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Anais da XXI Conferência Nacional dos Advogados- liberdade, democracia e meio ambiente- volume 1

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ANAIS DA XXI CONFERÊNCIA 
NACIONAL DOS ADVOGADOS
Liberdade, Democracia e
Meio Ambiente
ANAIS DA XXI CONFERÊNCIA 
NACIONAL DOS ADVOGADOS
Liberdade, Democracia e
Meio Ambiente
Volume 1
Curitiba – Paraná
De 20 a 24 de novembro de 2011
Ordem dos Advogados do Brasil - Conselho Federal
Gestão 2010/2013
Diretoria
Ophir Cavalcante Junior Presidente
Alberto de Paula Machado Vice-Presidente
Marcus Vinicius Furtado Coêlho Secretário-Geral
Márcia Machado Melaré Secretária-Geral Adjunta
Miguel Ângelo Cançado Diretor-Tesoureiro
Conselheiros Federais Titulares e Suplentes empossados na Gestão:
AC: Cesar Augusto Baptista de Carvalho, Renato Castelo de Oliveira, Tito Costa de Oliveira, 
Floriano Edmundo Poersch e Luiz Saraiva Correia; AL: Felipe Sarmento Cordeiro, Marcelo 
Henrique Brabo Magalhães, Paulo Henrique Falcão Brêda, Fernando Carlos Araújo de Paiva, 
Welton Roberto e Pedro Acioli Filho; AP: Adamor de Souza Oliveira, Sandra do Socorro do 
Carmo Oliveira, Vera de Jesus Pinheiro e Ricardo Gonçalves Santos; AM: Jean Cleuter Simões 
Mendonça, João Bosco de Albuquerque Toledano, José Alberto Ribeiro Simonetti Cabral e 
Miquéias Matias Fernandes; BA: Durval Julio Ramos Neto, Luiz Viana Queiroz, Marcelo Cintra 
Zarif e Ruy João Ribeiro Gonçalves Junior; Silvia Nascimento Cardoso dos Santos Cerqueira; 
CE: Hércules Saraiva do Amaral, José Danilo Correia Mota, Paulo Napoleão Gonçalves Quezado, 
Mário Carneiro Baratta Monteiro Filho e Jardson Saraiva Cruz; DF: Daniela Rodrigues Teixeira, 
Délio Fortes Lins e Silva, Meire Lúcia Gomes Monteiro Mota Coelho e Rodrigo Badaró Almeida 
de Castro; ES: Aroldo Limonge, Djalma Frasson, Luiz Cláudio Silva Allemand, Setembrino 
Idwaldo Netto Pelissari e Evandro de Castro Bastos; GO: Felicíssimo Sena, João Bezerra 
Cavalcante, Miguel Ângelo Cançado, Paulo Afonso de Souza e Marisvaldo Cortez Amado; 
MA: José Guilherme Carvalho Zagallo, Raimundo Ferreira Marques, Ulisses César Martins de 
Sousa, José Caldas Gois Junior, Adailton Lima Bezerra e Ítalo Fábio Gomes de Azevedo; MT: 
Francisco Anis Faiad, Francisco Eduardo Torres Esgaib, José Antonio Tadeu Guilhen, Marden 
Elvis Fernandes Tortorelli e Dinara de Arruda Oliveira; MS: Afeife Mohamad Hajj, Carmelino 
de Arruda Rezende e José Sebastião Espíndola; MG: José Murilo Procópio de Carvalho, José 
Henrique Café de Sousa Novais, Paulo Roberto de Gouvêa Medina, Raimundo Cândido Junior, 
Mário Lúcio Quintão Soares e Welington Luiz Teixeira; PA: Angela Serra Sales, Frederico 
Coelho de Souza, Roberto Lauria, José Acreano Brasil, Rodolfo Hans Geller e Jorge Luiz Borba 
Costa; PB: Genival Veloso de França Filho, Vital Bezerra Lopes, Walter de Agra Júnior, Carlos 
Fábio Ismael dos Santos Lima e Angela Maria Dantas Lufti de Abrantes; PR: Alberto de Paula 
Machado, René Ariel Dotti, Romeu Felipe Bacellar Filho, Paulo Henrique de Arruda Gonçalves 
e José Miguel Garcia Medina; PE: Jayme Jemil Asfora Filho, Leonardo Accioly da Silva, Pedro 
Henrique Braga Reynaldo Alves, Emerson Davis Leônidas Gomes e Mozart Borba Neves; PI: 
José Norberto Lopes Campelo, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, Willian Guimarães Santos de 
Carvalho e Mário Roberto Pereira de Araújo; RJ: Carlos Roberto Siqueira Castro, Cláudio Pereira 
de Souza Neto e Marcus Vinicius Cordeiro; RN: Lucio Teixeira dos Santos, Sérgio Eduardo da 
Costa Freire, Wagner Soares Ribeiro de Amorim, Edmar Eduardo de Moura Vieira, Elke Mendes 
Cunha Freire e Felipe Augusto Cortez Meira de Medeiros; RS: Cléa Carpi da Rocha, Luiz Carlos 
Levenzon, Renato da Costa Figueira, Luiz Felipe Lima de Magalhães e Gilmar Stelo; RO: Celso 
Ceccatto, Gilberto Piselo do Nascimento e Orestes Muniz Filho; RR: Ednaldo Gomes Vidal, 
Francisco de Assis Guimarães Almeida, Maryvaldo Bassal de Freire, Alexandre Cezar Dantas 
Socorro, Gierck Guimarães Medeiros e Josué dos Santos Filho; SC: Joel de Menezes Niebuhr, 
Paulo Marcondes Brincas, Rafael de Assis Horn, Walter Carlos Seyfferth, João Gabriel Testa 
Soares e Hélio Rubens Brasil; SP: Arnoldo Wald Filho, Guilherme Octávio Batochio e Márcia 
Machado Melaré e Tallulah Kobayashi de A. Carvalho; SE: Henri Clay Santos Andrade, Valmir 
Macedo de Araujo, Miguel Eduardo Britto Aragão, Joaquim de Calasans Melo Filho, e Jorge 
Aurélio Silva; TO: Antonio Pimentel Neto, Manoel Bonfim Furtado Correia, Mauro José Ribas, 
Carlos Augusto de Souza Pinheiro e Antonio Pereira da Silva.
Ex-Presidentes
1. Levi Carneiro (1933/1938) 2. Fernando de Melo Viana (1938/1944) 3. Raul Fernandes 
(1944/1948) 4. Augusto Pinto Lima (1948) 5. Odilon de Andrade (1948/1950) 6. Haroldo 
Valladão (1950/1952) 7. Attílio Viváqua (1952/1954) 8. Miguel Seabra Fagundes (1954/1956) 
9. Nehemias Gueiros (1956/1958) 10. Alcino de Paula Salazar (1958/1960) 11. José Eduardo 
do P. Kelly (1960/1962) 12. Carlos Povina Cavalcanti (1962/1965) 13. Themístocles 
M. Ferreira (1965) 14. Alberto Barreto de Melo (1965/1967) 15. Samuel Vital Duarte 
(1967/1969) 16. Laudo de Almeida Camargo (1969/1971) 17. *José Cavalcanti Neves 
(1971/1973) 18. José Ribeiro de Castro Filho (1973/1975) 19. Caio Mário da Silva Pereira 
(1975/1977) 20. Raymundo Faoro (1977/1979) 21. *Eduardo Seabra Fagundes (1979/1981) 
22. *J. Bernardo Cabral (1981/1983) 23. *Mário Sérgio Duarte Garcia (1983/1985) 24. 
*Hermann Assis Baeta (1985/1987) 25. *Márcio Thomaz Bastos (1987/1989) 26. *Ophir 
Filgueiras Cavalcante (1989/1991) 27. *Marcello Lavenère Machado (1991/1993) 28. *José 
Roberto Batochio (1993/1995) 29. *Ernando Uchoa Lima (1995/1998) 30. *Reginaldo Oscar 
de Castro (1998/2001) 31. *Rubens Approbato Machado (2001/2004) 32. *Roberto Antonio 
Busato (2004/2007) 33. *Cezar Britto (2007/2010).
 
*Membros Honorários Vitalícios
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
CONSELHO FEDERAL
ANAIS DA XXI CONFERÊNCIA 
NACIONAL DOS ADVOGADOS
Liberdade, Democracia e 
Meio Ambiente
Volume 1
Curitiba – Paraná
De 20 a 24 de novembro de 2011
Brasília / 2012
© Ordem dos Advogados do Brasil
Conselho Federal, 2012
Editoração e distribuição: Gerência de Relações Externas
Setor de Autarquia Sul - Quadra 5, Lote 2, Bloco N, Sobreloja 
Brasília, DF
CEP 70.070-913
Fones: (61) 2193-9663 e 2193-9605
Fax: (61) 2193-9632
e-mail: biblioteca@oab.org.br
Tiragem: 1.000 exemplares impressos / 2.000 exemplares em mídia 
eletrônica
Coordenação: Aline Machado Costa Timm
Capa: Susele Bezerra de Miranda
Fotos: Eugenio Novaes
FICHA CATALOGRÁFICA
 
Suzana Dias da Silva – CRB1/1964
 Conferência Nacional dos Advogados (21. : 2011 : Curitiba, PR)
C748a Anais da Conferência Nacional dos Advogados : liberdade, democracia, 
meio ambiente, Curitiba, 20 a 24 de novembro de 2011 / coordenação Aline 
Machado Costa Timm. - Brasília: OAB, Conselho Federal, 2012.
 2 v. ; il.
 ISSN 2175-5752
1. Advogado - Congresso - Brasil. 2. Direito de liberdade. 3. Democracia. 
4. Direito ambiental. I. Timm, Aline Machado Costa. II. Ordem dos 
Advogados do Brasil. Conselho Federal. III. Título.
 CDDDir: 341.41504
SUMÁRIO
VOLUME I
Apresentação
Ophir Cavalcante Junior 33
Biografia do Patrono Nacional
Caio Mário da Silva Pereira (in memorian) 35
Biografia do Patrono Local
Élio Narezi (in memorian) 37
Biografia do agraciado com a Medalha Rui Barbosa
José Afonso da Silva 39
Comissões da XXI Conferência 40
Regimento Interno 41
Programa da Conferência 47
As Conferências Nacionais 50
CERIMÔNIA SOLENE DE ABERTURA DA XXI CONFERÊNCIA 
NACIONAL DOS ADVOGADOS
Discurso do Presidente do Conselho Seccional da OAB / Paraná
José Lúcio Glomb 51
Discurso do representante do Colégio de Presidentes dos Conselhos 
Seccionais
Omar Coêlho de Mello 58
Discurso do Governador do Paraná
Beto Richa 62
Discurso do Presidente do Conselho Federal da OABOphir Cavalcante Junior 65
Trabalho vencedor da 4ª Edição do Prêmio Evandro Lins e Silva
Daniel Cavalcante Silva 73
CERIMÔNIA DE ENCERRAMENTO
Carta de Natal
Leitura de Eduardo Seabra Fagundes 127
Discurso do Presidente do Conselho Federal da OAB
Ophir Cavalcante Junior 129
CONFERÊNCIAS MAGNAS
Liberdade, Democracia e Meio Ambiente
Dalmo Dallari 137
Democracia, Desenvolvimento e Dignidade Humana: uma agenda para os 
próximos dez anos
Luís Roberto Barroso 151
PAINÉIS
DIREITOS POLÍTICOS
Reflexões acerca de Reforma Política 
Ricardo Lewandowski 169
Financiamento e Gastos de Campanha: Fontes e Limites 
Arnaldo Versiani 175
Cláusula de Barreira e Coligação Proporcional 
Carlos Eduardo Caputo Bastos 183
Reeleição para Cargos Executivos 
Cláudio Pereira de Souza Neto 193
Listas Eleitorais: Ilusões e Riscos 
Reginaldo Oscar de Castro 199
SEGURANÇA PÚBLICA
Valorização da Atividade Policial Comprometida com os Direitos Humanos
José Eduardo Cardozo 207
Dignidade Humana e Combate ao Crime
Marco Aurélio Mello 213
Os Dilemas do Sistema Penitenciário Brasileiro
Roberto Gurgel 217
O Cumprimento da Pena, Progressão de Regime e Regime Disciplinar 
Diferenciado
José Roberto Batochio 221
Respeito às Garantias Civis nas Comunidades Carentes
Jorge Fontoura 231
DIREITO DE LIBERDADE
Liberdade de Imprensa e a Intervenção do Estado
Carlos Ayres Britto 237
Políticas Públicas: Segurança Pública e Liberdade
Luís Inácio Adams 243
Inviolabilidade das Comunicações, Escutas Ambientais e Privacidade
Ruy Samuel Espíndola 249
União Homoafetiva – Direitos e Efeitos Jurídicos
Maria Berenice Dias 259
Sigilo Fiscal: Direito do Cidadão e Limites ao Poder do Estado
Antonio Carlos Rodrigues do Amaral 275
DIREITOS E GARANTIAS DO INVESTIGADO, INDICIADO E RÉU
Prova Ilícita e a Responsabilidade pelo Abuso de Autoridade
Jacinto Nelson de Miranda Coutinho 289
A Influência da Mídia nos Processos Criminais
Miguel Reale Junior 307
O Juiz das Garantias no Projeto de Código de Processo Penal
Fernando Fragoso 323
Restrições Legais, Regimentais e Judiciais do Instituto do Habeas Corpus
Alberto Zacharias Toron 329
DIREITO DE IGUALDADE
Igualdade de Gênero e Proteção Jurídica da Mulher
Roberta Fragoso Kaufmann 351
Igualdade Jurídica, Políticas Públicas e Desigualdades Sociais
José de Faria Costa 371
Acesso à Justiça e Igualdade perante a Jurisdição
Luiz Guilherme Marinoni 375
Acessibilidade e Direitos do Deficiente
Ricardo Tadeu Marques da Fonseca 393
Ações Afirmativas e Cotas
Luiz Viana Queiroz 407
DIREITO SOCIAL À EDUCAÇÃO
A Importância dos Instrumentos de Avaliação dos Ensinos Médio e Superior
Walter de Agra Junior 413
A Massificação do Ensino Jurídico e suas Implicações
João Maurício Adeodato 417
A Importância dos Direitos Humanos no Ensino Jurídico
Flavia Piovesan 429
A Deficiência do Ensino Jurídico e a Importância do Exame de Ordem
Paulo Roberto de Gouvêa Medina 439
O Critério da Necessidade Social e os Cursos Jurídicos
Álvaro Melo Filho 447
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei de Licitações: Moralidade versus Eficiência Administrativa
Marcio Cammarosano 461
Exploração de Petróleo: Concessão, Partilha e Compensações Financeiras
Wellington Dias 467
Contratação Direta de Serviços Advocatícios pela Administração Pública
Romeu Felipe Bacellar 475
Serviços Públicos, Parcerias com o Setor Privado e Direito do Usuário
Marcelo Figueiredo 481
Regulação e Defesa da Concorrência: Agências e CADE
Pedro Dutra 485
PROCESSO CIVIL, CELERIDADE E DIREITO DE DEFESA
Acompanhamento do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do 
Brasil ao Projeto de Novo Código de Processo Civil
Luiz Carlos Levenzon 493
Os Honorários Advocatícios no Projeto do Novo CPC
José Miguel Garcia Medina 501
A Administração Eficiente dos Tribunais como Forma de Alcançar 
Celeridade
Milton Nobre 509
Tutelas de Urgência
Eduardo Talamini 523
DIREITO TRIBUTÁRIO
A Advocacia, a Defesa do Contribuinte e os Limites ao Poder de Tributar
Misabel Derzi 545
A Reforma Tributária: Realidade, Conquistas, Retrocessos e Desafios
Everardo Maciel 565
A Burocracia Fiscal: Implicações no Desenvolvimento Nacional e na 
Competitividade do País 
Luiz Cláudio Silva Allemand 573
O Imposto Sobre Grandes Fortunas – Reflexões e Tendências Atuais no 
Direito Brasileiro e Comparado
Rogério Gandra Martins 583
Os Benefícios do Simples Nacional para a Advocacia
Ulisses César Martins de Sousa 607
VOLUME 02
DIREITO À SAÚDE E À ALIMENTAÇÃO
Direito à Saúde, Autonomia do Paciente e Morte Digna
Hélio Bicudo 641
Alimentação Adequada e Direito à Saúde
Patrus Ananias de Sousa 645
Exame Crítico da Distribuição de Renda Face às Políticas de Saúde
Sueli Dallari 653
Saúde e Judicialização
Antonio Jose Avelãs Nunes 663
Controle e Fiscalização dos Recursos Públicos da Saúde e dos Programas 
Sociais 
Marcelo Henrique Brabo Magalhães 679
DIREITO DO CONSUMIDOR
A Evolução da Jurisprudência de Defesa do Consumidor
Odon Bezerra Cavalcanti Sobrinho 697
Comércio Eletrônico e Proteção do Consumidor
Carlos Alberto Andreucci 703
Publicidade e Direito do Consumidor
Rizzatto Nunes 707
O Papel das Agências Reguladoras
Silvio Pessoa Junior 711
As Garantias Processuais do Consumidor
Bruno Miragem 719
DIREITOS E GARANTIAS DOS ADVOGADOS
O Livre Exercício Profissional e o Crime de Abuso de Poder
Luiz Flávio Borges D’Urso 737
Prerrogativas do Advogado como Garantia do Cidadão
Ercílio Bezerra de Castro Filho 745
O Catálogo de Prerrogativas Estatutárias e sua Efetivação
Wadih Nemer Damous Filho 749
Inviolabilidade do Local e Instrumentos de Trabalho do Advogado
Francisco Anis Faiad 757
Prerrogativas como Garantia do Devido Processo Legal
Orestes Muniz Filho 763
DIREITO DE PROPRIEDADE
Propriedade, Moradia e Dignidade Humana
Zulmar Antonio Fachin 777
Questões Controvertidas da Propriedade Intelectual
Francisco Rezek 781
Função Social da Propriedade Rural e Reforma Agrária
Olindo Menezes 787
Desapropriação e Atuação Abusiva do Poder Público
Leonardo Avelino Duarte 813
A Proteção Jurídica dos Direitos Autorais e a Internet
Eduardo Lycurgo Leite 819
DIREITO SOCIAL DO TRABALHO
A Desconsideração da Personalidade Jurídica no Direito do Trabalho
Maria Cristina Peduzzi 827
Responsabilidade Civil Acidentária
José Affonso Dallegrave Neto 845
O Direito de Personalidade nas Relações de Trabalho
Estêvão Mallet 871
Recuperação de Empresas e Sucessão Trabalhista
Suzy Cavalcante Koury 885
DIREITO AMBIENTAL
Controle e Responsabilidade por Catástrofes Naturais
Fábio Feldmann 905
Os Limites da Propriedade, Licenças Ambientais e Proteção do Meio 
Ambiente
Paulo Affonso Leme Machado 911
Demarcação de Terras Indígenas e Jurisprudência do STF
Walber de Moura Agra 923
A Proteção Constitucional do Meio Ambiente
Cristiano Paixão de Araújo 929
JUDICIÁRIO, MINISTÉRIO PÚBLICO E DEMOCRACIA
O Quinto Constitucional como Instrumento de Participação da Sociedade 
na Composição dos Tribunais
João OtávioNoronha 943
Os Desafios Políticos e Jurídicos do CNJ
Jorge Hélio Chaves de Oliveira 949
Mandato para os Tribunais Superiores e Forma de Escolha para o STF
Clemerson Merlin Cleve 955
Advocacia, Magistratura e Ministério Público – Equilíbrio Necessário
Roberto Antonio Busato 963
O Controle Externo do Ministério Público: Análise da Atuação do CNMP
Almino Afonso Fernandes 971
O Controle Externo do Judiciário: Análise da Atuação do CNJ
Eliana Calmon 977
DIGNIDADE E DIREITOS HUMANOS
Dignidade e Direitos Fundamentais
Jorge Miranda 987
Dignidade e Garantias no Processo Judicial
Manoel Caetano Ferreira Filho 999
Dignidade e Sistema Prisional
Luiz Flávio Gomes 1013
Dignidade e Direito das Vítimas
Marcelo Leonardo 1023
Dignidade e Obrigatoriedade das Decisões de Tribunais Internacionais
Roberto de Figueiredo Caldas 1035
DIREITOS DAS FAMÍLIAS, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E 
DO IDOSO
Síndrome da Alienação Parental e Proteção da Criança
Luis Cláudio da Silva Chaves 1053
Direitos Sucessórios da Companheira
Gustavo Tepedino 1059
Questões Controvertidas da Jurisprudência sobre a Paternidade 
Socioafetiva
Luiz Edson Fachin 1073
Violência nas Relações Familiares
Rolf Madaleno 1085
Direito Fundamental do Idoso à Vida Digna
José Norberto Lopes Campelo 1093
O PROBLEMA DA EFICÁCIA DOS DIREITOS SOCIAIS 
A Questão da Exigibilidade Judicial dos Direitos Sociais 
Lenio Streck. 1101
A Caracterização do Mínimo Existencial no Contexto Brasileiro
Virgílio Afonso da Silva 1121
Orçamento Público, Direitos Sociais e Escolhas Políticas
Fernando Facury Scaff 1127
A Insuficiente Qualidade dos Serviços Públicos e os Direitos Sociais
Celso Antonio Bandeira de Mello 1145
A Conciliação como Instrumento de Efetivação dos Direitos Sociais
Manoel Antonio Teixeira Filho 1151
A NOVA REALIDADE DO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA
Processo Eletrônico: Vantagens e Entraves ao Exercício Profissional
José Guilherme Carvalho Zagallo 1161
A Atuação dos Escritórios Estrangeiros no Brasil e as Sociedades de 
Advogados
Alfredo de Assis Gonçalves Neto 1165
Planejamento e Administração dos Escritórios de Advocacia no Século 
XXI
Marcelo Cintra Zarif 1171
A Inserção da Advocacia no Mundo Globalizado e no Mercosul
Cezar Britto 1175
A Atuação do Advogado na Mediação e Arbitragem
Arnoldo Wald 1181
TRABALHOS VENCEDORES DA “SESSÃO DE APRESENTAÇÃO DE 
ARTIGOS CIENTÍFICOS”
A Aplicação do Princípio da Cooperação Intersubjetiva na Justiça 
Consensuada para a Solução das Controvérsias
Mariana Lobo Zanata 1201
A Teoria Dinâmica de Distribuição do Ônus da Prova sob o enfoque do 
Projeto do Novo Código de Processo Civil
Jamile Aparecida Machnicki 1219
O Princípio da Co-Responsabilidade Ambiental e a Concretização do 
Princípio do Desenvolvimento Sustentável: análise da atuação do Estado 
e da sociedade delineada pela Constituição da República de 1988 para a 
proteção do meio ambiente
Letícia Junger de Castro R. Soares 1239
Poder Geral de Cautela na Atual Conjuntura do Direito Processual Civil 
Brasileiro
Gabriel Carmona Baptista 1253
Restrições ao Direito Fundamental à Educação como Instrumento Idôneo 
a Redemocratização do Ensino Público Superior. Uma análise sobre a 
constitucionalidade da Lei nº 12.089/2009
Fábio Zech Silvestre 1271
ANEXOS
 Vol. 1 Vol. 2
Indice Temático 613 1291 
Indice de Conferencistas 619 1297
Centro de Convenções ExpoUnimed / Fachada Frontal
Centro de Convenções ExpoUnimed / Teatro positivo
Centro de Convenções ExpoUnimed / Hall de entrada / Credenciamento
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Festa de Abertura
Festa de Abertura
Festa de AberturaFesta de Abertura - A bacharela Juliana Macedo e Silva recebe do presidente 
nacional da OAB a identidade profissional e presta compromisso
Sessão de A
bertura Festi
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Diretoria do Conselho Federal da OAB e Membros Honorários Vitalícios
Diretoria do Conselho Federal da OAB e presidente da OAB/PR José Lúcio Glomb
Sessão Festiva/Público
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Sessão de Encerramento / Mesa
Sessão de Encerramento / Leitura da Carta de Curitiba
Sessão de Encerramento / PúblicoSessão de Abertura/Público
Abertura Solene / Conferência Magna / Dalmo Dallari
Abertura Solene / Execução do Hino Nacional
Abertura Solene / Discurso do Presidente Ophir Cavalcante Junior
Sessão de Abertura Solene
Abertura Solene / Discurso do Coordenador do Colégio de Presidentes, Omar Coelho
Abertura Solene / Discurso do presidente da OAB/PR, José Lúcio Glomb
Abertura Solene / Discurso do Governador do Estado do PR, Beto Richa
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Sessão de Encerramento / Mesa
Sessão de Encerramento / Leitura da Carta de Curitiba
Sessão de Encerramento / Público
Diretoria do Conselho Federal da OAB e Membros Honorários Vitalícios
Diretoria do Conselho Federal da OAB e presidente da OAB/PR José Lúcio Glomb
Sessão Festiva/Público
Sessão de Encerram
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Sessão de Encerramento / Conferência Magna / Luís Roberto Barroso
Sessão de Encerramento / Discurso do Presidente Ophir Cavalcante Junior
Sessão de Encerramento / Lançamento do Carimbo e Selo Comemorativos
Se
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Funcionários Conselho Federal da OAB e OAB Paraná
Show Titãs
Show Toquinho
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DEBATES E BATE-PAPOS CULTURAIS
Nesta edição da Conferência experimentamos, com sucesso, dois 
formatos muito interessantes de interação com o público: Os DEBATES e os 
BATE-PAPOS CULTURAIS.
Os DEBATES ocorreram no último dia do evento, 24 de novembro, das 
09:00 às 11:00, e tiveram temas polêmicos com os participantes defendendo, 
cada um, um ponto de vista distinto, fomentando com isso a discussão e a 
interação do público:
1) Cotas Raciais ou Sociais – com o Ex-ministro da Justiça e Membro 
Honorário Vitalício do Conselho Federal da OAB, Márcio Thomaz Bastos e o 
Senador da República, Demóstenes Torres. 
2) É Possível um Marco Regulatório para Liberdade de Expressão 
nos Veículos de Comunicação? com a participação do jurista Miguel Reale 
Junior e do Deputado Federal Emiliano José, presidente da Frente Parlamentar 
pela Liberdade de Expressão e Direito à Comunicação com Participação 
Popular.
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Os BATE-PAPOS CULTURAIS, ocorreram diariamente, após às 
18:30, no estande do Conselho Federal da OAB.
Dia 21 de novembro – Laurentino Gomes, Escritor, autor dos Best-
Sellers 1808 e 1822
Dia 22 de novembro – Juca Kfoury – Colunista Esportivo
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Dia 23 de novembro – João Cláudio Moreno - Humorista
PERFORMANCES CULTURAIS
Tivemos durante todo o evento e em várias dependências do 
EXPOUNIMED diversas performances culturais que chamaram a atenção do 
público e permitiram uma interação única.
O projeto “GIANT” é a continuação da pesquisa do artista Guilherme 
Sant’Ana, sobre o status da obra de arte, e como ela pode interagir com o 
público, de forma a romper a barreira dos conceitos pré-definidos e se 
transformar em algo funcional; mais um brinquedo do que apenas uma obra 
observada à distância. 
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O grupo de Artistas Vidreiros de Curitiba surgiu em 2008, com a união 
de 10 artistas vidreiros da cidade. Movidos pela paixão pela transformação 
e a constante busca pela aplicabilidade do vidro e resíduos do material, o 
grupo tem crescido e já desponta na mídia pela criatividade e originalidade 
dos projetos. O maior destaque está na ÁRVORE DA VIDA, onde todos os 
integrantes produzem cada um com a sua respectiva técnica, peças para a 
montagem da árvore. Montada com uma estrutura em ferro, centenas de peças 
em vidros coloridos criam uma atmosfera que atrai o observador que pensa e 
reflete sobre as infinitas formas de reutilizar e reaproveitar os materiais que nos 
sobram todos os dias.
Uma instalação audiovisual foi montada no Hall dos auditórios, sob o 
tema “Liberdade, Democracia e Meio-Ambiente”. Através de um “MAPPING” 
em uma estrutura flutuante, uma obra interativa com som e luzes foi erguida 
com imagens referentes ao tema, quando ativadas pelo espectador. A obra fez a 
recepção dos congressistas, de maneira moderna, interativa, reflexiva e lúdica, 
deflagrando na relação existente entre as artes visuais e temas inerentes a 
agenda contemporânea, evidenciando dessa maneira que a linguagem artística 
e seus instrumentos estão intimamente ligados ao contexto sociocultural em 
que são pensadas e executadas tais obras.
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A performance do espetáculo intitulada BOI DE BARRO 
FRAGMENTOS é baseada nos Autos Dramáticos, onde retrata a morte e 
ressurreição do Boi; tenta buscar na essência da arte, da dança e do teatro 
popular uma forma de favorecer um maior envolvimento entre o público e a 
cultura popular, proporcionando uma relação com o imaginário das Danças 
Dramáticas, onde o corpo e a arte interagem-se a partir dos elementos 
simbólicos das manifestações tradicionais populares do Auto do Boi. Um 
enredo que mistura drama, comédia, literatura de cordel, música e dança. (O 
espetáculo foi uma doação da OAB/SE).
A proposta de apresentação do Show Lírico – OPERA FLASH-MOB, 
traz a descrição do conteúdo musical e artístico a ser apresentado de forma 
inusitada e surpreendente em meio ao público. Para as manifestações do tipo 
Flash-Mob, o elemento surpresa constitui o seu diferencial. A curta duração das 
intervenções, em média 20-30 minutos, também reforçam o caráter irreverente 
a esta forma de manifestação artística. O benefício esperado é a divulgação 
inusitada de algum tipo de arte performática em um local onde não se espera 
encontrar tal interferência.
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EXPOSIÇÕES FOTOGRÁFICAS
Foram feitas duas exposições fotográficas durante a Conferência 
Nacional: a 1ª promovida pela OAB/PR que expôs as fotos premiadas de um 
concurso cujo tema foi coincidente com o tema central do evento – Liberdade, 
Democracia e Meio Ambiente. A 2ª, promovida pela OAB/RR, expressou 
aspectos peculiares e importantes da Amazônia brasileira, cujos elementos da 
flora e da cultura impressionam por sua grande riqueza. 
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APRESENTAÇÃO
Cenário da histórica Conferência de 1978, a cidade de Curitiba 
representou um novo marco para a história de nossa entidade ao sediar a XXI 
Conferência Nacional dos Advogados, cujos intensos debates, reunidos nesta 
edição dos Anais, sem dúvida irão contribuir para um melhor entendimento 
das transformações que experimentam todos os campos da vida social do 
Brasil contemporâneo. 
Em 1978, sob a batuta do presidente Raymundo Faoro, as reivindicações 
da sociedade apontavam numa só direção: a liberdade, inclusive liberdade de 
expressão ante o poder opressivo do regime militar, cujo restabelecimento 
dependia das garantias individuais prefiguradas no instituto do habeas-
corpus. Iniciava-se o gradual retorno do país ao Estado de Direito, condições 
para que o povo voltasse a exercitar a democracia. Agora, decorridas mais 
de três décadas, nossos esforços se voltam para preservar a democracia dos 
oportunistas que tiram proveito da liberdade, pondo em risco um processo que 
exige constantes aperfeiçoamentos. 
A XXI Conferência ofereceu, ainda, oportunidade para que muitas 
questões referentes ao papel do Judiciário pudessem ser esmiuçadas pelos 
principais atores da cena jurídica: advogados, magistrados e Ministério Público. 
E, pela primeira vez, dentre os grandes temas nacionais, a problemática do 
meio ambiente foi inserida no temário principal, em razão de sua importância 
no contexto do desenvolvimento que almejamos para tirar o país do atraso. 
Desde 1958, ano da primeira Conferência, estes encontros têm 
apontado novos rumos não apenas para a Advocacia, como também para o 
país, em estreita sintonia com os ideais republicanos e de uma democracia 
cada vez mais representativa. Quando discutimos o papel social do advogado 
estamos, na verdade, despertando o dever cívico que habita cada um de nós 
para mostrar à sociedade o inconformismo diante de qualquer ameaça àquilo 
que foi conquistado no terreno das liberdades e da democracia. Além, é claro, 
para destacar a importância da Justiça dentre as instituições que compõem o 
Estado democrático de Direito e sobre a qual os temas debatidos durante a 
Conferência, direta ou indiretamente, se relacionaram.
OPHIR CAVALCANTE JUNIOR
Presidente do Conselho Federal da OAB
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PATRONO NACIONAL
Caio Mário da Silva Pereira nasceu em nove de março de 1913 na 
capital mineira. Ainda nos tempos de estudante secundarista, apoiou a Aliança 
Liberal e a Revolução de 30. Em 1931 matriculou-se na Faculdade de Direito 
de Minas Gerais e passou a atuar como redator e gerente da Revista Forense. 
Bacharelou-se em 1936 e logo montou banca de advogado em Belo Horizonte 
participando de comissão que elaborou a lei de Organização Judiciária do 
estado. 
Signatário do Manifesto dos Mineiros (1943) participou da fundação 
da União Democrática Nacional (UDN), integrando o setor jurídico da 
agremiação. Em 1947 foi convidado para fazer parte da comissão do IAB/MG 
encarregada de elaborar o projeto da nova Constituição estadual.
Como catedrático da Faculdade de Direito de Minas Gerais a partir de 
1950, ocupou o Conselho Universitário da UMG e foi indicado para ser vice-
reitor da instituição em 1960 tornando-se um dos mais notáveis civilistas do 
país cuja obra é referencia fundamental no estudo do Direito Civil brasileiro.
Nomeado Consultor-Geral da República no início do governo de Jânio 
Quadros, foi o autor dos projetos da Lei de Condomínios e Incorporações 
(1964) e do Código de Obrigações (1965). 
Ao assumir a Presidência da OAB em 1975, enfrentou duas sérias 
ameaças à autonomia da Ordem, consagrando a independência da entidade 
perante o Ministério do Trabalho e o TCU. Em agosto do mesmo ano, defendeu 
as prerrogativas profissionais da classe ao condenar parecer do Presidente do 
STF, que propunha dispensar a mediação dos advogados em causas de pequeno 
porte. No ano seguinte, criticou duramente o projeto de Reforma do Judiciário 
por manter a vigência do AI 5 e limitar a aplicação do habeas corpus. 
Desenvolveu atuação de destaque na defesa dos direitos humanos 
denunciando as torturas a que eram submetidos os presidiários da Ilha Grande 
e os detentos do Presídio Especial de São Paulo. Foi membro do Comitê 
Nacional de Direito Comparado (Rio de Janeiro), da Socité de Droit Comparé 
(Paris), da Comission Internacionale de Juristes e da Comissão do IAB/MG 
para estudar o Código de Processo Civil.
Faleceu em 2004 aos 91 anos, sessenta oito deles dedicados às causas 
do Direito e da advocacia.37
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PATRONO LOCAL
Nascido em Curitiba a 03 de fevereiro de 1928, Élio Narezi iniciou 
sua carreira jurídica cedo, dedicando toda sua vida em prol das causas da 
advocacia. Em 1951, logo após ingressar no curso de Direito na Universidade 
Federal do Paraná, começou a trabalhar como auxiliar do criminalista Salvador 
de Maio, na condição de solicitador acadêmico. 
Após obter o título de bacharel em 1954, integrou formalmente a equipe 
de Salvador até seu falecimento em 1961. A partir daí, monta sua própria banca 
de advocacia e torna-se um exímio perito em direito criminal, construindo uma 
sólida trajetória marcada pela luta incessante em favor das garantias individuais. 
Foi presidente da OAB Paraná por duas gestões entre 1971 e 1975, em um 
dos períodos mais difíceis da história política do Brasil. Em 1972, sob sua 
presidência, a OAB-PR abrigou o 6.º Encontro de Presidentes de seccionais da 
OAB quando o país vivia o auge da ditadura. Desse encontro nasceu a primeira 
Declaração de Curitiba* que condenou a arbitrariedade do Ato Institucional nº 
5 e questionou as bases do regime autoritário. Para se ter uma idéia do clima 
político da época, o avião em que levava para Curitiba dois dos presidentes de 
seccionais, foi seqüestrado e desviado para Cuba. A realização do evento foi 
um verdadeiro ato de coragem e o primeiro gesto explícito de uma instituição 
civil brasileira contra a ditadura.
Como presidente da Ordem patrocinou a defesa de inúmeros presos 
políticos, além de intervir favor de um sem numero de universitários presos 
em manifestações contrarias ao regime, preservando-lhes a vida e a integridade 
física. Durante sua gestão foram criadas as subseções de Cascavel, Guarapuava 
e Umuarana e a seccional obteve a primeira unidade do tradicional imóvel 
da Rua Cândido Lopes, que por muitos anos foi a sede própria da classe 
dos advogados. Posteriormente foram adquiridas novas unidades nas quais 
* A segunda foi elaborada em 1978, ao final da VII Conferência Nacional da OAB, reali-
zada em Curitiba na gestão de Raymundo Faoro.
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foram instalados os consultórios médicos e gabinetes odontológicos, serviços 
igualmente instituídos durante sua presidência. Foi também membro do 
Instituto dos Advogados do Paraná, do Conselho Deliberativo do Centro 
Acadêmico Hugo Simas e da Faculdade de Direito da Universidade Federal do 
Paraná. Presidiu o Centro de Debates da Faculdade de Direito da Universidade 
Federal do Paraná, a Comissão de Prerrogativas da OAB/PR, a Associação 
Paranaense de Advogados Criminalistas (sócio fundador e presidente de honra 
além de ser agraciado com o título de Vulto Emérito de Curitiba. 
Élio faleceu em 28 de novembro de 2001, aos 73 anos.
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MEDALHA RUI BARBOSA
José Afonso da Silva nasceu em trinta de abril de 1925 no pequeno 
distrito de Buritizal, então no Município de Pitangui; hoje “Silva Campos” 
no Município de Pompéu, Minas Gerais; filho de uma família humilde, na 
adolescência trabalhou auxiliando o pai como garimpeiro, padeiro e lavrador 
até que se especializou no ofício de alfaiate. Foi para São Paulo no ano de 
1947 em busca de maiores oportunidades de estudo. Trabalhou como alfaiate 
e depois como professor de português para sobreviver e custear os estudos 
ginasiais e acadêmicos.
Graduado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo em 
1957, obteve o título de livre docente pela mesma faculdade no ano de 1969. Foi 
professor titular do Curso de Direito entre 1975 e 1995, quando se aposentou. 
Também foi responsável pelo Curso de Direito Urbanístico, em nível 
de pós-graduação, e livre docente de direito financeiro e de processo civil na 
Faculdade de Direito da USP e de direito constitucional da Faculdade de Direito 
da Universidade Federal de Minas Gerais.
Foi assessor na Assembléia Nacional Constituinte e participou ativamente 
do processo de elaboração da Constituição de 1988. Foi Secretário da Segurança 
Pública do Estado de São Paulo (entre 1995 e 1999 na gestão Mario Covas).
É Procurador do Estado de São Paulo aposentado e membro de diversos 
institutos, dentre os quais: o Instituto dos Advogados Brasileiros; Instituto 
Ibero-Americano de Derecho Constitucional (cuja Seção Brasileira organizou e 
presidiu); Instituto de Derecho Político y Constitucional da Faculdade de Ciências 
Jurídicas e Sociais da Universidade Nacional de La Plata (Argentina); Instituto 
de Derecho Parlamentario del Senado de la Nación Argentina e da Academía 
Nacional de Derecho de Córdoba (Argentina). É fundador e foi presidente da 
Associação Brasileira de Constitucionalistas Democráticos, criada em 2000. 
Publicou diversas obras de referência no Direito Constitucional 
brasileiro apesar de também ter escrito obras de direito municipal, urbanístico, 
direito tributário, direito processual e romances. Sua obra clássica intitulada 
Curso de Direito Constitucional Positivo, hoje na 34ª edição, é considerado o 
mais completo e atualizado estudo sobre a Constituição de 1988.
É considerado um dos maiores constitucionalistas do país.
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COMISSÕES DA
XXI CONFERÊNCIA NACIONAL DOS ADVOGADOS
Comissão Organizadora Central
Ophir Cavalcante Júnior – Presidente
Alberto de Paula Machado
Marcus Vinicius Furtado Coêlho
Márcia Regina Machado Melaré
Miguel Ângelo Cançado
Comissão Executiva
Ophir Cavalcante Júnior – Presidente
Alberto de Paula Machado
Marcus Vinicius Furtado Coêlho
Márcia Regina Machado Melaré
Miguel Ângelo Cançado
José Lucio Glomb
Cesar Augusto Moreno
Juliano Jose Breda
Juliana de Andrade Colle Nunes Bretas
Guilherme Kloss Neto
Jose Augusto Araujo de Noronha
Roberto Antônio Busato
Flavio Pansieri
Comissão de Temário
Ophir Cavalcante Júnior – Presidente
Alberto de Paula Machado
Marcus Vinicius Furtado Coêlho
Márcia Regina Machado Melaré
Miguel Ângelo Cançado
Luis Roberto Barroso
René Ariel Dotti
José Afonso da Silva
José Geraldo de Sousa Júnior 
Antonio Fabricio de Matos Gonçalves
Luiz Edson Fachin
Comissão de Redação da Carta
Eduardo Seabra Fagundes
Henri Clay Santos Andrade
José Afonso da Silva
Luís Roberto Barroso
Miguel Angelo Cançado
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REGIMENTO INTERNO DA
XXI CONFERÊNCIA NACIONAL DOS ADVOGADOS
CAPÍTULO I - DOS OBJETIVOS
Art. 1º A Conferência Nacional dos Advogados é órgão consultivo 
máximo do Conselho Federal, tendo por objetivo geral o estudo e o debate 
das questões e problemas que digam respeito às finalidades da Ordem dos 
Advogados do Brasil - OAB.
Art. 2º A XXI Conferência Nacional dos Advogados realizar-se-á na 
cidade de Curitiba, Capital do Estado do Paraná, no período de 20 a 24 de 
novembro de 2011, tendo como tema central “Liberdade, Democracia e Meio 
Ambiente”.
CAPÍTULO II - DOS MEMBROS
Art. 3º São membros da XXI Conferência Nacional dos Advogados:
I - Membros Efetivos;
II - Membros Convidados;
III - Membros Ouvintes.
§ 1º São Membros Efetivos os Conselheiros e Presidentes de 
órgãos da OAB, os advogados e estagiários inscritos na 
Conferência, todos com direito a voto.
§ 2º São Membros Convidados todas as pessoas a quem a 
Comissão Organizadora conceder tal qualidade, sem 
direito a voto, salvo se for advogado.
§ 3º São Membros Ouvintes os estudantes de direito 
matriculados em curso jurídico no território nacional.
Art. 4º Caso queiram se manifestar, os Membros Ouvintes escolherão 
um porta-voz dentre os integrantes das categorias com direito a voz.
Art. 5º Os Membros e os Conferencistasterão identificação própria 
durante a Conferência.
Art. 6º Os Membros da Conferência têm participação assegurada em 
todas as suas atividades, na forma deste Regimento.
CAPÍTULO III - DA ORGANIZAÇÃO
Art. 7º A Conferência será dirigida pela Comissão Organizadora 
Central, presidida pelo Presidente e integrada pela Diretoria do Conselho 
Federal, cabendo-lhe adotar todas as providências necessárias ao bom êxito do 
conclave, na sua fase preparatória e durante a sua realização.
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§ 1º A Secretaria Executiva da Comissão Organizadora será exercida 
pelo Secretário-Geral do Conselho Federal, cabendo-lhe, além das funções 
específicas de secretariar os trabalhos administrativos da Conferência e 
coordenar os Painéis Especiais e os Eventos Paralelos.
§ 2º A Comissão Organizadora contará com o auxílio de um Conselho 
Consultivo, integrado pelos Membros Honorários Vitalícios do Conselho 
Federal, e de uma Comissão Executiva, designada pelo seu Presidente.
Art. 8º O Presidente da Comissão Organizadora poderá designar 
coordenações, visando ao bom andamento das atividades da Conferência.
Art. 9º Integrarão a Secretaria Executiva os servidores convocados do 
Conselho Federal, incumbidos dos trabalhos de apoio técnico da Conferência.
Parágrafo único. O Presidente poderá contratar técnicos ou empresas 
especializadas para a realização dos trabalhos da Secretaria Executiva.
Art. 10. A Comissão Executiva, designada pela Diretoria do Conselho 
Federal, terá como competência a adoção das providências concernentes à 
infra-estrutura do evento.
CAPÍTULO IV - DOS TRABALHOS
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 11. Os trabalhos da Conferência Nacional serão desenvolvidos em:
I - Sessões Plenárias;
II - Conferências;
III - Painéis;
IV - Tribuna Livre;
V – Painéis Especiais e Eventos Paralelos;
VI – Debates.
§ 1º As Sessões Plenárias, presididas pelo Presidente e 
secretariadas pelo Secretário-Geral do Conselho Federal, 
serão realizadas de acordo com a pauta previamente 
elaborada pela Comissão Organizadora, observado o 
seguinte:
I - na Cerimônia de Abertura, que será realizada às 19 horas do 
dia 20 de novembro de 2011, haverá a encenação de uma 
peça teatral que terá como tema central “Liberdade – um 
sonho intenso” que faz a trajetória dos 80 anos da OAB 
em paralelo com a história do Brasil. Serão prestadas 
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homenagens aos dirigentes da OAB (PR e Conselho 
Federal da OAB) que estavam à frente da entidade na 
ocasião da VII Conferência Nacional dos Advogados, 
realizada em Curitiba, em 1978. Nesta oportunidade 
será ainda outorgado o prêmio “Medalha Rui Barbosa” e 
prestadas as homenagens aos Patronos Nacional e Local 
da XXI Conferência Nacional dos Advogados;
II - na Sessão Plenária Solene de Instalação dos trabalhos, que 
será realizada às 9 horas do dia 21 de novembro de 2011, 
usarão da palavra o Presidente do Conselho Seccional 
do Paraná, o representante do Colégio de Presidentes 
dos Conselhos Seccionais, o Governador do Estado do 
Paraná e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos 
Advogados do Brasil. Nesta oportunidade será entregue 
a premiação do “4º Concurso de Monografias Prêmio 
Evandro Lins e Silva”.
III - a Sessão Plenária de Encerramento dos trabalhos, na 
qual será aprovada a “Carta de Curitiba”, elaborada 
por Comissão Especial designada pelo Presidente 
do Conselho Federal, refletindo os objetivos da XXI 
Conferência Nacional dos Advogados e a essência dos 
temas debatidos, terá início às 12 horas do dia 24 de 
novembro de 2011.
§ 2º As Conferências destinam-se aos pronunciamentos dos 
Conferencistas Convidados, sem a realização de debates. 
§ 3º Os Painéis destinam-se à exposição das teses e 
conferências e ao estudo de matérias institucionais e 
profissionais constantes do Temário, compreendendo, 
também, os debates entre os Membros da Conferência.
§ 4º A Tribuna Livre destina-se ao debate de temas 
complementares e livres, de interesse da Classe.
§ 5º Os Painéis Especiais e os Eventos Paralelos destinam-se 
ao estudo e debate de temas específicos, de interesse de 
parcela de membros da Conferência.
§ 6º Os Debates destinam-se à explanação de dois pontos de 
vista distintos sobre temas polêmicos para fomentar a 
discussão. 
Art. 12. Ao final da Sessão Plenária de Encerramento, o Presidente 
do Conselho Federal designará uma Comissão composta por três membros 
para, na sede da Entidade, analisar, avaliar e indicar ao referido Conselho 
as recomendações e conclusões constantes dos trabalhos dos Painéis e 
outras que julgar convenientes para exame e aprovação, no sentido de serem 
implementadas e viabilizadas. 
Art. 13. Os Presidentes, Relatores e Secretários dos trabalhos nos 
Painéis e na Tribuna Livre serão designados pela Comissão Organizadora.
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§ 1º Compete ao Presidente:
I - dirigir os trabalhos, com poderes para decidir de plano as 
questões suscitadas e a aplicação deste Regimento;
II - promover a substituição do Relator e do Secretário por 
qualquer Membro Efetivo da Conferência, em caso de 
impedimento ou ausência;
III - proclamar os resultados das votações.
§ 2º O Presidente poderá convidar um ou mais advogados, 
Membros da Conferência, para assessorar os trabalhos.
§ 3º Compete ao Relator, além das atribuições que forem 
designadas pelo Presidente:
I - colaborar com o Presidente na direção dos trabalhos;
II - substituir o Presidente, em suas faltas e impedimentos;
III - receber os textos das teses e das conferências e as 
proposições dos Conferencistas nos Painéis, bem como 
manifestar-se, querendo, sobre os mesmos e encaminhá-
los à votação;
§ 4º Compete ao Secretário, além das atribuições que forem 
designadas pelo Presidente:
I – controlar o tempo da apresentação comunicando ao 
Presidente da mesa quando restarem 05 minutos para o 
seu término;
II – receber os nomes dos participantes que pretendem debater 
o tema apresentado no painel;
III - redigir as recomendações e conclusões aprovadas, 
responsabilizando-se por sua entrega à Secretaria 
Executiva, imediatamente após o encerramento dos 
trabalhos.
Art. 14. Até o dia 10 de outubro de 2011, os Conferencistas deverão 
encaminhar à Secretaria Executiva, por intermédio de mensagem eletrônica, 
suas teses e conferências escritas, com as respectivas conclusões, que poderão 
conter proposições a serem submetidas à deliberação dos Painéis. 
§ 1º As conferências, teses e proposições deverão ser remetidas 
por mensagem eletrônica, à Secretaria Executiva da XXI 
Conferência Nacional dos Advogados para o endereço 
de correio eletrônico: teses.conferencia@oab.org.br, 
devendo obedecer as seguintes especificações:
I - formato da lauda: A-4;
II - fonte: Times New Roman, corpo 12;
III - máximo de páginas: 15 (quinze);
IV - identificação completa do autor: nome, endereço 
profissional e eletrônico, número de inscrição na OAB, 
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se advogado, resumo biográfico e autorização para 
publicação.
§ 2º Os documentos não entregues no prazo fixado no 
caput estarão sujeitos a não inclusão nos anais da XXI 
Conferência Nacional dos Advogados.
Seção II
Dos Painéis, dos Eventos Paralelos ou Painéis Específicos e da Tribuna 
Livre
Art. 15. As atividades dos Painéis serão desenvolvidas e concluídas no 
prazo máximo e improrrogável de quatro horas, considerando-se o horário de 
início fixado na programação pela Comissão Organizadora, que não poderá ser 
compensado em caso de retardamento.
Art.16. Cada Palestrante terá vinte e cinco minutos para apresentar seu 
trabalho, reservando-se o restante do tempo disponível, até o encerramento do 
Painel, para debates e votações.
§ 1º Os debates serão abertos após as exposições dos painéis, 
podendo os Membros Efetivos e Convidados, estes 
se forem advogados, mediante inscrição solicitada ao 
Secretário da Mesa, usar da palavra por dois minutos, 
uma vez, podendo o Presidente reduzir esse tempo ou 
cancelar a inscrição, quando houver grande número de 
inscritos.
§ 2º Os palestrantes poderão responder a pedidos de 
esclarecimentos a eles endereçados, valer-se do direito 
de réplica e, havendo disponibilidade de tempo, usar da 
palavra ao final dos debates.
§ 3º As questões de ordem serão decididas soberanamente 
pelo Presidente, sendo incabíveis durante o regime de 
votação.
§ 4º As votações serão feitas mediante a exibição das cartelas 
de votação distribuídas no ato da inscrição, considerando-
se aprovadas as que obtiverem a maioria dos membros 
votantes.
§ 5º O Relator do Painel, no período destinado às votações, 
lerá o resumo da proposição, manifestando-se sobre a 
mesma.
§ 6º Se a manifestação do Relator de Painel for contrária à 
sua aprovação, poderá um dos Membros sustentar o 
encaminhamento.
Art. 17. As sessões dos Painéis Especiais e dos Eventos Paralelos serão 
realizadas no período máximo de quatro horas, prorrogável, excepcionalmente, 
por mais quatro horas, desde que informada a Comissão Organizadora com 
antecedência.
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Art. 18. A Tribuna Livre proporciona a exposição e o debate de temas 
independentes, complementares ao tema central da XXI Conferência Nacional 
dos Advogados. Os advogados, inscritos no evento, devem apresentar trabalhos 
ou proposições até o dia 20 de outubro de 2011, por escrito. Na Tribuna Livre, 
realizada nos estritos limites dos horários previstos na programação, o autor 
do trabalho ou proposição terá 15 minutos, improrrogáveis, para manifestação, 
que será seguida de votação, se admitida e necessária, esta com duração 
máxima de 10 minutos. Os trabalhos expostos, quando admitidos e votados, 
constarão nos Anais da XXI Conferência Nacional dos Advogados.
Art. 19. Não serão admitidas moções durante a realização dos trabalhos 
nos Painéis, nos Painéis Especiais, nos Eventos Paralelos e na Tribuna Livre.
Art. 20. As recomendações e conclusões apresentadas somente poderão 
versar sobre os temas concernentes aos painéis e o tema central da XXI 
Conferência Nacional dos Advogados.
CAPÍTULO V - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 21. Em casos imprevistos ou de excepcional urgência, a 
Comissão Organizadora Central poderá alterar datas, horários, designações e 
programações da XXI Conferência Nacional dos Advogados.
Art. 22. Os casos omissos ou as dúvidas oriundas deste Regimento 
serão dirimidos pela Comissão Organizadora Central.
Art. 23. Este Regimento Interno entra em vigor na data de sua expedição.
 Brasília, 02 de maio de 2011.
Ophir Cavalcante Junior
Presidente do Conselho Federal da OAB
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PROGRAMA DA
XXI CONFERÊNCIA NACIONAL DOS ADVOGADOS
Tema: Liberdade, Democracia e Meio Ambiente
Dia 20.11.2011 (Domingo)
19h
 
Abertura da XXI Conferência Nacional dos Advogados no Expo Unimed 
Curitiba
 
- Show de Abertura
- Coquetel
 
Dia 21.11.2011 (Segunda-feira) 
09h
 
Sessão Solene de Abertura da XXI Conferência Nacional dos Advogados
Das 11h15min às 12h15min
Conferência Magna 
Das 14h30min às 18h30min
 
Painel 1 – Direitos Políticos 
Painel 2 – Segurança Pública 
Painel 3 – Direito de Liberdade 
Painel 4 – Direitos e Garantias do Investigado, Indiciado e Réu 
 
Painéis Especiais / Específicos:
Tribuna Livre
Outros eventos 
Das 18h30min às 20h30min
Bate Papo Cultural com Laurentino Gomes (autor do livro 1822)
Lançamento de livros na área dos estandes. 
 
Dia 22.11.2011 (Terça-feira) 
 
Das 08h30min às 12h30min
 
Painel 5 – Direito de Igualdade
Painel 6 – Direito Social à Educação
Painel 7 – Direito Administrativo 
Painel 8 – Processo Civil, Celeridade e Direito de Defesa 
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Painéis Especiais / Específicos:
Tribuna Livre
Outros eventos 
Das 14h30min às 18h30min
Painel 9 – Direito Tributário
Painel 10 – Direito à Saúde e à Alimentação
Painel 11 – Direito do Consumidor 
Painel 12 – Judiciário, Ministério Público e Democracia
Painéis Especiais / Específicos:
Tribuna Livre
Outros eventos 
Das 18h30min às 20h30min
Bate Papo Cultural com Juca Kfouri (colunista esportivo)
Lançamento de livros na área dos estandes.
Das 21h00min às 22h00min
Show Toquinho (Teatro Positivo) 
Dia 23.11.2011 (Quarta-feira) 
 
Das 08h30min às 12h30min
 
Painel 13 – Direito de Propriedade
Painel 14 – Direito Social do Trabalho
Painel 15 – Direito Ambiental
Painel 16 – Direitos e Garantias dos Advogados
Painéis Especiais / Específicos:
Tribuna Livre
Outros eventos 
Das 14h30min às 18h30min
Painel 17 – Dignidade e Direitos Humanos
Painel 18 – Direitos das Famílias, da Criança, do Adolescente e do Idoso
Painel 19 – O Problema da Eficácia dos Direitos Sociais
Painel 20 – A Nova Realidade do Exercício da Advocacia
Painéis Especiais / Específicos:
Tribuna Livre
Outros eventos 
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Das 18h30min às 19h30min
Bate Papo Cultural com João Cláudio Moreno (Humorista)
Lançamento de livros na área dos estandes.
Das 21h30min às 23h30min
Show dos Titãs (Master Hall)
Dia 24.11.2011 (Quinta-feira) 
 
Das 9h às 11h
 
Debate 1 – Cotas Raciais ou Sociais;
Debate 2 – É possível um marco regulatório para liberdade de expressão nos 
veículos de comunicação? 
Das 11h às 12h
 
Conferência Magna 
Das 12h às 13h
 
Sessão de Encerramento da XXI Conferência Nacional dos Advogados.
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AS CONFERÊNCIAS NACIONAIS
I CONFERÊNCIA
Local: Rio de Janeiro
Período: 04 a 11 de agosto de 1958
Presidente: Nehemias Gueiros
XI CONFERÊNCIA
Local: Belém
Período: 04 a 08 de agosto de 1986
Presidente: Hermann Assis Baeta
Tema: Constituição
II CONFERÊNCIA
Local: São Paulo
Período: 05 a 11 de agosto de 1960
Presidente: José Eduardo do Prado Kelly
XII CONFERÊNCIA
Local: Porto Alegre
Período: 02 a 06 de outubro de l988
Presidente: Márcio Thomaz Bastos 
Tema: O advogado e a OAB no Processo de 
Transformação da Sociedade Brasileira
III CONFERÊNCIA
Local: Recife
Período: 07 a 13 de dezembro de 1968
Presidente: Samuel Vital Duarte
XIII CONFERÊNCIA
Local: Belo Horizonte
Período: 23 a 27 de setembro de l990
Presidente: Ophir Filgueiras Cavalcante
Tema: OAB, Sociedade e Estado
IV CONFERÊNCIA
Local: São Paulo
Período: 26 a 30 de outubro de 1970
Presidente: Laudo de Almeida Camargo
XIV CONFERÊNCIA
Local: Vitória
Período: 20 a 24 de setembro de l992
Presidente: Marcelo Lavenère Machado
Tema: Cidadania
V CONFERÊNCIA
Local: Rio de Janeiro
Período: 11 a 16 de agosto de 1974
Presidente: José Ribeiro de Castro Filho
Tema: O Advogado e os Direitos do Homem
XV CONFERÊNCIA
Local: Foz do Iguaçu
Período: 04 a 08 de setembro de l994
Presidente: José Roberto Batochio
Tema: Ética, Democracia e Justiça
VI CONFERÊNCIA
Local: Salvador
Período: 17 a 22 de outubro de 1976
Presidente: Caio Mario da Silva Pereira
Tema: A Independência e a Autonomia do Advogado e a Reforma 
do Direito Positivo Brasileiro
XVI CONFERÊNCIA
Local: Fortaleza
Período: 01 a 05 de setembro de l996
Presidente:Ernando Uchoa Lima 
Tema: Direito, Advocacia e Mudança
VII CONFERÊNCIA
Local: Curitiba
Período: 07 a 12 de maio de 1978
Presidente: Raymundo Faoro
Tema: Direitos Humanos
XVII CONFERÊNCIA
Local: Rio de Janeiro
Período: 29/08 a 02/09 de l999
Presidente: Reginaldo Oscar de Castro 
Tema: Justiça: Realidade e Utopia
VIII CONFERÊNCIA
Local: Manaus
Período: 18 a 22 de maio de 1980
Presidente: Eduardo Seabra Fagundes
Tema: Liberdade
XVIII CONFERÊNCIA
Local: Salvador 
Período: 11 a 15 de novembro de 2002
Presidente: Rubens Approbato Machado
Tema: Cidadania, Ética e Estado
IX CONFERÊNCIA
Local: Florianópolis
Período: 02 a 05 de maio de 1982
Presidente: José Bernardo Cabral
Tema: Justiça Social
XIX CONFERÊNCIA
Local: Florianópolis 
Período: 25 a 30 de setembro de 2005
Presidente: Roberto Antonio Busato
Tema: República, Poder e Cidadania
X CONFERÊNCIA
Local: Recife
Período: 30/09 a 04/10 de 1984
Presidente: Mário Sérgio Duarte Garcia
Tema: Democratização
XX CONFERÊNCIA
Local: Natal 
Período: 11 a 15 de novembro de 2008
Presidente: Cezar Britto
Tema: Estado Democrático de Direito X Estado Policial 
– dilemas e desafios em duas décadas da Constituição
XXI CONFERÊNCIA
Local: Curitiba
Período: 20 a 24 de novembro de 2011
Presidente: Ophir Cavalcante Junior
Tema: Liberdade, Democracia e Meio Ambiente
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 CERIMÔNIA SOLENE DE ABERTURA DA
XXI CONFERÊNCIA NACIONAL DOS ADVOGADOS
DISCURSO DO PRESIDENTE DO CONSELHO SECCIONAL DA
OAB / PARANÁ - JOSÉ LÚCIO GLOMB
Senhoras e senhores, bom dia!
É com imensa satisfação e indisfarçável orgulho que Curitiba os recebe 
para esta 21ª Conferência Nacional dos Advogados, promovida pela Ordem 
dos Advogados do Brasil.
Este é um momento histórico, posto que já se vão 33 anos da 7ª 
Conferência Nacional, aqui realizada quando o nosso Conselho Federal era 
dirigido por Raimundo Faoro e a seccional por Eduardo Rocha Virmond. Foram 
eles, Faoro e Virmond, em nome dos advogados, os maiores responsáveis pelo 
fato daquela Conferência ter entrado para a História do Brasil.
Não fossem os advogados, a restauração do estado democrático de 
direito teria sido, no mínimo, postergada. Foi aqui, nesta cidade, que mostramos 
ao Brasil que o advogado não pode ter medo.
Muitos daqueles nossos colegas, hoje novamente aqui comparecem, 
e certamente lembrarão do grito forte e corajoso pela restauração plena das 
garantias fundamentais do cidadão. Eles, e todos os que lutaram e lutam pela 
democracia e pela liberdade, merecem o carinho do nosso aplauso.
Então, há um desafio que se impõe perante esta 21ª Conferência, que 
volta a esta cidade. O de que as resoluções aqui tomadas precisam se ombrear 
em importância histórica com aquelas extraídas da reunião de 1978.
O país está diferente. Desde então avançamos, ultrapassamos várias 
barreiras, pacificamente. 
O Brasil progrediu economicamente e nos situamos entre os grandes 
do mundo.
Nossas instituições avançaram.
Pelo voto, um ex-exilado político foi eleito e reeleito presidente deste 
país. Também pelo voto democrático, um torneiro mecânico foi eleito e reeleito 
presidente, o que era impensável.
Ninguém foi capaz de vaticinar que a primeira mulher presidente da 
República viria calejada pelas fortes experiências daqueles duros tempos. 
Mas há muito por fazer, pois a história se completa a cada dia.
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Senhoras e senhores, o futuro que ainda não foi criado, mas já existe, 
como disse o escritor argentino Jorge Luiz Borges, ao afirmar:
“Se temos o momento presente, temos também o 
presente do futuro, que traz o que a nossa esperança 
e os nossos medos imaginam.”
Ele está imaginado em nossas mentes e exige ações, para que alcancemos 
nossos sonhos e para manter aquilo que já conquistamos.
Aqui continuaremos a discutir a democracia, esta que é a pior forma de 
governo, excluídas todas as demais, como dizia Winston Churchill. É o estado 
em que vigem as liberdades, em situação sempre precária. Não era à toa que 
proclamava o senador Affonso Arinos:
“A democracia é uma flor que precisa ser 
permanentemente regada”
Porque sua força está em sua aparente fraqueza: ela se sustenta sobre 
o direito de todos poderem pensar, se expressar e criar, de tal maneira que se 
obriga a ouvir até aqueles que se consideram os únicos donos do direito de 
pensar, se expressar e criar. Não se trata de contradição, nem de permissividade, 
mas dos fundamentos sobre os quais ela se assenta.
Analisaremos a liberdade, nela incluída a liberdade de expressão, sob 
risco de intimidação todo o tempo, desde o início dos tempos.
Debateremos sobre o meio ambiente, que costumamos retoricamente 
chamar de “mãe natureza”, mas a quem o homem tem tratado como o mais 
bastardo dos parentes indesejáveis, neste mundo que também anda tão 
diferente.
Há outros temas que iremos estudar e em relação aos quais não 
deixaremos de emitir opinião.
 Falaremos sobre a reforma dos Códigos de Processo Civil e Penal. 
Debateremos sobre o processo eletrônico, que hoje enseja 45 diferentes sistemas 
nos Tribunais, numa verdadeira babel eletrônica contrária à genialidade de 
Steve Jobs, que pregava ser a simplicidade a máxima sofisticação. O processo 
eletrônico será útil, mas não está amadurecido. Não pode ser implantado 
de forma açodada. Acrescente-se que a maioria dos tribunais não dispõe de 
infraestrutura adequada para sustentar o funcionamento do meio eletrônico 
processual. A transição entre os dois sistemas deveria permitir a coexistência 
do processo tradicional e do processo virtual por tempo maior, até a perfeita 
adaptação, para evitar os prejuízos que já se notam a quem busca o caminho da 
justiça. Sofrem juntos advogados, magistrados, partes e serventuários.
A Proposta de Emenda Constitucional 15 de 2011, que limita os 
recursos previstos nos nossos dispositivos processuais, deve merecer reflexões. 
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A supressão de recursos trará rapidez? Ou essa justiça poderá se tornar menos 
justa, por paradoxal que seja.
São muitos os temas a enfrentar, como o que diz respeito aos nossos 
honorários advocatícios, necessários à nossa sobrevivência, mas geralmente 
tão aviltados nas condenações.
Temas relacionados à igualdade, direitos sociais, do trabalho, entre 
tantos outros, estarão presentes nesta grande conferência.
Que dizer do ensino jurídico, tão carente, tão longe do ideal? E não 
posso deixar de citar o Ministro Marco Aurélio, em brilhante voto há poucos 
dias, no julgamento que reconheceu a constitucionalidade do Exame de Ordem 
e a legitimidade da OAB para aplicá-lo, quando advertiu: “As faculdades de 
Direito vendem sonhos e entregam pesadelos”. A excelência do voto fez com 
que fosse seguido à unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal, ressaltando 
o papel da OAB a favor dos interesses da sociedade.
Cito as prerrogativas da advocacia, sob permanente ameaça, estas 
prerrogativas que nos são especialmente caras. Podemos afirmar que a 
democracia só atinge seus objetivos quando permite aos cidadãos a realização 
dos seus direitos. E para tanto, é preciso respeitar as prerrogativas dos 
advogados. Elas são essenciais para que exerçamos nossa atividade em 
plenitude, sem constrangimentos de qualquer natureza.
A mão do advogado não pode tremer.
Mas é fundamental que tenhamos um Judiciário valorizado, 
independente, com atuação eficiente. Não esqueçamos que é o ser humano 
quem julga e ele deve estar apto, dono de vida impecável.
Por isso vemos como inconcebível que se tente limitar a atuação do CNJ.
Sua atuação não macula o Judiciário, muito ao contrário. Traz luz sobre 
ele, visando o seu constanteaperfeiçoamento. É inegável o benefício que o 
controle externo vem trazendo à transparência, à celeridade e à credibilidade 
da Justiça, servindo para preservar a honra da imensa maioria dos integrantes 
do Judiciário, separando destes a parcela, felizmente inexpressiva, que não 
merece vestir a toga. Julgar os próprios pares é sempre difícil, o que justifica 
a meritória ação do Conselho Nacional de Justiça. E o Judiciário tem papel 
fundamental na luta permanente da sociedade brasileira contra a corrupção.
Esta Conferência Nacional dos Advogados, tenho certeza, vai saber 
demonstrar a que veio. 
A nossa voz, somada a voz dos verdadeiros democratas, das pessoas 
de bem, de todos os quadrantes, foi capaz de vencer uma grande etapa de 
aperfeiçoamento da República. A partir dela houve a mobilização popular. E 
não existe força capaz de deter a força de uma nação mobilizada.
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Mas é uma etapa incompleta, diante do grave quadro de corrupção 
divulgado dia a dia, gerando escândalos após escândalos. 
Já vai longe o Brasil simplório do século XIX, descrito por Saint Hilaire 
– e mais tarde por Mário de Andrade - em que ou o Brasil acabava com a saúva 
ou a saúva acabaria com o Brasil.
Ficamos mais sofisticados, a ponto de não cometer heresia quem queira 
afirmar que ou o Brasil acaba com a corrupção ou ela pode acabar com o Brasil.
Está aí o maior de todos os males. Vírus que destrói as células sãs para 
tirar a oportunidade dos que já se encontram socialmente e economicamente 
vulneráveis. Mas não atinge apenas estes, propagando-se contra toda a 
comunidade, sejam ricos ou pobres.
Procuramos fazer o nosso papel. Ainda no ano passado a OAB Paraná 
encabeçou a campanha “O Paraná que Queremos” contra desmandos na 
Assembleia Legislativa deste Estado. A série de reportagens denominadas 
“Diários Secretos”, do jornal Gazeta do Povo e RPC TV, que denunciou os 
desmandos, teve tamanha repercussão que vem sendo premiada desde então, 
nacional e internacionalmente.
Numa fria noite de inverno, em plena Boca Maldita de Curitiba, milhares 
de pessoas lá compareceram e extravasaram a sua indignação, liderados pela 
Ordem dos Advogados do Brasil, com o apoio de centenas de entidades de 
classe que a ela aderiram.
É a conscientização que toma corpo, a mesma conscientização que 
permitiu a defesa do consumidor; ou que, por exemplo, levou à apresentação 
e aprovação da lei do “ficha limpa”, que esperamos seja estendida a todos os 
ocupantes de cargos em comissão.
Cargos que deveriam ser restringidos, pois ao não premiar os mais 
qualificados, os que ingressam pela via do concurso público, constatamos que 
servem, preponderantemente, a fins eleitoreiros. Passam ao largo de contribuir 
para a eficiência da administração pública.
Mas há quem trabalhe para aumentar o número de cargos de confiança 
ou as cadeiras nas Câmaras Municipais, como se já não as tivéssemos em 
quantidade suficiente. Como se a competência fosse determinada pela 
quantidade e não pela qualidade.
Assim, é hora de debater a reforma política. É hora de mudar. 
Precisamos restaurar um legislativo forte que cumpra seu papel fundamental. 
Avalio como é difícil para o bom parlamentar – e eles existem em número 
maior que imaginamos – suportar a avalanche de críticas que recai sobre o 
poder que representam.
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Para o fortalecimento do legislativo, o sistema distrital se apresenta 
como alternativa a cada dia mais desejável e aqui merecerá espaço nas 
discussões sobre a reforma política.
Não temos o direito de reduzir o regime a uma banca de feira – com 
todo o respeito aos nobres feirantes – em que a lei da oferta e da procura 
venha reger a barganha. Não podemos consentir que a competência ceda lugar 
a conluios e conchavos.
A corrupção é um monstro de muitas faces. Está nos pequenos achaques 
e nas grandes negociatas. No toma-lá-dá-cá dos favores comezinhos. Ainda 
mais: não se revela razoável que tenhamos processos envolvendo casos de 
corrupção tramitando há mais de uma década, em morosidade que comprova 
a tendência à procrastinação quando se trata de julgar algum representante da 
plutocracia nacional.
É o que ouvimos, o que lemos, o que vemos, mas não aceitamos, porque 
estaríamos aceitando o descrédito da Justiça e avalizando a impunidade de 
corruptos e corruptores como regra geral.
Nesse ponto devemos reconhecer que a Presidente da República, Dilma 
Rousseff, procura agir na direção de coibir essas situações.
A nação não esconde a expectativa de que Sua Excelência faça a 
verdadeira faxina. Aquela que imporá o que esperamos de todos: a honestidade, 
simplesmente a honestidade por parte de quem atua na vida pública. 
Portanto, é importante que o Brasil ouça a nossa voz e que se faça 
florescer o contraditório, para usarmos esta expressão tão grada a nós, 
advogados. Para que possamos exercer permanentemente a liberdade que é 
pressuposto constitucional, conforme expresso no art. 5º da Carta Magna.
O Instituto dos Advogados do Paraná, entidade que tive a honra de 
presidir, promoveu há dois anos o prêmio Francisco Cunha Pereira Filho, sobre 
a liberdade de expressão no Estado Democrático de Direito. Está aí um tema 
que merece todo o carinho.
É fundamental preservar as garantias individuais com a vigência de 
instrumentos legais e o direito irrestrito ao livre pensar. Algo impossível de ser 
controlado, pois como já dizia Millôr Fernandes, “livre pensar é só pensar”. 
Tão simples, mas difícil de ser assimilado por alguns, que insistem em propor 
restrições aos meios de comunicação. Controlar os meios de comunicação 
significa implantar a censura por vias oblíquas. E sabemos como a censura 
custa caro para a população que tem todo o direito de se informar, de ser 
informada, de informar. Excessos devem ser apreciados por um Judiciário, 
repito, independente.
E só com este arsenal – democracia, liberdade, o direito de emitir 
opinião livremente – é que seremos capazes combater males como a violência, 
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foice que retalha sobretudo brasileiros jovens, em plena idade de aprender e 
de construir.
Violência nas ruas, nas escolas, no trânsito que mata 40 mil pessoas por 
ano. É nossa obrigação e de todo cidadão brasileiro descobrir como subjugá-la 
e auxiliar para que isto seja colocado em prática.
Não basta prender, em cadeias que remetem aos mais bárbaros tempos, 
pelas condições subumanas às quais são submetidos os encarcerados. E, além 
de melhorar as instalações prisionais, é necessário que procuremos soluções 
eficientes.
Soluções requeridas também nas questões do meio ambiente, um dos 
temas centrais da 21ª Conferência Nacional.
Não basta ajudarmos o cidadão a praticar cidadania em ações singelas, 
como o plantar de uma árvore, num planeta que atingiu 7 bilhões de habitantes 
e caminha para prováveis 9 bilhões ao final do século.
Mais importante é conscientizá-lo de como é possível contribuir para o 
meio ambiente ao adotar a sustentabilidade como padrão de vida.
A equação a resolver é conciliar produção agrícola sustentável, com o 
meio ambiente.
Em suas Memórias, o professor Miguel Reale, figura exponencial do 
Direito brasileiro, já alertava em 1987: “Se antes recorríamos à natureza 
para dar uma base estável ao Direito (e, no fundo, essa é a razão do direito 
Natural), assistimos, hoje, a uma trágica inversão, sendo o homem obrigado a 
recorrer ao Direito para salvar a natureza que morre.”
O novo Código Florestal, em exame no Congresso, pode permitir uma 
devastação correspondente a área do Estado do Paraná, num Brasil que já 
constata altosíndices de desmatamento.
Não deixemos que nossos olhos se acostumem com a visão que está aí, 
à nossa frente. 
Nossos rios podem sofrer com a diminuição da mata ciliar e as encostas 
com a sua ocupação irracional. 
Como disse a grande poetisa paranaense Helena Kolody: “Quero ser o 
cristalino fio d’água Que canta e murmura na mata silenciosa.”
Comumente esquecemos que a natureza é um cristalino fio d‘água, que 
não pode morrer porque dele depende nossa própria sobrevivência.
O astrônomo alemão Johannes Kepler afirmou que “a natureza ama a 
simplicidade”. Preservar a natureza – e a simplicidade – só será possível se 
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esgrimirmos todos os argumentos a seu favor, como decerto o faremos neste 
encontro.
O país precisa saber ouvir, este Brasil desconcertante que nos fascina 
e decepciona em porções iguais, que deve buscar, insistentemente, a melhoria 
nos índices de qualidade de vida. Que proporcione orgulho aos seus cidadãos. 
Que mantenha sempre o rumo certo, com a bússola apontada para a defesa da 
liberdade, da democracia e do meio ambiente.
Nós, advogados, estaremos juntos nesta luta permanente.
Senhoras e senhores, quero agradecer a honra outorgada à nossa 
seccional, a Curitiba e ao Paraná, de sediar esta Conferência, que tem como 
patrono local este grande advogado paranaense que foi Élio Narézi, cuja 
memória justamente reverenciamos aqui.
José Saramago, o admirável escritor português, vencedor do Prêmio 
Nobel, disse certa feita: Penso que, na prática, aconselhar alguém a que tenha 
esperança não é muito diferente de aconselhá-la a ter paciência. Obviamente, 
nada tenho de pessoal contra a esperança, mas prefiro a impaciência. Já é 
tempo que ela se note no mundo, para que alguma coisa aprendam aqueles 
que preferem que nos alimentemos apenas de esperanças. Ou de utopias.”
Ninguém vive sem esperanças. Mas é a impaciência que serve como 
força motivadora de ações para melhorar o mundo.
Queira Deus que nós, advogados, discípulos do Direito e de sua 
aplicação, possamos fazer da impaciência a senda que leve as instituições a se 
aperfeiçoarem cada vez mais para bem servir o homem, destinatário final de 
todos os benefícios. A nossa folha de serviços, a folha de serviços da Ordem, 
está aí, desdobrada a cada dia. Há muito tempo. Renovada a todo instante. A 
cada exigência que surge, somos colocados à prova. Mas na nossa dedicação 
está medido o idealismo por uma advocacia melhor, por uma sociedade cada 
vez mais justa e solidária, tendo a ética como um de seus fundamentos.
A força das atribuições e das prerrogativas previstas em nosso Estatuto 
e na Constituição Federal nos impõe esse dever.
Senhoras e Senhores, ao relembrar a história do nosso país e a nossa 
história, conclamo a todos para valorizar a advocacia, no seu sentido mais 
nobre, pois não é ousadia afirmar que nenhuma instituição congênere fez tanto 
por um país quanto a Ordem dos Advogados fez pelo Brasil.
Sejam bem-vindos à 21ª Conferência Nacional da Ordem dos 
Advogados do Brasil.
Muito obrigado.
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XXI CONFERÊNCIA NACIONAL DOS ADVOGADOS
DISCURSO DO REPRESENTANTE DO COLÉGIO DE PRESIDENTES 
DOS CONSELHOS SECCIONAIS – OMAR COÊLHO DE MELLO
Na honrosa condição de falar em nome dos presidentes das valorosas 
Seccionais da Ordem, que aqui estão com suas delegações para discutir temas 
relevantes para a vida jurídica nacional, nos cabe reforçar o compromisso de 
todos pela ética em nossas ações e retemperar nosso pacto com as advogadas 
e advogados brasileiros de luta pelo engrandecimento de nossa categoria que, 
apesar do nosso empenho, da força e da respeitabilidade de nossa Instituição, 
ainda não tem reconhecida a sua grandeza e sua eloqüente e decisiva 
importância na realização do direito, uma vez que, ainda hoje, em menosprezo 
a princípios fundamentais da Magna Carta, não recebe o tratamento que lhe é 
devido, em face da magnitude de sua missão, por parte de parcela, felizmente 
minoritária, da magistratura, a qual, naturalmente enfunada por injustificável 
arrogância e evidente despreparo cultural, funcional e moral, teima em sentir-
se superior à advocacia.
Somem-se a isso, nossos compromissos com a defesa do estado 
democrático de direito e a busca pela obtenção da cidadania plena, os quais 
nos vinculam de forma cada vez mais pujante, vibrante e exaltada, tornando-
se, mesmo, uma razão política de nossa luta institucional.
É aqui, Senhoras e Senhores Conferencistas, neste majestoso Paraná “o 
mais belo a fulgir” “entre os astros do Cruzeiro”, conforme enaltece seu belo 
Hino, que, não só deveremos, como precisaremos ser “luzeiros”, buscando 
iluminar a estrada da Advocacia nacional com vistas a cumprir nossas 
responsabilidades com a Nação Brasileira. Então: “Avante! Para o porvir”.
E é nesse tempo futuro que nós, presidentes Seccionais, devemos nos 
fixar, lastreados pelos 81 anos de história da OAB, comemorados na semana 
passada. Integram essa história mais de 20 Conferências, dentre as quais a 
sexta Conferência Nacional dos Advogados, realizada aqui em Curitiba nos 
chamados “anos de chumbo”, quando as advogadas e os advogados brasileiros 
opuseram resistência ao regime de exceção, clamando, corajosamente, pelo 
restabelecimento das liberdades individuais e pela democratização do país.
Hoje, apesar de vivermos numa democracia, o povo brasileiro continua 
refém, não mais de seu direito de ir e vir, nem de seu direito de se expressar; 
mas refém em sua liberdade de poder aprender, e aqui me refiro ao direito do 
SABER, que é sem dúvida, a maior pena imposta à Nação brasileira, ratificada 
pelos últimos dados obtidos pelo IBGE em 2010.
Sem o saber, o sol não brilha para todos; as oportunidades não aparecem; 
as idéias não fluem; o discernir deixa de existir, ficando fácil a manipulação das 
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almas e das consciências por aqueles que vivem, como parasitas, à sombra da 
ignorância, do analfabetismo, delas se locupletando. Com isto, o campo torna-
se fértil para a política malsã dominar as instituições e fazer crescerem todas as 
mazelas que diuturnamente estamos a combater.
Sem educação, não há luz, não há caminhos, não há solução. Sem um 
sistema educacional eficaz (e não essa ficção alardeada pelo governo federal), 
tendo como coadjuvantes efetivos e dedicados os governos estaduais e 
municipais, os resultados de nossos esforços, por mais redobrados que sejam, 
serão sempre pífios.
Nos tempos das sombras, nas ruas deste País, mesmo ao risco da 
repressão, bradava-se: “O povo unido jamais será vencido”, como se isso fosse 
uma verdade absoluta. Afirmo: povo deseducado é povo desinformado, por isso, 
fácil de ser manipulado! E essa é a realidade brasileira, vista de forma nua e 
crua. É isso que justifica e conduz à baixíssima qualidade da maioria de nossos 
políticos, a risível qualidade de nossos governos. E pior: a condescendência 
da sociedade brasileira com a vergonhosa corrupção que se enraiza nos vários 
setores da vida nacional.
Mas tudo, tudo isso é também reflexo de uma impunidade criminosa, 
em boa parte devida à morosidade de um Judiciário que somente agora parece 
acordar de letárgico sono como consequência do ruído provocado pelo advento 
do Conselho Nacional de Justiça, que, embora não seja ainda o Conselho sonhado 
pela Ordem, que sempre ostentou a bandeira da necessidade de um órgão de 
Controle Externo do Judiciário forte, prestigiado, enérgico e independente 
o bastante das ingerências corporativas, já configura e se constitui em um 
primeiro e enorme passo em direção à conquista da transparência nas coisas 
do Judiciário e da responsabilização

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