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19 AT UA LI DA D ES D O M ER CA D O F IN AN CE IR O para diminuir o dinheiro em circulação, conter a expan- são do crédito e, assim, evitar que a espiral inflacionária dispare. Com menos pessoas e empresas consumindo bens e serviços, os preços tendem a cair. Sempre que a Taxa Selic sobe, o juro sobre a dívida pública cresce. Metade da dívida pública brasileira é atrelada ao juro. Toda vez que o Copom eleva os juros para combater a inflação, essa metade da dívida aumenta. Como países com dívida alta em relação ao PIB precisam de juros mais altos, cria-se um círculo vicioso do qual só se sai com cortes profundos de gastos. Redução da Taxa Selic Quando há redução da Taxa Selic a economia fica estimulada e há crescimento. O efeito é exatamente o inverso daquele obtido pelo aumento da taxa de juros: o sistema de crédito cresce, o volume de dinheiro em circulação aumenta e as pessoas consomem mais. A faci- lidade em obter financiamentos pode, por exemplo, fazer com que as pequenas empresas cresçam, novos negó- cios surjam e os empregos se multipliquem. Uma redução abrupta da taxa de juros pode trazer inflação, tamanho é o estímulo dado à economia. Existe também certo consenso de que os juros reais – que é o resultado da Taxa Selic menos a inflação anual – não po- dem ficar abaixo de oito por cento ao ano, sob o risco de despertar o dragão inflacionário. Abaixo desse patamar, a economia ficaria sujeita a dois choques. Um interno, devido ao superaquecimento da atividade, que causa in- flação. Outro externo, porque os juros passariam a ser menos atraentes para os investidores, o que levaria à uma fuga de capitais e disparada do dólar. Basicamente todo o funcionamento do juros no mer- cado financeiro vem das decisões tomadas pelo Copom, as quais as ordens são passadas pela CMN com o objeti- vo especifico de controlar a inflação do país. Bolsa de Valores O termo bolsa de valores refere-se ao ambiente onde são realizados negócios envolvendo ações, títulos de renda fixa, títulos públicos federais, moedas, commodi- ties agropecuárias e diversos tipos de derivativos finan- ceiros, como as opções de compra e venda de ações e os contratos futuros. Uma bolsa de valores funciona como um mercado organizado, que promove o encontro entre investidores interessados em negociar valores e mercadorias. A bol- sa de valores também é responsável por estabelecer as regras de negociação e por criar um ambiente seguro e transparente para a realização destes negócios. Por meio de sua plataforma de negociação, a bolsa de valores realiza o registro, a compensação, a liquida- ção e a listagem de todos os ativos e valores mobiliários negociados, assim como divulga diversas informações de suporte ao mercado. A bolsa de valores também pode atuar como depo- sitária central dos ativos negociados em seus ambientes (agente de custódia), exercer atividades de gerenciamen- to de riscos das operações realizadas por meio de seus sistemas (agente de clearing), além de licenciar softwares e índices. Cada bolsa de valores possui seus próprios índices, compostos pela performance das cotações de um nú- mero pré-estabelecido de ações de empresas. As regras para a seleção das ações que formam determinado índi- ce são definidas pela própria bolsa de valores. A variação destes índices funciona como um termômetro para se avaliar o desempenho médio dos ativos negociados na bolsa de valores. Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros A Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBO- VESPA) foi criada em maio de 2008 com a integração da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e da Bovespa Holding. Juntas, essas companhias originaram uma das maiores bolsas do mundo em valor de mercado. Negociações • Compra e venda de ações (empresas de sociedade aberta: Petrobrás); • Ouro; • Câmbio (mercado de dólar a vista - dólar pronto); • Ativos (títulos públicos federais); • Fundos (imobiliários); • Carbono (créditos de carbono – MDL – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo); • Contratos futuros, de opções, a termo e de swaps (mercadoria ou ativo financeiro); • Mercadorias: commodities agropecuárias (soja, mi- lho); Clearings e Central Depositária É a responsável pela compensação e liquidação das operações realizadas nos mercados a vista e de liquida- ção futura, bem como pelo registro e pelo controle das operações de empréstimo de títulos (BTC). Central Depositária Local onde ficam guardadas as ações, em contas de custódia (semelhantes a contas correntes). Agentes de compensação São instituições responsáveis por receber ações e di- nheiro, das corretoras que intermediaram as operações, e repassá-los para a central depositária da Bolsa (podem ser as corretoras). Agente de custódia É responsável pela manutenção da conta de custódia do investidor (podem ser as corretoras). Sistema especial de liquidação e custodia (SELIC) O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Se- lic), do Banco Central do Brasil, é um sistema informati- zado que se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro Nacional, bem como ao registro e à liquidação de operações com esses títulos. As liquidações no âmbito do Selic ocorrem por meio do mecanismo de entrega contra pagamento (Delivery versus Payment — DVP), que opera no conceito de Liqui-