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Ciência Política - Caso Concreto n4

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Caso concreto nº: 4 DATA: 15/03/2014
Disciplina: Ciência Política Professora: Rosália Corrêa
Aluno: Pedro Leonardo Souza Alves Matrícula: 201307039049
Turma: 2001 Turno: Vespertino Sala: E-202
Caso concreto 1
Tema: Estado para Max Weber
Analise a expressão "monopólio legítimo da força" utilizada por Weber 
para caracterizar o Estado.
“(...) Max Weber e o conceito de Estado.
A definição weberiana de Estado é talvez uma das mais famosas na 
Sociologia. No artigo Política como Vocação, o autor afirma que o Estado é "uma 
relação de homens que dominam seus iguais, mantida pela violência legítima (isto 
é, considerada legítima)". Assim, na conceituação de Weber, o Estado é um aparato 
administrativo e político que detém o monopólio da violência legítima dentro de um 
determinado território, a partir da crença dos indivíduos em sua legitimidade.
Dois pontos são fundamentais na descrição do autor. Primeiramente, o 
monopólio estatal da violência legítima não significa que apenas o Estado fará uso 
da força, pois indivíduos e organizações civis poderão eventualmente fazer uso da 
violência física. Entretanto, apenas o Estado é autorizado pela sociedade para usá-
la com legitimidade. Assim, organizações como a máfia italiana ou o crime 
organizado no Brasil são exemplos de grupos que fazem uso da força sem, todavia, 
terem o apoio do resto da sociedade para fazê-lo, de forma que a legitimidade do 
Estado não é questionada. Já, os grupos separatistas que fazem uso da violência 
para organizar revoluções de cunho político podem, eventualmente, colocar a 
legitimidade estatal em questão se obtiverem o apoio da maior parte da população.
Em segundo lugar, essa autorização social do uso da força ocorre porque os 
dominados aceitam obedecer a seus dominantes. Essa aceitação, por sua vez, tem 
três possíveis justificativas. Pode ocorrer devido a uma "autoridade do passado 
eterno, ou seja, dos costumes consagrados por meio de validade imemorial", 
chamada de dominação tradicional. Outra possibilidade é que ocorra devido ao 
carisma de um líder (dominação carismática). E, como conhecemos nos Estados 
modernos, ocorre através da legalidade, ou seja, é "fundada na crença da validade 
legal e da competência funcional baseada em normas racionalmente definidas" 
(dominação legal).
Apesar das particularidades, nos três casos a dominação fundamenta-se 
exclusivamente na crença da maior parte das pessoas que fazem parte de um 
determinado Estado na legitimidade do poder daqueles que a domina. Essa 
definição implica que um Estado não mais se manteria se, do dia para a noite, a 
parcela majoritária das pessoas que sustentam a sua existência deixasse de 
acreditar na validade do sistema que a governa, passasse a fazer uso da força e a 
acreditar que pode fazê-lo legitimamente. Sendo assim, a instituição estatal 
somente se sustenta com a aceitação e com o apoio dos dominados. Weber, de 
certa maneira, se amparara em um elemento psicológico para justificar a 
dominação estatal. Por causa disso, o Estado tem que se apresentar 
permanentemente aos cidadãos como legítimo, para manter a crença em sua 
validade.
No caso do Estado burocrático, sustentado pela dominação legal, 
estabeleceu-se uma série de normas e limites para a legitimidade do uso estatal da 
violência. Dessa forma, a força física só poderá ser usada dentro de determinados 
preceitos, sob o risco de que o Estado perca sua legitimidade se desafiá-los. No 
Estado contemporâneo, a instituição de leis que prescrevem as situações em que a 
violência poderá ser usada estabelece uma boa possibilidade de que todas as 
pessoas sejam tratadas da mesma forma e que tenham algum controle sobre as 
determinações que os rege. Esses elementos foram fundamentais para que o 
conjunto da sociedade abrisse mão do uso legítimo da violência e se submetesse a 
dominação estatal na sociedade moderna. (...).”
Disponível em: 
<http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/ESSO/Edicoes/34/artigo213698-2.asp>
Acessado em: 12/12/2013.
Estado e o monopólio legítimo da violência. Quando se trata de violência 
praticada pelo Estado. Weber tenta apontar as ações racionais, no entanto, ele não 
consideraria como legítima uma ação que exacerbe os limites estabelecidos pela lei.
Para o autor, a melhor forma de definir o Estado moderno é: "Estado é uma 
comunidade humana que pretende, com êxito, o monopólio do uso legítimo da 
força física dentro de determinado território". (WEBER, 1982, p.98).
Max Weber resalta que existem três tipos ideais de legitimação para a 
dominação: "tradicional", "carismática" e "legal". Na Legitimação tradicional, a 
dominação seria fruto do conformismo. Consistiria no reconhecimento de um poder 
inimaginavelmente mais antigo, anterior ao indivíduo, aceito pelo conformismo 
habitual.
A autoridade conferida pela legitimação carismática, ou pelo dom da graça 
nas palavras de Weber é resultado da confiança depositada na liderança individual 
marcada por um atributo extraordinário ou pessoal.
No caso da legitimação legal,a obediência aos "servidores do Estado" e aos 
demais portadores estatais é consequência da fé no estatuto legal, assim como a 
crença na "competência" funcional do Estado.
Dentre os 3 tipos descritos ("tradicional", "carismática" e "legal"), Weber 
defende que é no domínio baseado no carisma - no enfoque na figura do "líder", 
que a política pode assumir o seu caráter de vocação. Desta forma, segundo Max 
Weber "os homens não obedecem (o líder carismático) em virtude da tradição ou 
lei, mas porque acreditam nele." (Weber, 1982,p.100)
Outra característica importante do Estado, levantada por Weber é a 
burocracia. Para o autor, o Estado é organizado por uma ordem estatal burocrática 
que em sua racionalidade o delineia.

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