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CAPITULO 7
MINERAÇÃO E TRATAMENTO DAS MATÉRIAS-PRIMAS
IN TRODUÇÃO
A mineração e tratamentos preliminares das matérias-primas são ope-
rações importantes na produção de produtos cerâmicos, sendo portanto
apresentada neste capítulo uma breve exposição.
No passado, a mineração de argilas era freqüentemente feita em pe-
quena escala e os métodos utilizados eram antieconômicos quando com-
parados com aqueles usados na mineração dos metais. No entanto muitas
minas estão usando agora métodos eficientes, de maneira que o custo de
uma tonelada de argila atualmente é um pouco mais alto do que era uma
geração atrás, apesar do grande aumento na velocidade de aumento de
salários. ·
Têm-se feito grandes progressos nos métodos de tratamento para ofe-
recer ao consumidor um produto puro e uniforme; tomem-se como exemplo
caulins lavados e feÍdspatos moídos. Por outro lado, como os depósitos de
matérias-primas de primeira qualidade estão sempre esgotados, deve ser
dada atenção à purificação de depósitos de menor qualidade.
MINERAÇÃO
Mineração a céu aberto. A maioria das argilas é minerada a céu aberto,
~p_ós a remoção da camada estéril e aproveitamento da camada de argila
til. Essa rei:noção é feita por meio de escavadeiras traba~h~ndo em uma
ace, 0_u, em algumas minas, por tratores ou aplanadores mecamcos de grande
capacidade. A profundidade máxima econômica da camada estéril depende da
espessura e do valor da camada de argila subjacente. Essa camada de argila
pode ser removida por meio de escavadeiras, aplainadores ou por detonação,
no caso de materiais duros. A argila é geralmente transport1;1,da à fábrica
__ _por caminhões, de preferência ao transporte ferroviário. Em alguns casos,
\
j
1
,,,,,-calha
1
, Corrente de Caçamba
i alta pressão :•: Poço
A~·é:olet :1,,
1r ·:·•.•.-··~-...... '\1\: ··::·
1 •·. ' r 1.
1 1· ½ Camada de
\ folhelho argiloso \
. l \
FÍgura 7-1. Algumas operações típicas de mineração da indústria cerâmica: (a) mina
. de caulirp inglês em Cornwall; (b) remoção de !!rgila refratária na Alemanh~; (e) re-
' moçã_o _ do caulim da Georgia com escavadeiras; (d) remoção de uma argila ~ura
(folhelho) com um aplanador; (e) remoção de argila do tipo ball-clay com eqmpa-
mento de remoção de terra
lel
• tratamento das matérias-primas
mineraçao e 87
O Por exemplo, em Cornwall, a argila é desagregada e rec lh'd com , . d • o 1 a em um
Ço coletor por me10 e um Jato de água. A Fig. 7-1 mostra seço~es d po ~ t' · d . ~ e um , ero de operaçoes 1p1cas e mmeraçao de argilas. num . . d . Materiais mais uros como quartzitos, feldspatos e cianitas sa~ • , d · d f ~ o mme-
dos pelos meto os usuais e per uraçao e detonação. Areias par 'd ra 'd h'd 1. a v1 ros são geralmente removi as 1 rau icamente.
Métodos subterrâneos. Argilas subjacentes a lençóis ou c m d d
l ) ~ . a a as e
carvão (coai measure e ays sao mmeradas a partir de camadas prof d , d · · d un as, usando os meto os convencionais e perfurar com sondas até a prof d' _ , . . , 1 , un 1
dade necessana e constrmr um tune ate um nível adequado. Como em tod
mineração, deve ser feito um plano cuidadoso, baseado na perfuração co;
brocas de diamante. Construção de madeira bem escorada, linha férrea e
limpeza são essenciais para uma operação eficiente.
MÉTODOS DE_ COMINUIÇÃO
Teoria. A redução das dimensões (cominuição) por subdivisão de uma
particula em duas ou mais partes se dá de várias maneiras, como mostra
a Fig. 7-2. Em (a). a fratura ocorre sob simples compressão se o material é
frágil e, em (b), pela compressão por impacto ou choque. Em (c), a fratura
se processa por um impacto com energia insuficiente para fraturar a peça
inteira, porém suficiente para remover uma pequena aresta. Fraturamento
pode ocorrer como o resultado do choque de uma partícula com outra a
alta velocidade, como em (d). Em alguns casos (e), ocorre subdivisão por
abrasão. No último caso (f), ocorre uma raspagem em materiais moles quando
um dente afiado corta um fragmento. Na prática é impossível dividir má-
quinas de cominuição em grupos rígidos, tal como aqueles acima tpencionados,
pois, na maioria dos casos, muitas das ações ocorrem simultaneamente.
--
-
. lal lbl lcl ldl lel lfl
Figura 7-2. Princípios de cominuição: (a) compressão; (b) impacto por compress~o;
(~) desgaste nas arestas (nibbling); (d) impacto; (e) abrasão; (f) raspagem (shreddmg)
, Em geral, a energia requerida para. fragmentar uma porção do ma!eri~l
e proporcional à nova área específica produzida; assim, o tempo eª pot~ncia
gaStos aumentam consideravelmente quando as dimensões s~o _reduzi?as.
A forma das partículas bem como a sua distribuição· gran~lomet~ica vanam
com O material e com o tipo de máquina. São ainda necessános mu~t~s eStudos
Para se obter um panorama completo do processo de cominuiçao.
. Britador de mandíbulas ("jaw crusher"). Como moSíra a Fig. 7-3(a),
britador de mandíbulas é semelhante a um quebrador de nozes, no qua
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li -~ ..
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(ti
Figura 7-3. Equipamento para cominuição : (a) britador de mandíbula; (b) britador
giratório; (c) britador de cone; (d) britador de rolo macio ; (e) britador de rolo den-
tado ; (1) britador de rolo. simples ; (g) laminador ; (h) galga seca ; (i) galga molhada;
(j) laminador B e W; (k) britador de cilindro anelado : (1) britador de martelos ; (m)
ventoinha; (n) ~ulverizador a vapor; (o) moinho de bolas para composição de massas ;
(p) moinho contínuo de bolas ; (q) britador com rolos tubulares ; (r) moinho de rolos;
(s) moinho de bola vibratória ; (t) moinho de frição
mrneraÇ
ento das matérias-primas ão 8 tratam 89
entos são triturados entre ut?a mandíbula. fixa. e outra móvel. Tais
os fra~ são importantes como tnturadores pnmános, recebendo uma
rn~qu:::::ão de fragmentos de 30 cm de diâmetro (1 pé) ou mais, reduzindo-os
altrn;_7,5 cm (1 a 3 polegada~) de diâ~etro. capacidade pode atingir 100
a
2
• 1 d s por hora. O matenal de ahmentaçao pode ser duro ou semiduro. tone a a . .
Britador giratório ("girato? c~uste~").d Co:o most~ado na Fig. 7-3(b),
essa máquina tem ~l mesma açao
1
t od rdita or e m.andibula~, uma vez que
0 cone interno osci a como . r~su a bo d~ um movimento circular do eixo
t I É usado para matenais que ra iços, como magnesita e calcário e cenra. '
tern capacidade para algumas centenas de toneladas por hora.
Britador cônico ("cone crusher"). Essa máquina, como mostrado em (c),
obedece ao mesmo princípio que as anteriores, exceto que o_ cone tem um
ângulo mais obtuso para dar uma área de descarga maior. E muito usada
para moagem de feldspato. Reduz o material ao tamanho de 20 meshes (aber-
tura de 0,833 mm) e tem uma capacidade para 10 toneladas por hora.
Moinho de cilindros ("roll crusher"). Esse britador (d) é usado para tri-
turar chamota e outros materiais quebradiços de 1 polegada até 8 meshes
(abertura de 2,362 mm) de diâmetro ou menos. A compressão é contínua
e são comuns capacidades até 10 toneladas por hora.
Moinho de cilindros dentados ("toothed rolls"). Nesse caso (e), os rolos
são rugosos ou dentados e um gira mais rapidamente que o outro. Como
não apresenta tendência a parar por entupimento, esse moinho é usado
para materiais moles, como os torrões de argila. A capacidade é grande,
chegando a cerca de 180 toneladas por hora.
Moinho de cilindro simples ("single roll crusher"). Esse moinho, mos-
trado em (f), tem grande capacidade e é usado para materiais de dureza entre
média e mole como, por exemplo, calcário.
Moinho de rolos ("roller mill"). Como mostrado em (g), esse é um moinho
de rolos no qual a pressão de moagem é exercida pela força centrífuga. É
usado para materiais semiduros e moles, podendo produzir materiais com
granulometria correspondente a 325 meshes (abertura de 44 mícrons) em alguns casos.
Pulverizador de bolas ("bali pulverizer"). Esse moinho (j) é semelhanteª um grande rolamento de esferas, sendo a moagem executada entre as esferas
e as ~canaletas das esferas de rolamento. É usado principalmente para obter
carvao pulverizado, sendo porém recomendado também para materiais moles como bauxito.
m· Galga a seco ("dry pan"). Essa máquina (h) é usada na indústria cerâ-
lh ica Par~ moer quartzito para refratário de sílica (gânistei'), chamota, folhe-
lI; ou ~i
st
os argilosos ou argila refratária, tipo flint (sílex ou pederneira).
' Porem, muitas modificações. Em geral, a carga é alimentada sob as galgas
1
mineração e tratamento das matérias-primas 89
os fragmentos são triturados entre uma mandíbula fixa e outra móvel. Tais
máquinas são importantes como trituradores primários, recebendo uma
alimentação de fragmentos de 30 cm de diâmetro (1 pé) ou mais, reduzindo-os
a 2,5-7,5 cm (1 a 3 polegadas) de diâmetro. A capacidade pode atingir 100
toneladas por hora. O material de alimentação pode ser duro ou semiduro.
Britador giratório ("giratory crusher"). Como mostrado na Fig. 7-3(b),
essa máquina tem a mesma ação do britador de mandíbulas, uma vez que
0 cone interno oscila como resultado de um movimento circular do eixo
central. É usado para materiais quebradiços, como magnesita e calcário, e
tem capacidade para algumas centenas de toneladas por hora.
Britador cônico ("cone crusher"). Essa máquina, como mostrado em (c),
obedece ao mesmo princípio que as anteriores, exceto que o cone tem um
ângulo mais obtuso para dar uma área de descarga maior. É muito usada
para moagem de feldspato. Reduz o material ao tamanho de 20 meshes (aber-
tura de 0,833 mm) e tem uma capacidade para 10 toneladas por hora.
Moinho de cilindros ("roll crusher"). Esse britador (d) é usado para tri-
turar chamota e outros materiais quebradiços de 1 polegada até 8 meshes
(abertura de 2,362 mm) de diâmetro ou menos. A compressão é contínua
e são comuns capacidades até 1 O toneladas por hora.
Moinho de cilindros dentados ("toothed rolls"). Nesse caso (e), os rolos
são rugosos ou dentados e um gira mais rapidamente que o outro. Como
não apresenta tendência a parar por entupimento, esse moinho é usado
para materiais moles, como os torrões de argila. A capacidade é grande,
chegando a cerca de 180 toneladas por hora.
Moinho de cilindro simples ("single ro/1 crusher"). Esse moinho, mos-
trado em (f), tem grande capacidade e é usado para materiais de dureza entre
média e mole como, por exemplo, calcário.
Moinho de rolos ("roller mil/"). Como mostrado em (g), esse é um moinhpara materiais muito finos, o peneiramento por via úmida é o mais eficiente.
Várias peneiras são geralmente superpostas, com as mais grossas colocadas
na parte superior, a fim de separar o material em várias classes e evitar sobre-
carga nas peneiras mais finas.
Classificadores de ar. Quando se usa o produto final no· estado seco,
é mais econômico moer a seco para evitar as despesas de secagem final. Por-
ta~to produtos como quartzo ou areia de granulometria fina para uso cerâ-
mico (flint) e feldspato são moídos a seco. Durante a moagem, se o pro-
cesso é contínuo, os finos são carreados do moinho por uma corrente de
ar 0 ~ levados por um transportador mecânico. Eles são ~olo~ados nu_m
classificador, o qual retira o material grosso para retornar ao momho; entao
os finos são levados ao armazenamento (silos).
92 introdução à tecnologia cerêmica
Tabela 7-1
Série de peneiras Tyler
Abertura, Malha por polegada I Diâmetro do arame, Abertura,
linear polegadas polegadas milimetros
1,050 26,67 0,148
0,883 22,43 0,135
0,742 18,85 0,135
0,624 15,85 0,120
0,525 13,33 0,105
0,441 11,20 0,105
0,371 9,423 0,092
0,312 7,,925 2½ 0,088
0,263 6,680 3 0 ,070
0,221 5,613 3½ 0,065
0,185 4,699 4 0,065
0,156 3,962 5 0,044
0,131 3,327 6 0,036
0,110 2,794 7 0,0328
0,093 2,362 8 0,0320
0,078 1,981 9 0,0330 0,065 1,651 10 0,0350 0,055 1,397 12 0,0280 0,046 1,168 14 0,0250 0,0390 0,991 16 0,0235 0,0328 0,833 20 0,0172 0,0276 0,701 24 0,0141 0,0232 0,589 28 0,0125 0,0195 0,495 32 0,0118 0,0164 0,417 35 0,0122 0,0138 0,361 42 0,0100 0,0116 0,295 48 0,0092 0,0097 0,246 60 0,0070 0,0082 0,208 65 0,0072 0,0069 0,175 80 0,0056 o,_0058 0,147 100 0,0042 0,0040 0,124 115 0,0038 0,0041 0,104 150 0,0026 0,0035 0,088 170 0,0024 0,0029 0,074 200 0,0021
De Refractories. 3.' edição, F. H. Norton, McGraw-Hill Book Company, _Inc. 1949
A velocidade de sedimentação das partículas finas no ar ou na água
é dada pela lei de Stockes, como segue:
_ 2 g(P1 -P2) 2
V-9 11 r
admitindo esfera~ ou esferas "equivalentes". Nessa equação, p
1
é a densi-
dade das partículas sólidas, P2 é a densidade do fluido, r é o raio da partí~ula
e 17 é a viscosidade do fluido. Na Tab. 2 são mostrados valores de v, obtidos
pelo uso de valores adequados das constantes.
mineração e tratamento das matérias-primas
Alimentação
- ~, ,.
Fino
Excêntrico.
600 rpm
Motor de
1 800 rpm Alimentação
..
:·: . ...
G'rosso
Vibrador
elétrico
•• •
MuiÍ~ fino Grosso
Figura 7-5. Vários tipos de peneiras
Fino
Tabela 7-2. Velocidade de sedimentação das partículas no ar e na água
Velocidade de sedimentação, cm/s
Tamanho da partícula em diâmetro Noar Na água
esférico equivalente em mícrons
1 0,0077 0,000082
2 0,031 0,00032
5 0,19 0,0020
10 0,77 0,0081
25 4,8 0,050
44 (malha 325) 15 0,16
74 (malha 200) 42 0,44
104 (malha 150) 81 0,87
93
Se uma coluna de ar ou de água carregada de poeira estiver subindo
verticalmente num cilindro, partículas que tiverem uma velocidade de sedi-
mentação menor que a do fluido ficarão na parte superior do cilindro, e
aq~elas com um maior valor ficarão no fundo. Após o equilíbrio ser alcançado,
verifica-se uma divisão nítida em duas frações de tamanhos de partículas.
~sse é o princípio do elutriador, que é uma importante máquina para clas-
Slficação granulométrica. Geralmente a classificação é apressada pela ação
1
1
1
94
Separador de pó
/
torno da
·o grossa
Alimentador
o
laJ
V -
\Finos ou
água
introdução à tecnologia cerarnica
Alimentação ---------v
:•i;;:,.,
Grosso
t ','7 :. /
t;.',.,.. Material
;: · •:·.; . magnético
•: '\/
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Àaspadeira helrcoida(_,,/ - - - -
895 rpm (r. __ _
Carcaça, 900 rpm
(cJ
-==\ ~--- - . --- -- . . - - ---- - -· - - - - -
ldl
V
Figura 7-6. Operações de classificação: (a) moinho contínuo de bola, com separador
de ar; (b) separador magnético; (c) centrífuga desaguadora; (d) dispersor de alta velo-
cidade; (e) classificador dorr tipo taça
mineração e tratamento das matérias-primas 95
centrífuga do classificador de ar. Um sistema típico de classTficador d 'hdb, ear conectado com o mom o e o!a e mostrado na · Fig. 7-6(a).
Classificaçào p_or águ~. Es~e ~~todo é semelhante à classificação por
ar, excet? que o meio de di_spersao e agua. É usado comumente para eliminar
0 material ~ross? do ~a~hm. Na ~u.ropa, grande parte do quartzito (flint)
e feldspato e mo1da a um1do e classificada continuamente pela sedimentação
em água.
Na Inglaterra, o caulim é lavado, passando uma barbotina (slip) contendo
cerca de 2 % de sólido a uma velocidade de 30 a 60 cm/s através de longas
calhas, chamadas "micas", que contêm sulcos ou canaletas, onde a areia
(grit) e a mica são retidas. O caulim é então sedimentado em grandes tanques
ou filtro-prensa para remover a água.
Um outro método de lavagem consiste em passar a barbotina agitada
e bem defloculada através de um classificador cilíndrico, como é mostrado
na Fig. 7-6(e). Consiste num grande tanque raso com um fundo cônico. À
medida que a areia sedimenta, uma raspadeira de rotação lenta empurra-a
para dentro do orificio no centro do fundo enquanto a barbotina limpa
passa pelos bordos para uma calha, onde é floculada e alimentada a um
classificador semelhante, porém maior para eliminação da água. Um clas-
sificador de 7,5 metros de diâmetro, com uma barbotina de 2 % de sólidos,
eliminará a areia de 50 toneladas de caulim ou argila por dia, com cerca de
3 % de perda de argila ou caulim.
Um outro tipo de classificador para lavagem de argila é a centrífuga
contínua. A Fig. 7-6(c) mostra uma seção transversal dessa máquina. A areia
é arremessada à superficie interna do recipiente, sendo raspada: na extre-
midade de menor diâmetro do recipiente, enquanto a barbotina lavada é
lançada através dos pequenos furos na extremidade de diâmetro maior.
Uma centrífuga de 90 cm de diâmetro, movimentada por um motor
de 15 HP a uma velocidade de 1 400 rpm, livrará de areia 10 toneladas de
argila (seca) por hora. A argila limpa pode, então, ter a água retirada, pas-
sando-a através uma outra centrífuga trabalhando em velocidades maiores.
É necessário um sistema de rolamentos bem construído para dar a velocidade
diferencial lenta para o raspador ou agitador. O fluxograma no final do
capítulo mostra alguns desses processos. ·
DESIN TEGRAÇÃO
. É necessário individualizar as partículas dos argilo-mine~a~s da argil~,
pois os cristais têm dimensões pré-determinadas pelas cond1çoes naturais
de formação. Isso é condição preliminar de qualquer processo de lavag~m
, · · d "bolos" de argila
ou, as vezes, para preparar uma barbotma a partir os , .
retirados do filtro-prensa. Isso é feito a úmido em um misturador de ~ehces,
às vezes denominado agitador ou dispersor (blunger). Essa ~peraçao era
rei·ta . , . . , mov1·mento circular lento
11 em tanques c1hndncos nos quais pas com
96
introdução à tecnologia cerâmica
. ixo vertical. Os tipos mais modernos u~am um motor com
eram fixas a _umde . la a barbotina e desagrega rapidamente os "bolos" grande veloc1da e, que circu .
ou torrões, como mostra a Fig. 7-6(d).
TRATAMENTOS QUÍMICOS A • , • •
M t , · _ ·mas cerâmicas exceto para as substanctas qmmtcas usadas a enas pn , f , . . . _
'd d esmaltes cerâmicos (glazes) ou re ratanos espec1a1s, sao em vi ra os ou d' · l A ·
te tratadas quimicamente devido ao custo a 1c10na . magnes1ta raramen 1 , d ·d
(magnésia) da água do mar é uma exceção, a qua e agora p~o uzt a em
grandes quantidades, como é mostrado no fluxograma da Ftg. 7-12.
Na Europa, as areias para vidro são, às vezes, trat~das para remover
0 ferro, enquanto que, nos Estados Unidos, alguns caulms e~pregados na
indústria do papel são branqueados com hidrossulfito de zmc~.
Os materiais para alguns dos refratários especiais e para cerâmica nuclear
são produzidos quimicamente, por exemplo, alumina, magnésia, · zircônia,
tório e titânia, berílios e óxidos de urânio. Porém,como esses processos
ainda representam uma fração pequena em volume na indústria cerâmica,
não serão discutidos neste livro.
SEPARAÇÃO MAGN ÉTICA
Esse método é largamente usado, especialmente para remover ferro ou
minerais de ferro encontrados em feldspatos. É mostrado na Fig. 7-6(b) um
corte transversal de um separador magnético de alta intensidade. Minerais
com baixas susceptibilidades magnéticas podem ser retirados pelo intenso
campo gerado. Uma unidade relativamente pequena poderá tratar 2 a 4
toneladas de feldspato por hora, com um consumo de apenas 1 kwh por
tonelada. Naturalmente, é necessário moer o mineral até uma granulometria
suficientemente fina para liberar os grãos magnéticos. Por outro lado, material
muito finamente dividido não passa através de um separador magnético
facilmente por causa da aglomeração ou empelotamento (caking) e escoa-
mento irregular.
FLUTUAÇÃO PELA ESPUMA (FROTH. FLOTATION)
Nos últimos 25 anos, os métodos de flutuação têm revolucionado o
tratamento de minérios de interesse industrial. O método consiste em mis-
turar o minério finamente dividido, suspenso em água com um agente espu-
man,te, havendo_ uma ~d~orção diferencial na superficie das bolhas entre as
part1culas do mmeral uttl e as partículas da ganga. Um ou outro flutua na
superficie e é rem~vi~o, co~o mostra a Fig. 7-7.
N~ c~mpo c~ramico, nao se tem usado flutuação em grande escala na
pr~duçao m~u~tnal,_ em~ora se tenha realizado um grande número de pes-
qmsas com vanos mmerais. Atualmente, a indústria de feldspato usa flutuação
para remover quartzo do feldspato e fluorita de pegmatito (cornish stone).
o
mineração e tratamento das matérias-primas
Figura 7-7. Flutuação pela espuma de-
vido à adsorção seletiva de bolhas sobre
um dos minerais em suspensão
97
Também lamelas de micas são flutuadas de areia e quartzo como um sub-
produto da lavagem do caulim. Parece razoável esperar que durante os
próximos dez anos os métodos de flutuação serão usados cada vez mais na
indústria cerâmica.
FILTRAÇÃO
Remoção de água por filtração é uma prática comum na indústria cerâ-
mica porque permite eliminar os sais solúveis. O filtro-prensa de placas
é de uso geral, porém filtros contínuos do tipo tambor (com vácuo tipo Oliver)
são recomendáveis para grandes produções.
SECAGEM
A secagem dos "bolos" de argila lavada e retirados do filtro-prensa é
ainda realizada em barracões abertos sob condições naturais, porém em
fábricas modernas é feita em secadores rotativos, geralmente do tipo indireto
(Fig. 7-8), para evitar contaminação pelos p~odutos da combustão.
Gases de escape
t
i , l Gases quentes
Argila seca
Figura 7-8. Seção transversal de um secador rotativo aquecido indiretamente para
trabalhar com fragmentos de argila
Alguns materiais volumosos, tais c,omo "b~los", de filtro-pren_sa, podem
ser secos em vagões de secadores contmuos (tipo tunel) com umidade con-
trolada ou em secadores de esteiras. . _ . . . _
Secagem de bar botinas de argilas por nebuhzaçao, . feita pela mJeçao
de uma névoa ou aerosol da suspensão c?mumente designada por sprav-
introdução à tecnologia cerâmica
98
. ~mara quente tem sido usada para algumas argilas, porém
-drymg em uma ca ' , • · f
l
'd doso de temperatura é necessano para evitar a ragmentação
um contro e cm a ~ d 1 · · da estrutura da argila e, assim, subseqüente reduçao e astlcidade. O uso
· d t · l de spray-driers tem aumentado para a preparaçao de massas cerâ-m us na . . .-. constituídas por esferas, que permitem um escoamento gravitacional
m1cas , .
bem controlado para prensagem automatica.
ARMAZENAMENTO E MANUSEIO
As indústrias cerâmicas, como a de louça de mesa (whiteware pottery),
que usam relativamente pouca quantidade de matérias-primas podem arma-
zenar um suprimento por semanas e até meses. Nesses casos, a matéria-prima
é recebida de alguma distância e uma interrupção na entrega deve ser evitada.
Por outro lado, fabricantes de refratários e materiais de construção civil
(heavy clay products) ou cerâmica vermelha geralmente mineram suas argilas
perto da fábrica e usam quantidades tais que o armazenamento de um dia
pode ser todo econômico.
Nas fábricas de louça da Europa, o armazenamento serve a um outro
fim, que é o amadurecimento das argilas. Em muitas fábricas, as argilas são
deixadas·expostas ao ar, por um ano ou mais, para congelarem e derreterem
ou para serem molhadas pelas chuvas, e secadas pelo Sol, processo pelo
qual, indubitavelmente, são melhoradas suas propriedades de trabalhabilidade
e plasticidade. Contudo essa prática não é sempre benéfica ao processo
cerâmico.
A tendência moderna quanto ao manuseio e transporte desses materiais
é a de substituir o trabalho manual por transportadores mecânicos como
esteiras ou canecas. Não há espaço aqui para discutir os vários tipos dis-
poníveis, mas uma visita a uma fábrica moderna mostrará que são usados
muitos meios para economizar o trabalho manual.
Fluxogramas. É fornecido nas Figs. 7-9 e 7-14 um certo número de fluxo-
gramas típicos para mostrar o processamento tecnológico das materias-
-primas na indústria cerâmica.
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