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Teoria e prática do partido arquitetônico - Mario Biselli

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26/08/2015 arquitextos 134.00: Teoria e prática do partido arquitetônico | vitruvius
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.134/3974 1/12
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134.00 ano 12, jul. 2011
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arquitextos ISSN 1809­6298
Teoria e prática do partido arquitetônico
Mario Biselli
Muitos autores acadêmicos têm se debruçado recentemente sobre temas e
termos correntes da arquitetura na tentativa de compreender e explicar o
processo de projetação. O aprofundamento recente destas pesquisas e
reflexões tem produzido noções sempre mais didáticas e esclarecedoras,
tanto para estudantes e professores como para arquitetos com interesses
teóricos e mesmo para leigos e amantes da arquitetura.
A história é rica em exemplos do interesse em resumir o projeto a um
processo linear, possuidor de uma técnica de realização passo a passo, como
montar uma máquina, como cultivar soja, primeiro isto, depois aquilo e
aquilo outro, e assim por diante numa seqüência de procedimentos idêntica a
tantas outras técnicas e disciplinas inventadas pelo homem.
Escola Coreana
Croquis de Mario Biselli
Um aspecto interessante da atividade de projeto é justamente a quantidade
de teorias, metodologias, manuais de procedimentos e técnicas as mais
diversas da qual foi objeto historicamente. Mais interessante ainda é
observar que, embora partes do processo de produção do projeto possam estar
sujeitas a uma seqüência de procedimentos, o processo inteiro jamais poderá
se enquadrar neste modelo, e, portanto, as metodologias não se sustentam
enquanto sistemas universais, embora seja obrigatório conhecê­las, pois a
nenhum arquiteto é permitida a ignorância sobre a experiência acumulada que
compõe a história da arquitetura.
134.00 
sinopses 
como citar
idiomas
original: português
compartilhe
       
134
134.01
Jornalismo, arquitetura
e mercado editorial:
quem faz e como faz
jornalismo em
arquitetura no Brasil
Gustavo Sobral
134.02
Mise à jour: duas
culturas e algumas
cidades, cinquenta e
cinco anos depois
Adson Cristiano Bozzi
Ramatis Lima
134.03
O Museu Histórico e
Arquivo Municipal de
Presidente Prudente ­
SP
Patrimônio, projeto e
identidade na cidade
contemporânea
Hélio Hirao e Rodrigo
Morganti Neres
134.04
Industrialização da
construção no Centro de
Tecnologia da Rede
Sarah (CTRS)
A construção dos
hospitais da Rede
Sarah: uma tecnologia
diferenciada através do
Centro de Tecnologia da
Rede Sarah – CTRS
Marieli Azoia
Lukiantchuki , Michele
Caroline Bueno Ferrari
Caixeta, Márcio Minto
Fabricio e Rosana Caram
134.05
Quando o design exclui
o Outro
Dispositivos espaciais
de segregação e suas
manifestações em João
Pessoa PB
Patrícia Alonso de
jornal
notícias
agenda cultural
rabiscos
eventos
concursos
seleção
Nam June Paik
Croquis de Mario Biselli
em vitruvius
26/08/2015 arquitextos 134.00: Teoria e prática do partido arquitetônico | vitruvius
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.134/3974 2/12
O termo projetação tem sido pouco usado no Brasil, mas é o termo que define
a produção do projeto de arquitetura como um processo. Este processo tem um
momento crítico e imponderável que foge a qualquer metodologia, mesmo
quando a projetação estava sujeita às regras da composição clássica. Este
momento crítico é o momento que envolve as decisões relativas ao que
conhecemos por partido arquitetônico, termo que em outros lugares é também
conhecido como estratégia ou conceito.
Bienal de Arte de SP
Croquis de Mario Biselli
Para efeito desta reflexão usarei o termo partido arquitetônico por ser o
mais comum no Brasil e, creio, mais específico do campo da arquitetura do
que estratégia ou conceito, os quais são muito comuns em outras áreas. Com
base na experiência pode­se também dizer que “partido” é o termo comum à
linguagem própria dos arquitetos, o assunto central, senão único, entre
arquitetos no âmbito da produção, do julgamento de concursos de
arquitetura, do ensino de projeto, das conversas informais. E não creio se
tratar de um exagero cogitar a exclusividade do assunto, dado que em
“partido” se compreende a discussão de aspectos como estratégia de
implantação e distribuição do programa, estrutura e relações de espaço,
todas elas questões centrais para os arquitetos. Outros temas relativos às
atividades criativas – como composição, estilo, estética etc. – embora
tenham sido objeto de interesse da teoria da arquitetura recentemente, são
tratados no âmbito da prática com pudor e desinteresse, senão como meros
epifenômenos.
A definição de partido arquitetônico, portanto, e as reflexões sobre seu
significado, dado o interesse geral, tem sido tarefa de vários autores e
todas elas contêm aspectos novos e esclarecedores. O exame destas
definições é um primeiro objeto de meu interesse.
Escola Cáritas
Croquis de Mario Biselli
Desde o período acadêmico até as primeiras definições modernas, o projeto
de arquitetura tem sido descrito como resultado de um raciocínio lógico. Em
Teoria e projeto na primeira era da máquina, Banham compara Guadet, para
quem a composição era o tema perene, e Choisy, que enfatiza a construção,
ambos teóricos da composição arquitetural, para quem a natureza lógica da
concepção constitui o tema mais destacado:
“a forma como conseqüência lógica da técnica – que torna a arte da
arquitetura sempre e em toda parte a mesma.
[Para Choisy] a essência da arquitetura foi sempre a construção, a
função do arquiteto sempre foi esta: fazer uma avaliação correta do
problema com que se deparava, após a qual a forma do edifício
seguir­se­ia logicamente dos meios técnicos a seu dispor” (1).
Autores modernos, como Carlos Lemos, também propõem definições fazendo uso
dos termos “conseqüência” e “resultado”, nos quais uma idéia de lógica
permanece implícita:
“A mencionada definição é a seguinte: Arquitetura seria, então,
toda e qualquer intervenção no meio ambiente criando novos espaços,
quase sempre com determinada intenção plástica, para atender a
Andrade
134.06
Ready­Made City
David Sperling
26/08/2015 arquitextos 134.00: Teoria e prática do partido arquitetônico | vitruvius
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.134/3974 3/12
necessidades imediatas ou a expectativas programadas, e
caracterizada por aquilo que chamamos de partido. Partido seria uma
conseqüência formal derivada de uma série de condicionantes ou de
determinantes; seria o resultado físico da intervenção sugerida. Os
principais determinantes, ou condicionadores, do partido seriam:
a. a técnica construtiva, segundo os recursos locais, tanto
humanos, como materiais, que inclui aquela intenção plástica, às
vezes, subordinada aos estilos arquitetônicos.
b. o clima.
c. AS condições físicas e topográficas do sítio onde se intervém.
d. o programa das necessidades, segundo os usos, costumes populares
ou conveniências do empreendedor.
e. as condições financeiras do empreendedor dentro do quadro
econômico da sociedade.
f. a legislação regulamentadora e/ou as normas sociais e/ou as
regras da funcionalidade” (2).
É certo que todo arquiteto defende seu projeto como um produto da aplicação
da lógica face aos dados fornecidos para sua elaboração. Mas, em
arquitetura parece que temos uma lógica para cada projetista, pois se
dependêssemos meramente da lógica, o processo seria universal e já não
caberia qualquer preocupação sobre o assunto. Talvez, neste caso, a ação de
projetar e construir já teriam sidointegralmente resolvidos pela
indústria, através de seus computadores e máquinas.
E o que se vê é justamente o contrário, há um claro incômodo a respeito –
“Esa incómoda situación del partido”, afirma Corona­Martinez (3) –, sempre
surgem novas explicações e teorias, como se sempre mais estivéssemos
interessados em desvendar um mistério, perscrutar as mentes criadoras para
pôr às claras algo nebuloso, abrir uma “caixa preta”:
“Le Corbusier enfatizou ainda mais o uso da lógica matemática de
Descartes ao dizer que o início do processo de criação é a
definição da planta arquitetônica, que por sua vez é a
representação do programa arquitetônico (função da edificação).
Assim, a projeção vertical da planta resultaria, segundo ele, nas
paredes que por sua vez se tornariam volumes: linhas que se
transformam em planos que se transformam em volumes; é a seqüência
linear e crescente do raciocínio cartesiano.
Embora se saiba que Descartes ainda é apreciado nas escolas de
arquitetura do Brasil para o ensino­aprendizagem do projeto
arquitetônico, sabe­se também que em algum momento do processo de
criação surge algo estranho que parece não caber na lógica
cartesiana: é a caixa preta; um conceito usualmente utilizado pelos
arquitetos para significar o momento em que a subjetividade
psicológica do arquiteto define, por meio de um rabisco (croqui) o
partido do projeto. Apesar dos arquitetos conhecerem esse processo,
ninguém até hoje explicou o que acontece dentro dessa caixa preta,
dizem que é inexplicável” (4).
Duas publicações recentes abordam estes temas, suas reflexões são a base
para uma compreensão e críticas contemporâneas desta problemática. São elas
Adoção do partido em arquitetura, de Laert Pedreira Neves e Composição,
partido e programa – uma revisão de conceitos em mutação, de Anna Paula
Canez e Cairo Albuquerque da Silva, este último se tratando de uma
coletânea de ensaios de vários autores.
Escola Cáritas
Croquis de Mario Biselli
Destes textos emergem duas idéias principais. Em primeiro lugar, a de que o
partido é a idéia inicial de um projeto e em segundo, que esta idéia é uma
criação autoral e inventiva, e artística na medida em que faz uso da
composição. Vemos em Neves as definições nesta seqüência. Em primeiro
lugar:
“Denomina­se Partido Arquitetônico a idéia preliminar do edifício
projetado.
Idealizar um projeto requer, pelo menos, dois procedimentos: um em
que o projetista toma a resolução de escolha dentre inúmeras
26/08/2015 arquitextos 134.00: Teoria e prática do partido arquitetônico | vitruvius
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.134/3974 4/12
alternativas, de uma idéia que deverá servir de base ao projeto do
edifício do tema proposto; e outro em que a idéia escolhida é
desenvolvida para resultar no projeto. É do primeiro procedimento,
o da escolha da idéia, que resulta o partido, a concepção inicial
do projeto do edifício, a feitura do seu esboço” (5).
Antes, no texto introdutório:
“É importante ressaltar que projetar um edifício é, na essência, o
ato de criação que nasce na mente do projetista. É fruto da
imaginação criadora, da sensibilidade do autor, de sua percepção e
intuição próprias. É resultado do trabalho do pensamento. Sendo
assim, constitui­se em algo de difícil controle, interferência e
ordenamento” (6).
Em Composição, partido e programa – uma revisão de conceitos em mutação, o
texto de Rogério de Castro Oliveira faz uso de uma linguagem mais complexa,
mas de conteúdo similar e complementar. Primeiramente uma argumentação
genérica:
“Em suma, no projeto de arquitetura, a concepção do partido
arquitetônico pressupõe a proposição de configurações que
descobrem, ou inventam, relações espaciais e programáticas a partir
de uma dispersão inicial, indeterminada, de possibilidades
projetuais. A coerência de tais construções deriva, antes, de um
progressivo fechamento interno do que de determinação externa. O
partido é, por hipótese, uma prefiguração do objeto, que o
projetista elege como ponto de partida e fio condutor: cabe à
investigação epistemológica construir contextos de explicitação das
razões que asseguram pertinência e validade a essas arquiteturas
projetadas” (7).
Escola Cáritas
Croquis de Mario Biselli
Ainda no mesmo texto, quando se dedica a uma comparação entre os projetos
de Le Corbusier e Lúcio Costa para a Cidade Universitária do Rio de Janeiro
em 1939:
“Para Lúcio Costa... ao contrário, tomar partido implica dar início
a um percurso inventivo que se traça sobre um campo de relações em
constante formação e renovação, ainda que aos tateios e sujeito a
inúmeros e imprevisíveis retornos e desvios. Tais relações
simultaneamente externas e internas ao objeto projetado implicam a
construção de correspondências entre formas e conteúdos,
organizando­se progressivamente em esquemas que conectam partes
antes separadas. Este dinamismo atribui à construção do partido um
sentido eminentemente operativo, antecipador das configurações
compositivas que conduzirão à finalização do projeto” (8).
Todas estas definições, desde as mais simples como as de Neves, às mais
sofisticadas, como as de Rogério de Castro Oliveira, procuram sempre mais
elucidar, ilustrar e compreender o projeto de arquitetura e o momento de
adoção do partido arquitetônico. Nota­se que no âmbito da experiência
prática no Brasil, e em face da maneira como o tema tem sido abordado
tradicionalmente, que cada autor, cada arquiteto poderia igualmente
descrever a projetação de maneira muito similar, alterando a ênfase neste
ou naquele aspecto, simplificando ou elaborando mais e mais o texto,
mantendo, contudo a sua essência.
Deste modo pode­se concluir, a partir destes teóricos brasileiros, que o
Partido Arquitetônico é a idéia inicial de um projeto, que a sua formulação
é uma criação autoral e inventiva com base na coerência e na lógica
funcional, e que, o partido, sendo uma prefiguração do projeto, faz da
projetação um processo que vai do todo em direção à parte.
26/08/2015 arquitextos 134.00: Teoria e prática do partido arquitetônico | vitruvius
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.134/3974 5/12
Aeroporto de Florianópolis
Croquis de Mario Biselli
Este conceito de Partido Arquitetônico parece ser um dos traços mais
característicos da herança corbusiana no Brasil:
“Le Corbusier abordava o programa de arquitetura partindo de
princípios de ordem geral, adaptando­os em seguida à situação real.
O projeto era definido pelo partido que se organizava do geral para
o particular. [...] A casa Baeta projetada por Vilanova Artigas em
1956, segundo o conceito de partido de Le Corbusier, define­se
pelas empenas das fachadas da frente e dos fundos e pelas aberturas
das fachadas laterais, é organizada em meios níveis” (9).
Também empiricamente, em cada situação específica baseada na prática de
concursos e avaliações no âmbito universitário, é possível identificar a
preponderância deste conceito nas discussões entre arquitetos, professores
e membros das comissões julgadoras, sendo esta a característica fundamental
que acaba por se estabelecer como um invariante, uma estrutura de
pensamento que, pode­se supor, continua válida como aspecto central da
teoria de projeto e da projetação no Brasil, teoria tributária também dos
princípios acadêmicos e modernos herdados pelos grandes mestres modernos
brasileiros tanto cariocas quando paulistas, em face do seu carisma e de
sua longevidade, para além dos fatores conjunturais históricos, resumidos
por Futagawa desta maneira:
"Durante os períodos antes e depois da Segunda Guerra Mundial, a
arquitetura brasileira passou por desenvolvimento específico
através das obras criativas dos arquitetos pioneiros como Lucio
Costa, Afonso Reidy, Oscar Niemeyer, Vilanova Artigas e Lina Bo
Bardi. Os princípios do modernismo foram aplicados e adaptados às
condições locais do contextobrasileiro, como se a idéia do
modernismo simpatizasse com o clima tropical do Brasil e da cultura
das pessoas que lá vivem. Mais tarde, veio à luz uma forma única e
original de arquitetura, que só existe no Brasil, e que vai além do
movimento modernista original.
O regime militar instalado no Brasil em 1964 provocou vinte anos de
estagnação cultural, mas, ao mesmo tempo, também isolou a área de
arquitetura do movimento pós­moderno que envolvia todo o mundo
naquela época. Portanto, o Brasil se tornou um dos raros países que
conta com sucessores legítimos do movimento modernista, e esse pano
de fundo influencia fortemente a produção dos jovens arquitetos
atuais, seguindo o princípio do modernismo entre as novas gerações"
(10).
Quero propor a seguir algumas reflexões sobre estes temas acima citados em
busca dos novos significados e usos destas terminologias, bem como uma
compreensão contemporânea a respeito destes mesmos processos.
Ginásio Barueri
Croquis de Mario Biselli
Em primeiro lugar, sobre o que é partido arquitetônico.
Quando se usa a expressão “adoção do partido”, deve­se observar o fato de
que esta afirmação pode pressupor uma biblioteca de partidos adotáveis,
como se estivessem todas as possibilidades já dadas e catalogadas.
Convenhamos, analogamente, que adotar um filho é muito diferente de
conceber um filho”.
A afirmação de que o partido é a idéia preliminar do edifício a ser
construído, ou uma prefiguração do objeto, que o projetista elege como
ponto de partida e fio condutor, não abrange a totalidade dos modos de
projetar, portanto não é universal, como também não o é o movimento do todo
em direção à parte. Um claro exemplo disto são os projetos que envolvem
tecnologias de pré fabricação de componentes para aplicação em série,
invertendo, portanto, o raciocínio, a parte precede o todo (projetos de
James Stirling, tais como para o Andrew Melville Hall, 1968, e University
of St. Andrews Student Residence, 1967).
Proponho aqui pensar sob o pressuposto de que o modo como cada arquiteto
projeta é menos relevante do que o resultado final do seu trabalho. A sua
metodologia, que é sempre particular, tem um interesse menor neste momento.
Considerando, portanto, o cenário contemporâneo de grande diversidade
arquitetônica, o partido arquitetônico é compreendido como a idéia que
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subjaz ao projeto, aquela identificada como idéia principal ou central,
quando o projeto já se apresenta concluído, não importando quando esta
idéia surgiu. É a idéia que o projeto é capaz de veicular ou expressar, o
conteúdo intelectual de um edifício ou projeto enquanto manifestação,
mediada por uma linguagem. É da avaliação destas idéias que se ocupam as
comissões julgadoras em concursos, professores em avaliação etc.
Igreja Tamboré
Croquis de Mario Biselli
De fato, a idéia central de um projeto pode nascer no início do processo ou
durante o processo ­ tal como descrito nos textos anteriormente citados –
ou pode mesmo anteceder ao processo, como é o caso dos arquitetos teóricos,
cujas reflexões oportunamente se aplicarão na prática. Analisemos alguns
exemplos de definições enunciadas por arquitetos que questionaram a teoria
do projeto, revisando as tradicionais concepções da coerência e lógica,
funcional e construtiva, do modernismo. É possível observar também que em
seus projetos há sempre uma idéia central, não obstante a diferença de
abordagem.
Robert Venturi propõe o abrigo decorado, um caixa funcional inexpressiva
acrescida de uma fachada bidimensional ornamentada e comunicativa segundo a
natureza do edifício.
"Venturi prefere os abrigos decorados, porque ele afirma que a sua
comunicação é mais eficaz, embora os arquitetos modernos tenham se
dedicado durante muito tempo a projetar 'patos'. O pato é, em
termos semióticos, um signo icônico, porque o significante (forma)
tem certos aspectos em comum com o significado (conteúdo). O abrigo
decorado depende de outros significados – a escrita ou a decoração
– que são signos simbólicos" (11).
Aldo Rossi propõe: a forma fica, a função muda. Por que então a função deve
determinar a forma? A forma deve ser determinada pelo ‘lugar’.
“A primeira grande crítica de Rossi foi ao que denominou de
funcionalismo ingênuo do movimento moderno, que ao priorizar a
explicação da cidade apenas pela função, deixava de entendê­la pelo
que tinha mais significativo: o conhecimento da arquitetura pelo
mundo de suas formas. A função era de uma circunstância que fazia
uso da forma como um ato social. Ela nunca ia além de seu tempo,
enquanto a forma permanecia” (12).
Peter Eisenman sobrepõe à realidade do projeto – função, programa, lugar,
topografia – disciplinas ou conceitos sobre os quais explorar ou
deconstruir a forma, tal como assim se define:
“Os conceitos, nos quatro projetos, transitam, se justapõe,
interagem em ato. Malhas, escalas, rastros e dobras são
freqüentemente concomitantes. Na exposição foram pensados como
detonadores de pensamento, como balizas para a percepção e
inteligibilidade da obra de Peter Eisenman. Mas a concomitância
entre inteligibilidade e percepção, este movimento duplo parece ser
recorrente e indissociável na reflexão e produção da arte” (13).
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Igreja Tamboré
Croquis de Mario Biselli
Mais recentemente Herzog e de Meuron adotam modelos de exploração e geração
de forma, caracterizado como um processo contínuo com auxílio do computador
e sem final determinado, como no projeto para o Pavilhão Jinhua Structure
II – Vertical Basilea (ver AV Proyectos 007 2005, p. 40).
E numa postura contemporânea mais radical, no sentido de uma autonomia da
forma, sobrepujando tudo o mais, destaca­se os projetos de Frank Owen Gehry
(Guggenheim Bilbao, 1997, e Walt Disney Concert Hall, 2003) e Zaha Hadid
(tais como Contemporary Arts Center, 2003, em Cincinatti e MAXXI Museo,
2010, em Roma).
A idéia central (ou Partido) pode ser identificada mesmo em situações onde
a configuração funcional é um dado, uma condicionante ou determinante, fato
comum quando em projetos para estádios, ginásios esportivos, teatros e em
alguns casos, aeroportos. Via de regra configurações funcionais rígidas por
tradição ou quando o próprio cliente é a autoridade no que tange às
funções, muito comum no ramo das indústrias. Em todos esses casos, a
despeito dos limites, o arquiteto encontrará espaço para introduzir uma
idéia, ora migrando da forma para a matéria (Herzog & de Meuron, Estádio
Allianz Arena, 2005, na Alemanha, e Estádio Nacional "Ninho do Pássaro",
2008, na China), ora enfocando radicalmente o design (como em Massimiliano
Fuksas, no projeto do Aeroporto Internacional Shenzhen na China, ver AV
proyectos 026 2008, p. 46) ou a tecnologia construtiva (Renzo Piano,
Estadio de Bari, 1990, na Itália, e Richard Rogers, Aeroporto de Barajas,
2006, Espanha), etc.
Em segundo lugar, cabe indagar, o que é a “caixa preta”?
O que ainda pode ser dito sobre a adoção/ invenção/ formulação do Partido
Arquitetônico, o momento crítico imponderável, a caixa preta?
Igreja Tamboré
Croquis de Mario Biselli
Vamos admitir que os arquitetos fazem projetos e isto é um fato; portanto,
em algum momento um determinado conjunto de informações se torna uma idéia
para um edifício. O campo das idéias em arquitetura implica em um vasto
campo de estudo da teoria e da história, mas este não é o espaço para
desenvolver esse tipo de exercício intelectual e acadêmico. Vamos apenas
considerar, de maneira mais simples, que este fato se relaciona com um
fenômeno humano de grande interesse das ciências humanas, por um lado, e da
filosofia, passandono século XX pelo estruturalismo, semiologia e
semiótica: o fenômeno da linguagem, compreendida como manifestação e
processo intrínsecos às diversas mediações sígnicas. A capacidade humana de
inventar linguagens, a possibilidade de inventar distintas linguagens –
verbais e não verbais – e transitar e fazer transposições entre estas
(transtextualidade) são os mecanismos do intelecto típicos da arte e da
arquitetura. Compreendida em maior ou menor grau como linguagem, a
arquitetura é uma atividade desta mesma natureza de mediação e manifestação
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da idéia (14).
Assim procedem os artistas, um poeta descreve uma paisagem (transposição do
ícone para o texto), um escritor descreve um personagem (ícone para texto),
um desenhista produzindo um retrato falado (ícone para texto e de novo para
ícone), e tantas outras atividades do homem, um artista pintando um retrato
(ícone para ícone), um ator em cena (texto para texto mais imagem), sempre
pressupondo interpretação de um conteúdo numa linguagem seguido de uma
expressão em outra.
O partido arquitetônico, neste contexto, se dá no momento em que o texto,
compreendido como articulação semântica – pensamento e idéia ­ expressa na
linguagem verbal, se transforma em ícone, transposição da linguagem verbal
para a linguagem não verbal, ou de maneira mais precisa, a operação que faz
o arquiteto é de texto e ícone para ícone, pois o programa é texto e o
lugar é ícone.
Casa LPVM, Guaecá
Croquis de Mario Biselli
As transposições entre linguagens podem inicialmente sugerir a idéia de
tradução, mas as tentativas empreendidas no sentido de estudar a
arquitetura ­ tanto como história como prática projetual ­ a partir das
estruturas da língua de forma automática – como tradução literal ­ apenas
exacerbaram as diferenças estruturais entre estas linguagens, diferenças
que implicam, para a arquitetura, num grau superior de liberdade no nível
da expressão, dada a ausência de vínculos com as regras e convenções a que
está sujeita a linguagem fala/texto:
“O que se deve evitar nessa análise é a aplicação mecânica do
modelo da linguagem à arquitetura, como fizeram diversos estudos
semióticos. A aplicação mecânica de um modelo especificamente
desenvolvido para a linguagem em outros sistemas semióticos, como a
arquitetura, apenas permite reconhecer o que é semelhante à
linguagem no nível da ideologia, mas não define as diferenças de
estrutura interna entre a linguagem e, outros sistemas semióticos.
Mesmo que seja possível conceber a linguagem como um sistema
complexo de regras subjacentes, e, portanto, que seja viável
compará­la com os sistemas explícitos e implícitos de regras da
arquitetura, as regras arquitetônicas são definidas por uma
determinada facção de uma determinada classe social, ao passo que a
língua não é propriedade de ninguém, nem em geral nem em
particular.. Os sistemas de regras arquitetônicas não exibem
nenhuma das propriedades da langue – não são finitos, não tem uma
organização simples nem determinam a manifestação do sistema.
Ademais, as regras arquitetônicas estão em constante fluxo e mudam
radicalmente.
A aplicação mecânica do modelo da língua/fala à arquitetura
ocidental fortalece a ideologia arquitetônica, porque nega as
diferenças entre a arquitetura e a língua e ignora o lugar da
linguagem natural na arquitetura. Além disso, o fato mais
importante talvez seja que essa aplicação automática nega a
presença de “algo” que define uma importante diferença entre a
arquitetura e a linguagem – o aspecto criativo da arquitetura. Na
língua, o indivíduo pode usar, mas não modificar o sistema da
linguagem (langue). O arquiteto, ao contrário, pode e faz
modificações no sistema, que é inventado a partir de um sistema de
convenções” (15).
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Teatro de Natal
Croquis de Mario Biselli
E mesmo o referido sistema de convenções, ou contrato social, compreendido
como base da linguagem, constitui um elemento limitador para a expressão em
arquitetura:
“Não havia nenhuma razão especial para que os ingleses designassem
um animal de Bull, os franceses o chamassem de boeuf e os alemães
de Ochs. [...] Mas porque a relação entre significante e
significado era arbitrária, devia ser respeitada por todos. Ninguém
pode mudar isso unilateralmente; há um contrato social entre todas
as pessoas que falam inglês de que elas devem usar a palavra bull
toda a vez que quiserem se referir a esse animal específico. Se
alguém usar outra palavra, ou inventar uma nova palavra para esse
fim, ninguém o compreenderá; ele terá quebrado o contrato social.
Note­se de passagem que, com poucas exceções, não existe um
contrato social para o significado da arquitetura, e esta é uma
diferença fundamental entre a arquitetura e a linguagem” (16).
O homem de início pensou sobre as coisas, depois começou a pensar sobre o
próprio pensamento, principalmente depois de Descartes, que levou tudo para
dentro do intelecto (“je pense, donc je suis” – Discours de la Méthode,
1637). Com os arquitetos não haveria de ser diferente. Em meio a
dificuldades de solução para um projeto o arquiteto freqüentemente se
interroga sobre seu pensamento, seu método (que em projetos anteriores
funcionara tão bem!).
Mas o projeto de arquitetura, embora circundado de problemas técnicos e
profundamente vinculado ao uso, é por natureza um processo criativo avesso
a enquadramentos, formatações, metodologias ou fórmulas. Permanece,
portanto, e como desde sempre, aberto à infinita inovação, ao espírito dos
tempos, à antecipação de tendências, à revisão de paradigmas, e, no pólo
oposto, a novas visitas e itinerários interpretativos pelas tradições do
passado.
Torres Empresariais na Rua Afonso Brás
Croquis de Mario Biselli
notas
1
BANHAM, Reyner. Teoria e projeto na primeira era da máquina. São Paulo,
Perspectiva, 1979, p. 40.
2
LEMOS, Carlos. O que é arquitetura. São Paulo, Brasiliense, 2003, p. 40­41.
3
Alfonso Corona Martinez. Prefacio. In: CANEZ, Ana Paula; SILVA, Cairo
Albuquerque (org). Composição, partido e programa – uma revisão de
26/08/2015 arquitextos 134.00: Teoria e prática do partido arquitetônico | vitruvius
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conceitos em mutação. Porto Alegre, Ritter dos Reis, 2010, p. 35.
4
AMARAL, Cláudio Silveira. Descartes e a caixa preta no ensino­aprendizagem
da arquitetura. Arquitextos, São Paulo, n. 08.090, Vitruvius, nov. 2007
<www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.090/194>.
5
NEVES, Laert Pedreira. Adoção do partido na arquitetura. Salvador, Edufba,
1998, p. 15.
6
Idem, ibidem, p. 9.
7
OLIVEIRA, Rogério Castro de. Construção, composição, proposição: o projeto
como campo de investigação epistemológica. In: CANEZ, Ana Paula; SILVA,
Cairo Albuquerque (org). Op. cit., p. 35.
8
Idem, ibidem, p. 16.
9
ACAYABA, Marlene Milan. Brutalismo caboclo e as residências paulistas.
Projeto, São Paulo, n. 73, 1985.
10
FUTAGAWA, Yukio. Modernism Architecture of Brazil. GA Houses, Tóquio, n.
106, p. 8. No original em inglês:
“Throughout the periods before and after the World War II, Brazilian
architecture went through some unique development conducted by the creative
works of those pioneering architects such as Lucio Costa, Alfonso Reidy,
Oscar Niemeyer, Vilanova Artigas, Lina Bo Bardi. The principle of the
modernism was fostered and adapted to the unique, local conditions and
contexts of Brazil, as if the idea of the modernism sympathized with Brazil
´s tropical climate and the culture of the people who reside there.Later
on, a unique and original form of the architecture only found in Brazil has
brought to light, which goes beyond the original modernism movement.
The military regime founded in 1964 brought a 20 years of cultural
stagnancy to Brazil, but at the same time that also caused their
architecture field to be isoladed from the postmodernism movement that had
involved all over the world at that time. Consequently Brazil has become
one of the rarest countries that remain with the legitimate successors of
the modernism movement, and this background strongly affected to produce
today´s young architects following the modernism priciple among new
generations”
11
JENCKS, Charles. The Language of Post­modern Architecture. Nova York,
Rizzoli, 1977, p. 45. No original em inglês:
“Venturi would prefer more decorated sheds, because he contends, they
communicate effectively, and modern architects have for too long only
designed ‘ducks’. The duck is, in semiotic terms, an iconic sign, because
the signifier (form) has certain aspects in common with the signified
(content). The decorated shed depends on learned meanings – writing or
decoration – which are symbolic signs.”
12
SPADONI, Francisco. Rossi: figura, memória e razão. In: Informe arqlab
(boletim informativo do Laboratório de Arquitetura do Curso de Arquitetura
e Urbanismo da Faculdade de Belas Artes), São Paulo, n. 1, fev. 1998, p. 3.
13
SUMNER, Anne Marie. Prefácio. In: Gridings, Scalings, Tracings and Foldings
in the work of Peter Eisenman. Catálogo de exposição. São Paulo, Masp,
1993.
14
Abordagens acerca do mesmo fenômeno, ver:
TSCHUMI, Bernard. Arquitetura e limites I (1980). In: NESBIT, Kate (org.).
Uma nova agenda para a arquitetura. São Paulo, Cosac Naify, 2006, p. 172­
177.
TSCHUMI, Bernard. Arquitetura e limites II (1981). In: NESBIT, Kate (org.).
Op. cit., p. 177­182.
TSCHUMI, Bernard. Arquitetura e limites III (1981). In: NESBIT, Kate
(org.). Op. cit., p. 183­188.
TSCHUMI, Bernard. Arquitetura e limites III (1981). In: NESBIT, Kate
(org.). Op. cit., p. 183­188.
TSCHUMI, Bernard. Introdução: notas para uma teoria da disjunção
arquitetônica (1988). In: NESBIT, Kate (org.). Op. cit., p. 188­191.
EISENMAN, Peter. Diagram Diaries. Londres, Thames & Hudson, 1999.
ABASCAL, Eunice Helena S.; ABASCAL BILBAO, Carlos . Arquitetura e ciência.
Reflexões para a constituição do campo de saber arquitetônico. Arquitextos,
26/08/2015 arquitextos 134.00: Teoria e prática do partido arquitetônico | vitruvius
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.134/3974 11/12
São Paulo, n. 11.127, Vitruvius, dez. 2010
<www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.127/3688>.
15
AGREST, Diana; GANDELSONAS, Mario. Semiótica e arquitetura: consumo
ideológico ou trabalho teórico. In NESBIT, Kate (org.). Op. cit., p. 137­
138.
16
BROADBENT, Geoffrey. Um guia pessoal descomplicado da teoria dos signos na
arquitetura. In NESBIT, Kate (org.). Op. cit., p. 153.
sobre o autor
Mario Biselli é arquiteto formado pela FAU Mackenzie, mestre em Arquitetura
e Urbanismos pela mesmo instituição. É sócio do escritório Biselli &
Katchborian arquitetura e professor do Departamento de Projeto da FAU
Mackenzie
comentários
54 comentários Classificar por 
Jota Jota · Trabalha na empresa Lifan Motors Brasil
Espetacular... abre muito a percepção! parabens!!
Curtir · Responder ·  1 · 20 de agosto de 2015 15:33
Dhow Mark
Ótimo texto, bem produzido!
Curtir · Responder · 30 de julho de 2015 12:01
Kurt Bergan · Colégio de Aplicação da UCP
excelente! boas relações conceituais, muito esclarecedor e prático.
Curtir · Responder · 26 de julho de 2015 21:48
Joanna Cavalcante · Trabalha na empresa Sem trabalhar no
momento
Demais!
Curtir · Responder · 25 de maio de 2015 20:42
Thais Valle Di Simoni · Arquiteta e Urbanista at Arquiteta Autônoma
Excelente!!! Processo projetual!
"Assim procedem os artistas, um poeta descreve uma paisagem
(transposição do ícone para o texto), um escritor descreve um
personagem (ícone para texto), um desenhista produzindo um retrato
falado (ícone para texto e de novo para ícone), e tantas outras
atividades do homem, um artista pintando um retrato (ícone para
ícone), um ator em cena (texto para texto mais imagem), sempre
pressupondo interpretação de um conteúdo numa linguagem seguido
de uma expressão em outra.
O partido arquitetônico, neste contexto, se dá no momento em que o
texto, compreendido como articulação semântica – pensamento e idéia
­ expressa na linguagem verbal, se transforma em ícone, transposição
da linguagem verbal para a linguagem não verbal, ou de maneira mais
precisa, a operação que faz o arquiteto é de texto e ícone para ícone,
pois o programa é texto e o lugar é ícone".
Curtir · Responder · 10 de maio de 2015 21:34
Luan N Nouwaihed · FMU­FIAM/FAAM Arquitetura e Urbanismo
Me ajudou a entender um pouco mais sobre partido arquitetônico e
pavilhões, arquitetura focada em forma mas sem uso claramente pré
definido
Curtir · Responder · 2 de maio de 2015 17:36
Francisco Fernandes · Universidade Federal do Espírito Santo ­
UFES
Ótimo texto que irá me ajudar a enriquecer ainda mais meu TCC...
Curtir · Responder · 8 de agosto de 2014 12:36
Antonio Zacanga · Agostinho Neto University
Texto bem fundamentado
Curtir · Responder · 7 de agosto de 2014 05:01
Felipe Rebello · Arquitetura e Urbanismo / IST ­ Sociesc
Principais
Adicionar um comentário...
26/08/2015 arquitextos 134.00: Teoria e prática do partido arquitetônico | vitruvius
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.134/3974 12/12
Felipe Rebello · Arquitetura e Urbanismo / IST ­ Sociesc
Ta aí um texto para ler de tempos em tempos.
Curtir · Responder · 14 de julho de 2014 06:45
Grasielle Lembi · Unipar ­ Universidade Paranaense
Excelente pesquisa.
Curtir · Responder · 27 de junho de 2014 12:14
Fabinh Deby · CEFET­ALAGOAS
Excelente texto, é muito bom poder ter em mãos uma abordagem
contemporânea sobre os processos projetuais: um assunto inesgotável.
Curtir · Responder · 26 de junho de 2014 17:44
Rita Cristina Silvério Pereira · Unar
Informação preciosa!
Curtir · Responder · 25 de maio de 2014 06:42
Celia Regina Guidotti · Centro Universitário de Araras ­ "DR.
Edmundo Ulson" ­ UNAR
Adorei. Muito útil.
Curtir · Responder · 25 de maio de 2014 05:17
Leidiane Santana · Não estou trabalhando no momento at Assistente
de Engenharia
Parabéns
Curtir · Responder · 10 de março de 2014 14:52
Luciano Evangelista de Souza · Trabalha na empresa Sabesp
Lôco!!!!!!!
Curtir · Responder · 9 de dezembro de 2013 23:33
Cassio Jose · Arquitetura e Urbanismo ­ UNIP
muito bom
Curtir · Responder · 19 de setembro de 2013 04:46
Luiz Carlos Lima · Trabalha na empresa Ancar Ivanhoe Shopping
Centers
ótimo!
Curtir · Responder ·  1 · 23 de abril de 2013 04:27
Rosana Gregoruci · Sertãozinho, Sao Paulo, Brazil
Muito bom!
Curtir · Responder · 18 de abril de 2013 15:45
Nilzamara Tomaz Marques · Arquiteto at Arquiteta e Urbanista
Apesar do texto esclarecedor, esse assunto ainda é muito complexo,
envolto de palavras subjetivas, e quando se pergunta sobre partido a
10 arquitetos por exemplo, aí vem um enrolation danado, e cada um
tem uma visão do assunto, e me deixa muito confusa, uma pena
Curtir · Responder · 16 de abril de 2013 17:41
Livianny Alencar · Proprietária at Pink e Purple Modas
Texto de excelente nível, acompanhado de croquis que nos fazem
entender como alguns arquitetos transformam um simples traço numa
concepção arquitetônica complexa e de altíssima qualidade
Curtir · Responder ·  3 · 25 de março de 2013 00:35
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