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FACULDADE SERRA DOURADA 
CAMPUS ALTAMIRA 
EXPERIÊNCIA APLICADA EM PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA 
ELÉTRICA 
 
 
 
JACKSON SANTOS TORRES 
FABIO PANTOJA BAIA 
KARLA BARRETO ALVES 
NEILSON DE JESUS ALVES 
SHIRLENE BATISTA DE LIMA 
SUYLAN CORRÊA MAIA 
JOLIABE ISRAEL PEREIRA DO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
FÁBRICA DE AÇAÍ AUTOSUSTENTÁVEL: GERAÇÃO DE ENERGIA ATRAVÉS DO 
BAGAÇO DO AÇAÍ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALTAMIRA – PA 
2024 
 
Trabalho de Experiência Aplicada em Produção e 
Consumo de Energia Elétrica, como requisito de 
nota parcial para obtenção do grau de engenharia 
Civil, Elétrica e Mecânica. 
JACKSON SANTOS TORRES 
FABIO PANTOJA BAIA 
KARLA BARRETO ALVES 
NEILSON DE JESUS ALVES 
SHIRLENE BATISTA DE LIMA 
SUYLAN CORRÊA MAIA 
JOLIABE ISRAEL PEREIRA DO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FÁBRICA DE AÇAÍ AUTOSUSTENTÁVEL: GERAÇÃO DE ENERGIA ATRAVÉS DO 
BAGAÇO DO AÇAÍ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALTAMIRA – PA 
2024 
 
RESUMO 
 
Este trabalho apresenta o desenvolvimento de uma fábrica de açaí autossustentável 
na região de Altamira, Pará, com o objetivo de gerar energia a partir do bagaço do 
caroço de açaí, um resíduo abundante na região, essa proposta visa transformar esse 
resíduo em biomassa para produção de eletricidade, oferecendo uma alternativa 
sustentável ao desenvolvimento socioeconômico local, além de contribuir para a 
redução de emissões de carbono e promover o uso mais eficiente de recursos 
naturais. 
Os principais objetivos do estudo são: (a) entender os princípios físicos e energéticos 
na conversão do bagaço de açaí em biomassa; (b) demonstrar como o uso de 
resíduos para geração de energia pode incentivar o desenvolvimento sustentável e 
tecnológico na região; (c) propor um modelo operacional para a fábrica, abordando 
desde a coleta e processamento do bagaço até a geração de energia. 
Na primeira fase, realizou-se uma pesquisa sobre o histórico e os fundamentos 
técnicos da utilização de biomassa para geração de energia, com foco no bagaço de 
açaí, investigando os conceitos físicos e químicos envolvidos na secagem, combustão 
e conversão energética, na segunda fase incluiu a caracterização do bagaço, com 
levantamento de sua quantidade e viabilidade como fonte de biomassa, em seguida, 
foi montado o sistema de processamento, incluindo secagem natural, trituração e 
combustão do bagaço, também foram projetados os fornos e caldeiras necessários 
para queimar o resíduo, gerando vapor de alta pressão para movimentar turbinas 
acopladas a geradores elétricos e na fase final, o sistema proposto foi submetido a 
testes para avaliar sua eficiência energética. 
Os resultados indicam que a criação de uma fábrica de açaí autossustentável em 
Altamira é tecnicamente viável e oferece um impacto positivo significativo, tanto 
ambiental quanto socioeconômico, ao utilizar o bagaço de açaí como uma fonte de 
energia eficiente e sustentável. 
 
Palavras-chave: biomassa, bagaço de açaí, geração de energia, sustentabilidade. 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This study presents the development of a self-sustaining açaí factory in Altamira, Pará, 
aimed at generating energy from the açaí seed pulp, an abundant local waste resource. 
The project proposes transforming this waste into biomass for electricity production, 
offering a sustainable alternative for local socioeconomic development while 
contributing to carbon emission reduction and promoting more efficient resource use. 
The main objectives are: (a) understanding the physical and energy principles of 
converting açaí seed pulp into biomass; (b) demonstrating how waste-to-energy 
processes can foster sustainable and technological development in the region; and (c) 
proposing an operational model for the factory, covering the collection, processing, and 
energy generation stages. 
In the first phase, the study explored the historical and technical foundations of 
biomass for energy, focusing on the physical and chemical principles of drying, 
combustion, and energy conversion. The second phase involved characterizing the 
açaí seed pulp, assessing its volume and viability as a biomass source, and 
assembling a processing system, including natural drying, shredding, and combustion. 
Boilers and furnaces were designed to burn the waste, generating high-pressure steam 
to power turbines connected to electricity generators. In the final phase, the system 
underwent testing to evaluate its energy efficiency. 
Results indicate that establishing a self-sustaining açaí factory in Altamira is technically 
feasible and offers significant environmental and socioeconomic benefits by using açaí 
seed pulp as an efficient, sustainable energy source.Keywords: biomass, açaí pulp, 
energy generation, sustainability. 
 
Keywords: biomass, açaí pulp, energy generation, sustainability. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 7 
2 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA ....................................................................................... 9 
a. Energia elétrica: Recurso Essencial para a Vida Humana ............................................. 9 
b. Composição da Matriz Elétrica no Mundo ......................................................................... 10 
c. Composição da Matriz Elétrica no Brasil ........................................................................... 10 
d. Biomassa: Fonte de Energia Renovável ........................................................................... 12 
e. Biomassa no Mundo ................................................................................................................ 13 
f. Biomassa no Brasil e na Amazônia ..................................................................................... 14 
3 CASOS DE USINAS DE BIOMASSA EM OPERAÇÕES INDUSTRIAIS NA REGIÃO 
AMAZÔNICA E EM OUTRAS PARTES DO MUNDO. ................................................................ 15 
3.1 Usina de Biomassa de Açaí em Belém, Pará ............................................................ 15 
3.2 Usina de Biomassa do Estado do Amazonas ........................................................... 16 
3.3 Usina de Biomassa de Drax, Reino Unido ................................................................. 17 
3.4 Usina de Biomassa de Gresham, Oregon, EUA ....................................................... 17 
3.5 Usina de Biomassa de Biomass Power, Tailândia .................................................. 17 
4 BAGAÇO DE AÇAÍ: A BIOMASSA PROMISSORA ........................................................... 18 
4.1 Propriedades Térmicas e Poder Calorífico ............................................................... 18 
4.2 Caracterização e Potencial Energético do Carroço de Açaí ................................. 18 
5 PROCESSO DE CONVERSÃO E PRODUÇÃO DE ELETRICIDADE A PARTIR DO 
BAGAÇO DO AÇAI ........................................................................................................................... 19 
5.1 Coleta e Secagem do Bagaço de Açaí ........................................................................ 20 
5.2 Trituração ........................................................................................................................... 21 
5.3 Combustão ......................................................................................................................... 21 
5.4 Geração de Eletricidade ................................................................................................. 22 
6 ESTIMATIVAS PARA O PROCESSO DE GERAÇÃO DE ENERGIA .............................. 22 
7 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL ...................................................................................... 22 
8 VANTAGENS DA BIOMASSA DE AÇAÍ ...............................................................................23 
 
9 DESVANTAGENS DA BIOMASSA DE AÇAÍ ....................................................................... 24 
10 RESULTADOS OBTIDOS .................................................................................................... 24 
10.1 Produção Sustentável de Energia ............................................................................... 24 
10.2 Redução de Desperdício ................................................................................................ 24 
10.3 Fomento ao Desenvolvimento Regional .................................................................... 25 
10.4 Custos ................................................................................................................................. 25 
11 CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 26 
12 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O interesse em investigar a criação de uma fábrica de açaí autossustentável, 
capaz de gerar energia a partir do bagaço do caroço de açaí, surgiu a partir da 
necessidade de explorar alternativas energéticas sustentáveis e de fácil 
implementação em regiões que dependem fortemente da produção de açaí, como 
Altamira, no Pará. Esse projeto foi inspirado pelas experiências acadêmicas em 
produção e consumo de energia elétrica e pelo uso eficiente de resíduos na geração 
de energia, com foco no potencial do bagaço de açaí como biomassa. 
O contexto em que se insere esta pesquisa é marcado por uma problemática 
central: apesar de o processamento de açaí gerar grandes quantidades de resíduos, 
como o bagaço do caroço, esses resíduos são subutilizados, representando uma 
oportunidade desperdiçada de aliar práticas ambientais responsáveis à geração de 
energia limpa. Essa situação é agravada pela dependência energética da região de 
Altamira de fontes externas, como a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que apesar de 
gerar grande quantidade de energia, em períodos sazonais, época de baixa dos rios 
torna-se insuficiente para abastecimento local. A partir desse cenário, propomos a 
criação de uma fábrica de açaí autossustentável, que poderia não apenas gerar sua 
própria eletricidade, mas também mitigar a dependência de fontes energéticas 
externas e reduzir os impactos ambientais da produção de energia na região. 
Diante desse contexto, emerge a seguinte questão: quais as vantagens que a 
utilização do bagaço de açaí como fonte de energia pode gerar em termos de 
sustentabilidade ambiental, autonomia energética e desenvolvimento 
socioeconômico? 
Os objetivos deste estudo são: (a) compreender os princípios energéticos 
envolvidos na conversão do bagaço de açaí em biomassa, avaliando sua viabilidade 
técnica e econômica; (b) analisar como a proposta de uma fábrica autossustentável 
pode beneficiar o desenvolvimento tecnológico e sustentável da região; e (c) propor e 
implementar um modelo de fábrica que inclua o processamento de resíduos de açaí 
para a geração de eletricidade. 
A metodologia aplicada neste estudo é de natureza aplicada, com abordagem 
quantitativa e qualitativa. Na primeira fase, foi realizada uma revisão bibliográfica 
sobre o uso de biomassa para geração de energia e o potencial do bagaço de açaí 
como matéria-prima. A segunda fase envolveu a descrição do processo de secagem, 
 
trituração e combustão do bagaço, além da concepção técnica dos fornos e caldeiras 
que alimentariam a geração de energia elétrica. Este trabalho está organizado da 
seguinte maneira: apresenta-se uma contextualização sobre o cenário energético de 
Altamira e a relevância da biomassa para a geração de energia, detalha-se a 
metodologia adotada, incluindo a coleta e o processamento do bagaço e a montagem 
do sistema autossustentável e são discutidos os resultados obtidos nos testes de 
viabilidade técnica e econômica, bem como as implicações ambientais. Por fim, traz 
as conclusões do estudo, destacando as contribuições da pesquisa para o 
desenvolvimento sustentável da região. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA 
 
a. Energia elétrica: Recurso Essencial para a Vida Humana 
 
Desempenhando um papel central em praticamente todos os aspectos da 
sociedade, desde o conforto doméstico até o funcionamento de sistemas industriais e 
serviços essenciais, a eletricidade é indispensável para o desenvolvimento social, 
econômico e tecnológico. 
Hospitais e clínicas dependem da energia elétrica para equipamentos médicos 
vitais, como máquinas de tomografia, aparelhos de respiração assistida e sistemas de 
monitoramento, armazenamento de vacinas e medicamentos em temperaturas 
controladas é possível graças à eletricidade. 
 A energia elétrica possibilita aulas online, o uso de ferramentas audiovisuais e 
o acesso à informação por meio da internet, escolas e universidades dependem de 
energia para iluminação, equipamentos e infraestrutura tecnológica. Na indústria e 
economia a eletricidade é fundamental para a produção industrial, automatização de 
processos e funcionamento de máquinas, comércio e serviços utilizam energia elétrica 
para operar caixas eletrônicos, sistemas de pagamento e redes de internet. 
Na agricultura sistemas de irrigação elétrica e bombas d'água aumentam a 
produtividade agrícola, cadeias de armazenamento dependem de energia para 
refrigerar produtos perecíveis. Semáforos, iluminação pública e sistemas de metrô e 
trem dependem da energia elétrica, o avanço dos veículos elétricos está 
revolucionando o transporte sustentável. 
A disponibilidade de energia elétrica é diretamente ligada ao desenvolvimento 
humano, comunidades com acesso limitado à eletricidade enfrentam desafios 
significativos, como dificuldades no acesso à saúde, educação e oportunidades 
econômicas, a energia elétrica promove desenvolvimento econômico, geração de 
empregos e qualidade de vida, cidades dependem de eletricidade para funcionar 
eficientemente e atrair investimentos. 
Desafios relacionados ao uso de energia elétrica é o quesito sustentabilidade, 
pois reduzir o impacto ambiental é crucial, promovendo fontes renováveis e limpas 
como solar, eólica e hidrelétrica. 
Cerca de 770 milhões de pessoas no mundo ainda não têm acesso à 
eletricidade, segundo dados de 2022, destacando a importância de ampliar sua 
 
disponibilidade, é necessário melhorar a eficiência no uso da eletricidade para reduzir 
desperdícios e custos. 
 
b. Composição da Matriz Elétrica no Mundo 
 
A matriz elétrica mundial é composta por diversas fontes de energia utilizadas 
para gerar eletricidade, com variações significativas entre os países e regiões. 
O Carvão é a principal fonte em países como China e Índia, com participação 
de aproximadamente 60% da matriz elétrica mundial, já o gás natural é amplamente 
utilizado nos EUA, Europa e Rússia devido à sua menor emissão de carbono em 
comparação ao carvão, porém os principais desafios é altas emissões de CO₂ e 
impactos ambientais significativos. 
Quando se fala em energia hidrelétrica para esse cenário mundial apenas 16% 
sendo principais produtores: China, Brasil, Canadá e Noruega e para energia nuclear 
apenas 10% da matriz cujo principais produtores são EUA, França, China e Rússia, 
esse modelo tem alta densidade energética e baixas emissões diretas de carbono, o 
entanto enfrentam desafios que são resíduos nucleares, altos custos iniciais e riscos 
de acidentes. 
Falando em fontes renováveis não hidráulicas temos solar, eólica, biomassa e 
geotérmica, juntas representam aproximadamente de 12 a 15%, esse modelo em 
destaque a energia solar e eólica vem crescendo rapidamente devido a custos 
decrescentes eavanços tecnológicos, cujo principais produtores são China, EUA, 
Alemanha, Índia e Brasil e por último e mais importante ao nosso trabalho é a 
biomassa é utilizada em países como Brasil, Índia e em algumas regiões da Europa. 
A composição exata da matriz elétrica varia por país, por exemplo o Brasil é 
destaque por sua matriz majoritariamente renovável (mais de 80% de fontes como 
hidrelétrica, eólica e solar), enquanto países como os EUA e a China ainda têm uma 
dependência significativa de combustíveis fósseis. 
 
c. Composição da Matriz Elétrica no Brasil 
 
A matriz elétrica brasileira é uma das mais limpas e renováveis do mundo, com 
a maior parte da energia proveniente de fontes renováveis. Em 2023, 
 
aproximadamente 85% da eletricidade gerada no Brasil veio de fontes renováveis, em 
contraste com a média global de cerca de 30%. 
Para melhor entendimento da distribuição e formação de toda matriz energética 
do Brasil, segue a figura -01 abaixo: 
 
Figura - 01 
 
Energia Hidrelétrica: é a principal fonte de geração de energia elétrica no Brasil, 
cerca de 56% da matriz elétrica (em 2023), tendo as principais usinas: Belo Monte 
(PA), Itaipu Binacional (PR/MS), Tucuruí (PA) e Altamira (PA), esse método possui 
baixa emissão de carbono, porém grandes impactos ambientais e sociais relacionados 
a alagamentos de grandes áreas e dependência de chuvas. 
Energia Eólica: Concentrada principalmente no Nordeste (Ceará, Bahia e Rio 
Grande do Norte), cerca de 12% no cenário nacional, sua elevada eficiência nestas 
regiões é devido aos ventos constantes, porém tem grande dependência de condições 
climáticas e necessidade de maior integração com o sistema elétrico. 
Energia Solar, representa aproximadamente 5% da matriz energética do pais, 
vem tendo um forte crescimento, tanto em geração centralizada (grandes usinas) 
quanto em geração distribuída (residências, comércios e indústrias), tem grande 
potencial devido à alta incidência solar em todo o país. 
Biomassa que é o tema principal do nosso trabalho, tem baixa participação e 
hoje apresenta cerca de 8%, a geração de energia a partir de resíduos agrícolas tem 
 
como principal astro o bagaço de cana-de-açúcar, onde tem grande aproveitamento 
de resíduos, já o caroço de açaí é pouquíssimo utilizado como fonte de biomassa. 
Energia Nuclear tem participação de aproximadamente 2% com geração 
realizada pelas usinas de Angra 1 e Angra 2 (RJ), possui vantagens por ser estável e 
não depende de condições climáticas, porém altos custos de manutenção, segurança 
e tratamento de resíduos. 
Termelétricas a Combustíveis Fósseis (Gás Natural, Óleo Diesel e Carvão) 
representam cerca de 15%, são utilizadas principalmente como fontes 
complementares em períodos de estiagem ou para suprir demandas em horários de 
pico, porém tem altas emissões de carbono e custo elevado. 
O Brasil se destaca internacionalmente pela alta participação de renováveis na 
matriz elétrica, reduzindo emissões de gases de efeito estufa, essa característica 
coloca o Brasil como líder na transição energética global. 
 
d. Biomassa: Fonte de Energia Renovável 
 
Primeiramente é importante entender o conceito de biomassa, que é uma 
matéria orgânica, ou seja, restos de animais e vegetais, utilizada como fonte para a 
geração de energia, portanto é considerada uma fonte energética renovável, uma vez 
que utiliza elementos naturais que possuem capacidade de regeneração, são 
exemplos de biomassa: materiais lenhosos, cascas e sementes de plantas e até 
mesmo, parte do lixo doméstico descartado pela sociedade. A utilização da biomassa 
para geração de energia remonta aos primeiros usos do fogo, quando a humanidade 
começou a queimar madeira para obter calor e luz, com o passar dos séculos, o 
conceito de biomassa evoluiu, abrangendo resíduos agrícolas, florestais e industriais 
como fontes renováveis de energia. 
A biomassa é empregada para a geração de energia por meio de vários 
processos que envolvem técnicas de diversas áreas, com destaque para a química, o 
funcionamento da biomassa é bastante antigo, uma vez que vários povos ancestrais 
já utilizavam os elementos orgânicos da natureza para a geração de energia, que por 
sua vez, mediante as modernizações tecnológicas, a produção de energia por meio 
da biomassa vem sendo aperfeiçoada. 
Com a crescente demanda por fontes de energia limpas e renováveis, a 
biomassa desempenha um papel estratégico na transição energética global, 
 
Investimentos em tecnologias de conversão e manejo sustentável são essenciais para 
maximizar seu potencial e minimizar impactos ambientais. 
Sobre os usos diversificados da biomassa podemos destacar: a produção de 
eletricidade e calor, que vem com a cogeração em usinas que utilizam resíduos 
agrícolas (bagaço de cana, casca de arroz, serragem) e sistemas de aquecimento 
doméstico e industrial na Europa. O Biocombustível mais utilizados é o Etanol que é 
produzido a partir de cana-de-açúcar (Brasil) e milho (EUA), e o biodiesel que é 
derivado de óleos vegetais, como soja e palma, além de gorduras animais. Sobre o 
Biogás que é produzido por meio da digestão anaeróbica de resíduos orgânicos, como 
lixo urbano e dejetos agrícolas e amplamente utilizado em países como Alemanha, 
Suécia e Índia e por fim o carvão vegetal que é amplamente utilizado em áreas rurais 
de países em desenvolvimento. 
 
e. Biomassa no Mundo 
 
A biomassa, como fonte de energia, desempenha um papel importante no 
panorama energético global, especialmente em países onde os recursos fósseis são 
menos acessíveis ou onde há uma tradição de aproveitamento de recursos naturais 
locais, embora sua participação na matriz energética mundial tenha diminuído ao 
longo do tempo devido à ascensão de combustíveis fósseis, o interesse pela biomassa 
tem sido revitalizado como alternativa sustentável e menos poluente, ela é uma fonte 
de energia utilizada de forma tradicional em diversas partes do mundo em razão, entre 
outros, do baixo custo de produção e da facilidade de obtenção, no entanto detém 
uma participação diminuta na matriz energética mundial. Seu uso vem sendo 
incentivado, principalmente como uma alternativa em relação ao emprego de fontes 
de energia mais poluentes, como o petróleo e o carvão mineral. 
Os dados sobre a utilização de biomassa no mundo são bastante instáveis, 
uma vez que o uso doméstico ainda é muito recorrente, as formas tradicionais de 
biomassa, como a lenha, ainda são muito utilizadas em regiões pobres do planeta, 
como em países subdesenvolvidos da Ásia e da África, já Brasil e EUA são líderes na 
produção de biocombustíveis, especialmente etanol e biodiesel, além do uso de 
resíduos agrícolas na geração elétrica. 
Há estimativas que cerca de 10% da matriz energética mundial sejam 
compostos por fontes de biomassa, o principal centro produtor de energia por meio de 
 
biomassa no mundo é a China, além dela, destacam-se o Brasil e a Índia como dois 
dos grandes mercados mundiais de biomassa. 
 
f. Biomassa no Brasil e na Amazônia 
 
O Brasil é um dos países mais avançados no uso de biomassa como fonte de 
energia renovável, a exploração da biomassa se consolidou no país principalmente a 
partir da crise do petróleo na década de 1970, quando se iniciou a busca por 
alternativas que garantissem autossuficiência energética. Esse movimento foi 
impulsionado pelo Programa Nacional do Álcool (Proálcool), que promoveu a 
produção de etanol a partir da cana-de-açúcar e o aproveitamento dos resíduos desse 
cultivo, especialmente o bagaço, para a geração de energia em usinas 
sucroalcooleiras. 
A biomassa na matriz energética brasileira representa aproximadamente 8,5% 
da geração de eletricidade do país, destacando-se entre as fontes renováveis, o 
bagaço de cana-de-açúcar é o principal insumo, responsável por grande parte da 
energia gerada a partir da biomassa, nosso país lidera no desenvolvimentode 
tecnologias de cogeração e biocombustíveis, com destaque para o etanol de segunda 
geração produzido a partir de resíduos agrícolas 
Apesar da ampla biodiversidade e da produção significativa de resíduos 
agrícolas, o uso de biomassa na Amazônia ainda é subexplorada, a região apresenta 
um enorme potencial para o desenvolvimento sustentável, especialmente por meio do 
aproveitamento de resíduos agroindustriais, a amazônica, apesar de sua rica 
biodiversidade e da grande produção de resíduos agroindustriais, como o caroço de 
açaí, como por exemplo em Altamira - Pará, cuja a produção de açaí é significativa, 
mas o resíduo gerado, o bagaço do caroço, é subutilizado e geralmente descartado, 
e esse subaproveitamento do bagaço representa uma oportunidade perdida, tanto em 
termos de geração de energia quanto de desenvolvimento local sustentável. 
A construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte na década de 2010 trouxe 
para a região uma infraestrutura de geração de energia em larga escala, mas também 
gerou controvérsias quanto ao impacto socioambiental, especialmente no que tange 
ao deslocamento de comunidades e alterações nos ecossistemas locais. 
 
 
 Diante desse contexto, surge o interesse em investigar a biomassa de açaí 
como fonte de energia, propondo um modelo de fábrica autossustentável que 
transforme o bagaço do caroço em eletricidade, gerando energia limpa e diminuindo 
a dependência de fontes externas. Assim, o projeto de uma fábrica de açaí 
autossustentável visa não apenas uma solução energética renovável, mas também 
um modelo de desenvolvimento econômico e ambiental que fortaleça a economia local 
e responda aos desafios de sustentabilidade da região amazônica. 
 
3 CASOS DE USINAS DE BIOMASSA EM OPERAÇÕES INDUSTRIAIS NA 
REGIÃO AMAZÔNICA E EM OUTRAS PARTES DO MUNDO. 
 
As usinas de biomassa têm desempenhado um papel significativo na transição 
para fontes de energia mais sustentáveis, utilizando resíduos agrícolas, florestais e 
industriais, essas usinas geram energia térmica e elétrica, contribuindo para a redução 
de emissões de carbono e o aproveitamento eficiente de materiais que seriam 
descartados. 
A seguir, sessão apresentados alguns exemplos de usinas de biomassa em 
operação dada especial atenção a Usina do Estado do Pará, alicerce para pesquisa 
deste trabalho: 
 
3.1 Usina de Biomassa de Açaí em Belém, Pará 
 
A Usina de Biomassa de Açaí em Belém começou a operar em 2019, como um 
projeto pioneiro para reaproveitamento do caroço do açaí, o empreendimento foi 
concebido para atender à crescente demanda por energia limpa e aproveitar um dos 
resíduos mais abundantes do estado do Pará, dada a importância da produção de 
açaí para a economia local, a usina processa cerca de 300 toneladas de caroço de 
açaí por dia, totalizando aproximadamente 9.000 toneladas por mês, esse volume é 
obtido principalmente de cooperativas, pequenas agroindústrias e feiras que operam 
no processamento da polpa de açaí em Belém e cidades vizinhas. 
A usina possui capacidade instalada para gerar 5 MW de eletricidade, energia 
suficiente para abastecer cerca de 15.000 residências ou indústrias de pequeno porte. 
Os caroços processados vêm de várias fontes, incluindo indústrias de polpa 
localizadas na região metropolitana de Belém, pequenas comunidades produtoras em 
 
municípios próximos, como Igarapé-Miri, Barcarena e Abaetetuba, que são grandes 
polos de produção de açaí, resíduos gerados por feiras livres e mercados urbanos de 
Belém, como o Mercado do Ver-o-Peso. 
A energia produzida é integrada à rede de distribuição, beneficiando 
comunidades urbanas e rurais próximas, parte da eletricidade é usada por 
agroindústrias locais, como fábricas de processamento de alimentos e empresas do 
setor agrícola. 
A usina evita o descarte inadequado de toneladas de caroços de açaí, que 
poderiam causar impactos ambientais, como entupimento de rios e produção de 
metano em aterros, a biomassa do caroço de açaí é considerada carbono-neutra, 
ajudando a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em comparação com 
combustíveis fósseis. 
A Usina de Biomassa de Açaí em Belém é um exemplo inovador de como 
resíduos locais podem ser transformados em uma fonte de energia renovável, 
promovendo sustentabilidade econômica e ambiental, ao mesmo tempo, ela 
demonstra a viabilidade de tecnologias modernas aplicadas a contextos regionais, 
incentivando a replicação do modelo em outras localidades da Amazônia com 
características similares. Apesar de sua relevância, a usina ainda não atende a uma 
parcela significativa da demanda regional de energia, mostrando a necessidade de 
expansão ou replicação do modelo. 
As usinas de biomassa são fundamentais para uma matriz energética mais 
sustentável e resiliente, na Amazônia e no mundo, elas exemplificam como resíduos 
antes descartados podem ser transformados em energia limpa e acessível, 
promovendo benefícios sociais, econômicos e ambientais, esses exemplos inspiram 
novas iniciativas e destacam a importância de investir em tecnologias de biomassa. 
 
3.2 Usina de Biomassa do Estado do Amazonas 
 
A usina de biomassa do coração da Amazônia está localizada na cidade de 
Itacoatiara, essa cidade, situada a cerca de 270 km de Manaus, abriga iniciativas de 
biomassa voltadas ao aproveitamento de resíduos florestais provenientes de 
atividades madeireiras legalizadas, comuns na região. Itacoatiara foi escolhida devido 
à sua proximidade com operações florestais e à abundância de resíduos, como 
serragem, lascas e aparas de madeira, que podem ser utilizados de forma sustentável 
 
para a geração de energia, essa localização também facilita o fornecimento de 
eletricidade para comunidades isoladas próximas e contribui para o desenvolvimento 
econômico local, esta usina utiliza resíduos de madeira provenientes da atividade 
florestal legalizada, como serragem, lascas e aparas de madeira, os resíduos são 
processados em caldeiras modernas para gerar calor e eletricidade por meio de 
turbinas a vapor, sua capacidade de gerar aproximadamente 10 MW, com uma 
significativa contribuição para áreas isoladas onde não há acesso à rede elétrica 
convencional. 
 
3.3 Usina de Biomassa de Drax, Reino Unido 
 
A Drax Power Station, localizada em North Yorkshire, é uma das maiores 
usinas do Reino Unido e converteu grande parte de sua capacidade de carvão para 
biomassa, utilizando pellets de madeira como combustível, sua capacidade instalada 
de geração elétrica por biomassa é de cerca de 2.600 MW, suficiente para abastecer 
milhões de residências. 
 
3.4 Usina de Biomassa de Gresham, Oregon, EUA 
 
Localizada no estado do Oregon, esta usina é um exemplo de gestão eficiente 
de resíduos florestais e agrícolas, utilizam em seu processo Resíduos como galhos, 
cascas e restos agrícolas são queimados para gerar vapor, que movimenta turbinas 
elétricas sua capacidade instalada de cerca de 20 MW, fornecendo eletricidade para 
cerca de 15.000 residências 
 
3.5 Usina de Biomassa de Biomass Power, Tailândia 
 
Esta usina utiliza resíduos agrícolas, como cascas de arroz e restos de culturas, 
para gerar eletricidade, os resíduos são queimados para gerar vapor, que é usado 
para movimentar turbinas geradoras de eletricidade, sua capacidade de geração de 9 
MW, com eletricidade direcionada principalmente para comunidades agrícolas e 
pequenas indústrias. 
 
 
 
4 BAGAÇO DE AÇAÍ: A BIOMASSA PROMISSORA 
 
O caroço de açaí é um resíduo agroindustrial abundante na região Amazônica, 
em especial Altamira no Pará, e promissor como biomassa devido às suas 
características físico-químicas e à alta disponibilidade, o caroço de açaí representa 
cerca de 80% a 85% do peso total da fruta, enquanto a polpa corresponde a apenas 
15% a 20%, isso significa que para cada tonelada de fruta processada, cerca de 800 
a 850 kg de caroços são gerados como resíduo, apesar docaroço de açaí possuir um 
alto teor de umidade inicial, variando entre 45% e 60%, dependendo do frescor e do 
método de extração da polpa, para uma combustão eficiente, o teor de umidade 
precisa ser reduzido para 15% ou menos, o que geralmente é alcançado por 
processos de secagem ao ar ou em secadores industriais. 
A densidade do caroço seco varia entre 0,6 a 0,8 g/cm³, tornando-o denso o 
suficiente para transporte e manuseio em aplicações energéticas. 
 
4.1 Propriedades Térmicas e Poder Calorífico 
 
Estudos apontam que o poder calorífico médio do bagaço de açaí seco gira em 
torno de 17 a 19 MJ/kg, o que o coloca em uma faixa de competitividade com outras 
biomassas agroindustriais, como o bagaço de cana-de-açúcar e a casca de coco, esse 
poder calorífico indica que, ao ser queimado, o bagaço de açaí libera uma quantidade 
de energia suficiente para mover turbinas a vapor em sistemas de geração elétrica. 
A temperatura de ignição do bagaço de açaí varia entre 250°C e 300°C., esse 
intervalo é adequado para fornos industriais e facilita a combustão em fornos de alta 
eficiência, sem a necessidade de aquecimento prévio adicional. 
 O bagaço de açaí emite uma quantidade moderada de gases, com teores 
menores de dióxido de enxofre (SO₂) e óxidos de nitrogênio (NOₓ) em comparação a 
combustíveis fósseis, contribuindo para uma queima mais limpa e sustentável. 
 
4.2 Caracterização e Potencial Energético do Carroço de Açaí 
 
O potencial do bagaço de açaí para o uso em geração de energia, 
especialmente em regiões que apresentam escassez de outras fontes renováveis, 
eles ressaltam que o aproveitamento desse resíduo, além de reduzir o descarte 
 
inadequado, pode oferecer uma solução de baixo custo para a produção de energia 
elétrica em pequenas e médias escalas, beneficiando comunidades locais e indústrias 
regionais, o bagaço de açaí apresenta-se como uma biomassa promissora, com uma 
composição rica em carbono e propriedades térmicas favoráveis para a produção de 
eletricidade, destacando-se como uma alternativa sustentável e ambientalmente 
responsável para a geração de energia na Amazônia. 
Quando utilizado em caldeiras ou sistemas de cogeração, o caroço de açaí 
apresenta uma eficiência de conversão energética de até 85% quando bem 
processado e em condições controladas, ele pode gerar vapor de alta pressão para 
movimentar turbinas ou produzir calor para processos industriais. 
 
5 PROCESSO DE CONVERSÃO E PRODUÇÃO DE ELETRICIDADE A PARTIR 
DO BAGAÇO DO AÇAI 
 
A criação de uma fábrica de açaí autossustentável, capaz de gerar energia a partir 
do bagaço do caroço de açaí, surgiu a partir da necessidade de explorar alternativas 
energéticas sustentáveis, neste contexto com base em pesquisas na região foi 
observado que uma mini fábrica recebe a processa 30 quilos de açaí por dia e a partir 
desse dado fizemos o dimensionamento da estimativa da produção de energia, 
considerando percas no processo produtivo. 
 
Coleta de dados: 
Com base na pesquisa em campo, e compreendendo que o caroço de açaí 
representa cerca de 80% a 85% do peso total da fruta, o restante, 15% a 20%, é a 
polpa, que é processada para produzir a poupa de açaí. 
Produção de açaí a partir de 30 kg de caroço: 
 Peso total da fruta= 0,85 / 30kg = 35,29kg. 
 A polpa representa 15% do peso total da fruta: Peso da polpa= 35,29kg × 
0,15 = 5,29kg. 
 A polpa, após o processamento com água e peneiramento, geralmente 
gera de 1 a 1,5 litro de açaí líquido por kg de polpa, 5,29kg × 1,5litros/kg= 
7,94litros de poupa. 
 
 
Compreendemos o processo da quantidade de poupa do fruto, agora iremos 
visualizar o processo de conversão do caroço de açaí (bagaço) em eletricidade, 
incluindo as etapas específicas para coleta, secagem, trituração, combustão e 
geração de eletricidade, além de uma estimativa da produção energética para uma 
usina que processa 30 kg de caroço por dia. 
 
5.1 Coleta e Secagem do Bagaço de Açaí 
 
Na nossa fábrica de açaí, após a coleta do caroço proveniente da fabricação 
da poupa do açaí, ele é armazenado em uma bandeja ao ar livre, onde a exposição 
ao sol permite redução da umidade inicial que é fundamental para a combustão 
eficiente, o caroço precisa ser seco para reduzir a umidade e melhorar sua 
combustibilidade, além da secagem ao ar livre (imagem - 02) que demanda mais 
tempo e depende do clima podemos também utilizar secadores industriais que são 
mais rápidos e eficientes. 
Reduzir o teor de umidade para 15% ou menos, ideal para combustão eficiente, 
desde modo será necessário espalhar os caroços em superfícies abertas sob o sol, 
secagem em leito fluidizado (imagem - 03) ou forno rotativo, onde o caroço é exposto 
a fluxos de ar quente que removem rapidamente a umidade, a energia utilizada pode 
vir de parte da biomassa processada na usina. 
Após a secagem, o peso do caroço pode ser reduzido em até 40% devido à 
perda de água. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagem – 02 Imagem - 03 
 
 
 
5.2 Trituração 
Para alcançar uma combustão completa, o caroço precisa ser triturado em 
tamanhos menores, geralmente entre 5 a 10 cm de diâmetro, para aumentar a 
superfície de contato com o oxigênio e melhorar a eficiência térmica 
Após a secagem, o bagaço é triturado em partículas menores para facilitar a 
combustão, usamos trituradores industrial de alta capacidade transformando o bagaço 
em partículas pequenas, pois a trituração aumenta a área de superfície do material, 
melhorando sua combustibilidade e garantindo um processo mais uniforme na etapa 
de combustão, a trituração aumenta a superfície de contato com o oxigênio, facilitando 
a queima completa e aumentando a eficiência térmica. 
O triturador pode ser manual ou elétrico e a energia utilizada pode vir de parte 
da biomassa processada na usina, como modelo abaixo (imagem -04) 
 
 
Imagem 04 
 
5.3 Combustão 
 
O bagaço triturado é transferido para fornos de alta temperatura, onde ocorre a 
combustão, o calor gerado é transferido para uma caldeira, que aquece a água e gera 
vapor de alta pressão, o vapor gerado pelas caldeiras é o agente energético que 
movimentará as turbinas na próxima etapa, a temperatura inicial para a ignição do 
caroço é de aproximadamente 300°C. Após aignição, a temperatura pode aumentar 
até 700°C em caldeiras otimizadas. 
 
A combustão ocorre em temperaturas de 700°C a 1.000°C, o vapor 
superaquecido gerado na caldeira é direcionado para uma turbina, o vapor em alta 
pressão faz as pás da turbina girarem, convertendo a energia térmica em energia 
mecânica. 
 
5.4 Geração de Eletricidade 
 
A turbina está conectada a um gerador que transforma a energia mecânica em 
eletricidade, o vapor de alta pressão é direcionado para turbinas acopladas a 
geradores, transformando a energia mecânica em energia elétrica. A turbina converte 
a energia térmica do vapor em energia mecânica, e o gerador converte essa energia 
mecânica em eletricidade, que é então distribuída para uso local na própria fábrica de 
açaí. 
 
6 ESTIMATIVAS PARA O PROCESSO DE GERAÇÃO DE ENERGIA 
Considerando o poder calorífico do caroço de açaí seco é de 16 MJ/kg a 19 
MJ/kg (aproximadamente 4,4 a 5,3 kWh/kg), A eficiência de conversão em uma 
caldeira a biomassa típica é de 20% a 25% para eletricidade. 
 Cálculo para 30 kg/dia: 
Energia térmica disponível: 30 kg x 16 MJ/kg = 480 MJ/dia 
Energia elétrica gerada (25% eficiência): 480 MJ x 0,25 = 120 MJ/dia. 
 Convertendo para kWh: 120 MJ ÷ 3,6 = 33,33 kWh/dia. 
Resultado: A usina pode gerar 33 kWh/dia, suficiente para atender o consumo 
diário médio de aproximadamente 9 residências ribeirinhas, considerando um 
consumo médio de 3 kWh por dia por residência, e da nossa fábrica consumo médio 
de 6 kWh por dia. 
7 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL 
 
A utilização do bagaço de açaí comofonte de energia minimiza o desperdício de 
recursos, que, caso contrário, seriam descartados de maneira inadequada, gerando 
poluição e impactos ambientais. A biomassa é uma fonte renovável, pois o cultivo de 
 
açaí pode ser mantido de maneira sustentável, permitindo um ciclo de produção de 
energia que não esgota os recursos naturais. Ao evitar a dependência de fontes de 
energia como a hidrelétrica, que pode causar danos a ecossistemas locais, a fábrica 
ajuda a preservar a biodiversidade da região. 
A geração local de eletricidade reduz a vulnerabilidade da região a cortes de 
energia e aumentos de tarifas, garantindo que as comunidades tenham acesso 
contínuo e confiável à energia, essa autonomia energética fortalece a resiliência das 
comunidades locais. 
 O sucesso da fábrica pode servir como um modelo para outras indústrias no 
Brasil e em países tropicais, estimulando a adoção de tecnologias de geração de 
energia renovável em diferentes contextos, este projeto pode impulsionar a pesquisa 
e o desenvolvimento em tecnologias de conversão de biomassa, promovendo 
inovações que melhorem a eficiência e reduzam os custos. 
A fábrica pode se tornar um centro de educação e sensibilização para a 
comunidade sobre a importância da sustentabilidade e da gestão de resíduos, 
promovendo práticas ambientais responsáveis. 
 
8 VANTAGENS DA BIOMASSA DE AÇAÍ 
 
Aproveitamento de Resíduos, o caroço de açaí, que geralmente é descartado 
de forma inadequada, pode ser transformado em uma fonte de energia, reduzindo 
impactos ambientais, o carbono-Neutro com a queima de biomassa emite CO₂, mas 
ele é reabsorvido pelas plantas durante o crescimento, equilibrando o ciclo de 
carbono, a redução de resíduos orgânicos, diminuindo a sobrecarga de resíduos nos 
aterros e evita problemas como a proliferação de pragas. 
Considerando os benefícios econômicos, o baixo custo por ser um subproduto 
do processamento do açaí, o caroço é uma matéria-prima de baixo custo, a geração 
de empregos, criando oportunidades em coleta, transporte e operação de usinas de 
biomassa, promovendo o desenvolvimento regional. 
A eficiência energética, com poder calorífico elevado, O caroço de açaí seco 
tem um poder calorífico de 16-19 MJ/kg, comparável a outras biomassas, como casca 
de arroz e bagaço de cana e sua versatilidade de uso, pode ser usado em diferentes 
formas, como combustível para caldeiras ou para produzir briquetes. 
 
 
 
9 DESVANTAGENS DA BIOMASSA DE AÇAÍ 
 
Processamento e armazenamento, pois o teor de umidade elevado do caroço 
de açaí (45% a 60%), exige secagem antes da combustão, o que consome energia e 
aumenta os custos, a baixa eficiência energética inicial pois a conversão de biomassa 
em eletricidade tem uma eficiência relativamente baixa (20% a 25%), especialmente 
em pequenos sistemas. 
O valor do projeto altíssimo, pois caldeira que é responsável por queimar a 
biomassa e gerar vapor para movimentar a turbina o processamento de 30 kg de 
biomassa/dia: seria em torno de R$ 50.000 mil reais, apesar de ser de pequeno porte 
(variando entre 100-200 kg de vapor/hora, com eficiência de 70% a 85% (dependendo 
da tecnologia de combustão e do sistema de secagem do caroço). 
Já a turbina converte que converte a energia do vapor gerado pela caldeira em 
energia mecânica, que seria uma turbina de pequeno porte (variando entre 10-50 kW) 
seria em tono de 100 mil reais, com produção de 10-50 kW de eletricidade e seu ciclo 
de operação projetada para operação contínua ou intermitente, sua eficiência: 15% a 
25% para pequenos sistemas de cogeração. 
 
10 RESULTADOS OBTIDOS 
 
10.1 Produção Sustentável de Energia 
Autossuficiência Energética: A fábrica deve ser capaz de atender a 100% de 
suas necessidades energéticas por meio da queima de bagaço de açaí, reduzindo a 
dependência de fontes externas, como a Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Redução 
de Emissões de Carbono: A transição para uma fonte de energia renovável como a 
biomassa deverá resultar em uma significativa diminuição nas emissões de gases de 
efeito estufa associadas ao uso de combustíveis fósseis. 
 
10.2 Redução de Desperdício 
 
Aproveitamento de Resíduos: A transformação do bagaço de açaí em energia 
resultará em uma redução dos resíduos que normalmente seriam descartados, 
promovendo uma gestão mais eficiente de recursos. 
 
Economia Circular: A fábrica pode servir como um modelo de economia 
circular, onde o resíduo de um processo (bagaço de açaí) se torna a matéria-prima de 
outro (geração de energia), otimizando o uso de recursos naturais. 
Educação sobre Sustentabilidade: O projeto pode aumentar a conscientização 
sobre a importância do reaproveitamento de resíduos, incentivando práticas 
sustentáveis entre os produtores de açaí e a comunidade. 
 
10.3 Fomento ao Desenvolvimento Regional 
Incentivo a Práticas Agrícolas Sustentáveis: A demanda por bagaço de açaí 
pode incentivar os produtores a adotar práticas agrícolas mais sustentáveis, 
promovendo o uso responsável de recursos e a preservação do meio ambiente. 
Valorização da Comunidade: A interação entre a fábrica e a comunidade pode 
fortalecer laços sociais, promovendo iniciativas conjuntas para o desenvolvimento 
local e criando um ambiente de cooperação. 
 
10.4 Custos 
O projeto pode estimular inovações na área de conversão de biomassa e 
tecnologias relacionadas, que podem ser transferidas para outras regiões, a fábrica 
pode se tornar um exemplo a ser seguido, inspirando outros empreendimentos a 
adotarem práticas sustentáveis e inovadoras na geração de energia, porem um 
sistema pequeno, é ideal para cogeração local de energia em uma fábrica 
autossustentável, com base na energia produzida podemos calcular o retorno 
econômico ao substituir energia comprada da rede elétrica ou ao vender o excedente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 CONCLUSÃO 
 
O projeto da fábrica de açaí autossustentável, com foco na geração de energia a 
partir do bagaço do açaí, se revela uma solução inovadora e eficaz para os desafios 
energéticos e socioeconômicos enfrentados pela região de Altamira, a proposta de 
transformar um resíduo amplamente subutilizado em uma fonte de energia renovável 
não apenas endereça a questão da gestão de resíduos, mas também oferece uma 
alternativa sustentável à dependência de fontes externas, como a Usina Hidrelétrica 
de Belo Monte. 
 A conversão do bagaço de açaí em energia contribui para a redução das 
emissões de gases de efeito estufa, promovendo uma geração de energia limpa, além 
disso, minimiza o desperdício, transformando um resíduo em um recurso valioso, 
afábrica tem o potencial de atender suas próprias necessidades energéticas, 
diminuindo a dependência de fontes externas e fortalecendo a segurança energética 
da comunidade local, com esse projeto podemos impulsionar a geração de energia 
local pode reduzir os custos com eletricidade para os produtores de açaí, melhorando 
sua competitividade e incentivando práticas agrícolas sustentáveis. A análise técnica 
e econômica demonstrou que o bagaço de açaí possui propriedades favoráveis para 
a combustão, e o custo de produção de energia pode ser competitivo em relação a 
outras fontes. 
Em resumo, a implementação da Fábrica de Açaí Autossustentável representa 
uma sinergia entre a produção de alimentos, gestão de resíduos e geração de energia, 
promovendo um ciclo de desenvolvimento que beneficia o meio ambiente e a 
sociedade, alinhando com os princípios da sustentabilidade, mas também proporciona 
um caminho inovador para o desenvolvimento econômico da região amazônica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 REFERÊNCIAS 
 
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do caroço de açaí. 
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Silva, M. A., & Andrade, R. G. (2009). Tecnologia de Caldeiras e Geradores de Vapor: 
Aplicações em Sistemas Energéticos 
Ramos, D. R., & Oliveira, S. P. (2015). Caldeiras de Biomassa: Fundamentos e 
Aplicações. 
Barbosa, G. S. (2013). Caldeiras e Vaporizadores para Sistemas de Biomassa. 
Khan, J., & Abas, N. (2011). Turbines in Biomass Power Plants: A Comprehensive 
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Channiwala, S. A., & Parikh, P. P. (2002). Steam Turbine Design for Biomass Power 
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