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Geração de energia hidráulica
Você conhecerá a geração de energia com enfoque na geração hidráulica a partir de centrais
hidroelétricas, como base para o conhecimento dos sistemas elétricos de potência.
Prof. Felipe Laure Miranda, Profa. Isabela Oliveira Guimarães
1. Itens iniciais
Propósito
Compreender os aspectos construtivos e de funcionamento de centrais hidroelétricas é parte fundamental no
conhecimento dos sistemas elétricos de potência. Os conceitos básicos a respeito da geração hidráulica
serão abordados na discussão sobre a viabilidade para implantação de usinas de geração hidroelétrica, bem
como seus tipos construtivos e o cálculo da potência entregue em função das características das turbinas
utilizadas.
Preparação
Antes de iniciar o conteúdo, tenha em mãos papel, caneta para anotações e, se possível, uma calculadora
para facilitar seus cálculos na solução das equações relacionadas ao cálculo de potência em centrais
hidráulicas.
Objetivos
Reconhecer os conceitos fundamentais em energia hidráulica.
Analisar a viabilidade para implantação de uma usina hidrelétrica.
Identificar os tipos de usinas hidrelétricas e os tipos de turbinas hidráulicas com foco na potência 
fornecida no processo de geração.
Introdução
Neste vídeo, serão apresentados os conceitos fundamentais em energia hidráulica, a análise de viabilidade
para implantação de uma usina hidrelétrica, os tipos de usinas e seus tipos de turbinas.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
• 
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• 
1. Conceitos sobre geração hidráulica de energia
Principais conceitos de geração hidráulica
Neste vídeo, serão abordados aspectos históricos referentes à geração de energia hidráulica, além dos
aspectos do potencial hidráulico no país e os principais componentes de uma usina.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Aspectos históricos
Neste vídeo, serão apresentados os elementos históricos relacionados à geração hidráulica de energia da
antiguidade aos dias atuais.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
A utilização da energia proveniente da água não é um feito recente da humanidade. Desde a Antiguidade,
moinhos e rodas d’água são utilizados para gerar força em atividades que seriam pouco eficientes a partir de
mãos humanas. As rodas d’água, como na imagem a seguir, eram utilizadas com a finalidade de gerar energia
mecânica convertida em energia cinética ao bombeamento de água para irrigação e moagem de grãos.
Roda d´água – primeiras aplicações de energia hidráulica.
No entanto, somente em meados do século XIX foi construída a primeira usina de geração de energia elétrica
a partir da força da água. As primeiras usinas de geração de energia, denominadas hidrelétricas, eram de
pequeno porte e aproveitavam pequenas quedas d’água próximas a centros urbanos. A tecnologia da época
era um fator limitante, tanto para o porte das usinas como para a capacidade de transmissão da energia
gerada.
No Brasil, a primeira usina hidrelétrica é de 1833 e foi instalada na cidade de Diamantina, em Minas
Gerais, e tinha a finalidade de movimentar bombas de desmonte hidráulico. Uma linha de transmissão
de aproximadamente 2 km era utilizada para levar a energia gerada até as máquinas.
Já a primeira usina hidrelétrica brasileira para uso público, denominada Usina de Marmelos, foi
construída também em Minas Gerais, na cidade de Juiz de Fora. Para a época, 1889, era considerada
uma usina de grande porte, com capacidade de 625 KW de potência instalada. Sua energia produzida
era utilizada em uma fábrica de tecidos e para iluminação pública da cidade.
Em 1913, o potencial hidráulico da Bacia do Rio São Francisco começou a ser aproveitado, a partir da
construção da usina de Anjiquinho, nas cachoeiras de Paulo Afonso, entre os estados de Alagoas e
Bahia.
Dessa forma, o potencial hidrelétrico no Brasil já é difundido há mais de um século e, a partir de grandes
análises de viabilidade, como do CANAMBRA, que ficou nacionalmente conhecida para identificar o consórcio
de consultores canadenses, norte-americanos e brasileiros responsáveis pelos estudos de investigação do
potencial hidrelétrico do centro-sul brasileiro. Já na década de 1960, o potencial de geração hidrelétrica no
Brasil era amplo, vejamos:
Bacia/Usina Número de usinas
Energia firme Potência instalada
MWmédio(2) MW(1)
Alto Rio Grande 7 1.838 3.675
Baixo Rio Grande 3 2.932 5.865
Bacia do Paranaíba 12 3.536 7.070
Bacia do Tibagi 8 990 1.980
Bacia do Rio Doce 10 1.050 2.100
Paraná(3) 2 4.406 8.810
Total(4) 42 14.752 29.500
Tabela: Potencial hidrelétrico no centro sul do Brasil (década de 1960).
Brasil, 2007, p. 68.
Nos dias de hoje, boa parte desse potencial já é aproveitado. Se considerarmos apenas usinas com
capacidade superior a 1.000 MW, temos 10 usinas com mais de 17.000 MW instaladas, sendo:
1
Rio Grande
Marimbondo (1.440 MW), Água Vermelha (1.396 MW), Furnas (1.270 MW) e Estreito (1.050 MW).
2
Rio Paranaíba
Itumbiara (2.124 MW), São Simão (1.710 MW) e Emborcação (1.192 MW).
3
Rio Paraná
Ilha Solteira (3.444 MW), Porto Primavera (1.980 MW) e Jupiá (1.551 MW).
• 
• 
• 
Na região Sul, foram ainda identificados importantes potenciais, de mais de 23.000 MW, que merecem
destaque:
Rio Iguaçu
Foz do Areia (1.676 MW), Salto Santiago (1.420
MW), Salto Segredo (1.260 MW), Salto Caxias
(1.240 MW) e Salto Osório (1.078 MW).
Bacia do Rio Uruguai
Ita (1.450 MW), Machadinho (1.140 MW) e Barra
Grande (690 MW).
Potencial hidráulico
Neste vídeo, vamos conferir os conceitos relacionados ao potencial hidráulico de geração no mundo e no
Brasil.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Estima-se, teoricamente, a energia hidráulica disponível no mundo a partir de um cálculo direto da energia
potencial, considerando a massa de precipitação média anual do planeta menos a evaporação média e a altura
média da superfície terrestre.
O produto desses fatores pela aceleração da gravidade permite estimar que, globalmente, tenhamos em torno
de 200 mil TWh de energia disponível por ano.
Obviamente que dessa estimativa nem toda energia disponível é aproveitada, já que grande parte das
precipitações ocorrem em regiões inacessíveis do planeta e grande parte dessa disponibilidade se evapora
antes mesmo de poder ser aproveitada.
Saiba mais
De acordo com um estudo do World Energy Council, (2020), estima-se que 20% desse valor é realmente
aproveitado para geração de energia. 
O Brasil está entre o grupo de países com maior potencial no mundo para produção de eletricidade a partir de
usinas hidrelétricas. Segundo a Aneel, essas usinas já corresponderam a cerca de 75% de toda a potência
instalada no país, gerando 93% de toda a energia elétrica requerida pelo Sistema Interligado Nacional (SIN). A
imagem a seguir mostra o Brasil na terceira posição em ranking mundial de capacidade hidrelétrica no mundo.
Veja:
Principais potenciais hidrelétricos no mundo.
A grande importância de geração hidrelétrica no Brasil é baseada em uma opção estratégica de caráter
histórico adotada nos anos 1950 como alternativa para atendimento à demanda futura, mesmo com a maior
competitividade que apresentavam os derivados do petróleo naquela época como fonte primária de energia.
No entanto, apenas 30% desse potencial nacional foi efetivamente explorado, de um total de cerca de 377
TWh (sendo 340 TWh de usinas nacionais e o restante de usinas importadas – basicamente do Paraguai).
Saiba mais
Estima-se que, com um crescimento do consumo de energia projetado em 4,2% ao ano até 2030, o
Brasil deva atingir uma demanda de cerca de 1,24 TWh. 
A imagem a seguir ilustra a distribuição do potencial hidráulico por região do país, considerando o grande
território brasileiro e seus regimes fluviais. Veja:
Distribuição geográfica do potencial hidrelétrico no Brasil.
De um total de 261 GW, 32% correspondem a um potencial pouco conhecido, dito estimado, sendo 43%
localizados na região Norte. De acordocom o Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica realizado pela
Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em 2005, o Brasil possuía uma capacidade instalada em usinas
hidrelétricas de 70,96 MW, distribuídos entre grandes centrais hidrelétricas (69,63 MW) e pequenas centrais
hidrelétricas (PCHs) (1,33 MW).
Comentário
Outra característica importante está relacionada à forte interligação entre os subsistemas regionais, o
que torna o sistema brasileiro único no mundo por sua extensão e complexidade dos sistemas de
transmissão. Esses sistemas permitem aproveitar as diversidades entre os subsistemas de geração,
como carga e perfil de consumo, além de permitir a intercambialidade de energia entre regiões do país. 
Podemos dizer, portanto, que a capacidade energética brasileira é aumentada em virtude das diversas
possibilidades de transferência de energia oferecidas pelos sistemas de transmissão.
Componentes básicos de uma usina hidrelétrica
Neste vídeo, vamos conferir os conceitos relacionados aos componentes básicos na construção de uma usina
hidrelétrica, a saber: barragem e casa de força.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Nas usinas hidrelétricas, a energia é produzida a partir do aproveitamento do potencial hidráulico em um curso
d’água, que combina a vazão e quantidade de água disponíveis em um período de tempo. Essa água é
disponibilizada a partir de desníveis que podem ser naturais ou construídos a partir de barragens.
Uma usina hidrelétrica é composta basicamente de:
Barragem.
Sistemas de captação e adução de água.
Casa de força.
Vertedouros.
Todas essas partes se juntam em um grande empreendimento projetado a partir da união de diversos
conhecimentos e engenharia. Vamos ver com mais detalhes cada uma dessas partes.
Barragem
É uma construção arquitetônica utilizada para interromper o curso normal do rio, criando lagos artificiais ou
reservatórios. A função das barragens é permitir a formação de quedas d’água e garantir a energia potencial
para as turbinas. A imagem a seguir ilustra arranjos típicos de barragens em hidrelétricas de acordo com o
Manual de Inventário de Bacias Hidrográficas. Também são ilustrados arranjos em vale estreito, medianamente
encaixado e aberto.
Solução típica de arranjo em vale estreito
Exemplo: Rio Doce, em Minas Gerais.
Solução típica de arranjo em vale medianamente encaixado
Exemplo: Foz do Areia, no Paraná.
Solução típica de arranjo em vale aberto
Exemplo: Tucuruí, no Pará.
Naturalmente, para uma mesma queda, quanto mais aberto é o vale, maior tende a ser o custo da barragem,
pelos maiores volumes de material envolvido.
Já a imagem adiante ilustra seções típicas de tipos de barragens. No desenho, o lago é formado à esquerda
do esquema representado. No parque hidrelétrico brasileiro, a Usina de Salto Osório e de Foz do Areia, ambas
no rio Iguaçu, são exemplares, respectivamente, de barragem de terra com núcleo de argila e de enrocamento
com face de concreto.
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Seções típicas de barragem para aproveitamento hidrelétrico.
A construção de barragens resulta em grandes impactos ambientais, além do deslocamento de populações
que vivem ao redor das bacias hidrográficas utilizadas. A resistência a esse tipo de aproveitamento vem
crescendo ao longo do tempo, ocasionando, atualmente, fortes reações contrárias e importante mobilização
social organizada, como o Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), que afirma que as hidrelétricas já
teriam deslocado mais de um milhão de pessoas no Brasil.
Casa de força
A água coletada dos reservatórios formado pelas barragens é direcionada à casa de força através de túneis.
Atenção
É na casa de força que são abrigadas as turbinas, responsáveis por converter a energia cinética da
vazão de água em energia mecânica, que fornecerá movimento aos geradores elétricos. 
A água conduzida às turbinas faz com que o eixo dos geradores gire ao mesmo tempo, realizando a
transformação do potencial hidráulico em energia elétrica. Depois de passar pela turbina, a água é restituída
ao leito natural do rio, através dos canais de fuga.
Entre os tipos de casa de força, no Brasil, predomina-se a do tipo abrigada, em que todo o conjunto turbina-
gerador e equipamentos acessórios são instalados dentro de uma estrutura. Um exemplo deste tipo encontra-
se na usina de Serra da Mesa, no Tocantins. A imagem a seguir ilustra a representação esquemática de três
tipos comuns de casa de força:
Seções típicas de casa de força.
Os tipos de turbina utilizados nas casas de força serão ainda detalhados ao longo deste conteúdo.
Vertedouros da usina hidrelétrica de Três Gargantas,
China.
Vertedouro
É outra parte construtiva importante de uma
usina hidrelétrica. Sua função é permitir o
extravasamento de volumes de água que não
podem permanecer ou não são necessários nos
reservatórios. Sua finalidade, de modo geral, é
“descarregar” os reservatórios de modo a
manter o nível de água em condições normais e
aceitáveis de operação. A imagem ilustra os
vertedouros em operação na Usina de Três
Gargantas, na China.
Os vertedouros podem ser classificados como 
de fundo ou de superfície (sendo estes os mais
comuns).
Vertedouros de fundo somente são utilizados no caso de ser requerida descarga a jusante, em
situações que não possam ser atendidas por vertedouro de superfície.
Os vertedouros de superfície podem ser do tipo livre ou controlados por comportas. A escolha do tipo de
vertedouro e da sua localização depende, naturalmente, da concepção do arranjo geral, do tipo de desvio e
das características geológicas do local.
Verificando o aprendizado
Questão 1
O início da utilização do potencial hidráulico para geração de energia é datado no século XIX. No Brasil, as
primeiras usinas hidrelétricas eram basicamente utilizadas para fornecer energia a indústrias locais e
iluminação pública. De acordo com o contexto histórico brasileiro de geração hidrelétrica de energia, as
primeiras usinas foram construídas em
A
Três Marias e Diamantina, ambas em Minas Gerais.
B
Foz do Iguaçu, no Paraná.
C
Paulo Afonso, na Bahia.
D
Diamantina e Juiz de Fora, ambas em Minas Gerais.
E
Marimbondo e Três Marias, ambas em Minas Gerais.
A alternativa D está correta.
As primeiras usinas no Brasil foram construídas nas cidades de Diamantina e Juiz de Fora, respectivamente.
Questão 2
As usinas hidrelétricas são grandes maravilhas da engenharia e arquitetura, capazes de converter a energia
proveniente das águas em energia elétrica. Por serem, na maioria das vezes, gigantescas estruturas,
compreendem diversas partes. Sobre seus aspectos construtivos, pode-se dizer que uma usina hidrelétrica é
basicamente composta por
A
represa, geradores e reservatório.
B
barragem, casa de força e vertedouro.
C
reservatório, casa de força e transformadores.
D
casa de força, geradores e barragem.
E
barragem, reservatório e vertedouro.
A alternativa B está correta.
Basicamente, as principais partes construtivas de uma usina hidrelétrica são a barragem, necessária para
formação da queda d'água; a casa de força, que contém as turbinas e geradores; e o vertedouro,
responsável por manter o nível de água do reservatório em condições normais de operação.
2. Implantação de usina hidrelétrica
Considerações sobre viabilidade de uma usina hidrelétrica
Neste vídeo, serão abordados os conceitos relacionados à viabilidade de uma usina hidrelétrica: curva de
permanência; fluviograma e transposição de vazões.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Estudos hidrológicos
Neste vídeo, serão abordados os conceitos básicos dos estudos hidrológicos como curva de permanência,
fluviograma e transposição de vazões.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
A construção de uma usina hidrelétrica deve passar por uma série de avaliações e estudos para que seja
considerada sua viabilidade.
Os estudos energéticos são necessários para avaliar as condições relacionadas à hidrologia e
envolvemum tratamento estatístico de dados coletados em um período base. Evidentemente, esses
dados estatísticos devem conter um número grande de amostras, considerando a periodicidade dos
eventos ao longo do tempo.
Para a estimativa da vazão de projeto, ou seja, a vazão que será efetivamente turbinada pela usina, é
necessário um amplo estudo do curso d’água, no qual será implantada a hidrelétrica.
A viabilidade de uma usina deve considerar o comportamento do rio ao longo de vários anos, já que, com o
tempo, mudanças significativas podem ser observadas em seu curso. A determinação dessa vazão considera
diversos fatores como a área de drenagem do local, as condições climáticas existentes, a topografia do
terreno e as características geológicas da bacia hidrográfica.
Comentário
O curso de um rio pode mudar bastante ao longo dos anos, de modo, que para se considerar a
viabilidade de implantação de uma usina hidrelétrica, deve-se avaliar o histórico de vazão de pelo menos
setenta anos, levando em conta seus dados estatísticos e simulações de possíveis vazões para o melhor
aproveitamento hidráulico. 
Os dados estatísticos são coletados a partir de postos fluviométricos. No Brasil, temos em torno de 4000
postos deste tipo em operação e suas informações são enviadas diretamente à Agência Nacional de Águas
(ANA).
Um posto fluviométrico consiste em um sistema automatizado instalado no curso d’água, onde é
possível medir a vazão instantânea do aproveitamento considerando apenas a altura do nível da
água.
As medições diretas de vazão e suas respectivas alturas de lâmina d’água são plotadas em gráficos h(m) x Q
(m³/s), que resultam na curva-chave do posto fluviométrico. Dessa forma, o melhor local para instalação de
um posto fluviométrico deve compreender um trecho reto do rio e que tenha uma seção transversal com a
calha mais estável possível.
A imagem a seguir ilustra, como exemplo, os gráficos de batimetria e curva-chave de um posto fluviométrico
situado no Rio Sapucaí, ao sul de Minas Gerais.
Posto fluviométrico – (a) batimetria (b) curva-chave.
É possível também obter os dados hidrológicos de vazão a partir de um modelo chuva-vazão. A partir dos
registros de precipitação medidos por estações pluviométricas, esta técnica é indicada em regiões com
limitação dos registros de vazão ou até mesmo inexistentes.
As ferramentas para tratamento de dados hidrológicos são apresentadas a seguir:
Curva de permanência
Também chamada de duração de vazão ou frequência acumulada de vazões, fornece a probabilidade de
determinada vazão ser igualada ou até mesmo superada. A partir da análise dessa curva, é possível
determinar os valores de vazão média, mínima e máxima dos dados considerados. A vazão firme Q95 refere-
se a uma vazão constante em 95% do tempo e, na maioria das vezes, é superior à vazão média mensal
mínima.
Comentário
A curva de permanência ilustra de forma clara os dados históricos de vazão de um curso d’água. Para
elaboração dessa curva, pode-se considerar os dados de vazões médias diárias, mensais ou anuais,
sendo as mensais mais utilizadas. Inicialmente, obtém-se um diagrama de frequências da série e sua
distribuição probabilística discreta, separando as vazões em classes de histogramas. A integração
desses dados fornece a probabilidade acumulada representando a curva de duração. 
A imagem a seguir ilustra as curvas de permanência diária, mensal e anual para uma mesma série de dados.
Curvas de permanência.
Fluviograma
É outro método estatístico utilizado em estudos hidrológicos de viabilidade para implantação de usinas
hidrelétricas.
O fluviograma é um gráfico que representa as vazões para determinada seção fluvial em função do
tempo.
É o gráfico de melhor representação visual do comportamento de um rio, que pode ser feita a partir de vazões
instantâneas, médias diárias, semanais ou anuais. A imagem a seguir ilustra o fluviograma do Rio Paracatu,
afluente do Rio São Francisco, entre os anos de 1966 a 1975.
Fluviograma.
Transposição de vazões
Em regiões onde não há um número significativo de dados de vazão de sua bacia hidrográfica, é possível
utilizar o método de transposição de vazões. Este método permite gerar dados históricos de vazão a partir de
informações disponíveis para bacias próximas ou vizinhas.
Exemplo
Para que a transposição seja executada sem erros significativos, é necessário que as duas bacias
hidrográficas possuam comportamentos hidrológicos semelhantes, ou seja, áreas de drenagem, relevo,
solo e cobertura vegetal. 
Além disso, a bacia hidrográfica semelhante deve estar na mesma faixa de paralelos terrestre da bacia em
estudo e a distância entre elas não deve ser maior que 100 km. Recomenda-se ainda que o número de áreas
de drenagem não seja superior a cinco. A vazão específica pode ser determinada pela Eq. 1:
Em que:
 vazão específica 
 vazão (m³/s).
 área de drenagem na estação semelhante 
 vazão na estação semelhante 
A vazão do local de interesse é então calculada segundo a Eq. 2:
Em que:
 vazão de interesse 
 área de drenagem no local de interesse 
 área de drenagem na estação semelhante 
 vazão na estação semelhante 
Estudos energéticos
Neste vídeo, vamos falar sobre o cálculo da potência disponível em um aproveitamento hidrelétrico e sobre
como fazer a análise de acordo com o fator de capacidade da central hidrelétrica.
Eq.1
• 
• 
• 
• 
Eq.2
• 
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• 
• 
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
A potência disponível em um aproveitamento hidrelétrico é resultante da energia potencial da água, expressa
conforme a Eq. 3:
Em que:
 potência elétrica gerada .
 rendimento total do aproveitamento.
 massa específica da água .
 aceleração da gravidade .
 queda líquida .
Uma central hidrelétrica poderá, ao longo de um período analisado, gerar energia inferior à sua capacidade
quando as vazões em seu curso forem menores que a máxima turbinada. A relação entre a potência gerada e
a potência máxima é denominada fator de capacidade (FC), conforme a Eq. 4:
Em que:
 fator de capacidade.
 potência média gerada .
 potência instalada .
Um fator de capacidade baixo indica que foi determinada uma vazão de projeto muito grande. Nessa situação,
a central hidrelétrica opera frequentemente com potência reduzida. Como o custo de equipamentos
eletromecânicos é bastante alto, o retorno de investimento levará mais tempo.
Por outro lado, um fator de capacidade alto demonstra perda de energia, proporcional à vazão vertida durante
o período úmido, indicando pequena vazão de projeto.
Licenciamento ambiental
Neste vídeo, serão abordados aspectos legislativos e os principais impactos ambientais causados pelas
hidrelétricas.
Eq.3
• 
• 
• 
• 
• 
• 
Eq.4
• 
• 
• 
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
A geração de energia elétrica a partir da água é considerada uma forma limpa de geração, pois não há
produção de resíduos ou emissão de poluentes durante a produção.
Comentário
A geração de energia elétrica a partir da água permite o reaproveitamento da água a jusante em outras
usinas ao longo do curso do mesmo rio, enquadrando-se no perfil de desenvolvimento sustentável. 
No entanto, o processo de construção das usinas hidrelétricas pode trazer grandes impactos no local, que vão
desde a desestruturação de comunidades ao entorno, bem como impactos ambientais decorrentes dos
represamentos de água, o que faz com que essa modalidade de geração possa ser considerada, para muitos
autores, um retrocesso insustentável.
A seguir, veremos as principais regulamentações no Brasil a respeito da implantação da geração hidrelétrica,
bem como os principais impactos no meio ambiente.
Legislação ambiental
Devido à complexidade e importância dos impactos ambientas na sociedade de curto a longo prazo, a
regulamentação de práticas relacionadas ao uso dos recursos naturais tem sido tratada em escala global há
várias décadas. Dessa forma, são exigidas medidas para que a sociedade possa usufruir dessesrecursos de
maneira sustentável, respeitando as leis regulamentadoras referentes a cada setor. Conheça um breve
histórico:
1927
Legislação ambiental
Foram criadas, no Brasil, as primeiras legislações ambientais, pelo governo do Estado de São Paulo,
para regulamentar a construção de escadas de peixes em represas para a subida de salmões.
1934
Código de Águas
Foi criado, em âmbito nacional, o Código de Águas que incluía preceitos de proteção à migração
produtiva de peixes nos rios do país.
1938
Código de Pesca
Foi criado o Código de Pesca, que também tratava da proteção à migração produtiva de peixes.
1972
 Secretaria Especial do Meio Ambiente
Foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente da Presidência da República. Somente nos anos
1970 observou-se efetivamente um interesse do Brasil em políticas mais contundentes ao bem-estar
ambiental.
1981
Política Nacional de Meio Ambiente
Foi criada a Lei nº 6.938, de 1981, denominada Política Nacional de Meio Ambiente, estabeleceu,
como meio de prevenção e planejamento ambiental, a obrigatoriedade de uma avaliação ambiental e
licenciamento ambiental para empreendimentos julgados efetivamente poluidores ou capazes de
gerar degradação ambiental.
1986
Licenciamento ambiental
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) regulamentou o processo de licenciamento
ambiental, que estabeleceu a necessidade de realização de um estudo de impacto ambiental (EIA) e
um relatório de impacto ambiental (RIMA) para permitir a construção de qualquer usina de geração de
energia com potência acima de 10 MW.
Entre as normas gerais estabelecidas pelo Conama, são obrigatórias:
Licença prévia (LP)
Comprova a exequibilidade ambiental do
procedimento. Sua solicitação é feita na fase
inicial de projeto, primeira e mais importante
etapa para construção de um empreendimento
de geração de energia.
Licença de instalação (LI)
Autoriza o início da construção, conforme as
especificações dos projetos aprovados,
acrescentando medidas de controle ambiental e
quaisquer outros condicionantes.
Licença de operação (LO)
Aprova a operação do empreendimento, após
comprovação de que foram seguidas todas as
orientações das licenças anteriores.
Na fase de LP é quando se encontram as maiores dificuldades relacionadas ao licenciamento ambiental,
consequentes da falta de planejamento governamental e entendimento sobre responsabilidades e
competências.
Principais impactos ambientais
Um impacto ambiental é definido como uma modificação brusca causada ao meio ambiente, uma intervenção
humana em seu espaço, podendo ser:
Positiva
Quando pode ser estimulada.
Negativa
Quando deve ser evitada.
No que diz respeito especificamente aos impactos ambientais decorrentes da construção de centrais
hidrelétricas, pode-se tratar essencialmente dos impactos gerados pela formação dos reservatórios
(construção de barragens), da vazão reduzida no trecho e do desvio do rio. Vejamos com mais detalhes a
seguir:
Formação do reservatório
Neste caso, a implantação de barragens para formação de reservatórios
altera os processos químicos e biológicos que antes ocorriam ao longo
do rio. A qualidade da água é afetada e é alterada sua capacidade de
diluição. Com a diminuição da velocidade de escoamento, reduz-se a
capacidade de reoxigenação, além de favorecer a proliferação de algas,
como na imagem.
Redução do trecho de vazão
Neste caso, em que a casa de força está a jusante e distante do
barramento, o desnível topográfico para aproveitamento da energia
potencial gera trechos de vazão reduzida, como ilustrado a seguir.
Desvio do rio
Neste caso, em localidades com vales abertos e topologia suave, são
implantados canais para desvio de rios e melhor aproveitamento da
energia potencial utilizada na geração de energia.
De modo geral, os principais impactos ambientais relacionados à geração hidrelétrica de energia são
decorrentes da construção das usinas e estruturas permanentes (barragens, reservatórios). Além do impacto
nos recursos naturais, comunidades ao entorno são fortemente afetadas em virtude das áreas de inundação,
interrompendo ciclos culturais e necessidades individuais dos que vivem e dependem dos recursos locais.
Verificando o aprendizado
Questão 1
A construção de uma usina hidrelétrica deve passar por uma série de estudos de viabilidade, de modo a
verificar a necessidade e possibilidade de sua implantação. Por se tratar de um empreendimento que utiliza
basicamente a energia potencial advinda dos cursos d’água, pode-se afirmar que
A
os estudos hidrológicos são importantes para definir a quantidade ideal de equipamentos eletromecânicos
que irão compor a casa de força da usina hidrelétrica.
B
o fluviograma representa graficamente o ciclo periódico de chuvas no local em estudo, permitindo conhecer
as características de vazão/evaporação da usina a ser instalada.
C
a curva de permanência é parte dos dados hidrológicos históricos que permitem avaliar a vazão do curso
d’água em médias que podem ser diárias, mensais ou anuais.
D
um posto fluviométrico consiste em unidades instaladas de medição da altura do nível dos reservatórios.
E
não há estudos que permitem a medição de vazões em cursos d’água sem um conjunto histórico específico do
local em que se deseja a construção da usina hidrelétrica.
A alternativa C está correta.
A curva de permanência, também conhecida por duração de vazão ou frequência acumulada de vazões, é
parte dos estudos hidrológicos que permitem estimar a vazão no local desejado a partir de dados
estatísticos históricos, visto que as características de um rio mudam constantemente ao longo dos anos.
Questão 2
Além dos estudos hidrológicos para verificar a possibilidade de implantação de uma usina hidrelétrica, é
necessário conhecer a capacidade de potência a ser instalada para aproveitamento em geração de
eletricidade. Um dos conceitos conhecidos nos estudos energéticos é o fator de capacidade, que relaciona
A
a vazão média mensal pela vazão máxima medida no curso d’água.
B
a potência média gerada na usina e a potência instalada.
C
a capacidade de conversão de energia hidráulica em energia elétrica.
D
a relação de vazão no período seco e o período chuvoso.
E
a potência máxima gerada na usina e a potência instalada.
A alternativa B está correta.
Uma central hidrelétrica poderá, ao longo de um período analisado, gerar energia inferior à sua capacidade
quando as vazões em seu curso forem menores que a máxima turbinada. A relação entre a potência gerada
e a potência máxima é denominada fator de capacidade.
3. Tipos de usinas e equipamentos eletromecânicos
Tipos de usinas e equipamentos eletromecânicos
Neste vídeo, serão abordados os principais arranjos hidráulicos, bem como as turbinas utilizadas e os
componentes eletromecânicos.
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Arranjos de usinas hidrelétricas
Neste vídeo, serão apresentados os aspectos relacionados aos principais arranjos de usinas hidrelétricas.
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As usinas hidrelétricas podem ser classificadas em função de diversas características, como quanto à sua
potência, sua queda, seu tipo de captação de água e quanto à forma de utilizar suas vazões naturais.
Quanto à sua potência
Em função da potência as usinas hidreletricas, podem ser classificadas:
Microcentrais
Fornecem eletricidade a comunidades rurais que geralmente são muito remotas para serem
abastecidas economicamente pela rede elétrica. O projeto de engenharia para microusinas
hidrelétricas tende a ser simples e padronizado, de modo a facilitar a operação e manutenção.
Minicentrais
Fornecem energia a cidades rurais isoladas ou podem ser desenvolvidas para fornecer energia à rede.
São construídas para serem economicamente viáveis e garantirem retorno de investimento em caso
de venda de energia.
Pequenas centrais e médias centrais
 e 
São projetadas no formato run-of-river (R-o-R), que usam um açude para desviar a água parao
consumo, mas que não é armazenada. As PCHs normalmente possuem menores impactos ambientais
do que projetos com reservatórios e represas.
Grandes centrais
Geralmente necessitam da construção de barragens e criação de reservatórios. Alguns reservatórios
são utilizados apenas para suprir cargas de pico diárias ou semanais. Já os grandes reservatórios são
capazes de armazenar volumes altos de água para suprir os períodos de escassez de chuvas, por
exemplo.
O projeto de Lei n° 13.97/2015 alterou, entre outros assuntos, a regulação de autorização das PCHs. A
principal alteração foi aumentar a capacidade mínima dos projetos de 1 MW para 3 MW. De acordo com a nova
legislação, o aproveitamento de potencial hidráulico destinado à produção independente ou autoprodução de
energia passou a ser superior a 3 MW e inferior a 30 MW.
Quanto à sua queda
Em função da queda, as usinas hidreletricas podem ser classificadas em:
Centrais de baixíssima queda
 metros
Centrais de baixa queda
10 metros metros
Centrais de média queda
-50 metros metros
Centrais de alta queda
 metros
Quanto à forma de captação da água
Em função da forma de captação da água, as usinas hidreletricas podem ser definidas como centrais em
desvio e em derivação.
Pode-se dizer que as centrais em desvio, com quedas médias e altas, são as que apresentam o maior número
de componentes. Elas se caracterizam pelo fato de a parcela principal do desnível utilizado decorrer da
própria declividade do rio. A captação é feita em um ponto de cota bem mais elevada do que a da restituição,
conduzindo-se a água para a central através de condutos, com superfície livre ou em pressão, que por
motivos econômicos devem ter o menor desenvolvimento possível, como ilustrado a seguir.
Central em desvio com condutos em pressão.
Quanto à forma de utilizar as vazões naturais
Em função da forma de utilizar as vazões naturais, as usinas hidreletricas podem ser classificadas como:
Centrais a fio d’água
Não dispõem de reservatório de água, ou possuem em dimensões menores que o que deveriam ser. Não são
capazes de manter estoque de energia potencial hidráulica, portanto sua produção é inconstante.
Vejamos as características de uma PCH a fio d’água:
Dispensa estudos de regularização de vazões.
Dispensa estudos de sazonalidade da carga elétrica do consumidor.
Apresenta facilidade relativa aos estudos e à concepção da tomada d’água.
Possui barragens baixas, cuja função é apenas de desviar a água para o circuito de adução.
Usar pequenas áreas inundadas nas UH fio d’água resulta em indenizações reduzidas.
Centrais reversíveis
São aquelas que utilizam turbinas/bombas e normalmente têm reservatório a montante e outro de menores
dimensões a jusante da casa de força. O armazenamento hidráulico é considerado quando a entrada de água
natural para as represas não é suficiente, assim, a água é elevada a outro reservatório em períodos de baixa
demanda, produzindo-se energia pelas turbinas em horários de pico.
Ao contrário das usinas termoelétricas, as usinas reversíveis podem reagir a variações na rede em espaço de
tempo mais curto, produzindo energia elétrica necessária ou mesmo consumindo qualquer excedente.
Instalações modernas requerem apenas trinta segundos para iniciar o funcionamento de bombas ou parada
das turbinas. Em caso de falhas no sistema elétrico, as usinas reversíveis são capazes de restabelecer o
fornecimento de energia à rede sem utilizar fontes externas.
Turbinas hidráulicas
Neste vídeo, serão apresentados os aspectos relacionados aos tipos de turbinas hidráulicas: Pelton, Francis e
Kaplan.
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Para geração de energia elétrica a partir do potencial hidráulico, as usinas hidrelétricas utilizam turbinas
hidráulicas que acionam diretamente os geradores. Os diversos tipos de turbinas hidráulicas são capazes de
• 
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atender a vários requisitos operacionais, permitindo assim projetar arranjos hidrelétricos para todos os tipos
de relevo e quedas d’água.
Três tipos de turbina são utilizados em geração hidrelétrica e sua escolha leva em conta as condições locais
da usina, como altura da queda d’água em relação ao nível da turbina. São elas:
Turbinas Pelton ou de impulso Turbinas Francis ou de reação
Turbinas Kaplan ou de hélice
Todas essas turbinas aproveitam a energia potencial da água armazenada em reservatórios cujo nível é
consideravelmente elevado em relação ao nível da turbina. Para chegar às turbinas, a água é conduzida
através de tubulações denominadas dutos forçados e posteriormente descarregada por dutos de sução para
o curso natural do rio.
Vamos conhecer as diferenças entre as turbinas?
Pelton
Turbinas que também são denominadas turbinas de impulso e
geralmente são utilizadas em usinas que possuem alturas de queda
d’água superiores a 250 m. Há, por exemplo, instalações de usinas na
Europa cujas alturas de queda chegam a quase 1.800 m.
Essas turbinas possuem eixo horizontal e o gerador é montado ao lado
da turbina. São consideradas turbinas de ação e operam com injetor (ou
injetores), que dirigem um jato d’água contra as pás de um rotor,
denominado roda Pelton. A imagem ilustra uma turbina Pelton e um
injetor utilizado para direcionar o fluxo de água.
A velocidade de giro das turbinas Pelton é regulada pelo fluxo de água
dos injetores através de válvulas de agulha que podem se deslocar
longitudinalmente, variando a abertura do injetor, semelhante ao bico de
uma mangueira de jardim.
No entanto, deve-se destacar que esse sistema de regulagem de
velocidade não pode funcionar com variações bruscas de fluxo d’água
devido à ocorrência do fenômeno conhecido por gole de aríete. Esse
fenômeno consiste em uma onda de pressão viajante que se desloca ao
longo do duto forçado e tem um alto potencial de causar danos
estruturais à turbina. Por esse motivo, outros meios são também
utilizados para não permitir variações súbitas no fluxo de água dos
injetores.
Francis
Turbinas que são também chamadas de turbinas de reação. Nelas ocorre
parte da queda de pressão nos injetores e o restante na própria turbina.
Dessa forma, a água ocupa completamente a cavidade em que se
encontra o rotor, transferindo toda a energia de pressão quanto a energia
cinética às pás do rotor. Como todas as pás participam desse processo
de transferência de energia, as turbinas Francis apresentam menor
diâmetro se comparadas a uma turbina Pelton equivalente.
A maioria das turbinas Francis em utilização são do tipo fluxo radial, em
que a água sob pressão entra em um condutor em espiral (caracol) que
circunda as pás móveis e flui pelas pás fixas na direção radial para o
interior da turbina. A água então passa pelo rotor no sentido
descendente, exercendo pressão contra as pás móveis, acionando o
rotor da turbina.
As turbinas de reação podem ser controladas pelas aletas-guia móveis,
conhecidas como distribuidor, onde a água flui antes de alcançar a
turbina. O distribuidor permite que a velocidade da água seja tangencial
antes de alcançar o rotor da turbina, atingindo sua máxima eficiência. O
controle de velocidade é feito mediante alteração da posição deste
distribuidor. As comportas do distribuidor são defletidas
simultaneamente. Como há necessidade de aplicação de força
considerável, normalmente múltiplos servomotores são necessários.
Kaplan
Turbinas que também são chamadas de turbinas tipo hélice. São um tipo
de turbina de reação, pois utilizam uma combinação de pressão e
velocidade da água para acionar o seu eixo. Entretanto, diferente das
turbinas Francis, turbinas Kaplan utilizam mais a velocidade do fluxo
d’água.
Sua grande vantagem está na possibilidade de ajuste das pás que
promovem um alto rendimento sobre um espectro de alturas de queda e
aberturas do distribuidor. Tanto a abertura do distribuidor como a
posição das pás podem ser ajustadas com a turbina em funcionamento.
Portanto, não há necessidade de interrupção da operação para mudança
de suas características de operação.As turbinas Kaplan são normalmente utilizadas em usinas cujas alturas de
queda d’água são entre 15 metros a 60 metros. Comparadas às turbinas
Francis, turbinas Kaplan operam em maiores velocidades para a mesma
altura de queda. O ângulo das pás do rotor é controlado por servomotor
hidráulico, instalado no núcleo do rotor. Normalmente possuem quatro a
seis pás. Já a posição das pás do distribuidor, que controlam o fluxo de
água na entrada da turbina, é ajustada em conjunto com as angulações
das pás do rotor, de modo a assegurar máxima eficiência de operação.
Componentes eletromecânicos
Neste vídeo, serão abordados os aspectos relacionados aos equipamentos eletromecânicos em usinas
hidroelétricas, com foco no gerador e na excitatriz.
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As turbinas apresentadas anteriormente são os equipamentos hidráulicos necessários para permitir a
conversão de energia potencial da água em energia mecânica, necessária para acionamento dos geradores.
O gerador é o equipamento eletromecânico essencial para conversão da energia mecânica
proveniente das turbinas em energia elétrica que será disponibilizada ao sistema.
Além do gerador podem ser considerados equipamentos de grande importância para esta conversão a
excitatriz e o regulador de tensão, além dos equipamentos que permitem controle e mudança de níveis de
tensão para entregar a energia elétrica gerada para o sistema.
Gerador.
Gerador
É o equipamento elétrico responsável pela conversão de energia mecânica em energia elétrica em uma usina
hidrelétrica. No Brasil, por exemplo, praticamente toda a energia hidrelétrica é convertida por geradores
síncronos, que, apesar das importantes evoluções sofridas ao longo do tempo, conservam-se em seus
aspectos fundamentais de funcionamento.
Os geradores síncronos utilizados nas usinas podem ser de:
Baixa velocidade
São normalmente acionados por um motor ou,
no caso de usinas, por turbinas e se
caracterizam por possuir polos salientes, um
grande diâmetro e pequeno comprimento axial.
Alta velocidade
São mais utilizados em usinas termelétricas,
possuem pequeno número de polos e
funcionam em maior velocidade de rotação.
Também são denominados turbogeradores.
Os geradores elétricos são especificados em função do seu número de polos, frequência, potência nominal,
tensão nominal e suas formas de conexão trifásica.
Excitatriz
Um gerador elétrico produz eletricidade graças à interação de um campo magnético produzido em seu rotor,
com os enrolamentos do estator. O responsável pelo fornecimento da energia necessária para produção desse
campo magnético é o chamado “sistema de excitação” ou excitatriz.
A tensão do gerador é proporcional à corrente elétrica proveniente do sistema de excitação, de
modo que, juntamente com a excitatriz, é conveniente a utilização de equipamentos para regulação
de tensão no gerador.
As excitatrizes rotativas podem ser do tipo máquina de corrente contínua ou do tipo máquina síncrona. As do
tipo máquina de corrente contínua estão atualmente em desuso, porém ainda existem muitas centrais antigas
que as utilizam. Na máquina de corrente contínua, a tensão gerada aparece nas escovas do comutador, que
são uma parte fixa da máquina.
Verificando o aprendizado
Questão 1
As centrais hidráulicas de geração de energia são predominantes no Brasil e podem ser classificadas em
função de suas características de potência instalada, tipo de captação de água e quanto à forma de utilização
da vazão de água. Considerando a classificação quanto à sua potência, pode-se afirmar que
A
as microcentrais de geração fornecem potência para grandes indústrias e possuem potência instalada de até
50 KW.
B
as grandes centrais hidrelétricas podem ser construídas sem a necessidade de estudos relacionados a
impactos ambientais, pois sua grande potência instalada compensa os custos de realocação de comunidades
e alteração de curso dos rios.
C
as minicentrais hidrelétricas normalmente possuem capacidade instalada entre 10 KW e 100 KW, utilizadas
para fornecimento de energia para regiões rurais, distantes dos sistemas de transmissão.
D
as grandes centrais hidrelétricas são construídas sempre para as mesmas alturas de queda d’água, diferindo-
se apenas em relação às dimensões de reservatório.
E
as pequenas centrais hidrelétricas, ou PCHs, devem ter, em projeto, capacidade instalada entre 3 MW e 30
MW.
A alternativa E está correta.
O projeto de Lei n° 13.97/2015 alterou, entre outros assuntos, a regulação de autorização das PCHs. A
principal alteração foi aumentar a capacidade mínima dos projetos de 1 MW para 3 MW. De acordo com a
nova legislação, o aproveitamento de potencial hidráulico destinado à produção independente ou
autoprodução de energia passou a ser superior a 3 MW e inferior a 30 MW.
Questão 2
As turbinas hidráulicas são grandes equipamentos que coletam o fluxo d’água proveniente dos rios e
convertem a energia potencial em energia mecânica para ser entregue aos geradores elétricos. Em relação
aos tipos de turbinas hidráulicas, é correto afirmar que
A
a turbina do tipo Pelton é também denominada turbina de hélice e é normalmente utilizada em quedas d’água
inferiores a 300 m.
B
na turbina do tipo Francis, toda queda de pressão ocorre no interior da turbina e a água ocupa apenas a região
superior do equipamento, o que caracteriza alto rendimento.
C
a turbina Kaplan possui formato de caracol, de modo a garantir melhor aproveitamento do fluxo d´água em
seu interior.
D
a velocidade de giro das turbinas Pelton é regulada pelo fluxo de água dos injetores através de válvulas
denominadas válvulas de agulha.
E
as turbinas Francis possuem hélices, que ajustam sua posição para que a água ocupe completamente seu
interior.
A alternativa D está correta.
As turbinas Pelton são conhecidas como turbinas de impulso, utilizadas em usinas com alturas de queda
d'água superiores a 250 m. Sua velocidade é regulada pelo fluxo de água dos injetores por meio de válvulas
de agulha.
4. Conclusão
Considerações finais
As usinas de geração hidráulica de energia, também denominadas hidrelétricas, são amplamente utilizadas no
Brasil em virtude de suas características hidrológicas e riqueza de mananciais, que permitem a instalação
desses empreendimentos. A construção dessas usinas parte de rigorosos estudos de viabilidade, tanto em
relação aos aspectos hidrológicos quanto aos seus impactos ambientais.
A classificação das usinas hidráulicas é feita em função de suas características construtivas de
aproveitamento do curso d’água, bem como de sua capacidade instalada. Neste conteúdo, foram
apresentados os principais conceitos relacionados à construção de centrais hidráulicas, como barragens, casa
de força e vertedouro, além dos equipamentos eletromecânicos necessários para conversão de energia
potencial em energia elétrica: as turbinas hidráulicas e os geradores elétricos.
Podcast
Ouça agora sobre como surgiram os componentes básicos na construção de uma usina hidrelétrica, os
impactos ambientais e a legislação aplicável. Confira também os tipos de usinas hidrelétricas e os tipos
de turbinas utilizados.
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Expansão Hidrelétrica nos Estudos de Planejamento Energético de Longo Prazo. 
Referências
BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Plano Nacional de Energia 2030. Brasília: MME, 2007.
 
CENTRO DE PESQUISAS DE ENERGIA ELÉTRICA. CEPEL. Sistema de Inventário Hidroelétrico de Bacias
Hidrográficas – SINV 6.0.3. Manual de Metodologia. Relatório Técnico DP/DEA – 1082/09, 2009.
 
CENTRO DE PESQUISAS DE ENERGIA ELÉTRICA. CEPEL. Sistema de Inventário Hidroelétrico de Bacias
Hidrográficas – SINV 6.0.3. Manual de Utilização. Relatório Técnico DP/DEA – 1083/09, 2009.
 
ELETROBRAS. Manual de Inventário Hidroelétrico de Bacia Hidrográfica. Publicado em: 1997.
 
MOURA, A. P. de; MOURA,A. A. F. de; ROCHA, E. P. da. Engenharia de sistemas de potência: geração
hidroelétrica e eolioelétrica. Ceará: Edições da UFC, 2019.
 
NUNES, C. F. et al. Pequenos aproveitamentos hidroelétricos: soluções energéticas para a Amazônia. Brasília:
MME, 2008.
 
SOUZA, Z. de.; SANTOS, A. H. M.; BORTONI, E. C. Centrais Hidrelétricas: implantação e comissionamento. 2.
ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2009.
 
TOLMASQUIM, M. Plano Nacional de energia 2030. Conselho Nacional de Política Energética-CNPE, v. 1, n. 10,
2007.
 
WORLD ENERGY COUNCIL. World Energy Issues Monitor. Publicado em: 2020.
	Geração de energia hidráulica
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Preparação
	Objetivos
	Introdução
	Conteúdo interativo
	1. Conceitos sobre geração hidráulica de energia
	Principais conceitos de geração hidráulica
	Conteúdo interativo
	Aspectos históricos
	Conteúdo interativo
	Rio Grande
	Rio Paranaíba
	Rio Paraná
	Rio Iguaçu
	Bacia do Rio Uruguai
	Potencial hidráulico
	Conteúdo interativo
	Saiba mais
	Saiba mais
	Comentário
	Componentes básicos de uma usina hidrelétrica
	Conteúdo interativo
	Barragem
	Solução típica de arranjo em vale estreito
	Solução típica de arranjo em vale medianamente encaixado
	Solução típica de arranjo em vale aberto
	Casa de força
	Atenção
	Vertedouro
	Verificando o aprendizado
	2. Implantação de usina hidrelétrica
	Considerações sobre viabilidade de uma usina hidrelétrica
	Conteúdo interativo
	Estudos hidrológicos
	Conteúdo interativo
	Comentário
	Curva de permanência
	Comentário
	Fluviograma
	Transposição de vazões
	Exemplo
	Estudos energéticos
	Conteúdo interativo
	Licenciamento ambiental
	Conteúdo interativo
	Comentário
	Legislação ambiental
	Legislação ambiental
	Código de Águas
	Código de Pesca
	Secretaria Especial do Meio Ambiente
	Política Nacional de Meio Ambiente
	Licenciamento ambiental
	Licença prévia (LP)
	Licença de instalação (LI)
	Licença de operação (LO)
	Principais impactos ambientais
	Positiva
	Negativa
	Formação do reservatório
	Redução do trecho de vazão
	Desvio do rio
	Verificando o aprendizado
	3. Tipos de usinas e equipamentos eletromecânicos
	Tipos de usinas e equipamentos eletromecânicos
	Conteúdo interativo
	Arranjos de usinas hidrelétricas
	Conteúdo interativo
	Quanto à sua potência
	Microcentrais
	Minicentrais
	Pequenas centrais e médias centrais
	Grandes centrais
	Quanto à sua queda
	Centrais de baixíssima queda
	Centrais de baixa queda
	Centrais de média queda
	Centrais de alta queda
	Quanto à forma de captação da água
	Quanto à forma de utilizar as vazões naturais
	Centrais a fio d’água
	Centrais reversíveis
	Turbinas hidráulicas
	Conteúdo interativo
	Turbinas Pelton ou de impulso
	Turbinas Francis ou de reação
	Turbinas Kaplan ou de hélice
	Pelton
	Francis
	Kaplan
	Componentes eletromecânicos
	Conteúdo interativo
	Gerador
	Baixa velocidade
	Alta velocidade
	Excitatriz
	Verificando o aprendizado
	4. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
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	Referências

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