Buscar

RADIOPROTECAO-NA-ODONTOLOGIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Radioproteção na Odontologia 
 
 GESING, M.C.1; BORSATO, L.A.2 
 
1 Pós-graduando do Curso de Especialização em Radiologia Odontológica e Imaginologia da 
Universidade Tuiuti do Paraná(Curitiba, PR). 
2 MSc. Orientadora do Curso de Especialização em Radiologia Odontológica e Imaginologia da 
Universidade Tuiuti do Paraná(Curitiba, PR). 
 
 
Endereço para correspondência: mcgesing@yahoo.com.br 
______________________________________________________________________ 
 
RESUMO: 
O cuidado em qualquer atividade que utilize radiações ionizantes é fundamental. Os raios X são 
imperceptíveis aos sentidos e por isto tendem a ser subestimados. O uso incorreto pode ocasionar 
problemas sérios à saúde principalmente aos profissionais que cotidianamente fazem uso destas 
radiações. O objetivo deste trabalho é avaliar por meio de revisão de literatura a melhor maneira de 
utilização dos raios X na Odontologia sem que estes causem danos aos pacientes e profissionais que 
deles utilizam. Não se discute a importância da utilização das radiações ionizantes, mas seu uso 
correto, pois as vantagens das boas práticas no diagnóstico por imagem, refletem-se em toda a vida 
clínica dos profissionais da saúde, seu relacionamento com os pacientes e sua qualidade de vida. 
Palavras chave: proteção radiológica, radioproteção, radiação ionizante. 
 
________________________________________________________________________________ 
ABSTRACT: 
Care in any activity that uses ionizing radiation is essential. The X rays are imperceptible to the 
senses and therefore tend to be underestimated. But improper use can cause serious health problems 
especially to professionals who daily make use of these radiations. The aim of this study is to 
evaluate through a literature review how best to use the X rays in dentistry, without they cause harm 
to patients and professionals who use them. We do not dispute the importance of the use of ionizing 
radiation, but their proper use, since the benefits of good practices in diagnostic image reflects 
throughout the lifetime of the health professionals, their relationship with patients and their quality 
of life. 
Keywords: Radiological protection, radioprotection, ionizing radiations 
___________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Desde o desenvolvimento das primeiras 
experiências por Wilhelm Conrad Röntgen, 
com os chamados raios X, começaram a 
surgir as primeiras suspeitas sobre os 
possíveis efeitos deletérios destes sobre os 
organismos vivos. O uso dos raios X 
constitui riscos para os profissionais que o 
utilizam para diagnosticar patologias e para 
os pacientes a eles submetidos (FENYO-
PEREIRA; PINTO, 2006). 
Atualmente o diagnóstico e a utilização 
clínica dos raios X na odontologia estão 
1 
 
fortemente disseminados que se torna 
impossível imaginar como poderíamos 
proporcionar um tratamento de qualidade 
aos nossos pacientes sem a eventual 
utilização desta importante ferramenta. Em 
1999 Silva et al. descreveram que a 
radiação X é uma energia ionizante que, 
sendo manipulada corretamente, traz mais 
benefícios que danos. O objetivo deste 
trabalho é avaliar por meio de revisão de 
literatura a melhor maneira de utilização 
dos raios X na Odontologia sem que estes 
causem danos aos pacientes e profissionais 
que deles utilizam. 
 
 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
Williams ; Gray (1986) relataram que os 
benefícios do uso correto dos raios X 
superam os danos que possam ser 
ocasionados. Muitas condições anormais 
dos dentes e outras estruturas podem ser 
mais facilmente detectadas pelo uso de 
pequenas doses de radiação do que por 
outro meio e às vezes somente por este 
meio. Nenhuma dose de radiação por si só 
é benéfica, porém existe uma dose abaixo 
da qual qualquer alteração somática é 
aceitável para a população como um todo. 
As crianças são mais suscetíveis, mas 
existe uma dose abaixo da qual, mesmo 
aplicada antes do final do período 
reprodutivo a probabilidade de defeitos 
genéticos é pequena. Diante da exposição 
insignificante das gônadas, não há 
necessidade de preocupação excessiva 
sobre o exame radiográfico dentário da 
gestante, quando for indicado. O uso de 
avental de chumbo ajudará a tranqüilizar a 
paciente. Todavia, é preciso prudência na 
decisão da necessidade do exame. Deve-se 
considerar a possibilidade de esperar o fim 
da gravidez, o desejo da paciente e suas 
opiniões pessoais. 
Garcez Filho; Rocha ; Oliveira (1990) 
realizaram uma pesquisa sobre os meios de 
proteção utilizados pelos Cirurgiões-
Dentistas em seus consultórios e as 
conclusões foram muito desfavoráveis, 
apontando que 41,7% usualmente 
seguravam a película para o paciente, 30% 
não utilizavam avental plumbífero durante 
exames de raios X em pacientes grávidas e 
7% não utilizavam qualquer proteção 
contra os efeitos deletérios dos raios X. 
Agravado pela utilização do aparelho 
emissor dos raios X estar normalmente 
instalado na sala clínica de atendimento 
aos pacientes. 
Em 1° de junho de 1998 a portaria nº 453, 
do Ministério da Saúde/Serviço de 
Vigilância Sanitária estabeleceu as 
diretrizes básicas de proteção radiológica 
em diagnóstico médico/odontológico no 
2 
 
Brasil. Esta portaria demonstra que o uso 
das radiações ionizantes representa um 
grande avanço na área da saúde, 
requerendo, entretanto, que as práticas que 
dão origem a exposições radiológicas 
sejam efetuadas em condições otimizadas 
de proteção. Isto é: a necessidade de 
garantir a qualidade dos serviços de 
radiodiagnóstico prestados à população, 
assim como de assegurar os requisitos 
mínimos de proteção radiológica aos 
pacientes, aos profissionais e ao público 
em geral. A portaria regula a limitação de 
dose de radiação ao paciente e aos 
profissionais da radiologia, trata de tópicos 
como gravidez, idade mínima para 
exercício da radiologia (18 anos), 
prevenção de acidentes, licenciamento de 
serviços de radiodiagnóstico, controle 
ocupacional, padronização dos 
equipamentos utilizados nos exames, 
controle ambiental dos serviços para 
garantir um padrão seguro. Em seu 
capítulo 5 cita os requisitos para radiologia 
odontológica. Neste capítulo além de listar 
normas técnicas como sinalização, e uso de 
material de radioproteção como 
vestimentas plumbíferas, normatiza os 
equipamentos intra e extra-orais, citando 
quais as características que devem possuir. 
Procedimentos de trabalho como a 
exigência de realizar exames radiográficos 
somente após exame clínico e a 
consideração das necessidades de saúde 
geral e dentária. 
Capelozza et al. (1998) relataram que os 
efeitos da radiação ionizante sobre tecidos 
podem ser morfológicos e funcionais. A 
intensidade das reações provocadas nos 
tecidos vai depender da dose, da área 
irradiada, da sensibilidade do tecido e do 
estágio de desenvolvimento das células. 
Uma célula em reprodução ou quando 
jovem sofre mais os efeitos da radiação. Os 
tecidos mais sensíveis são: sangue, 
epitélio, endotélio, conjuntivo, nervos e 
músculos. Os conceitos de radioproteção 
envolvem o estabelecimento de doses 
limites e de doses permitidas. Deve-se 
seguir o conceito ALARA (as low as 
reasonably achiavable) “tão baixo quanto 
razoavelmente possível” ou seja usar o 
mínimo de radiação que produza uma 
imagem com qualidade diagnóstica. Deve-
se seguir as seguintes recomendações: 
filmes mais sensíveis, processamento 
correto do filme, uso de filtração e 
colimação, técnica radiográfica precisa, 
uso de protetor de tireóide e avental 
plumbífero.Proteção do operador: deve 
permanecer a 1,8 m do cabeçote e em um 
ângulo de 90 a 135°, nunca segurar o filme 
para o paciente e uso de dosímetros. 
Silva et al. (1999) descreveram que a 
radiação X é uma energia ionizante que, 
sendo manipulada corretamente, traz mais 
3 
 
benefícios que danos. Os resultados 
obtidos neste trabalho evidenciaram um 
alto índice de desinformação sobre como 
montar um consultório odontológico com 
um aparelho de raios X entre alunos da 
graduação. O cirurgião dentista precisa 
conhecer as regulamentações de radiologia 
odontológica para iniciar as suas atividades 
profissionais de maneira segura, tanto para 
os pacientes como para ele mesmo e de 
modo a não ferir a legislação vigente sobre 
o assunto. 
Rushton; Horner ; Worthington (1999) em 
um estudo conduzido na Grã-bretanha, 
analisaram a qualidade das radiografias 
panorâmicas usadas normalmente na 
prática diária e avaliaram que a maioria 
estava abaixo do considerado de bom 
padrão. A qualidade da radiografia 
panorâmica pode ser melhorada pela 
atenção cuidadosa à técnica e ao 
processamento. 
Rosa (2000) mencionou que o exercício da 
radiologia está sujeito à normas, embora de 
âmbito internacional, recebem tratamento 
diferente em cada país e são transformadas 
em legislação específica. De modo geral, 
em quase todos os países observa-se um 
texto legal bem próximo aos parâmetros 
internacionais de segurança contra as 
radiações ionizantes. No entanto, os 
mecanismos de fiscalização da observância 
da legislação são, na maioria dos casos, 
ineficientes. Neste aspecto reside a maior 
preocupação de todos aqueles que estão 
apreensivos com a poluição do meio 
ambiente. A legislação vigente no Brasil 
está sob a tutela de dois organismos: o 
serviço público e o serviço privado. O 
serviço público encontra-se regido por uma 
Lei Fundamental e dois Decretos 
regulamentares. A Lei fundamental 
promulgada em 1950 foi alterada, apenas 
no que diz respeito ao percentual de 
gratificação financeira. O serviço privado 
está amparado pela Consolidação das Leis 
do Trabalho. 
Freitas (2000) preconizou o uso de massa 
baritada em paredes da sala de raios X (1 
cm igual a 1 mm de chumbo) e vidro 
plumbífero. O ideal na instalação de um 
aparelho, é posiciona-lo de tal forma que o 
feixe útil sempre fique direcionado para 
uma parede. Hemogramas periódicos, a 
cada semestre, deverão ser realizados, pois 
alterações de contagem globulares são os 
primeiros sinais detectáveis de possíveis 
lesões somáticas. 
Rushton; Horner ; Worthington (2001) 
reafirmam a validade das radigrafias 
intraorais na prática diária. Embora muitas 
descobertas sejam reveladas por 
radiografias panorâmicas, os dentistas 
clínicos gerais possuem pouca experiência 
em diagnosticar patologias neste tipo de 
exame. 
4 
 
Em 2004 a ADA (American Dental 
Association) sugeriu normas para o 
emprego de exames radiográficos: 
1. Radiografia intra-oral é útil para a 
avaliação do trauma dentoalveolar. Se a 
área de interesse se estende para além da 
complexo dentoalveolar, imagem 
extrabucal deve ser indicada. 
2. Cuidados devem ser tomados para 
examinar todas as radiografias para 
qualquer evidência de cárie, perda óssea 
por doença periodontal, anomalias do 
desenvolvimento e doenças ocultas. 
3. O exame clínico é imprescindível, 
exames de raios X são complementares e 
não devem ser pedidos antes de exame 
clínico e anamnese. 
Oliveira et al. (2005) realizaram uma 
pesquisa por meio de questionário enviado 
a 240 consultórios notou-se que a minoria 
(18%) tinha sinalização sobre utilização de 
radiação ionizante e 42% possuíam 
blindagem entre o consultório (onde eram 
realizadas as tomadas ) e a sala de espera, 
somente 47% relatou utilizar avental de 
chumbo no paciente e apenas 11.25% 
utilizava proteção tanto ao operador quanto 
ao paciente. 40,83% permitiam 
acompanhante durante as tomadas, e cerca 
de 35,42% destes não utilizavam proteção. 
A calibração do aparelho era realizada a 
cada 2 anos por 69,17% e nunca foi feita 
por 10,83%. O estudo conclui que os 
cirurgiões dentistas negligenciam as 
normas de segurança em relação ao uso das 
radiações X. 
Silveira; Monteiro; Brito (2005) fizeram 
um trabalho de avaliação de meios de 
radioproteção em consultórios 
odontológicos em Olinda /PE e concluíram 
que a grande maioria dos consultórios esta 
equipada com protetores de chumbo 
(avental e/ou colar). O avental de chumbo 
é utilizado como único meio de proteção 
ao paciente em 33% dos consultórios, 
sendo que destes 41,7% não é utilizado 
junto com o colar de tireóide, devendo este 
ser considerado obrigatório em todas as 
tomadas. Apenas 28,6% dos consultórios 
tem suportes específicos para os aventais e 
colar, isto mostra desobediência ou 
desconhecimento por parte dos 
profissionais à determinação da portaria 
453 da ANVISA, comprometendo a 
integridade destes instrumentos. A maioria 
dos profissionais não utiliza protetores 
específicos para si, mais normalmente sai 
da sala ou realiza a tomada radiográfica 
entre 2 a 3 metros do aparelho. Um maior 
conhecimento e obediência as normas de 
radioproteção aumentaria a proteção tanto 
a profissionais quanto aos pacientes. 
Fenyo-Pereira ; Pinto (2006) descreveram 
os raios X como altamente energéticos, 
tendo capacidade de atravessar as 
estruturas que compõe o corpo humano. 
5 
 
São denominados radiações ionizantes, 
relacionada a característica de remover 
elétrons orbitais de átomos, formando 
elementos que provocarão efeitos nocivos 
ao organismo, este pode ser somático 
(indivíduo que foi exposto), genético (seus 
descendentes). São cuidados 
recomendados para radioproteção: 
• Controle de qualidade: erro = 
repetição = maior dose profissional + 
paciente + meio ambiente. 
• Armazenamento correto de 
insumos, utilizar somente durante a 
validade dos produtos. 
 • Filmes mais sensíveis E e F ( 40% 
de redução em exposição). 
• Correto processamento do filme. 
• Arquivamento: envelopes próprios, 
datados, evitam repetição. 
• Calibração do aparelho de raios X. 
• A área exposta não deve ser maior 
que 7 cm (colimador). 
• Kv não inferior a 70 Kvp ( portaria 
453 de 1998/ministério da saúde). 
• Escolha incorreta da técnica 
radiográfica pode exigir novo exame e 
nova exposição. Exames radiográficos 
devem ter indicação clínica precisa. 
• Gestantes e crianças devem ser 
expostos aos raios X somente quando 
estritamente necessário. 
• Indicação precisa de raios X 
panorâmico, pois tem largo espectro e a 
exposição é bem menor que um 
levantamento periapical. 
• Uso de vestimenta plumbífera. 
• Esclarecimento do paciente, 
colaboração evita repetições. 
• Uso de raios X digitais necessitam 
menos exposição. 
• Para proteção ao Meio-Ambiente o 
feixe primário deve incidir em direção a 
uma parede e nunca para uma porta ou 
abertura que de acesso a um local onde 
possa haver outras pessoas. 
• Os líquidos processadores não 
devem ser dispensados no esgoto comum, 
pois afetam seriamente o meio-ambiente. 
Em 2006 o Conselho de Assuntos 
Científicos da ADA relatou que a 
American National Standards Institute e a 
Organização Internacional para 
Padronização estabeleceram padrões para 
velocidade dos filmes radiográficos. 
Velocidades de filmes disponíveis para 
radiografia dental são: D-speed, E-speed e 
F-speed, com D-speed sendo o mais lento e 
F-speed o mais rápido.O uso de maior 
velocidade de filme pode resultar em até 
em 50% de redução percentual da 
exposição para o paciente sem 
comprometer a qualidade de diagnóstico. 
Filme de uma velocidade mais lenta do que 
E-speed não deve ser usado para 
radiografias dentais. 
6 
 
White ; Pharoah (2007) descreveram uma 
forma de mensurar o risco das alterações 
genéticas pela exposição à radiação é 
determinar a dose cumulativa. Isto é a 
quantidade de radiação que uma população 
requer para produzir na geração seguinte 
um número de mutações adicionais, tão 
grande quanto o de mutações espontâneas. 
Em seres humanos, a dose cumulativa para 
mutações que resultam em morte é de 
aproximadamente 2 Sv. Uma vez que um 
indivíduo recebe em média, radiação nas 
gônadas muito menor, a radiação contribui 
relativamente pouco para danos genéticos 
as populações. Como comparação, a dose 
nas gônadas de homens após um exame 
radiográfico periapical completo com bite-
wings é muito baixa, por volta de 1µSv ou 
menos. A dose nos ovários é de 
aproximadamente 50 vezes menos, na 
faixa de 0,02 µSv. 
Frederiksen et al. (2007) relataram que os 
clínicos devem se familiarizar com a 
quantidade de exposição à radiação 
encontrada na Odontologia, o possível 
perigo que tal exposição causa e os 
métodos utilizados que tem efeito na 
redução da exposição e da dose. O uso 
destas informações fornece o 
conhecimento necessário para explicar os 
benefícios e possíveis riscos do uso dos 
raios X. Em 1993, estimou-se em mais de 
1 bilhão de exames radiológicos médicos e 
300 milhões odontológicos. Os exames 
odontológicos são responsáveis por apenas 
2,5% da média anual de exposição à 
radiação diagnóstica e 0,3% da média 
anual de exposição à radiação total 
(contando ambiental). A filosofia de 
radioproteção está no princípio de: “tão 
baixo quanto razoavelmente possível” e a 
dose para indivíduos operando aparelhos 
de raios X odontológicos está estimada em 
0,4% do limite permitido. Para o paciente 
verificou-se que um exame intra-oral 
utilizando-se 20 filmes realizando uma 
técnica que otimize a dose, libera menos da 
metade da quantidade da dose de radiação 
que um único exame de tórax. A ADA 
recomenda uso de protetores de chumbo 
para tireóide e abdômen apesar da radiação 
secundária ser considerada extremamente 
baixa. A escolha de um bom aparelho com 
quilovoltagem e miliamperagem corretas e 
o correto processamento do filme são 
instrumentos de grande validade para 
proteção radiológica. A não ser que haja 
barreiras de proteção disponíveis para o 
operador, ele deve posicionar-se a 
distância de no mínimo 2 metros e numa 
direção que não seja a mesma do feixe útil 
de radiação durante a exposição. Um 
programa de controle de qualidade deve 
ser estabelecido para assegurar a qualidade 
da imagem radiográfica e educação 
continuada é sempre necessária, pois 
7 
 
adquirir conhecimento, desenvolver e 
manter habilidades são considerados um 
processo contínuo. 
Hirsch et al. (2008) compararam dois 
equipamentos de tomografia cone-beam 
utilizando campos de imagem (FOVs) 
diferentes, foram analisadas as doses 
absorvidas por cada aparelho utilizando 
diferentes FOVs. Uma das principais 
conclusões é que, mais importante que 
escolher o melhor equipamento, são as 
decisões tomadas na prática clínica, onde 
necessitamos ser conscienciosos do tipo de 
imagem que é realmente necessária. 
Profissionais da saúde devem ser 
adequadamente treinados e cientes da 
necessidade do uso do menor FOV 
possível e também da menor energia 
necessária para a realização do exame. 
Concluindo: a dose de radiação entregues à 
partir de ambas as máquinas é similar ao 
usar 4X4 centímetros de FOV. Um 
pequeno FOV deve ser utilizado para 
imagens dentais, FOV maiores devem se 
restringir aos casos em que uma visão mais 
ampla é necessária. 
Öhman et al. (2008) concluíram que a 
tomografia não deve ser considerada como 
exame padrão para planejamento de 
cirurgia de remoção de terceiros molares, 
baseado no fato que a exposição pode ser 
de 3 a 4 vezes mais alta na tomografia que 
no exame panorâmico padrão. Apenas em 
casos em que o terceiro molar apresente 
íntima ligação com o nervo alveolar 
inferior deve-se relevar a maior dose 
causada pela exposição tomográfica. 
Okano et al. (2009) analisaram duas 
marcas comerciais de tomógrafos cone 
beam (3D Accuitomo®;J,Morita e CB 
MercuRay®; Hitachi) e um tomógrafo tipo 
fan beam ( HiSpeed QX/i®;GE). O estudo 
revelou que existem diferenças na dosagem 
entre os dois tomógrafos cone beam, sendo 
que o 3D Accuitomo® é menor que o CB 
MercuRay® , estes apresentam exposição a 
radiação bem menor que o fan beam. 
Kim e Mupparapu (2009) fizeram um 
estudo relacionando a dose de radiação 
emitida em diferentes tomadas 
radiográficas e concluíram que tomografias 
expõem o paciente à dose de radiação pelo 
menos 4 vezes superior a um tomada 
panorâmica. Recomenda-se que filmes 
abaixo de e-speed não sejam usados em 
radiologia oral. Em radiografias 
panorâmicas uso de ecrans terras raras e 
filmes ultra rápidos são recomendados, 
pois diminuem a exposição em até 50% em 
relação aos sistemas de ecrans cálcio 
tungstato. 
Gava (2009) concluiu que tomografias 
cone beam, oferecem uma ótima qualidade 
de imagem o que pode aumentar a 
qualidade do atendimento ao paciente. O 
lado negativo é a que a dose de radiação a 
8 
 
qual o paciente é exposto é muito maior 
que a radiologia tradicional. Deve-se haver 
sempre uma clara indicação para uma 
investigação tomográfica. A substituição 
das tradicionais radiografias panorâmicas 
por tomografias não é recomendado. 
 
 
3 DISCUSSÃO 
 
Williams ; Gray (1986) relataram que o 
uso correto dos raios X supera os danos 
que possam ser ocasionados, e muitas 
condições anormais dos dentes e outras 
estruturas podem ser mais facilmente 
detectadas pelo uso de pequenas doses de 
radiação, esta frase justifica o uso dos raios 
X em diagnóstico odontológico. Mas 
devemos estar cientes que o uso correto da 
radiação ionizante depende de vários 
fatores. Alguns são auto-evidentes como o 
uso de aventais de proteção, outros são 
mais discretos como o correto 
processamento e armazenamento das 
tomadas radiográficas para que o paciente 
não tenha que ser novamente exposto 
algum tempo depois pela degradação de 
um exame corretamente executado e mal 
acondicionado e/ou processado (FENYO-
PEREIRA ; PINTO,2006). 
Existe ainda um descuido generalizado por 
parte dos profissionais da odontologia em 
relação aos cuidados básicos em 
radioproteção. Muitos ainda seguram a 
película durante as tomadas radiográficas 
(GARCEZ FILHO; ROCHA; OLIVEIRA; 
1990). O uso do avental plumbífero não é 
generalizado (GARCEZ FILHO; ROCHA; 
OLIVEIRA; 1990; Oliveira et al. 2005) 
muitas vezes quando utilizado faz-se sem o 
uso do colar cervical (SILVEIRA; 
MONTEIRO; BRITO 2005). Estes hábitos 
não são aceitáveis à luz da moderna prática 
de radioproteção. Devemos lembrar que 
segundo Williams; Gray (1986), nenhuma 
dose de radiação é benéfica. 
Nossa legislação sobre radioproteção 
(portaria n° 453 do Ministério da 
saúde/Serviço de Vigilância Sanitária) 
reconhece que o radiodiagnóstico 
representa um grande avanço na área da 
saúde. Mas requer o uso de boas práticas 
para alcançar o objetivo sem causar danos 
ao paciente e aos profissionais que em seu 
dia a dia utilizam os raios X. 
Os conceitos de radioproteçãodevem 
seguir os conceitos de ALARA (as low as 
reasonably achiavable) “tão baixo quanto 
razoavelmente possível”, ou seja: usar o 
mínimo de radiação que produza uma 
imagem com qualidade diagnóstica 
(CAPELOZZA et al.1998). 
Com o advento dos exames tomográficos 
muito se tem discutido sobre como 
9 
 
proceder em relação à forma de utilização 
desta poderosa ferramenta. A dose de 
radiação que o paciente é exposto durante 
um exame tomográfico é muito maior que 
um exame tradicional (GAVA, 2009). Por 
esta característica devemos nos guiar por 
critérios rígidos ao sugerirmos a utilização 
deste tipo de exame. Segundo Öhman et al. 
em 2008 a tomografia não deve ser 
considerada o exame padrão para o 
planejamento de cirurgia de remoção de 
terceiros molares, apenas casos em que o 
terceiro molar apresente íntima ligação 
com o nervo alveolar inferior deve-se 
relevar a maior dose causada pela 
exposição tomográfica. A utilização de 
tomógrafos cone beam por sua menor 
exposição radiográfica é preferível aos 
tomógrafos fan beam (OKANO, 2009). 
Gava (2009) relatou que a substituição das 
tradicionais radiografias panorâmicas por 
tomografias não é recomendado. Hirsh et 
al. (2008) em seu estudo concluíram que 
mais importante que escolher o melhor 
equipamento são as decisões tomadas na 
prática clínica, onde necessitamos ser 
conscienciosos do tipo de imagem que 
realmente necessitamos. 
O exame clínico é imprescindível, 
exames radiográficos são complementares, 
e não devem ser pedidos antes de exame 
clínico e anamnese (portaria nº453 do 
Ministério da saúde/Serviço de Vigilância 
Sanitária). 
 
4 CONCLUSÃO 
 
Este trabalho conclui que a utilização de 
radiações ionizantes para diagnóstico e uso 
clínico na Odontologia está consolidada. A 
utilização de boas práticas, segundo a 
regulamentação vigente (portaria nº 453, 
do Ministério da Saúde/Serviço de 
Vigilância Sanitária), garante a proteção 
dos profissionais da saúde que se utilizam 
de radiações ionizantes, dos pacientes 
submetidos a estes exames, bem como 
também ao meio ambiente. Sente-se ainda 
a necessidade de maior informação dos 
profissionais e maior engajamento destes, 
na utilização de métodos de proteção 
radiológica. 
 
 
5 REFERÊNCIAS 
 
AMERICAN DENTAL ASSOCIATION: 
Guidelines for Presclibing Dental 
Radiographs.Disponível:<http.//www.ada.
org/sections/professionalResources/pdfs/to
pics_radiography_examinations.pdf>. 
BRASIL. Portaria Ministério da 
Saúde/Secretaria de Vigilância Sanitária nº 
453, de 01 de junho de 1998. disponível 
10 
 
em<http://www.anvisa.gov.br/legis/portari
as/453_98.htm>. 
CAPELOZZA, A.L.A.; ALVARES, L.C.; 
TAVANO, O.; FREITAS, J.A. de S.; 
DAMANTE, J.H. Higiene das radiações: 
radiologia preventiva, Curso de Radiologia 
em Odontologia. São Paulo: Livraria 
Editora Santos, 1998. p. 45-54. 
CONSELHO DE ASSUNTOS 
CIENTÍFICOS DA ADA. The Use of 
Dental Radiographs. Disponível em JADA 
vol.137< http://jada.ada.org> set 2006. 
FENYO-PEREIRA, M. e PINTO, R.H.R. 
Efeitos Biológicos e Radioproteção, 
Radiologia odontológica e imaginologia, 
Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2006, 
p.135-145. 
FREDERIKSEN, N.L. Radioproteção, 
Radiologia Oral: Fundamentos e 
interpretação, RJ: Elsevier, 2007, p.47-67. 
FREITAS, L. Radiações Ionizantes: 
Higiene e Proteção, Radiologia 
Odontológica. São Paulo: Artes Médicas. 
5ºed, 2000. 
GARCEZ FILHO, J. de A.; ROCHA, 
A.P.B.; de OLIVEIRA, M.L.B. Meios de 
proteção dos raios X, RGO, 38 (3) : 177-
180, mai/jun., 1990. 
GAVA, M. M.; What the general dental 
practitioner should know about cone beam 
computed tomography technology, in 
OHDMBSC – vol. VIII – n.4 – dez, 2009, 
disponível em< 
http://www.oralhealth.ro/volumes/2009/vol
ume-4/V4-09-3.pdf> 
HIRSH, E.; WOLF, U.; HEINICKE, F.; 
SILVA, M.A.G.; Dosimetry of the cone 
beam computed tomography 
veraviewepocs 3D compared with the 3D 
Accuitomo in different fields of view, 
Dentomaxillofacial Radiology (2008) 37, 
268-273. doi: 10.1259/dmfr/23424132. 
KIM, I.H. e MUPPARAPU, M.; Dental 
radiographic guidelines: A review, 
Quintessence International, mai 2009, Vol 
40, ed 5 p. 389-398. 
ÖHMAN, A.; KULL, l.; ANDERSSON, J.; 
FLYGARE, L.; Radiation doses in 
examination of lower third molars with 
computed tomography and conventional 
radiography, Dentomaxillofacial 
Radiology (2008) 37, 445-452. doi: 
10.1259/dmfr/86360042. 
OKANO,T.; HARATA,Y.; SUGIHARA, 
Y.; SAKAINO, R.; TSUCHIDA, R.; 
IWAI, K.; SEKI, K.; ARAKI, k.; Absorbed 
and effective doses from cone beam 
volumetric imaging for implant planning, 
Dentomaxillofacial Radiology (2009) 38, 
79-85. doi: 10.1259/dmfr/14769929. 
OLIVEIRA, G.F.; NETO, M.L. da C.; 
EID, N.L.M.; PEREIRA, A.C.; Avaliação 
do conhecimento e dos procedimentos 
preventivos de radioproteção em 
consultórios odontológicos localizados na 
cidade de São Paulo, Revista da ABRO- 
11 
 
Associação Brasileira de Radiologia 
Odontológica, disponível 
em<http://www.paulogalvaoradiologiaoral.
com.br/trabalhos/B276106057D.pdf>26/05
/2011. 
ROSA, J.E.; Legislação e Normas do 
Emprego dos Raios X, Radiologia 
Odontológica. São Paulo: Artes Médicas. 
5ºed, 2000. 
RUSHTON,V.E.;HORNER,K;WORTHIN
GTON, H.V.; The Quality of Panoramic in 
a Sample of General Dental Practices, 
British Dental Journal, Volume 186, nº12, 
jun 1999. p. 630-633. 
RUSHTON,V.E.;HORNER,K.;WORTHIN
GTON, H.V.; Screening Panoramic 
Radiology of Adults in General Dental 
Practice: Radiological Findings, British 
Dental Journal, Volume 190, nº09, mai 
2001. p. 495-501. 
SILVA, P.R.D.; PINTO, R.H.R.; 
CORRÊA, M.C.C.S.F.; YANAGUIZAWA 
JR., J.L. Nova Legislação Para Radiologia 
Odontológica. Avaliação dos Alunos da 
UNIMAR. São Paulo, ano 2 ,nº2, 1999, p. 
63-67. 
SILVEIRA,M.M.F.; MONTEIRO, I. da S.; 
de BRITO, S.A.; Avaliação da utilização 
dos meios de radioproteção em 
consultórios odontológicos em Olinda/PE, 
Odontologia. Clín.-Científ., Recife, 4 (1): 
43-48, jan/abr. 2005. 
WHITE, S.C. e PHAROAH, M.J.; 
Radiobiologia, in Radiologia Oral: 
Fundamentos e interpretação, Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2007, p.25-44. 
WILLIAMS, M.M.D.; GRAY, J.E. Física 
da saúde, Diagnóstico bucal de stafne. 2 
ed, Rio de Janeiro: discos cbs, 1986. p.475-
484. 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
A todos os professores, pelo apoio e 
compreensão ao longo deste percurso. 
 
Aos colegas, pela cumplicidade, ajuda e 
amizade. 
 
Em especial professora Lígia Aracema 
Borsato, orientadora deste trabalho, que 
sempre me guiou com serenidade e 
conhecimento. 
 
 
12

Outros materiais