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48291_Tony Garnier e a Cidade Industrial

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Artigo 
TONY GARNIER E SEU CONCEITO SOBRE ARQUITETURA 
1. Introdução: O artigo faz uma análise da história e a formação de Tony Garnier para se 
chegar a conclusão porque considerava a arquitetura antiga um erro. Pelo fato do arquiteto ter 
vivido em meio socialista, com fortes tendências da engenharia, com o surgimento do 
concreto armado, Garnier se torna um arquiteto motivado a expressar o futuro, com suas 
obras voltadas ao “moderno”, ao novo. Esta análise foi baseada em alguns livros nos quais os 
autores discorrem sobre suas obras. 
Tony Garnier explicita seu conceito conciso sobre arquitetura colocando que: “A arquitetura 
antiga é um erro. Só a verdade pode ser bela. Em arquitetura, a verdade é o resultado de 
cálculos feitos para satisfazer necessidades de materiais conhecidos”. 
Tony Garnier, nasceu em 1869 em Lyon. Seu pai, Pierre Garnier, era um designer de seda. Sua 
mãe, Anne Evrard era uma tecelã. De uma idade muito jovem, ele foi confrontado com a duras 
condições de vida dos trabalhadores de seda. Criado em um bairro de operarios radicais onde 
ainda estavam vivos os ideais do socialismo, permanecendo coerentemente ligado à causa 
socialista até sua morte em 1948. Assim fica evidente, ao se analisar seu projeto de cidade 
industrial, a influencia deste meio em que viveu. 
Através de sua paixão pela arquitetura, ele procurou encontrar uma solução para o problema 
da habitação social. Inventar uma nova forma de pensar sobre a habitação se tornou uma de 
suas principais preocupações. 
Desde sua infância, a ambição de Tony Garnier foi se tornar um arquiteto. Sua grande 
motivação explica seu sucesso, em um tempo em que a maioria dos jovens arquitetos estavam 
seguindo os passos de seus pais... 
Tony Garnier começou a estudar na "La Martinière aux Terreaux" (1883-1886) antes de ir para 
Lyon Escola de Belas Artes (1883-1886). Em 1889, entrou na École des Beaux-Arts em Paris, 
onde foi influenciado pelo seu professor de teoria Julien Guadet, que ensinava preceitos do 
Racionalismo clássico além de análise de programas e classificação de tipos de edificios. 
 Depois de 10 anos em Paris, ganhou o"Grande Prémio de Roma” com o projeto para a 
reconstrução imaginária completa e igualmente sem precedentes da cidade de Tusculum, 
composto por dezenas de milhares de colunas dóricas, jônicas e coríntias. E isso permitiu que 
ele se tornasse um residente na "Villa Médicis", em Roma durante quatro anos, onde estudou 
monumentos antigos. Na mesma época Frank Lloyd Wright, projetava casas no subúrbio de 
Chicago e Ebenezer Howard persistia em seu conceito de cidade-jardim. 
 
2. Cité Industrielle 
A maior parte de seu tempo era dedicado a um projeto para a criação de uma nova cidade 
moderna, chamada de Cidade Industrial.Tendo o concreto armado como base de sua obra, 
além do ferro e do vidro. Utilizou as “potencialidades inexploradas” do novo material “para 
organizar toda uma cidade segundo princípios originais e extremamente visionários”, como 
traduz Sigfried Giedion. 
O plano da cidade industrial feita por Tony Garnier, abrangendo 35 mil habitantes, antecipava, 
com seu zoneamento,os princípios da Carta de Atenas, que foi o primeiro manifesto do 
urbanismo progressista, criado pelos membros da CIAM (Congresso Internacional de 
Arquitetura Moderna) que colocaram o urbanismo como primeiro plano de preocupações. 
Um projeto sensivelmente relacionado com seu entorno, como cita Kenneth Frampton ” uma 
cidade socialista sem muros ou propriedade privada, sem igreja ou quartéis, sem delegacia de 
policia ou tribunal de justiça; uma cidade onde todas as áreas não construídas eram parques 
públicos.” 
Garnier, no prefácio de Une Cité Industrielle(1917), conta que o fator determinante para a 
implantação da cidade não foi simplesmente a proximidade de matérias primas ou a existência 
de rede de transporte, mas sim a existência de um afluente. Assim o afluente represado 
funciona como uma usina hidrelétrica que distribui energia para todo o funcionamento da 
cidade. 
Nascida de uma ampla compreensão das exigências sociais, inter-relaciona de forma orgânica 
todas as funções da cidade. Com uma clara separação entre as funções da cidade: lazer, 
trabalho, habitação e transporte. Cada atividade possuía um espaço próprio para que uma não 
implicasse em alteração nas outras. Também fábrica, cidade e instalações sanitárias mostram-
se isoladas para se permitir as futuras ampliações. Na planta abaixo há uma clara 
representação destas separações da organização da cidade. 
 
 
Planta da cidade industrial 
FONTE:http://mr-ablehomedesign.blogs 
 1- Cidade Antiga 
 2- Estação Centra 
 3- Bairros residenciais 
 
4- Centro 
5- Escolas primárias 
6- Escolas profissionais 
7- Hospital 
8- Estação 
9- Zona industrial 
10- Estação industrial 
11- Cemitério 
12- Matadouro 
 
Baseado na ideia de que a arquitetura começa no edifício e termina no planejamento urbano, 
mesmo com seus inúmeros detalhes, projetou desde casas, escolas, estações, ferroviárias e 
hospitais, não se perdendo em seu projeto como muitos de seus contemporâneos. Frampton 
aprecia esse nível de detalhamento como sua contribuição única, além da modernidade de sua 
concepção. 
As casas eram igualmente simples, sem ornamentações que formavam uma malha uniforme 
de tal forma que Leonardo Benevolo caracteriza os bairros residenciais por um efeito 
graficamente monótono. 
Garnier, como define Kenneth Frampton, “introduziu uma velha cidade medieval dentro dos 
limites de sua cidade industrial” e conseguiu criar uma cidade propícia ao seu crescimento e 
evolução e ainda impõe uma “soberania de cidade enquanto força civilizadora”. Vai além na 
penetração dos problemas que a sociedade moderna apresenta à arquitetura 
 
Zona Industrial 
 FONTE: http://utopies.skynetblogs.be/04-theories-transitoires/ 
 
 
 
 Zona Residencial 
FONTE:http://exhibits.slpl.org/steedman/data/Steedman240088583.asp# 
 
 
Escola Profissional 
 FONTE:http://utopies.skynetblogs.be/04-theories-transitoires/ 
 
 
Estação Central da cidade industrial 
 FONTE: http://utopies.skynetblogs.be/04-theories-transitoires/ 
3. Lyon 
Além da Cidade Industrial, Garnier aplicou seus conceitos arquitetonicos à sua cidade de 
origem, Lyon entre 1904 e 1914, construindo uma série de edificios publicos e de bairros 
residenciais em um plano unitario. Nesta época Edouard Herriot tornara-se prefeito de Lyon, e 
encomendou seu primeiro edificio, uma modesta leiteria com estrebaria no parque Tête d’Or, 
e todos os edificios posteriores. 
Surge uma grande relação entre comitente e arquiteto, Herriot chega a escrever-lhe: “sempre 
admirei nele a coincidência de um método rigoroso com um temperamento artístico que 
procura inspiração nas mais puras fontes do helenismo.” 
Em 1919 publica estes projetos dos Grands Travaux de la Ville de Lyon, que foram 
almplamente conhecidos e sobrevivem até hoje, como comenta Benevolo, não apenas como 
formas arquitetonicas mas como orgãos da moderna Lyon. 
Algumas das "grandes obras" da cidade foram: Matadouro de La Mouche e do mercado de 
gado (1908-1928), Hospital de Grange-Blanche (1911-1933), Estádio Municipal de Gerland 
(1913-1926 ) e área de Habitação Social "Les Etats-Unis" (1919-1933). 
 
Estádio Municipal de Gerland 
 FONTE: http://www.museeurbaintonygarnier.com/ 
 
 
Matadouro de La Mouche e do mercado de gado 
FONTE: http://ocapitao.wordpress.com/2009/12/05/rammstein/ 
 
 
Matadouro de La Mouche e do mercado degado- interio 
FONTE: http://www.dboc.net/lyon/oc_mutg_en.php 
 
4. Conclusão 
Estudando sua arquitetura e seu plano urbanístico, pode-se perceber todos os seus conceitos 
neles inseridos, explicando assim sua polemica frase que inicia este artigo que foi publicada 
em 1901 em Buldier. 
Leonardo Benevolo caracteriza a arquitetura de Tony Garnier nem como um confronto com a 
finura de Horta ou de Van der Velde, nem com o rigor de Loos, nem com a audácia de Wright, 
e ainda que possa parecer tímida e passadista por suas inspirações clássicas em muitos 
aspectos acredita que torna-se o mais moderno entre seus contemporâneos. 
Assim como Perret, acreditava em uma arquitetura sem rebuscamentos e excessos, na 
existencia de uma arquitetura homogenea que se adapta as mudanças dos tempos mas que 
tenha fundamentos formais imutaveis. Uma arquitetura na qual há uma harmonia 
preestabelecida entre herança arquitetonica (classicos) e tecnica construtiva. 
Garnier acreditava que os cálculos e a técnica construtiva com novos tipos de materiais 
levariam à arquitetura verdadeiramente bela, com construções funcionais que valorizem a 
autenticidade dos materiais. Os meios utilizados pelos engenheiros estão sendo aplicados à 
arquitetura para dominar os problemas de construção contemporâneos. 
 
A arquitetura antiga era um erro, portanto as novas construções deveriam ser projetadas para 
parecem atuais. Assim Garnier especifica sua cidade industrial através da análise e separação 
das funções urbanas, exaltação dos espaços verdes, e a utilização dos materiais novos, como o 
concreto armado, do mesmo modo de Nicolau Pevsner. Ele aplica ao ferro e ao cimento,às 
fabricas e às estações os mesmos métodos de projeto. 
 
Benevolo também considera que Garnier “tem sempre em mente que objetivo de toda 
intervenção é a cidade e que o edificio só tem sentido como contribuiçao à vida da cidade.” E 
ainda, que os escritos pouco representam uma personalidade que tanto se expressou de forma 
prática, é a experiencia mais avançada no periodo que precede o nascimento do movimento 
moderno e suas proprias limitações. 
 
Referências 
GIEDION, Sigfried. Espaço, tempo e arquitetura: o desenvolvimento de uma nova tradição. São 
Paulo: Martins Fontes, 2004 
BENEVOLO, Leonardo. História da Arquitetura Moderna. Perspectiva: Brasil, 2001 
PEVSNER, Nikolaus. Os pioneiros do desenho moderno: de William Morris a Walter Groupis. 
Martins Fontes: local, 2002 
FRAMPTON, Kenneth. História critica da arquitetura moderna. São Paulo: Martins Fontes, 
2000. 
CHOAY, Françoise. O Urbanismo. Trad. Dafne Nascimento Rodrigues. Perspectiva: São Paulo, 
2010 
Site: www.museeurbaintonygarnier.com

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