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TGP - Aula 8 - 2015.2

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TEORIA GERAL DO PROCESSO
AULA 8
22/04/2014
FINALIDADE DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL, PENAL E DO TRABALHO: A OBTENÇÃO DE UMA TUTELA
O processo nada mais é do que uma sequência ordenada de atos que busca como fim a obtenção da tutela pretendida pelo demandante.
Anteriormente, era comum a definição no sentido de que o processo tinha como fim a obtenção de uma sentença. No entanto, em razão das recentes reformas no CPC, que potencializaram o denominado “processo sincrético” (que une as funções cognitiva e executiva) esta definição primitiva não mais faz sentido já que o processo continua a se desenvolver mesmo após a prolação do ato decisório.
Quando o demandante exerce seu direito de ação, na verdade deduz duas pretensões:
Pretensão imediata: direcionado ao Estado-Juiz, exigindo que este se manifeste sobre o que lhe é apresentado.
Pretensão mediata: direcionada ao demandado, que se traduz no desejo de que o interesse alheio seja subordinado ao próprio interesse.
Assim, em suma, dentro de cada especialidade material dos órgãos do Poder Judiciário, o jurisdicionado busca a tutela do Estado, tutela esta que serão as seguir abordadas.
ESPÉCIES DE TUTELA JURISDICIONAL
Ao exercer o direito de ação (quando do ajuizamento da petição inicial pelo jurisdicionado) tem-se na verdade uma pretensão e os estudiosos do direito processual procedem a classificação das ações tendo em vista o tipo de provimento jurisdicional.
Tal classificação se justifica pelo fato de que diferentes pedidos do jurisdicionado diferentes são, evidentemente a prestação da tutela jurisdicional.
Quanto ao tipo de provimento pretendido pelos autos, a tutela pode ser de conhecimento, de execução, de urgência e de evidência.
TUTELA DE CONHECIMENTO
Define-se tutela de conhecimento aquela que tem como objetivo que seja, com a prestação jurisdicional, conhecido/ apurado o direito que o autor afirma possuir.
As tutelas de conhecimento podem ainda ser classificadas como declaratórias, condenatórias ou constitutivas, que serão abordadas a seguir:
TUTELA DECLARATÓRIA: as sentenças (prestação jurisdicional) declaratóriastem, como o próprio nome diz, caráter de declaratividade, sendo aquelas em que o interesse do autor que vai a juízo se limita a obtenção da declaração judicial acerca da existência ou inexistência de determinada relação jurídica, ou ainda a respeito da autenticidade ou falsidade de um documento (art. 4º CPC). Exemplo: ação declaratória de inexistência de relação jurídica noticiada.
TUTELA CONDENATÓRIA: neste caso, além da declaração de um direito (eficácia inicial da sentença), também uma condenação do réu ao cumprimento de obrigação ativa ou omissiva. (declaratória de inexistência com pedido de indenização pelos prejuízos materiais sofridos pelo autor).
TUTELA CONSTITUTIVA: não possui qualquer condenação, mas sim declaração acompanhada da constituição, modificação ou desconstituição de uma situação jurídica. (Exemplo: desfazimento de um negócio jurídico realizada em coação, caso em que, sendo julgada procedente, haverá sentença constitutiva negativa, posto que desconstituirá a relação jurídica havida entre as partes).
TUTELA DE EXECUÇÃO
Em se tratando de tutela de execução, a doutrina a classifica em tutela de execução “lato sensu” e tutela mandamental.
TUTELA MANDAMENTAL: tem como objetivo a obtenção de sentença em que o juiz determina uma ordem, cujo descumprimento, por quem a receba, caracteriza desobediência à autoridade estatal passível de sanção, inclusive penal (art. 330 do CP), além de condenação de multa de valor de 20% do valor da causa em favor dos cofres públicos, sem prejuízo ainda de outras de natureza civil e processual civil.
TUTELA EXECUTIVA LATO SENSU: além de a decisão determinar a execução da sentença nos próprios autos, ainda pode o juiz de ofício determinar seu início. Tem-se como objetivo, na fase de execução “fazer cumprir” a determinação judicial proferida em processo de conhecimento, ou ainda quando tem, a ação exercida pelo jurisdicionado que de natureza executória (execução de título extrajudicial).
TUTELA DE URGÊNCIA
	É também um gênero de tutela que compreende duas espécies, sendo a antecipação da tutela e a medida cautelar.
Tem como função principal garantir a eficácia da prestação jurisdicional, tendo em vista as situações que lhe são submetidas. Cumpre assim, alguns princípios, de acordo com a doutrina, tais como princípio da eficácia da prestação jurisdicional, da economia processual, da celeridade processual e da segurança jurídica.
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA (art. 273 do CPC): Possui característica de provisoriedade, conquanto pode ser revista (revogada ou modificada) em qualquer momento no curso do processo. Possui requisitos probatórios mais rígidos, sendo eles a verossimilhança das alegações e a prova inequívoca, unindo a tais requisitos que ou haja receio fundado de dano irreparável ou de difícil reparação ou ainda que fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu. Embora a decisão do magistrado antecipe os efeitos pretendidos da tutela no final da pretensão jurisdicional, não se trata de decisão que põe fim à relação processual. Tem eficácia imediata. É agregada a um processo principal. Só pode ser concedida a pedido da parte.
MEDICA CAUTELAR (TUTELA CAUTELAR): Possui característica de provisoriedade, conquanto pode ser revista (revogada ou modificada) em qualquer momento no curso do processo. Exige, em cognição sumária (conhecimento mais breve do que se pretende), a prova de dano grave ou de difícil reparação (periculum in mora) e a plausividade das alegações (fumus boni iuris). Obedece a procedimento próprio, estabelecido no Código de Processo Civil, estando vinculada a existência de um processo (anterior ou posterior, conquanto a prestação cautelar seja preparatória ou incidental). Possui eficácia acauteladora, preventiva. É dependente de um processo principal. Sua decisão põe fim ao processo cautelar. O juiz pode conceder de ofício.
TUTELA DE EVIDÊNCIA
Prevista no artigo 285-A do CPC, se trata de uma espécie de antecipação dos efeitos da tutela, em que inclusive a citação do réu pode ser dispensada, momento em que a sentença proferida pode ser a reprodução da anteriormente prolatada, tendo como requisitos:
A matéria controvertida seja unicamente de direito;
No juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos;
Evidentemente pode, o autor da demanda, apelar da decisão do juízo de primeira instância, momento em que é permitido ao magistrado, no prazo de 5 dias, alterar sua sentença e determinar o prosseguimento da ação.
Sendo, no entanto, mantida a sentença, o juiz determinará a citação do réu para responder ao recurso, cumprimento assim o princípio do contraditório.
Cumpre destacar que o legislador não quantificouos processos “idênticos” para fins de aplicação de mencionado dispositivo legal.
No anteprojeto foi criada uma seção própria para a chamada tutela de evidência. Trata se de uma espécie de antecipação dos efeitos da tutela ligados ao pedido incontroverso, abuso de direito e matérias unicamente de direito, primeiramente deve se demonstrar o que o anteprojeto traz como a tutela de evidência, segue o artigo 285:
“Será dispensada a demonstração de risco de dano irreparável ou de difícil reparação quando:
I – ficar caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do requerido;
II – um ou mais dos pedidos cumulados ou parcela deles mostrar-se incontroverso, caso em que a solução será definitiva;
III – a inicial for instruída com prova documental irrefutável do direito alegado pelo autor a que o réu não oponha prova inequívoca; ou
IV – a matéria for unicamente de direito e houver jurisprudência firmada em julgamento de casos repetitivos ou súmula vinculante.
Parágrafo único. Independerá igualmente de prévia comprovação de risco de dano a ordem liminar, sob cominação de multa diária, de entrega do objeto custodiado,sempre que o autor fundar seu pedido reipersecutório em prova documental adequada do depósito legal ou convencional.”
Muito se questiona acerca da constitucionalidade do instituto, tendo em vista que já em primeira análise se verifica o descumprimento de diversos princípios constitucionais, como do acesso à justiça, do contraditório, dentre outros.

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