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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - UFPEL CENTRO DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA HÍDRICA CIÊNCIA DO SOLO Prof. Luis Eduardo Akiyoshi Sanches Suzuki ESTUDO DA MORFOLOGIA DO SOLO Daiana Nieswald, Guilherme Silveira, Leonardo Gerhardt da Rosa e Taylor Cavalheiro Palacios Pelotas, 2015 1. Introdução De acordo com a Ciência da Terra, a Pedologia, a partir de 1877, o solo deixou de ser considerado um corpo inerte, composto pela rocha parental (rocha que deu origem) e passou a ser, como definido pelo cientista russo Dokouchaev, um produto do intemperismo, do remanejo e da organização das camadas superiores da crosta terrestre, sob a ação da atmosfera, da hidrosfera, da biosfera, da topografia e das trocas de energia envolvidas, que são fatores ativos do ciclo supérgeno. (COSTA et al., 2009) O solo que classificamos é uma coleção de corpos naturais, constituídos por partes sólidas, líquidas e gasosas, tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais minerais e orgânicos que ocupam a maior parte do manto superficial das extensões continentais do nosso planeta, contém matéria viva e pode ser vegetado na natureza onde ocorrem e, eventualmente, terem sido modificados por interferências antrópicas. (EMBRAPA, 2006) O corpo tridimensional que representa o solo é chamado de pedon. A face do pedon que vai da superfície ao contato com o material de origem, constituindo a unidade básica de estudo do Sistema Brasileiro de Classificação do Solo (SiBCS), é o perfil de solo, sendo avaliado em duas dimensões e perfazendo uma área mínima que possibilite estudar a variabilidade dos atributos, propriedades e características dos horizontes ou camadas do solo. (EMBRAPA, 2006) A análise da morfologia dos solos permite a caracterização dos horizontes antropizados (diagnóstico qualitativo do estado físico do solo) e pode ser feita, por exemplo, pelo método do perfil cultural que analisa, conjuntamente e visualmente, o efeito do manejo na estrutura do solo e desta no sistema radicular e pela avaliação visual da estrutura do solo. Esses métodos, associados com alguns indicadores de qualidade física dos solos, permitem ser replicados nas mais diversas situações dando boas indicações sobre o nível de sustentabilidade do sistema de manejo de solo em uso. (Fuentes-Llanillo et al., ) Este relatório tem como objetivo a análise morfológica do solo (horizontes, tipo de horizontes, profundidade, forma de transição, estrutura, cerosidade, presença de nódulo, presença de mosqueado e a consistência) de um ponto nas proximidades da Faculdade de Medicina Veterinária, no campus Capão do Leão, da Universidade Federal de Pelotas – UFPel -, localizado no município Capão do Leão – RS. 2. Material, Métodos e Resultados 2.1. Material - Fita métrica - Pá - Faca - Água 2.2. Métodos Procedimento 1: Depois de determinar o local a ser analisado, com auxílio da uma pá abriu-se uma trincheira onde pudesse ser visto o perfil do solo. Com a ajuda de uma faca foram demarcados os horizontes encontrados, e em seguida com a fita métrica foi mensurada a profundidade dos mesmos, afim de determinar os tipos de transição. Após analisar a cor de cada horizonte, foram coletadas amostras de cada um desses para determinar a estrutura do solo conforme a sua desagregação. Com esses pedaços de solo coletados também foi analisado a cerosidade, a concreção e se era um solo mosqueado. A consistência do solo foi analisada com o auxilio de água. Procedimento 2: Próximo as margens de um lago foi cavado um buraco, com profundidade suficiente para que fosse possível visualizar o nível do lençol freático. 2.3. Resultados 2.3.1. Perfil 1 Tabela 1 - Resultados observados na perfuração do solo, Perfil 1. Horizonte Profundidade (cm) Trans ição de Horizonte Forma Trans ição Tipo Tamanho Ceros idade Concreção Quantidade Tamanho A1 0-35 Bloco Subangular Grande Não Não Abrupta Plana A2 35-70 Bloco Subangular Grande Não Não Clara Plana E 70-80 Bloco Subangular Grade Não Não Clara Ondulada EB 80-90 Bloco Subangular Médio Não Não Abrupta Ondulada Bt 90-100 Bloco Subangular Médio Não Não 15% Pequeno Horizonte Úmida Plásticidade Pegajos idade A1 Friável Lig. plástico Lig. pegajoso A2 Friável Lig. plástico Lig. pegajoso E Friável Lig. plástico Lig. pegajoso EB Firme Plástico Pegajoso Bt Friável Muito Plástico Pegajoso Descrição Morfológica Estrutura Mosqueado Analisando os resultados apresentados na Tabela 1, pode-se constatar variação no material que compõem o solo, sendo este fortemente dependente da profundidade em que se localiza. Seus aspectos mais notáveis foram a diferença entre a consistência, estrutura, concreção e plasticidade. Percebe-se também a existência de dois horizontes superficiais A, a presença do horizonte E com maior concentração de areia que os demais, um horizonte de transição EB com tendência a eluviaçao, característica predominante de E, e um horizonte Bt (textutal) que se difere por ser um solo muito argiloso e com boa drenagem. A água infiltra com mais rapidez nos horizontes A e E, e ao alcançar o horizonte Bt perde sua velocidade. 2.3.2. Perfil 2 No solo do Perfil 2 foi observado que o nível do lençol freático encontra- se entre zonas insaturadas com muita permeabilidade, característica proveniente da presença de areia, e zonas saturadas com baixa permeabilidade, possibilitando desta forma a passagem de água entre estas duas zonas. Sendo assim ao efetuar uma escavação nessa localidade, torna-se possível a visualização do surgimento de água pelas paredes da cavidade. 3. Conclusão A aula prática nos possibilitou um maior entendimento do teórico, através das atividades práticas. Aumentou nossa capacidade de diferenciação dos solos, além do conhecimento técnico sobre as características de cada horizonte. É possível inferir também que os conceitos de relevo, drenagem, infiltração, horizontes, tipo de horizontes, profundidade, forma de transição, estrutura, cerosidade, presença de nódulo, presença de mosqueado e a consistência puderam ser analisados. De acordo com a coloração foi possível a definição dos horizontes, a transição e a forma de transição, além de detectar o mosqueado. No entanto não foi possível tabelar as cores, já que seria necessário mais tempo e o material adequado, para evitar erros, o que nós não tínhamos. 4. Referências Bibliográficas EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 2.ed. Brasília: Editoração Eletrônica Pedro Coelho Mendes Jardim, p.27, 2006. COSTA, B. C. F., LIMA, C. A., COSTA, D. S. O., BRASIL, H. F. F. Solo: Classificação, Formação, Importância e Problemas. 2009. FUENTES-LLANILLO, R., GUIMARÃES, M. F., TAVARES FILHO, J. Morfologia e Propriedades Físicas de Solo Segundo Sistemas de Manejo em Culturas Anuais. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 2013, 17, 525. 5. Anexos Perfil 1 – 1° Perfil de solo, já com os horizontes marcados e mensurados pela fita métrica. Perfil 2 - 2° perfil de solo analisado, o lençol freático pode ser observado.
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