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PSI - Wallon - Cap 2

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Matéria da Regina Andreia
Cap2. Estagio Sensório-Motor e projetivo
	Relações vão alargando os horizontes sociais da criança, e suas manifestações tornam-se gradativamente intencionais. Cada vez mais, a criança responde aos estímulos do mundo exterior, tomando-o como instrumento de seu interesse a ser manipulado e explorado. E o estágio sensório-motor e projetivo que se inicia por volta de um ano e se estende até os três anos de vida.
	Em oposição estagio impulso emocional, que é subjetivo, centrípeto, com predomínio do caráter afetivo, a nova etapa de desenvolvimento caracteriza-se pela investigação e exploração da realidade exterior, bem como pela aquisição da aptidão simbólica e pelo início da representação. Observa-se, neste período, o predomínio da atividade de exploração, de manipulação, que põe a criança em contato com o mundo físico e, portanto, é preponde mente intelectual, voltada para os aspecto objetivo, centrifugo do desenvolvimento. Ou seja, é o momento em que a inteligência dedica-se à construção da realidade.
	Ao manipular um objeto ou encantar-se com os movimentos do corpo recentemente descoberto, a criança tenta reproduzir os mesmos gestos que foram provocados pelas sensações, na tentativa de obter o mesmo efeito. A repetição do movimento em cadeia circular permite-lhe vivenciar diversas reações que seu ato produz.
	Os objetos que a rodeiam começam a ser para ela uma oportunidade de movimentos que não tem muito a ver com a sua estrutura. Ela os atira ao chão, observando seu desaparecimento. Tendo aprendido a agarra-los, desloca-se com força, como para exercitar os olhos a encontrá-las em cada nova posição. Se eles tem partes que se entrechocam, ela não para de reproduzir o som percebido, agitando-os de novo.
	Essa atividade circular consiste em uma coordenação mutua dos campos sensoriais e motoras, possibilitando um ajustamento do gesto a seu efeito, o que refina os progressos de preensão, da percepção e da linguagem, como também permite a criança descobrir as qualidades dos objetos, aguçar as sensibilidades e organizar seus gestos uteis.
	As possibilidades praticas, neste estágio sensório-motor e projetivo, ampliadas pela novidade da marcha e da linguagem, favorecem portanto a atuação da criança em relação ao mundo que a rodeia e, ao mesmo tempo, alargam sua referência a si mesma. 
	Andando, a criança pode modificar o ambiente, deslocar-se de um lado para o outro, a ao falar ela nomeia os objetos, diferenciando-os e caracterizando-os pela diversidade de seus significados.
	Com a marcha, ela própria pode medir a distancias, variar direções, estabelecer a continuidade dos passos, buscar e transportar um objeto para o outro lugar.
	E um momento de reconhecimento espacial do objetos, de si mesma e de maior diversidade de relações com o meio. Ao estabelecer as relações no espaço sensório motor, característico deste estagio, a criança desenvolve uma inteligência pratica, também chamada inteligência de situações. Isso significa que ela é capaz de perceber e fazer combinações, o que pressupõe a intuição voltadas para a ação imediata, em um espaço concerto delimitado e em um tempo presente.
	A linguagem vai também contribuir para essa atividade intelectual pratica. O nome e dado aos objetos assim como sua identificação e localização ajudam a criança a distingui-los, compará-los e agrupá-los em diferenciações gradativas, quando a cor, tamanho, forma.
	Com a linguagem aparece a possibilidade de objetivação dos desejos. A permanência e a objetividade da palavra permitem à criança separar-se de suas motivações momentâneas, prolongar na lembrança uma experiência, antecipar, combinar, calcular, imaginar, sonhar.
	Dessa forma, o andar e a linguagem darão oportunidades a criança de ingressar em um novo mundo, o dos símbolos. Nesse momento entra a cena a segunda parte do estágio, a etapa projetiva, que caracteriza a forma funcionamento mental da criança: o ato mental projeta-se em atos motores. Como seu pensamento ainda está em seu início, necessita do auxílio dos gestos para se exteriorizar, isto e, ela se utiliza deles para expressar seus pensamentos. O gestos, portanto, precede a palavra: a criança não é capaz de imaginar sem representar.
	Ao deslocar-se da atividade sensório motor para a projetiva, a criança relaciona-se de modo diferente com o espaço, com objetos, com o seu corpo.
	A atividade projetiva, que preponderava ente os 2 a 3 anos e continua a aparecer nos jogos e histórias infantis, abre caminho para a representações.
	Dois movimentos projetivos contribuirão para a expressão dessa atividade mental: a imitação e o simulacro. A imitação, indução do ato por um modelo exterior, é uma atividade que relaciona o movimento e a representação. Não é, representação, mas um recurso simbólico que a prepara. Inicialmente afetiva, constitui os primeiros objetivos que orientam a atividade infantil: a criança reproduz os modelos pessoas que profundamente a atraem ou as situações que a agradaram.
	A imitação é, ao mesmo tempo, participação e desdobramento do ato, contradição que anuncia o nascimento da representação e revela sua importância para o desenvolvimento psicológico da criança. Participação porque reflete a fusão com o meio físico e humano que a criança realiza o movimento de imitação espontânea, cujo modelo é percebido e transformado em ação no momento presente. Desdobramento porque sobrepõe a essa ação imediata, tirando a criança do imediatismo vivido e possibilitando-lhe, pela mediação da representação, realizar o desdobramento, a diferenciação do eu e do outro, tomar consciência de si e do mundo. Esse desdobramento faz parte do conjunto de características do estágio seguinte, o personalismo.
	O simulacro, como a imitação, também preludia a representação. Surge durante a atividade exploradora e projetiva e caracteriza-se pelo exercício ide motor, isto e, pensamento apoiado por gestos.
	São os simulacros, atividades que envolvem movimentos e representação, que servem de apoio a narrativa da criança e permitem a ela lidar com a ficção, com seus desejos de invenção e de criação. Essa atividade em que faz de conta se faz presente consiste, portanto, na descoberta e no exercício do desdobramento da realidade, pressupondo o início da representação.
	O desdobramento da realidade só será possível, no entanto, quando houver a subordinação da atividade sensório motora a representação. Nesse momento, assiste-se ao início da organização do pensamento, a criança é capaz de dar significações ao símbolo e ao signo, ou seja, encontra para um objeto sua representação e para representação, um signo. 
	Assim, esse desdobramento implica nascimentos e a formação da representação e, aliado as relações interpessoais e culturais em que a linguagem e fator constitutivo, contribui com as várias funções que conduzem a expressão da atividade mental.
	Nesse estágio, então, a criança progressivamente individualiza a representação de si mesma, separando-se do todo em que estava confundida, tal como na etapa anterior em que ainda não consegue diferenciar o que é de seu corpo do que é meio físico. Nesse sentido, antes dos 2 anos de idade e junto com o interesse exploração do próprio corpo, experimentando-o diversas maneiras.
	Nesse processo de experimentação, de investigação, a criança vai estabelecendo relações entre seus movimentos e sensações, e em cadeia circular, como acontece com a exploração e manipulação de objetos, procura reproduzir os gestos na tentativa de obter as impressões por ela previstas. Esse movimento permitirá a criança individualizadas, elas não são imediatamente incorporadas à unidade de sua pessoa. Embora reconhecidas e individualizadas, elas não são imediatamente incorporadas à unidade de sua pessoa. Para que isto ocorra, é preciso que diferencie o espaço objetivo exteroceptivo - do sujeito – interoceptivo e proprioceptivo-, ou seja, que diferencie o que pertence ao mundo exterior daquilo que pertence ao próprio corpo.
	No entanto, essa diferenciação bem como a integraçãodesses dois espaços vão ocorrer lentamente, e, enquanto não são estabelecidas, a unidade corporal não se constitui. A integração mutua dos espaços exterior e interior só é possível a partir das experiências da criança, tanto com seu próprio corpo com os outros e com os objetos.
	O período animista, em que a criança estabeleça a relação entre sua pessoa e sua imagem. Reconhecer sua imagem refletida no espelho, por exemplo, é uma conquista importante no âmbito cognitivo, pois revela a compreensão de que sua imagem de si. Segundo Wallon a criança tem dupla necessidade: admitir imagens que só tem aparências da realidade e afirmar a realidade de imagens que se furtam a percepção.
	As reações da criança diante do espelho revelam, pois, as dificuldades que ela apresenta ao perceber a imagem e relaciona-las consigo mesma. Inicialmente, ela permanece insensível as imagens tomadas, depois as percebe fixando olhar. E aos seis meses que começa a se interessar por suas própria imagem no espelho, e os movimentos que realiza diante dele demostram suas tentativas de pegar a imagem, já que a concebe como exterior e estranha a sua pessoa. Por volta de uma ano de idade, ao ver sua imagem ela começa a tocar no espelho, como se tocasse na imagem, brinca com ela, faz mimicas. Depois executa o movimento de passar a mão por trás do espelho na tentativa de encontrar a imagem, não encontrando, retorna rancorosa. Seu interesse, portanto, estava no espelho e não na imagem. Esse e o período instrumental.
	Um pouco mais tarde, a criança retorna ao período animista, quando brinca com sua própria imagem no espelho, beija-a, atribuindo-lhe existência, vida própria.
	Somente a partir dos 2 anos a criança consegue atribuir a si mesma sua própria imagem refletida no espelho. Os avanços cognitivos, alcançados nesse estágio, possibilitam-lhe a incorporações das partes do seu corpo a unidade corporal.
	No entanto, mesmo com o aumento desses recursos, sua personalidade permanece fechada em determinadas circunstancias, isto e, ligada a determinado objeto ou , mesmo , ao ponto de vista de quem lhe fala, pois o eu psíquico continua indiferenciado, sincrético.

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