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Sintaxe e Concordância

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SINTAXE DE CONCORDÂNCIA 
 
Nosso assunto de hoje é CONCORDÂNCIA, que consiste no mecanismo que leva as palavras 
a adequarem-se umas às outras harmonicamente na construção frasal. 
“Concordar” significa “estar de acordo com”. Assim, na concordância, tanto nominal quanto 
verbal, os elementos que compõem a frase devem estar em consonância uns com os outros. 
Essa concordância poderá ser feita de duas formas: 
- gramatical ou lógica – segue os padrões gramaticais vigentes; 
- atrativa ou ideológica – dá ênfase a apenas um dos vários elementos, com valor estilístico. 
 
CONCORDÂNCIA VERBAL – variação do verbo, conformando-se ao número e à pessoa do 
sujeito. 
CONCORDÂNCIA NOMINAL – adequação entre o substantivo e os elementos que a ele se 
referem (artigo, pronome, adjetivo). 
À medida que comentarmos as questões de prova da ESAF, iremos abordar cada um dos 
casos de concordância, indistintamente (verbal e nominal). 
Procuramos selecionar o maior número possível de situações em que esse tópico do programa 
costuma ser exigido. 
Como muitas questões abordam tanto concordância nominal quanto verbal, tornando-se 
impossível tratar cada uma delas de forma isolada, a solução foi, para tornar mais 
didático o nosso estudo, agrupar os casos repetidos sob títulos. 
Uma última dica: questões do tipo “assinale o item com erro de natureza gramatical” abordam 
TODOS os aspectos gramaticais, inclusive (e principalmente) relacionados à sintaxe de 
concordância, tanto verbal como nominal. Por isso, ao resolver este tipo de questão, todo 
cuidado é pouco; aja como se estivesse “pisando em ovos”, analisando palavra por palavra 
(verificando a ortografia), oração por oração (concordância, regência, pontuação etc.). 
Finalmente, lembramos que, como algumas questões tratam de assuntos diversos em suas 
alternativas, mantivemos o item que será objeto de análise e comentário. Julgue, nesses 
casos, se o item está certo ou errado, sem que isso represente o gabarito da questão. 
 
QUESTÕES DE PROVA DA ESAF 
1 - (AFC 2002) Assinale a norma gramatical que justifica, com correção e propriedade, a flexão 
plural do verbo ser no período abaixo. 
“Já é mais do que conhecido que o principal problema do sistema tributário nacional são 
justamente as contribuições, e não os impostos propriamente ditos.” 
(Revista CNT, “Lixo tributário”) 
a) “Com os verbos ser e parecer a concordância se faz de preferência com o predicativo, se 
este é plural.” (Luiz Antonio Sacconi) 
b) “Nas frases em que ocorre a locução invariável é que, o verbo concorda com o substantivo 
ou pronome que a precede, pois são eles efetivamente o seu sujeito.” (Celso Cunha & Lindley 
Cintra) 
c) “Se tanto o sujeito como o predicativo forem personativos e nenhum dos dois for pronome 
pessoal, a concordância será facultativa (pode-se concordar com o sujeito ou o predicativo).” 
(Dileta S. Martins & Lúbia S. Zilberknop) 
d) “Expressões de sentido quantitativo (...) acompanhadas de complemento no plural admitem 
concordância verbal no singular ou no plural.” (Manual de Redação da Presidência da 
República) 
 
 
e) “Se o sujeito composto tem os seus núcleos ligados por série aditiva enfática (...), o verbo 
concorda com o mais próximo ou vai ao plural (o que é mais comum quando o verbo vem antes 
do sujeito)”.(Evanildo Bechara) 
 
Gabarito: A 
Comentário. 
Esta questão foi escolhida para ser a primeira por ser um verdadeiro “aulão” sobre 
concordância. 
Cada opção apresenta uma regra aplicável ao assunto e, no enunciado, solicita-se ao 
candidato que se indique a regra cabível ao parágrafo. A resposta foi letra a. 
“Aula” da opção a: 
O verbo ser é um verbo bastante especial. Por estabelecer uma relação entre o sujeito e o seu 
predicativo, a concordância pode se dar tanto com o primeiro quanto com o segundo elemento. 
Há, contudo, algumas regras que prevalecem sobre essa faculdade. 
Qualquer que seja a sua função sintática (sujeito ou predicativo), prevalece a concordância 
com o elemento que estiver representado por: 
1ª – um pronome pessoal reto: “Todo eu era olhos e coração. (Machado de Assis)”; 
2ª – uma pessoa, em detrimento de outro que seja uma“coisa” (substantivo, pronome 
substantivo, oração substantiva): “Ovídio é muitos poetas ao mesmo tempo, e todos 
excelentes.” (A.F.Castilho). 
Observe que no item ‘c’ há menção sobre essa concordância: havendo elementos personativos 
em ambas as funções, a concordância é facultativa com o sujeito ou com o predicado, a não 
ser que em um deles haja um pronome pessoal, caso em que prevalece a concordância com 
este elemento (cai na 1ª regra de prevalência). 
Quando os dois elementos (do sujeito e do predicativo) forem “coisas” (substantivos, pronomes 
substantivos, orações substantivas), a concordância é facultativa, dandose preferência à 
concordância com o elemento no plural: 
“Na vida, nem tudo são flores.”, “O resto são atributos sem importância.” 
Voltando à questão, no parágrafo destacado, o verbo ser tem por sujeito “o principal problema 
do sistema tributário nacional” (núcleo: problema) e por predicativo do sujeito “as 
contribuições”. Assim, os dois elementos são “coisas” e a concordância se faz, 
preferencialmente, com o elemento 
plural – no caso, com o predicativo. 
“Aula” da opção b: 
A regra exposta pelo item b refere-se à concordância em frases que contenham a expressão “é 
que”. 
Vamos à lição de Celso Cunha e Lindley Cintra, em Nova Gramática do Português 
Contemporâneo: 
“A locução é que é invariável e vem sempre colocada entre o sujeito da oração e o verbo a que 
ele se refere. Assim: ‘José é que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram do seu 
esforço. ’.” 
Perceba que a locução poderia ser retirada sem prejuízo para o período: “José trabalhou, mas 
os irmãos se aproveitaram do seu esforço.”. 
Por isso, é classificada como uma locução denotativa de realce, que tem a única função de 
destacar os termos que acompanha (no caso, os substantivos José e irmãos, 
respectivamente). 
E continuam os professores: 
 
 
“É uma construção fixa, que não deve ser confundida com outra semelhante, mas móvel, em 
que o verbo ser antecede o sujeito e passa, naturalmente, a concordar comele e a harmonizar-
se com o tempo dos outros verbos”. 
Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo: ‘José é que trabalhou, mas foram 
os irmãos que se aproveitaram do seu esforço. ’ 
Ou este: 
‘Foi José que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram do seu esforço.’ 
Também não deve ser confundido com a expressão de realce é que o encontro da forma 
verbal é com a conjunção integrante que em contextos do tipo: ‘Bom éque não haja mais 
discussões. ’ Equivalente a ‘É bom que não haja mais discussões. ’.” 
Nesse último caso, a conjunção integrante que introduz uma oração que exerce a função 
sintática de sujeito da oração principal: 
[É bom] – oração principal – PERGUNTA-SE: O que é bom? 
[que não haja mais discussões] – oração subordinada subjetiva 
“Aula” da opção c: 
Em se tratando da concordância do verbo ser em um predicado nominal (verbo de ligação), em 
que existem sujeito e predicativo do sujeito, há algumas regras de prevalência: 
1º) A concordância com um pronome pessoal prevalece sobre todos os demais elementos, 
exerça o pronome a função de sujeito ou de predicativo. Ex: Suas esperanças (coisa – 
substantivo) no casamento era eu. 
2º) Na sua ausência, a concordância o termo que se refira a uma pessoa (personativo) 
prevalece sobre o que representa uma “coisa” (por “coisa” entenda-se um substantivo, um 
pronome substantivo ou uma oração substantiva). Ex: Santo Antônio (pessoa) era as 
esperanças (coisa – substantivo) da solteirona. 
Se ambos forem personativos, a concordância com qualquer dos termos é facultativa (sujeito 
ou predicativo). 
3º) Se ambos os elementos forem “coisas”, a concordância é facultativa com qualquer dos 
elementos, preferindo-se aquela feita com otermo no plural. Ex: Tudo (coisa - pronome 
substantivo) são flores (coisa - substantivo). 
Em resumo, na concordância verbal com o verbo ser: 
• entre PRONOME PESSOAL x COISA/PESSOA – prevalece PRONOME; 
• entre PESSOA x COISA – prevalece PESSOA; 
• entre COISA x COISA – concordância facultativa, PREFERÊNCIA para o termo no plural. 
“Aula” da opção d: 
Texto original do Manual de Redação da Presidência da República: 
“Expressões de sentido quantitativo (grande número de, grande quantidade de, parte de, 
grande parte de, a maioria de, a maior parte de, etc), também chamadas de termos 
partitivos, por indicar parte de um todo, acompanhadas de complemento no plural, admitem 
concordância verbal no singular, estabelecendo a concordância com o núcleo do 
conjunto – concordância gramatical ou lógica, ou no plural, concordando com o complemento – 
concordância atrativa ou ideológica: 
‘A maioria dos condenados acabou (ou acabaram) por confessar sua culpa.’ 
‘Um grande número de Estados aprovaram (ou aprovou) a Resolução da ONU.’ 
‘Metade dos Deputados repudiou (ou repudiaram) as medidas.’.” 
“Aula” da opção e: 
Por série aditiva enfática entendemos todas as expressões que enumerem elementos de 
mesma função sintática, no caso, sujeito, com o mesmo sentido da conjunção aditiva 
‘e’: não só... mas também; não só... como. 
 
 
Sobre esse ponto do assunto, contudo, há divergência doutrinária. 
Enquanto o mestre Evanildo Bechara, como vimos, faculta a flexão verbal, Celso Cunha e 
Lindley Cintra (obra citada) destacam que, se não houver pausa entre os sujeitos (e, portanto, 
não houver vírgula), o verbo irá para o plural: 
“Qualquer se persuadirá de que não só a nação mas também o príncipe estariam pobres.” 
Observe como foi tratado esse assunto em outra prova da 
ESAF. 
2 -(Assistente de Chancelaria/2002) 
As viagens ao exterior e os encontros com figurões estrangeiros constituem, desde o reinado 
de Dom Pedro II, um trunfo na estratégia das lideranças brasileiras. De fato, as críticas às 
viagens internacionais do Presidente da República ou de outros dirigentes parecem 
despropositadas. Tanto o governo como a oposição devem reposicionar os interesses 
brasileiros num mundo em plena mutação. O problema que se coloca é de outra natureza e se 
resume numa interrogação pouco formulada na campanha presidencial: quais devem ser os 
rumos de nossa diplomacia? 
(Luiz Felipe de Alencastro, Veja, 10/04/2002, com adaptações) 
Assinale a relação de condição incorreta a respeito do emprego das estruturas lingüísticas no 
texto. 
d) o conectivo “Tanto...como”(l.6) for substituído por Não só ... mas também, o verbo seguinte 
pode ser empregado no plural, “devem”(l.6), ou no singular, deve. 
Item CORRETO 
 
Comentário. 
Foi considerada correta a faculdade de flexão, mesmo a série aditiva estando sem pausa, ou 
seja, sem vírgulas. 
Logo, a partir dessas duas questões, podemos afirmar que o entendimento da ESAF é que, em 
séries aditivas enfáticas, o sujeito poderá facultativamente se flexionar no singular ou no plural, 
com ou sem pausa. 
CONCORDÂNCIA COM PRONOME RELATIVO ‘QUE’ 
 
3 - (AFC 2002) Assinale a proposição correta a respeito da estrutura morfossintática do texto 
abaixo. 
“A ‘Guerra Fiscal’ pertence a uma classe geral de fenômenos que emergem quando iniciativas 
políticas dos Governos subnacionais adquirem conotações negativas e geram efeitos 
econômicos perversos em decorrência do caráter insuficiente ou conjunturalmente inoperante 
do quadro político-institucional que regula os conflitos federativos, o qual se revela incapaz de 
garantir um equilíbrio mínimo entre interesses locais de forma a evitar 
efeitos macroeconômicos e sociais perversos.” 
(C. Cavalcanti & G. Prado, com adaptações) 
a) A forma verbal “emergem”(l.2), flexionada no plural, constitui incorreção, pois sua 
concordância deve se dar com o substantivo “classe”(l.1), núcleo do grupo nominal “classe 
geral de fenômenos”. 
Item INCORRETO. 
 
Comentário. 
Pronome relativo é assim chamado por fazer referência a algum outro termo (substantivo, 
pronome substantivo, oração substantiva) já mencionado anteriormente (ANTECEDENTE). 
 
 
O pronome relativo dá início a uma oração que atribui a esse antecedente uma característica, 
estado ou condição. 
Por esse motivo, a oração iniciada pelo pronome relativo é uma oração subordinada adjetiva. 
Assim, concluímos que SEMPRE UM PRONOME RELATIVO DÁ INÍCIO A UMA ORAÇÃO 
ADJETIVA. 
Para respeitar as regras de concordância, deve-se observar a qual termo o pronome relativo 
está se referindo, e com ele será feita a concordância verbal. 
No caso da questão de prova, iremos reproduzir parcialmente a passagem para melhor análise: 
“A ‘Guerra Fiscal’ pertence a uma classe geral de fenômenos que emergem quando iniciativas 
políticas dos Governos subnacionais adquirem conotações negativas” 
Nesse período composto, há três orações: 
1ª – oração principal – “A ‘Guerra Fiscal’ pertence a uma classe geral de fenômenos” 
2ª – oração subordinada adjetiva – “que emergem” – restringe o conceito do substantivo 
fenômenos. 
3ª – oração subordinada adverbial – “quando iniciativas políticas dos Governos subnacionais 
adquirem conotações negativas” – apresenta uma idéia circunstancial de momento. 
Note que o sujeito da oração adjetiva “que emergem” é o pronome relativo que. O substantivo 
fenômenos pertence à oração principal. Contudo, é como se o pronome relativo somente 
estivesse “ocupando o lugar” de fenômenos na oração adjetiva – ele exerce a função de sujeito 
do verbo emergir, mas a concordância deve ser feita com a palavra que está substituindo – 
fenômenos. 
Até imagino o pronome relativo falando para o verbo “Olha só, sou eu o seu chefe substituto, 
mas quem manda mesmo é o meu patrão, o termo a quem eu me refiro, ou seja, o meu 
referente - fenômenos. Aqui, só estou ocupando um lugar que seria dele (“fenômenos 
emergem”). Então, se você quiser concordar com alguém, concorde com ele, ok?”. 
Percebe-se que o pronome relativo que tem por antecedente o substantivo fenômenos (o que 
emerge não é a classe, mas os fenômenos), e por isso correta estaria a flexão do verbo no 
plural (emergem). 
 
4 - (AFC 2002) Assinale a opção em que o trecho do texto foi transcrito de forma 
gramaticalmente correta. 
d) Modernizar, palavra neutra em matéria de valores morais, pode simplesmente servir de 
pretexto para justificar a adesão ao paradigma dominante, desqualificando, ao mesmo tempo, 
como dinossauros préhistóricos, os que a ele resiste. 
Item INCORRETO. 
 
Comentário. 
Em outra ordem, a última parte da construção equivale a “desqualificando, ao mesmo tempo, 
como dinossauros préhistóricos, os que resiste a eles”. 
Nessa estrutura, você percebeu a incorreção gramatical? 
Mais uma vez, o sujeito da forma verbal é um pronome relativo que. 
O pronome relativo remete a concordância ao termo antecedente a que se refere. No caso, o 
referente é o demonstrativo “os”, equivalente a “aqueles”; por isso, o verbo deverá ser 
conjugado na 3ª pessoa do plural – na ordem direta “desqualificando os que resistem a ele.”, 
ou na ordem apresentada no texto: “desqualificando os que a ele resistem.”. 
VERBOS ACOMPANHADOS DO PRONOME ‘SE’ 
 
 
 
5 - (Analista Comércio Exterior/ 1998) Marque o item sublinhado que apresenta erro gramatical 
ou impropriedade vocabular. 
A primeira expedição científica à(A) Amazônia foi feita em 1638 por George Marcgrave, um 
naturalista alemão. Até o final do século XVII, o que se procuravam(B) eram animais exóticos, 
dentro da ótica do "estranho mundo novo": peixe que dá choque, aranhas gigantes, mamíferos 
que vivem submersos nos rios. Nos séculos seguintes, o objetivo passou a ser a coleta do 
maior número possível de bichos de diferentes espécies. Até os anos 40, os museus 
estrangeiros pagavam coletores profissionais(C) para levar espécimes(D) da fauna e flora 
nacionais(E)para suas coleções. O Brasil só assumiu a pesquisa científica na Amazônia há 
poucas décadas. Agora, a idéia é conhecer para preservar. 
(Baseado em Flávia Varella, Veja - Amazônia, 24/12/1997) 
a) A 
b) B 
c) C 
d) D 
e) E 
 
GABARITO: B 
 
Comentário. 
Quando um verbo de transitividade direta ou direta e indireta estiver acompanhado do pronome 
se, todo cuidado é pouco: poderemos estar diante de uma construção de voz passiva. 
Para confirmação, temos de fazer duas perguntas: 
1 – O verbo é transitivo direto (TD) ou transitivo direto e indireto (TDI)? 
2 – Existe uma idéia passiva na construção? 
Se ambas as respostas forem SIM, estamos diante de uma construção de voz passiva e, 
então, o verbo deverá se flexionar de acordo com o sujeito paciente. 
A existência de um objeto direto na transitividade do verbo é necessária pois, como vimos na 
aula sobre verbos, o objeto direto da construção de voz ativa irá exercer a função essencial de 
sujeito da voz passiva. 
Na questão de prova ora comentada, “o que se procuravam eram animais exóticos”, temos de 
fazer duas análises: a primeira, em relação à construção: 
1ª pergunta: O verbo é transitivo direto (TD) ou transitivo direto e indireto (TDI)? 
Resposta: O verbo procurar é transitivo direto (alguém procura alguma coisa). 
2ª pergunta: Existe uma idéia passiva na construção? 
Resposta: Sim, existe idéia passiva – os animais eram procurados. 
Conclusão: temos uma construção de voz passiva. 
A segunda análise versa sobre o antecedente do pronome relativo que. Para isso, vamos 
separar as orações: 
Período composto: “o | que se procuravam |eram animais exóticos” 
1ª oração: o [pronome demonstrativo = aquilo] eram animais exóticos – ORAÇÃO PRINCIPAL 
2ª oração: que se procuravam – ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA 
O pronome que é relativo e tem como antecedente o pronome demonstrativo o. Por isso, o 
verbo que o segue deverá ficar no singular. 
Para melhor compreensão, iremos fazer a substituição do pronome relativo QUE pelo termo 
que substitui, o pronome demonstrativo “o”. Para simplificar ainda mais, em vez de “o”, 
colocaremos “aquilo”, seu equivalente. 
“que se procurava” - “aquilo se procurava” = AQUILO era procurado. 
 
 
Viu? O verbo só poderá ficar no singular. 
Na oração principal (“o eram animais exóticos”), devemos lembrar da concordância do verbo 
ser. 
De um lado, como sujeito, existe um pronome substantivo demonstrativo o - COISA. 
De outro lado, na função de predicativo do sujeito, há um substantivo acompanhado de um 
adjetivo: animais exóticos - COISA. 
Portanto, tanto de um lado (sujeito) como de outro (predicativo), os elementos são “coisas” 
(substantivos, pronomes substantivos ou orações substantivas). 
Assim, a concordância pode se dar com qualquer deles, PREFERENCIALMENTE com o 
elemento que estiver no PLURAL – “... eram animais exóticos”. 
Isso justifica a flexão do verbo ser no plural. 
6 - (Analista Comércio Exterior/ 1998) Marque o item sublinhado que apresenta erro gramatical 
ou impropriedade vocabular. 
No próximo ano, estará a Declaração Universal de Direitos Humanos completando seu 
cinqüentenário, no limiar do novo século. Ao longo das cinco últimas décadas, testemunhamos 
o processo histórico de gradual formação, consolidação, expansão e aperfeiçoamento da 
proteção internacional dos direitos humanos, conformando(A) um direito de proteção dotado de 
especificidade própria. Esse processo partiu das premissas de que(B) os direitos humanos são 
inerentes ao ser humano e, como tais(C) antecedem a(D) todas as formas de organização 
política, e de que sua proteção não se esgota na ação do Estado. Ao longo deste meio século, 
como respostas às necessidades de proteção, tem-se(E) multiplicado os tratados e 
instrumentos de direitos humanos, a partir da Declaração Universal de 1948, tida como ponto 
de partida do processo de generalização da proteção internacional dos direitos humanos. 
(Baseado em Antônio Augusto Cançado Trindade) 
a) A 
b) B 
c) C 
d) D 
e) E 
 
Gabarito: E 
 
Comentário. 
Mais uma vez, estamos diante de um verbo acompanhado de um pronome se, o que poderá 
ser um caso de construção de voz passiva. 
Vamos, então, responder às perguntas de confirmação: 
1 – É um verbo transitivo direto (TD) ou direto e indireto (TDI)? 
Como não se trata de um verbo, mas de uma locução verbal, temos de analisar a transitividade 
do verbo principal da locução – multiplicar. Na construção, este é um verbo transitivo direto – 
‘Alguém/alguma coisa multiplicou os tratados e os instrumentos de direitos humanos.’. Sim, é 
TD. 
2 – Há idéia passiva? Sim, ‘os tratados e os instrumentos de direitos humanos foram 
multiplicados.’ 
Conclusão: CONSTRUÇÃO DE VOZ PASSIVA. 
Relembre que a flexão verbal numa locução: quem se modifica é o verbo auxiliar (ter) mas da 
maneira que o principal (multiplicar) o faria. Assim, a construção verbal correta, em 
concordância com o sujeito representado por “os tratados e os instrumentos de direitos 
humanos”, é têm-se multiplicado. 
 
 
 
7 - (TCE RN/2000) Marque o item em que um dos dois períodos está gramaticalmente 
incorreto: 
c) No gênero das leis federativas, é possível discernir duas espécies bem visíveis: leis federais 
intransitivas e transitivas. / No gênero das leis federativas, podem-se discernir duas espécies 
bem visíveis: leis federais intransitivas e transitivas. 
Item CORRETO 
 
Comentário. 
Novamente, verbo acompanhado do pronome se. Vamos às perguntas: 
1- É verbo TD ou TDI? 
Sim. Na locução “poder discernir”, a transitividade de discernir (verbo principal) é DIRETA, 
pois significa diferenciar, distinguir, discriminar. 
2 – Há idéia passiva? 
Sim, duas espécies de leis federativas poderão ser discernidas, ou seja, diferenciadas. 
Então, trata-se de voz passiva e o verbo auxiliar deverá flexionar-se de acordo com o núcleo do 
sujeito paciente – espécies – e ir para o plural – podem-se discernir. 
Haveria uma outra possibilidade de construção: “pode-sediscernir duas espécies bem visíveis: 
leis federais intransitivas e transitivas.” 
Neste caso, o sujeito da forma verbal “pode-se” é a oração reduzida de infinitivo “discernir duas 
espécies...”. Esse tipo de construção é possível com os verbos PODER, DEVER e outros. Um 
outro exemplo: 
1 - Devem-se manter os animais nas jaulas. – Os animais devem ser mantidos nas jaulas. – 
construção de voz passiva = verbo auxiliar concorda com o núcleo do sujeito: animais. 
2 – Deve-se manter os animais nas jaulas – Deve-se [manter os animais nas jaulas] - sujeito 
oracional = verbo na 3ª pessoa do singular. 
São formas igualmente válidas, cada uma com uma análise sintática diferente. Esse ponto 
pode ser objeto de questão do tipo “com barrinha no meio”, cujo enunciado costuma ser 
“assinale a opção em que os dois períodos estão corretos”. 
 
8 - (TCE RN/2000) Marque o segmento do texto que apresenta erro(s) de construção sintática. 
a) Em julho último, editou a União a Lei ordinária no 8.666, cujo artigo 5o impôs à 
Administração Pública, nos três níveis de Governo, a obrigação de pagar, em “estrita ordem 
cronológica das datas de suas exigibilidades”, para cada fonte diferenciada de recursos, os 
bens e serviços que adquirir. 
b) A ementa dessa Lei esclarece que a norma está regulamentada no inciso XXI do artigo 37 
da Constituição, que impõe o processo de licitação nas aquisições governamentais de bens e 
serviços, assegurando que nos certames é preciso haver “igualdade de condições” entre os 
concorrentes e que nos contratos “se estabeleça obrigações de pagamento, mantida as 
condições efetivas da proposta”. 
c) A União legislou obviamente no exercício da competência que lhe deferiu o inciso XXVII do 
artigo 23 da Constituição, para editar normas gerais de licitação e contratação. 
d) E, ao fazê-lo, inseriu dispositivo não pertinente a esse campo, mas sim ao direito financeiro. 
e) Mas também aí a competênciapara legislar, embora concorrentemente com os Estados e 
Distrito Federal, foi atribuída à União pelo artigo 24, inciso I, da Constituição. 
(Baseado em Austen da Silva Oliveira) 
 
Gabarito: B 
 
 
 
Comentário. 
Observe como a concordância verbal, em construção de voz passiva pronominal, é 
constantemente objeto de questões da ESAF. Por isso, temos de treinar bastante essa análise. 
Quando o enunciado aborda erro de construção sintática, esse erro pode estar em sintaxe de 
concordância, de regência, de colocação, ou seja, deve-se analisar cada oração com bastante 
critério para perceber o equívoco. 
Como mencionei lá no começo, é para “andar pisando em ovos”. 
No item B, o erro foi com relação à flexão do verbo estabelecer. Este verbo está acompanhado 
do pronome se e, por isso, vamos à análise: 
1 – É verbo TD ou TDI? Sim. Alguém estabeleceu obrigações de pagamento. 
2 – Há idéia passiva? Sim. As obrigações foram estabelecidas. 
Conclusão: VOZ PASSIVA. 
Sujeito: obrigações de pagamento 
Núcleo do sujeito: obrigações 
Construção correta: “se estabeleçam obrigações de pagamento” 
O outro erro refere-se à concordância nominal, logo na seqüência: o que será “mantida”? 
Resposta: “as condições efetivas da proposta”. 
Como o núcleo do sintagma nominal é condições, o adjetivo a ele correspondente deverá se 
flexionar no gênero feminino e número plural – mantidas, ficando assim: “... 
assegurando que nos certames é preciso haver ‘igualdade de condições’ entre os concorrentes 
e que nos contratos ‘se estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições 
efetivas da proposta’.” . 
 
9 -(Fiscal de Fortaleza – 1998) Indique entre os itens sublinhados o que contém erro gramatical 
ou impropriedade vocabular. 
Tudo parece indicar, a essa altura, que(A) as repercussões da crise dos países asiáticos sobre 
a América Latina serão bem menos acentuadas do que(B) se imaginava faz(C) poucos meses. 
Pouco a pouco, foram-se percebendo(D) que os problemas daquela região são devidos à(E) 
desorganização de seus sistemas financeiros e a uma especulação imobiliária desenfreada. 
(Gazeta Mercantil, 21 e 22/2/1998, adaptado) 
a) A 
b) B 
c) C 
d) D 
e) E 
 
GABARITO: D 
 
Comentário. 
Primeiramente, uma locução verbal acompanhada de pronome ‘se’ requer análise: 
1- o verbo principal (perceber) é TD ou TDI? Sim. 
2- Há idéia passiva? Sim – Algo foi sendo percebido. 
Conclusão: construção de voz passiva. 
Acontece que o sujeito não está expresso na forma de um nome (substantivo), mas de uma 
oração (subordinada) substantiva. Pergunta-se: o que foi sendo percebido? 
Resposta: “que os problemas daquela região são...” – o sujeito da forma verbal está 
representada por uma oração. 
 
 
No caso de sujeito oracional, o verbo DEVE FICAR na 3ª pessoa do singular (“foi-se 
percebendo que os problemas daquela região são...”). 
 
10 - (Oficial de Chancelaria/2002) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical. 
Nunca antes foram tão(1) favoráveis as condições para uma política externa de realizações no 
Brasil. É preciso(2) aproveitar essas condições, multiplicar o seu efeito benéfico, pô-las(3) a 
serviço de interesses muito claros – e preementes(4) – do Brasil em suas relações com o 
mundo exterior. Fizemos(5) muito para consolidar uma imagem nova, de credibilidade e 
confiabilidade, de um País que é capaz de enfrentar com determinação e autoconfiança os 
seus problemas. Demos passos concretos nesse sentido e estamos recolhendo os benefícios. 
(Adaptado de www.mre.gov.br, Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados) 
a) 1 
b) 2 
c) 3 
d) 4 
e) 5 
 
Gabarito: D 
 
Comentário. 
Não existe registro do vocábulo PREEMENTE, mas de PREMENTE, que significa “urgente”, 
aplicável ao contexto. 
Talvez a banca tenha tentado associar esse vocábulo inexistente ao substantivo 
PREEMINÊNCIA (superioridade/grandeza) ou ao adjetivo PREEMINENTE. 
O que nos interessa nessa questão é comentar o item (2), em que temos um bom exemplo de 
sujeito oracional anteposto a um predicado nominal. Por ser “neutro”, o sujeito representado 
sob a forma de uma oração mantém o verbo no singular e, conseqüentemente, da mesma 
forma, o predicativo do sujeito (é preciso). Nesse caso, o sujeito composto está representado 
pelas três orações reduzidas de infinitivo: (1ª) aproveitar essas condições, (2ª) multiplicar o seu 
efeito benéfico, (3ª) pô-las a serviço deinteresses muito claros – ... – do Brasil em suas 
relaçõescom o mundo exterior. 
 
11 - (TCE ES/2001) 
O pensamento moral da Ilustração baseava-se em três idéias centrais: a idéia de que a moral 
podia ter um fundamento secular; a idéia de que o indivíduo, considerado como célula 
elementar da sociedade, tinha direito à auto-realização e à felicidade e podia descentrar-se 
com relação à vida comunitária, criticando-a de fora; e a idéia de que existe uma natureza 
humana universal, de que existem princípios universais de validação ética, e de que existe um 
pequeno núcleo de normas materiais universais. 
(Sérgio Paulo Rouanet) 
Assinale a opção que está incorreta em relação ao texto. 
d) A expressão "baseava-se" (l.1) pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período, 
ser substituída por eram baseados. 
Item INCORRETO (gabarito da questão). 
 
Comentário. 
Verbo acompanhado de pronome se. Análise: 
 
 
1 – É verbo TD ou TDI? Sim, na construção, “Alguém baseou o pensamento em três idéias 
centrais.” 
2 – Idéia passiva? Sim, o pensamento foi baseado. 
A opção sugere a troca da voz passiva pronominal pela construção de voz passiva analítica 
(verbo auxiliar + verbo principal). O erro reside na concordância do verbo auxiliar. 
Como o sujeito (paciente) está representado pelo substantivo pensamento, a forma correta 
seria era baseado. 
Deve-se tomar muito cuidado para manter a flexão de número (singular), de tempo (pretérito 
imperfeito) e de modo (indicativo) na transposição de vozes verbais. 
 
12 - (AFC 2002) 
Os argumentos em favor da política industrial mudam, mas em geral eles continuam sofrendo 
da mesma falta de embasamento econômico. Um deles, que vem sendo repetido de uns 
tempos para cá, é o da economia de divisas. Identifica-se um item de peso na pauta de 
importações como, por exemplo, componentes eletrônicos. 
Ora, se o dispêndio com este produto é alto, por que então não fazer com que ele seja 
produzido no país por meio de uma política industrial ativa, poupando-se, desta forma, moeda 
forte? 
(Adaptado de Cláudio Haddad) 
Assinale, entre as substituições sugeridas, a que está em desacordo com a norma culta. 
d) “Identifica-se”(l.5) por É identificado 
Item CORRETO. 
 
Comentário. 
Repete-se a exigência de troca da voz passiva pronominal (sintética) para voz passiva 
analítica, desta vez com correção. 
Foram preservados o tempo e o modo verbal (presente do indicativo), bem como respeitada a 
concordância com o sujeito paciente, que tem como núcleo o substantivo masculino singular 
item (“Identifica-se um item de peso”) 
 
13 - (TCE ES/2001) Assinale o trecho que respeita as regras gramaticais da norma culta. 
a) Pesquisas nos Estados Unidos mostra que a tolerância ao erro no comércio eletrônico é 
zero. Quem compra um CD e não recebe, simplesmente "deleta" o endereço da loja virtual 
pisou na bola. 
d) A reação contrária do consumidor é desmezurada. Na rede esperam-se serviço nota 1000 - 
ou nada aquém disso. 
Itens INCORRETOS 
 
Comentário. 
Erro da opção a: quem mostra que a tolerância ao erro no comércio eletrônico é zero são as 
pesquisas. Por isso, o verbo mostrar deveria estar no plural – “Pesquisas nos Estados Unidos 
mostram...”. 
Erro da opção d: além do erro na grafia de desmensuradas, houve um erro de sintaxe de 
concordância. 
O verbo esperar (na construção, transitivo direto) está acompanhado do pronome se e 
apresenta uma idéia passiva (serviço nota 1000 é esperado pelo consumidor),o que nos leva a 
concluir que se trata de uma construção de voz passiva pronominal, cujo verbo deve estar de 
 
 
acordo com o sujeito paciente (serviço). A construção correta, portanto, seria “Na rede, espera-
se serviço nota 1000”). 
 
14 - (TRF 2003) Em relação ao texto, assinale a opção incorreta. 
A ciência moderna desestruturou saberes tradicionais, e seu paradigma mecanicista, que 
encara o mundo natural como máquina desmontável, levou a razão humana aos limites da 
perplexidade, porquanto a fragmentação do conhecimento em pequenos redutos fechados se 
afasta progressivamente da visão do conjunto. A excessiva especialização das partes subtrai o 
conhecimento do todo. Daí resulta a dificuldade teórica e prática para que o espírito humano se 
situe no tempo e no espaço da sua existência concreta. 
(José de Ávila Aguiar Coimbra, Fronteiras da Ética, p. 27) 
e) Em “se situe”(l.11) o pronome “se” indica indeterminação do sujeito e contribui para conferir 
impessoalidade ao texto. 
Item INCORRETO. 
 
Comentário. 
Vamos definir, agora, as diferenças entre o pronome apassivador “se” e o índice de 
indeterminação do sujeito “se”: a transitividade do verbo dentro da oração e a idéia que o 
contexto oracional apresenta (se passiva ou ativa). 
Como vimos reiteradas vezes, o verbo transitivo direto (TD) e transitivo direto e indireto (TDI), 
por possuírem o complemento direto, podem formar uma estrutura de voz passiva, já que o 
objeto direto irá exercer, nessa construção, a função sintática de sujeito paciente. 
Na construção de voz passiva, o verbo deverá fazer a concordância com o sujeito paciente: 
Viam-se ao longe as primeiras casas (verbo transitivo direto) 
Ofereceu-se um grande prêmio ao primeiro colocado. 
(verbo transitivo direto e indireto). 
Além da transitividade do verbo, deve haver uma idéia passiva do elemento que exerce a 
função de sujeito (como nos exemplos acima: as casas eram vistas / o prêmio era oferecido) 
Os demais verbos (transitivo indireto, intransitivo, verbo de ligação), se estiverem 
acompanhados do pronome “se”, estarão formando o sujeito indeterminado e o pronome 
correspondente chama-se índice ou partícula de indeterminação do sujeito. 
Usa-se construção de sujeito indeterminado quando não se sabe - ou não se quer dizer – quem 
pratica/praticou a ação verbal. Também é usado em orações de sentido genérico, vago. São 
duas as formas de construção: 
1 - o verbo (exceto transitivo direto ou direto e indireto) permanece na 3ª pessoa do singular 
acompanhado do pronome se (índice / partícula de indeterminação): 
Necessitava-se, naqueles dias, de novas esperanças. 
(verbo transitivo indireto) 
Estava-se muito feliz com o resultado das provas. 
(verbo de ligação) 
Morria-se de tédio nas noites de inverno.(verbo intransitivo) 
2 – o verbo (qualquer que seja sua transitividade na construção), sem o pronome, fica na 3ª 
pessoa do singular: 
Desviaram dinheiro dos cofres públicos. 
Bateram na porta. 
Falaram mal de você. 
Na questão da ESAF, o verbo situar – transitivo direto (alguém situa alguma coisa) – apresenta 
ao sujeito uma idéia passiva (que o espírito humano seja situado). Por isso, constrói voz 
 
 
passiva pronominal, cujo verbo deverá concordar com o sujeito. A afirmação do item e, 
portanto, não procede. 
15 (TRF 2003) - Assinale o trecho que, ao preencher a lacuna correspondente, provoca erro 
gramatical, de pontuação ou de coesão textual. 
___________(1)_______________ com predominância de fusões e aquisições de empresas, a 
mudança de natureza das inversões diretas iniciou-se nos Estados Unidos na década de 80. 
________(2)__________ acompanhada de uma grande expansão do investimento de portfólio 
e da formação de megacorporações, estendeu-se aos demais países nos anos 90. 
______________(3)__________ apoiada na valorização global das Bolsas, ocorreu com 
maior intensidade na segunda metade dos anos 90. 
_________(4)___________ de movimento de natureza patrimonial que deu lugar a dois 
processos simultâneos: a fusão de empresas, com fechamento de plantas no centro 
industrializado, e o concomitante deslocamento para a periferia 
dinâmica.__________________(5)__________ da concorrência mundial ensejou a criação 
concentrada de capacidade produtiva nos setores de nova tecnologia e nas regiões capazes de 
promover uma integração virtuosa ao processo de internacionalização capitalista. 
a) 1- É necessário esclarecer que, 
b) 2 - Tal transformação na economia, 
c) 3 - Essa aceleração da centralização de capital, 
d) 4 - Tratavam-se, essencialmente, 
e) 5 - Esse último estágio da evolução da estrutura 
 
Gabarito: D (alterado após os recursos) 
 
Comentário. 
Questão clássica de sujeito indeterminado versa sobre o verbo tratar. Quando significa “a 
questão que importa ou que se discute”, é transitivo indireto e pronominal (“Tratase de uma 
nova técnica cirúrgica.”). Forma, com o pronome “se”, uma estrutura de sujeito indeterminado, 
devendo o verbo SEMPRE ficar na 3ª pessoa do singular – Trata-se de. 
No item a, estamos diante de um sujeito oracional, que leva o verbo para a 3ª pessoa do 
singular. 
 
16 - (AFRF 2005) Assinale a opção que constituiria, de maneira coerente com a argumentação 
e gramaticalmente correta, uma possível resposta para a pergunta final do texto. 
d) Segundo alguns pensadores modernos, não se tratam de projeções utópicas os 
empreendimentos culturais e sociais que renovam valores modernistas, enriquecendo saberes 
especializados. 
Item INCORRETO. 
 
Comentário. 
Observe que o verbo tratar foi, mais uma vez, indevidamente flexionado. Por fazer parte de um 
sujeito indeterminado, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular. 
A construção correta, portanto, seria “não se trata de projeções utópicas”. 
 
17 - (TTN 1998) Marque o texto que contém erro de estruturação sintática ou de pontuação. 
a) A cada dia que passa, uma revolução silenciosa vai tomando conta das mentalidades dos 
empresários e altos executivos brasileiros, cristalizando-se e arregimentando forças entre os 
especialistas em Recursos Humanos. 
 
 
b) Pouco a pouco, ela se concretiza nas necessidades específicas das indústrias de tecnologia 
de ponta e recolhe novos testemunhos dos líderes que lutam para fazer negócios, vencer uma 
concorrência encarniçada ou simplesmente manter suas corporações de pé em meio à 
borrasca da recessão. 
c) E chega à conclusão mais simples possível: que nem só de computadores, tecnologias de 
ponta, robôs ou telefones celulares vive uma empresa, se ela não contar com uma equipe 
profissional, treinada, entusiasmada, e, ainda por cima, motivada. 
d) A nova mentalidade começa por botar o ovo em pé e reconhecer o valor insubstituível, 
inigualável, da qualidade do trabalho humano. 
e) Esta revolução trata-se de uma mudança radical de mentalidade, que começou a tomar 
corpo no finalzinho dos anos 80, depois de toda aquela onda de contenção de despesas, 
cortes de pessoal, diminuição de "elefantes brancos" empresariais, fim de estoques inúteis, 
melhoria de qualidade, de competitividade e de produtividade. 
(Márcio Roberto Graf, com adaptações) 
 
Gabarito: E 
 
 
Comentário. 
Por formar uma estrutura oracional de sujeito indeterminado, a expressão “trata-se de” não 
admite sujeito, como o apresentado na introdução do item e (“Esta revolução trata-se de...”). 
 
18 - (CVM 2000) Marque o segmento do texto que contém erro de estruturação sintática. 
a) Já se tornou lugar-comum afirmar que investir em ciência e tecnologia é condição 
necessária para o desenvolvimento de um país. 
b) Se essa afirmação pode ser considerada consensual, não o é a compreensão acerca de 
qual tipo de investimento deve ser feito. 
c) De fato, pode-se afirmar que a forma de financiamento para ciência e tecnologia é 
dependente da visão que o governo tem do desenvolvimento da sociedade. 
d) Não foi por outro motivo que, duranteo regime militar, se optaram por pesados 
investimentos na construção de um aparato de pesquisa vinculado ao Estado. 
e) Aquele modelo refletia o singular nacionalismo dos militares, em aliança com setores da 
burocracia estatal. 
(Henrique Carlos de O. de Castro, com adaptações) 
 
Gabarito: D 
 
Comentário. 
O verbo optar, no contexto, é transitivo indireto (Alguém optou por alguma coisa.) e está 
acompanhado do pronome “se”, o que aponta para uma construção de sujeito indeterminado. 
Desse modo, o verbo deverá permanecer na 3ª pessoa do singular – “Não foi por outro motivo 
que, durante o regime militar, se optou por pesados investimentos...”. 
No item c, observamos uma passagem de sujeito oracional com o verbo auxiliar “poder”, que 
possibilita duas análises: 
I– “pode-se | afirmar | que a forma de financiamento para a ciência e tecnologia é 
dependente da visão | 
que o governo tem do desenvolvimento da sociedade.” 
 
 
1ª oração: “pode-se” – oração principal – o verbo fica na 3ª pessoa do singular porque seu 
sujeito está sob forma oracional (2ª oração). 
2ª oração: “afirmar” – oração subordinada subjetiva reduzida de infinitivo (exerce a função 
sintática de sujeito do “pode-se”, que equivale a “é possível” - o que é possível? Afirmar.) 
3ª oração – “que a forma de financiamento para a ciência e tecnologia é dependente da visão” 
– oração subordinada objetiva direta (exerce a função sintática de objeto direto de “afirmar”). 
4ª oração – “que o governo tem do desenvolvimento da sociedade” – oração subordinada 
adjetiva restritiva (oração que serve para limitar o alcance do substantivo “visão”, presente na 
oração anterior) 
II– “pode-se afirmar | que a forma de financiamento para a ciência e tecnologia é dependente 
da visão | que o governo tem do desenvolvimento da sociedade.” 
1ª oração – “pode-se afirmar” – oração principal formada por uma locução verbal e um 
pronome apassivador. O verbo auxiliar “poder” fica no singular porque o sujeito está 
sob forma oracional (é a segunda oração). 
2ª oração – “que a forma de financiamento para a ciência e tecnologia é dependente da visão” 
– oração subordinada subjetiva – agora, esta oração exerce a função sintática de sujeito 
paciente da forma verbal expressa na 1ª oração (de voz passiva). 
3ª oração – “que o governo tem do desenvolvimento da sociedade” – oração subordinada 
adjetiva restritiva (oração que serve para limitar o alcance do substantivo “visão”, presente na 
oração anterior) – não houve mudança em relação à análise anterior. 
A banca poderia ter explorado a classificação da segunda oração da análise II. Está vendo 
como a ESAF, muitas vezes, é boazinha? 
 
19 - (Analista Comércio Exterior/ 1998) Marque o item em que um dos dois períodos está 
gramaticalmente incorreto. 
a) A qualquer observador da história moderna pode afigurar-se paradoxal que a primeira 
conferência multilateral sobre o tema do desenvolvimento social se tenha realizado numa 
época em que o neoliberalismo, como alternativa "eficiente" ao chamado Estado-Providência, e 
o culto do mercado, como fator de regulação da convivência social configuram a ideologia 
dominante. / A qualquer observador da história moderna pode-se afigurar paradoxal que a 
primeira conferência multilateral sobre o tema do desenvolvimento social se tenha realizado 
numa época em que o neoliberalismo, como alternativa "eficiente" ao chamado Estado-
Providência, e o culto do mercado, como fator de regulação da convivência social configuram a 
ideologia dominante. 
b) O primeiro paradoxo a respeito da Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Social reside 
no fato da proposta de sua realização ter sido aceita mais rapidamente pelos países 
desenvolvidos do que pelo conjunto de países em desenvolvimento. / O primeiro paradoxo a 
respeito da Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Social reside no fato de a proposta de 
sua realização ter sido aceita mais rapidamente pelos países desenvolvidos do que pelo 
conjunto de países em desenvolvimento. 
c) O triunfalismo do Ocidente desenvolvido com o esboroamento do antigo bloco comunista e a 
alegada vitória do liberalismo traduzia-se, então, não apenas na noção da "nova ordem 
internacional" preconizada pelo Presidente Bush dentro do Grupo dos Sete. / O triunfalismo do 
Ocidente desenvolvido com o esboroamento do antigo bloco comunista e a alegada 
vitória do liberalismo traduziam-se, então, não apenas na noção da "nova ordem internacional" 
preconizada pelo Presidente Bush dentro do Grupo dos Sete. 
d) Alguns países desenvolvidos brandiam a noção de good governance, ou "boa governança", 
na qual se embutia uma crítica aos países do Terceiro Mundo como locus exclusivo do 
 
 
desperdício de recursos e da corrupção governamental – antes, naturalmente, da Operação 
Mãos Limpas na Itália. / Alguns países desenvolvidos brandiam a noção de good governance, 
ou "boa governança", em que se embutia uma crítica aos países do Terceiro Mundo como 
locus exclusivo do desperdício de recursos e da corrupção governamental – antes, 
naturalmente, da Operação Mãos Limpas na Itália. 
e) Temiam os países em desenvolvimento que a conferência proposta se transformasse num 
foro de repreensão no sentido Norte-Sul, em que os países ricos viessem a tentar impor novos 
tipos de condicionalidades a assistência e cooperação internacionais. / Temiam os países em 
desenvolvimento que a conferência proposta se transformasse num foro de repreensão no 
sentido Norte-Sul, em que os países ricos viessem a tentar impor novos tipos de 
condicionalidades à assistência e à cooperação internacionais. 
 
GABARITO: C 
 
Comentário. 
No segundo segmento da opção c, temos um daqueles erros clássicos de concordância verbal 
– entre o núcleo do sujeito e o verbo estão colocados vários elementos: “O triunfalismo do 
Ocidente desenvolvido com o esboroamento do antigo bloco comunista e a alegada 
vitória do liberalismo traduziam-se (...)”. 
Verbo traduzir com o pronome ‘se’ – vamos à análise: 
1 – é transitivo direto; 
2 – apresenta idéia passiva. 
Logo, construção de voz passiva. 
O sujeito paciente tem por núcleo o substantivo 
triunfalismo. Assim, a forma verbal deverá ficar no singular – traduzia-se. 
O que pode ter induzido muita gente a erro foi imaginar que ‘a alegada vitória’ seria um outro 
núcleo do sujeito. 
Para dirimir essa questão, devemos observar o contexto. 
Sabendo que ‘esboroamento’ tem por sinônimo o substantivo declínio, pode-se extrair do texto 
que foram dois os fatores que levaram ao triunfalismo do Ocidente: a derrocada comunista e a 
vitória do liberalismo (há, inclusive, uma estreita relação entre esses dois acontecimentos). 
Com isso, concluímos que qualquer análise sintática só pode ser feita em conjunto com uma 
análise semântica, ou seja, para se verificar a concordância, temos a necessidade de 
compreender o texto. 
CONCORDÂNCIA COM SUJEITO COMPOSTO 
20 - (TCE ES/2001) Em relação à estrutura gramatical do texto, assinale o fragmento correto. 
a) A vida moral e a vida do poder dá a impressão de correrem paralelas, com raras 
convergências. 
b) Este desencontro entre a ética e a política incomodam e indignam a todos que querem ver e 
sentir a presença de virtudes na condução dos negócios públicos. 
c) Há um aspecto clássico, mas sempre atual, do problema das relações entre a moral e o 
poder, a saber: o da mentira na gestão pública. 
d) Há muitos argumentos que justifica a mentira como exceção ao princípio ético da 
veracidade. 
e) Mas, hoje, na teoria democrática, ao assim chamado direito do governante de mentir em 
benefício da comunidade, se contrapõem, para contê-los, o direito a uma informação exata e 
honesta dos governados. 
(Itens adaptados de Celso Lafer) 
 
 
 
GABARITO: C 
 
Comentário. 
A concordância se faz com o núcleo do sujeito. 
No caso de sujeito simples, há apenas um núcleo. 
No caso de sujeito composto, hámais de um núcleo. 
Quando a oração está na ordem DIRETA, ou seja, na forma de SUJEITO + VERBO + 
COMPLEMENTO, o verbo deverá OBRIGATORIAMENTE fazer a concordância gramatical, isto 
é, concordar com o(s) núcleo(s), uma vez que eles já foram apresentados. 
Se a oração estiver em ordem INVERSA, com o sujeito composto após o verbo (VERBO + 
SUJEITO COMPOSTO), a concordância poderá ser, FACULTATIVAMENTE, gramatical (com 
todos os elementos) ou atrativa, concordando, nesse caso, com o núcleo mais próximo. 
Exemplo: 
Nas estações de trem, fica difícil a entrada e a saída das composições nos horários de maior 
movimento. 
(concordância atrativa) 
Nas estações de trem, ficam difíceis a entrada e a saída das composições nos horários de 
maior movimento. 
(concordância gramatical). 
No item a, temos um sujeito composto anteposto ao verbo. 
Por isso, a única forma possível de concordância é a gramatical – o verbo irá para o plural: “A 
vida moral 
(SUJEITO 1) e a vida do poder (SUJEITO 2) DÃO a impressão (...)”. 
No item b, o núcleo está representado pelo substantivo desencontro, e com ele os verbos 
deverão concordar: 
“Este desencontro entre a ética e a política incomoda e indigna” (o que incomoda e indigna é 
o desencontro). 
No item d, o pronome relativo que tem por antecedente o substantivo argumentos. Assim, o 
verbo deverá com ele concordar – “Há muitos argumentos que justificam a mentira”. 
O item e apresenta uma construção em ordem inversa, o que poderia confundir a análise do 
candidato. 
Colocando os termos da oração na ordem direta, temos que: 
“o direito a uma informação exata e honesta dos governados se contrapõem ao assim 
chamado direito do governante de mentir em benefício da comunidade ”. 
Dessa forma, pode-se perceber que o sujeito da forma verbal “contrapõem” é DIREITO, e com 
ele deverá o verbo concordar: “ao assim chamado direito do governante de 
mentir em benefício da comunidade, se contrapõe, para contê-los, o direito a uma informação 
exata e honesta dos governados.” 
 
21 - (TC PR/2002-2003) Assinale a opção gramaticalmente correta. 
a) A maior cooperação dos órgãos de controle é medida indispensável para aumentar a 
eficácia da fiscalização de obras públicas. A dificuldade de fiscalizar obras aumenta 
constantemente devido à sofisticação cada vez maior dos mecanismos de desvio de recursos, 
porquanto das próprias peculiaridades do processo de planejamento, contratação e execução 
de obras públicas. 
b) A cooperação, sobretudo entre o Tribunal de Contas da União e os Tribunais de Contas dos 
estados, na troca de experiências e informações, de modo a ampliar uma base de 
 
 
conhecimentos comuns e criarem uma rede de controle que permita detecção mais rápida de 
irregularidades, é a melhor alternativa para enfrentar as adversidades, uma vez que a maioria 
das grandes obras públicas é patrocinada com recursos federais e estaduais. 
c) Hoje há maior sintonia do TCU com o Congresso Nacional na fiscalização de obras públicas, 
e os contratos ou convênios relativos a obras em que o tribunal tenha apontado indícios de 
irregularidades graves fica com os recursos orçamentários bloqueados. 
d) É importante estimular o controle social, pois as limitações de recursos dos órgãos de 
fiscalização tornam praticamente impossível o monitoramento contínuo de todos os 
empreendimentos. O TCU colocou em sua página na Internet, para consulta pública, dados 
relativos a obras com indícios de irregularidades graves. Desse modo, qualquer um pode 
acompanhar os problemas existentes nas obras realizadas em sua comunidade e cobrar dos 
responsáveis as providências corretivas. 
e) Os recursos somente são liberados após o TCU constatar de que a adoção de providências 
corretivas pelo gestor da obra e após a edição de um decreto legislativo específico. O TCU tem 
encontrado anualmente irregularidades graves em cerca de um terço das obras fiscalizadas. 
 
Gabarito: C 
 
Comentário. 
Com relação à passagem apresentada no item c, perguntase: o que/quem fica com os recursos 
orçamentários bloqueados? 
Resposta: os contratos ou convênios relativos a obras em que o tribunal tenha apontado 
indícios de irregularidades graves (em negrito, os núcleos do sujeito). 
Para estar em harmonia com o sujeito composto anteposto a si, o verbo deverá ser conjugado 
no plural – “... os contratos ou convênios relativos a obras em que o tribunal tenha apontado 
indícios de irregularidades graves ficam com os recursos orçamentários bloqueados”. 
Mais adiante, comentaremos a oração (correta) “as limitações de recursos dos órgãos de 
fiscalização tornam praticamente impossível o monitoramento contínuo”, presente no item d – 
um caso de concordância com verbo transobjetivo. 
 
22- (Analista Comércio Exterior/ 1998) Marque o item sublinhado que apresenta erro gramatical 
ou impropriedade vocabular. 
Três setores devem reforçar seus lucros neste ano: telecomunicações, fertilizantes e 
construção civil. As empresas de telecomunicações devem ganhar com o aumento de 
demanda e, principalmente, com os ajustes preparando (A) a privatização. A boa safra e a 
possibilidade de manutenção de preços dos commodities agrícolas em patamar elevado(B) 
poderá(C) ajudar as empresas do setor de fertilizantes. Nesse caso, porém, há um risco: 
possíveis impactos da crise asiática sobre o preço dos commodities. 
As previsões de crescimento moderado são(D) para as empresas de energia elétrica, pela 
perspectiva de baixo crescimento do PIB. A queda dos preços internacionais do petróleo e a 
possível redução de demanda por petroquímicos devem(E) limitar o crescimento do setor. 
(Baseado em Tatiana Bautzer, Jornal do Brasil - Economia, 
22/03/1998) 
a) A 
b) B 
c) C 
d) D 
e) E 
 
 
 
GABARITO: C 
 
Comentário. 
Agora, temos um caso de sujeito composto (“A boa safra e a possibilidade de manutenção de 
preços dos commodities agrícolas em patamar elevado”), cujos núcleos são safra e 
possibilidade. Assim, a locução verbal, posposta ao sujeito, deverá fazer a concordância 
gramatical, concordando com os dois núcleos – (“A boa safra e a possibilidade de 
manutenção de preços dos commodities agrícolas em patamar elevado poderão ajudar”). 
Percebeu quantas palavras separaram os núcleos do sujeito da forma verbal correspondente? 
Uma boa dica é sublinhá-los, de modo a evitar que sejam esquecidos. 
Perceba que o item E, considerado correto (“A queda dos preços internacionais do petróleo e a 
possível redução de demanda por petroquímicos devem limitar o crescimento do setor.”), 
reproduz a mesma estrutura sintática do item C – sujeito composto e anteposto ao verbo o 
flexiona no plural – em negrito os núcleos do sujeito e a locução verbal. 
 
23 - (FISCAL MS/2001) Leia o texto abaixo para responder à questão. 
Mesmo sem ser incluído entre os países cujo “desenvolvimento a convite” foi fortemente 
apoiado — por motivos geopolíticos — pelo governo americano, o Brasil transformou-se no 
laboratório de uma estratégia associada — pública e privada — de industrialização que 
contemplou todos os segmentos do capitalismo central. Não se pode esquecer que, depois da 
vitória da Revolução Chinesa e da Guerra da Coréia, e do início da descolonização asiática, o 
‘desenvolvimentismo’ se transformou na resposta capitalista — tolerada pelos liberais — ao 
projeto socialista para os países subdesenvolvidos. Esse foi um fator decisivo para que o 
projeto de industrialização e o intervencionismo estatal do novo modelo econômico contassem 
com o apoio de quase todos os segmentos da classe dominante brasileira e de suas elites 
políticas regionais. Quando essas facilidades se estreitaram, com o fim do padrão dólar e a 
crise econômica mundial dos anos 70, e quando a política econômica internacional dos 
Estados Unidos e a geoeconomia dos países centrais mudaram, com a restauração 
liberalconservadora dos anos 80, o consenso e a coalizão desenvolvimentistase desfizeram. 
(José Luís Fiori, Um país ao sul dos impérios, Correio Braziliense, 22/07/2001) 
Em relação ao texto, assinale a opção em que a substituição sugerida é gramaticalmente 
incorreta. 
e) “contassem” (l.13) por contasse . 
 
Item INCORRETO (gabarito da questão) 
 
Comentário. 
Mais um caso de sujeito composto. Para análise, reproduzimos a passagem onde se localiza a 
troca proposta. 
“Esse foi um fator decisivo para que o projeto de industrialização e o intervencionismo estatal 
do novo modelo econômico contassem com o apoio de quase todos os segmentos da classe 
dominante brasileira e de suas elites políticas regionais.” 
Pergunta-se: o que iria contar com o apoio de quase todos os segmentos da classe dominante 
brasileira e de suas elites políticas regionais? 
Resposta: O projeto de industrialização e o intervencionismo estatal. 
Os núcleos do sujeito são projeto e intervencionismo. 
 
 
Por apresentar mais de um núcleo, estando o sujeito ANTEPOSTO ao verbo, não se admite a 
construção do verbo no singular. A troca implicaria erro de concordância verbal. 
 
24 - (TRF/2000) Assinale a opção em que há erro gramatical. 
Ao contrário das flutuações do nível de atividade, os processos de ajuste econômico tendem(A) 
a gerar mudanças estruturais na economia. Como esses processos requerem(B) tempo para 
serem(C) realizados, enquanto trabalhadores estão se movendo de um emprego para outro, a 
magnitude desses custos e a rapidez com que o mercado se ajusta às(D) novas condições de 
funcionamento da economia depende(E), em grande medida, do grau de flexibilidade do 
mercado de trabalho. 
(Edward Amadeo et al., com adaptações) 
a) A 
b) B 
c) C 
d) D 
e) E 
 
Gabarito: E 
 
Comentário. 
Qual é o sujeito da forma verbal depende? 
Resposta: tudo isto - “a magnitude desses custos e a rapidez com que o mercado se ajusta 
às(D) novas condições de funcionamento da economia”, cujos núcleos foram destacados. 
Desse modo, como o sujeito composto está anteposto ao verbo, este deverá ir para o plural – 
dependem. 
 
CONCORDÂNCIA COM VERBOS TRANSOBJETIVOS 
25 - (AFC STN/2002) Assinale o trecho transcrito com erro gramatical. 
a) O Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) é o principal 
instrumento de administração orçamentária e financeira da União que oferece suporte aos 
órgãos centrais, setoriais e executores da gestão pública, tornando absolutamente segura a 
contabilidade da União. 
b) Ligados ao Sistema encontram-se todos os órgãos da Administração Direta, Autarquias, 
Fundações, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e órgãos dos Poderes 
Legislativo e Judiciário. 
c) Por meio do SIAFI são obtidas as informações que subsidiam o Balanço Geral da União e os 
relatórios de execução do orçamento e de administração financeira, que compõem a 
demonstração das Contas apresentadas ao Congresso Nacional pelo Presidente da República, 
em conformidade com a Constituição Federal. 
d) Encontram-se disponível, ainda, um serviço de troca de mensagens, que interliga cerca de 
30 mil usuários em todo o Brasil agilizando a comunicação entre as Unidades Gestoras. 
e) Principal usuário do SIAFI, o Tesouro Nacional é responsável pela definição das normas de 
utilização do Sistema, orientando e controlando as atividades dos 
gestores públicos que o utilizam. 
(Trechos adaptados de http://www.stn.fazenda.gov.br) 
 
Gabarito: D 
 
 
 
O verbo encontrar, nessa construção com o sentido de achar-se em certo estado ou 
condição, é transitivo direto pronominal (encontrar-se, em que o pronome exerce a função 
sintática de objeto direto), exigindo, também, um predicativo do objeto direto. 
Como o sujeito é um serviço de troca de mensagens, cujo núcleo é serviço, o verbo deverá 
permanecer no singular – “Encontra-se disponível, ainda, um serviço...”. 
Aproveitamos o mote para falarmos sobre a concordância nominal entre o adjetivo e o 
substantivo, quando o primeiro exerce certas funções sintáticas: 
1 - ADJETIVO na função sintática de ADJUNTO 
ADNOMINAL – essa função (adjunto adnominal = junto ao nome) vem somente complementar 
o significado dos substantivos, ao atribuir a eles características. Por isso, é considerado um 
termo acessório. Quando o adjetivo exerce a função de adjunto adnominal (“junto ao nome”) e 
está: 
- anteposto aos substantivos, deve fazer a concordância atrativa, obrigatoriamente - 
exemplo: Vimos pelo caminho belos pastos e casas / Vimos pelo caminho belas casas e 
pastos. 
- posposto aos substantivos, pode concordar com todos os substantivos (concordância 
gramatical ou lógica), uma vez que os substantivos já foram apresentados, ou concordar com 
mais próximo (concordância atrativa ou ideológica): Vimos pelo caminho pastos e casas belas 
(atrativa)/ belos (gramatical). Se houver gêneros diferentes, prevalece, na concordância 
gramatical, o gênero masculino. 
2 - ADJETIVO na função sintática de PREDICATIVO DO SUJEITO – em predicados 
nominais, com verbos de ligação (Eles parecem preocupados, Elas estão tristes), ou em 
predicados verbo-nominais, com verbos indicativos de ação associados a adjetivos que se 
referem ao sujeito (Eles saíram do escritório preocupados, Elas passaram a tarde tristes), 
temos a função sintática de predicativo do sujeito. Essa função, que pode ser exercida por 
um substantivo ou um adjetivo, mesmo distante, atribui ao sujeito um estado, condição, 
característica. 
Quando um adjetivo exercer esta função e estiver: 
- anteposto ao sujeito composto (normalmente junto com o verbo), poderá fazer, 
facultativamente, a concordância gramatical ou atrativa, desde que siga a concordância que o 
verbo fizer – Estavam bastante ansiosos o advogado e a ré / Estava bastante ansioso o 
advogado e a ré / Estava bastante ansiosa a ré e o advogado. 
- posposto ao sujeito composto, deverá fazer a concordância gramatical, atendendo ao 
seguinte raciocínio: 
se o sujeito composto já foi mencionado, a única concordância possível é com todos os 
elementos – concordância gramatical. 
3 - ADJETIVO na função sintática de PREDICATIVO DO OBJETO – os verbos que permitem 
esse tipo de construção são os chamados transobjetivos. Além de serem transitivos diretos, 
deles se exige mais alguma informação, trazida pelo elemento que exerce a função de 
predicativo do objeto. São verbos como julgar, considerar, chamar, encontrar e outros. Não se 
pode dispensar a informação trazida pelo predicativo do objeto, sob risco de se prejudicar a 
coerência oracional – exemplo: O júri considerou o réu.... – ficou faltando alguma coisa. Aquilo 
que se diz a respeito do réu (o que foi considerado a seu respeito) exerce essa função de 
predicativo do objeto. 
Uma boa maneira de se distinguir o adjetivo que exerce a função de adjunto adnominal 
daquele que exerce a função de predicativo do objeto é substituir o substantivo (objeto direto) 
por um pronome átono correspondente. Exemplo: a) Contexto: Havia muitos dias que meu 
 
 
cavalo de estimação morrera, mas seu corpo não havia sido encontrado. Até que, um dia, 
andando pelo campo... encontrei o cavalo morto. – Encontrei-o. 
Quando o adjetivo acompanha o substantivo e todos os dois – substantivo e adjetivo - são 
substituídos pelo pronome, o adjetivo estará exercendo a função de adjunto adnominal. 
b) Contexto: Havia muitos dias que meu cavalo de estimação sumira. Ninguém sabia de seu 
paradeiro. Até que, um dia, andando pelo campo... encontrei o cavalo morto. – Encontrei-o 
morto. 
Neste caso, o adjetivo permanece, mesmo após a troca do substantivo pelo pronome. Isso 
significa que essa informação é necessária para a compreensão pelo leitor/ouvinte. A função 
exercida pelo adjetivo, neste caso, é a de predicativo do objeto. 
Agora que o significado da função de predicativo do objeto foi apresentado, voltaremos a falar 
sobre a concordância nominal com o adjetivo que exerce esta função.É bem simples. 
Se o adjetivo estiver na função de PREDICATIVO DO OBJETO QUALQUER QUE SEJA SUA 
POSIÇÃO EM RELAÇÃO AO SUBSTANTIVO (anteposto ou posposto), a única concordância 
admitida é a gramatical (com todos os elementos). Exemplo: Encontrei o cavalo e a vaca 
mortos / Encontrei mortos a vaca e o cavalo. 
Reveja a questão 20 e faça a análise da oração do item d 
(correta): “as limitações de recursos dos órgãos de fiscalização tornam praticamente impossível 
o monitoramento contínuo de todos os empreendimentos.”. 
Observe que o sujeito (núcleo: limitações) leva o verbo “tornar” para o plural (tornam), mas o 
adjetivo correspondente ao objeto direto “monitoramento” é mantido no singular (impossível – 
na função sintática de predicativo do objeto direto). Isso porque o verbo “tornar”, nesta 
acepção, é transobjetivo – além do complemento verbal representado pelo objeto direto, ele 
exige alguma informação adicional trazida pelo predicativo do objeto direto. 
Em resumo, as regras da concordância nominal com adjetivo são: 
- na função de ADJUNTO ADNOMINAL – depois dos substantivos - concordância gramatical 
ou atrativa; antes dos substantivos - somente a concordância atrativa (obrigatoriamente); 
- na função de PREDICATIVO DO OBJETO – em qualquer posição, antes ou depois dos 
substantivos – concordância gramatical; 
- na função de PREDICATIVO DO SUJEITO – segue o verbo e, anteposto ao sujeito, pode 
fazer a concordância gramatical ou atrativa; posposto ao sujeito, deve obrigatoriamente fazer a 
concordância gramatical. 
 
26 - (Fiscal de Fortaleza/2003) Leia o texto para responder à questão. 
O “desenvolvimento” no mundo capitalista vem dos países do Norte para os países do Sul; vem 
dos mercados ricos, das empresas transnacionais, das agências multilaterais e dos governos 
do grupo dos mais ricos, em um movimento que tende à apropriação e ao controle do 
patrimônio natural e cultural dos países do Sul, e à homogeneização dos modos de vida, 
incluindo necessidades, quereres, gostos e modos de expressão. Vem do macro para o micro, 
do espaço global para o local, daqueles que se consideram “civilizados” para aqueles que 
esses consideram “atrasados” e “subdesenvolvidos”. Aqueles agentes políticos e econômicos 
atuam segundo esses pressupostos e essa lógica e manipulam os sistemas políticos e culturais 
para que se estabeleçam nos países do Sul governos subordinados a esses mesmos valores, 
conceitos e objetivos, isto é, governos e políticos que se identifiquem muito mais com os ricos 
do Hemisfério Norte do que com a maioria trabalhadora e empobrecida das suas populações. 
(Sandra Quintela e Marcos Arruda) 
Em relação ao texto assinale a opção correta. 
d) Em “que se consideram”(l.9) o “se” indica indeterminação do sujeito. 
 
 
 
Item INCORRETO. 
 
Comentário. 
Agora que já apresentamos a definição de verbo transobjetivo, podemos comentar essa 
questão de prova. 
Na passagem “Vem do macro para o micro, do espaço global para o local, daqueles que se 
consideram “civilizados” para aqueles que esses consideram “atrasados” e “subdesenvolvidos”, 
o verbo considerar é transobjetivo, ou seja, é um verbo transitivo direto que exige um 
predicativo do objeto como complemento verbal, como no exemplo “Fulano considerava 
Beltrano seu amigo”, em que Fulano é o sujeito, Beltrano é o objeto direto e seu amigo é 
predicativo do objeto. 
Como possui o objeto direto, pode ser construído na voz passiva, tanto analítica (“Beltrano era 
considerado amigo por Fulano”) quanto pronominal (“Considera-se Beltrano amigo”). 
No texto da questão, o trecho “daqueles que se consideram ‘civilizados’...” poderia ser reescrito 
como “daqueles que são considerados ‘civilizados’...”, transpondo-se a oração da voz passiva 
pronominal para voz passiva analítica, o que comprova que o pronome ‘se’ não é índice de 
indeterminação do sujeito, mas pronome apassivador. 
 
27- (Fiscal de Fortaleza – 1998) Indique entre os itens sublinhados o que contém erro 
gramatical ou impropriedade vocabular. 
Nos Estados Unidos e na França, as burocracias capturam(A) o espírito das culturas 
administrativas anglosaxãs( B) e gaulesas. Na América do Norte, a burocracia pede 
emprestadas(C) à(D) diabólica eficiência do mundo empresarial a simplificação, a velocidade, o 
pragmatismo e a incorporação da tecnologia (fax, computador, telefone e cartão de crédito). 
Mais ainda, os burocratas são tementes a(E) um público reclamador. 
(Claudio de Moura Castro, adaptado - Veja, 25/2/1998) 
a) A 
b) B 
c) C 
d) D 
e) E 
 
GABARITO: C 
 
Comentário. 
Pergunta-se: o que a burocracia pede emprestado à diabólica eficiência do mundo 
empresarial? 
Resposta: “a simplificação, a velocidade, o pragmatismo e a incorporação da tecnologia (fax, 
computador, telefone e cartão de crédito)” 
Primeiramente, cabe-nos analisar a transitividade do verbo. 
“Alguém pede algo a alguém” – a princípio, trata-se de um verbo transitivo direto e indireto. 
Aplicando esse conceito à passagem do texto, e excluindo informações desnecessárias à 
análise, teríamos que: 
“A burocracia (sujeito) pede (verbo) a simplificação, a velocidade, o pragmatismo e a 
incorporação da tecnologia (objetos diretos - o que é pedido) à eficiência do mundo 
empresarial (objeto indireto – sujeito a quem se pede algo). 
 
 
E o que acontece com o “emprestadas”, que não foi mencionado acima? A quem esse adjetivo 
se refere? Ele se refere aos elementos que exercem a função de objeto direto (a simplificação, 
a velocidade, o pragmatismo e a incorporação da tecnologia). 
Estaria esse adjetivo somente atribuindo uma característica aos elementos [função de adjunto 
adnominal] ou seria ele indispensável à compreensão do ato verbal em si [“não é pedir algo, 
mas pedir algo emprestado” – função de predicativo do objeto direto]? A correta é a 
segunda opção. Esse adjetivo é essencial para a compreensão do que efetivamente se 
praticou. Sem ele, haveria alteração semântica no texto. 
Concluímos que a função exercida pelo adjetivo “emprestadas” é a de predicativo do objeto 
direto. Relembrando: a concordância do adjetivo na função de predicativo do objeto é sempre 
gramatical, isto é, concorda com todos os elementos que exercem a função de objeto direto. 
Então, o adjetivo corretamente flexionado seria emprestados, já que prevalece o gênero 
masculino plural nos elementos que compõem o objeto direto (a simplificação, a velocidade, o 
pragmatismo e aincorporação da tecnologia). 
 
28- (AFRF 2002.1) Marque o segmento do texto que foi transcrito com erro gramatical. 
a) Em recente acórdão, proferido no AG nº 96.01.01984-7/DF, ajuizado contra decisão que, em 
processo executivo, homologou cálculos de atualização de dívida da Fazenda Pública 
decorrente de condenação em reclamação trabalhista, não conheceu do recurso a Primeira 
Turma Suplementar do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. 
b) Este o único fundamento do julgado: “ ... na sistemática processual trabalhista inexiste 
recurso contra sentença homologatória de cálculos de liquidação, porque a CLT, em 
norma clara e objetiva, composta nos parágrafos 3º e 4º do seu artigo 844, prevê, com 
exclusividade, o instituto dos embargos para impugnação de ato jurisdicional de tal jaez. 
c) Incorreu, data vênia, o ato decisório ora analisado em dois grandes e manifestos equívocos. 
d) O primeiro deles é confundir “cálculos de atualização” do valor do título exeqüendo com 
“liquidação da sentença”. 
e) Na atual sistemática processual civil, essa atualização, depois de tornada certa o valor da 
condenação, ainda que decorrente de conta elaborada pelo exeqüente, não constitui uma 
“liquidação”: no curso de processo executivo, tem a natureza de questão incidente deste. 
(Baseado em Diomar Bezerra Lima) 
 
Gabarito:E 
 
Comentário. 
Ninguém merece uma questão como essa. E onde mais poderia estar o erro? É óbvio que na 
letra e, pois um dos objetivosda banca é cansar o candidato (só os fortes sobrevivem...) e 
fazer com que ele, antes de chegar à resposta certa, marque “qualquer coisa” para se livrar da 
questão maldita!!! 
O que poderia suscitar dúvida nas demais opções, imagino eu, são: 
a) a regência do verbo conhecer em “não conhecer do recurso” encontra respaldo no 
Dicionário Prático de Regência Verbal, de Celso Luft – “(Jur.) Ter (juiz ou 
tribunal) competência para intervir num processo”. 
b) jaez significa qualidade, espécie, segundo Aurélioversão eletrônica. 
c) data venia é uma expressão latina respeitosa com que se inicia uma argumentação 
divergente da de outrem. O vocábulo vênia já encontra registro nos dicionários, com 
significado de licença, permissão ou perdão, absolvição. 
 
 
d) exeqüendo é um adjetivo jurídico que se refere ao que está em execução, uma sentença ou 
um documento. 
Na opção e, onde reside o erro, o que será “tornada certa”? 
Resposta: o valor da condenação. O núcleo desse grupo nominal é valor, com o que os termos 
deverão concordar: tornado certo. 
 
CONCORDÂNCIA COM APOSTO RESUMITIVO 
29 - (Especialista MPOG – 2000) Os fragmentos abaixo constituem um texto que foi transcrito 
com erros. Assinale a opção gramaticalmente correta. 
e) Novas carreiras, equiparação de salários defasados em relação ao que pagam o mercado e 
a realização de concursos públicos (há muito interrompidos), além do oferecimento de 
oportunidades de treinamento, tudo isso foi feito tendo em vista a prioridade de conferir o 
melhor atendimento ao cidadão-cliente. 
 
Item INCORRETO 
 
Comentário. 
Com a mudança na ordem direta (SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO), o examinador tenta 
induzir o candidato ao erro. Na passagem, pergunta-se: quem paga salários? 
Resposta: o mercado. Assim, a construção correta seria: 
“...equiparação de salários defasados em relação ao que paga o mercado...”. 
Uma dúvida que poderia ter surgido seria em relação à concordância com o pronome indefinido 
“tudo” (“tudo isso foi feito tendo em vista...”). 
A função desse pronome é resumir o que foi mencionado anteriormente. O pronome indefinido 
“tudo” exerce a função sintática de aposto resumitivo e esse é um dos poucos casos em que 
a concordância não é feita com o(s) núcleo(s) do sujeito, função essa exercida pelo sintagma 
nominal “Novas carreiras, equiparação de salários defasados em relação ao que pagam o 
mercado e a realização de concursos públicos (há muito interrompidos), além do oferecimento 
de oportunidades de treinamento”. 
Por apresentar um sujeito muito complexo, com diversos elementos, optou-se por resumir em 
um único pronome (apresentado na expressão “tudo isso”) e com ele fazer a 
concordância verbal. 
 
30 - (TC PR/2002-2003) 
O Tribunal de Contas do Estado do Paraná tem uma história a contar. São mais de 50 anos de 
fiscalização perene da coisa pública, cujos princípios foram pinçados da própria 
história das Cortes de Contas de todo o mundo. Das contribuições gregas e romanas ao 
modelo canadense de auditoria moderna, do Tribunal Imperial do Brasil de 1824 ao Tribunal de 
Contas de 1890, do insigne paranaense Manoel Francisco Correia, filho de Paranaguá e 
primeiro Presidente do Tribunal de Contas da União, aos ilustres pares que hoje conduzem 
essa casa, tudo contribuiu para o desenvolvimento de um órgão de fiscalização eficiente e 
dinâmico – dado o constante aperfeiçoamento das ações –, e para a solidificação institucional 
de um colegiado independente e atuante, como o Tribunal de Contas paranaense. E dentro de 
sua competência, o Tribunal de Contas tem buscado na informação, por intermédio dos 
mais diferenciados meios de comunicação, a formação de sua história, na luta incessante e 
implacável contra a corrupção e o mau uso do dinheiro público. 
www.tcparaná.gov.br 
Em relação ao texto, assinale a opção correta. 
 
 
e) O uso da palavra “tudo”(l.10) é recurso coesivo que retoma de forma sintética as 
informações anteriores, exigindo a concordância do verbo “contribuir” no singular. 
 
Item CORRETO (gabarito da questão). 
 
Comentário. 
O que se afirma no item e já foi comentado na questão anterior. O pronome “tudo”, bem como 
outros pronomes (nada, todos, ninguém), nesse tipo de construção, tem a função de retomar, 
de forma resumida, o sujeito já apresentado (normalmente enumerativo, longo e complexo) e, 
excepcionalmente, substitui o elemento (sujeito) com quem o verbo deveria concordar. 
 
31 - (TC PR/2002-2003) Assinale a opção correta. 
O problema da corrupção e do uso indevido do dinheiro do povo na administração pública 
constitue(1) um mal que, em maior ou menor escala, atinge todas as sociedades. No Brasil, a 
atuação do TCU é de grande importância no combate ao desvio do dinheiro público. Neste ano 
e até agora, os julgamentos do Tribunal implicaram em condenações de maus gestores que 
atingiram acerca de(2) quatrocentos milhões de reais, recursos esses que serão revertidos 
aos(3) cofres da Nação. Na área de fiscalização de obras públicas, em sintonia com o 
Congresso Nacional, poderá ser bloqueado,(4) no Orçamento da União para 2003, recursos 
federais para mais de 160 obras auditadas pelo TCU, nas quais(5) apresentaram 
irregularidades graves, compreendendo recursos da ordem de bilhões de reais. 
www.tcu.gov.br Notas da imprensa, 25-11-2002, com adaptações. 
a) 1 
b) 2 
c) 4 
d) 3 
e) 5 
 
Gabarito: D 
 
Comentário. 
O item correto é o (3), letra d. Vários candidatos não perceberam a armadilha na 
correspondência entre os números e as letras das opções. Houve inversão entre os itens (3) e 
(4) e as opções c e d. Com isso, muita gente deve ter marcado a letra c pensando estar 
indicando o item correto (3), quando, na verdade, estava marcando um dos itens incorretos, o 
(4)! Pura maldade! 
Em suma: essa não foi somente uma prova de Língua Portuguesa, mas também um teste 
avaliador da atenção do candidato. 
A questão em si foi simples. As incorreções são: 
Item (1) – constitui 
Item (2) - “que atingiram cerca de (aproximadamente) quatrocentos milhões de reais” 
Item (5) – “as quais (as obras) apresentaram irregularidades” 
O item que merece maior comentário é o (4) – houve desacerto entre o sintagma verbal 
“poderá ser bloqueado” 
e o termo a que ele se referia: “recursos federais”. A construção correta seria “Na área de 
fiscalização de obras públicas, em sintonia com o Congresso Nacional, poderão ser 
bloqueados, no Orçamento da União para 2003, recursos federais para mais de 160 obras 
auditadas pelo TCU”. 
 
 
 
32 - (TFC SFC/2000) Assinale a opção em que ocorre erro de concordância verbal. 
a) Em uma economia estatal ou centralmente planejada, a responsabilidade pelas decisões 
econômicas são centralizadas nas mãos do governo. 
b) Os meios de produção – com exceção da mão-de-obra - são de propriedade coletiva. 
c) A burocracia governamental decide quais são os produtos – e em que quantidade – serão 
produzidos de acordo com um plano nacional centralizado. 
d) Os recursos são alocados entre unidades através do sistema de cotas. 
e) Os defensores desse sistema enfatizam os benefícios da sincronização e distribuição de 
recursos em um todo unificado, evitando o desperdício da duplicação inerente à competição. 
(Adaptado de Enciclopédia Compacta de Conhecimentos Gerais – Isto É- p.204 e 205) 
 
Gabarito: A 
 
Comentário. 
Com relação às informações apresentadas no item a, pergunta-se: o que é centralizado nas 
mãos do governo? 
Resposta: a responsabilidade pelas decisões econômicas. 
O núcleo do sujeito é responsabilidade, de modo que o verbo de ligação e o predicativo do 
sujeito, para que se respeitem as normas de concordância, deverão ficar na 3ª pessoa do 
singular – a responsabilidade pelas decisões econômicas é centralizada nas mãos do 
governo. 
 
33- (FISCAL MS / 2001) Marque a palavra, a seqüência ou o sinal de pontuação sublinhado, 
que foi mal empregado.

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