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APOSTILA - Regime Diferenciado de Contratacoes (RDC) - PGE/PGM 2015

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https://www.facebook.com/estudandodireitoresumos 
 
 
 
O que é o RDC? 
O RDC é uma nova modalidade licitatória, regulamentada pela recente Lei 12462/2011. 
 
Para quais casos é aplicável tal modalidade? 
Inicialmente, o RDC foi previsto para as contratações relacionadas à Copa do Mundo de 2014 e 
Olimpíadas de 2016. Esta era inclusive a previsão original da MP 527/2011, cuja conversão 
resultou na Lei 12462/2011. 
No entanto, as possibilidades de utilização do RDC foram aos poucos sendo expandidas por 
alterações legislativas posteriores, havendo até mesmo hipóteses inseridas no ano de 2015 
(Ex: contratações para as ações no âmbito da Segurança Pública). Por sua importância, 
recomendamos a leitura atenta do art. 1º da Lei: 
 
Art. 1o É instituído o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), aplicável 
exclusivamente às licitações e contratos necessários à realização: 
I - dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, constantes da Carteira de Projetos Olímpicos a 
ser definida pela Autoridade Pública Olímpica (APO); e 
II - da Copa das Confederações da Federação Internacional de Futebol Associação - Fifa 2013 e 
da Copa do Mundo Fifa 2014, definidos pelo Grupo Executivo - Gecopa 2014 do Comitê Gestor 
instituído para definir, aprovar e supervisionar as ações previstas no Plano Estratégico das Ações 
do Governo Brasileiro para a realização da Copa do Mundo Fifa 2014 - CGCOPA 2014, 
restringindo-se, no caso de obras públicas, às constantes da matriz de responsabilidades 
celebrada entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios; 
III - de obras de infraestrutura e de contratação de serviços para os aeroportos das capitais dos 
Estados da Federação distantes até 350 km (trezentos e cinquenta quilômetros) das cidades 
sedes dos mundiais referidos nos incisos I e II. 
IV - das ações integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) (Incluído pela Lei 
nº 12.688, de 2012) 
V - das obras e serviços de engenharia no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. (Incluído 
pela Lei nº 12.745, de 2012) 
VI - das obras e serviços de engenharia para construção, ampliação e reforma de 
estabelecimentos penais e unidades de atendimento socioeducativo; e (Redação dada pela 
Medida Provisória nº 678, de 2015) 
VII - ações no âmbito da Segurança Pública. 
 
 
A adoção do RDC permite a aplicação subsidiária da Lei nº 8666? 
NÃO. Com a adoção do RDC, há o afastamento expresso da L8666, não sendo possível a 
aplicação subsidiaria, assim como ocorre no pregão. 
 
§ 2o A opção pelo RDC deverá constar de forma expressa do instrumento convocatório e 
resultará no afastamento das normas contidas na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, exceto 
nos casos expressamente previstos nesta Lei. 
 
No entanto, existem casos específicos em que a lei do RDC determinará a aplicação de regras 
da Lei nº 8666, a exemplo do que ocorre nos requisitos de habilitação, dispensa e 
inexigibilidade de licitação e na adoção de critérios de desempates: 
 
Art. 25. Em caso de empate entre 2 (duas) ou mais propostas, serão utilizados os seguintes 
critérios de desempate, nesta ordem: 
 
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I - disputa final, em que os licitantes empatados poderão apresentar nova proposta fechada em 
ato contínuo à classificação; 
 
II - a avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes, desde que exista sistema objetivo 
de avaliação instituído; 
III - os critérios estabelecidos no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, e no § 2º do 
art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993; e 
 
 
Art. 14. Na fase de habilitação das licitações realizadas em conformidade com esta Lei, aplicar-
se-á, no que couber, o disposto nos arts. 27 a 33 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, 
observado o seguinte: 
 
 
Art. 35. As hipóteses de dispensa e inexigibilidade de licitação estabelecidas nos arts. 24 e 25 da 
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, aplicam-se, no que couber, às contratações realizadas com 
base no RDC. 
Parágrafo único. O processo de contratação por dispensa ou inexigibilidade de licitação deverá 
seguir o procedimento previsto no art. 26 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. 
 
 
Tratam-se, no entanto, de aplicações ESPECÍFICAS, expressamente determinadas pela 
legislação. Não há aplicação subsidiária da Lei 8666! 
 
 
Principais Peculiaridades do RDC: 
 
1) Indicação de marca: 
 
A Lei 12462 incorporou algumas praticas que já eram comuns na administração, como a 
indicação de marca para referência a um gênero (Ex: canetas do tipo BIC) ou quando for 
necessária a padronização do objeto (Ex: aquisição de bolas de futebol que sigam um padrão 
internacional). Tal indicação, de acordo com a lei, exige decisão FUNDAMENTADA. 
 
Art. 7
o
 No caso de licitação para aquisição de bens, a administração pública poderá: 
I - indicar marca ou modelo, desde que formalmente justificado, nas seguintes hipóteses: 
a) em decorrência da necessidade de padronização do objeto; 
b) quando determinada marca ou modelo comercializado por mais de um fornecedor for a única 
capaz de atender às necessidades da entidade contratante; ou 
c) quando a descrição do objeto a ser licitado puder ser melhor compreendida pela identificação 
de determinada marca ou modelo aptos a servir como referência, situação em que será 
obrigatório o acréscimo da expressão “ou similar ou de melhor qualidade”; 
 
Nessa linha, também é possível que se estabeleça, no RDC, a padronização do edital: 
 
Art. 4
o
 Nas licitações e contratos de que trata esta Lei serão observadas as seguintes diretrizes: 
I - padronização do objeto da contratação relativamente às especificações técnicas e de 
desempenho e, quando for o caso, às condições de manutenção, assistência técnica e de 
garantia oferecidas; 
II - padronização de instrumentos convocatórios e minutas de contratos, previamente aprovados 
pelo órgão jurídico competente; 
 
 
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OBSERVAÇÃO: Tradicionalmente, a indicação de marca era vedada pela Lei nº 8666. No 
entanto, na prática, diante de certas peculiaridades da contratação, o próprio TCU já admitia 
tal indicação. 
 
L8666, Art. 15, § 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda: 
I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca; 
 
 
2) Exigência de Amostras: 
 
A lei do RDC também traz a possibilidade de exigência de amostras do bem. Tal exigência pode 
ser feita no procedimento de pré-qualificação, na fase de julgamento das propostas ou de 
lances, mas é necessária a fundamentação. 
 
Art. 7o No caso de licitação para aquisição de bens, a administração pública poderá: 
II - exigir amostra do bem no procedimento de pré-qualificação, na fase de julgamento das 
propostas ou de lances, desde que justificada a necessidade da sua apresentação; 
 
De acordo com a lei, a Administração também pode solicitar a apresentação pelos 
interessados de certificação da qualidade do produto ou do processo de fabricação, inclusive 
sob o aspecto ambiental, por qualquer instituição oficial competente ou por entidade 
credenciada. 
 
Art. 7o No caso de licitação para aquisição de bens, a administração pública poderá: 
III - solicitar a certificação da qualidade do produto ou do processo de fabricação, inclusive sob o 
aspecto ambiental, por qualquer instituição oficial competente ou por entidade credenciada; e 
 
 
3) Remuneração Variável: 
 
A Lei do RDC também estabeleceu a possibilidade de se estabelecer a REMUNERAÇÃO 
VARIÁVEL do contratado, a depender do seu desempenho. Era um instituto que já aparecia nas 
PPPs e que foi incorporado ao RDC. 
 
Art. 10. Na contratação das obras e serviços, inclusive de engenharia, poderá ser estabelecida 
remuneração variável vinculada ao desempenho da contratada,com base em metas, padrões de 
qualidade, critérios de sustentabilidade ambiental e prazo de entrega definidos no instrumento 
convocatório e no contrato. 
Parágrafo único. A utilização da remuneração variável será motivada e respeitará o limite 
orçamentário fixado pela administração pública para a contratação. 
 
O principal fundamento desta novidade foi buscar a eficiência nas contratações, em 
consonância com a ideia de “Administração de Resultados” e com o conceito de “contratos de 
performance”. 
 
 
4) Inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento: 
 
Seguindo a linha do pregão, no RDC também há a inversão das fases de habilitação e 
julgamento das propostas, sendo verificados os documentos de habilitação apenas do 1º 
colocado: 
 
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Art. 14. Na fase de habilitação das licitações realizadas em conformidade com esta Lei, aplicar-
se-á, no que couber, o disposto nos arts. 27 a 33 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, 
observado o seguinte: 
I - poderá ser exigida dos licitantes a declaração de que atendem aos requisitos de habilitação; 
II - será exigida a apresentação dos documentos de habilitação apenas pelo licitante vencedor, 
exceto no caso de inversão de fases; 
 
No entanto, a habilitação anterior ao julgamento das propostas pode ocorrer de forma 
excepcional, e desde que haja previsão no instrumento convocatório. A regra, como visto, é 
habilitar só o 1º colocado (ao contrário do que ocorre na Lei 8666, em que a fase de 
habilitação antecede ao julgamento). 
 
Art. 12. O procedimento de licitação de que trata esta Lei observará as seguintes fases, nesta 
ordem: 
 
I - preparatória; 
II - publicação do instrumento convocatório; 
III - apresentação de propostas ou lances; 
IV - julgamento; 
V - habilitação; 
VI - recursal; e 
VII - encerramento. 
 
Parágrafo único. A fase de que trata o inciso V do caput deste artigo poderá, mediante ato 
motivado, anteceder as referidas nos incisos III e IV do caput deste artigo, desde que 
expressamente previsto no instrumento convocatório. 
 
 
Em semelhança ao pregão, também há previsão da unicidade recursal no art. 27 da Lei: 
 
Art. 27. Salvo no caso de inversão de fases, o procedimento licitatório terá uma fase recursal 
única, que se seguirá à habilitação do vencedor. 
Parágrafo único. Na fase recursal, serão analisados os recursos referentes ao julgamento das 
propostas ou lances e à habilitação do vencedor. 
 
O art. 17 também trouxe a possibilidade de utilização de lances verbais (art. 17) 
 
Art. 17. O regulamento disporá sobre as regras e procedimentos de apresentação de propostas 
ou lances, observado o seguinte: 
 
I - no modo de disputa aberto, os licitantes apresentarão suas ofertas por meio de lances 
públicos e sucessivos, crescentes ou decrescentes, conforme o critério de julgamento adotado; 
 
II - no modo de disputa fechado, as propostas apresentadas pelos licitantes serão sigilosas até a 
data e hora designadas para que sejam divulgadas; e 
 
III - nas licitações de obras ou serviços de engenharia, após o julgamento das propostas, o 
licitante vencedor deverá reelaborar e apresentar à administração pública, por meio eletrônico, 
as planilhas com indicação dos quantitativos e dos custos unitários, bem como do detalhamento 
das Bonificações e Despesas Indiretas (BDI) e dos Encargos Sociais (ES), com os respectivos 
valores adequados ao lance vencedor. 
 
5) Sigilo: 
 
A lei possibilita que determinadas contratações no âmbito do RDC se desenvolvam de forma 
“sigilosa”, sem publicidade ao publico em geral, abertas somente para os órgãos de controle. 
Há também a previsão do chamado “orçamento sigiloso”, o qual não será divulgado aos 
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licitantes antes do encerramento da licitação (trata-se de regra distinta daquela prevista no 
art. 40, § 2.º, II, da Lei 8.666/1993, que exige a apresentação, no anexo do edital de licitação, 
do orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários). 
 
Art. 6o Observado o disposto no § 3o, o orçamento previamente estimado para a contratação 
será tornado público apenas e imediatamente após o encerramento da licitação, sem prejuízo da 
divulgação do detalhamento dos quantitativos e das demais informações necessárias para a 
elaboração das propostas. 
 
§ 1o Nas hipóteses em que for adotado o critério de julgamento por maior desconto, a 
informação de que trata o caput deste artigo constará do instrumento convocatório. 
 
§ 2o No caso de julgamento por melhor técnica, o valor do prêmio ou da remuneração será 
incluído no instrumento convocatório. 
 
§ 3o Se não constar do instrumento convocatório, a informação referida no caput deste artigo 
possuirá caráter sigiloso e será disponibilizada estrita e permanentemente aos órgãos de 
controle externo e interno 
 
Há duras críticas em relação a tal previsão, mas o contra-argumento é o de que o sigilo pode 
ser necessário para viabilizar propostas melhores para a administração. Ademais, não se trata 
propriamente de um sigilo, pois há controle dos tribunais de contas e eventualmente do 
judiciário. Por fim, o caráter sigiloso muitas vezes pode servir para garantir a competividade e 
a boa-fé, evitando a formação de cartéis pelos licitante (nesse sentido defendem Flavio Amaral 
Garcia e Marcos Juruena, 2 autores muito prestigiados na PGE-RJ). 
 
Nessa linha, há até mesmo acórdãos do TCU em que já se permitia o sigilo em licitações antes 
mesmo do RDC (Ex: acordão 114\7). 
 
 
6) Contratação Integrada 
 
A contratação integrada talvez seja uma das principais figuras do RDC, e que inclusive foi 
cobrada na 2ª fase da recente prova da PGE-RN. Para melhor entender o instituto, precisamos 
revisar alguns conceitos básicos da Lei 8666, como “Projeto Básico” e “Projeto Executivo”. 
 
Em relação às obras e serviços, importante mencionar que a L8666 exige que seja elaborado 
previamente à licitação um projeto básico, que irá delinear o objeto a ser licitado e nortear 
toda a contratação. 
 
Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao 
disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência: 
I - projeto básico; 
II - projeto executivo; 
III - execução das obras e serviços. 
§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando: 
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos 
interessados em participar do processo licitatório; 
 
 
Em que consiste este “projeto básico”? 
O projeto básico é um instrumento elaborado na fase interna e que é essencial para a 
condução de todo o procedimento licitatório, uma vez que deve especificar minuciosamente o 
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objeto da contratação e conter elementos como o “orçamento detalhado do custo global da 
obra”. A L8666 explica melhor tal importância em seu art. 6º, IX: 
 
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão 
adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da 
licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a 
viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que 
possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, 
devendo conter os seguintes elementos: 
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar 
todos os seus elementos constitutivos com clareza; 
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a 
necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto 
executivo e de realização das obrase montagem; 
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à 
obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados para o 
empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; 
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações 
provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a 
sua execução; 
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua 
programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários 
em cada caso; 
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e 
fornecimentos propriamente avaliados; 
 
O art. 12 da mesma lei também traz alguns elementos que devem ser considerados tanto no 
projeto básico quanto no projeto executivo: 
 
Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços serão considerados 
principalmente os seguintes requisitos: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
I - segurança; 
II - funcionalidade e adequação ao interesse público; 
III - economia na execução, conservação e operação; 
IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais, tecnologia e matérias-primas 
existentes no local para execução, conservação e operação; 
V - facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da durabilidade da obra ou do 
serviço; 
VI - adoção das normas técnicas adequadas; 
VI - adoção das normas técnicas 
 
Nesse sentido, o Tribunal de Contas da União tem entendido que o projeto básico deve ser 
adequado e atualizado, contendo todos os requisitos da L8666: 
 
TCU, Súmula nº 261: Em licitações de obras e serviços de engenharia, é necessária a elaboração 
de projeto básico adequado e atualizado, assim considerado aquele aprovado com todos os 
elementos descritos no art. 6º, inciso IX, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, constituindo 
prática ilegal a revisão de projeto básico ou a elaboração de projeto executivo que transfigurem 
o objeto originalmente contratado em outro de natureza e propósito diversos. 
No entanto, caso seja adotada a modalidade do Regime Diferenciado de Contratações (RDC), 
regulamentada pela Lei 12462, a sistemática é um pouco diferente. 
 
Isso porque a L12462 não exige que o projeto básico necessariamente seja prévio à licitação 
e nem que seja realizado pela Administração. Nesse sentido, há a previsão do 
importantíssimo instituto da CONTRATAÇÃO INTEGRADA: 
 
 https://www.facebook.com/estudandodireitoresumos 
 
Art 9º, § 1o A contratação integrada compreende a elaboração e o desenvolvimento dos projetos 
básico e executivo, a execução de obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização de 
testes, a pré-operação e todas as demais operações necessárias e suficientes para a entrega final 
do objeto. 
 
A contratação integrada envolve a elaboração, pelo particular, dos projetos básico E executivo, 
a execução da obra, os testes de operação e todas as demais etapas necessárias para a entrega 
final do objeto. É o que alguns autores chamam de “contratação turn key” ou “EPC 
(Engineering, Procurement and Construction)”, pois o particular formula todo o projeto, 
executa a obra e a entrega pronta para a Administração, que só precisaria “ligar a chave”, 
semelhantemente ao que ocorre no regime de empreitada integral previsto na L8666. 
OBS: O tema é muito atual e foi indagado na última prova oral da PGE-RJ, quando um dos 
examinadores indagou o que seria a “contratação turn key”. 
 
Saliente-se que a grande diferença da contratação integrada para a empreitada integral da 
L8666 é a desnecessidade de elaboração prévia do projeto básico, o qual, conforme vimos na 
leitura do art. 7º, §2º da L8666, constitui condição indispensável e necessária para a realização 
da licitação. Nesse sentido, a L8666, além de vedar a realização de licitação sem prévio projeto 
básico, também veda que o mesmo particular que eventualmente tenha contribuído para o 
projeto básico ou executivo participe direta ou indiretamente das demais etapas da licitação: 
 
Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou 
serviço e do fornecimento de bens a eles necessários: 
II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou 
executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 
5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou 
subcontratado; 
 
Na contratação integrada do RDC, por outro lado, o próprio licitante vencedor será o 
responsável pela elaboração tanto do projeto básico quanto do projeto executivo, sendo estes 
apenas etapas da “contratação turn key”, conforme previsto nos arts. 8.º, § 5.º, e 9.º, § 1.º, da 
Lei 12462. 
 
Não obstante, o art. 9º, §2º, I da L12416 exige que o edital seja acompanhado de um 
“anteprojeto de engenharia”, que deverá conter algumas informações como a demonstração 
e a justificativa do programa de necessidades, a visão global dos investimentos e as definições 
quanto ao nível de serviço desejado, a estética do projeto arquitetônico, os parâmetros de 
adequação ao interesse público etc. Em outras palavras, ainda que na contratação integrada 
do RDC o particular seja o responsável pela elaboração dos projetos básico e executivo, tal 
alocação não dispensa o poder público de trazer alguns parâmetros e elementos básicos de 
definição do objeto no edital de licitação, que deverão constar no referido anteprojeto de 
engenharia. Esta também vem sendo uma exigência reiterada na jurisprudência do TCU. 
Por fim, importante informar que algumas dessas peculiaridades do RDC são objeto de uma 
ADIn (4645) ajuizada pelo Procurador-Geral da República. Por sua importância, recomendamos 
seu acompanhamento para fins de prova. 
 
Para maior aprofundamento, é necessária a leitura da legislação. No entanto, não acreditamos 
que a prova da PGE-RJ vá exigir conhecimentos muito específicos, sendo suficiente o que foi 
tratado aqui nesta apostila. Apenas para ambientação, veja a questão cobrada na última prova 
da Residência da PGM-Niterói: 
 
 https://www.facebook.com/estudandodireitoresumos 
 
 
(PGM-NITERÓI-2014 - RESIDÊNCIA) Discorra sobre o Regime Diferenciado de 
Contratações Públicas (RDC), instituído pela Lei 12.462/201, abordando os seguintes 
aspectos: conceito, diretrizes e aplicabilidade da Lei 8.666/93 aos contratos 
administrativos celebrados com base no RDC. 
 
Com todos os conceitos e institutos aqui expostos já seria perfeitamente possível responder a 
tal questionamento. 
 
Abraços e bons estudos!

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