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apostila de instalação e manutenção de motores elétricos

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1 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
IINNSSTTAALLAAÇÇÃÃOO EE 
MMAANNUUTTEENNÇÇÃÃOO 
 
MMOOTTOORREESS 
EELLÉÉTTRRIICCOOSS 
WWEEGG 
 
 2 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
 3 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
ÍNDICE 
1 - PLACA DE IDENTIF ICAÇÃO ................................ ................................ .............. 8 
 
1.1 Interpretando a Placa de Identificação ..............................................................................................9 
2 - ASPECTOS ELÉTRICOS................................ ................................ ..................... 12 
2.1 - Princípio de Funcionamento .................................................................................................................12 
2.2 - Alimentação dos Motores .....................................................................................................................12 
2.3 - Variação de Tensão e Frequência .....................................................................................................13 
2.4 - Tipos de Part ida de Motores Elétricos ................................................................................................14 
2.4.1 - Partida Direta: .........................................................................................................................................14 
2.4.2 - Chave Estrela - Triângulo: ...................................................................................................................15 
2.4.3 - Partida com Chave Série - Paralelo: ..............................................................................................15 
2.4.4 - Partida com Chave Compensadora (Aut o- Transformador): ..............................................15 
2.4.5 - Soft- Start (Partida Eletrônica): ..........................................................................................................16 
2.4.6 - Inversor de Frequência ........................................................................................................................17 
2.5 - Dispositivos de Proteção Térmica dos Motores Elétricos ............................................................19 
2.6 - Classes de Isolamento .............................................................................................................................19 
2.7 - Dispositivos de Proteção .........................................................................................................................20 
2.7.1 - Termostat os: .............................................................................................................................................20 
2.7.2 - Termistores (PTC): ...................................................................................................................................20 
2.7.3 - Termoresistência: ....................................................................................................................................20 
2.7.4 - Protetores Térmicos ...............................................................................................................................21 
2.7.5 - Resistência de Aquecimento: ...........................................................................................................21 
2.8 - Materiais Isolantes e cabos utilizados em Motores Weg............................................................22 
2.8.1 - Film es Isolantes ........................................................................................................................................22 
2.8.2 -Espaguetes – Isoladores Tubulares ...................................................................................................22 
2.8.3 - Verniz (Impregnação) ..........................................................................................................................22 
2.8.4 - Cabos de Saída ....................................................................................................................................23 
2.9 - Entrada em Serviço e Exames Preliminares: ....................................................................................24 
3 - MANUTENÇÃO ELÉTR ICA ................................ ................................ ............... 25 
3.1 - Principais Ensaios El étricos ......................................................................................................................25 
 
 4 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
3.1.1 - Medição da Resistênc ia de Isolamento .......................................................................................25 
3.1.2 - Medição do Índic e de Polarização ................................................................................................26 
3.1.3 - Medição d e Resistência Ôhmica: ...................................................................................................27 
3.1.4 - Teste da Corrente em Vaz io..............................................................................................................28 
3.1.5 - Teste de Tensão Apl icada ..................................................................................................................29 
3.1.6 - Loop Test ...................................................................................................................................................29 
3.1.7 - Teste Para Verificação de Rotor Falhado ....................................................................................33 
 
4. MANUTENÇÃO MECÂNI CA; ................................ ................................ ........... 44 
4.1. MANCAIS DE ROLAMENTO: .....................................................................................................................44 
4.1.1. Classificação dos Rolamentos: ..........................................................................................................45 
4.1.2. Vedações: .................................................................................................................................................46 
4.1.3. Folgas Internas: .........................................................................................................................................47 
4.1.4. Orientações para armazenamento de rolamentos: .................................................................47 
4.1.5. Desmontagem de Rolamentos: ........................................................................................................48 
4.1.6. Montagem de Rolamentos: ................................................................................................................51 
4.1.7 Anéis de Fixação do Rolamento ........................................................................................................55 
4.1.8. Algumas dicas: .........................................................................................................................................57 
4.2. LUBRIFICAÇÃO: ............................................................................................................................................58 
4.2.1. Lubrificação com Graxa: .....................................................................................................................58 
4.2.2. Características da lubrificação com Graxa: ................................................................................58 
4.2.3. Falhas na Lubrificação: .........................................................................................................................59 
4.3 Relubrificação de Rolamentos de Motores Elétricos: ....................................................................62 
4.3.1. Motores sem Graxeira: ..........................................................................................................................62 
4.3.2. Motores com Graxeira: ........................................................................................................................624.4. VEDAÇÕES: ...................................................................................................................................................63 
4.4.1. Anel V’ring: ................................................................................................................................................63 
4.4.2. Retentor: .....................................................................................................................................................65 
4.4.3. Labirinto Taconite: ...................................................................................................................................67 
5. MANUTENÇÃO DE MOT ORES MONOFÁSICOS: ................................ ............. 69 
5.1.Centrífugo: ......................................................................................................................................................69 
5.1.1. Platinado: ...................................................................................................................................................69 
5.2. Chave Eletrônica: .......................................................................................................................................70 
5.3. Ponte Retificadora: ....................................................................................................................................71 
6. MOTOFREIO: ................................ ................................ ................................ ..... 72 
 
 5 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
7. TIPOS DE ACOPLAME NTO ................................ ................................ ................ 74 
7.1. Acoplamento Direto ..................................................................................................................................74 
7.2. Acoplamento por Engrenagens ...........................................................................................................74 
8 - MÉTODOS DE MANUT ENÇÃO ................................ ................................ ........ 76 
8.1 – MANUTENÇÃO CORRETIVA ...................................................................................................................76 
8.2 – MANUTENÇÃO PREVENTIVA ..................................................................................................................76 
8.3 – MANUTENÇÃO PREDITIVA ......................................................................................................................76 
ANEXO III ................................ ................................ ................................ .............. 77 
PLANO DE MANUTENÇÃO – MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO ........................ 77 
ANEXO IV ................................ ................................ ................................ ............. 79 
ANEXO V ................................ ................................ ................................ .............. 85 
ANEXO VI ................................ ................................ ................................ ............. 86 
ANEXO VII ................................ ................................ ................................ ............ 88 
 
 6 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A manutenção das máquinas elétricas girantes engloba dois 
aspectos Importantes, envolvendo parte elétrica e mecânica. O domínio 
destas duas áreas é necessário para a mantenibilidade do equipamento 
como um todo. 
 
Entre os aspectos elétricos, serão abordados itens desde a correta 
interpretação, especificação e ligação do motor, bem como método s e 
técnicas para a recuperação de eventuais danos elétricos, fatores 
fundamentais para seu perfeito funcionamento e durabilidade. 
 
Entretanto, muitas pessoas ligadas à manutenção de máquinas 
elétricas girantes pensam apenas em problemas elétricos. Sendo o motor 
elétrico um equipamento com partes móveis, estará sujeito a todo tipo de 
problema mecânico típicamente verificado nestas máquinas. 
 
Para fins comparativos, enquanto os rolamentos de um carro médio 
de passeio efetuam cerca de 27 milhões de rotações durante 50.000 km, 
um motor elétrico de 1800 rpm (4pólos / 60 Hz) operando 24 horas por dia 
perfaz as mesm as 27 milhões de rotações em apenas 10 dias e 9 horas de 
operação. Não é surpresa se a maioria dos problemas mecânicos nas 
máquinas elétric as girantes tiver origem nos rolamentos. 
 
 Em função da severidade da aplicação e necessidade de 
operação contínua, muitas vezez a manutenção básica é deixada em 
segundo plano. Fatores imprescindíveis para a operação do motor tais 
como relubrificação, alinhamento, dimensionamento e especificação, se 
mal elaborados, refletem negativam ente no desempenho da máquina. 
Como conseqüência ocorrem quebras e paradas inesperadas. 
 
Com o propósito de contribuir com as áreas e técnicos de 
manutenção , elaboramos esta apostil a de “ Instalação e Manutenção de 
Motores Elétricos”, desejando que seja o início de um caminho, que 
 
 7 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
percorrido de acordo com métodos e procedimentos adequados, possa 
trazer resultados satisfatórios sob o todos os aspectos de manutenção.
 
 8 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
 
 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
1 - PLACA DE IDENTIF ICAÇÃO 
 
A placa de identificação contém as informações que determinam 
as características nominais e de desempenho dos motores, conforme 
Norma NBR 7094. 
 
 
 
Placa e Identifi cação de Motor Trifásico 
 
Placa de Identificação de Motor Monofásico 
 
 9 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
 
1.1 Interpretando a Placa de Identificação 
 
Para o motor trifásico : 
 
~ 3 : se refere a característica de ser um motor trifásico de corrente 
alternada 
 
250 S/M : o número “250” se refere a carcaça do motor, e é a distância 
em milímetros medida entre o meio do furo de centro do eixo e a base 
sobre a qual o motor está afixado; a notação “S e M” deriva do inglês Short 
= Curto e Medium = Médio, e se refere a distância entre os furos presentes 
nos pés do motor. Nos demais modelos pode existir também L de Large = 
Grande. 
 
11/01 : está relacionada com mês e ano de fabricação do motor, neste 
caso o motor foi fabricado em novembro de 2001. 
 
 
AY53872 : esta codifi cação é o número de série do motor c omposto de 2 
letras e cinco algarismos. Esta notação está presente na placa de 
identificação de todos os motores trifásicos e monofásicos, IP55 fabricados 
a partir de Janeiro de 1995. 
 
60Hz : freqüência da rede de alimentação para o qual o motor foi 
projetado. 
 
CAT. N : categoria do motor, ou seja, características de conjugado em 
relação a velocidade . Existe três categorias definidas em norma (NBR 
7094), que são : CAT.N : se destinam ao acionamento de cargas normais 
como bombas, máquinas operatrizes e ven tiladores. CAT. H : Usados para 
cargas que exigem maior conjugado na partida, como peneiras 
britadores, etc. CAT.D : Usado em prensas excêntricas, elev adores, etc. 
 
kW(HP-cv) 75 (100) : indica o valor de potência em kW e em CV do motor. 
 
1775 RPM : este val or é chamado de Rotação Nominal (rotações por 
minuto) ou rotação a plena carga. 
 
FS 1.00 : se refere a um fator que, aplicado a potência nominal, indica a 
carga permissível que pode ser aplicada continuamente ao motor sob 
condições específi cas, ou seja, uma reserva de potência que dá ao motor 
 
 10 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
uma capacidade de suportar melhor o funcionamento em condições 
desfavoráveis. 
 
ISOL.F : indica o tipo de isolante que foi usado neste motor, e para esse 
caso a sobrelevação da classe é de 80 K. São em número de três o s 
isolantes usados pela Weg : B (sobrelev ação de 80 K), F(sobrelev ação de 
105K) e H(sobrelev açãode 125 K). 
 
 
 
 
IP/IN 8.8 : é a relação entre a corrente de partida (IP) e a corrente no minal 
(IN). Em outras palavras, podemos dizer que a corrente de partida eqüivale 
a 8.8 vezes a corrente nominal. 
 
 
IP 55 : indica o índice de proteção conforme norma NBR -6146. O primeiro 
algarismo se refere a proteção contra a entrada de corpos sólidos e o 
segundo algarismo contra a entrada de corpos líquidos no interior do 
motor. As tabelas indicando cada algarismo se encontra no Manual de 
Motores Elétricos da Weg Motores. 
 
220/380/440 V : são as tensões de alimentação deste motor. Possui 12 
cabos de saída e pode ser ligado em rede cuja tensão seja 220V (triângulo 
paralelo), 380V (estrela paralelo ) e 440V (triângulo série ). A indicação na 
placa de “Y” se refere na verdade a tensão de 760V, usada somente 
durante a partida estrela -triângulo cuja tens ão da rede é 440V. 
 
245/142/123 A : estes são os valores de corrente referentes 
respectivam ente às tensões de 220/380/440V. 
 
REG. S1 : se refere ao regime de serviço a que o motor será submetido. 
Para este caso a carga deverá ser constante e o funcionamento contínuo. 
 
Max.amb.: é o valor máximo de temperatura ambiente para o qual o 
motor foi projetado. Quando este valor não está expresso na placa de 
identific ação devemos entender que este valor é de 40ºC. 
 
ALT. : indica o valor máximo de altitude para o qual o motor foi projetado. 
Quando este valor não estiv er expresso na placa de ident ificação 
devemos entender que este valor é de 1000 metros. 
 
Ao lado dos dados citados acima, temos os esquemas de ligação possíveis 
na rede de alimentação. 
 
 11 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
Logo abaixo dos dados, podemos ver a indicação dos rolamentos que 
devem ser usados no mancal diante iro, traseiro e sua folga. Para este caso 
temos os rolamentos 6314 -C3. Temos indicado também o tipo e a 
quantidade de graxa (gramas) a ser usada, e o período em horas que 
deve ser feita a relubrifi cação. 
 
Ao lado temos a indicação do peso aproximado em Ki logramas deste 
motor (462 Kg). 
 
 
 
REND.% = 92,5% : indica o valor de rendimento. Seu valor é influenciado 
pela parcela de energia elétrica transformada em energia mecânica. O 
rendimento varia com a carga a que o motor está submetido. 
 
 
 
COS ϕ = 0.87 : indica o valor de fator de potência do motor, ou seja, a 
relação entre a potência ativa (kW) e a potência aparente(kVA). O motor 
elétrico absorve energia ativa (que produz potência útil) e energia reativa 
(necessária para a magnetização do bobinado). 
 
00022 = Indica o item do motor que foi programado na fábrica. 
 
Para o motor monofásico não temos número de série como identificação, 
somente o item do motor na placa/etiqueta. Uma característica a ser 
observada na placa do motor monofásico é o valor do capacito r (quando 
utilizar). No exemplo tem os 1 x 216 a 259 µF em 110V. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
 
2 - ASPECTOS E LÉTRICOS 
 
2.1 - PRINCÍPIO D E FUNCIONAMENTO 
 
Motores Elétricos 
 
O motor elétrico é uma máquina destinada a transformar energia elétrica 
em energia mecânica. É o mais usado de todos os tipos de motores, pois 
combina as vantagens da utilização da energia elétrica – baixo custo, 
facilidade de transporte, lim peza e simplici dade de comando – com sua 
construção simples, custo reduzido, grande versatilidade de adaptaçã o às 
cargas dos mais diversos tipos e mel hores rendimentos. 
 
Motores monofásicos : o enrolamento é constituído de pares de pólos 
(polo “norte” e polo “sul”) cujos efeitos se somam.. A corrente que percorre 
o enrolamento cria um campo magnético. O fluxo ma gnético atravessa o 
rotor entre os dois “pólos” e se fecha através do núcleo do estator. Como 
a corrente é alternada, então o pólo hora é positivo, hora é negativo – 
logo o rotor “tentará” acompanhar o campo girante do estator. Daí deriva 
o nome de motor de indução. 
 
Motores trifásicos : o enrolamento trifásico é similar ao monofásico citado 
acima, com a diferença de que agora existem três fases distribuídas 
simetricam ente, ou seja, defasadas entre si de 120º. Se este enrolamento é 
alimentado por um sistem a trifásico cada corrente I1,I2 e I3 criarão do 
mesmo modo os campos magnéticos H1,H2 e H3. Estes campos estão 
espaçados entre si de 120º. 
 
 
2.2 - ALIMENTAÇÃO DO S MOTORES 
 
 É muito importante que se observe a correta alimentação da rede 
de energia elétrica . A seleção dos condutores, sejam os dos circuitos de 
alimentação dos motores, sejam dos circuitos terminais ou de distribuição, 
deve ser baseada na corrente nominal dos m otores, conforme ABNT-NBR 
5410. 
 
Os motores trifásicos Weg são disponíveis nas tensõe s: 
 
220/380/440 V e 760 V somente para partida 
ou 
 
 13 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 380/660 V 
 
Monofásicos em: 
110/220 V ou 220/440 V 
* Outras tensões são possíveis, com prévia consulta a 
fábrica. 
 
 
 
2.3 - VARIAÇÃO DE TENSÃO E FREQUÊNCIA 
 
 
Gráfico de Variação de Tensão e Freqüência Confo rme Norma NBR 
7094 
 
 
 
 
 
As variações de tensão e freqüência foram divididas em duas zonas : 
 
• Zona A : O motor deve ser capaz de desempenhar sua função principal 
continuamente, mas pode não atender completamente suas 
características de desempenho à tensão e freqüência nominais, 
apresentando alguns desvios. As elevações de temperatura podem ser 
superiores aquelas à tensão e freqüências nominais. 
 
 
 14 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
• Zona B : O motor deve ser capaz de desempenhar sua função principal, 
mas pode apresentar desvios superiores aqueles da Zona A, no que se 
refere as características de desempenho à tensão e freqüência nominais. 
As elevações de temperatura podem ser superiores às verificadas com 
tensão e freqüência nominais e m uito provavelm ente superiores aquelas 
da zona A. 
 O funcionamento prolongado na periferi a da Zona B não é 
recomendado 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.4 - TIPOS DE PARTIDA DE MOTORES ELÉTRI COS 
 
Vários são os métodos utilizados hoje para se partir o mo tor elétrico, 
para tanto citaremos aqui os mais utilizados : 
 
2.4.1 - Partida Direta: 
 
Sempre que possível a partida de um motor elétrico trifásico de 
gaiola deverá ser direta, por meio de contatores. Deve -se ter em conta 
que para um determin ado motor, as curvas de conjugado e corrente são 
fixas, independente da carga, para uma tensão constante. 
No caso em que a corrente de partida do motor é elevada pode 
ocorrer as seguintes conseqüências : 
1º) Elevada queda de tensão no sistema de alimentação da rede. 
Em função disso, provoca interferência em equipamentos instalados no 
sistema. 
2º) O sistema de proteção (cabos, contatores) deverá ser 
superdimensi onado, ocasionando custo elevado. 
3º) A imposição das concessionárias de energia elétrica que limitam 
a queda de tensão da rede. 
 
Caso a partida direta não seja possível devido aos problemas 
citados acima, pode ser usado um sistema de partida indireta, visando 
reduzir a corrente de partida. 
 
 Nota : A NBR 5410, item 6.5.3.2, pg 93 cita que para partida direta de 
motores com potência acim a de 3,7 kW(5CV), em instalações alimentadas 
por rede de distribuição públic a em baixa tensão, deve ser consultada a 
concessionária local. 
 
 15 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
2.4.2 - Chave Estrela - Triângulo: 
 
É fundamental para este tipo de partida que o motor ten ha a 
possibili dade de ligação em dupla tensão, ou seja, 220/380V, 380/660V ou 
440/760V. Os motores deverão ter no mí nimo seis bornes de ligação. 
Deve-se ter em mente que o motor deverá partir a vazio. A partida 
estrela - triângulo poderá ser usada quando a curva de conjugado do 
motor é sufici entemente elevada para poder garantir a ace leração da 
máquina com a corrente reduzida. Na ligaçãoestrela a corrente fica 
reduzida para 25% a 33% da corrente de partida na ligação triângulo. 
Também a curva de conjugado é reduzida na mesma proporção. Por esse 
motivo, sempre que for necessári o uma partida com chave estrela - 
triângulo, deverá ser usado um motor com curva de conjugado elevado. 
Os motores Weg têm alto conjugado máximo e de partida, sendo portanto 
ideais para a maioria dos casos, para uma partida estrela - triângulo. 
O conjugado resistente da carga não pode ultrapassar o conjugado 
de partida do motor, e nem a corrente no instante da mudança para 
triângulo poderá ser de valor inaceitável. Existem casos em que este 
sistema de partida não pode ser usado, como no caso em que o 
conjugado 
 
 
resistente é muito alto. Se a partida é em estrela, o motor acelera a carga 
até aproximadamente 85% da rotação nominal. Neste ponto a chave 
deverá ser ligada em triângulo. Neste caso, a corrente que era 
aproxim adamente a nom inal, salta 
repentinamente, o que não é nenhuma vantagem, uma vez que a 
intenção é justamente a redução da corrente de partida. 
 
2.4.3 - Partida com Chave Série - Paralelo: 
 
Para a partida com chave série -paralelo é necessário que o motor 
seja religável para duas tensões, a menor delas igual a da rede e a outra 
duas vezes maior. Este tipo de ligação exige nove terminais do motor e a 
tensão nomi nal mais comum é 220/440V, ou seja, durante a partida o 
motor é ligado na configuração série até atingir sua rotação nominal e, 
então, faz-se a comutação para a configuração paralelo. 
 
 
2.4.4 - Partida com Chave Compensadora (Auto - Transforma dor): 
 
A chave compensadora pode ser usada para a partida de motores 
sob carga. Ela reduz a corrente de partida, evitando assim uma 
 
 16 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
sobrecarga no circuito, deixando porém, o motor com conjugado 
suficiente para a partida e aceleração. A tensão na chave compensadora 
é reduzida através de auto -transformador que possui normalmente os taps 
de 50%, 65% e 80% da tensão nominal. As chaves compensadora quando 
saem da Weg, estão ajustadas em 15 s. 
 
 
2.4.5 - Soft- Start (Partida Eletrônica): 
 
O avanço da eletrônica permiti u a criação da chave de partida a 
estado sóli do, a qual consiste de um conju nto de pares de tiristores(SCR - 
Silicon Controlled Rectifier ) (ou combinações de tiristores/diodos), um em 
cada borne de potênci a do motor. 
O ângulo de disparo de cada par de tiristores é controlado 
eletrônicamente para apli car uma tensão variável aos term inais do motor 
durante a aceleração. No final do período de part ida, ajustável 
tipicamente entre 2 e 30 segundos, a tensão atinge seu valor pleno após 
uma aceleração suave ou uma rampa ascendente, ao invés de ser 
submetido a incrementos ou saltos repentino s. Com isso, consegue-se 
manter a corrente de partida (na linha) próxim a da nominal e com suave 
variação. 
Além da vantagem do controle da tensão (corrente) durante a partida, a 
chave eletrônica apresenta também, a vantagem de não possuir partes 
móveis ou que gerem arcos, como nas chaves mecânicas. 
 
 17 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
2.4.6 - Inversor de Frequência 
 
Do mesmo modo que a evolução da eletrônica possibilitou a 
criação da Soft Start, onde controlamos a tensão aplicada ao motor na 
partida, proporcionou também a possibilidade de controle da frequência 
e consequente variação de velocidade do motor, sendo esta sua principal 
função. 
Os inversores promovem uma conversão indireta de frequência, ou 
seja, a corrente alternada é retificada para corrente contínu a(CA-CC). A 
partir da retifi cação, controlada ou não, a tensão contínua é chaveada 
para obter um trem de pulsos que alimenta o motor. Devido à natureza 
indutiva do motor, a corrente que circula tem um aspecto de corrente 
alternada. Em resumo, os inversores convertem CA em CC e novame nte 
em CA. 
 
Características Operacionais 
 
A tensão apli cada na bobina de um estator é dada por : 
 
 E 1 = 4,44 . f1 . N1 . Φ 
 
Portanto, o fluxo no entreferro é diretamente proporcional à relação entre 
tensão e frequência, como m ostra a equação : 
 
 Φ = E1 / f 1 
 
Onde : 
 E1 = Tensão aplicada na bobina do estator (V) 
 f1 = Frequência da tensão estatórica (Hz) 
 N1 = Número de espiras no estator 
 Φ = Fluxo de magnetizaçãp (Wb) 
 
Para um desempenho adequado do motor de indução, 
especialm ente com respeito ao conjugado desenvolvi do, o fluxo no 
entreferro deve ser mantido o mais constante possível. Assim ao variar a 
frequência, a tensão aplicada também deve variar para manter o fluxo 
magnético constante. 
 
 Os inversores devem manter uma relação linear entre tensão e 
frequencia até o ponto de tensão e frequência nominais, como mostra a 
figura abaixo. Para frequências m ais altas que a nominal, não é possível 
 
 18 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
continuar aumentando a tensão proporcionalm ente, por limi tação da 
prórpia fonte, o que implica num enfraquecimento do fluxo e, por 
consequência, do conjugado. Ness a região a potência tende a se manter 
constante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A potência mecânica desenvolvida pelo motor é dada pelo produto 
do conjugado pela rotação. Assim a potência varia proporcionalmente 
com afrequência, conforme figura abaixo: 
 
 
 
 
 
Pelas figuras acima, podem os notar que a potência de saída do 
inversor de frequência cresce linearmente até a frequência base e 
permanece constante acima desta. Na outrta figura mostra o 
comportamentodo do torque em função da velocidad e para o motor de 
indução. Com a variação da frequência obtém -se um deslocamento 
paralelo da curva de torque x velocidade em relação à c urva 
característi ca para a frequênci a base 
 
 19 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
 
2.5 - DISPOSITIVOS D E PROTEÇÃO TÉRMICA D OS MOTORES ELÉTRICOS 
 
 Os motores utilizados em regime contínuo devem ser 
protegidos contra sobrecargas por um dispositivo integrante do motor, ou 
um dispositivo de proteção independente, geralmente relé térmico com 
corrente nominal, ou preferencialemente ajustada em função da corrente 
de trabalho do motor 
A proteção térmica é efetuada por meio de 
termoresitências(Resistência Calibrada), Termistores, Termostatos ou 
Protetores Térmi cos. Os tipos de detetores a serem utilizados são 
determinados em função da classe de temperatura do isolamen to 
empregado, de cada tipo de máquiina ou exigência do cliente. 
 A seguir veremos as Classes Térmicas e os Dispositivos de Proteção 
Utilizados pela Weg. 
 
 
2.6 - CLASSES DE ISO LAMENTO 
 
 
 As classes de isolamento utilizadas em máquinas elétricas, e os 
respectivos limites de temperatura são descritos conforme NBR -7094, e 
ilustrados abaixo. 
 Em motores normais são utilizados as classes B e F. Para motores 
especiais utiliza-se classe H 
 
A
(105º)
E
(120º)
B
(130º)
F
(155º)
H
(180º)
 
 
 
 20 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.7 - DISPOSITIVOS D E PROTEÇÃO 
 
2.7.1 - Termostatos: 
 
Características Aplicação Instalação 
Bimetálicos Na cabeça de bobina do lado 
oposto a ventilação 
Baixo Custo Nos Mancais 
Sensível a Temperatura e 
Corrente 
Ligado na Bobina do 
Contator 
Tempo de Resposta Alto 
Sinalizador para 
alarme e/ou 
Desligamento Pode ser ligado em Série ou 
Individual 
 
2.7.2 - Termistores (PTC): 
 
Material Semicondutor pode ser: 
• PTC – Coeficiente de Temperatura Positivo 
• NTC – Coeficiente de temperatura Negativo 
 
Características Aplicação Instalação 
Baixo custo 
Pequena dimensão 
Dentro da cabeça de 
bobina no lado oposto a 
ventilação 
Sem contatos móveis 
Elemento frágil 
Necessidade relé para 
comando e atuação 
Sinalizadorpara alarme 
e/ou Desligamento Pode ser ligado em série ou 
individual 
 
2.7.3 - Termoresistência: 
 
• Resistências Calibradas 
• Pt 100, Ni 100, Cu 100. 
 
Características Aplicação Instalação 
Tempo de resposta curto ≤ 
5s 
Monitorar a temperatura 
dos mancais e dos 
Na cabeça de bobina 
e nos mancais 
 
 21 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
Moni toramento da 
temperatura 
Alto grau de precisão 
Vários níveis de sinali zação 
e comando possíveis, 
dependendo do circuito 
controlador 
Alto custo dos elementos 
sensores 
enrolamentos 
 
 
 
2.7.4 - Protetor es Térmicos 
 
 
Característica Aplicação Instalação 
Bimetálico Base do platinado 
Pode ser do tipo manual ou 
automático 
Sensível a temperatura e 
corrente 
Caixa de ligação 
Mais usado em motores 
monofásicos 
Sempre inserido em série 
com os enrolamentos 
Proteção do motor 
Carcaça 
 
 
2.7.5 - Resistência de Aquecimento: 
 
 
Características Aplicação Instalação 
Potência determinada por carcaça Nas cabeças de bobina 
Frágil 
Tensão de alimentação em 110, 220 
e 440V 
Reduzir a umidade 
no interior dos 
motores 
Pode ser inserido antes ou 
após a im pregnação 
 
Cuidados: 
 
• Manuseio: devido a f ragilidade das conexões e cabos; 
• Amarrações: pode romper o silicone; 
 
 
 
 22 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
2.8 - MATERIAIS ISOL ANTES E CABOS UTILIZ ADOS EM MOTORES WEG 
 
 
2.8.1 - Filmes Isolantes 
 
São determinados de acordo coma a classe térmi ca do Motor 
 
Classe Térmica Espessura (mm)* Material Base Nome do Filme 
Classe B (130 °C) 0,125 - 0,19 - 0,25 - 0,35 Poliester Melinex 
Classe F (155 °C) 0,22 e 0,30 
Poliester isolado com 
“Dacron”(Fibr a de 
poliester + Resina 
acrílica ) 
Thernomid 
Polivolterm 
Wetherm DMD 
Classe H 0,18 e 0,25 Poliamida Aromática Nomex 
 
* Conforme carcaça e projeto 
 
2.8.2 -Espaguetes – Isoladores Tubulares 
 
 
Classe Térmica Material base Nome do Espaguete 
F (155°C) Poliester + resina 
acrílica 
 Tramacril / Tramar 
H (180°C) Fiberglass + borracha 
de silicone 
Trançasil-B / Tramar 
 
 
2.8.3 - Verniz (Impregnação) 
 
 
Classe Térmica Aplicação Material Base Nome do verniz 
B (130°C) Impregnação de estatores da 
fábrica II (Motores Nema) Poliester Lacktherm 1310 
F (155°C) 
Impregnação de estatores das 
fábricas I(carcac a 63 a 100), 
III(225 a 355) e IV(11 2 a 200) 
Poliester Lacktherm 1314 
H (180°C) Impregnação de estatores especiais Epóxi Royal E524 Royal E524 
H (180°C) 
Impregnação de estatores da 
fábrica III (carcaça 225 a 
315S/M) 
Resina – Poliéster 
Irrídico 
Insaturado 
Lacktherm 1317/90 
 
 23 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.8.4 - Cabos de Saída 
 
 
Classe Térmica Bitolas Especificação da Isolação Nome do Cabo Fornecedor 
LM – 130 Cofibam 
B (130° C) 
2, 4, 8, 10, 12, 14, 
16, 18, 20, 22, 50, 
70, 95, 120 
Cabo isolado em 
borracha sintética a 
base de Etileno 
Propileno (EPR), 
para 600V, cor preta LME 130C Pirelli 
F(155° C) 
 
2, 4, 8, 10, 12, 14, 
16, 18, 20, 22, 50, 
70, 95, 120 
Cabo isolado em 
borracha de 
silicone, para 600V, 
cor cinza 
Cofistrong Cofiban 
H(180° C) 
2, 4, 8, 10, 12, 14, 
16, 18, 20, 22, 50, 
70, 95, 120 
Cabo isolado em 
borracha de 
silicone, para 600V, 
cor azul 
Cofisil Cofiban 
H(180° C) 
2, 4, 8, 10, 12, 14, 
16, 18, 20, 22, 50, 
70, 95 
Cabo isolado com 
dupla camada de 
borracha de silicone 
vulcanizada, para 
3000V, com 
isolação em cor 
branca e cober tura 
em cor amarela 
Cofialt-3 Cofiban 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 24 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.9 - ENTRADA EM SER VIÇO E EXAMES PRELIM INARES: 
 
 
Antes de ser dada a partida inici al em um motor elétrico é necessário : 
 
1 Verificar se o mesmo poderá rodar livrem ente, removendo-se todos os dispositiv os de bloqueio e calços utilizados no transporte; 
2 Certificar-se de que a tensão e a freqüência estão de acordo com o indicado 
na placa de identificação. 
3 
Observar se as ligações estão de acordo com o esquema de ligação impresso 
na placa de identific ação, e verificar se todos os parafusos e porcas dos 
terminais estão devidamente apertados 
4 Acionar o motor desacoplado para verificar se está girando livrem ente e no sentido desejado 
5 Verificar se o motor está corretamente fixado e se os elementos de acoplamento estão corretamente montados e alinhados; 
6 
Verificar se o motor está devidamente aterrado. Desde que não haja 
especificações exigindo montagem isolada do motor, será necessário aterrá -lo, 
obedecendo às normas vigentes para ligação de máquinas elétric as à terra 
7 Para o aterram ento do motor deverá ser usado o parafuso exis tente na caixa de ligação ou no pé da carcaça 
8 
Verificar se os cabos de ligação à rede, bem como as fiações dos controles e 
proteções contra sobrecarga estão de acordo com as normas técnicas da 
ABNT 
9 Se o motor estiver estocado em local úmido, ou estiver parado por muito tempo, medir a resistência de isolam ento 
10 Para inverter a rotação do motor trifásico, basta inverter as ligações à rede de duas das fases de alime ntação 
11 Os motores que possuem uma seta na carcaça assinalando o sentido de rotação deverão girar somente na direção indicada. 
 
 
 25 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
 
3 - MANUTENÇÃO E LÉTRICA 
 
 Tão importante quanto a correta instalação dos motores é a sua 
manutenção. 
 Neste capítulo, iremos descrever os principais testes que 
normalmente são realizados para avaliação elétrica dos motores. 
 
3.1 - PRINCIPAIS ENS AIOS ELÉTRICOS 
 
3.1.1 - Medição da Resistência de Isolamento 
 
Finalidade : Verificar a condição do isolamento, e quando des eja-se 
um resultado quantitativo e o seu registo. 
 
Procedimento : Para efetuar estas medições se faz necessário o uso 
de um Megôhmetro, cujo fundo de escala deve ser no mínimo 500V. 
Deve-se juntar todos os terminais da máquina e conectar no terminal 
positivo (+) do aparelho, e o terminal negativo ( - ) na carcaça do motor. 
Aplicar a tensão de ensaio durante 1 minuto e efetuar a medição da 
resistência de isol amento. 
 
Importante : 
 
Registros periódicos são úteis para concluir se a máquina está ou não 
apta a operar. 
 
Na tabela abaixo temos os dados que estabelecem os valores limites 
de resistência de isolamento. Deve se garantir que a máquina esteja seca 
e limpa (no caso da permanência prolongada em estoque ou desuso). 
Estes valores não são válidos para máqui nas de potência menor que 1hp 
ou 1kW. 
 
 
 
Valor Limite (M Ω ) 
 
Avaliação 
do Isolamento 
------ 2 Perigoso 
2 50 Ruim 
50 100 Insatisfatório 
100 500 BOM * 
 
 26 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
500 1000 Muito Bom 
Acima de 1000 Excelente 
 
*Conceito mínimo para aceitação da máquina. 
 
 
 
3.1.2 - Medição do Índice de Polarização 
 
 Finalidade : Verificar as condições da resistência de isolamento, 
medindo a isolação do enrolame nto em relação a massa metálica do 
motor. 
 O motor estando limpo e em boas condições o IP é alto, o motor 
com s ujeira, umidade e/ou graxa na bobinagem, o valor do IP é baixo 
(Conforme tabela) 
 
 
Procedimento : Para efetuar esta medição é necessário o uso de um 
Megôhmetro. Aplic amos tensão contínua do Megôhmetro (2,5KV, ou de 
acordo com a capacidade do aparelho), e após 1 m inuto anotamos o 
valor da resistência, continuamos com a medição após 10 minutos, 
anotando o novo valor. 
 
 O Índice de Polarização é dado pela fórmula : 
 
 
IP = R(10`) 
 R(1`) 
 
Valor Limite 
Maior ou igual Menor Avaliação do Isolamento 
 1 PERIGOSO 
1,0 1,5 Ruim 
1,5 2,0 Insatisfatório 
2,0 3,0 Bom ** 
3,0 4,0 Muito bom 
4 Excelente 
 
** Conceito mínimo para aceitação da máquina. 
 
 27 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS3.1.3 - Medição de Resistência Ôhmica: 
 
Finalidade : Verificar se o valor da Resistência está equilibrada e/ou de 
acordo com a especificação de fábrica 
 
Procedimentos: É necessário ter em mãos um Multiteste ou Ponte Kelvin 
ou Ponte de Wheatstone; 
Deve-se medir as resistências de fase, e v erificar o equilíbrio; 
Esta medição deve ser feita antes da impregnação; 
 
O desequilíbrio de resistências não deve ser superior a 5%, conforme 
equação abaixo : 
 
 Resistência maior - 1 ( X 100) ≤ 5% 
 Resistência menor 
 
Exemplo: 
 
 Fase1: 0,125Ω Fase2: 0,130 Ω Fase3: 0,120 Ω 
 
 Temos : 
 
 DR = 0,130 – 1 (x100) 
 0,120 
 
 DR = (1,0833 – 1) x 100 = 8,33% 
 
 
Neste caso temos um valor maior que o limite estabelecido, e o 
motor deve estar com erro na bobinagem. 
 
 
 28 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
 
3.1.4 - Teste da Corrente em Vazio 
 
 Finalidade : Verificar a relação de corrente entre as fases e seu 
equilíbrio. 
 
 
Procedimentos : Deve-se ligar o motor em vazio na sua tensão e 
freqüência nominais, para isso é necessário um painel de teste ou fonte de 
alimentação; e verificar o equilíbrio das correntes, conforme equação 
abaixo: 
 
DI = ( DMD / MTF ) x 100 
 
Onde : 
 
DI = Desequilíbrio de corrente 
DMD = Maior desvio de corrente de fase em relação a média das três 
fases 
MTF = Média das três fases 
 
Causas: 
 
O desequilíbrio de correntes pode ser ocasionado em função do 
desbalanceamento da rede de alimentação, ou da bobinagem incorreta. 
 
Limites: 
 
Para motores IV, VI e VIII pólos, este desequilíbrio não deve exceder ao 
limite de 10% (DI ≤ 10%); 
Para motores II pólos, o desequilíbrio máximo admissível é de 20% (DI ≤ 
20%). 
 
Exemplo : 
 
Motor trifásico 10CV, IV pólos, 220/380V 
 
 I1 = 15 A I2 = 12 A I3 = 11 A 
 
MTF (média das correntes das três fa ses) = (I1 + I2 + I3) / 3 = (15 + 12+ 11) / 3 
 
MTF = 12,6 A 
 
 29 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
DMD = I1 – MTF = 15-12,6 = 2,4 A 
 
DI = ( 2,4 / 12,6 ) X 100 = 19% → o motor ou a rede de alimentação está 
com problema ! 
 
 
 
3.1.5 - Teste de Tensão Aplicada 
 
 Finalidade : Verificar falha no isolamento do motor,e se há fuga de 
corrente para a massa. 
 
Procedimentos: Deve-se ter um transformador monofásico (3KV) ou 
HI – POT; Juntar os terminais do motor e conectar um terminal do 
equipame nto aos cabos do motor e o outro à carcaça; Ajustar 
gradativame nte a tensão de teste num i ntervalo de 60 segundos (1000V + 
2 x tensão nominal do motor) e deixar aplicada por mais 60 segundos; A 
falha no isolamento será detectada se houver fuga de corrente para a 
carcaça (choque). O defeito será detectado atravé s da deflexão do 
ponteiro do voltímetro; 
 
 
Este ensaio também tem o objetivo de avaliar a condição de 
resistência do isolamento dos motores, portanto pode ser suprimido, caso a 
resistência já tenha sido verificada. 
 
* Este teste não deve ser repetido com fr eqüência, pois danifica o 
material isolante. 
 
 
3.1.6 - Loop Test 
 
Finalidade: O Loop-Test tem como objetivo testar o núcleo m agnético 
do estator, antes de rebobinar um motor, para veri ficar se há ponto 
quente no núcleo de chapas. 
 
O que é um ponto quente e qual sua conseqüência? 
 
Caso o isolamento elétrico existente entre as lâminas do estator seja 
danificado em algum ponto (devido a um curto -circuito dentro da 
ranhura, por exemplo), ocorrerá um aumento muito grande das 
correntes parasitas naquele ponto, pr ovocando um 
 
 30 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
superaquecimento. Ou seja, aparecerá um ponto quente no núcleo de 
chapas. Se um motor que apresenta ponto quente for rebobinado, 
quando estiver operando com carga irá apresentar aquecimento 
anormal da carcaça, podendo sobreaquecer também os rol amentos 
(devido a maior dificuldade em dissipar seu calor). Como 
consequência, em pouco tempo poderá ocorrer falha do rolamento 
e/ou nova queima do motor. Saliente -se que o ponto quente irá 
sobreaquecer o motor praticamente sem aumentar a corrente, e nesse 
caso o relé térmico não protegerá o motor. 
 
Quando deve ser feito o Loop -Test? 
 
 O loop-test deve ser feito sem pre que um motor queimado apresentar 
características de possível danificação do isolam ento entre lâminas do 
estator. 
 
 
 
 
 
Como exemplos de ssas características podemos citar : 
 
• Curto-circuito dentro da ranhura ou na saída da ranhura, provocado 
por falha do material isolante; 
• Curto-circuito dentro da ranhura, provocado pelo mo tor arraste do 
rotor; 
• Marcas de arraste do rotor no estator, mesmo que o arraste não tenha 
provocado curto -circuito dentro da ranhura; 
• Sobrecarga violenta, provocando carbonização do material isolante. 
 
Procedimento : O loop-test consiste em se criar um campo magnético 
no núcleo de chapas, mediante a aplicação de tensão em um 
solenóide conforme visto na figura 1. Para o cálculo do número de 
espiras e da bitola do fio para a montagem do solenóide, deve -se 
observar as figuras 1 e 2 e aplicar as equações abaixo : 
 
 
Z = 375.000 x U (Espiras) D1 = 2R1 + 2hn1 
(mm) 
 f x (2R2 – D1) x L 
 
 
S = 37.500 x U x (2R2 + D1) (mm 2) 
 f x Z 2 x L x (2R2 – D1) 
 
 31 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
 
 
Simbologia : 
 
U = tensão (V) a ser aplicada no solenóide hn1 = altura da ranhura 
(mm) 
f = frequênci a (Hz) da tensão U L = comprimento do pacote 
de chapas (mm) 
R2 = Raio externo do estator (mm ) Z = número de espiras 
necessárias para o solenóide 
R1 = Raio interno do estator (mm ) S = seção do condutor a ser 
utilizado no solenóide 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esquema ilustrativo para realização do Loop Test, e detalhe das 
medidas a serem verificadas para cálculo do solenóide 
 
Após calculado e montado o solenóide, aplica -se a tensão U em seus 
terminais, e verifica -se a temperatura em div ersos pontos do núcleo 
durante aproximadamente trinta minutos. Caso algum ponto do núcleo 
 
 
 Figura 1 Figura 2 
 
 
 32 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
venha a aquecer pelo menos 10ºC acima da temperatura dos outros 
pontos, deverá ser considerado como um ponto q uente. Nesse caso, o 
núcleo magnético deverá ser condenado e substituído. 
 
 
Observações : 
 
• A figura 1 mostra a carcaça completa (carcaça + estator) para 
simplificar o desenho. O teste é feito com o núcleo dentro da carcaç a; 
• O loop-test deverá ser feito com o estator limpo, isto é, sem o bobinado 
queimado; 
 
 
 33 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
 
 
3.1.7 - Teste Para Verificação de Rotor Falhado 
 
 Finalidade : Detectar falhas no rotor. 
A ocorrência de falhas (barras rompidas) em rotores de motores 
elétricos não é um problema comum. Porém pode acontecer, em função 
de um desvio no processo de fabricação, ou por excesso de solicitação do 
motor(sobrec argas, elevados números de partidas num curto intervalo de 
tempo), devido às correntes elevadas no rotor. 
 
 Procedimento : 
 
Figura 1 - Esquema ilu strativo da realização do teste em motor 
trifásico 
 
Para verificar a existência de falha no rotor, temos dois métodos simples e 
práticos: 
 
 
1- Teste das Duas Fases - Pode ser aplicado em motores trifásicos e 
monofásicos 
 
A – Motor Trifásico 
 
Deve-sealimentar o motor somente em “duas” fases, com 
freqüência nominal e tensão reduzida (até 50% da tensão nominal), 
conectando em uma das fases um amperímetro analógico(de 
ponteiro) em s érie (Conforme figura). 
 
Em seguida alimentar o motor e girar lent amente o rotor com a 
mão, pela ponta do eixo. Caso o mesmo ofereça resistência em 
determinadas posições, devemos girá -lo com velocidade maior. 
Observar o ponteiro do amperímetro durante o giro do eixo, 
pois se oscilar demasiadamente, o rotor certamente es tará falhado. 
 
 34 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
 
 
B – Motor Monofásico 
 
 Deveremos alim entar somente a bobina principal, e seguir o mesmo 
procedimento de análise do motor trifásico 
Após alimentarmos o motor, giramos o eixo e observamos o 
comportamento do ponteiro no alicate amperím etro 
 
 2 – Teste com Indutor Eletromagnético 
 
 Conhecido normalmente como teste do “tatu”, é realizado com o 
motor desmontado. Coloca-se um i ndutor em contato com o rotor. 
Quando o tatu é energizado, induz a circulação de corrente nas barras do 
rotor, principalmente naquelas que estão sob ele. A verificação do rotor 
falhado é feita, testando -se cada barra com uma lâmina de serra ou 
limalha de ferro. O teste consiste em segurar a lâmina sobre a barra ou 
espalhar a limalha de ferro sobre o rotor. Em uma condi ção normal, a 
lâmina de serra vibra, ou se for realizado com limalha, se formarão linhas 
na mesma direção das barras do rotor em função da circulação da 
corrente na barra do rotor. Caso a lâmina de serra não vibre, ou a limalha 
não se “prender”, muito prov avelmente a barra estará rompida, pois nesta 
situação não haveria circulação de corrente na barra. 
 
 
 35 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
Figura 2 - Esquema ilu strativo do teste do “tatu”. As dimensões do 
eixo e do indutor estão fora de escala 
 
Após alimentarmos o indutor eletromagnético “tatu” passamos a 
lâmina ou limalha de ferro por toda a superfície do rotor. 
 O nível de indução do rotor será proporcional ao tamanho do eixo e 
do indutor utilizado. 
 
 
 36 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
 
Comentários : 
 
 1 - Estes dois métodos, são simp les e não possuem uma 
confiabili dade total no resultado, porém já vem sendo utilizado por muitos 
Assistentes Técnicos e tem atendido as expectativas. 
 2 - Existem outros métodos para verif icação de falhas no rotor. Um 
método mais preciso é o do expectro de corrente, porém utiliza um 
equipamento bastante sofis ticado, além do fato de que o mo tor deve ser 
testado com carga. 
 3 - Outra forma de se verificar a existência de falha do rotor, é 
obviamente, ter -se um outro motor igual, mas que não apresente 
problemas. Desta forma pode-se testar o motor duvidoso utilizando o rotor 
de outro motor. 
 
 
 37 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
ANEXO I 
 
Cálculo Para Mudança de Tensão 
 
 
 
Finalidade : Modi ficar a tensão de alimentação 
 
Procedimento : Para fazer o cálculo de mudança de tensão, 
orientamos utili zar a tensão, de preferência, em triângulo ( ∆), por exemplo: 
 
- 220/380V, usar 220V; 
- 380/660V, usar 380V; 
- 220/380/440/760V, usar 440V. 
 
OBS.: As mudanças só ocorrem no núm ero de espiras e na seção do fio 
(mm 2), o restante dos dados continuam os mesmos, como liga ção, 
camada, passo, etc. 
 
 Equações para o cálculo : 
 
 1 -) NE= TN . NEA 
 TA 
 
 2-) SF= TA . SFA(mm2) 
 TN 
Onde: 
 
TA: Tensão Atual do Motor (V) 
TN: Nova Tensão (V) 
NEA: Número de Espiras Atual 
NE: Número de Espiras para a Nova Tensão 
SFA: Seção do Fio Atual (mm 2) 
SF: Seção do Fio para Nova Tensão (mm 2) 
 
 38 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
 
Exemplo : 
 
Seqüência de cálculo para modificação de tensão de 220/380V para 
380/660V. 
 
Dados do Motor Atual: 
 
Tensão: 220/380V 
Espiras: 50 
Fio: 2 x 20 (AWG) 
Seção total: 1,006 mm 2 
 
1-) Cálculo da quantidade de espiras para a nova tensão (NE): 
 
 NE= TN . NEA NE= 380 . 50 = 86,3 espiras 
 TA 220 
 
NE = 86 espiras * 
 
 
 
 
Importante: Para se obter o número de espiras da nova tensão, o NE 
calculado deverá ser arredondado para um número inteiro. O critério de 
arredondamento é o seguinte: se o número após a vírgula for menor que 5, 
o número de espir as será o próprio valor calculado conforme feito em 
nosso exemplo acima. Porém s e o número for igual ou maior que 5 , deve-
se acrescentar uma espira ao valor calcul ado. 
Por exemplo, supondo que o motor atual tivesse 52 espiras, o cálculo seri a: 
 
 NE= TN . NEA NE= 380 . 52 = 89,8 espiras
 TA 220 
 
NE = 90 espiras 
 
Neste caso, o motor deveria ser rebobinado com 90 espiras. 
 
2-) Cálculo da seção de fio para a nova tensão (SF): 
 
Inicialmente calcula -se a seção de cobre para a tensão atual: 
SFA= 2 x 0,503 mm 2 
 
 39 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
SFA= 1,006 mm 2 
 
 
Posteriormente calcula -se a seção do fio para a nova tensão: 
 
 SF= TA . SFA(mm 2) SF= 220 . 1,006 = 0,582 mm 2 
 TN 380 
 
Definição dos fios para a nova tensão: 
A seção total dos fios a serem utilizados na nova tensão não poderá diferir 
em mais que 3% em rel ação ao SF calculado no item anterior. 
Se em nosso exemplo fôssemos usar 1 fio 23 AWG e 1 fio 22 AWG, a seção 
total seria: 
0,246 mm 2 +0,312 mm 2= 0,558 mm 2 
0,558 = 0,96 96% (4% de diferença) 
0,582 
 
Então a combinação de fios escol hida não serve, pois a diferen ça ficou 
maior que 3%. 
Vamos tentar uma nova combinação: 
3 fios 24 AWG 
3 X 0,196 mm 2 = 0,588 mm 2 
0,588 = 1,01 101% (1% de diferença) 
0,582 
 
 
Significa que a combinação de fios escolhida ficou dentro da tolerância 
permiti da (3%). 
Sugerim os que sejam usadas no máximo 2 bitolas diferentes e “vizinhas” 
para a combinação de fios. 
 
Exemplo: 1x24+1x 25 (AWG) – Combinação Correta 
 1x24+1x25+1x26 (AWG) – Combi nação Incorreta 
 1x26+1x22 (AWG) – Combi nação Incorreta 
 
 
Então para a no va tensão, 380/660V, o motor seria rebobinado com 36 
espiras e 3 fios 24 AWG. 
 
 
 
 
Observação: 
 
 
 40 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
Quando a mudança de tensão é de 440V para 220V , deve-se 
verificar qual é ligação das bobinas. Se for série, basta abrir as ligações e 
passar para paralela . Se fo r paralela deve-se rebobinar o motor utilizando 
o cálculo acima. 
 Quando a mudança de tens ão for de 220V para 440V e a ligação 
for paralela, basta passar para ligação série , se for série deve -se rebobinar 
o motor utilizando o cálculo acima. 
 
 
 
 
 
ANEXO II 
 
 Investigação de Desequilíbrio de Corrente 
 
 
 
Para se investigar a ocorrência de um desequilíbrio de corrente é 
fundamental que o motor seja inspecionado no próprio l ocal de 
instalação. O motor somente dever á ser retirado de sua base caso 
tenha-se certeza de que a causa do desequilíbrio de corrente esteja 
no motor. 
 
Durante a investigação, sugerimos a realização de dois testes : 
 
1 - Verifi cação do desequilíbrio de tensões : 
 
Normalmente um desequilíbrio de corrente é provocado por algum 
desequilíbrio de tensão. Um desequilíbrio de tensão de 1%, por 
exempl o, pode provocar um desequilíbriode corrente de até 5% ou 
mais. Para se calcular o desequilíbrio de tensão deve -se seguir o 
seguinte roteiro : 
 
a) Medir e registrar as tensões entre fases (Vrs, Vst e Vtr) com o motor em 
operação normal. As medições devem ser feitas preferencialmente nos 
terminais do motor e não no painel. 
 
b) Calcul ar a tensão média ( Vm ) : Vm = (Vrs +Vst + Vtr) / 3 
 
c) Calcular as diferenças entre as tensões das fases e a tensão média (dif) 
: 
 
 41 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
dif 1 = Vm – Vrs dif 2 = Vm – Vst dif 3 = Vm – 
Vtr 
 
d) Identificar o maior dif calculado no ítem anterior, desprezando -se os 
sinais negativos, e calcular o percentual de desequilí brio : 
 
% desequil íbrio = ( maior dif / Vm ) * 100% 
 
OBS : O desequilíbrio de corrente é calculado da mesma maneira, 
aplicando-se os valores de corrente nas fórmulas acima. 
 
 42 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
Exemplo : 
 
Vrs = 445V Vst = 435V Vtr = 442V 
 
Vm = ( 445 + 435 + 442 ) / 3______________________Vm = 440,67V 
dif 1 = 440,67 – 445______________________ _______dif 1 = 4,33V 
(desprezando-se o sinal negativo) 
dif 2 = 440,67 – 435______________________ _______dif 2 = 5,67V 
dif 3 = 440,67 – 442_________________ ____________dif 3 = 1,33V 
(desprezando-se o sinal negativo) 
 
% desequilíbrio = ( 5,67 / 440,67 ) * 100%___________ % desequilíbrio = 
1,29% 
 
 
Importante : A norma ABNT 7094 / 96, em seu Anexo B, define que um 
motor elétric o poderá fornecer a potência nominal desde que o 
desequilíbrio entre as tensões não ultrapasse 1%. Em sistemas elétricos 
em que o desequilíbrio de tensões ultrapasse 1%, a potência exigida do 
motor deverá ser reduzida conforme tabela abaixo, a qual foi ext raída 
de um gráfico da Norma. 
Desequilíbrio de 
tensão 
Redução na potência 
1 % 0 % 
2 % 4,9 % 
3 % 10 % 
4 % 16 % 
5 % 24 % 
 
 
 2 - Verificação da fonte de desequilíbrio (motor ou sis tema elétrico) 
 
Para esta identificação deve -se utilizar o método da tra nsposiç ão das 
fases de alimentação do motor. Inicialmente deve -se medir e regi strar 
as correntes de operação do motor, conforme mostrado na figura 1: 
Ir1, Is2 e It3. 
 
 43 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
 
Posteriormente deve-se desconectar o motor e reconectá -lo 
transpondo as fases, conf orme está mostrado na figura 2. Observe que 
as três fases foram trocadas (transpostas) e o motor irá girar no mesmo 
sentido que estava girando originalmente. É muito importante que a 
transposição seja feita na caixa de ligação do motor, e não no painel . 
Então deve-se medir e registrar as correntes Ir2, Is3 e It1. 
 
Para se identificar onde está a fonte do desequilíbrio de corrente, 
deve-se comparar as correntes medidas antes e após a transposição, 
da seguinte maneira : 
 
1- Se Ir2 = Ir1 , Is3 = Is2 e It1 = It3 ----------‡ fonte do desequilíbrio está 
no sistema elétrico 
 
2- Se Ir2 = Is2 , Is3 = It3 e It1 = Ir1 -----------‡ fonte do desequilíbrio está 
no motor 
 
 
 
 
 Salientamos que a experiência tem mostrado que normalmente a fonte 
do desequilíbrio de corrente não está no motor mas sim no sistema elétrico 
que alimenta o motor : desequilíbrio de tensão da rede, cargas 
monofásicas ligadas de maneira desequilibrada no circuito trifásico, cabos 
de alimentação muito longos, mal contatos em chaves e/ou co ntatores, 
etc. Porém se mesmo assim ficar comprovado que o motor é o responsável 
pelo desequilíbrio de corrente, ele deverá ser inspecionado. Deve -se medir 
a resistência do bobinado com as três fases abertas, utilizando um medidor 
adequado (ponte Kelvin ou ponte de Wheatstone), procurando ident ificar 
um possível desequilíbrio entre as resistências. Pelo projeto os motores 
 
 44 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
podem admiti r uma diferença de até um m áximo de 3% ent re a resistência 
de uma fase e a resistência de outra fase. Caso haja uma diferença maior 
que 3%, deve -se abrir o motor e fazer -se uma inspeção para verificar se 
não existem erros de ligação e/ou soldas defeituosas nas conexões, que 
sejam possíveis de corrigir. Se o bobinado estiver perfeito, o motor deverá 
ser rebobinado, pois provavelm ente o problema estará na própria 
bobinagem do motor (diferença na quantidade de espiras e/ou na bitola 
dos fios). 
 
 
 
 
 
4. MANUTENÇÃO MECÂNICA; 
 
4.1. MANCAIS DE ROLA MENTO: 
 
 Mancais de rolamento, ou simplesmente rolamento, são mancais 
onde a carga é t ransferida através de elementos que apresentam 
movimento de rotação, conseqüên temente chamado atrito de rolamento . 
 
 
Exemplo de um rolament o rígido de uma carreira de 
esferas. 
Pista externa 
 
 
Pista interna 
 
 
 
 
Elemento 
rolante 
 
 
 45 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
4.1.1. Classificação dos Rolamentos: 
 
Os rolamentos são classificados da acordo com: 
• Tipo do rolamento; 
• Largura; 
• Diâmetro do furo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
X X X X 
 
 
Exemplo: 
6 2 09 09 x 5 = 45 mm (furo do rolamento) 
 
A maioria dos motores utilizam rolamentos de uma carreira de esferas, 
tanto no mancal dianteiro quanto no mancal traseiro. 
 
O primeiro algarismo ou série de letras 
indica o tipo do rolamento. 
O segundo algarismo in dica a 
largura e diâmet ro externo do 
rolamento . 
Os dois últimos al garismos, 
multiplicados por 5, 
indicam o diâm etro do 
furo do rolamento em 
Rolamento rígido de uma carreira 
 
 46 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
NU 3 22 22 x 5 = 110 mm (furo do rolamento) 
 
Utiliza-se rolamentos de rolos cilí ndricos quando o motor é subme tido a 
um grande esforço radial, por exem plo, acoplado com poli as e correias. 
 
! Não recomenda -se a utilização de rolamentos de rolos cilíndricos em 
acoplamentos diretos. 
 
 
 
Exceções: 
 
Os rolamentos da série XX01, XX02 e XX03 não apresentam diâmetro do 
furo conforme regra acima: 
• XX01: furo de 12mm; 
• XX02: furo de 15mm; 
• XX03: furo de 17mm; 
 
 
4.1.2. Vedações: 
 
A indicação da vedação do rolamento vem após a numeração 
(sufixo). 
 
• Z – proteção metálica (bli ndagem) em apenas um dos lados do 
rolamento; 
• 2Z – dupla proteção metáli ca (blindagem em ambos os lados do 
rolamento); 
• 2RS / DDU – dupla vedação de borracha, com contato (ambos os lados 
do rolamento). 
 
Exemplo: 
 
 
 47 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
6203 – ZZ: rolamento de esferas, série de largura 3, furo de 17mm, com 
dupla vedação metálica (blindagem). 
 
 
4.1.3. Folgas Internas: 
 
• As folgas indicadas no rolamento são medidas radialmente (folga entre 
os elementos rolantes e as pis tas); 
• São indicadas após a numeração do rolamento (sufixo); 
• Em ordem crescente: C1 - C2 - NORMAL - C3 - C4 - C5; 
 
Exemplo: 
 6309 – C3: rolamento de esferas, série de largura 3, furo de 45mm, 
folga radial C3 (maior que a normal). 
 
 
 ! A partir do modelo 160 M os motores WEG utilizam rolamentos c om 
folga C3. 
É extremamente importante manter esta característica durant e as 
manutenções. 
 
 
 
 
 
 
4.1.4. Orientações para armazenamento de rolame ntos: 
 
• Manter na embalagem original; 
• Ambiente limpo, seco, isento de vibrações, goteiras; 
• Temperatura entre 10ºC e 30ºC; 
• Umidade do ar não superi or a 60%; 
• Não estocar sobre estrados de madeira verde, encostados em paredes 
ou sobre chão de pedra; 
• Manter afastados de canalizações de água ou aquecimento; 
• Não armazenar próximo a ambientes contendo produtos químicos ; 
• Empilhamento máximo de cinco caixas; 
• Rolamento pré-lubrificados (sufixo Z, ZZ, DDU, 2RS) não devem ser 
estocados mais de dois anos; 
 
 48 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
• Efetuar rotativi dade de estoque (consumi r primeiro os mais antigos); 
! Quandoo rolamento estiver instalado no motor, gir ar mensalmente o 
eixo para renovar a lubrificação das pistas e esferas. 
 
4.1.5. Desmontagem de Rolamentos: 
 
 Existem várias maneiras de proceder a desmontagem de rolamentos. 
No caso dos motores WEG, os assentos de rolamento são do tipo cilíndrico 
. Para este arranjo, pode -se proceder a desmontagem por meio 
mecânico, hidráulico, por injeção de ó leo ou aquecime nto. A escolha do 
método de desmontagem pode depender do tamanho do rolamento. 
Para os rolamentos utilizados nos motores WEG, o uso de ferramen tas 
mecânicas e hidráulic as é suficiente. Rolamentos maiores pode m requerer 
uso de aquecimento. 
 
Ferramentas Mecânicas: 
 Os rolamentos de porte pequeno e médio (até 6312) podem ser 
desmontados utilizando -se um extrator, sendo que as garras deverão se 
apoiar no anel interno (o rolamento é montado com interferência no eixo) 
. 
 Para evitar danos ao assento de rolamento, o extrator deverá estar 
posicionado corretamente; o uso de extratores autocentrantes evitam 
danos e tornam a desmontagem m ais rápida. 
 
Extrator apoiado no anel interno do rolamento. 
 
 
 
 49 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
Os rolamentos de tamanho médio com ajuste interferente no eixo 
requerem uma considerável força para desmontá -los, sendo 
recomendado um extrator hidráulico autocentrante. 
 
 
 
A desmontagem a quente é utilizada na remoção de anéis internos 
de rolamentos de rolos cilíndricos. 
Os fabricantes de rolamentos desenvolveram um sistema prático e 
rápido para este procedimento. Trata -se de um anel de alumínio que pode 
ser forneci do para todos os tamanhos de rolamentos de rolos (NU, NJ e 
NUP). A desmontagem é simples: primeiro retire o anel externo com rolos e 
gaiola; depois passe um óleo resistente à corrosão e bastante viscoso na 
pista do anel interno. Aqueça o anel de alumínio até apro xim adamente 
280°C e coloque -o ao redor do anel interno; comprima -o com as alças da 
ferramenta. Quando o anel interno estiver dilatado, desmonte -o junto com 
o aquecedor e separe -os imediatamente um do outro. 
Também pode-se usar um aquecedor por indução, quando não se 
dispõe destes anéis e as desmontagens s ão freqüentes. 
 
 
 
 
Extrator Hidráulico 
 
 50 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
Anel de alumínio para desmontar o anel int erno de rolamentos de 
rolos cilíndricos. 
 
 
Algumas dicas para a desmontagem dos rolamentos: 
• Sempre substitua as vedações de borracha: v ‘ring e/ou retentores; 
• Assegure-se de que o eixo esteja bem fi rme, do contrário podem haver 
danos ao rolamento e ao eixo; 
• Se o rolamento será reutilizado, montar na mesma posição no eixo. 
Antes da desmontagem marque cada rolamento e suas posições; 
! Nunca utilize martelo diretamente sobre o rola mento. 
 
 
 
 
 
 
 
 51 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
4.1.6. Montagem de Rolamentos: 
 
 É necessário usar o método correto na montagem e observar as 
regras de limpeza para que o rolamento funcione satisfatoriamente. A 
montagem deve ser feita em local limpo e seco. 
 A montagem pode ser feita de 4 maneiras: mecânica, hidráulica, 
por injeção de óleo e aquecimento. Os fabricantes de rolamentos 
fornecem a maioria das ferramentas para a montagem. Rolamentos 
pequenos podem ser montados a frio, utilizando uma prensa (até 6312). 
Rolamentos maiores utiliza -se aquecimento. 
 
Montagem a Frio: 
 A montagem de rolamentos com furo de até 60 mm pode ser feita 
com prensa hidráulica ou mecânica. Uma bucha deve ser usada entre a 
prensa e anel interno do rolamento. 
 
Montagem a Quente: 
 Rolamentos grandes são difíceis d e serem montados a frio, portanto 
o rolamento ou um de seus anéis podem ser aquecidos para facilitar a 
montagem. 
 A diferença de tem peratura entre o rolamento e o assento do eixo 
varia em função do ajuste. Normalmente 80 a 90°C acima da te mperatura 
do eixo é suficiente para a montagem. 
! Nunca aqueça o rolamento acima de 125ºC. 
 
Utilize um termômetro p/ verifi car a temperatur a do rolamento. 
 
 Banho de óleo: 
TERMÔMETRO 
 
 
Banho de óleo 
 
 
Separador 
 
 52 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
Banho de óleo garante um aquecimento homogêneo, além de ser fácil 
avaliar a temperatura do ba nho. Nunca deixe o rolament o em contato 
direto com a superfície aqueci da em banho de óleo. 
 
 53 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
Aquecedor Indutivo: 
 
Os aquecedores por indução podem ser usados na montagem de 
rolamentos com interferência no eixo.Neste caso a montage m é mais 
rápida e simples e o rolamento pode estar engraxado. 
! Medir a temperatura no anel interno do rolamento: não ultrapassar 125°C. 
! Utilizar desmagnetizador para impedir circulação de corrente elétrica 
pelo rolamento. 
 
 
 
 
Aquecedor indutivo de Rolam entos 
 
 
 
 
 54 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
!Jamais aplique chama diretamente sobre o 
rolamento. 
 
 55 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
4.1.7 Anéis de Fixação do Rolamento 
 
Rolamentos de Esferas: 
O sistema utilizado pela WEG Motores mantém o rolamento dianteiro 
travado axialmente, sendo o traseiro livre , com molas de pré -carga. 
 
 
1:Anel de Fixação Externo do Rolamento Dianteiro; 
2: Rolamento Dianteiro; 
3: Anel de Fixação Interno do Rolamento Dianteiro; 
4: Anel de Fixação Interno do Rolamento Traseiro; 
5: Rolamento Traseiro; 
6: Anel de Fixação Extern o do Rolamento Traseiro; 
 
Rolamentos de Rolos: 
Quando utiliza-se rolam entos de rolos cilíndricos, ambos os 
rolamentos, dianteiro e traseiro, são travados axialmente: 
 
123
Rolamento Fixo
456
Folga axial 2.5mm
Deta lhe Mola
 Mancal Dianteiro. Mancal Traseiro. Detalhe da Mola de Pré -carga. 
6 45
Rolamento fixo
123
Rolamento Fixo
 Mancal Dianteiro de Rolos Ci líndricos Mancal 
Traseiro de Esferas 
 
 56 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
! Cuidado para não alterar a posição dos anéis de fixação dos 
rolamentos. 
 
 
 57 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
4.1.8. Algumas dicas: 
 
• Ao proceder a medição do assento de rolamento, espere atingir o 
equilíbrio térmico entre o eixo e o equipamento de medição 
(micrômetro); 
• Faça a medição em dois planos para verificar cilindricidade. Em cada 
plano faça 4 medições e efetue a média. A diferença da média entre 
os dois planos não deve ser superior que a metade do intervalo de 
tolerância par a o assento do rolamento: 
 
 
 
 
 φ1 φ2 
 
Exemplo: 
Diâmetro do assento de rolamento dianteiro: 17k6: 17,001 – 17,012. 
Portanto o intervalo de tolerância é de 0,011mm. A diferença entre as 
medições nos 2 planos não deve ser superior a ~ 0,0055mm; 
• A ovalização máxima do assento do rolamento não deve ser superior a 
50% do campo de tolerância especificado: 
 
 
 
 
 
 
Exemplo: 
Diâmetro do assento de rolamento dianteiro: 17k6: 17,001 – 17,012. 
Portanto o intervalo de tolerância é de 0,011mm. A diferença entre 
duas medições no mesmo planos não deve ser superior a ~ 0,0055mm; 
• Ao retirar um rolamento de seu assento é normal q ue se tenha um 
“amassamento” das rugosidades superficiais, com conseqüente 
redução da interferência; 
• Assentos de rolamento oxidados ou cônicos causam deformações no 
anel interno do rolamento, reduzindo sua vida útil; 
• Ambientes com muitos contaminantes (par tículas, pó, umi dade) 
requerem um sistema de vedação adequado, como labirinto taconite 
ou retentor; 
• No caso de trocas constantes de rolamentos, deve -se estudar a causa 
do problema que está levando os mesmo s a falha; 
• Se a troca é inevitável, os cuidados n a montagem e desmontagem 
devem ser seguidos a risca para evitar danos ao eixo. Prefira os 
∅1 ∅2 
 
 58 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOSprocedimentos a quente para não danifi car o assento no mom ento da 
colocação do novo rolamento; 
• Avalie o estado do assento do rolamento antes de proceder a 
montagem; 
• Se for necessário “metalizar” o eixo, faça uma retífica no assento para 
garantir a dimensão e o acabamento. Não esqueça de verificar o 
batimento radial do rotor e da ponta de eixo; 
 
 
 
 
4.2. LUBRIFICAÇÃO: 
 
 Os objetivos da lubrificação dos rolamentos são: 
• Reduzir o atrito e desgaste; 
• Prolongar a vi da do rolamento; 
• Dissipar calor; 
• Reduzir temperatura; 
• Outros: vedação contra entrada de corpos estranhos, proteção contra 
a corrosão do mancal, etc. 
 
Os métodos de lubrificação se dividem em lubrificação a óleo e graxa. 
Em motores elétricos, a lubrificação com graxa é mais utilizada devido a 
sua simplicidade e baixo custo de operação. 
 
 
4.2.1. Lubrificação com Graxa: 
 
A graxa é um lubrificante líquido (óleo) engrossado para formar um 
produto sólido ou semi -fluido, por meio de um agente espessante. Outros 
componentes que confiram propriedades especiais podem estar presentes 
(aditivos). 
 
GRAXA = ÓLEO + ESPESSANTE + ADITIVOS 
4.2.2. Características da lubrificação com Graxa: 
 
Vantagens da Graxa: 
• Lubrificam e vedam; 
Mineral; 
Sintético
; 
Vegetal; 
 Lítio; 
Complexo de 
lítio; 
Complexo de 
cálcio; 
Anti -Oxidante; 
Anti -Corrosivo; 
Anti - Desgaste; 
Agente de 
Adesividade, etc.
 
 59 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
• Reduzem o barulho; 
• Não necessitam bombeamento. 
 
Desvantegens da Graxa: 
• Não trocam calor; 
• Não removem contami nantes; 
• Menor poder de penetração; 
• Não fluem. 
 
 
 
Por que relubrificar os rolamentos? 
 
Rolamentos engraxados devem ser relubrific ados se a vida útil da graxa 
for menor que a vida útil esperada do rolamento. 
 
O que influencia na vida da graxa? 
 
• Temperatura; 
• Contaminantes; 
• Vedações deficientes. 
 
O que acontontece se o rolamento não é relubrificado? 
 
• A graxa pode endurecer, perdendo suas propried ades lubrificantes; 
• Pode haver acúmul o de contaminantes, reduzindo drasticamente a 
vida útil do rolamento. 
 
 
4.2.3. Falhas na Lubrificação: 
 
Excesso de Graxa ocasiona: 
 
• Resistência ao Movimento; 
• Aumento da Temperatura; 
• Redução da vida útil do rolamento e d o lubrificante; 
• Penetração de parte da graxa sobre o bobinado do motor; 
• Aumento da temperatura do bobinado e queda da resistência de 
isolamento. 
 
Falta de Graxa ocasiona: 
 
• Rompimen to da película lubrificante; 
• Aumento do atrito e temperatura do rolamento; 
 
 60 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
• Início de descascamento nas pistas do rolamento; 
• Travamento do rolamento por excesso de temperatura e falta de folga 
radial. 
 
 
 
 61 
INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
 
Quantidade de Graxa: 
 
Para lubrificação de rolamentos, pode -se usar a equação: 
 
 
 
Onde: 
 
D = diâmetro externo do rolamento [ mm]. 
B = largura do rolamento [ mm]. 
 
 
Recomendações para Relubrificação e Manuseio da Graxa: 
 
• Evitar o preenchimento excessivo dos mancais; 
• Em rolamentos novos, preencher os espaço vazio do rolamento com 
graxa; 
• Preencher cerca de 2/3 dos anéis de fixação do rolamento com graxa; 
 
 
• Em relubrificações, utilizar somente pistola engraxadeira manual; 
• Manter os recipientes com graxa sempre fechados, para evitar 
contaminação; 
• Manter a superfície da graxa sempre nivel ada; 
• Manter afastada de fontes de ignição; 



= g 
200
DXBG
Correto preenchim ento do anel de fixação do 
 
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• Evitar contato contínuo com a pele. Limpar respingos que 
eventualmente aconteçam. 
! Evite sempre a mistura de graxas. 
 
 
 
 
4.3 RELUBRIFICAÇÃO D E ROLAMENTOS DE MOTO RES ELÉTRICOS: 
 
 Relubrificar não é simplesmente adicionar graxa ao mancal do motor. 
Consiste em colocar a quantidade e o lubrifi cante indicado, no intervalo 
previsto e no local certo. Para isso recomenda -se a adoção de um 
procedimento de relubrificação baseado nas recomendações abaixo: 
 
4.3.1. Motores sem Graxeira: 
 
Os motores carcaça 63 até 132M nã o possuem pino graxeiro e são 
equipados com rolamentos de dupla vedação metálica (ZZ). Este tipo de 
rolamento não permite relubrificação, sendo portanto lubrificados para a 
vida. Ao fim de sua vida útil devem ser retirados e substituídos. 
 
Motores 160M até 200L são norm almente enviados sem pino graxeiro. 
Para estes motores deve -se adotar o procedimento abaixo: 
 
• Remover as tsmpas com cuidado para não danific ar os rolamentos; 
• Lavar com querosene ou óleo diesel; 
• Não girar sem lubrificante; 
• Colocar óleo fino e inspecionar; 
• Lubrificar com graxa indicada, preenchendo os espaços internos do 
rolamento. 
 
! Para esta operação os rolamentos não necessitam ser retirados do 
eixo. 
 
4.3.2. Motores com Graxeira: 
 
Os motores carcaça 160M até 200L podem ser fornecidos com pi no 
graxeiro como ítem opcional. 
Os motores 225S/M até 355M/L são fornecidos com pino graxeiro. Para 
este motores deve-se adotar o procedimento abaixo: 
 
• Limpar o bico do pino graxeiro; 
 
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• Se possível, adicionar a quantidade de graxa recomendada com o 
motor em operação; 
• Caso o motor não possa ser relubrificado em operação, adicionar 
metade da graxa indicada na lubrificação com o motor parado; 
• Funcionar o motor; 
• Colocar o restante da graxa; 
• Não relubrificar mais que a quantidade indicada e em menor tempo 
que o previsto; 
•• Não misturar tipos diferentes de graxas; 
•• Utilizar somente pistola engraxadeira manual para esta operação. 
 
 
 
4.4. VEDAÇÕES: 
 
4.4.1. Anel V’ring: 
 
 Vedação utilizada nos motores da linha standard e Alto Rendimento, 
IP-55. 
 
 
 
Aplicação: 
 
• Vedador o u anel raspador em movimentos relativos. 
 
 
Instalação: 
 
• Sobre o eixo, do lado externo do motor, com lábio montado com 
determinada pressão em contato com a tampa e/ou anel de fixação 
do rolamento. 
 
Cuidados: 
 
• Instalar com uma determinada pressão na direção do m otor; 
 
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• O lábio deve ser lubrificado com uma fina camada de óleo ou graxa 
para perfeita vedação; 
• Substituir sempre que houver intervenção no motor. 
 
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4.4.2. Retentor: 
 
 Utilizado em motores submetidos a ambientes com umidade e/ou 
contaminantes líquido s. Podem ser do tipo sem mola (lip seal) ou com mola 
(oil seal). O padrão WEG para motores IP -56 é o tipo sem mola. 
 
Aplicação: 
 
• Utilizado para impedir a entrada de líquidos através do eixo do motor. 
 
Instalação: 
 
• Nas tampas dianteira e traseira do motor . 
 
Cuidados: 
 
• Não apertar o retentor antes da sua instalação pois pode provocar 
ovalização; 
• Não tocar no lábio interno evitando contaminação e deformação; 
• Instalar com equipamentos apropriados para obter centralização 
tampa/eixo; 
• Utilizar retentor composto de material aprovado para a aplicação: 
- Poliacrílico: temperaturas normais de operação; 
- Borracha Nitrili ca: até 120°C; 
- Viton: temperaturas extremas, como estufas; 
• Passar uma fina camada de óleo ou graxa nos lábios do retentor antes 
da montagem; 
 
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• Observar sentido correto de montagem: mola voltada para lado oposto 
ao motor; 
• Verificar se há rebarbas ou desgaste na região do assento do retentor 
sobre o eixo: em caso afirmativo, recuperar o eixo antes de instalar o 
retentor. 
• Substituir sempre que houver interve nção no motor. 
 
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4.4.3. Labirinto Taconite: 
 
Utilizado em motores submetidos a contaminantes sólidos e abrasivos. 
Equipa os motores IP

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