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Livro Eletrônico Aula 02 Filosofia do Direito p/ DPE-PR (Defensor Público) Karoline Strapasson Jambersi 12154402607 - Bruno Beltrão FILOSOFIA DO DIREITO – DPE-PR teoria e questões Aula 01 – Profa. Karoline Strapasson Profa. Karoline Strapasson www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 20 AULA 01 HANS KELSEN SUMÁRIO Considerações iniciais ........................................................................ 2 1. Aspectos iniciais da teoria de Hans Kelsen ........................................ 3 1.1 Normativismo jurídico kelseniano ............................................. 3 1.2 Teoria Pura do Direito ............................................................. 4 1.3 Separação entre ser e dever-ser ............................................... 7 1.4 Relação entre Direito e Moral ................................................... 8 1.5 Estática e dinâmica jurídica .................................................... 10 2. Sobre a norma jurídica ............................................................ 11 2.1 Norma jurídica fundamental ................................................... 11 2.2 Norma jurídica e ordenamento jurídico .................................... 12 2.3 Norma jurídica geral e individual ............................................ 13 2.4 Norma jurídica e discricionariedade do aplicador ....................... 15 Lista das Questões de Aula .............................................................. 18 Considerações Finais ....................................................................... 20 1178772 12154402607 - Bruno Beltrão FILOSOFIA DO DIREITO – DPE-PR teoria e questões Aula 01 – Profa. Karoline Strapasson Profa. Karoline Strapasson www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 20 HANS KELSEN CONSIDERAÇÕES INICIAIS A aula de hoje versará sobre a filosofia desenvolvida por Hans Kelsen, um dos expoentes do positivismo jurídico.1 Nossa banca examinadora apresentou no item 2 os seguintes pontos a serem cobrados referentes a este autor: Normativismo jurídico kelseniano. Teoria pura do direito. Separação entre ser e dever ser. Relação entre direito e moral. Norma jurídica fundamental. Norma jurídica e ordenamento jurídico. Estática e dinâmica jurídica. Norma jurídica geral e individual. Norma jurídica e discricionariedade do aplicador. Nossos temas foram divididos da seguinte forma: Antes de começarmos nosso estudo é importante analisar quem foi Hans Kelsen Hans Kelsen (1881-1973) foi um jurista austríaco nascido em Praga, mas criado em Viena, um dos principais responsáveis pela redação da Constituição da Áustria, inclusive pela técnica de controle de constitucionalidade a qual exerceu depois como magistrado. No entanto, por ser de etnia judaica sofreu perseguição pelo nazismo alemão, tendo 1 É importante ressaltar que o positivismo não começou as teorias de Kelsen, mas com a Escola da Exegese após o advento do Código Napoleônico. Os seus defensores buscavam descobrir o sentido expresso do Direito na vontade do legislador. O seu foco é a análise do Direito exclusivamente pela lei baseada em uma compreensão universal, atemporal e rígida. ͻ Normativismo jurídico kelseniano ͻ Teoria pura do direito ͻ Separação entre ser dever ser ͻ Relação entre Direito e Moral ͻ Estática e dinâmica jurídica Aspectos iniciais de Hans Kelsen ͻ Norma jurídica fundamental ͻ Norma jurídica e ordenamento jurídico ͻ Norma jurídica geral e individual ͻ Norma jurídica e discricionariedade do aplicador Sobre a norma jurídica 1178772 12154402607 - Bruno Beltrão FILOSOFIA DO DIREITO – DPE-PR teoria e questões Aula 01 – Profa. Karoline Strapasson Profa. Karoline Strapasson www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 20 abandonado sua cátedra em Colônia na Alemanha, passando parte significativa de sua vida nos Estados Unidos. É muito importante percebermos a relação entre Kant e Kelsen, pois é possível que os autores sejam cobrados de maneira conjunta. Especialmente pelo fato de Kelsen ser neokantiano; isto é parte de seu pensamento é marcado com características próximas ao estilo utilizado por Kant. As razões de Kelsen para sua teoria estão envolvidas como contexto da Europa durante o século XX. A 1ª e 2ª Guerra Mundial, somada com o advento de regimes totalitários demonstravam a inconstância dos fatores sociais e políticos. Kelsen com sua teoria responde a cenários de instabilidade, para tanto o Direito deveria ser compreendido como uma ciência autônoma. 1. ASPECTOS INICIAIS DA TEORIA DE HANS KELSEN 1.1 Normativismo jurídico kelseniano A obra de Kelsen Teoria pura do Direito mencionada pelo nosso edital, é um os pilares teóricos do positivismo jurídico. O positivismo jurídico é uma teoria que se opõe a influência naturalistas, metafísicas, sociológica, histórica e antropológica no Direito. Kelsen em sua obra procura delinear o Direito como uma ciência desprovida de qualquer influência externa. O isolamento causado pela não interação com outras disciplinas garantiriam ao Direito a chave para sua autonomia como ciência. Haveria no Direito uma base universal? Vejamos as ciências naturais e a física, lá temos leis universais como a lei da gravidade. O mesmo ocorre no Direito? Para Kelsen isso não é possível, pois as regras sociais sofrem influência de sua situação histórica. Por isso Kelsen não analisa o conteúdo das normas jurídicas, mas sim a sua estrutura, para buscar elementos comuns de caráter universal. Como havíamos mencionado Kelsen recebeu influência de Kant. Em nossa aula passada analisamos o caráter universal da teoria kantiana, principalmente no conceito de imperativo categórico. É importante reconhecer que o Direito é um fenômeno cultural e normativo. Assim, o que há de comum entre os diferentes ordenamentos jurídicos não é o conteúdo das normas, mas sim o seu formato: a estrutura normativa. Kelsen quer entender o Direito a partir de uma característica universal, por isso a sua teoria analisa as normas jurídicas, essa é a razão para chamarmos de normativista. Quando fazemos menção ao aspecto jurídico estamos deduzindo que estas normas não são morais, éticas, religiosas, mas sim decorrem da relação do Estado e seus cidadãos sendo necessariamente positivas. 1178772 12154402607 - Bruno Beltrão FILOSOFIA DO DIREITO – DPE-PR teoria e questões Aula 01 – Profa. Karoline Strapasson Profa. Karoline Strapasson www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 20 Logo, o conteúdo da norma não é mais relevante do que a forma. A validade de uma norma estaria em sua entrada regular no ordenamento jurídico, seguindo os pressupostos legais, respeitando a hierarquia, estrutura, e lógica da produção normativa. 1.2 Teoria Pura do Direito Vamos analisar um ponto importante do pensamento de Hans Kelsen: a teoria pura do Direito. Como Kelsen tinha a pretensão de isolar o Direito para conferir um caráter científico, ele retira toda a influência de outras disciplinas: a História, Sociologia, noções sobre justiça, Teologia. Kelsen logo no início de sua obra justifica por que emprega o termo “pura” para a Teoria do Direito. A pureza consiste em garantir que será analisado apenas o conhecimento dirigido ao Direito, excluindo o que não pertença ao objeto e o que não pode ser considerado rigorosamente como Direito. Essa é uma opção metodológica de Kelsen, isso quer dizer que seu pensamento se estrutura a partir do isolamento do Direito das outras disciplinas, bem como dos valores e princípios morais. É importante reforçar que Kelsen convida a essa postura racional para estudar ciência do Direito, em prol da objetividade da técnica. Kelsen procura responder com sua Teoria Pura do Direito seguinte pergunta: o que é e como é o Direito?1178772 12154402607 - Bruno Beltrão FILOSOFIA DO DIREITO – DPE-PR teoria e questões Aula 01 – Profa. Karoline Strapasson Profa. Karoline Strapasson www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 20 A ciência do Direito na perspectiva kelseniana sofre uma redução de todos os aspectos da realidade jurídica para apenas os limites do normativo estatal. Vejamos algo interessante para Kelsen: de um lado está a ciência do Direito de outro está a prática do Direito. O estudo de Kelsen está apenas na ciência do Direito. Isso quer dizer que Kelsen não generaliza que a prática do Direito seja compreendida apenas no aspecto normativo. O próprio autor reconhece as contradições sociais dos operadores. Para Kelsen: a pureza é para o estudo do Direito, uma pureza teórica. É primordial a importância da norma jurídica para o pensamento de Kelsen. A medida científica do Direito está na norma. A análise da norma jurídica em Kelsen não parte da realidade social (do que é/ o que vamos chamar daqui por diante de ser), mas sim do dever-ser da prescrição normativa a respeito de um comportamento. Mesmo que a legislação seja desrespeitada (não tenha eficácia), se a norma ingressou corretamente no ordenamento jurídico ela permanece válida. Não é necessário que haja a plena aderência social a uma norma, deve-se verificar se sua origem está respaldada por normas de hierarquia superiores à dela. Afastam-se os juízos morais, a reconstituição histórica, sociológica para explicar o fenômeno jurídico. A análise é lógica, e é pela lógica que se extrai a coerência do ordenamento jurídico. “Há mais de duas décadas que empreen- di desenvolver uma teoria jurídica pura, isto é, purificada de toda a ideologia política e de todos os elementos de ciência natural, uma teoria jurídica consciente da sua especificidade por que consciente da legalidade específica do seu objeto.” Kelsen 1178772 12154402607 - Bruno Beltrão FILOSOFIA DO DIREITO – DPE-PR teoria e questões Aula 01 – Profa. Karoline Strapasson Profa. Karoline Strapasson www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 20 QUESTÃO - FEPESE - DPE-SC - Defensor Público - 2012 Hans Kelsen afirmou que a teoria pura do direito é uma teoria geral do direito positivo. Para ele, o Direito é “uma ordem normativa da conduta humana, ou seja, um sistema de normas que regulam o comportamento humano”. Com o termo norma, Kelsen buscou significar algo que “deve ser ou acontecer, especialmente que um homem se deve conduzir de determinada maneira” Na obra Teoria Pura do Direito , que leva o mesmo nome da teoria de Kelsen, o autor afirma que essa teoria pura busca única e exclusivamente conhecer o seu próprio objeto, ou seja: a) o que é e como é o Direito. b) como deve ser o Direito. c) como deve ser feito o Direito. d) como deve ser feita a política do Direito. e) como ocorre a relação entre o Direito e as demais áreas do saber. Comentários Kelsen tem a pretensão de compreender o que é o Direito e como ele é. Para isso é necessário extrair tudo o que não é o Direito, fazendo assim uma análise pura do Direito. O examinador nesta questão quer confundir o examinando com os conceitos de ser e dever-ser, os quais vamos analisar na sequência. O ser diz respeito a realidade e as ações humanas dentro de um contexto, já o dever-ser é próprio das normas jurídicas pois vai apresentar uma prescrição normativa, exigir um comportamento ou ainda atribuir uma competência. GABARITO: A. QUESTÃO - FCC - DPE-SP - 2013 Considere as seguintes afirmações sobre a Teoria Pura do Direito de Hans Kelsen: I. A Teoria Pura do Direito trata o Direito como um sistema de normas válidas criadas por atos de seres humanos. II. A Teoria Pura do Direito, assumindo o sincretismo metodológico, pretende ser a única ciência do Direito possível ou legítima. III. A Teoria Pura do Direito limita-se a uma análise estrutural do Direito positivo. Está correto APENAS o que se afirma em: a) I e III. b) I c) II d) III 1178772 12154402607 - Bruno Beltrão FILOSOFIA DO DIREITO – DPE-PR teoria e questões Aula 01 – Profa. Karoline Strapasson Profa. Karoline Strapasson www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 20 e) I e II. Comentários I) Verdadeiro. O Direito positivado é analisado por Kelsen, fruto da deliberação humana e sem influência do jusnaturalismo. II) Falso. O termo sincretismo significa fusão. Logo a ideia apresentada pela assertiva é uma fusão de metodologias. Kelsen prega o oposto retirar a influência de outras disciplinas para não misturar suas metodologias. III) Verdadeiro. Kelsen não analisa o conteúdo das normas, mas sim a estrutura do ordenamento jurídico. GABARITO: A 1.3 Separação entre ser e dever-ser A teoria de Kant trabalha com duas ideias importantes: o ser e o dever-ser. Para compreendermos essas duas categorias é preciso analisar a norma jurídica. O que é a norma jurídica? A norma jurídica nada mais é do que um ato por meio do qual uma conduta é prescrita, permitida ou facultada à competência de alguém. Na norma jurídica temos um ato intencional dirigido para um grupo de pessoas. O legislador quer a atuação de acordo com aquilo que está prescrito. No entanto, uma situação bem diferente é se as pessoas irão ou não agir de acordo com a prescrição. Agora vamos analisar um exemplo proposto por Kelsen para compreendermos estes conceitos. Temos duas proposições: 1ª) A porta será fechada 2ª) A porta deve ser fechada No primeiro caso: O enunciado descreve uma realidade. No segundo caso: o enunciado prescreve uma ação a ser desempenhada por alguém. Para Kelsen a conduta que é e a conduta que deve ser não são idênticas. A segunda conduta é semelhante a primeira, porém se diferencia pela circunstância. Assim, a conduta estatuída em uma norma como devida, é distinta da conduta de fato. O ser e o dever-ser são polos com os quais Kelsen diferencia a realidade do Direito, sendo que os dois caminham em clara falta de sintonia. É pela O dever-ser é uma ordem, uma prescrição, algo que é dirigido a um ser. O ser é o que realmente ocorre é a atuação em um determinado contexto. 1178772 12154402607 - Bruno Beltrão FILOSOFIA DO DIREITO – DPE-PR teoria e questões Aula 01 – Profa. Karoline Strapasson Profa. Karoline Strapasson www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 20 quebra entre o ser e o dever-ser que Kelsen opera a diferenciação do que é jurídico e do que não é jurídico. É importante compreender que a interpretação das ciências naturais parte da ideia de causalidade. Podemos pensar na refração da luz, causa natural do arco-íris. Já na ciência do Direito temos a ideia de imputação, pois a sanção a um comportamento pode ou não ser aplicada. Além dessa consideração temos o conceito de responsabilidade que analisa um conjunto de fatores para verificar que a sanção pode ou não ser aplicada ao sujeito. A capacidade do sujeito, a exemplo da criança ou da pessoa com deficiência grave que impedem a responsabilização de determinada conduta. Com isso fica evidente a distinção do ser e do dever-ser, e as consequências de suas implicações no estudo do Direito. 1.4 Relação entre Direito e Moral Além do Direito outras disciplinas trabalham com a ideia de norma sociais. A Moral compreende um conjunto de normas sociais. A Ética é o ramo da filosofia que analisa racionalmente a fundamentação da moral. Como a Moral está associada a ideia de justiça o Direito também recebe influência dessa relação. A Ética estuda o que está certo ou errado na conduta humana, podendo estatuir direitos e deveres amparados nos costumes. Kelsen discorda de um princípio que vimos em Kant: que a Moral seria uma decisão interna, enquanto o Direito seria uma coerção externa. Em Kelsen a Moral se refere aos motivosda conduta. Esses motivos levam a reprimir intenções e não agir de modo egoísta, mas só teriam valor se além de ser o motivo determinante, o modo de agir do indivíduo também fosse correspondente a Moral. A exemplo da virtude moral da coragem, ela deve passar por um estado de alma, mas também por uma conduta exterior condizente. A Moral também poderá ser positiva, isto é, escrita. As normas morais são conhecidas pelos costumes, mas também por um fundador de uma religião, ou por um profeta. Mas enfim o que difere o Direito da Moral? A diferença não está no que é prescrito por essas duas ordens, mas sim em como prescrevem ou proíbem as condutas. DEVER-SER Jurídico: fenômeno jurídico puro SER Não jurídico: cultura, antropologia, ética, metafísica, religão 1178772 12154402607 - Bruno Beltrão FILOSOFIA DO DIREITO – DPE-PR teoria e questões Aula 01 – Profa. Karoline Strapasson Profa. Karoline Strapasson www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 20 O Direito é concebido como uma ordem de coação. A ordem normativa quer uma conduta humana determinada, ligando à conduta contrária um ato de coerção socialmente organizado. Já a Moral é uma ordem social que não apresenta os mesmos tipos de sanção, apenas aprovação ou desaprovação da conduta sem emprego de força física. Kelsen reconhece que o conceito de Moral, justiça e Direito possuem relações em razão de seu conteúdo. Mas, a opção metodológica kelseniana é voltada a estrutura normativa, para o Direito e a Moral são distintos. Ao fazer a distinção entre Direito e Moral alguns autores supõem que existe apenas uma única Moral, logo ela seria absoluta. Não é isso o que defende Kelsen. Para ele afirmar a distinção entre Moral e Direito é reforçar o caráter autônomo do Direito, a ordem jurídica positiva é independente de uma suposta Moral absoluta. Kelsen vê o Direito como um valor jurídico e um valor moral relativo. Afirmar que o Direito tem caráter de moral relativa, não significa uma discordância ou desarmonia com as normas morais. Mas sim, que a validade de uma ordem jurídica positiva é independente da sua concordância ou discordância com qualquer sistema de Moral. Quando afirmamos que uma ordem jurídica é moral ou imoral, justa ou injusta por contrastar com os sistemas morais isso não retira a validade da norma jurídica, pois ela deverá observar os procedimentos legais. Uma norma jurídica pode ser considerada válida mesmo que contrarie a ordem moral. Direito ͻ Ordem de coação ͻ Normas jurídicas positivas separadas dos valores e da moral Moral ͻ Aprovação e reprovação ͻ Normas sociais ͻ Motivos da conduta e atuação condizentes entre si 1178772 12154402607 - Bruno Beltrão ==11fc94== FILOSOFIA DO DIREITO – DPE-PR teoria e questões Aula 01 – Profa. Karoline Strapasson Profa. Karoline Strapasson www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 20 QUESTÃO ADAPTADA - CESPE - DPE-RO - Defensor Público - 2012 Considerando os conceitos de direito e de moral, julgue o item a seguir: Hans Kelsen formulou a teoria da bilateralidade atributiva, asseverando que a moral não se distingue do direito, mas o complementa por meio da bilateralidade ou intersubjetividade. Certo ou errado? Comentários A assertiva está errada. Kelsen opta pela abordagem metodológica da pureza da Ciência do Direito, deste modo é preciso isolar o Direito de outras disciplinas como a Moral, História, Sociologia. Esse isolamento significa que uma norma jurídica será válida não em razão da Moral ou dos valores que a fundamentam, mas sim por que está de acordo com o ordenamento jurídico vigente. GABARITO: ERRADA. 1.5 Estática e dinâmica jurídica Kelsen diferencia duas esferas de abordagem da norma: uma estática e outra dinâmica. A estática tem por objeto descrever sistema de normas postas. A dinâmica envolve o processo de produção e aplicação do Direito, ou seja, traz a ideia de movimento. O entendimento das normas jurídicas em si mesmas, pois todas em uma universalidade que as constitui. A dinâmica das normas jurídicas é observada por um processo legislativo amparado por outras normas jurídicas. O próprio Direito regula a sua produção e aplicação. Assim, o processo legislativo, é regulado pela Constituição, e as leis formais ou processuais, por seu turno, regulam a aplicação das leis materiais pelos tribunais ou pelas autoridades administrativas. As normas jurídicas recém editadas poderão ser contraditórias, e, deste modo, devemos buscar interpretá-las de acordo com a hierarquia normativa para verificar em uma ordem superior a integração entre os diplomas normativos. Neste caso é preciso compreender que o ordenamento jurídico possui uma validade que exige a adequação entre as normas, assim uma norma somente terá sua adequação se for condizente com as normas hierarquicamente superiores. 1178772 12154402607 - Bruno Beltrão FILOSOFIA DO DIREITO – DPE-PR teoria e questões Aula 01 – Profa. Karoline Strapasson Profa. Karoline Strapasson www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 20 2. SOBRE A NORMA JURÍDICA 2.1 Norma jurídica fundamental Como analisamos no item anterior quando existe um conflito sobre uma norma jurídica contraditória devemos analisar a hierarquia e a compreensão de totalidade do ordenamento jurídico. A hierarquia das normas é representada por uma pirâmide. Essa disposição gráfica não é feita por Kelsen, mas sim de modo didático para facilitar o conhecimento. Quando falamos em hierarquia das normas identificamos a norma constitucional como irradiadora do ordenamento jurídico. A Constituição vai definir a configuração do Estado e servir como critério de interpretação para os conflitos. Kelsen trabalha com uma visão além. Ele usa um artifício para fundamentar sua teoria uma hipótese sobre uma norma que fundamentará inclusive a Constituição e, por consequência, o ordenamento jurídico. A norma fundamental é um imperativo para a ciência do direito ela garante a validade do sistema jurídico. A validade está ligada com a ideia de respeito a um escalão hierárquico das normas no ordenamento jurídico. Podemos nos perguntar: Mas qual é a norma que dá validade para as normas constitucionais? E aí fazemos uma ressalva: na teoria kelseniana a norma hipotética fundamental é uma presunção para pensar ordenamento jurídico. Trata-se de uma condição para o entendimento lógico da cadeia de validades das normas. Como Kelsen recebeu influência kantiana busca interpretar o direito sem ser conduzido pela fundamentação religiosa ou naturalista, e sim descrever de modo objetivo as normas jurídicas. A norma hipotética fundamental não está ligada aos conceitos de verdade ou falsidade, mas sim de validade ou invalidade, pois ela fundamenta o ordenamento jurídico. Estática ͻNormas postas ͻAs normas estão paradas. Dinâmica ͻUm processo que cria normas jurídicas ͻNormas em movimento, são criadas pelo Direito e recriam o Direito nas relações. 1178772 12154402607 - Bruno Beltrão FILOSOFIA DO DIREITO – DPE-PR teoria e questões Aula 01 – Profa. Karoline Strapasson Profa. Karoline Strapasson www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 20 Kelsen refuta a perspectiva valorativa, para ele a norma fundamental independe de qualquer conceito de justiça ou de paz, seu sentido estrito é jurídico e exige a existência de um Estado. Assim, a norma fundamental é a constituição do ordenamento jurídico em um sentido lógico da estrutura jurídica, de modo bem diferente do conceito de Constituição positivada. Vamos analisar a hierarquia das normas apresentadas pelo autor? A norma hipotética fundamental foi alvo de várias críticas e considerada por opositores a Kelsen como um furo em sua teoria, pois era um aspecto de transcendência estranho a uma forma de pensar o Direitofocada na lei positiva. Em outra obra Teoria geral das normas Kelsen mudou sua posição considerando a norma fundamental como uma ficção. Uma ficção é um recurso do pensamento do qual se serve caso não se possa alcançar um pensamento com o material existente. 2.2 Norma jurídica e ordenamento jurídico Em nosso estudo já comentamos sobre a hierarquia das normas jurídicas, essa hierarquia é essencial quando existe um conflito entre as normas jurídicas. Quando há um conflito analisamos as normas hierarquicamente superiores para chegar em uma solução. Norma hipotética fundamental Constituição ʹ vértice do sistema jurídico que confere validade aos poderes estatais legítimos. Lei suprema que configura o Estado. Normas gerais ʹ legislação infraconstitucional, decretos, jurisprudência, e os costumes. Normas individualizadoras ʹ contratos e decisões judiciais. 1178772 12154402607 - Bruno Beltrão FILOSOFIA DO DIREITO – DPE-PR teoria e questões Aula 01 – Profa. Karoline Strapasson Profa. Karoline Strapasson www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 20 Estudar de modo isolado uma norma não é suficiente para compreender o Direito. A matriz do pensamento de Kelsen é a norma, mas elas apenas terão validade se estiverem em harmonia com a norma fundamental e com o sistema de normas desenvolvido a partir dela. Esse conjunto de normas podemos chamar de ordem ou de ordenamento. Kelsen apresenta uma estrutura de normas hierárquica, a qual nós representamos como uma pirâmide. É a partir do vértice superior que encontramos a norma fundamental que compõe todo o conjunto sistêmico e ordenado, capaz de empregar validade a todo o ordenamento jurídico com unidade, coerência e completitude. A primeira característica ordenamento jurídico é a unidade em razão do modo com que as normas são postas estão em subordinação à norma fundamental. De acordo com o pensamento de Kelsen o Direito só existe dentro de um ordenamento jurídico imposto pelo Estado. A norma precisa pertencer a uma ordem jurídica para se verificar a sua validade a partir da norma hipotética fundamental. Uma violação ao ordenamento jurídico estaria na aplicação oriunda de um órgão que não tem competência para legislar sobre determinado tema. A subsunção de uma norma ao caso concreto, e a sua validade de acordo com o sistema jurídico demonstram o correto funcionamento do Direito Positivo. Kelsen utiliza um exemplo interessante sobre o ordenamento jurídico e sua legitimidade. Caso um bando de salteadores ou de gângsteres emanassem uma ordem no que ela seria distinta a uma ordem do Estado? Para Kelsen, o que diferencia uma ordem da outra é a ausência de positivação daquela. Mesmo que os salteadores positivem suas normas, não seriam uma ordem jurídica. Isto só ocorreria se estes crescessem de tal modo que confrontassem o ordenamento jurídico vigente e tomassem o poder, essa nova ordem se perdurar no tempo será válida. 2.3 Norma jurídica geral e individual Antes de compreendermos as normas jurídicas gerais e individuais é necessário distinguir o que são normas jurídicas de proposições jurídicas. As normas são produzidas pelos órgãos jurídicos a fim de por eles serem aplicadas e serem observadas pelos destinatários do Direito Já as proposições são juízos hipotéticos que estão em conformidade com uma ordem jurídica nacional ou internacional – de acordo com os pressupostos fixados por esse ordenamento. Assim as preposições são formuladas por pensadores e cientistas em seus estudos. Já a normas surgem dos órgãos de poder e são impostas a comunidade jurídica. O nosso foco aqui são as normas jurídicas, Kelsen distinguiu as normas com um caráter geral ou individual. A norma geral é desenvolvida pelo 1178772 12154402607 - Bruno Beltrão FILOSOFIA DO DIREITO – DPE-PR teoria e questões Aula 01 – Profa. Karoline Strapasson Profa. Karoline Strapasson www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 20 legislador de possui ampla aplicação. Já a norma individual é aquela aplicada pelo julgador em sua competência. É um poder jurídico conferido ao indivíduo pela ordem jurídica. É o Poder Judiciário apenas que pode aplicar a norma geral que lhe cumpre aplicar, e assim estabelecer a norma jurídica individual, por meio do procedimento jurisdicional. O fato ilícito verificado pelo julgador acarretará uma consequência jurídica, pela petição do autor que desencadeou o procedimento jurisdicional. QUESTÃO - FCC - DPE-PR - Defensor Público - 2012. Um argumento correto quanto à doutrina da norma para Hans Kelsen é: a) Para Kelsen as normas jurídicas são juízos, isto é, enunciados sobre um objeto dado ao conhecimento. São apenas comandos do ser. b) Para Kelsen, na obra Teoria Pura do Direito, norma é o sentido de um ato através do qual uma conduta é prescrita, permitida ou, especialmente, facultada, no sentido de adjudicada à competência de alguém. c) Kelsen não reconhece a distinção entre normas jurídicas e proposições normativas. d) Para Kelsen a norma que confere validade a todo o sistema jurídico ou conjunto de normas é a norma fundamental que se confunde com a Constituição, já que ambas são postas e impostas. e) Segundo Marta Machado, Kelsen, enquanto jusnaturalista, reduz o direito à norma, mas desenvolve a noção de direito objetivo enquanto coisa devida e a de justiça como Direito Natural. Comentários a)Errada. A alterativa não descreve a norma jurídica, mas sim a proposição. b)Correta. A norma é um ato com sentido jurídico que vai prescrever, permitir ou conferir competência para alguém. Norma geral ͻCriada pelo Legislador ͻAplicada pelo Poder Judiciário Norma individual ͻAplicação de uma norma geral a um caso, após a provocação do Poder Judiciário 1178772 12154402607 - Bruno Beltrão FILOSOFIA DO DIREITO – DPE-PR teoria e questões Aula 01 – Profa. Karoline Strapasson Profa. Karoline Strapasson www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 20 c) Errada. As proposições jurídicas são hipóteses próprias do estudo da Ciência do Direito, já as normas estão relacionadas ao Direito criado pelo Estado e aplicado pelo órgão jurisdicional. d)Errada. A norma hipotética fundamental é anterior a Constituição. É uma hipótese que fundamenta o ordenamento jurídico. e) Errada. A teoria positivista se opõe ao jusnaturalismo, deste modo a visão de Kelsen não busca na natureza ou na justiça a fundamentação do Direito. GABARITO: B. 2.4 Norma jurídica e discricionariedade do aplicador A interpretação é uma operação mental realizada no processo de aplicação do Direito. Ela deve levar em consideração a hierarquia das normas jurídicas para deduzir qual será aplicada ao caso concreto. Na interpretação jurídica existem normas determinadas, em que não há dúvida sobre as possibilidades de aplicação, e outras que deixam certa discricionariedade para o aplicador. Kelsen descreve o Direito como uma moldura com a qual existem várias possibilidades de aplicação, desse modo pode ser dado várias soluções para um mesmo caso. Podemos extrair duas formas de interpretação de acordo com o pensamento kelseniano: a interpretação do Direito pelo órgão que o aplica (esta é chamada de autêntica) e aquela que é realizada por um estudioso da ciência do Direito (não autêntica). A interpretação autêntica cria o Direito, representa a criação de uma norma geral. Quando pensamento em um caso concreto é levado para ao Tribunal Constitucional e transita em julgado temos um direito individual que não pode ser anulado. Já a interpretação não autêntica é incapaz de criar Direito. Mesmo que os autores do Direito busquem sanar uma lacuna jurídica por meio da criação de uma teoria, apenas os intérpretes autênticos têm condição de resolvê-la. "Sendo assim, a interpretação de uma lei não deve necessariamente conduzir a uma única solução comosendo a única correta, mas possivelmente a várias soluções que - na medida em que apenas sejam aferidas pela lei a aplicar - têm igual valor, se bem que apenas uma delas se torne Direito positivo no ato do órgão aplicador do Direito - no ato do tribunal, especialmente." Kelsen Tese A Tese B Tese C 1178772 12154402607 - Bruno Beltrão FILOSOFIA DO DIREITO – DPE-PR teoria e questões Aula 01 – Profa. Karoline Strapasson Profa. Karoline Strapasson www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 20 Como o intérprete deve se guiar, já que se pode dar várias soluções para um mesmo caso? O intérprete deve fazer uso de um método que possibilite ajustar o Direito ao caso, mas não pela sua vontade e sim por um exercício da razão. O método empregado é um ato intelectual de compreensão e intelecção para que frente às possibilidades normativas escolhesse aquela que corresponde algo correto e ajustado ao Direito Positivo. Kelsen convida o intérprete a analisar o Direito de modo científico compreendendo todas as possíveis significações da norma jurídica, sabendo das várias interpretações ao escolher uma delas. O autor rejeita a ideia de que só há uma solução, e que a interpretação "correta" é uma ficção jurídica. É preciso compreender a hierarquia das normas jurídicas e fazer uma análise que revele todos os significados possíveis, mesmo que existam alguns politicamente indesejáveis e até mesmo não pretendidos pelo legislador, para assegurar a segurança jurídica. QUESTÃO - CESPE - DPU - Defensor Público Federal - 2015 Com relação à filosofia do direito, julgue o próximo item. Na teoria pura do direito de Kelsen, a interpretação autêntica é realizada pelo órgão aplicador do direito, ou seja, tanto pelo Poder Judiciário quanto pelo Poder Legislativo. Certo ou Errado? Comentários: A interpretação autêntica dentro do pensamento kelseniano envolve a aplicação do Direito pelo órgão julgador. O candidato poderia ficar em dúvida em relação a atuação do Poder Legislativo como autêntica. Kelsen em sua obra descreve a interpretação autêntica como aquela que cria Autêntica ͻRealizada pelo julgador ou pelo legislador. É o Estado interpretando a norma ao utilizá-la. ͻParte de uma norma geral para criar uma norma individual. Não Autêntica ͻEstudiosos e cientistas do Direito ao se debruçar sobre as normas interpretam o seu sentido. ͻNão cria normas. 1178772 12154402607 - Bruno Beltrão FILOSOFIA DO DIREITO – DPE-PR teoria e questões Aula 01 – Profa. Karoline Strapasson Profa. Karoline Strapasson www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 20 Direitos, é realizada pelos órgãos do Estado e representa uma produção de uma norma geral. GABARITO: Certo. QUESTÃO - CESPE - TRF 5ª Região - Juiz Federal Substituto - 2015. A prática constitucional brasileira, por se tornar a cada dia mais complexa, exige o incremento do estudo da teoria da Constituição com o objetivo de se compreender e justificar a atuação cada vez mais proeminente do Poder Judiciário. Acerca desse assunto, assinale a opção correta. a) De acordo com o positivismo de Hans Kelsen, a escolha de uma interpretação dentro da moldura de possibilidades proporcionada pela norma jurídica realiza-se segundo a livre apreciação do tribunal, e não por meio de qualquer espécie de conhecimento do direito preexistente. b) Para Ronald Dworkin, princípios constitucionais são conceituados como mandamentos de otimização que conduzem à única resposta correta. c) A corrente doutrinária denominada não interpretacionismo defende que os juízes, ao decidirem questões constitucionais, devem limitar-se a fazer cumprir as normas explícitas ou claramente implícitas na Constituição escrita. d) A teoria da Constituição dirigente, por conceber um projeto bastante ambicioso e totalizante da Constituição, implica a adoção de uma concepção procedimentalista do papel institucional das cortes constitucionais e)Segundo a teoria substancialista, o Poder Judiciário deve decidir os casos constitucionais de maneira estreita e rasa, utilizando-se apenas dos argumentos estritamente necessários para a solução do litígio, deixando de parte questões morais controversas. Comentários Esta questão envolve o Direito Constitucional, por isso apresenta autores diversos em suas alternativas. a) Como vimos o positivismo parte das normas jurídicas para a interpretação, podem haver várias possibilidades de resolução. Quem tem o condão de resolver os critérios de aplicação é unicamente o aplicador do Direito. b) O pensamento descrito na assertiva é de Alexy que considera os princípios como mandamentos de otimização, que conduzem a uma única resposta. c) A corrente interpretativista compreende que os juízes ao interpretar a Constituição devem captar o sentido dos preceitos expressos na constituição de modo claro ou indireto. Já o não-interpretativismo prega que o julgador pode buscar valores e princípios substantivos para interpretar a Constituição. d) Quando uma constituição é dirigente não é o enfoque procedimentalista que recebe o maior enfoque, mas sim o substancialista. Busca-se os valores para proteger minorias e como ferramenta de protagonismo judicial. Já a 1178772 12154402607 - Bruno Beltrão FILOSOFIA DO DIREITO – DPE-PR teoria e questões Aula 01 – Profa. Karoline Strapasson Profa. Karoline Strapasson www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 20 posição procedimentalista a qual há um foco no papel instrumental da Constituição, ligado a regulação do processo de tomada de decisões. e) A alternativa destoa do que seria a teoria substancialista a qual está ligada a valores e a uma interpretação em prol da efetivação de direitos na Constituição. GABARITO: A. LISTA DAS QUESTÕES DE AULA QUESTÃO - FEPESE - DPE-SC - Defensor Público - 2012 Hans Kelsen afirmou que a teoria pura do direito é uma teoria geral do direito positivo. Para ele, o Direito é “uma ordem normativa da conduta humana, ou seja, um sistema de normas que regulam o comporta- mento humano”. Com o termo norma, Kelsen buscou significar algo que “deve ser ou acontecer, especialmente que um homem se deve conduzir de determinada maneira” Na obra Teoria Pura do Direito , que leva o mesmo nome da teoria de Kelsen, o autor afirma que essa teoria pura busca única e exclusivamente conhecer o seu próprio objeto, ou seja: a) o que é e como é o Direito. b) como deve ser o Direito. c) como deve ser feito o Direito. d) como deve ser feita a política do Direito. e) como ocorre a relação entre o Direito e as demais áreas do saber. GABARITO: A. QUESTÃO - FCC - DPE-SP - 2013 Considere as seguintes afirmações sobre a Teoria Pura do Direito de Hans Kelsen: I. A Teoria Pura do Direito trata o Direito como um sistema de normas válidas criadas por atos de seres humanos. II. A Teoria Pura do Direito, assumindo o sincretismo metodológico, pretende ser a única ciência do Direito possível ou legítima. III. A Teoria Pura do Direito limita-se a uma análise estrutural do Direito positivo. Está correto APENAS o que se afirma em: a) I e III. b) I c) II d) III e) I e II. GABARITO: A 1178772 12154402607 - Bruno Beltrão FILOSOFIA DO DIREITO – DPE-PR teoria e questões Aula 01 – Profa. Karoline Strapasson Profa. Karoline Strapasson www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 20 QUESTÃO ADAPTADA - CESPE - DPE-RO - Defensor Público - 2012 Considerando os conceitos de direito e de moral, julgue o item a seguir: Hans Kelsen formulou a teoria da bilateralidade atributiva, asseverando que a moral não se distingue do direito, mas o complementa por meio da bilateralidade ou intersubjetividade. Certo ou errado? GABARITO: ERRADA. QUESTÃO - FCC - DPE-PR - Defensor Público - 2012. Um argumento correto quanto à doutrina da normapara Hans Kelsen é: a) Para Kelsen as normas jurídicas são juízos, isto é, enunciados sobre um objeto dado ao conhecimento. São apenas comandos do ser. b) Para Kelsen, na obra Teoria Pura do Direito, norma é o sentido de um ato através do qual uma conduta é prescrita, permitida ou, especialmente, facultada, no sentido de adjudicada à competência de alguém. c) Kelsen não reconhece a distinção entre normas jurídicas e proposições normativas. d) Para Kelsen a norma que confere validade a todo o sistema jurídico ou conjunto de normas é a norma fundamental que se confunde com a Constituição, já que ambas são postas e impostas. e) Segundo Mata Machado, Kelsen, enquanto jusnaturalista, reduz o direito à norma, mas desenvolve a noção de direito objetivo enquanto coisa devida e a de justiça como Direito Natural. GABARITO: B. QUESTÃO - CESPE - DPU - Defensor Público Federal - 2015 Com relação à filosofia do direito, julgue o próximo item . Na teoria pura do direito de Kelsen, a interpretação autêntica é realizada pelo órgão aplicador do direito, ou seja, tanto pelo Poder Judiciário quanto pelo Poder Legislativo. Certo ou Errado? GABARITO: Certo. QUESTÃO - CESPE - TRF 5ª Região - Juiz Federal Substituto - 2015. A prática constitucional brasileira, por se tornar a cada dia mais complexa, exige o incremento do estudo da teoria da Constituição com o objetivo de se compreender e justificar a atuação cada vez mais proeminente do Poder Judiciário. Acerca desse assunto, assinale a opção correta. a) De acordo com o positivismo de Hans Kelsen, a escolha de uma interpretação dentro da moldura de possibilidades proporcionada pela norma jurídica realiza-se segundo a livre apreciação do tribunal, e não por meio de qualquer espécie de conhecimento do direito preexistente. 1178772 12154402607 - Bruno Beltrão FILOSOFIA DO DIREITO – DPE-PR teoria e questões Aula 01 – Profa. Karoline Strapasson Profa. Karoline Strapasson www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 20 b) Para Ronald Dworkin, princípios constitucionais são conceituados como mandamentos de otimização que conduzem à única resposta correta. c) A corrente doutrinária denominada não interpretacionismo defende que os juízes, ao decidirem questões constitucionais, devem limitar-se a fazer cumprir as normas explícitas ou claramente implícitas na Constituição escrita. d) A teoria da Constituição dirigente, por conceber um projeto bastante ambicioso e totalizante da Constituição, implica a adoção de uma concepção procedimentalista do papel institucional das cortes constitucionais e)Segundo a teoria substancialista, o Poder Judiciário deve decidir os casos constitucionais de maneira estreita e rasa, utilizando-se apenas dos argumentos estritamente necessários para a solução do litígio, deixando de parte questões morais controversas. GABARITO: A. CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final da nossa aula demonstrativa! Tratamos sobre o nosso primeiro item: Nosso intuito primordial foi demonstrar os principais elementos da Filosofia de Kelsen. No próximo encontro vamos dedicar nosso estudo para o nosso segundo item do edital a obra de Herbert Hart. kstrapasson@gmail.com Um abraço e bons estudos! Karoline Strapasson ͻ Normativismo jurídico kelseniano ͻ Teoria pura do direito ͻ Separação entre ser dever ser ͻ Relação entre Direito e Moral ͻ Estática e dinâmica jurídica Aspectos iniciais de Hans Kelsen ͻ Norma jurídica fundamental ͻ Norma jurídica e ordenamento jurídico ͻ Norma jurídica geral e individual ͻ Norma jurídica e discricionariedade do aplicador Sobre a norma jurídica 1178772 12154402607 - Bruno Beltrão