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3) Discorra sobre o binômio necessidade-utilidade? Está certa a expressão? 
Resposta: 
A utilidade traduz-se na eficácia da atividade jurisdicional para satisfazer o interesse do 
autor, isto é, deve propiciar algum proveito para o demandante. Por outro lado, pela 
necessidade é preciso demonstrar que essa utilidade só pode ser atingida pelo processo 
judicial. 
 
4) No que tange à competência prevista nos arts. 88, 89 e 90 do CPC, como esta se 
relaciona ao direito internacional privado? 
Resposta: 
 O Direito Internacional Privado regula os conflitos de leis no espaço tanto no âmbito 
material como no processual. Desse modo, certas situações ensejam dúvidas não ape-
nas da norma nacional aplicável, mas também quanto à autoridade competente para co-
nhecer de um litígio dentro de uma relação jurídica com conexão internacional, que 
pode ser um juízo do próprio Estado ou estrangeiro. Nesse sentido, o Código de Proces-
so Civil traz regras referentes à autoridade competente para apreciar determinada causa. 
No artigo 88, o CPC trata da competência concorrente e no art. 89 da competência 
exclusiva. São características da competência concorrente: não exclui a possibilida-
de de o processo ocorrer no estrangeiro; não pode ser afastada pela vontade das partes, 
segundo precedente do STJ, eis que afastar a competência da Justiça Brasileira contrária 
a ordem pública; a sentença estrangeira deve ser homologada pelo STJ. Incide essa 
competência concorrente quando: o réu for domiciliado no Brasil; aqui no Brasil tiver 
que ser cumprida a obrigação; quando a ação se originar de fato ocorrido ou ato pratica-
do no Brasil. Quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil, a ação será 
proposta no foro do domicílio do autor. Se este também residir fora do Brasil, a ação 
será proposta em qualquer foro. São características da competência exclusiva: exclui 
a possibilidade de o processo correr em foro estrangeiro; exclui a possibilidade de ho-
mologação de sentença estrangeira na matéria. Incide essa competência exclusiva: em 
relação às ações que digam respeito a imóveis no Brasil; inventário e partilha de bens, 
situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do 
território nacional (Paulo Henrique Gonçalves Portela. Direito Internacional Público e 
Privado. 4ª Edição. Editora JusPODIVM- pg 658 e 663). Vale ressaltar, ademais, que, 
tratando-se de competência concorrente, a ação intentada no estrangeiro não impede o 
conhecimento pela Justiça Brasileira de mesma ação, nem induz litispendência (art. 90 
do CPC). Do mesmo modo, a pendência de ação, na Justiça Brasileira, não impede a 
homologação de sentença estrangeira sobre a mesma controvérsia (competência concor-
rente) (SEC 5.736/EX, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECI-
AL, julgado em 24/11/2011, DJe 19/12/2011). Contudo, não se homologará a sentença 
estrangeira acaso haja, ao tempo do pedido de homologação, sentença brasileira, que