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Eletrônica Digital - PUCRS

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PUCRS – Faculdade de Engenharia Elétrica – Departamento de Engenharia Elétrica
Eletrônica Digital Cap. I
por F.C.C. De Castro
1
Capítulo I
Portas Lógicas Básicas
1 Introdução
Em qualquer sistema digital1 a unidade básica construtiva é o elemento
denominado Porta Lógica. Este capítulo descreve as portas lógicas usuais,
seu uso e funcionalidade.
Portas lógicas são encontradas desde o nível de integração em larga escala
(circuitos integrados de processadores pentium, por exemplo) até o nível de
integração existente em circuitos integrados digitais mais simples (famílias de
circuitos integrados TTL e CMOS por exemplo).
Passamos a descrever, então, o conjunto básico de portas lógicas utilizadas
em Eletrônica Digital bem como a forma em que são comercialmente
disponíveis.
2 A Porta AND
Figura 1: Símbolo gráfico de uma porta lógica AND de 2 entradas ( A e B ).
Figura 2: Diagrama de pinos de um circuito integrado (CI) disponível
comercialmente (TTL – 7408) , contendo 4 portas AND. Para a família de CIs
TTL, a alimentação é VVcc 5=+ .
 
1 Por exemplo, o sistema digital que controla as ações a serem executadas por
motores e acionadores de um conjunto de elevadores, o controlador de um
processo industrial, o microprocessador de um computador, etc...
PUCRS – Faculdade de Engenharia Elétrica – Departamento de Engenharia Elétrica
Eletrônica Digital Cap. I
por F.C.C. De Castro
2
A B Y
0 0 0
0 1 0
1 0 0
1 1 1
Tabela 1: Tabela verdade de uma porta lógica AND de 2 entradas.
Observações:
(I) Em lógica digital o valor lógico 0 significa FALSO (F) e normalmente é
representado por um nível de tensão V 0 , isto é, um nível baixo de
tensão – LOW (L).
(II) O valor lógico 1 significa VERDADEIRO (V) e normalmente é
representado por um nível de tensão Vcc+ , isto é, um nível alto de
tensão – HIGH (H).
⇒⇒⇒⇒Assim, no contexto das observações (I) e (II) é possível concluir que a
tabela verdade de uma porta AND de 2 entradas (Tabela 1) pode ter as
seguintes representações alternativas:
A B Y
F F F
F V F
V F F
V V V
Tabela 2: Representação alternativa da tabela verdade de uma porta lógica
AND de 2 entradas.
A B Y
V 0 V 0 V 0
V 0 Vcc+ V 0
Vcc+ V 0 V 0
Vcc+ Vcc+ Vcc+
Tabela 3: Representação alternativa da tabela verdade de uma porta lógica
AND de 2 entradas assumindo que o valor de tensão Vcc+ represente
VERDADEIRO (V) e que o valor de tensão V 0 represente FALSO (F).
PUCRS – Faculdade de Engenharia Elétrica – Departamento de Engenharia Elétrica
Eletrônica Digital Cap. I
por F.C.C. De Castro
3
A B Y
L L L
L H L
H L L
H H H
Tabela 4: Representação alternativa da tabela verdade de uma porta lógica
AND de 2 entradas.
⇒⇒⇒⇒Supondo que sejam aplicados dois trens de pulsos retangulares de tensão
nas entradas A e B de uma porta lógica, o gráfico no tempo do sinal obtido
na saída Y denomina-se Diagrama de Tempo:
Figura 3: Exemplo do diagrama de tempo que seria observado na tela de um
osciloscópio para uma porta lógica AND de 2 entradas (TTL – 7408 – ver
Figura 2). Note que os níveis de tensão ao longo do tempo obedecem a Tabela
3.
⇒⇒⇒⇒Na prática, o valores V e F da tabela verdade de uma porta lógica
representam a ocorrência de eventos que devem resultar combinados na saída
Y de acordo com uma lei de formação que atenda um determinado problema
a ser resolvido.
 ⇒⇒⇒⇒Por exemplo, a Tabela 2 poderia representar a situação em que
queremos controlar o motor que abre e fecha a porta de um elevador
(controlado pela saída Y de uma porta AND) em função de o elevador estar
parado no andar em questão (sensor que aplica uma tensão Vcc+ à entrada
A da porta AND quando esta situação ocorre) e em função de o usuário do
elevador ter apertado o botão de abertura de porta (sensor que aplica uma
tensão Vcc+ à entrada B da porta AND quando esta situação ocorre):
PUCRS – Faculdade de Engenharia Elétrica – Departamento de Engenharia Elétrica
Eletrônica Digital Cap. I
por F.C.C. De Castro
4
A (elevador
parado no andar)
B (botão de
abertura de porta
pressionado)
Y (abre a
porta do
elevador)
F F F
F V F
V F F
V V V
Tabela 5: Exemplo de aplicação simples de uma porta AND de 2 entradas na
abertura/fechamento da porta de um elevador.
3 A Porta OR
Figura 4: Símbolo gráfico de uma porta lógica OR de 2 entradas ( A e B ).
Figura 5: Diagrama de pinos de um circuito integrado (CI) disponível
comercialmente (TTL – 7432) , contendo 4 portas OR.
A B Y
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1
Tabela 6: Tabela verdade de uma porta lógica OR de 2 entradas.
⇒⇒⇒⇒São válidas todas as conclusões resultantes das observações (I) e (II) para
uma porta AND no que diz respeito à tabela verdade de uma porta OR.
PUCRS – Faculdade de Engenharia Elétrica – Departamento de Engenharia Elétrica
Eletrônica Digital Cap. I
por F.C.C. De Castro
5
Figura 6: Exemplo do diagrama de tempo que seria observado na tela de um
osciloscópio para uma porta lógica OR de 2 entradas (TTL – 7432 – ver Figura
5).
4 A Porta XOR
Figura 7: Símbolo gráfico de uma porta lógica XOR de 2 entradas ( A e B ).
A B Y
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 0
Tabela 7: Tabela verdade de uma porta lógica XOR de 2 entradas.
⇒⇒⇒⇒São válidas todas as conclusões resultantes das observações (I) e (II) para
uma porta AND no que diz respeito à tabela verdade de uma porta XOR.
5 A Porta NOT
Figura 8: Símbolo gráfico de uma porta lógica NOT.
A Y
0 1
1 0
Tabela 8: Tabela verdade de uma porta lógica NOT.
PUCRS – Faculdade de Engenharia Elétrica – Departamento de Engenharia Elétrica
Eletrônica Digital Cap. I
por F.C.C. De Castro
6
Figura 9: Diagrama de pinos de um circuito integrado (CI) disponível
comercialmente (TTL – 7404) , contendo 6 portas NOT.
⇒⇒⇒⇒São válidas todas as conclusões resultantes das observações (I) e (II) para
uma porta AND no que diz respeito à tabela verdade de uma porta NOT.
Figura 10: Exemplo de diagramas de tempo que seriam observados na tela de
um osciloscópio para uma porta lógica NOT (TTL – 7404 – ver Figura 9).
6 A Porta NAND
• Uma porta NAND é equivalente a uma porta AND seguida de uma porta
NOT:
Figura 11: Símbolo gráfico de uma porta lógica NAND de 2 entradas ( A e B ).
A B Y
0 0 1
0 1 1
1 0 1
1 1 0
Tabela 9: Tabela verdade de uma porta lógica NAND de 2 entradas.
PUCRS – Faculdade de Engenharia Elétrica – Departamento de Engenharia Elétrica
Eletrônica Digital Cap. I
por F.C.C. De Castro
7
⇒⇒⇒⇒São válidas todas as conclusões resultantes das observações (I) e (II) para
uma porta AND no que diz respeito à tabela verdade de uma porta NAND.
7 A Porta NOR
• Uma porta NOR é equivalente a uma porta OR seguida de uma porta NOT:
Figura 12: Símbolo gráfico de uma porta lógica NOR de 2 entradas ( A e B ).
A B Y
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 0
Tabela 10: Tabela verdade de uma porta lógica NOR de 2 entradas.
⇒⇒⇒⇒São válidas todas as conclusões resultantes das observações (I) e (II) para
uma porta AND no que diz respeito à tabela verdade de uma porta NOR.
8 A Porta XNOR
Figura 13: Símbolo gráfico de uma porta lógica XNOR de 2 entradas ( A e B ).
A B Y
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 1
Tabela 11: Tabela verdade de uma porta lógica XNOR de 2 entradas.
⇒⇒⇒⇒São válidas todas as conclusões resultantes das observações (I) e (II) para
uma porta AND no que diz respeito à tabela verdade de uma porta XNOR.
PUCRS – Faculdade de Engenharia Elétrica – Departamento de Engenharia Elétrica
Eletrônica Digital Cap. I
por F.C.C. De Castro
8
9 Portas Lógicas com Múltiplas Entradas
Figura 14: Símbolo gráfico de uma porta lógica AND de (a) 2 entradas , (b) 3
entradas, (c) 4 entradas, (d) 12 entradas.
Figura 15: Símbolo gráfico de uma porta lógica OR de (a) 2 entradas , (b) 3
entradas, (c) 4 entradas, (d) 12 entradas.10 Portas Lógicas Disponíveis Comercialmente
Função da
Porta
CI c/ 4 Portas
de 2 Entradas
CI c/ 3 Portas
de 3 Entradas
CI c/ 2 Portas
de 4 Entradas
CI c/ 1 Porta
de 8 Entradas
NAND 7400 7410 7420 7430
NOR 7402 7427 7425
AND 7408 7411 7421
OR 7432
Tabela 12: Portas lógicas da família TTL disponíveis comercialmente em forma
de circuito integrado (CI).
PUCRS – Faculdade de Engenharia Elétrica – Departamento de Engenharia Elétrica
Eletrônica Digital Cap. I
por F.C.C. De Castro
9
11 Interligação de Portas Lógicas
Figura 16: Exemplo de combinação de uma porta lógica NOR de duas
entradas com uma porta NAND de duas entradas formando uma Função
Lógica de 3 variáveis ( A , B e C ).
A B C Y
0 0 0 1
0 0 1 0
0 1 0 1
0 1 1 1
1 0 0 1
1 0 1 1
1 1 0 1
1 1 1 1
Tabela 13: Tabela verdade da Função Lógica de 3 variáveis implementada
pela combinação de portas da Figura 16.
PUCRS – Faculdade de Engenharia Elétrica – Departamento de Engenharia Elétrica
Eletrônica Digital Cap. I
por F.C.C. De Castro
10
12 Equação Booleana de Funções Lógicas
•Para facilitar o tratamento analítico das diversas funções lógicas possíveis de
serem implementadas através de portas lógicas utiliza-se a representação da
função lógica através de Equações Booleanas.
Função Lógica
Básica
Símbolo Gráfico da Porta Equação Booleana
AND BAY ⋅=
OR BAY +=
XOR BAY ⊕=
NOT AY =
NAND BAY ⋅=
NOR BAY +=
XNOR BAY ⊕=
PUCRS – Faculdade de Engenharia Elétrica – Departamento de Engenharia Elétrica
Eletrônica Digital Cap. II
por F.C.C. De Castro
1
Capítulo II
Álgebra Booleana e Minimização Lógica
1 Introdução
Vimos no Capítulo I que a unidade básica construtiva de um sistema digital é a
Porta Lógica e que Funções Lógicas com diversas variáveis de entrada
podem ser obtidas mediante a interligação de portas lógicas básicas. Aliás, a
própria porta lógica básica (NAND, NOR, XOR, etc...) executa uma função
lógica elementar.
Vimos também no final do Capítulo I que para facilitar o tratamento analítico
das diversas funções lógicas possíveis de serem implementadas através da
interligação entre portas, utiliza-se a representação da função lógica através
de Equações Booleanas, conforme mostra a Tabela I a seguir:
Função Lógica
Básica
Símbolo Gráfico da Porta Equação Booleana
AND BAY ⋅=
OR BAY +=
XOR BAY ⊕=
NOT AY =
NAND BAY ⋅=
NOR BAY +=
XNOR BAY ⊕=
Tabela 1: Equações Booleanas básicas correspondentes às Funções Lógicas
Básicas.
PUCRS – Faculdade de Engenharia Elétrica – Departamento de Engenharia Elétrica
Eletrônica Digital Cap. II
por F.C.C. De Castro
2
Este capítulo descreve o método algébrico para análise e projeto de circuitos
digitais que utilizam portas lógicas. As operações algébricas elementares do
método algébrico Booleano consiste nas Equações Booleanas mostradas na
Tabela I.
Veremos que:
•••• Não importando o número de variáveis de entrada, a quantidade e os tipos
de portas lógicas interligadas necessárias para que se obtenha uma função
lógica desejada na saída Y ,
 ••••Não importando o número de variáveis de entrada da tabela verdade que
descreve uma função lógica ( )!,,BAfY =
 ⇒⇒⇒⇒ Sempre poderemos escrever uma equação algébrica Booleana que
poderá ser simplificada e/ou otimizada através do uso dos Teoremas e
Postulados Booleanos.
2 Teoremas e Postulados Booleanos
A Álgebra Booleana possui as mesmas propriedades da Álgebra Linear
ordinária, se considerarmos:
•••• a operação lógica básica BA AND como a multiplicação BA ⋅ (ou AB )
•••• a operação BA OR como a soma BA+
Propriedade Comutativa: BAAB =
ABBA +=+
Propriedade Associativa: ( ) ( )CABBCA =
( ) ( ) CBACBA ++=++
Propriedade Distributiva: ( ) ACABCBA +=+
Tabela 2: Propriedades da Álgebra Booleana.
PUCRS – Faculdade de Engenharia Elétrica – Departamento de Engenharia Elétrica
Eletrônica Digital Cap. II
por F.C.C. De Castro
3
P1 0 se 1 ≠= AA P6 000 =+
P2 1 se 0 ≠= AA P7 001 =⋅
P3 000 =⋅ P8 110 =+
P4 111 =+ P9 10 =
P5 111 =⋅ P10 01 =
Tabela 3: Postulados da Álgebra Booleana.
T1 AA =+ 0 T8 ( ) AA =
T2 AA =⋅1 T9 1=+ AA
T3 11 =+A T10 0=⋅ AA
T4 00 =⋅A T11 !! ⋅⋅⋅=+++ CBACBA
(Teorema I de Morgan)
T5 AAA =+ T12 !! +++=⋅⋅⋅ CBACBA
(Teorema II de Morgan)
T6 AAA =⋅ T13 ( ) ( ) ABAABABAA =+=+=+ 1
T7 ( ) AA = T14 ( ) ABAAABA =+=+
Tabela 4: Teoremas da Álgebra Booleana.
PUCRS – Faculdade de Engenharia Elétrica – Departamento de Engenharia Elétrica
Eletrônica Digital Cap. II
por F.C.C. De Castro
4
Exemplo 1:
Determinar a expressão (equação) Booleana que representa a Tabela Verdade
abaixo. Simplifique e otimize a expressão utilizando os resultados das Tabelas
2, 3 e 4. Desenhe a interligação de portas básicas que implementa esta Tabela
Verdade.
A B C Y
0 0 0 0
0 0 1 1
0 1 0 0
0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 1 0
1 1 0 1
1 1 1 0
Tabela 5: Tabela verdade de uma função lógica hipotética de 3 variáveis.
Solução:
CABBCACBAY ++=
( )CACABCBAY ++=
Mas a função lógica XOR com duas variáveis A e C tem a seguinte Tabela
Verdade/Expressão Booleana:
A C CACACAY +=⊕=
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 0
Logo,
( )CABCBAY ⊕+=
Utilizando o T11 da Tabela 4 obtemos a seguinte Expressão Booleana
simplificada:
( ) ( )CABCBAY ⊕++=
Que resulta no seguinte circuito lógico:
PUCRS – Faculdade de Engenharia Elétrica – Departamento de Engenharia Elétrica
Eletrônica Digital Cap. II
por F.C.C. De Castro
5
Figura 1: Interligação de portas básicas que implementa a Tabela Verdade da
Tabela 5.
3 Mapas de Karnaugh
⇒⇒⇒⇒ Um Mapa de Karnaugh (Mapa K) é a representação das linhas de uma
Tabela Verdade em forma de quadrículos adjacentes.
 ⇒⇒⇒⇒ Dois quadrículos adjacentes verticalmente ou horizontalmente em um
mapa K correspondem à duas linhas da Tabela Verdade tal que apenas uma
variável tenha seu valor lógico alterado de um quadrículo para o outro. Isto
permite que a Propriedade Distributiva da Tabela 2 em conjunto com o teorema
T9 da Tabela 4 leve à eliminação de uma variável.
⇒⇒⇒⇒ A simplificação lógica obtida com um Mapa K segue os seguintes
princípios:
(I) Seleciona-se uma combinação de quadrículos tal que inclua todos os
quadrículos pelo menos uma vez, sendo o número de quadrículos
selecionados uma potência inteira de 2. Ou seja, um quadrículo pode
aparecer em mais de uma combinação.
(II) As combinações devem ser selecionadas objetivando incluir o maior
número de quadrículos por combinação, utilizando para tanto o menor
número possível de combinações.
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Eletrônica Digital Cap. II
por F.C.C. De Castro
6
Exemplo 2:
Simplifique a Expressão Booleana resultante da Tabela Verdade abaixo.
A B C Y
0 0 0 1
0 0 1 1
0 1 0 0
0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 1 1
1 1 0 1
1 1 1 1
Solução:
Figura 2
ABCBAY ++=
PUCRS – Faculdade de Engenharia Elétrica – Departamento de Engenharia Elétrica
Eletrônica Digital Cap. II
por F.C.C. De Castro
7
Exemplo 3:
Simplifique a Expressão Booleana resultante da Tabela Verdade abaixo.
A B C D Y
0 0 0 0 1
0 0 0 1 1
0 0 1 0 0
0 0 1 1 1
0 1 0 0 0
0 1 0 1 1
0 1 1 0 1
0 1 1 1 1
1 0 0 0 1
1 0 0 1 1
1 0 1 0 0
1 0 1 1 1
1 1 0 0 0
1 1 0 1 1
1 1 1 0 0
1 1 1 1 1
Solução:
Figura 3
CBDBCAY ++=
PUCRS – Faculdade de Engenharia Elétrica – Departamento de Engenharia Elétrica
Eletrônica Digital Cap. II
por F.C.C. De Castro
8
Exemplo 4:
Simplifique a Expressão Booleana resultante da Tabela Verdade abaixo.
A B C D Y
0 0 0 0 0
0 0 0 1 0
0 0 1 0 0
0 0 1 1 0
0 1 0 0 1
0 1 0 1 1
0 1 1 0 0
0 1 1 1 0
1 0 0 0 0
1 0 0 1 0
1 0 1 0 0
1 0 1 1 0
1 1 0 0 1
1 1 0 1 1
1 1 1 0 0
1 1 1 1 0
Solução:
Figura 4
CBY =
PUCRS – Faculdade de Engenharia Elétrica – Departamento de Engenharia ElétricaEletrônica Digital Cap. II
por F.C.C. De Castro
9
Exemplo 5:
Simplifique a Expressão Booleana resultante da Tabela Verdade abaixo.
A B C D Y
0 0 0 0 1
0 0 0 1 0
0 0 1 0 1
0 0 1 1 0
0 1 0 0 0
0 1 0 1 0
0 1 1 0 0
0 1 1 1 0
1 0 0 0 1
1 0 0 1 0
1 0 1 0 1
1 0 1 1 0
1 1 0 0 0
1 1 0 1 0
1 1 1 0 0
1 1 1 1 0
Solução:
Figura 5
DBY =
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10
Exemplo 6:
Simplifique a Expressão Booleana resultante da Tabela Verdade abaixo.
A B C D Y
0 0 0 0 0
0 0 0 1 0
0 0 1 0 0
0 0 1 1 0
0 1 0 0 1
0 1 0 1 1
0 1 1 0 1
0 1 1 1 1
1 0 0 0 0
1 0 0 1 0
1 0 1 0 0
1 0 1 1 0
1 1 0 0 0
1 1 0 1 0
1 1 1 0 0
1 1 1 1 0
Solução:
Figura 6
BAY =
PUCRS – Faculdade de Engenharia Elétrica – Departamento de Engenharia Elétrica
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11
Exemplo 7:
Simplifique a Expressão Booleana resultante da Tabela Verdade abaixo.
A B C D Y
0 0 0 0 0
0 0 0 1 1
0 0 1 0 0
0 0 1 1 1
0 1 0 0 0
0 1 0 1 0
0 1 1 0 0
0 1 1 1 0
1 0 0 0 0
1 0 0 1 1
1 0 1 0 0
1 0 1 1 1
1 1 0 0 0
1 1 0 1 0
1 1 1 0 0
1 1 1 1 0
Solução:
Figura 7
DBY =
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12
Exemplo 8:
Simplifique a Expressão Booleana resultante da Tabela Verdade abaixo.
A B C D Y
0 0 0 0 1
0 0 0 1 1
0 0 1 0 0
0 0 1 1 0
0 1 0 0 1
0 1 0 1 1
0 1 1 0 0
0 1 1 1 0
1 0 0 0 1
1 0 0 1 1
1 0 1 0 0
1 0 1 1 0
1 1 0 0 1
1 1 0 1 1
1 1 1 0 0
1 1 1 1 0
Solução:
Figura 8
CY =
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13
Exemplo 9:
Simplifique a Expressão Booleana resultante da Tabela Verdade abaixo.
A B C D Y
0 0 0 0 1
0 0 0 1 1
0 0 1 0 1
0 0 1 1 1
0 1 0 0 0
0 1 0 1 0
0 1 1 0 0
0 1 1 1 0
1 0 0 0 1
1 0 0 1 1
1 0 1 0 1
1 0 1 1 1
1 1 0 0 0
1 1 0 1 0
1 1 1 0 0
1 1 1 1 0
Solução:
Figura 9
BY =
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14
3.1 Método de uso dos Mapas de Karnaugh
•••• Para efeito de sistematizar o uso de um Mapa K na minimização lógica,
sugere-se adotar o seguinte procedimento:
(I) Assinalar inicialmente apenas os quadrículos que não podem ser
combinados com nenhum outro.
(II) Identificar os quadrículos que podem ser combinados com um único
outro quadrículo somente de uma maneira. Assinalar estas
combinações de dois quadrículos por combinação. Quadrículos que
podem ser combinados em grupos de dois de mais de uma maneira
são deixados temporariamente de lado.
(III) Identificar quadrículos que podem ser combinados com três outros
quadrículos somente de uma maneira. Assinalar estas combinações
de quatro quadrículos por combinação. Quadrículos que podem ser
combinados em grupos de quatro de mais de uma maneira são
deixados temporariamente de lado.
(IV) Identificar quadrículos que podem ser combinados com sete outros
quadrículos somente de uma maneira. Assinalar estas combinações
de oito quadrículos por combinação. Quadrículos que podem ser
combinados em grupos de oito de mais de uma maneira são
deixados temporariamente de lado.
(V) Repetir o processo para grupos de 16,32, etc...
(VI) Se, uma vez encerrado o processo acima, ainda restarem quadrículos
não incluídos em agrupamentos, estes quadrículos podem ser
combinados uns com os outros ou com quadrículos já incluídos em
outros agrupamentos (se houver adjacência e o agrupamento
resultante contiver uma potência inteira de 2).
(VII) É importante relembrar que o objetivo é obter o menor número de
agrupamentos possível, cada agrupamento contendo o maior
número possível de quadrículas que resulte em uma potência
inteira de 2.
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15
⇒⇒⇒⇒ As Figuras 10, 11, 12 e 13 mostram a aplicação do método em um
exemplo específico:
Figura 10: Mapa de Karnaugh para a função lógica descrita por
DCBADABCABCDDCABDBCABCDADCBADCBACDBADCBAY +++++++++=
Etapa (I) do método para sistematização do uso de mapas K.
Figura 11: Mapa de Karnaugh para a função lógica descrita por
DCBADABCABCDDCABDBCABCDADCBADCBACDBADCBAY +++++++++=
Etapa (II) do método para sistematização do uso de mapas K.
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Figura 12: Mapa de Karnaugh para a função lógica descrita por
DCBADABCABCDDCABDBCABCDADCBADCBACDBADCBAY +++++++++=
Etapa (III) do método para sistematização do uso de mapas K.
Figura 13: Mapa de Karnaugh para a função lógica descrita por
DCBADABCABCDDCABDBCABCDADCBADCBACDBADCBAY +++++++++=
Mapa K completo. A função lógica minimizada resulta em
BCDBBACDADCADCBAY +++++= .
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3.2 Mapas de Karnaugh para 5 Variáveis
•••• Suponhamos que queiramos minimizar a função lógica
( )EDCBAY ,,,,f1 = definida por:
EDCABEDCABEABCDECDBACDEBA
EDCBAEDCBAEDCBAEDCBAEDCBAEBCDA
EDBCAEDBCAECDBACDEBAEDCBAEDCBAY
++++
++++++
++++++=1
⇒⇒⇒⇒ O Mapa K para ( )EDCBAY ,,,,f1 = é:
Figura 14: Mapa de Karnaugh para a função lógica ( )EDCBAY ,,,,f1 = .
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Figura 15: Adjacências entre quadrículos no Mapa de Karnaugh para a função
lógica ( )EDCBAY ,,,,f1= dada, caracterizadas sob um ponto de vista
tridimensional. O termo resultante para o agrupamento amarelo é ED , para o
agrupamento laranja é CEB , para o agrupamento magenta é DBA , e para o
agrupamento cinza (superposto ao magenta para 0=A ) é EDCB . Portanto,
a função lógica minimizada resulta em EDCBDBACEBEDY +++=1 .
•••• Suponhamos agora que queiramos minimizar a função lógica
( )EDCBAY ,,,,f2 = definida por:
CDEBAABCDEEDABCEDCBAEDCBABCDEA
EDBCAEDCBAEDCBAEDBCAEDCBAEDCBAY
+++++
++++++=2
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Figura 16: Adjacências entre quadrículos no Mapa de Karnaugh para a função
lógica ( )EDCBAY ,,,,f2 = dada, caracterizadas sob um ponto de vista
bidimensional. A função lógica minimizada resulta em
DCBBCEEDAACDEY +++=2 .
3.3 Mapas de Karnaugh para 6 Variáveis
•••• Suponhamos que queiramos minimizar a função lógica
( )FEDCBAY ,,,,,f3 = definida por:
FEABCDDEFCAB
FEDCABFEDCBAFEBCDAFEDCBAFEDCBAY
+
+++++=3
.
⇒⇒⇒⇒ O Mapa K para ( )FEDCBAY ,,,,,f3 = é:
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Figura 17: Adjacências entre quadrículos no Mapa de Karnaugh para a função
lógica ( )FEDCBAY ,,,,,f3 = dada, caracterizadas sob um ponto de vista
bidimensional. A função lógica minimizada resulta em
DFCABFEBDFEDCY ++=3 .
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4 Funções Incompletamente Especificadas (don’t care condition)
•••• Vamos supor que um determinado processo industrial a ser controlado por
um circuito lógico tenha uma variável Y representada por:
A B C D Y
0 0 0 0 0
0 0 0 1 0
0 0 1 0 0
0 0 1 1 0
0 1 0 0 1
0 1 0 1 1
0 1 1 0 1
0 1 1 1 X
1 0 0 0 1
1 0 0 1 1
1 0 1 0 X
1 0 1 1 X
1 1 0 0 0
1 1 0 1 0
1 1 1 0 X
1 1 1 1 X
Tabela 6: Tabela verdade de ( )DCBAY ,,,f= .
⇒⇒⇒⇒O valor “X” atribuído à saída Y em determinadas linhas da Tabela
Verdade significa que, para os específicos valores lógicos das variáveis
A , B ,C e D nestas linhas, o valor lógico da saída Y é irrelevante para o
processo controlado (don’t care).
⇒⇒⇒⇒ O mapa K resultante é
Figura 17: Mapa K para a Tabela 6.
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⇒⇒⇒⇒ Mas, uma vez que os quadrículos contendo X representam situações
irrelevantes ao processo industrial, podemos atribuir a cada X um valor lógico
conveniente no contexto de minimização lógica de forma a nos permitir agrupar
o maior número possível de quadrículos gerando o menor número possível de
agrupamentos:
Figura 18: Mapa K para a Tabela 6 com os valores lógicos dos Xs atribuídos
objetivando a minimização da função lógica resultante. A função lógica
minimizada resulta em BABABAY ⊕=+= .
5 Distância de Hamming
•••• As linhas de uma Tabela Verdade formam Palavras Binárias formadas por
tantos bits (bit: binary unit) quantos sejam o número de variáveis da função
lógica descrita pela tabela. Por exemplo, as linhas nas 4 primeiras colunas da
Tabela 6 formam palavras binárias de 4 bits.
•••• Em muitas situações práticas de controle digital de processos industriais tais
palavras binárias constituem Instruções de Comando que devem ser
enviadas por longas distâncias através de um Canal de Transmissão (cabo
coaxial, fibra ótica, etc...) antes de chegarem ao destino onde a instrução
desencadeará uma ação específica no processo controlado. A Tabela 7 mostra
um possível exemplo com 4 instruções de comando cada uma delas definida
por uma palavra binária de 5 bits:
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Palavra-Código binária (Instrução de
Comando) enviada remotamente
Ação efetuada no Ponto de Destino
[ ]00000 Abre comporta da represa
[ ]11010 Fecha comporta da represa
[ ]10101 Liga motor da bomba de dreno
[ ]01111 Desliga motor da bomba de dreno
Tabela 7: Exemplo de processo remotamente controlado. O conjunto de
instruções de comando é formado por 4 instruções cada uma delas definida por
uma palavra binária de 5 bits.
•••• Sempre que palavras binárias são enviadas através de um Canal de
Transmissão estas ficam sujeitas a algum tipo de Interferência (ruído aleatório,
interferência de outras fontes de energia, interferência intersimbólica, etc...).
 ⇒⇒⇒⇒ Portanto, devido à interferência sofrida no canal de transmissão, as
Instruções de Comando de um processo remotamente controlado podem
chegar ao ponto de destino com alguns de seus bits tendo seu valor lógico
invertido. Isto constitui um Erro de Transmissão que deve ser corrigido.
•••• Uma técnica de correção de erros de transmissão é a denominada FEC
(Forward Error Correction). Em palavras simples, quando uma palavra binária
chega ao seu destino ela é comparada com uma tabela contendo todas as
possíveis Instruções de Comando de um processo, denominada Tabela de
Decodificação.
•••• A comparação é efetuada com base na Distância de Hamming entre a
palavra binária recebida e aquelas contidas na Tabela de Decodificação. A
Distância de Hamming entre duas palavras binárias é a contagem dos bits
com valores lógicos complementares em posições correspondentes nas duas
palavras.
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24
•••• Por exemplo, suponhamos que para o processo remotamente controlado da
Tabela 7, seja enviada em determinado instante a instrução [ ]11010
(fecha comporta da represa) e que, por ação de interferência no canal de
transmissão, seja recebido no ponto de destino a palavra binária errada
[ ]10010 ( erro no segundo bit da direita para a esquerda).
⇒⇒⇒⇒ O decodificador FEC no ponto de destino calcula as Distâncias de
Hamming entre a palavra recebida e todas as possíveis instruções válidas
(Tabela de Decodificação):
Palavra-Código binária (Instrução de
Comando) enviada remotamente
Distância de Hamming da
Palavra-Código recebida
[ ]10010 :
[ ]00000 2
[ ]11010 1
[ ]10101 3
[ ]01111 4
Tabela 8: Distâncias de Hamming entre a palavra [ ]10010 e todas as
possíveis instruções válidas (Tabela de Decodificação).
⇒⇒⇒⇒ A seguir, o decodificador FEC no ponto de destino faz a seguinte
inferência: A instrução originalmente transmitida é aquela que resulta na menor
Distância de Hamming da palavra recebida sob erro (instrução que é “mais
parecida” com a palavra recebida).
 ⇒⇒⇒⇒ Portanto, da Tabela 8, o decodicador FEC infere que a instrução
originalmente transmitida foi [ ]11010 (menor Distância de Hamming
entre as 4 obtidas). Note que o decodificador efetuou uma inferência correta,
porque a palavra originalmente transmitida é efetivamente a palavra inferida.
⇒⇒⇒⇒ Observe que se tivesse sido recebida uma palavra binária com mais de
um bit em erro, o decodificador FEC deste exemplo não teria capacidade de
corrigir os erros múltiplos. Portanto, surge a questão: Qual é o fator que
determina a capacidade de um decodificador FEC corrigir erros múltiplos ?
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25
 ⇒⇒⇒⇒ O fator que rege a Capacidade de Correção de Erro de um decodificador
FEC é a Distância de Hamming entre as palavras binárias do conjunto de
instruções.
⇒⇒⇒⇒ Quanto maior for a Mínima Distância de Hamming obtida entre todas
as palavras binárias do conjunto de instruções, maior será a capacidade
de correção do decodificador FEC. Demonstra-se que o número de erros
simultâneos t que um decodificador FEC é capaz de corrigir dado por



2
1−
=
mindt (1)
onde mind representa a Mínima Distância de Hamming obtida entre todas as
palavras binárias do conjunto de instruções e ⋅ é o operador que resulta no
menor inteiro mais próximo do argumento.
⇒⇒⇒⇒ No exemplo da Tabela 7, 3=mind resultando 1=t , o que significa que o
decodificador FEC consegue corrigir no máximo um bit recebido em erro. Para
aumentar a capacidade de correção teríamos que utilizar instruções
representadas por palavras binárias com um número maior do que 5 bits, de
modo a aumentar a Mínima Distância de Hamming entre elas.
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1
Capítulo III
Circuitos Digitais Combinacionais
1 Introdução
Vimos no Capítulo II que uma desejada função lógica pode ser implementada
mediante a combinação de portas lógicas. Esta combinação de portas lógicas
objetivando atender um mapeamento ( )!,, BAfY = é denominada de
Circuito Digital. Neste Capítulo estudaremos circuitos digitais que visam
solucionar problemas específicos e comuns em Eletrônica Digital.
2 Decodificadores para Display de 7 Segmentos
•••• Um display de 7 segmentos mostra ao usuário de um sistema digital um
algarismo decimal de 0 a 9, conforme mostram as Figuras 1, 2 e 3.
Figura 1: Formato de um display de 7 segmentos mostrando a localização dos
segmentos a, b, c, d, e, f, g.
Figura 2: Algarismos decimais possíveis de serem formados mediante o
acionamento combinado dos segmentos a, b, c, d, e, f, g.
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2
Figura 3: Acionamento dos segmentos a, b, c, d, e, f, g. Cada segmento é um
LED (Light Emitter Diode), que emite luz quando o diodo é percorrido por
uma corrente direta ( mA 1 a mA 50 ). (a) display de anodo comum. (b)
display de catodo comum.
•••• Um display de 7 segmentos alternativo é o denominado LCD (Liquid
Crystal Display),largamente utilizado em relógios digitais de pulso. A Figura
4 mostra a técnica de acionamento dos segmentos a, b, c, d, e, f, g de um LCD.
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3
Figura 4: Acionamento dos segmentos a, b, c, d, e, f, g de um LCD. Um
segmento é acionado por uma onda quadrada com freqüência entre 30 a 60Hz
aplicada entre o segmento e uma superfície comum a todos os segmentos
denominada backplane. Quando a onda quadrada (signal source) é aplicada
ao segmento através do controle exercido pela porta XOR, o segmento assim
ativado deixa de refletir a luz incidente, alterando sua tonalidade para um cinza
escuro.
•••• A Tabela 1 mostra os algarismos decimais resultantes do acionamento
combinado dos segmentos a, b, c, d, e, f, g:
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4
Tabela 1: Algarismos decimais resultantes do acionamento combinado dos
segmentos a, b, c, d, e, f, g. Ver Figura 1.
•••• Um Decodificador para Display de 7 Segmentos é um circuito digital
formado por portas lógicas que, ao receber uma palavra binária de 4 bits
representativa do algarismo decimal a ser mostrado, aciona os segmentos
correspondente no display, conforme mostram a Figuras 5 e a Tabela 2.
Figura 5: Interligação de um Decodificador para Display de 7 Segmentos com
o Display.
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5
Tabela 2: Tabela Verdade de um Decodificador para Display de 7 Segmentos.
⇒⇒⇒⇒ Observe que a coluna 1 da Tabela 2 representa o número decimal
correspondente à palavra binária respectiva na coluna 2 da tabela através da
relação: 0123 2⋅+2⋅+2⋅+2⋅= ABCDmalNúmeroDeci
•••• Um Decodificador para Display de 7 Segmentos é um Circuito Integrado que
contém as combinações de portas lógicas necessárias e otimizadas para a
implementação do conjunto de Expressões Booleanas definidas pela Tabela 2.
 •••• Por exemplo, da Tabela 2 verificamos que a Expressão Booleana para o
segmento a é:
 
 
 AB CD A B CD C B ADA C B D
 AB C D B AC DA B C DA B C Da
++++
++++=
•••• Cujo Mapa K é:
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6
Figura 6: Mapa K para a lógica de acionamento do segmento a. A Expressão
Booleana minimizada resulta em ACACBDa +++= .
•••• E cujo circuito lógico resultante é:
Figura 7: Circuito lógico para acionamento do segmento a. A Expressão
Booleana implementada é ACACBDa +++= .
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7
•••• Exercício Proposto: Determine o circuito lógico completo para o
acionamento dos segmentos a, b, c, d, e, f, g. Caso, após a minimização
individual das expressões booleanas para cada segmento, as funções lógicas
resultantes para o acionamento de dois ou mais segmentos compartilharem
termos comuns, faça a minimização adicional aproveitando o compartilhamento
entre os termos.
Figura 8: Circuitos Integrados TTL comercialmente disponíveis para a
implementação da função de Decodificador para Display de 7 Segmentos. (a)
7446 – decodificador para display de anodo comum. (b) 7448 – decodificador
para display de catodo comum.
3 Decodificadores BCD-para-Decimal
•••• BCD é a abreviação para Decimal Codificado em Binário (Binary Coded
Decimal).
•••• O código BCD expressa cada dígito de um número decimal por uma palavra
binária de 4 bits (Nibble) no formato 0123 bbbb através da relação:
0
0
1
1
2
2
3
3 2⋅+2⋅+2⋅+2⋅= bbbbmalNúmeroDeci . A Tabela 3 mostra o
resultado desta relação.
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8
Nibble
3b 2b 1b 0b
Número
Decimal
0 0 0 0 0
0 0 0 1 1
0 0 1 0 2
0 0 1 1 3
0 1 0 0 4
0 1 0 1 5
0 1 1 0 6
0 1 1 1 7
1 0 0 0 8
1 0 0 1 9
Tabela 3: Tabela para conversão de um Nibble em um Número Decimal. A
conversão obedece a relação 00112233 2⋅+2⋅+2⋅+2⋅= bbbbmalNúmeroDeci .
•••• As entradas DCBA de um Decodificador para Display de 7 Segmentos (ver
Seção 1) constituem um exemplo de informação binária codificada em BCD.
•••• Por exemplo, o número decimal 8963 codificado em BCD resulta em (ver
Tabela 3):
8 9 6 3
↓ ↓ ↓ ↓
1000 1001 0110 0011
•••• Por outro lado, o número binário 010101111000 codificado em BCD, quando
convertido para decimal resulta em
0101 0111 1000
↓ ↓ ↓
5 7 8
•••• A Figura 9 mostra o diagrama interno de um Decodificador BCD-para-
Decimal.
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9
Figura 9: Diagrama interno de um Decodificador BCD-para-Decimal. Este
decodificador é conhecido como decodificador 1-de-10, porque para cada
Nibble ABCD na entrada do decodificador, somente uma das 10 saídas está
em nível lógico 1. Por exemplo, para 0011=ABCD temos para as saídas:
1=3Y e todas as demais saídas 0=kY , com 3≠k . Note que o subscrito da
saída cujo nível lógico é 1 corresponde ao valor decimal do Nibble codificado
em BCD nas entradas ABCD .
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10
Figura 10: Diagrama de pinagem do circuito integrado TTL – 7445
comercialmente disponível para a implementação da função Decodificador
BCD-para-Decimal.
Tabela 4: Tabela Verdade para o TTL – 7445. Note que a saída ativa é
precedida de uma porta NOT.
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11
Figura 11: Exemplo de utilização do TTL – 7445 como Decodificador BCD-
para-Decimal. O valor decimal do ABCD na entrada do decodificador é
indicado pelo LED que está aceso conectado à saída correspondente.
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12
3.1 Codificador Decimal-pa ra-BCD
Figura 12: Diagrama interno de um Codificador Decimal-para-BCD. As chaves
são do tipo pushbutton (como no teclado de um computador). Por exemplo,
quando o pushbutton 3 é pressionado as portas OR cujas saídas são C e D
têm entradas cujo nível lógico é 1, resultando 0011=ABCD .
Figura 13: Diagrama (a) de pinagem e (b) diagrama lógico do circuito
integrado TTL – 74147 comercialmente disponível para a implementação da
função Codificador Decimal-para-BCD.
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13
Tabela 5: Tabela Verdade para o TTL – 74147.
Figura 14: Exemplo de utilização do TTL – 74147 como Codificador Decimal-
para-BCD. Quando nenhuma chave é pressionada todas as entradas X têm
valor lógico 1 e todas as saídas têm valor lógico 1. Quando a chave X9 é
pressionada ( X9 = 0 ) temos na saída 0110=ABCD , que é equivalente a 9
se complementarmos os bits. Quando a chave X8 é pressionada ( X8 = 0 )
temos na saída 0111=ABCD , que é equivalente a 8 se complementarmos
os bits.
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14
•••• Note da Tabela 5 que a entrada X ativa (ativa → valor lógico 0) de ordem
mais alta tem prioridade sobre as demais. Se todas as entradas X têm valor
lógico 0, a de ordem mais alta (X9) é codificada com prioridade resultando0110=ABCD , cujo complemento identifica a entrada ativa de ordem mais
alta. Se X9=1 e X8=0 então a entrada X ativa de ordem mais alta é X8 e é
codificada com prioridade resultando 0111=ABCD , cujo complemento
identifica a entrada ativa de ordem mais alta. Devido a este comportamento o
TTL – 74147 é também conhecido como Codificador de Prioridade.
4 Decodificador Gray-para-Binário
•••• O Código Gray é um código digital com a propriedade de que duas
palavras-código consecutivas diferem apenas de um bit.
•••• O Código Gray é um código que se enquadra na classe de Códigos
Refletidos, enquadramento devido ao algoritmo de construção do mesmo. Por
exemplo, a Tabela 6 mostra a construção por quantificação-reflexão do Código
Gray para 4 bits:
Quantificação Reflexão Quantificação Reflexão Quantificação Reflexão Quantificação
0 0 00 00 000 000 0000
1 1 01 01 001 001 0001
1 11 11 011 011 0011
0 10 10 010 010 0010
10 110 110 0110
11 111 111 0111
01 101 101 0101
00 100 100 0100
100 1100
101 1101
111 1111
110 1110
010 1010
011 1011
001 1001
000 1000
Tabela 6: Algoritmo de construção do Código Gray de 4 bits.
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Decimal Binário Gray
0 0000 0000
1 0001 0001
2 0010 0011
3 0011 0010
4 0100 0110
5 0101 0111
6 0110 0101
7 0111 0100
8 1000 1100
9 1001 1101
10 1010 1111
11 1011 1110
12 1100 1010
13 1101 1011
14 1110 1001
15 1111 1000
Tabela 7: Tabela de conversão Decimal-Binário-Gray de 4 bits.
•••• Representando o nibble do Código Gray da Tabela 7 por 0123 GGGG e o
nibble do Código Binário por 0123 BBBB temos:
Tabela 8: Identificação dos nibbles dos códigos Gray e Binário de 4 bits.
•••• A Figura 15 mostra os mapas K para as funções lógicas que expressam 0B ,
1B , 2B e 3B em função de 0123 GGGG , a partir da Tabela 8:
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Figura 15: Mapas K para as funções lógicas que expressam 0B , 1B , 2B e 3B
em função de 0123 GGGG .
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17
•••• Da Figura 15 temos que as funções lógicas minimizadas que expressam 0B ,
1B , 2B e 3B em função de 0123 GGGG são:
32100 ⊕⊕⊕= GGGGB
3211 ⊕⊕= GGGB
322 ⊕= GGB
33 =GB
•••• Generalizando para um Código Gray de N bits, podemos escrever que
( ) ( ) 1−1+1+ ⊕⊕⊕⊕= Nnnnn GGGGB " , o que sugere o circuito lógico mostrado
na Figura 16:
Figura 16: Conversor Gray-para-Binário.
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18
4.1 Decodificador Binário-para-Gray
•••• A Figura 17 mostra os mapas K para as funções lógicas que expressam 0G ,
1G , 2G e 3G em função de 0123 BBBB , tendo como ponto de partida a Tabela
8:
Figura 17: Mapas K para as funções lógicas que expressam 0G , 1G , 2G e
3G em função de 0123 BBBB .
•••• Da Figura 17 temos que as funções lógicas minimizadas que expressam
0G , 1G , 2G e 3G em função de 0123 BBBB são:
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19
100 ⊕= BBG
211 ⊕= BBG
322 ⊕= BBG
33 = BG
•••• Generalizando para um Código Gray de N bits, podemos escrever que
( )1+⊕= nnn BBG , sendo 1−≤1+ Nn . Isto sugere o circuito lógico mostrado
na Figura 18:
Figura 18: Conversor Binário-para-Gray.
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20
5 Multiplexadores
•••• Um Multiplexador é um circuito digital com n entradas e uma única saída, e
serve para selecionar qual sinal, dentre os n sinais de entrada, deve ser
roteado até a saída.
•••• Uma palavra binária de controle seleciona qual das n entradas é conectada
à saída conforme mostram as Figuras 19 e 20.
Figura 19: Diagrama geral de um multiplexador. Note que o número m de bits
da palavra binária de controle deve ser tal que 2m=n.
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21
Figura 20: Diagrama interno um multiplexador 16-para-1. O número de bits da
palavra binária de controle é m=4 (nibble) e, portanto, o multiplexador pode
selecionar uma das n =2m=16 entradas. Por exemplo, se 0111=ABCD então
o sinal digital que está sendo aplicado na entrada 7D é roteado até a saída Y .
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22
•••• A Figura 21 e a Tabela 9 descrevem um multiplexador 16-para-1 disponível
comercialmente na forma de circuito integrado da família TTL.
Figura 21: Diagrama de pinos do TTL 74150 – circuito integrado
comercialmente disponível para a implementação da função MUX 16-para-1.
Tabela 9: Tabela-Verdade para o TTL 74150. Note que o sinal de entrada
roteado à saída Y é submetido a uma porta NOT. Note também que o sinal de
strobe (pino 9 na Figura 21) é um sinal ativo-baixo que serve para
ativar/desativar o multiplexador.
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23
5.1 Implementação de Funç ões Lógicas utilizando um MUX
•••• Vamos supor que queremos implementar a função lógica mostrada na
Tabela 10 a seguir.
Tabela 10: Tabela-Verdade de uma função lógica hipotética a ser
implementada.
Figura 22: Implementação da função lógica descrita na Tabela 10 utilizando o
TTL 74150. O procedimento geral para a implementação de qualquer função
lógica de 4 variáveis é o seguinte: Sempre que o nibble ABCD resultar em
uma saída 1=Y na Tabela-Verdade (ver Tabela 10), conecta-se à terra o
pino de dado kD , sendo k o valor decimal correspondente ao nibble ABCD .
O pino de dado de índice k cujo nibble correspondente na Tabela-Verdade
refere-se à saídas 0=Y é conectado à V5+ .
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24
•••• Por exemplo, na Figura 22, se 0000=ABCD então a entrada 0=0D é
conectada à saída através de uma porta NOT, de modo que 1=Y . Se
0111=ABCD então a entrada 1=7D é conectada à saída através de uma
porta NOT, de modo que 1=Y . Todas as demais linhas da Tabela-Verdade
(Tabela 10) podem ser obtidas através de procedimento semelhante.
5.2 Multiplexadores de Nibb le
•••• Em muitas situações práticas precisamos selecionar um entre dois nibbles
de entrada, conforme mostram as Figuras 22 e 23.
Figura 23: Diagrama interno de um multiplexador de nibble. Quando
0=ORSELECIONAD obtemos 01230123 = AAAAYYYY e quando
1=ORSELECIONAD obtemos 01230123 = BBBBYYYY .
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25
Figura 24: Diagrama de pinagem do circuito integrado TTL – 74157
comercialmente disponível para a implementação da função Multiplexador de
Nibble. O diagrama interno é o mostrado na Figura 23. O pino de strobe (pino
15) desativa o multiplexador quando encontra-se em nível lógico 1 e ativa o
multiplexador quando encontra-se em nível lógico 0.
6 Demultiplexadores
•••• Um Demultiplexador é um circuito digital com uma única entrada e n saídas,
e serve para selecionar à qual saída, dentre as n saídas, deve ser roteado o
sinal de entrada.
•••• Uma palavra binária de controle seleciona à qual das n saídas é conectada
o sinal de entrada conforme mostramas Figuras 25 e 26.
Figura 25: Diagrama geral de um demultiplexador. Note que o número m de
bits da palavra binária de controle deve ser tal que 2m=n.
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26
Figura 26: Diagrama interno um demultiplexador 1-para-16. O número de bits
da palavra binária de controle é m=4 (nibble) e, portanto, o demultiplexador
pode selecionar uma das n =2m=16 saídas. Por exemplo, se 0111=ABCD
então o sinal digital que está sendo aplicado na entrada D é roteado até a
saída 7Y .
•••• As Figuras 27 e 28 e a Tabela 11 descrevem um demultiplexador 1-para-16
disponível comercialmente na forma de circuito integrado da família TTL.
Figura 27: Diagrama de pinos do TTL 74154 – circuito integrado
comercialmente disponível para a implementação da função DEMUX
1-para-16.
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27
Figura 28: Diagrama lógico do TTL 74154.
Tabela 11: Tabela-Verdade para o TTL 74154.
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28
7 Decodificadores
•••• Em seções anteriores deste capítulo já estudamos diversos decodificadores
específicos (BCD-para-Decimal, Binário-para-Gray, etc. ). Vimos que eles
servem como “tradutores” entre diversos os formatos de representação
numérica da informação a ser processada.
•••• Nesta seção estudaremos os decodificadores sob um ponto de vista
genérico.
•••• Um decodificador é similar a um demultiplexador , a única diferença é
que a entrada de dado do demultiplexador não existe no decodificador,
conforme podemos concluir comparando a Figura 26 com a Figura 29:
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29
Figura 29: Diagrama interno um decodificador 1-de-16. A designação 1-de-16
decorre do fato de somente uma das 16 saídas assumir o nível lógico 1 em
função do valor da palavra binária de controle. Por exemplo, se
0111=ABCD então 1=7Y .
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30
Figura 30: Utilização do TTL 74154 como decodificador 1-de-16. Já estudamos
este circuito integrado como DEMUX 1-para-16 (ver Figura 27). Note que para
converter o 74154 de demultiplexador para decodificador basta aterrar a
entrada de dados (pino 18).
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8 Comparadores
•••• Um comparador indica a igualdade entre duas palavras binárias A e B, isto
é, indica se A=B.
Figura 31: Diagrama interno de um comparador de 4 bits. É mostrado a
comparação entre os nibbles 1010 e 1001, resultando o valor lógico 0 na saída,
o que significa que os nibbles não são iguais.
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•••• Um comparador de magnitude indica se A=B, A<B ou A>B.
Figura 32: Circuito Integrado (CI) TTL 7485, comercialmente disponível para a
implementação da função comparador de magnitude de 4 bits. Os pinos 2, 3 e
4 são entradas para conexão em cascata de 2 CIs e são utilizados quando se
deseja comparar palavras binárias com mais de 4 bits.
•••• O TTL 7485 compara duas palavras binárias de 4 bits A e B colocando
uma das saídas BAQ < , BAQ = , BAQ > em nível lógico 1 respectivamente quando
BA < , BA = e BA > .
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Tabela 12: Tabela-Verdade para o TTL 7485.
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34
Figura 33: Exemplo de utilização do CI TTL 7485 como comparador de
magnitude de 4 bits. As entradas são ( )dec11=1011=A e ( )dec12=1100=B ,
de modo que BA < , e, portanto, a saída 1=<BAQ .
Figura 34: Conexão em cascata entre 2 CIs TTL 7485 de modo a implementar
um comparador de magnitude para palavras binárias de 8 bits. As entradas são
( )dec157=10011101=A e ( )dec182=10110110=B , de modo que BA < , e,
portanto, a saída 1=<BAQ .
•••• Note na Figura 34 que se os nibbles mais significativos (CI à esquerda) em
A e B são iguais, então o resultado é determinado pelas entradas para
conexão em cascata deste CI, as quais recebem o resultado da comparação
entre os nibbles menos significativos (CI à direita) em A e B .
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35
9 Parity Check
•••• Vimos na Seção 5 do Capítulo II que em muitas situações práticas de
controle digital de processos industriais as palavras binárias constituem
Instruções de Comando que devem ser enviadas por longas distâncias
através de um Canal de Transmissão (cabo coaxial, fibra ótica, etc...) antes
de chegarem ao destino onde a instrução desencadeará uma ação específica
no processo controlado.
•••• Foi também discutido que sempre que palavras binárias são enviadas
através de um Canal de Transmissão estas ficam sujeitas a algum tipo de
Interferência (ruído aleatório, interferência de outras fontes de energia,
interferência intersimbólica, etc...), gerando Erros de Transmissão que devem
ser corrigidos ou pelo menos detectados.
•••• Quando o objetivo é somente detectar um erro de transmissão, sem precisar
corrigir o erro, a operação parity check é uma possível solução ao problema
de detecção de erros de transmissão.
•••• A operação parity check consiste em acrescentar um bit adicional a uma
palavra binária a ser transmitida através do canal de transmissão, bit adicional
que define a paridade da palavra binária transmitida. O circuito receptor no
ponto remoto do processo controlado testa a paridade da palavra binária
recebida verificando que houve erro quando a paridade não é mantida.
•••• Por exemplo, a palavra binária de 8 bits dada por 11001111 tem paridade
par porque contém um número par de bits com valor lógico 1. Por outro lado a
palavra binária de 16 bits definida por 1010110010001100 tem paridade ímpar
porque contém um número ímpar de bits com valor lógico 1.
•••• O teste de paridade (parity check) é usualmente realizado através de uma
porta XOR, conforme mostra a Figura 35:
Figura 35: Teste de paridade da palavra binária 1010110010001100. A saída
da porta XOR resulta em nível lógico 1, significando que esta palavra possui
paridade ímpar. Se a palavra aplicada na entrada da porta XOR tivesse
paridade par, então a saída da porta resultaria em nível lógico 0.
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9.1 Gerador de Paridade
•••• Para que a operação parity check possa ser efetuada no receptor é
necessário acrescentar um bit adicional à palavra binária a ser transmitida
através do canal de transmissão, bit adicional que define a paridade da palavra
binária transmitida. A Figura 36 mostra um circuito gerador de paridade
utilizado no transmissor da palavra binária.
Figura 36: Circuito gerador de paridade. Se a entrada 01234567 XXXXXXXX
tem paridade par então 1=8X , de modo que a palavra transmitida
012345678 XXXXXXXXX terá paridade ímpar. Por outro lado, se a entrada
01234567 XXXXXXXX tem paridade ímpar então 0=8X , de modo que a palavra
transmitida 012345678 XXXXXXXXX sempre terá paridade ímpar. Se quisermos
detectar erros com base em palavras transmitidas de paridadepar, basta
eliminarmos a porta NOT.
10 Memórias ROM (Read Only Memory)
•••• Uma ROM é uma memória de apenas leitura. Ela é usualmente
implementada em um CI, podendo armazenar milhares de palavras binárias
que representam instruções e/ou dados para um
microcontrolador/microprocessador.
•••• Algumas ROMs de menor capacidade são também utilizadas para
implementar tabelas-verdade. Em outras palavras, podemos usar uma ROM ao
invés de portas lógicas para gerar qualquer função booleana. A Figura 37
mostra o diagrama de uma ROM constituída por diodos, com endereço de
acesso definido pela posição da chave rotativa.
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37
Figura 37: ROM a diodo, armazenando nos endereços 0 a 7 as palavras
binárias de 4 bits (nibbles) mostradas na Tabela 13. Cada endereço
corresponde a uma posição da chave rotativa. Por exemplo, quando a chave
rotativa encontra-se na posição 3 (endereço 3) obtém-se 1100=0123 YYYY .
Tabela 13: Tabela-Verdade da ROM da Figura 37.
•••• Na realidade a chave rotativa aqui empregada é apenas um recurso didático
para ilustrar a operação de uma ROM. Na prática, nenhuma chave rotativa é
utilizada para seleção de endereço, mas sim um decodificador, conforme
mostra a Figura 38.
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38
Figura 38: ROM a diodo da Figura 37, com a chave rotativa de 8 posições
substituída por um decodificador 1-de-8. Por exemplo, quando 011=ABC
obtém-se 1100=0123 YYYY (ver Tabela 14).
Tabela 14: Tabela-Verdade da ROM da Figura 38.
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39
•••• Uma PROM (Programmable ROM) é uma ROM programável. Uma PROM
vem de fabrica com todos os diodos implementados (a PROM gera todas as
palavras binárias da tabela verdade com nível lógico 1 em seus bits). O
usuário, através de um dispositivo programador de PROM, queima os
microfusíveis em série com cada diodo que deva representa um bit de valor
lógico 0 na palavra endereçada.
•••• Uma ROM é especificada basicamente pelo número de endereços e o
número de bits na palavra binária armazenada em cada endereço. Por
exemplo, uma ROM 8×2048 armazena 2048 palavras binárias de 8 bits (8
bits = 1 byte), e, portanto, armazena um total de 16384 bits.
•••• Existem vários tipos de ROM além da PROM, como, por exemplo, a
UV-EPROM (Ultra Violet erasable PROM) e a EEPROM (Eletrically Erasable
PROM). Estes tipos adicionais serão abordados em capítulo posterior
específico ao estudo de memórias.
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1
Capítulo IV - Famílias Lógicas
1 Introdução
Nos capítulos anteriores estudamos circuitos digitais sob o ponto de vista das
funções lógicas por eles implementadas. Neste capítulo estudaremos circuitos
digitais no contexto de suas características elétricas de operação. Duas
principais famílias de circuitos integrados emergem neste contexto: A família
TTL (Transistor-Transistor Logic) e a família CMOS (Complemetary Metal-Oxid
Semiconductor). As famílias TTL e CMOS não esgotam o universo de famílias
lógicas, mas, seguramente são as mais utilizadas. Como um exemplo das
demais famílias lógicas existentes citamos a família ECL (Emitter-Coupled
Logic), caracterizada pela capacidade de operar em altas freqüências (2.8 GHz
para a série E-Lite da família ECL).
2 Características e Parâmetros Operacionais Básicos
•••• Esta seção apresenta resumidamente as principais características e
parâmetros das famílias TTL e CMOS, sob o enfoque da implementação
prática de funções lógicas através de circuitos integrados (CIs) digitais.
2.1 Tensão de Alimentação
•••• A tensão nominal de alimentação de um CI TTL é VV 5+=CC .
 •••• A tensão nominal de alimentação de um CI CMOS é bem mais flexível que a
de um CI TTL. Um CI CMOS opera com tensões de alimentação de até
VV 10+=CC , mas é usual uma tensão de alimentação de V5+ para que haja
compatibilidade com circuitos digitais que utilizem CIs TTL.
•••• Para a categoria de CIs CMOS conhecida como Low-Voltage CMOS, a
tensão nominal de alimentação é VV 33+= .CC .
Figura 1: Pinos de conexão de alimentação em um CI.
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2
2.2 Níveis Lógicos para CIs CMOS
Figura 2: Níveis de tensão para operação correta de um CI CMOS. IV
refere-se a tensões de entrada e OV a tensões de saída. A faixa de tensão
unallowed (não permitido) significa que o fabricante do CI não garante o
funcionamento correto do CI para tensões nesta faixa.
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3
2.3 Níveis Lógicos para CIs TTL
Figura 3: Níveis de tensão para operação correta de um CI TTL. IV refere-se a
tensões de entrada e OV a tensões de saída. A faixa de tensão unallowed
(não permitido) significa que o fabricante do CI não garante o funcionamento
correto do CI para tensões nesta faixa.
2.4 Imunidade a Ruído
•••• Em ambientes industriais é usual um alto nível de ruído eletromagnético. A
Figura 4 ilustra o efeito do ruído na operação de uma porta lógica.
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4
Figura 4: Efeito do ruído na entrada de uma porta lógica sobre a sua operação.
É desejável que um CI tenha uma alta imunidade ao ruído eletromagnético.
2.5 Margem de Ruído
•••• Uma medida da imunidade a ruído de uma família lógica é a denominada
Margem de Ruído, definida pelos parâmetros NHV e NLV , dados por
( ) ( )minIHminOHNH VVV −= (1)
( ) ( )maxOLmaxILNL VVV −= (2)
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5
Figura 5: (a) Margem de ruído NHV . (b) Margem de ruído NLV .
2.6 Consumo de Potência
Figura 6: Os dois valores possíveis de consumo de corrente para uma porta
lógica: (a) CCHI e (b) CCLI .
•••• A corrente média de consumo é dada por
2
CCLCCH
CC
III +=
(3)
•••• E, portanto, a potência média consumida da fonte de alimentação é dada por
CCCCIVPD = (4)
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6
•••• CIs TTL têm seu consumo independente da freqüência de operação,
enquanto CIs CMOS têm seu consumo variando aproximadamente de modo
linear com a freqüência de operação:
Figura 7: Curva potência consumida ×××× freqüência de operação para as
famílias TTL e CMOS.
2.7 Tempo de Propagação
•••• Sempre que um trem de pulsos se propaga através de uma porta lógica ele
experimenta um atraso no tempo (time delay) :
Figura 8: Ilustração do mecanismo denominado propagation delay.
•••• Existem dois atrasos (delays) de propagação básicos em uma porta lógica:
⇒⇒⇒⇒ PHLt : O intervalo de tempo transcorrido entre um instante especificado no
pulso de entrada da porta e o instante correspondente no pulso de saída,
para a situação em que a saída da porta está efetuando a transição do
estado HIGH para o estado LOW.
⇒⇒⇒⇒ PLHt : O intervalo de tempo transcorrido entre um instante especificado no
pulso de entrada da porta e o instante correspondente no pulso de saída,
para a situação em que a saída da porta está efetuando a transição do
estado LOW para o estado HIGH.
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7
Figura 9: Definição dos propagation delay times , PHLt e PLHt , em uma porta
lógica. Input significa “entrada” e output significa “saída”. Em geral os
instantes de referência localizam-se a 50% do tempo de duração das bordas
dos pulsos.
2.8 Fan-Out
•••• Existe um limite máximo de entradas de portas lógicas que podem ser
conectadas simultaneamente à saída de uma porta lógica. Este limite máximo é
denominado de fan-out.
Figura 10: Porta NAND acionando 3 portas OR com entradas invertidas. Cada
uma das 3 portas OR consome uma parcela da corrente de saída da porta
NAND. Portanto, haverá um limite máximo de portas que poderão ser
acionadas, sob pena de danificar a porta acionadora (driving gate) por excesso
de corrente.
•••• Por exemplo, o fan-out típico de uma porta TTL padrão é 10, para uma porta
Low-Power Schottky (LS) o fan-out é 20.
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8
•••• Uma porta CMOS possui um fan-out bem maior que uma porta TTL, mas
deve-se manter em mente que o fan-out da família CMOS é dependente da
freqüência de operação devido ao inerente efeito capacitivo nas entradas das
portas CMOS:
Figura 11: Carga capacitiva apresentada à porta acionadora para CIs da
família CMOS. (a) Carga do capacitor. (b) Descarga do capacitor. Quanto maior
a freqüência de operação mais ciclos carga-descarga do capacitor ocorrem por
unidade de tempo, e, portanto, maior o valor RMS da corrente na saída da
porta acionadora.
•••• CIs TTL não apresentam efeito capacitivo nas entradas de suas portas, de
modo que a carga de uma porta TTL é puramente resistiva:
 Figura 12: Carga resistiva apresentada à porta acionadora para CIs da família
TTL. (a) Fornecimento de corrente à carga. (b) Absorção de corrente da carga.
•••• Embora o fan-out da família TTL seja independente da freqüência, ocorre
problema de redução da margem de ruído quando temos muitas portas
conectadas em paralelo como carga e a porta acionadora encontra-se com sua
saída em estado HIGH:
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9
Figura 13: A corrente I fornecida pela porta acionadora aumenta à medida
que aumentamos o número de portas utilizadas como carga. A medida que
corrente I aumenta, aumenta a queda ôhmica de tensão interna na porta
acionadora. Isto faz com que OHV eventualmente caia abaixo de ( )minOHV ,
reduzindo a margem de ruído NHV (ver Figura 5).
•••• Para um CI TTL o fator limitante do fan-out é a absorção de corrente das
portas utilizadas como carga, situação que ocorre quando a porta acionadora
encontra-se com sua saída em estado LOW:
Figura 14: Absorção de corrente das portas utilizadas como carga quando a
porta acionadora encontra-se com sua saída em estado LOW.
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10
3 Portas da Família CMOS
•••• O elemento básico de uma porta CMOS é o transistor MOSFET (Metal-Oxid
Semiconductor Field Effect Transistor):
Figura 15: Símbolo gráfico dos dois tipos de transistores MOSFET: canal N e
canal P. Operação como uma chave (switch) LIGA-DESLIGA (ON-OFF).
Figura 16: Símbolo gráfico simplificado de um MOSFET, tendo sido abstraída
a polaridade do canal. Nesta representação é assumido que a polaridade do
canal é identificada pelo contexto do circuito do qual o MOSFET faz parte.
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11
Figura 17: Circuito interno típico de uma porta NOT da família CMOS.
Figura 18: Operação de uma porta NOT da família CMOS.
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12
Figura 19: Operação de uma porta NAND da família CMOS.
Figura 20: Operação de uma porta NOR da família CMOS.
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3.1 Portas Dreno-Aberto (op en-drain)
•••• Quando um CI CMOS é designado como open drain isto significa que suas
portas internas vem de fábrica com o terminal de dreno de seu transistor de
saída desconectado. A conexão do transistor de saída à CCV deve ser feita
através de um resistor externo denominado resistor pull-up:
Figura 21: Porta open drain da família CMOS.
3.2 Portas Tristate
•••• Uma porta tristate possui um terceiro estado em sua saída além dos estados
H e L. Quando este terceiro estado é acionado, ocorre uma total desconexão
entre o pino de saída da porta e o seu circuito interno. Por este motivo, este
terceiro estado é denominado HIGH-Z (alta impedância).
•••• Todas as famílias lógicas possuem portas lógicas na versão tristate , além
da versão convencional.
•••• Portas tristate são úteis, por exemplo, quando vários periféricos, cada um
com seu endereço próprio, compartilham o mesmo barramento de dados de
um controlador que utiliza um microprocessador. O microprocessador troca
dados com um periférico X acionando o periférico X através de seu endereço.
Os demais periféricos não devem influenciar na operação, e, como
compartilham o mesmo barramento, suas portas de saída devem permanecer
em HIGH-Z enquanto o microprocessador troca dados com o periférico X.
Figura 22: Símbolo e operação de uma porta NOT tristate.
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14
Figura 23: Circuito interno típico de uma porta NOT tristate da família CMOS.
3.3 Precauções no uso de CIs CMOS
•••• Todas os dispositivos CMOS são sujeitos a serem danificados por
eletricidade estática. Em função disto é recomendado que:
⇒⇒⇒⇒ Todos os CIs CMOS devem envolvidos em espuma plástica condutora
para efeito de transporte. Quando removidos da espuma protetora, os
pinos do CI não devem ser tocados.
⇒⇒⇒⇒ Os CIs devem ser depositados com os pinos para baixo sobre um
superfície metálica aterrada, quando removidos da espuma protetora. Não
deposite CIs CMOS sobre qualquer material plástico devido às cargas
elétricas estáticas que inevitavelmente são geradas por este material.
⇒⇒⇒⇒ Todas as ferramentas, equipamentos de teste e bancadas de metal devem
ser aterradas. Quando o ambiente de trabalho é tal que o ar atmosférico é
muito seco, somente deve-se manusear os CIs CMOS com uma pulseira
presa ao pulso ou antebraço, pulseira que deve ser conectada à terra
através de um resistor de aproximadamente KΩ100 . O resistor evita
choque maior caso a pessoa toque em uma fonte de tensão e, ao mesmo
tempo, decarrega as cargas elétricas acumuladas durante o manuseio.
⇒⇒⇒⇒ Os CIs devem ser inseridos em seus soquetes somente quando a tensão
de alimentação estiver desligada.
⇒⇒⇒⇒ Todas os terminais de entrada que não forem utilizados devem ser
conectados à CCV ou terra. Se deixados abertos serão influenciados por
cargas elétricas estáticas na vizinhança, o que provocará o funcionamento
errático do circuito:
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15
Figura 24: Conexão de entradas não
utilizadas em um CI da família CMOS.
4 Portas da Família TTL
•••• O elemento básico
de uma porta TTL é o
transistor bipolar NPN:
Figura 25: Símbolo gráfico
de um transistor bipolar
NPN.
Figura 26: Operação de
um transitor bipolar NPN
como uma chave (switch)
LIGA-DESLIGA
(ON-OFF).
Figura 27: Circuito interno
típico de uma porta NOT da
família TTL. A maneira como
os transistores Q4 e Q3
interligam-se entresi
(encontram-se “empilhados”
como em um totem indígena)
dá a este circuito de saída o
nome de totem pole (mastro
de totem).
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16
Figura 28: Operação de uma porta NOT da família TTL.
Figura 29: Operação de uma porta NAND da família TTL.
Figura 30: Diodos internos de um transistor bipolar NPN com múltiplos
terminais “emissor”.
⇒⇒⇒⇒ Observe com o auxílio da Figura 30, que o circuito da Figura 29
implementa a tabela-verdade:
A B ABY =
L L H
L H H
H L H
H H L
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4.1 Portas Coletor-Aberto (o pen-collector)
•••• Quando um CI TTL é designado como open collector isto significa que suas
portas internas vem de fábrica com o terminal de coletor de seu transistor de
saída desconectado. A situação é idêntica à de uma porta open drain da
família CMOS. A conexão do transistor de saída à CCV é feita através de um
resistor pull-up:
Figura 31: Porta NOT open collector da família TTL.
Figura 32: Um losango com um traço inferior desenhado no interior do símbolo
de uma porta TTL indica que a porta é open collector .
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4.2 Portas Tristate
•••• Conforme já vimos uma porta tristate possui um terceiro estado em sua
saída denominado HIGH-Z (alta impedância). Quando este terceiro estado é
acionado, ocorre uma total desconexão entre o pino de saída da porta e o seu
circuito interno:
Figura 33: Circuito interno típico de uma porta NOT tristate da família TTL.
Quando LEnable = , Q2→OFF e o circuito de saída opera como um totem
pole usual formado pelos transistores Q4 e Q5. Quando HEnable = ,Q2→ ON.
Nesta situação, o segundo emissor de Q1 está com um nível de tensão L ,
fazendo com que Q3→OFF e Q5→OFF. Ainda, nesta mesma situação, o diodo
D1 está diretamente polarizado, fazendo com que Q4→OFF. Estando ambos
Q4 e Q5 em estado OFF, a porta está em estado HIGH-Z.
Figura 34: Circuito equivalente quando a porta está em estado HIGH-Z.
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4.3 Corrente de Entrada
Figura 35: (a) Quando a saída da porta acionadora está em estado H ela
fornece uma corrente IHI à entrada da porta conectada como carga. (b)
Quando a saída da porta acionadora está em estado L ela absorve uma
corrente ILI da entrada da porta conectada como carga. Nota: ILI é no
máximo 1.6 mA para uma porta TTL padrão, valor que é usualmente indicado
em manuais como um valor negativo porque é uma corrente que sai do
terminal de entrada da porta conectada como carga.
4.4 Operação Wired-AND
•••• A operação Wired-AND constitui uma forma de baixo custo de
implementarmos o AND lógico entre um grande número de variáveis, sem
necessariamente termos que utilizar um grande número de portas AND.
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•••• A operação AND fica implícita pela ligação em paralelo da saída de portas
open collector :
Figura 36: Operação Wired-AND DCBAX = implementada com 4 portas
NOT open collector.
Figura 37: Funcionamento dos circuitos internos da operação Wired-AND
mostrada na Figura 36. (a) Quando um ou mais de um transistor de saída está
ON, a saída é L. (a) Quando todos os transistores de saída estão OFF, a saída
é H.
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Figura 38: Operação Wired-AND ABCDEFGHX = implementada com 4
portas AND open collector.
Figura 39: A tentativa de implementar a operação Wired-AND com portas
padrão ao invés de portas open collector resulta em uma altíssima corrente I
de curto circuito entre portas cujas saídas estejam em estados distintos, fato
que inevitavelmente destruirá as portas.
4.5 Acionamento de Cargas Externas
•••• A máxima corrente de saída de uma porta TTL ocorre quando a saída está
em estado LOW (portanto está absorvendo corrente) e é mA(max)OL 16=I
para uma porta TTL padrão e mA(max)OL 8=I para uma porta LS.
•••• É necessário, portanto, o uso de drivers open collector ou outros dispositivos
que aumentem a capacidade de corrente quando deseja-se acionar cargas que
demandem correntes maiores:
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Figura 40: (a) Acionamento de um LED e (b) de uma lâmpada piloto.
4.6 Conexão de Entradas não Utilizadas
Figura 41: (a) Conexão de entradas não utilizadas com a entrada em uso. Este
método implica em aumentar a corrente de carga da porta acionadora. (b)
Conexão a CCV através de um resistor de KΩ1 para entradas de portas AND
e NAND e conexão à terra para entradas de portas OR e NOR. (c) Conexão
através de uma porta não utilizada.
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5 Interface entre TTL e CMOS
Figura 42: Porta acionadora TTL e carga CMOS. O resistor de KΩ.33
minimiza a incompatibilidade gerada por V .(min)OH 42=V na saída de uma porta
TTL e o V .(min)IH 53=V necessário na entrada de uma porta CMOS. Ver Figura
43. Para reduzir ao máximo o tempo de comutação da porta CMOS (função do
processo de carga-descarga do capacitor em sua entrada) o resistor pode ser
reduzido até Ω330 .
Figura 43: Tensões de saída TTL comparadas com as tensões de entrada
CMOS.
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Figura 44: Devido a baixa capacidade de corrente de CIs CMOS, a maneira
mais segura de acionar uma ou mais portas TTL através de uma porta CMOS é
utilizar um buffer CMOS, como o 74C902 , o CD4049A (porta NOT bufferizada),
o CD4050A, etc. Um buffer é um CI que é projetado com uma capacidade de
corrente de saída maior que os CIs padrão.
6 Comparação de Performance entre Famílias Lógicas
Figura 45: Comparação entre sub-famílias das famílias TTL e CMOS. A família
BiCMOS é uma família híbrida que utiliza lógica CMOS com transistores de
saída na configuração totem pole da familia TTL. A legenda para as sub-
famílias é: F-fast, LS-Low Power Schottky, ALS-Advanced Low Power Schottky,
ABT-Advanced BiCMOS, HC-High Speed CMOS, AC-Advanced CMOS,
AHC-Advanced High Speed CMOS, LV-Low Voltage, LVC- Low Voltage
CMOS, ALVC- Advanced Low Voltage CMOS.
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Figura 46: Comparação entre famílias TTL e ECL.
7 Data Sheets
Figura 47: Data Sheet parcial para o TTL 75LS00.
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Figura 48: Data Sheet parcial para o CMOS 74HC00A.
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Capítulo V
Sistemas Numéricos
1 Introdução
Em capítulos anteriores estudamos diversas funções lógicas. No próximo
capítulo veremos que operações aritméticas como soma e subtração de
números binários podem ser implementadas através da combinação de
funções lógicas. Estas funções lógicas aritméticas, quando reunidas em um
único CI, constituem uma Unidade Lógica e Arimética (ULA) ou, em inglês, ALU
(Arithmetic and Logic Unit). Uma ULA

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