partir de 1º de janeiro de 2019, no caso das pessoas jurídicas referidas no inciso IX do § 1º do art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001; III - 9% (nove por cento), no caso das demais pessoas jurídicas (BRASIL, 1988). Portanto, conforme o artigo acima, a atividade econômica derestaurante enquadra-se na terceira alíquota, sendo estabelecida em 9% (nove por cento). 3. 4 Pis/Pasep e Cofins Pelo regime do Lucro Presumido, a base de cálculo do PIS e COFINS devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, é o faturamento do mês, que corresponde a receita bruta. O fato gerador do PIS e da COFINS é, portanto, a receita auferida, por parte das pessoas jurídicas de direito privado, de acordo com o art. 20, da Instrução Normativa SRF nº 247, de 2002. Entende-se por receita bruta a totalidade das receitas auferidas, sendo irrelevantes o tipo de atividade exercida pela pessoa jurídica e a classificação contábil adotada para as receitas, consideradas as exclusões, deduções e isenções permitidas pela legislação, conforme a Lei nº. 9.718, de 1998, arts. 2 e 3, a Lei nº. 10.637, de 2002, art. 1, e a Lei nº. 10.883, de 2003, art. 1. De acordo com Souza Neves (1997, p. 79), “o Programa de Integração Social (PIS), criado pela LC nº. 7/1970 e recepcionado pela CF, em seu art. 239, destina-se a promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas”. Atualmente é arrecado pela Receita Federal, e as receitas com o PIS, possuem objetivos de financiar o pagamento do seguro desemprego e o abono anual para os trabalhadores que percebem em média dois salários mínimos. Conforme Oliveira et. al. (2013, p. 234), “a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) foi criada com a finalidade de financiar a seguridade social pela Lei Complementar nº. 70/1991 e Lei nº. 8.812/91”. A COFINS foi instituída pela Lei Complementar nº. 70 de 30/12/1991. Atualmente é regida pela Lei nº. 9.718/1998 com as posteriores alterações possuem a finalidade de Financiamento da Seguridade Social, e como o PIS são seus contribuintes as pessoas jurídicas de direito privadas ou equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, exceto as microempresas e empresas de pequeno porte submetidas ao Simples Nacional. No âmbito das alíquotas e de acordo com Neves e Viceconti (2016, p. 135), As alíquotas das contribuições ao PIS e a COFINS cumulativas, a serem aplicadas sobre a base de cálculo, são as seguintes: a) PIS: 0,65%; b) COFINS: 3% para as pessoas jurídicas em geral; A incidência cumulativa é aquela em que a cada etapa da cadeia tributária o produto, ou mercadoria é tributado indistintamente, sem permissão de crédito. Os tributos PIS e COFINS são apurados mensalmente e o pagamento é feito no mês subsequente ao mês de apuração. Ambas as contribuições possuem um fim social, tendo como objetivo assegurar os interesses da coletividade. Além disso, são apuradas, neste estudo, dentro do regime cumulativo, isto é, com base no lucro presumido. O faturamento (receita bruta) é a base de cálculo sobre a qual incidirá os percentuais de 3% e 0,65% para a COFINS e o PIS/Pasep, respectivamente (NEVES E VICECONTI, 2016). 3.5 ICMS O Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) é de competência dos Estados e do Distrito Federal, ou seja, somente os Governos dos Estados do Brasil e do Distrito Federal têm competência para instituí-lo de acordo com o Art. 55, inciso II, da Constituição de 1988 (HARADA, 2017, p. 11). Tendo em vista que o ICMS é de competência do estado, o objeto do estudo deste imposto restringira ao estado de Santa Catarina. Em Santa Catarina é regulamentado atualmente pelo Decreto nº. 2.870 de 2001, com vigência a partir de 01/09/2001, que apresenta atualmente duas formas de apuração de imposto, a apuração normal do ICMS e a apuração pelo Simples Nacional, sendo que a primeira forma geralmente é utilizada por grandes empresas ou empresas impedidas a optar pelo regime simplificado, e a segunda é utilizada por micros e pequenas empresas enquadradas no Simples Nacional (SANTA CATARINA, 2001). De acordo com o Art. 7º do Regulamento do Imposto de Circulação de Mercadorias, considera-se como contribuinte qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que se iniciem no exterior (SANTA CATARINA, 2001). A base de cálculo de modo geral, é o valor da operação com mercadorias, incluindo importâncias acessórias, tais como seguros e fretes pagos pelo comprador, excluídos os descontos incondicionais, conforme o Art. 22 do RICMS/SC (SANTA CATARINA, 2001). Para empresas enquadradas no regime de apuração normal do ICMS, possuem a apuração não-cumulativa, ou seja, nas aquisições de mercadorias haverá o aproveitamento de crédito de ICMS destacado nas notas fiscais, respeitando as normas legais, e nas saídas de mercadorias haverá o destaque de ICMS, conforme a alíquota do produto comercializado e o destino da mercadoria. Segundo o Art. 26 do RICMS/SC 2001 as Alíquotas do ICMS são as seguintes: Art. 26. As alíquotas do imposto, nas operações e prestações internas e interestaduais, inclusive na entrada de mercadoria importada e nos casos de serviços iniciados ou prestados no exterior, são: I - 17% (dezessete por cento), salvo quanto às mercadorias e serviços relacionados nos incisos II e III; [...] (SANTA CATARINA, 2001). Portanto, a alíquota do IMCS/SC é de 17% conforme o regulamento acima referido. 3.6 Obrigações acessórias: contabilidade ou livro caixa Oliveira et al (2015, 2012) afirma que, A empresa que optar por não manter escrituração contábil (procedimento não recomendado) deverá manter livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a movimentação financeira, inclusive bancária. Esse livro não precisa ser registrado e poderá ser escriturado por processamento de dados. A escrituração poderá ser mensal, desde que os lançamentos se reportem à movimentação diária. Assim, a empresa optante pelo regime de tributação com base no lucro presumido deverá manter escrituração contábil nos termos da legislação comercial; Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os estoques existentes no término do ano-calendário. 3.7 Tabela de percentuais para comércio Como este trabalho se limita ao planejamento tributário de um restaurante com faturamento anual de até R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), foi elaborada com base no que foi apresentado nos itens acima, uma tabela com os impostos e os referidos percentuais e alíquotas, para a atividade comercial, no qual o restaurante se enquadra, veja: QUADRO 3 – PERCENTUAIS PARA COMÉRCIO IMPOSTOS PERCENTUAL DE PRESUNÇÃO ALÍQUOTA PERCENTUAL DIRETO IRPJ (trimestral) 8% 15% 1,2% CSLL (trimestral) 12% 9% 1,08% PIS (mensal) 0,65% 0,65% COFINS (mensal) 3% 3% ICMS (mensal) 17% 17% Fonte: elaborado pelo pesquisador com os dados da pesquisa. Multiplicando o percentual de presunção sobre a alíquota, é possível ter o resultado do percentual direto do tributo, conforme disponibilizado no quadro acima. No qual, facilita na hora de recolher o IRPJ e o CSLL. 4 SIMULAÇÃO E CÁLCULO DOS REGIMES TRIBUTÁRIOS EM ESTUDO Com objetivo de coletar informações, para interpretação e realização da análise e discussão dos resultados, foi realizado simulações sobre o faturamento de um restaurante, denominado “Restaurante X”, tanto pela forma de tributação do simples nacional como pelo lucro presumido. A empresa simulada tem receita anual de R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), e os tributos vinculados a folha de pagamento da empresa não serão analisados. Conforme já demonstrado no tópico 2.4 deste artigo, o cálculo do recolhimento do Simples Nacional foi alterado em 2018, no qual foi apresentado o novo cálculo segundo o Sebrae, denominando o resultado como alíquotaefetiva. Este novo cálculo apresenta-se da seguinte forma: (Rbt12 x Alíquota) - PD Rbt12 Fonte: Sebrae (2018). Portanto, multiplicando a receita bruta acumulada nos dozes meses anteriores, sobre a alíquota do anexo referente a atividade econômica e o faturamento da empresa, subtraindo a parcela a deduzir conforme o anexo, e dividindo este valor sobre o a receita bruta acumulada nos dozes meses anteriores, chegará no resultado da alíquota efetiva, que será a alíquota que o contribuinte usará para o recolhimento mensal do DAS de sua empresa. Pelo fato de o “Restaurante X” ter o faturamento anual de R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), e como base o anexo I da Lei Complementar 123/2006, este faturamento enquadra-se na 2ª faixa do anexo, tendo como alíquota 7,30%, e R$ 5.940,00 (cinco mil novecentos e quarenta reais) em valor a deduzir. Veja: (360.000,00 x 7,3%) – 5.940 = 5,65 % (alíquota efetiva) 360.000,00 Fonte: elaborado pelo pesquisador com os dados da pesquisa. Considerando que o “Restaurante X” esteja faturando R$ 30.000,00 (trinta mil reais) por mês, o valor a ser recolhido sobre o DAS, será de R$ 1.695,00 (um mil seiscentos e noventa e cinco reais), totalizando um montante de R$ 20.340,00 (vinte mil trezentos e quarenta reais) de recolhimento anual pelo simples nacional. O cálculo pelo lucro presumido para a empresa no ramo de comércio, utilizando o quadro 3 do estudo, classifica o percentual direto para cálculo do IR em 1,20% (um vírgula vinte por cento), 1,08% (um vírgula zero oito por cento) para a CSLL, e as alíquotas cumulativas da COFINS em 3% (três por cento) e para o PIS em 0,65% (zero vírgula sessenta e cinco por cento). Considerando as vendas mensais de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), da qual resulta nos impostos e contribuições no valor de R$ 1.080,00 (um mil e oitenta reais) para o IRPJ, R$ 972,00 (novecentos e setenta e dois reais) para a CSLL, ambos recolhidos trimestralmente, e R$ 900 ,00 (novecentos reais) para o COFINS e R$ 195,00 (cento e noventa e cinco reais) para o PIS, ambos recolhidos mensalmente, totalizando R$ 21.348,00 (vinte e um mil trezentos e quarenta e oito reais) por ano. O “Restaurante X” não possui o adicional de IR, pois o faturamento trimestral é R$ 90.000,00 (noventa mil reais) e aplicando o percentual de presunção de 8% (oito por cento) para o comércio, resulta na base de cálculo do IR de R$ 7.200,00 (sete mil e duzentos reais), ficando assim inferior a base trimestral de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), desta forma não possui a tributação do adicional sobre o excesso pela alíquota de 10% (dez por cento) de IR. Para empresas do ramo de comércio optantes pelo Lucro Presumido possuem também a apuração do ICMS, conforme cálculos do quadro 5. QUADRO 5 – APURAÇÃO ICMS/SC – RESTAURANTE X RECEITAS AQUISIÇÕES Alíquota Apuração do ICMS ICMS a VENDAS COMPRAS ICMS Débito Crédito recolher MENSAL 30.000,00 15.000,00 17,00% 5.100,00 2.550,00 2.550,00 ANUAL 360.000,00 180.000,00 61.200,00 30.600,00 30.600,00 Fonte: elaborado pelo pesquisador com os dados da pesquisa. *valores em reais No quadro 5, efetua-se o cálculo do ICMS/SC, considerando as vendas projetadas no valor mensal de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), as compras no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), com a aplicação da alíquota de ICMS de 17% (dezessete por cento) sobre ambos os valores, resulta no ICMS a recolher no valor de R$ 2.550,00 (dois mil quinhentos e cinquenta reais) mensal, e totalizando no ano R$ 30.600,00 (trinta mil e seiscentos reais). No exemplo proposto, do “Restaurante X”, ocorre o recolhimento aos cofres públicos dos tributos, pelo Simples Nacional a quantia de R$ 20.340,00 (vinte mil trezentos e quarenta reais) e pelo Lucro Presumido a quantia de R$ 51.948,00 (cinquenta e um mil novecentos e quarenta e oito reais), resultando em uma diferença de R$ 31.608,00 (trinta e um mil seiscentos e oitos reais). ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Portanto ficou explícito que a melhor forma de tributação para restaurantes com faturamento com o teto de até R$ 360.000.00 (trezentos e sessenta mil reais) é o simples nacional, pois a diferença de recolhimento pelo lucro presumido é exorbitante. Durante a pesquisa ficou possível perceber que não é somente a diferença recolhida que faz com que o simples nacional seja o mais adequado neste caso, mas também a facilidade do recolhimento dos tributos mensalmente por meio do DAS (Documento de arrecadação do simples nacional). No lucro presumido os tributos são recolhidos separadamente, uns por trimestre e outros por mês, fazendo com que o responsável pelo recolhimento de impostos da empresa tenha um trabalho muito maior. Visto que no processo de elaboração deste artigo foram citadas várias leis ao que concerne sobre estes dois regimes de tributação, e nota-se que há muitas alterações de leis. Por exemplo, a forma de recolhimento do simples nacional foi alterada em 2018, para o modelo de alíquota efetiva. Conforme o Sebrae (2018), esta mudança poderá diminuir ou aumentar a carga tributária para algumas empresas. Considerando estes fatores, é de suma importância a realização de um planejamento tributário nas empresas que precisam reduzir seus gastos com tributos, ao invés de realizar algum tipo de evasão fiscal, correndo o risco de ser preso. O planejamento tributário tem eficácia em qualquer empresa, pois faz com que o empresário tenha certeza de que o regime tributário escolhido é ou não o mais adequado. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este trabalho teve como origem de pesquisa, o fato de o pesquisador ser sócio proprietário de um restaurante na cidade de Joinville/SC. Portanto, verificou a necessidade dos pequenos empresários de um planejamento tributário em suas empresas. A formulação desta pesquisa tem como projeto a elaboração de um artigo científico, o qual trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, com aspectos quantitativos. Com a abordagem qualitativa será buscado averiguar cada uma das formas e faces reais que não se pode mensurar. Para Silva (2008, p.31) “investigação qualitativa como aquela que trabalha predominantemente com dados qualitativos, isto é, os dados coletados pelo investigador que não necessariamente expressos por números”. E no tocante a abordagem quantitativa, segundo Silva (2008, p.28), “o termo quantitativo significa quantificar opiniões, dados, na forma de coleta de informações”. No entanto com o método quantitativo, busca-se a total realidade dos fatos referente à empresa pesquisada, por conter uma abordagem maior das demonstrações da empresa pesquisada objetivamente. Para a realização desta pesquisa quanto aos procedimentos delineados e a obtenção de dados, a pesquisa será do tipo bibliográfica, onde serão analisadas as referências a respeito do assunto em livros, jornais, revistas e internet e outros meios de comunicação pertinentes. De acordo com Gil (2018, p. 28), “A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos”. Ainda, a pesquisa será documental, que conforme Gil (2018, p. 28), “vale-se de toda sorte de documentos, elaborados com finalidades diversas, tais como assentamento, autorização, comunicação etc”. Entende-se que os documentos podem ser elucidativos e, da mesma forma, mostrar a complexidade e atualidade das quais o tema se reveste. Diante disso, propende-se para o método indutivo, que exatamente após analisar alguns fatos tem-se um posicionamento. Nesse tocante Marconi e Lakatos (2014, p. 110) esclarece que o “método indutivo - cuja aproximação dos fenômenos caminha geralmente para planos cadavez mais abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e teorias”. Portanto, o objetivo dos argumentos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se baseiam. A pesquisa será explicativa pois pretende mostrar as relações causais entre as variáveis. Para Marconi e Lakatos (2011) essa prática visa ampliar generalizações, definir leis mais amplas, estruturar e definir modelos teóricos, relacionar hipóteses em uma visão mais unitária do universo ou âmbito produtivo em geral e gerar hipóteses ou ideias por força de dedução lógica. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho teve como objetivo estudar a importância do planejamento tributário com uma ferramenta que auxilia a reduzir o valor dos impostos, de forma lícita. A alta carga tributária, que vem causando sérios problemas às empresas, tornou-se o elemento crítico e mais custoso para as organizações, levando, até mesmo, algumas empresas à falência e fazendo com que outras se tornassem obrigadas a tomar medidas drásticas em sua gestão para melhor administração dos seus onerosos custos tributária. Neste contexto, é de suma importância efetuar um estudo e uma análise sobre quais os sistemas de tributação existentes, qual é o mais eficaz para sua necessidade e o que a empresa pode fazer, respeitando a legitimidade da lei, para diminuir seus custos com tributos, mantendo seu crescimento e continuidade empresarial. Considerando as análises realizadas, ficou comprovado que o regime tributário mais vantajoso é o Simples Nacional, nas simulações realizadas foi o que gerou o menor valor de tributos a serem pagos, portanto o regime tributário Simples Nacional é o mais adequado para restaurantes cujo faturamento não ultrapasse R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) anual. Foram analisadas simulações sobre o faturamento das empresas, e a incidência dos tributos, visto que, entre as duas formas de tributação analisadas, existem diferenças no valor recolhido do ICMS. No Simples Nacional, este tributo já está incluso no DAS, e no Lucro Presumido é recolhido separadamente, e na análise realizada, observou-se que se tem uma grande diferença a ser paga no final das contas. A constante alteração na legislação tributária brasileira requer que um novo planejamento tributário seja realizado anualmente, sendo esta a principal sugestão deixada aos empresários. Conclui-se que, o Planejamento tributário é uma ferramenta para auxiliar a obter economia de impostos, diminuindo a quantidade de desembolsos financeiros entregues ao governo, preservando esse capital para o desenvolvimento dos negócios, sem deixar de atender ás necessidades sociais relativas aos tributos. Finalizando, essa pesquisa abre caminho para novos estudos, comparando outros regimes de tributação e outros segmentos empresariais. REFERÊNCIAS ANDRADE FILHO, Edmar Oliveira. Imposto de Renda das Empresas. São Paulo: Atlas, 2016. ANDRADE, Marcio Roberto. Por que as empresas quebram. Disponível em: . Acesso em: 17 out. 2018. BRASIL. Advocacia Geral da União. Lei n. 12.973, de 13 de maio de 2014. Disponível em: . Acesso em: 4 set. 2018. BRASIL. Casa Civil da Presidência da República. Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006. Disponível em: . Acesso em: 11 ago. 2018. BRASIL. Decreto n. 3.000, de 26 de março de 1999. 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