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07 - MEDIACAO DE CONFLITOS_ TEMAS ATUAIS

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MEDIAÇÃO DE CONFLITOS 
temas atuais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Samantha Pelajo 
Samantha Longo 
Dulce Nascimento 
Sandra Bayer 
(Organizadoras) 
 
 
 
 
 
 
 
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS 
temas atuais 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília – DF, 2022 
 
© Ordem dos Advogados do Brasil 
Conselho Federal, 2022 
Setor de Autarquias Sul - Quadra 5, Lote 1, Bloco M 
Brasília – DF CEP: 70070-939 
 
Distribuição: Conselho Federal da OAB – GRE 
E-mail: oabeditora@oab.org.br 
 
O Conselho Federal da OAB – por meio da OAB Editora – ressalta que as opiniões emitidas 
nesta publicação, em seu inteiro teor, são de responsabilidade dos seus autores. 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – Biblioteca Arx Tourinho) 
 
M489 
 
Mediação de conflitos : temas atuais / organizadoras: Samantha 
Pelajo, Samantha Longo, Dulce Nascimento, Sandra Bayer – 
Brasília: OAB Editora, 2022. 
 
xvii, 261 p.: il. 
 
ISBN: 978-65-5819-043-1 
 
1. Mediação (processo civil), coletânea. 2. Acesso à justiça, 
Brasil. 3. Conciliação (processo civil), Brasil. 4. Mediação 
(processo civil), Brasil. org. I. Pelajo, Samantha. org. II. Longo, 
Samantha. org. III. Nascimento, Dulce. org. IV. Bayer, Sandra. 
 
CDDir: 341.4625 
CDU: 347.918 
 
 
Gestão 2019/2022 
 
Diretoria 
Felipe Santa Cruz Presidente 
Luiz Viana Queiroz Vice-Presidente 
José Alberto Simonetti Secretário-Geral 
Ary Raghiant Neto Secretário-Geral Adjunto 
José Augusto Araújo de Noronha Diretor-Tesoureiro 
 
Conselheiros Federais 
AC: Cláudia Maria da Fontoura Messias Sabino; AL: Fernanda Marinela de Sousa Santos, Fernando 
Carlos Araújo de Paiva e Roberto Tavares Mendes Filho; AP: Alessandro de Jesus Uchôa de Brito, Felipe 
Sarmento Cordeiro e Helder José Freitas de Lima Ferreira; AM: Aniello Miranda Aufiero, Cláudia Alves 
Lopes Bernardino e José Alberto Ribeiro Simonetti Cabral; BA: Carlos Alberto Medauar Reis, Daniela 
Lima de Andrade Borges e Luiz Viana Queiroz; CE: André Luiz de Souza Costa; Hélio das Chagas 
Leitão Neto e Marcelo Mota Gurgel do Amaral; DF: Daniela Rodrigues Teixeira, Francisco Queiroz 
Caputo Neto e Ticiano Figueiredo de Oliveira; ES: Jedson Marchesi Maioli, Luciana Mattar Vilela 
Nemer e Luiz Cláudio Silva Allemand; GO: Marcello Terto e Silva, Marisvaldo Cortez Amado e 
Valentina Jungmann Cintra; MA: Ana Karolina Sousa de Carvalho Nunes, Charles Henrique Miguez 
Dias e Daniel Blume Pereira de Almeida; MT: Felipe Matheus de França Guerra, Joaquim Felipe 
Spadoni e Ulisses Rabaneda dos Santos; MS: Ary Raghiant Neto, Luís Cláudio Alves Pereira e Wander 
Medeiros Arena da Costa; MG: Antônio Fabrício de Matos Gonçalves, Bruno Reis de Figueiredo e 
Luciana Diniz Nepomuceno; PA: Afonso Marcius Vaz Lobato, Bruno Menezes Coelho de Souza e Jader 
Kahwage David; PB: Harrison Alexandre Targino, Odon Bezerra Cavalcanti Sobrinho e Rogério 
Magnus Varela Gonçalves; PR: Airton Martins Molina, José Augusto Araújo de Noronha e Juliano José 
Breda; PE: Leonardo Accioly da Silva, Ronnie Preuss Duarte e Silvia Márcia Nogueira; PI: Andreya 
Lorena Santos Macêdo, Chico Couto de Noronha Pessoa e Geórgia Ferreira Martins Nunes; RJ: Carlos 
Roberto de Siqueira Castro, Luiz Gustavo Antônio Silva Bichara e Marcelo Fontes Cesar de Oliveira; 
RN: Ana Beatriz Ferreira Rebello Presgrave, Artêmio Jorge de Araújo Azevedo e Francisco Canindé 
Maia; RS: Cléa Anna Maria Carpi da Rocha, Rafael Braude Canterji e Renato da Costa Figueira; RO: 
Alex Souza de Moraes Sarkis, Andrey Cavalcante de Carvalho e Franciany D’Alessandra Dias de Paula; 
RR: Emerson Luis Delgado Gomes e Rodolpho César Maia de Morais; SC: Fábio Jeremias de Souza, 
Paulo Marcondes Brincas e Sandra Krieger Gonçalves; SP: Alexandre Ogusuku, Guilherme Octávio 
Batochio e Gustavo Henrique Righi Ivahy Badaró; SE: Adélia Moreira Pessoa, Maurício Gentil Monteiro 
e Paulo Raimundo Lima Ralin; TO: Antônio Pimentel Neto, Denise Rosa Santana Fonseca e Kellen 
Crystian Soares Pedreira do Vale. 
 
Conselheiros Federais Suplentes 
AC: Luiz Saraiva Correia, João Tota Soares de Figueiredo Filho e Odilardo José Brito Marques; 
AL: Ana Kilza Santos Patriota, João Luís Lôbo Silva e Sergio Ludmer; AP: Emmanuel Dante 
Soares Pereira, Maurício Silva Pereira e Paola Julien Oliveira dos Santos; AM: Márcia Maria 
Cota do Álamo e Sergio Rodrigo Russo Vieira; BA: Antonio Adonias Aguiar Bastos, Ilana Kátia 
Vieira Campos e Ubirajara Gondim de Brito Ávila; CE: Alcimor Aguiar Rocha Neto, André 
Rodrigues Parente e Leonardo Roberto Oliveira de Vasconcelos; DF: Raquel Bezerra Cândido, 
Rodrigo Badaró Almeida de Castro e Vilson Marcelo Malchow Vedana; ES: Carlos Magno 
Gonzaga Cardoso, Luiz Henrique Antunes Alochio e Ricardo Álvares da Silva Campos Júnior; 
GO: Dalmo Jacob do Amaral Júnior, Fernando de Paula Gomes Ferreira e Rafael Lara Martins; 
MA: Deborah Porto Cartágenes, João Batista Ericeira e Yuri Brito Corrêa; MT: Ana Carolina 
 
Naves Dias Barchet, Duilio Piato Junior e José Carlos de Oliveira Guimarães Junior; MS: Afeife 
Mohamad Hajj, Luíz Renê Gonçalves do Amaral e Vinícius Carneiro Monteiro Paiva; MG: 
Felipe Martins Pinto, Joel Gomes Moreira Filho e Róbison Divino Alves; PA: Luiz Sérgio 
Pinheiro Filho e Olavo Câmara de Oliveira Junior; PB: Marina Motta Benevides Gadelha, 
Rodrigo Azevedo Toscano de Brito e Wilson Sales Belchior; PR: Artur Humberto Piancastelli, 
Flavio Pansieri e Graciela Iurk Marins; PE: Ademar Rigueira Neto, Carlos Antônio Harten Filho 
e Graciele Pinheiro Lins Lima; PI: Raimundo de Araújo Silva Júnior, Shaymmon Emanoel 
Rodrigues de Moura Sousa e Thiago Anastácio Carcará; RJ: Eurico de Jesus Teles Neto; Flavio 
Diz Zveiter e Gabriel Francisco Leonardos; RN: Fernando Pinto de Araújo Neto e Olavo 
Hamilton Ayres Freire de Andrade; RS: Beatriz Maria Luchese Peruffo, Greice Fonseca Stocker 
e Maria Cristina Carrion Vidal de Oliveira; RO: Jeverson Leandro Costa, Juacy dos Santos Loura 
Júnior e Veralice Gonçalves de Souza Veris; RR: Bernardino Dias de Souza Cruz Neto, Dalva 
Maria Machado e Stélio Dener de Souza Cruz; SC: José Sérgio da Silva Cristóvam, Sabine Mara 
Müller Souto e Tullo Cavallazzi Filho; SP: Alice Bianchini e Daniela Campos Liborio; SE: 
Glícia Thaís Salmeron de Miranda, Tatiane Gonçalves Miranda Goldhar e Vitor Lisboa Oliveira; 
TO: Alessandro de Paula Canedo, Cabral Santos Gonçalves e Luiz Tadeu Guardiero Azevedo. 
 
Ex-Presidentes 
1. Levi Carneiro (1933/1938) 2. Fernando de Melo Viana (1938/1944) 3. Raul Fernandes 
(1944/1948) 4. Augusto Pinto Lima (1948) 5. Odilon de Andrade (1948/1950) 6. Haroldo 
Valladão (1950/1952) 7. Attílio Viváqua (1952/1954) 8. Miguel Seabra Fagundes (1954/1956) 
9. Nehemias Gueiros (1956/1958) 10. Alcino de Paula Salazar (1958/1960) 11. José Eduardo do 
P. Kelly (1960/1962) 12. Carlos Povina Cavalcanti (1962/1965) 13. Themístocles M. Ferreira 
(1965) 14. Alberto Barreto de Melo (1965/1967) 15. Samuel Vital Duarte (1967/1969) 16. Laudo 
de Almeida Camargo (1969/1971) 17. José Cavalcanti Neves (1971/1973) 18. José Ribeiro de 
Castro Filho (1973/1975) 19. Caio Mário da Silva Pereira (1975/1977) 20. Raymundo Faoro 
(1977/1979) 21. Eduardo Seabra Fagundes (1979/1981) 22. Membro Honorário Vitalício J. 
Bernardo Cabral (1981/1983) 23. Mário Sérgio Duarte Garcia (1983/1985) 24. Hermann Assis 
Baeta (1985/1987) 25. Márcio Thomaz Bastos (1987/1989) 26. Ophir Filgueiras Cavalcante 
(1989/1991) 27. Membro Honorário Vitalício Marcello Lavenère Machado (1991/1993) 28. 
Membro Honorário Vitalício José Roberto Batochio (1993/1995) 29. Ernando Uchoa Lima 
(1995/1998) 30. Membro Honorário Vitalício Reginaldo Oscar de Castro (1998/2001) 31. 
Rubens Approbato Machado (2001/2004) 32. Membro Honorário Vitalício Roberto Antonio 
Busato (2004/2007) 33. Membro Honorário Vitalício Raimundo Cezar Britto Aragão 
(2007/2010) 34. Membro Honorário Vitalício Ophir Cavalcante Junior(2010/2013) 35. Membro 
Honorário Vitalício Marcus Vinicius Furtado Coêlho (2013/2016) 36. Membro Honorário 
Vitalício Claudio Pacheco Prates Lamachia (2016/2019). 
 
Presidentes Seccionais 
AC: Erick Venancio Lima do Nascimento; AL: Nivaldo Barbosa da Silva Junior; AP: Auriney 
Uchôa de Brito; AM: Marco Aurélio de Lima Choy; BA: Fabrício de Castro Oliveira; CE: José 
Erinaldo Dantas Filho; DF: Delio Fortes Lins e Silva Junior; ES: Jose Carlos Rizk Filho; GO: 
Lúcio Flávio Siqueira de Paiva; MA: Thiago Roberto Morais Diaz; MT: Leonardo Pio da Silva 
Campos; MS: Mansour Elias Karmouche; MG: Raimundo Candido Junior; PA: Alberto Antonio 
de Albuquerque Campos; PB: Paulo Antonio Maia e Silva; PR: Cassio Lisandro Telles; PE: 
Bruno de Albuquerque Baptista; PI: Celso Barros Coelho Neto; RJ: Luciano Bandeira Arantes; 
RN: Aldo de Medeiros Lima Filho; RS: Ricardo Ferreira Breier; RO: Elton Jose Assis; RR: 
Ednaldo Gomes Vidal; SC: Rafael de Assis Horn; SP: Caio Augusto Silva dos Santos; SE: Inácio 
José Krauss de Menezes; TO: Gedeon Batista Pitaluga Júnior. 
 
Coordenação Nacional das Caixas de Assistência dos Advogados – CONCAD 
Pedro Zanette Alfonsin Coordenador Nacional 
Aldenize Magalhães Aufiero Coordenadora CONCAD Norte 
Andréia de Araújo Silva Coordenadora CONCAD Nordeste 
Itallo Gustavo de Almeida Leite Coordenador CONCAD Centro-Oeste 
Luís Ricardo Vasques Davanzo Coordenador CONCAD Sudeste 
 
Presidentes das Caixas de Assistência dos Advogados 
AC: Thiago Vinícius Gwozdz Poerch; AL: Ednaldo Maiorano de Lima; AP: Jorge José Anaice da Silva; 
AM: Aldenize Magalhães Aufiero; BA: Luiz Augusto R. de Azevedo Coutinho; CE: Luiz Sávio Aguiar 
Lima; DF: Eduardo Uchôa Athayde; ES: Aloisio Lira; GO: Rodolfo Otávio da Mota Oliveira; MA: 
Diego Carlos Sá dos Santos; MT: Itallo Gustavo de Almeida Leite; MS: José Armando Cerqueira 
Amado; MG: Luís Cláudio da Silva Chaves; PA: Francisco Rodrigues de Freitas; PB: Francisco de Assis 
Almeida e Silva; PR: Fabiano Augusto Piazza Baracat; PE: Fernando Jardim Ribeiro Lins; PI: Andréia 
de Araújo Silva; RJ: Ricardo Oliveira de Menezes; RN: Ricardo Victor Pinheiro de Lucena; RS: Pedro 
Zanette Alfonsin; RO: Elton Sadi Fulber; RR: Ronald Rossi Ferreira; SC: Claudia Prudencio; SP: Luís 
Ricardo Vasques Davanzo; SE: Hermosa Maria Soares França; TO: Sergio Rodrigo do Vale. 
 
Fundo de Integração e Desenvolvimento Assistencial dos Advogados – FIDA 
Felipe Sarmento Cordeiro Presidente 
Gedeon Batista Pitaluga Júnior Vice-Presidente 
Andréia de Araújo Silva Secretária-Geral 
José Augusto Araújo de Noronha Representante da Diretoria 
 
Membros 
Alberto Antonio Albuquerque Campos; Aldenize Magalhães Aufiero; Itallo Gustavo de Almeida 
Leite; Luciana Mattar Vilela Nemer; Luís Ricardo Vasques Davanzo; Paulo Marcondes Brincas; 
Pedro Zanette Alfonsin; Silvia Marcia Nogueira; Thiago Roberto Morais Diaz; Afeife Mohamad 
Hajj; Lucio Flávio Siqueira de Paiva; Nivaldo Barbosa da Silva Junior; Raquel Bezerra Cândido; 
Thiago Vinicius Gwozdz Poersch. 
 
ESA Nacional 
Ronnie Preuss Duarte Diretor-Geral 
Rafael Pontes de Miranda Alves Diretor de Inovação e Tecnologia 
Luis Cláudio Alves Pereira Vice-Diretor 
 
Conselho Consultivo: 
Alcimor Aguiar Rocha Neto; Auriney Uchôa de Brito; Carlos Enrique Arrais Caputo Bastos; 
Cristina Silvia Alves Lourenço; Delmiro Dantas Campos Neto; Graciela Iurk Marins; Henrique 
de Almeida Ávila; Luciana Christina Guimarães Lóssio; Igor Clem Souza Soares; Paulo 
Raimundo Lima Ralin; Thais Bandeira Oliveira Passos. 
 
Diretores (as) das Escolas Superiores de Advocacia da OAB 
AC: Renato Augusto Fernandes Cabral Ferreira; AL: Henrique Correia Vasconcellos; AM: Ida Marcia 
Benayon de Carvalho; AP: Verena Lúcia Corecha da Costa; BA: Thais Bandeira Oliveira Passos; CE: 
Eduardo Pragmácio de Lavor Telles Filho; DF: Rafael Freitas de Oliveira; ES: Alexandre Zamprogno; 
GO: Rafael Lara Martins; MA: Antonio de Moraes Rêgo Gaspar; MT: Bruno Devesa Cintra; MS: 
Ricardo Souza Pereira; MG: Silvana Lourenco Lobo; PA: Luciana Neves Gluck Paul; PB: Diego 
Cabral Miranda; PR: Adriana D'Avila Oliveira; PE: Mario Bandeira Guimarães Neto; PI: Aurelio 
 
Lobão Lopes; RJ: Sérgio Coelho e Silva Pereira; RN: Daniel Ramos Dantas; RS: Rosângela Maria 
Herzer dos Santos; RO: Solange Aparecida da Silva; RR: Caroline Coelho Cattaneo; SC: Marcus 
Vinícius Motter Borges; SP: Jorge Cavalcanti Boucinhas Filho; SE: Kleidson Nascimento dos Santos. 
 
Presidente Executivo da OAB Editora 
José Roberto de Castro Neves 
 
Comissão Especial de Mediação e Conciliação do CFOAB 
Arnoldo Wald Filho Presidente 
Samantha Pelajo Vice-Presidente 
Samantha Mendes Longo Secretária 
Dulce Maria Martins do Nascimento Primeira Secretária-Adjunta 
Sandra Regina Garcia Olivan Bayer Segunda Secretária-Adjunta 
 
Membros 
Adhara Silveira Camilo; Aldemar de Miranda Motta Junior; Alessandra Balestieri; Carlos Eduardo de 
Vasconcelos; Gabriela da Silva Jardim Moraes; Luis Gustavo Ruggier Prado; Mariana Freitas de 
Souza; Ricardo Cesar Correa Pires Dornelles; Rissiane Damiao dos Santos Koeche Goulart; Tatianne 
de Lacerda Barros; Victoria Vaccari Villela Boacnin. 
 
Membros Consultores 
Alexia Vivian Rodrigues de Souza; Camile Costa; Damião Soares Tenório; Denison Melo de Aguiar; 
Eduardo da Silva Vieira; Fernanda Rocha Lourenço Levy; Helena Dellamonica; Helio Paulo Ferraz; 
Juliana Ribeiro Goulart; Leandro Rigueira Rennó; Luciano Nunes Santos Filho; Marcelo Girade 
Corrêa; Mia Alessandra de Souza Reis Schneider; Miriam Cleide Ramalho Brunet Sobrinha; Nalian 
Borges Cintra Machado; Nilson Xavier Ferreira; Roberta Borges Ferreira Badreddine; Rodrigo Vidal 
Oliveira; Ronan Ramos de Oliveira Junior; Silvio de Jesus Pereira. 
 
Comissão de Mediação, Conciliação e Arbitragem da OAB/AC 
Presidente: Felippe Ferreira Nery 
 
Comissão de Mediação e Arbitragem da OAB/AL 
Presidente: Aldemar de Miranda Motta Júnior 
 
Comissão de Mediação Pública e Coletiva da OAB/AM 
Presidente: Denison Melo de Aguiar 
 
Comissão de Mediação, Conciliação e Arbitragem da OAB/AP 
Presidente: Adivan Vitor 
 
Comissão de Conciliação e Mediação da OAB/BA 
Presidente: Rosane Fagundes 
 
Comissão Especial de Mediação, Conciliação e Arbitragem da OAB/CE 
Presidente: Suzyanne de Kassya Ventura Pessôa de Paula 
 
Comissão de Métodos Adequados e Soluções de Conflitos da OAB/DF 
Presidente: Silvio de Jesus 
 
Comissão de Mediação e Arbitragem da OAB/ES 
Presidente: Rafael Induzzi Drews 
 
Comissão de Mediação e Conciliação da OAB/GO 
Presidente: Luiz Cláudio Duarte 
 
Comissão de Conciliação, Mediação e Arbitragem da OAB/MA 
Presidente: Ivaldo Prado 
 
Comissão de Mediação e Conciliação da OAB/MG 
Presidente: Luiz Felipe Calábria Lopes 
 
Comissão de Conciliação e Mediação da OAB/MS 
Presidente: Jane Lúcia Medeiros 
 
Comissão Especial de Mediação, Conciliação e Arbitragem da OAB/MT 
Presidente: Nalian Borges Cintra Machado 
 
Comissão de Mediação e Conciliação da OAB/PA 
Presidentes: Tatiane Rodrigues Vasconcelos e Douglas Alexander Prado 
 
Comissão Conciliação, Mediação e Arbitragem da OAB/PB 
Presidente: Evelyne Barros Ramalho e Tatianne de Lacerda Barros. 
 
Comissão de Conciliação, Mediação e Arbitragem da OAB/PE 
Presidente: Soraya Vieira Nunes 
 
Comissão de Mediação, Conciliação e Arbitragem da OAB/PI 
Presidente: Sarah Rejane 
 
Comissão de Mediação da OAB/PR 
Presidente: Valéria de Sousa Pinto 
 
Comissão de Mediação de Conflitos da OAB/RJ 
Presidente: Juliana Loss de Andrade 
 
Comissão de Conciliação e Mediação da OAB/RN 
Presidente: José Nicodemos de Araújo Junior 
 
Comissão de Métodos Adequados de Solução de Conflitos e de Direito Sistêmico da OAB/RO 
Presidente: Solange Aparecida da Silva 
 
Comissão de Mediação, Conciliação e Arbitragem da OAB/RR 
Presidente: José Ruyderlan Ferreira Lessa 
 
Comissão de Mediação e Práticas Restaurativas da OAB/RS 
Presidente:Ricardo Cesar Correa Pires Dornelles 
 
 
 
Comissão de Conciliação e Mediação da OAB/SC 
Presidente: Rissiane D. S. K. Goulart 
 
Comissão de Mediação, Conciliação e Arbitragem da OAB/SE 
Presidente: Patrícia França Vieira 
 
Comissão da Advocacia na Mediação e na Conciliação da OAB/SP 
Presidente: Ana Luíza Isoldi 
 
Comissão de Meios Alternativos e Soluções de Conflitos OAB/TO 
Presidente: Keila Muniz Barros 
 
 
Conselho Nacional das Instituições de Mediação e Arbitragem - CONIMA 
 
Diretoria 
Fernanda Rocha Lourenço Levy Presidente 
Antônio Luiz Sampaio de Carvalho Vice-Presidente 
Jean François Teisseire Vice-Presidente 
Soraya Vieira Nunes Secretária Geral 
Rossana Fattori Linares Diretora Financeira 
Tania Almeida da Silva Diretora de Mediação 
Silvia Salatino Diretora de Arbitragem 
João Luiz Lessa de Azevedo Neto Diretor Jurídico 
Raquel Marangon Duffles Neves Diretora de Relações Institucionais 
Adolfo Braga Neto Diretor de Assuntos Institucionais 
Henrique Gomm Neto Diretor de Desenvolvimento 
Ana Lucia Pereira Diretora de Eventos 
Alessandra Fachada Bonilha Diretora de Comunicação 
Eduardo Vieira Ouvidor 
Danilo Ribeiro Miranda Martins Presidente do Conselho Fiscal 
Gabriela Ourivio Assmar Conselheira Fiscal 
Adão Flavio Indrusiak da Rosa Conselheiro Fiscal 
 
Superintendências 
BA: Alberto Nunes Vaz; DF: José Maurício Lima; GO: Carla Sahium Traboulsi; MA: Ivaldo 
Correia Prado Filho; MG: Camila Pereira Linhares; MT: Débora Pinho de Alencar Aburad; PA: 
Douglas Alexandre Prado; PE: Arnaldo de Lima Borges Neto; PR: Luciana Drimel Dias; RJ: 
Inez Balbino Petterle; RS: Marilene Marodin; SC: Roberto Adam; SE: João Alberto Santos de 
Oliveira; SP: Ana Luiza Godoy Isoldi 
 
Relação de Presidentes 
1. Fernanda Rocha Lourenço Levy (2018/2022). 2. Roberto Pasqualin (2013/2018). 3. Ana Lucia 
Pereira (2009/2013). 4. Cassio Telles Ferreira Netto (2005/2009). 5. Adolfo Braga Neto 
(2001/2005). 6. Mauricio Gomm Ferreira dos Santos (1999/2001). 7. Petrônio Raymundo G. 
Muniz (1997/1999). 
 
 
i 
APRESENTAÇÃO 
 
Felipe de Santa Cruz Oliveira Scaletsky* 
 
É com singular orgulho que apresento a obra “Mediação de 
Conflitos: temas atuais”, organizada pela ilustre advogada Samantha 
Pelajo, vice-presidente da Comissão Especial de Mediação e 
Conciliação (CEMC) do Conselho Federal da Ordem dos Advogados 
do Brasil. O extenso diálogo teórico-prático reunido nesta obra é 
resultado do brilhante trabalho desempenhado pela Gestão (2019-
2022) à frente da CEMC, e, para registrar esse legado, reuniu autores 
e autoras com grande referência no tema referente à mediação e 
conciliação no direito brasileiro. 
O fio condutor desta Coletânea é o acesso à justiça, que é a 
primeira linha de defesa dos direitos dos cidadãos. E não há justiça sem 
uma advocacia fortalecida e vigilante. A atuação dos advogados será 
sempre um atributo básico e fundamental em qualquer democracia. 
O jurista José Murilo de Carvalho define democracia como 
inclusão política e social. Isto é, a inclusão da sociedade civil no acesso 
à Justiça é indispensável para a vivência real de uma Democracia. O 
teórico Norberto Bobbio aprofunda o conceito de Democracia e a 
caracteriza como um conjunto de regras de procedimento que autoriza 
quem irá deliberar e conduzir a formação de decisões coletivas, de modo 
que a ampla participação dos interessados deva ser viabilizada e 
devidamente prevista. O instituto da mediação é uma oportunidade para 
a construção de vínculos entre a sociedade e o Estado e oportuniza uma 
coesão social a partir de métodos jurídicos de pacificação social. 
Por isso, reafirmo todo o meu respeito e admiração por 
aqueles e aquelas que se dedicam a fortalecer o Estado Democrático 
de Direito e por seguir juntos e juntas à Ordem dos Advogados do 
 
* Advogado e Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB). 
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: temas atuais 
ii 
Brasil para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna. 
Reafirmo nosso compromisso com a criação de institutos jurídicos 
que fortaleçam o acesso à Justiça em nosso País. Estamos diante, 
portanto, de uma leitura fundamental para os profissionais do Direito. 
Desejo uma excelente leitura! 
 
 
iii 
APRESENTAÇÃO 
 
Arnoldo Wald Filho* 
 
Até bem pouco tempo atrás, quase não se ouvia falar em 
métodos extrajudiciais de solução de disputas em nosso país. O Poder 
Judiciário era o grande centro solucionador de conflitos. Todas as 
disputas, desde um simples caso familiar de divórcio até grandes litígios 
empresariais, eram submetidas à jurisdição estatal. As arbitragens eram 
esparsas; de mediação, pouco se ouvia falar; e as sessões de conciliação 
não passavam de simples etapa burocrática do processo judicial, onde o 
próprio juiz (ou algum serventuário) indagava, despretensiosamente, se 
as partes tinham interesse em fazer um acordo, antes de dar continuidade 
ao processo. Esse monopólio estatal da solução dos conflitos no país fez 
com que, nos últimos anos, o Poder Judiciário brasileiro enfrentasse uma 
gravíssima crise, tornando-se absolutamente incapaz de fazer face ao 
número excessivo de casos que nele aportavam a cada ano. 
Assim, tivemos que, por necessidade, nos apropriar dos 
chamados métodos alternativos de solução de disputas. Esse movimento 
começou com a arbitragem, que passou a se difundir no Brasil, após a 
edição da Lei 9.307, de 23 de setembro de 1996, e o reconhecimento de 
sua constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal em 2001 (STF, 
Tribunal Pleno, SE-AgReg 5.206-7, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 
30.4.2004). O julgamento marcou o início de uma paulatina mudança da 
cultura que imperava no país, segundo a qual o reconhecimento e a 
concretização do direito só se dão por meios judiciais, como registrado 
pelo Ministro Gilmar Mendes, em seu pronunciamento na Abertura do 
Ano Judiciário de 2.3.2009. 
 
* Presidente da Comissão Especial de Mediação e Conciliação do Conselho Federal da 
Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. 
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: temas atuais 
iv 
A crise no sistema judicial de solução de conflitos brasileiro, 
porém, não seria – como efetivamente não foi – solucionado apenas 
através da arbitragem. Magistrados e servidores se deparam com o 
ingresso de dezenas de milhões de processos a cada ano, sem serem 
capazes de resolver os casos pendentes do ano anterior. Os Relatórios 
Justiça em Números, publicados anualmente pelo Conselho Nacional de 
Justiça – CNJ, por exemplo, revelam que a taxa de congestionamento 
global da Justiça brasileira (que representa a divisão dos casos não 
baixados pela soma dos casos novos e dos casos pendentes) tem se 
mantido em cerca de 70%. 
Nesse cenário, diversas têm sido as iniciativas institucionais para 
aprimorar os meios de solução de litígios no país. Em 2007, por exemplo, 
na gestão do hoje Ministro do Supremo Tribunal Federal, então Advogado-
Geral da União, Dias Toffolli, foi criada a Câmara de Conciliação e 
Arbitragem da Administração Federal - CCAF, para o deslinde de 
controvérsias jurídicas entre órgãos e entidades da Administração Pública 
Federal por meio de conciliação ou arbitramento. Posteriormente, a 
competência da CCAF foi ampliada para permitir sua atuação nas 
controvérsias entre entes da Administração Pública Federal e a 
Administração Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
Já o Conselho Nacional de Justiça, sob a liderança da Ministra 
Ellen Gracie Northfleet, concebeu e passou a implementar o Movimento 
pela Conciliação, em 2006, que buscou alçar a autocomposição à condição 
de solução prioritária para os conflitos de interesse. Tendo como líderes 
diversos integrantes dos nossos Tribunais, com especial destaque ao 
Ministros Riccardo Lewandowski e Marco Aurélio Buzzi, tal Movimento 
resultou na elaboração de uma política pública de resolução apropriada de 
disputas,que restou espelhada na Resolução CNJ 125/2010. 
O Poder Legislativo também contribuiu decisivamente para o 
aprimoramento de nosso sistema de solução de disputas, ao aprovar, em 
26.6.2015, a Lei da Mediação (Lei 13.140/2015) e, em 16.3.2015, o novo 
Código de Processo Civil, que passou a prever expressamente em lei o 
 
v 
princípio básico segundo o qual “a conciliação, a mediação e outros 
métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por 
juízes, advogados, defensores públicos, membros do MP, inclusive no 
curso do processo judicial” (art. 3º, § 3º). 
A Ordem dos Advogados do Brasil vem exercendo seu papel de 
contribuir com a rápida administração da justiça e com o aprimoramento 
da cultura e das instituições jurídicas (art. 44, I, da Lei 8.906, de 
4.7.1994) não apenas participando ativamente dos debates e da 
concepção das referidas políticas públicas, mas também capacitando os 
advogados brasileiros a se valerem de métodos alternativos – que, 
dependendo do caso, se revelam os mais adequados – à solução das 
controvérsias em que estão envolvidos seus respectivos clientes. Afinal, 
a formação e a capacitação dos profissionais para atuar em mediações e 
conciliações – garantido a decisão informada do cliente – é pressuposto 
fundamental para o sucesso de uma política nacional que visa ampliar o 
uso das ferramentas consensuais no nosso sistema de justiça. 
É nesse contexto, assim, que se insere o lançamento da presente 
coletânea, que conta com artigos temáticos sobre mediação, sob a ótica 
da advocacia. A obra conta com 15 capítulos. No primeiro, Sandra 
Regina Garcia Olivan Bayer discorre sobre a mediação extrajudicial na 
Lei de Mediação e no novo Código de Processo Civil. No segundo, 
Camile Costa apresenta a mediação como ferramenta para negociações 
complexas. No terceiro, Ana Luiza Isoldi dá dicas valiosas para a 
formulação de perguntas no processo de mediação. No quarto, Fernanda 
Levy aborda as cláusulas escalonadas de mediação nos meios 
combinados de resolução de conflitos. No quinto capítulo, Ronan Ramos 
trata da preparação do advogado para a mediação. Marcelo Girarde, no 
sexto capítulo, faz uma imersão nos elementos de negociação à 
disposição do advogado na mediação. No sétimo, Dulce Nascimento 
apresenta os modelos de participação da advocacia na mediação, cuja 
indispensabilidade, no âmbito dos Centros Judiciais de Solução de 
Conflitos – CEJUSCs, é tratada no capítulo oitavo por Juliana Goulart. 
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: temas atuais 
vi 
No capítulo nono, Rissiane Goulart destaca a efetividade da participação 
do advogado na mediação empresarial. No décimo capítulo, Samantha 
Pelajo, Giselle Picorelli e Fernanda Pontes Pimentel abordam a 
intersecção entre a atuação dos mediadores e dos advogados na mediação 
empresarial e nos negócios jurídicos processuais. Em seguida, no décimo 
primeiro capítulo, Soraya Vieira Nunes trata da mediação familiar, sob a 
ótica das relações continuadas. No décimo segundo, Samantha Longo 
introduz o tema da mediação em processos de insolvência, enquanto no 
décimo terceiro e décimo quarto capítulos, os temas da mediação 
trabalhista e da mediação online são tratados, respectivamente, por 
Eduardo Vieira e Alessandra Balestieri. Finalmente, no décimo quinto, 
Mariana Souza e Diego Aguiar Dias abordam o Desenho de Sistemas de 
Disputa como uma nova ferramenta para o advogado contemporâneo. 
Trata-se de obra, como já pode antever, de notável importância 
para a consolidação da mediação de disputas no Brasil, na qual alguns 
dos mais experientes profissionais brasileiros tratam de temas de grande 
relevância e utilidade prática, com entusiasmo, profundidade e clareza. 
É obra, certamente, de grande valia não apenas para profissionais que já 
se valem da mediação para a solução dos conflitos em que seus clientes 
estão envolvidos, mas para também aqueles desejam conhecer um pouco 
mais dessa notável ferramenta, que permite a construção de soluções de 
ganhos mútuos, reduz o tempo e os custos da solução de conflitos, e evita 
a deterioração da relação das partes envolvidas. 
 
 
vii 
APRESENTAÇÃO 
 
Fernanda Rocha Lourenço Levy* 
 
A Mediação, enquanto meio de prevenção, gestão e resolução de 
conflitos vem, ao longo dos últimos anos, ganhando espaço e notoriedade 
no cenário nacional. Certamente hoje, a Mediação é mais conhecida que 
ontem e o será ainda mais amanhã. O crescimento em sua utilização é 
inevitável, pelos seus próprios méritos. Tal cenário é fruto do incansável 
trabalho realizado por inúmeras pessoas, das mais diversas origens 
profissionais que semeiam a Mediação pelo vasto território brasileiro. 
Nesse contexto, destaca-se o papel fundamental da advocacia para 
o fomento da utilização da Mediação, no âmbito judicial e privado. 
Defensora natural daqueles que buscam a prevenção e defesa de seus 
direitos, a advocacia identifica seu papel de promotora de soluções 
adequadas às demandas específicas que lhes trazem seus clientes, para além 
da tutela prestada pelo Poder Judiciário. A advocacia contemporânea amplia 
seu leque de serviços e prestigia os meios consensuais de solução de 
controvérsias, para ofertar para cada situação apresentada, os meios 
propícios que podem tornar o caminho que leva à ordem jurídica justa, mais 
fácil, breve e menos custoso em todos os sentidos. 
Ao longo dos últimos anos, destaca-se o papel desenvolvido pela 
Ordem dos Advogados do Brasil em prol do desenvolvimento da Mediação. 
Por este Brasil afora, encontramos a advocacia reunida em suas comissões 
temáticas seccionais, fomentando a utilização da Mediação, por meio de 
grupos de estudos, eventos, cartilhas, câmaras de mediação, participando na 
construção de políticas públicas, dentre tantas outras atividades. Advogadas 
e advogados que inspiram outros colegas e jovens estudantes e encontram 
 
* Mediadora privada, sócia-fundadora do Instituto D´accord. Doutora em Direito pela 
PUC/SP. Vice-Presidente de Mediação da Câmara de Mediação e Arbitragem 
Empresarial - CAMARB. Presidente do Conselho Nacional das Instituições de 
Mediação e Arbitragem - CONIMA. 
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: temas atuais 
viii 
apoio na Comissão Especial de Mediação e Conciliação do Conselho 
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. 
A seu lado, com a missão precípua voltada ao fomento dos 
meios privados de solução de controvérsias, o Conselho Nacional das 
Instituições de Mediação e Arbitragem- CONIMA, vem ao longo de seus 
24 anos de existência desenvolvendo incontáveis atividades em prol do 
desenvolvimento ético e sustentável da Arbitragem, da Mediação e dos 
demais meios privados de gestão de conflitos. 
É notória a atuação de referência nacional e internacional do 
CONIMA na área, que contempla desde a elaboração das primeiras bases 
deontológicas nacionais da área, passa pela participação no âmbito das 
iniciativas legislativas, políticas públicas, realização de eventos, apoio 
aos seus filiados, até o diálogo com o usuário final, construindo pontes 
entre os setores diversos da sociedade. 
O CONIMA congrega entre seus filiados as principais 
instituições de Mediação e Arbitragem do país e pessoas de notável saber 
e experiência na área que possuem por característica, a vocação pelo 
exercício do trabalho em cooperação. 
Retrato da união de propósitos entre as duas entidades, é com 
enorme alegria que apresentamos aos leitores a presente obra organizada 
pela Comissão Especial de Mediação e Conciliação do Conselho Federal 
da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB em conjunto com o Conselho 
Nacional das Instituições de Mediação e Arbitragem- CONIMA. 
Destacamos o apoio institucional ofertado pela Confederação 
das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil- CACB e o 
fazemos na pessoa de Eduardo Vieira, coordenador da Câmara Brasileira 
de Mediação e Arbitragem Empresarial- CBMAE. 
A obra também conta como apoio institucional do FONAME- 
Forum Nacional de Mediação e do GEMEP- Grupo de Estudos de 
Mediação Empresarial do CBAR- Comitê Brasileiro de Arbitragem. 
 
ix 
A obra é composta por uma coletânea de quinze artigos que, em 
seu conjunto, oferecem aos leitores um rico panorama acerca da 
mediação, em um permanente diálogo com a advocacia contemporânea. 
Escrita por profissionais com larga experiência na área, 
podemos identificar na arquitetura da obra três grandes eixos pelos quais 
os autores trazem suas contribuições de modo complementar: o papel da 
advocacia no processo de mediação, em áreas específicas e as 
ferramentas da mediação utilizáveis pelos advogados em suas atividades 
profissionais cotidianas. 
No eixo que trata do papel da advocacia na Mediação, Ronan 
Ramos aborda a preparação do advogado para a Mediação, indicando as 
boas práticas e o caráter permanente da preparação, convidando o 
advogado a ser a pessoa mais preparada na sala ao assessorar o seu 
cliente em uma negociação ou Mediação. Dulce Nascimento ao tratar dos 
modelos de participação da advocacia na Mediação, enfrenta o tema da 
obrigatoriedade do processo de Mediação no Brasil, da participação e 
oportunidades de atuação da advocacia no processo de Mediação. O tema 
da indispensabilidade da assistência de advogado na Mediação em 
âmbito dos Centros Judiciais de Solução de Conflitos – CEJUSCs e vem 
tratado por Juliana Goulart. 
Na medida em que a Mediação pode ser utilizada em diversos 
contextos, alguns âmbitos são destacados, sempre sob o prisma do papel 
do advogado. 
Sandra Bayer discorre sobre a mediação extrajudicial na Lei de 
Mediação e no Código de Processo Civil, abordando temas de 
fundamental importância para o bom entendimento sobre a matéria, 
como a diferenciação entre Mediação extrajudicial e judicial e a confusão 
entre os adjetivos “judicial” e “processual”. Tendo a honra de compor o 
quadro de autores, o artigo por nós apresentado trata das cláusulas 
escalonadas de Mediação nos meios combinados de resolução de 
conflitos, ressaltando a importância do papel do advogado e da advogada 
na promoção dos meios consensuais pela inclusão em contratos da 
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: temas atuais 
x 
convenção de Mediação, destacando a necessidade de uma advocacia 
especialidade na área para a realização de uma redação adequada dos 
termos contratuais e sua efetiva implementação. 
Rissiane Goulart discorre sobre a efetividade da participação 
do advogado com foco na mediação empresarial, expondo os motivos 
pelos quais identifica como fundamental o papel do advogado em 
processo de mediação em geral e em especial, nessa seara. Ainda em 
sede de Mediação empresarial, Samantha Pelajo, Giselle Picorelli e 
Fernanda Pontes Pimentel tratam da atuação complementar entre 
mediadores e advogados e a oportunidade que se vislumbra para a 
realização de negócios jurídicos processuais. 
Já Soraya Vieira Nunes aborda a Mediação familiar, sob a ótica 
das relações continuadas, apontando as contribuições trazidas pelo 
marco legal e, em especial, o papel do advogado nas Mediações 
familiares. Por sua vez, Samantha Longo nos brinda com o tema da 
Mediação em processos de insolvência, aportando aos leitores sua 
experiência na área, com suporte doutrinário e legislativo. 
A Mediação trabalhista vem enfrentada por Eduardo da Silva 
Vieira que traça um panorama do estágio atual da arte, desafios, 
iniciativas, referiando à Mediação como um “divisor de águas” no 
cenário das relações trabalhistas. No momento atual, indispensável a 
leitura do artigo apresentado por Alessandra Balestieri , que explana 
sobre a Mediação online, as formas de ODR’s (Online Dispute 
Resolutions), sua aplicabilidade e eficácia. 
Ainda que o advogado e a advogada não atuem diretamente no 
campo da Mediação, as ferramentas que instrumentalizam o meio se mostram 
de extrema valia para cada um de nós, e em especial na atuação advocatícia. 
Neste sentido, Camile Costa oferta aos leitores uma visão do 
que denomina de “advocacia multidimensional”, com uma “mentalidade 
diferenciada”, nas palavras da autora em um proveitoso diálogo com o 
texto apresentado por Marcelo Girade Corrêa que trata dos elementos de 
 
xi 
Negociação que podem aumentar o poder do advogado na Mediação, 
inclusive apontando medidas para avaliar o sucesso de uma negociação. 
Em destaque às técnicas de Mediação, Ana Luiza Isoldi discorre 
sobre a importância de utilizar as perguntas com eficiência, elencando-
as de modo sistematizado e exemplificado, trazendo respostas à pergunta 
inicial que faz aos leitores: “Como elaborar a pergunta certa? 
Ressaltando a utilização do Desenho de Sistemas de Disputa 
como mais um campo de trabalho para a advocacia, Mariana Souza e 
Diego Aguiar Dias apresentam seu conceito, histórico e 
operacionalização, sistemas escalonados e resultados deles esperados. 
A Mediação é multidisciplinar, plural, inclusiva e encontra na 
advocacia, pilar da democracia, uma grande companheira de jornada, 
parceria tão bem enaltecida e apresentada pelos autores da presente obra 
que chega em excelente momento para instigar e ampliar nosso 
conhecimento sobre o assunto. 
 
 
 
 
 
 
xiii 
PREFÁCIO 
 
José Alberto Simonetti* 
 
A Ordem dos Advogados do Brasil, desde sua origem, tem 
como preocupação fundamental o desenvolvimento de ações que 
promovam o acesso à Justiça em nosso País. A Comissão Especial de 
Mediação e Conciliação (CEMC) do Conselho Federal da Ordem dos 
Advogados do Brasil, cujo trabalho indefectível desempenhado nessa 
Gestão (2019/2022) resultou nesta obra que tematiza sobre o instituto da 
mediação em nosso ordenamento pátrio. 
A eficácia da atuação da OAB só é completa por meio dessas 
parceiras. Assim, esta publicação representa um passo adiante no 
aperfeiçoamento da prestação jurisdicional no País. O intercâmbio de 
ideias e a troca de conhecimento entre os advogados e as advogadas, 
sejam eles iniciantes ou profissionais de longa data, por meio dos artigos 
brilhantemente organizados proporcionará um salto de qualidade na 
atuação profissional. 
Ciente disso, a OAB, por meio da Escola Superior da Advocacia 
(ESA), firmou parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para 
a disponibilização de cursos à distância de mediação e conciliação para 
advogados e a instituição do novo portal do Escritório Virtual, 
ferramenta desenvolvida em parceria entre as duas entidades para 
permitir o acesso dos advogados aos diferentes sistemas processuais dos 
tribunais brasileiros. 
A mediação tem-se mostrado instrumento efetivo de 
pacificação social, conforme reconhece, explicitamente, a Resolução n. 
125/2010 do CNJ, a qual instituiu a “Política Judiciária Nacional de 
tratamento adequado dos conflitos de interesses”. Para tanto, promove 
 
* Advogado e Secretário-Geral do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do 
Brasil (CFOAB). 
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: temas atuais 
xiv 
a solução e a prevenção de litígios, valendo-se dos princípios da 
informalidade, simplicidade, economia processual, celeridade, 
oralidade e flexibilidade. 
Com isso, advém outro importante proveito social, 
nomeadamente: a redução da excessiva judicialização no País, bem como 
a diminuição da quantidade de recursos e de execução de sentenças. 
Trata-se de benefício de relevância incomensurável, em particular em 
razão da flagrante insuficiência da capacidade instalada do Poder 
Judiciário nacional. 
Finalizo refirmando o compromisso de nossa entidade com o 
fortalecimento de nossa classe. Ao longo de 91 anos, nossos esforços têm 
sido infatigáveis para garantir a dignidade profissional no exercício da 
advocacia, mas a eficácia de nossa atuação só é completa por meio da 
parceria com as Seccionais, as Subseções e as entidades que atuam em 
prol da defesa das prerrogativas advocatícias. Boa leitura! 
 
 
 
 
 
xv 
SUMÁRIOCapítulo 1: A MEDIAÇÃO EXTRAJUDICIAL NA LEI DE MEDIAÇÃO E 
NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015 .......................................................... 1 
Sandra Regina Garcia Olivan Bayer 
 
Capítulo 2: MEDIAÇÃO COMO FERRAMENTA ÚTIL PARA 
NEGOCIAÇÕES COMPLEXAS ..................................................................................... 15 
Camile Costa 
 
Capítulo 3: COMO ELABORAR A PERGUNTA CERTA? 20 TIPOS 
DE PERGUNTAS PARA FORMULAR COM EFICIÊNCIA ............................. 33 
Ana Luiza Isoldi 
 
Capítulo 4: AS CLÁUSULAS ESCALONADAS DE MEDIAÇÃO: meios 
combinados de resolução de conflitos .............................................................. 49 
Fernanda Rocha Lourenço Levy 
 
Capítulo 5: PREPARAÇÃO DO ADVOGADO PARA A MEDIAÇÃO ........... 65 
Ronan Ramos Jr. 
 
Capítulo 6: ELEMENTOS DE NEGOCIAÇÃO QUE PODEM 
AUMENTAR O PODER DO ADVOGADO NA MEDIAÇÃO .............................. 85 
Marcelo Girade Corrêa 
 
Capítulo 7: MODELOS DE PARTICIPAÇÃO DA ADVOCACIA NA 
MEDIAÇÃO......................................................................................................................... 99 
Dulce Maria Martins do Nascimento 
 
 
 
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: temas atuais 
xvi 
Capítulo 8: A INDISPENSABILIDADE DA ASSISTÊNCIA DE 
ADVOGADO NA MEDIAÇÃO NO ÂMBITO DOS CENTROS JUDICIÁRIOS 
DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS E CIDADANIA (CEJUSC).................................... 117 
Juliana Ribeiro Goulart 
 
Capítulo 9: EFETIVIDADE DA PARTICIPAÇÃO DO ADVOGADO NO 
PROCESSO DE MEDIAÇÃO EMPRESARIAL ...................................................... 139 
Rissiane D. S. K. Goulart 
 
Capítulo 10: A MEDIAÇÃO EMPRESARIAL E OS NEGÓCIOS 
JURÍDICOS PROCESSUAIS: uma atuação complementar entre 
mediadores e advogados ........................................................................................ 155 
Samantha Pelajo, Giselle Picorelli Yacoub Marques e Fernanda 
Pontes Pimentel 
 
Capítulo 11: A MEDIAÇÃO FAMILIAR: um olhar sobre as relações 
continuadas .................................................................................................................... 179 
Soraya Vieira Nunes 
 
Capítulo 12: MEDIAÇÃO EM PROCESSOS DE INSOLVÊNCIA ................. 193 
Samantha Longo 
 
Capítulo 13: A MEDIAÇÃO TRABALHISTA ..................................................... 201 
Eduardo da Silva Vieira 
 
Capítulo 14: MEDIAÇÃO ONLINE ......................................................................... 211 
Alessandra Balestieri 
 
Capítulo 15: UMA NOVA FERRAMENTA PARA O ADVOGADO 
CONTEMPORÂNEO: o Desenho de Sistemas de Disputa (DSD) .......... 225 
Mariana Freitas de Souza e Diego Aguiar Dias 
 
 
xvii 
EPÍLOGO – MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: temas atuais .............................. 237 
Carlos Eduardo de Vasconcelos 
 
ANEXO 1: Comissão Especial de Mediação e Conciliação do 
Conselho Federal da OAB 
Produção do Grupo de Trabalho Responsável pela 
Temática: Iniciativas Práticas de Mediação e Conciliação nas 
Seccionais da OAB ............................................................................................ 241 
Ana Luiza Isoldi, Dulce Nascimento e Sandra Bayer 
 
ANEXO 2: Comissão Especial de Mediação e Conciliação do 
Conselho Federal da OAB 
Produção do Grupo de Trabalho Responsável pela Temática: 
Participação da Advocacia no Processo de Mediação .......................... 253 
Camile Souza Costa, Carlos Eduardo Vasconcelos, Dulce 
Nascimento e Mia Reis Schneider 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
Capítulo 1: A MEDIAÇÃO EXTRAJUDICIAL NA LEI DE 
MEDIAÇÃO E NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015 
 
Sandra Regina Garcia Olivan Bayer* 
 
SUMÁRIO: 1 Introdução. 2 A diferenciação entre mediação 
extrajudicial e mediação judicial. 3 A confusão entre os adjetivos 
"judicial" e "processual". 4 O profissional mediador extrajudicial. 5 
Tipos de mediação extrajudicial: pública e privada. 6 Procedimento 
da mediação extrajudicial. 7 O uso da mediação extrajudicial 
incidental ao processo judicial. 8 As características do acordo 
celebrado em mediação extrajudicial. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Roberto Portugal Bacellar traz em sua obra a seguinte afirmação: 
"A mediação nasceu e chegou ao Brasil como uma forma extrajudicial de 
resolução de conflitos"1. De fato, a mediação surge, fora do Brasil, no 
ambiente extrajudicial e, quando chega ao Brasil, na década de 90, acaba 
por chamar a atenção do Poder Judiciário, que justamente buscava o 
movimento de maior acesso do cidadão à justiça. As experiências de 
mediação no ambiente judicial acabaram por ser regulamentadas pela 
 
* Mediadora, advogada colaborativa e professora universitária. Mestre e Doutoranda 
em Direito Civil pela Faculdade de Direito da USP. Mestre em Direito do Sistema 
Jurídico Romanístico pela Universidade de Roma II - "Tor Vergata". Pós-graduada em 
Mediação de Conflitos pelo COGEAE da Puc/SP. Professora das disciplinas de 
Mediação e Arbitragem e de Direito de Família e das Sucessões da FMU. Instrutora de 
Mediação certificada pelo CNJ, professora em diversos cursos de capacitação de 
mediadores judiciais. Mediadora do Cadastro Nacional do CNJ. Mediadora privada em 
diversas câmaras e certificada pelo ICFML. Sócia do Instituto D’accord de Mediação 
de Conflitos. Autora de artigos e palestrante nas áreas de Mediação de conflitos. 
1 BACELLAR, Roberto Portugal. Mediação e arbitragem. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 
2016, p. 110. 
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: temas atuais 
2 
Resolução nº 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça, tornando-se 
política pública judiciária. Mas a mediação extrajudicial, ainda que não 
presente em texto normativo, se manteve, tendo em vista o seu caráter 
negocial, em conformidade com o princípio da autonomia privada, o que a 
fazia prescindir da existência de previsão legal. 
A mediação extrajudicial é modalidade de mediação que ocorre 
fora do âmbito do Poder Judiciário e que possui, por esse motivo, 
requisitos próprios, tanto para o procedimento quanto em relação ao 
profissional habilitado a funcionar como mediador. Ainda por isso, o 
título executivo que produz, em caso de acordo, tem características 
diferentes da mediação judicial. Importante, por essas questões, que a 
distinção entre mediação judicial e extrajudicial seja bem traçada, para 
que, a partir desse pressuposto, possamos classificar a própria mediação 
extrajudicial em suas modalidades, analisando as regras específicas, 
presentes, em grande parte, na Lei de Mediação (Lei nº 13.140/15), mas 
também no Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/15). 
 
2 A DIFERENCIAÇÃO ENTRE MEDIAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
E MEDIAÇÃO JUDICIAL 
 
São várias as possibilidades de classificação da mediação. 
Dentre elas, assume especial relevância a que diferencia a mediação 
judicial da mediação extrajudicial, tanto é que a própria Lei de Mediação, 
ao tratar do procedimento de mediação, após estabelecer disposições 
comuns às duas espécies, escolheu especificar cada um dos 
procedimentos: o da mediação extrajudicial, a partir do seu artigo 21, e 
o da mediação judicial, nos artigos 24 e seguintes. 
O adjetivo "judicial" aplica-se ao que é "relativo a juízo ou que 
se processa em juízo”2, é aquilo que é "relativo a juiz, a tribunais ou à 
 
2 Em GOOGLE, Dicionário. Disponível em: https://www.google.com/search?ei= 
EcqVXtDqLIq95OUP8KmQ0A4&q=judicial+dicion%C3%A1rio&oq=judicial+dicio
 
3 
justiça; forense. Judiciário."3 Desse modo, parece incontestável o 
entendimento de que a mediação judicial é a mediação judiciária, do 
Poder Judiciário, que ocorre nos tribunais, como política pública por eles 
adotada. Mediação, portanto, que ocorre dentro das instalações do Poder 
Judiciário, como política de incentivo do Poder Judiciário, ou a serviço 
do Poder Judiciário, como no caso da mediação realizada por entidades 
privadas credenciadas em um tribunal e que por ele são designadas para 
a realização de determinado procedimento (conforme art. 12-C da 
Resolução125/2010 do CNJ).4 
A mediação extrajudicial, a contrario sensu, é aquela que 
ocorre fora das instalações do Poder Judiciário e também que não é por 
ele determinada no curso de um processo judicial. Ou seja, é a mediação 
que ocorre independentemente do Poder Judiciário, mesmo que, como 
veremos a seguir, seja realizada por entidade pública. 
 
 
 
n%C3%A1rio&gs_lcp=CgZwc3ktYWIQAzIGCAAQFhAeMgYIABAWEB4yBQgA
EM0COgQIABBDOgYIABAHEB46AggAOgUIABCDAToICAAQFhAKEB46CAg
AEAgQDRAeShQIFxIQOC0xMTJnOTlnMTE5ZzE0M0oNCBgSCTgtMmcxZzRnN
VCrHFj5KmCaLWgAcAB4AYABhQKIAbANkgEFMi45LjKYAQCgAQGqAQdnd
3Mtd2l6&sclient=psy- ab&ved=0ahUKEwiQt9TUkejoAhWKHrkGHfAUBOoQ4dU
DCAw&uact=5, acesso em 14/03/2020. 
3 Em FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio: o minidicionário da 
língua portuguesa. 7. ed. Curitiba: Ed. Positivo, 2008, p. 498. 
4 A título de exemplo, define o Provimento Estadual nº 2.348/2016, do Conselho 
Superior da Magistratura, do TJSP, quanto às câmaras privadas credenciadas: “Artigo 
32. As Câmaras Privadas de Conciliação e Mediação, criadas pelo Provimento CSM nº 
2287/2015 do Conselho Superior da Magistratura, serão credenciadas perante o 
Tribunal de Justiça mediante requerimento do responsável endereçado ao Núcleo 
Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos, indicando os Centros 
Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania perante os quais a câmara tiver 
interesse na vinculação, e na sua falta, o Centro da Região Administrativa Judiciária 
local. Artigo 33. Nas câmaras privadas de conciliação e mediação, atuarão 
conciliadores e mediadores cadastrados nos CEJUSCs, nos termos dos artigos 21 e 
seguintes do presente provimento." 
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: temas atuais 
4 
3 A CONFUSÃO ENTRE OS ADJETIVOS "JUDICIAL" e 
"PROCESSUAL" 
 
Diferentemente de judicial, que se refere ao que diz respeito ao 
Poder Judiciário, o adjetivo "processual" diz respeito ao que é "relativo 
a processo judicial"5, trazendo em si um significado mais restrito, porque 
é atinente ao processo. Assim, importante é a compreensão de que uma 
mediação processual é judicial, porque diz respeito ao processo judicial, 
mas a mediação que não é processual, diante da inexistência de um 
processo judicial, mesmo assim pode ser mediação judicial, visto que o 
Poder Judiciário garante atendimento em mediação ao cidadão, ainda que 
não exista processo judicial, como no chamado procedimento "pré-
processual". De fato, esse procedimento é extremamente importante 
dentro da política pública judiciária do tratamento adequado dos 
conflitos, porque garante acesso à justiça mesmo antes e 
independentemente do processo. Essa mediação é pré-processual, não é 
processual (a diferença se dá quanto ao momento). Mas mesmo assim, é 
judicial, porque realizada dentro do ambiente judiciário, sobretudo pelos 
Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania - CEJUSCs. 
Cumpre-nos esclarecer essa distinção exatamente para definir que 
não se aplicam as regras que serão aqui apresentadas, quanto à mediação 
extrajudicial, à mediação realizada pelo Poder Judiciário, sobretudo nos 
CEJUSCs, seja no momento processual ou pré-processual do conflito. 
 
4 O PROFISSIONAL MEDIADOR EXTRAJUDICIAL 
 
A Lei de Mediação, ao tratar da figura do mediador, dispôs, do 
artigo 4º ao 8º, sobre a atuação ética do mediador, de modo comum para 
mediadores judiciais e extrajudiciais. Da mesma forma que a definição 
 
5 Em FERREIRA, op. cit., p. 655. 
 
5 
de mediação é comum ao ambiente judicial e extrajudicial, também a 
atuação do mediador é, genericamente falando, a mesma. 
Porém, a Lei diferenciou os requisitos para que alguém possa 
ser mediador extrajudicial6 ou mediador judicial7. Para que seja 
mediador extrajudicial, define-se que deve ser capaz e ter a confiança das 
partes, além de ser capacitado para fazer mediação, independentemente 
de qualquer tipo de associação a conselho ou entidade de classe. Isso 
parece bem diferente, e até menos rigoroso, do que a exigência feita ao 
mediador judicial, de que essa capacitação seja especificamente feita em 
escola autorizada, mediante um programa de curso definido pela própria 
Resolução 125/10 do CNJ, além de ter que ser graduado em nível 
superior há dois anos, em instituição reconhecida pelo MEC. 
Seria a mediação extrajudicial menos importante, a ponto de se 
exigir menos de quem é mediador extrajudicial? Não é o que parece 
ocorrer na realidade. 
Em primeiro lugar, cumpre esclarecer que a menção genérica 
ao mediador extrajudicial "ser capacitado" já foi explicitada por ocasião 
da I Jornada “Prevenção e Solução Extrajudicial de Litígios”, do Centro 
de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal. O enunciado nº 
47 esclarece que: 
 
A menção à capacitação do mediador extrajudicial, prevista 
no art. 9º da Lei n. 13.140/2015, indica que ele deve ter 
experiência, vocação, confiança dos envolvidos e aptidão 
para mediar, bem como conhecimento dos fundamentos da 
 
6 "Art. 9º Poderá funcionar como mediador extrajudicial qualquer pessoa capaz que tenha a 
confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação, independentemente de integrar 
qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou associação, ou nele inscrever-se." 
7 "Art. 11. Poderá atuar como mediador judicial a pessoa capaz, graduada há pelo menos 
dois anos em curso de ensino superior de instituição reconhecida pelo Ministério da 
Educação e que tenha obtido capacitação em escola ou instituição de formação de 
mediadores, reconhecida pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de 
Magistrados - ENFAM ou pelos tribunais, observados os requisitos mínimos estabelecidos 
pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça." 
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: temas atuais 
6 
mediação, não bastando formação em outras áreas do saber 
que guardem relação com o mérito do conflito. 
 
Dessa maneira, quis evitar-se que pudesse atuar como mediador 
alguém que desconhece mediação, pelo simples fato de ser profissional 
respeitado em sua atuação profissional de origem. 
Além disso, é importante verificar a diferença que existe entre ser 
um mediador judicial e um mediador extrajudicial: o primeiro é 
devidamente cadastrado, atua no ambiente judicial, sobretudo nos 
CEJUSCs, sem que os usuários precisem conhecê-lo, recebem a chancela 
do Poder Judiciário para ali atuar. Já o mediador extrajudicial tem a sua 
escolha atrelada ao conhecimento que o mercado das câmaras privadas de 
mediação e dos advogados que os escolhem têm a respeito de sua 
capacidade, experiência e habilidades como mediador. Assim, não é 
necessário um estrito critério legal, porque o próprio mercado "privado" da 
mediação fará essa seleção, em função da sua reputação, conquistada pelas 
experiências que acumulou em mediação. A escolha do mediador 
extrajudicial pode ainda ser feita mediante entrevista do mesmo, ou da 
leitura de seus textos sobre o tema, acompanhamento de palestras e aulas 
que realiza, e do pedido de referências a colegas que já viram sua atuação. 
Na prática, portanto, estabelecer-se no mercado extrajudicial 
parece mais árduo e concorrido do que o mero cumprimento de critérios 
objetivos estabelecidos em lei para os mediadores judiciais. 
 
5 TIPOS DE MEDIAÇÃO EXTRAJUDICIAL: pública, privada 
 
A mediação extrajudicial engloba todos os procedimentos de 
mediação que ocorrem fora da esfera do Poder Judiciário e de seus 
programas de mediação. 
Isso inclui situações de mediação extrajudicial pública, como 
também privada. São âmbitos extremamente distintos, mas ambos 
extrajudiciais. 
 
7 
A mediação extrajudicial pública é a que se realiza em 
programas de mediação fomentados pelo Poder Público. Isso inclui, a 
título de exemplo, os programas das secretarias e ministérios do Poder 
Executivo, sobretudo o Ministério da Justiça e as secretarias estaduais de 
Justiça, que mantêm programas, sobretudo,em áreas como o direito do 
consumidor; ou ainda em aparelhos estatais que atendem comunidades 
carentes, como as UPP's cariocas ou os CIC's paulistas; programas 
relacionados ao atendimento de idosos em situação de vulnerabilidade; 
ou então em programas pontuais para tratar de questões específicas, 
como as urbanísticas e ambientais, como uma determinada invasão de 
área de manancial, ou a retirada de famílias de uma região para a 
construção de uma usina; projetos de mediação em escolas públicas, etc. 
Nessa experiência pública, a mediação se mostra bastante profícua, 
sobretudo no trabalho com grupos e comunidades, e, normalmente, o trabalho 
é prestado em um projeto do próprio poder público, como também, em 
algumas situações, o projeto pode ser realizado pela iniciativa ou em parceria 
com entidades do terceiro setor que atuam em mediação para o ambiente 
público, seja ela mediação escolar, comunitária, ambiental, etc. 
Já a mediação extrajudicial privada difere em relação ao 
ambiente de atuação. A mediação privada é realizada por mediadores 
autônomos, por empresas de prestação de serviço de mediação privada, 
ou ainda, mais especificamente, por câmaras de mediação, que muitas 
vezes são espaços que gerenciam também procedimentos arbitrais (as 
câmaras de mediação e arbitragem). Essa mediação privada pode 
acontecer também em vários temas de aplicação: mediação empresarial, 
mediação comercial, mediação familiar. 
Essa experiência de mediação extrajudicial privada foi, como 
referimos de início, a primeira forma de mediação experimentada no 
Brasil. E é especificamente sobre ela que trata a Lei de Mediação a partir 
do seu artigo 21. 
 
 
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: temas atuais 
8 
6 PROCEDIMENTO DA MEDIAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
 
O procedimento de mediação extrajudicial vem especificado na 
Lei de Mediação, a partir de seu artigo 21. 
Desde o artigo 14, a lei trata de procedimento, mas traz 
previsões genéricas para qualquer tipo de mediação, como a necessidade 
de uma fala de abertura que contemple referências aos princípios éticos 
da mediação, sobretudo à confidencialidade; a possibilidade de 
comediação; a possibilidade de suspensão de processo arbitral ou judicial 
para a tentativa de composição amigável por meio de mediação; o termo 
inicial da mediação, na data de sua primeira reunião; a suspensão dos 
prazos prescricionais enquanto durar a mediação; anuência das partes 
quanto ao agendamento das reuniões; possibilidade de realização de 
sessões privadas (caucus) e a necessidade de redação de termo final 
quando do término da mediação. 
A partir do art. 21, inicia-se a subseção destinada à Mediação 
Extrajudicial. Esse procedimento começa com o convite feito, por uma 
das partes, para a outra comparecer em dia, hora e local marcados, 
referindo o convite ao tema de que tratará a mediação. Esse convite deve 
ser respondido em 30 dias, sob pena de considerar-se recusado. 
O convite pode ou não estar embasado em cláusula contratual 
prévia, assinada pelas partes, que preveja a ocorrência de mediação para 
a resolução de eventual conflito (art. 22). Se assim for, serão obedecidas 
as condições ali estipuladas e, do contrário, a própria lei (§2º do art. 22) 
prevê critérios para a realização de primeira audiência, como o prazo de 
duração da mediação, local, critério de escolha do mediador. 
Interessante dizer que, se houve previsão contratual de cláusula 
de mediação, de acordo com o art. 22, IV, tal cláusula já traz a previsão 
de penalidade para o não comparecimento da parte convidada à primeira 
reunião de mediação. Porém, caso a previsão contratual não esteja 
completa, conforme o § 2º, não mencionando tal penalidade, estabelece 
o legislador uma punição importante para a ausência da parte convidada: 
 
9 
"a assunção por parte desta de cinquenta por cento das custas e 
honorários sucumbenciais caso venha a ser vencedora em procedimento 
arbitral ou judicial, que envolva o escopo da mediação para a qual foi 
convidada" (inciso IV do §2º do art. 22)8. A existência de ambas as 
previsões de penalidade pelo não comparecimento está a punir, na 
verdade, o descumprimento à previsão contratual, em respeito ao 
princípio de que o contrato faz lei entre as partes. Caso não haja cláusula, 
como já foi dito, a não resposta ao convite feito presume-se como recusa 
(art. 21, parágrafo único). 
Em caso de mediação empresarial, sobre questões comerciais 
ou societárias, se não houver cláusula contratual de mediação, o 
mediador somente poderá cobrar seus honorários após as partes 
aceitarem participar da mediação, mediante a assinatura de termo inicial 
de mediação. Caso haja cláusula, ou se o tema da mediação for outro que 
não empresarial, poderá o mediador exercer a cobrança de honorários 
desde a reunião inicial (§3º do art. 22). 
Com relação a eventual previsão de prazo para a fase de 
tentativa de mediação antes de propositura de um processo arbitral ou 
judicial, é muito pertinente a previsão do art. 23: se as partes, 
contratualmente, comprometeram-se a passar por certo prazo de tentativa 
de mediação ou aguardar implemento de condição para concluir a 
mediação, de nada adiantará a tentativa de desrespeitar essa previsão 
contratual. Isso porque, se houver a iniciativa de propositura de ação 
antes do termo ou condição previstos, caberá ao juiz ou ao árbitro 
suspender o curso da arbitragem ou da ação até o termo final ou 
 
8 Importa recordar que o §1º do art. 2º da Lei de Mediação, ao explicitar o princípio da 
autonomia da vontade, menciona que "Na hipótese de existir previsão contratual de 
cláusula de mediação, as partes deverão comparecer à primeira reunião de mediação. 
§2º Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de mediação". Assim, a 
existência de cláusula obriga ao comparecimento em primeira reunião de mediação, 
não à manutenção das partes em mediação. 
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: temas atuais 
10 
implemento de condição prevista, salvo em caso de medidas de urgência, 
para evitar perecimento de direito. 
Importante trazer, por fim, a lembrança de que, de acordo com 
a Lei de Mediação, em seu art. 10, as partes podem, mas não devem estar 
obrigatoriamente acompanhadas de seus advogados na mediação 
extrajudicial, à diferença da mediação judicial, onde cada parte deve 
estar acompanhada de advogado. A lei ainda complementa, informando 
no parágrafo único do art. 10, que caso alguma das partes esteja 
acompanhada de advogado, a sessão será suspensa "até que todas estejam 
devidamente assistidas". 
Pode parecer, à primeira vista, que a mediação extrajudicial 
costuma realizar-se sem advogado. No ambiente das mediações privadas 
de ordem empresarial ou familiar, entretanto, raramente isso vai 
acontecer em câmaras de mediação, visto que a iniciativa de ir a esse 
método fora do Poder Judiciário costuma ser dos próprios profissionais 
de Direito que conhecem a mediação e sabem de suas vantagens e do seu 
cabimento. A situação é diferente, contudo, nos casos de projetos 
comunitários ou de mediação escolar, em que muitas das questões dizem 
respeito à convivência e, em muitos casos, carecem de aspecto jurídico. 
 
7 O USO DA MEDIAÇÃO EXTRAJUDICIAL INCIDENTAL AO 
PROCESSO JUDICIAL 
 
Apesar de a mediação extrajudicial ter sido tratada pela Lei de 
Mediação, o Código de Processo Civil reconhece a mediação celebrada 
em ambiente privado, no curso do processo civil, a começar pelo artigo 
168, que dá as partes o poder de escolher, em primeiro lugar, quem será 
seu mediador ou conciliador, ou câmara privada de mediação. E no seu 
§1º esclarece: "O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá 
ou não estar cadastrado no tribunal". 
O artigo 175 ainda complementa: "As disposições desta Seção não 
excluem outras formas de conciliação e mediação extrajudiciais vinculadas 
 
11 
a órgãos institucionais ou realizadas por intermédio de profissionaisindependentes, que poderão ser regulamentadas por lei específica”. 
É de lembrar-se, também, de questão já discutida quando da 
realização da já mencionada I Jornada “Prevenção e Solução Extrajudicial 
de Litígios”, do CJF, sobre a necessidade de realização da audiência de 
conciliação ou mediação do art. 334 do CPC, antes da contestação da ação. 
Naquela oportunidade, já se fixou o entendimento de que: 
 
Caso qualquer das partes comprove a realização de 
mediação ou conciliação antecedente à propositura da 
demanda, o magistrado poderá dispensar a audiência 
inicial de mediação ou conciliação, desde que tenha tratado 
da questão objeto da ação e tenha sido conduzida por 
mediador ou conciliador capacitado. (Enunciado 29) 
 
Dessa forma, quer-se entender que se uma parte toma a 
iniciativa de convidar a outra para um procedimento de mediação 
extrajudicial, antes da distribuição a ação, e o acordo não for celebrado, 
seja pela falta de consenso, seja pela ausência de uma das partes, 
qualquer uma delas poderá invocar o enunciado para pedir a dispensa da 
audiência a ser marcada pelo juiz, em conformidade com o art. 334, 
independentemente da manifestação de vontade da outra parte, tendo em 
vista já ter sido realizada a tentativa anteriormente ao início do processo. 
Além disso, no capítulo dirigido a tratar das Ações de Família, 
a partir do art. 693, também se reconhece a possibilidade de a mediação 
ocorrer durante o processo judicial. É o que se lê no art. 694, em seu 
parágrafo único: "A requerimento das partes, o juiz pode determinar a 
suspensão do processo enquanto os litigantes se submetem à mediação 
extrajudicial ou ao atendimento multidisciplinar”. Não é raro, de fato, 
que no curso de uma ação de Direito de Família as partes peçam a 
suspensão do processo para tratarem do tema em mediação extrajudicial. 
Ao final, se resulta o acordo, o mesmo é informado ao magistrado nos 
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: temas atuais 
12 
autos do processo, que procederá à oitiva do Ministério Público para 
análise do acordo e, se for o caso, sua homologação por sentença. 
Por fim, como veremos a seguir, o acordo realizado em mediação 
extrajudicial ganha status de título executivo extrajudicial no CPC. 
 
8 AS CARACTERÍSTICAS DO ACORDO CELEBRADO EM 
MEDIAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
 
Tanto a Lei de Mediação, no parágrafo único do seu artigo 20, como 
o Código de Processo Civil, em seu artigo 784, preveem que, se da mediação 
extrajudicial resultar acordo, será ele título executivo extrajudicial. É o que 
ocorre normalmente nos casos de direito contratual e empresarial. 
Entretanto, é possível também que o acordo seja revestido da 
força de título executivo judicial, bastando, para tanto, que as partes 
levem, por meio de seus advogados, esse acordo para homologação 
judicial, conforme o artigo 515, inciso III do CPC. 
De fato, isso pode ser mesmo necessário, por força do que 
estatui o art. 3º § 2º da Lei de Mediação, ao prever que "o consenso das 
partes envolvendo direitos indisponíveis, mas transigíveis, deve ser 
homologado em juízo, exigida a oitiva do Ministério Público." Nessas 
situações, homologado o acordo em juízo, torna-se ele título executivo 
judicial. Os exemplos mais comuns são de casos de Direito de Família 
que envolvam interesses de filhos menores ou incapazes. 
Enfim, a mediação extrajudicial, em seus diversos âmbitos de 
atuação, vem tendo sua prática expandida, muito em função do 
reconhecimento legal que a ela foi dado pelos marcos regulatórios citados. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BACELLAR, Roberto Portugal. Mediação e arbitragem. 2. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2016. 
 
 
13 
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio: o minidicionário 
da língua portuguesa. 7. ed. Curitiba: Ed. Positivo, 2008. 
 
GOOGLE, Dicionário. Disponível em: https://www.google.com/search
?ei=EcqVXtDqLIq95OUP8KmQ0A4&q=judicial+dicion%C3%A1rio
&oq=judicial+dicion%C3%A1rio&gs_lcp=CgZwc3ktYWIQAzIGCAA
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AggAOgUIABCDAToICAAQFhAKEB46CAgAEAgQDRAeShQIFxI
QOC0xMTJnOTlnMTE5ZzE0M0oNCBgSCTgtMmcxZzRnNVCrHFj5
KmCaLWgAcAB4AYABhQKIAbANkgEFMi45LjKYAQCgAQGqA
Qdnd3Mtd2l6&sclient=psyab&ved=0ahUKEwiQt9TUkejoAhWKHrk
GHfAUBOoQ4dUDCAw&uact=5. Acesso em 14 mar. 2020. 
 
 
 
 
 
 
15 
Capítulo 2: MEDIAÇÃO COMO FERRAMENTA ÚTIL 
PARA NEGOCIAÇÕES COMPLEXAS 
 
Camile Costa* 
 
SUMÁRIO: 1 A advocacia multidimensional (preventiva e proativa): do 
advogado "fighter" ao advogado designer e solucionador de problemas. 
2 Negociação como a ferramenta principal da advocacia 
multidimensional: o diferencial das habilidades negociais para uma 
advocacia consultiva e preventiva eficaz. 3 Mas nem sempre as 
negociações fluem: quando o terceiro imparcial pode auxiliar para que a 
advocacia consultiva e preventiva se torne eficaz. 4 Mediação como 
facilitadora de negociações complexas: como utilizar. 
 
1 A ADVOCACIA MULTIDIMENSIONAL (PREVENTIVA E 
PROATIVA): do advogado "fighter" ao advogado designer e 
solucionador de problemas 
 
A advocacia é tipicamente vista, e os advogados e advogadas 
também veem a si mesmos, "através de uma única dimensão: o "fighter" 
(lutador), que advoga zelosamente em reivindicar os direitos violados 
 
* Advogada, Mediadora e Consultora Empresarial, com LLM em International 
Commercial Law and Dispute Resolution pela Swiss International Law School e 
formação em Negociação pela CMI Interser em Harvard. Sócia na Camile Costa 
Consultoria. Co-fundadora e gestora do Meeting de Negociação. Autora do livro 
bilíngue português-inglês "Os Benefícios da Mediação para Disputas Relacionadas à 
Propriedade Intelectual: uma abordagem prática" e organizadora do livro "Direito e 
Inovação: uma combinação necessária" publicado pela ESA-OAB/RS, instituição na 
qual ministra cursos em Estratégica Jurídica e Soft Skills para a Advocacia desde 2018 
e onde fundou e coordena o Grupo de Estudos em Direito e Inovação. 
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: temas atuais 
16 
de seu cliente"1. No entanto, há locais2 que há anos percebem e 
promovem a advocacia por uma dimensão maior: a do designer e 
solucionador de problemas. 
Em relação à dimensão do “fighter”, abaixo são apresentadas 
suas características e formas de atuação: 
 
O "fighter" usa e responde ao poder: o poder do Estado, o 
poder das leis e o poder de uma causa justa fortemente 
defendida. O poder do "fighter" flui de cima para baixo, 
através de um sistema vertical estruturado que, em seus 
alcances superiores, transcende todos os indivíduos. O 
sistema jurídico é majestoso: permite ser convocado e usado 
por aqueles que entendem sua operação, falando 
adequadamente a linguagem da autoridade, direitos e regras. 
O acesso ao poder do sistema jurídico, no entanto, é 
cuidadosamente protegido dentro de sua estrutura 
hierárquica. À medida que cada degrau mais alto da escada 
judicial é atingido, o poder é maior, mas também a 
formalidade e o afastamento daqueles cujos problemas se 
destina a resolver. 
[...] 
Advogados como "fighters" operam no plano vertical e no 
modo de rebobinagem: para cima, para baixo e para trás. Nem 
sempre olham para o lado, no nível do solo, para as pessoas 
que sofrem os problemas que precisam resolver ou para os 
ambientes sociais, financeiros e organizacionais em que essas 
 
1 BARTON, Thomas D. & COOPER, James M. Preventive Law and Creative 
Problem Solving: Multi-Dimensional Lawyering. California Western School of Law, 
National Center for Preventive Law (NCPL). 2000. Disponível em: http://restorativeju
stice.org/rj-library/preventive-law-and-creative-problem-solving-multi-dimensional-
lawyering/1796/#sthash.3oKFB83L.dpbs. Acesso em: 25 fev. 2020. 
2 O objetivo da California Western School of Law, em seu programa "Louis M. Brown 
Program in Preventive Law" e seu centro "McGill Center for Creative Problem Solving", é 
explorar e promover duas outras dimensões da advocacia: o "ProblemSolver" e o 
"Designer". O texto integral de onde esta informação foi retirada (BARTON, Thomas D. & 
COOPER, James M. Preventive Law and Creative Problem Solving: Multi-Dimensional 
Lawyering. California Western School of Law, National Center for Preventive Law 
(NCPL). 2000), encontra-se disponível em: http://restorativejustice.org/rj-
library/preventive-law-and-creative-problem-solving-multi-dimensional-
lawyering/1796/#sthash.3oKFB83L.dpbs. Acesso em: 25 fev. 2020. 
 
17 
pessoas vivem. O "fighter" também nem sempre olha para o 
futuro, para imaginar as conseqüências da solução de 
problemas por meio de procedimentos adversariais ou de 
intervenções que possam impedir a recorrência do problema. 
Em vez disso, o "fighter" tende a olhar para cima, 
encontrando princípios elevados da lei ou regras definidas por 
autoridades superiores. Ele também olha para baixo, cavando 
fundo para descobrir fatos e elementos juridicamente 
relevantes. Finalmente, ele olha para trás, porque "problemas 
legais" são frequentemente definidos como eventos passados 
envolvendo a violação de alguma regra ou direito. A 
mentalidade do "fighter"é reforçada pela estrutura dos 
procedimentos contenciosos, em que problemas humanos são 
comprimidos em moldes legais.3 
 
Alguns problemas, especialmente aqueles que derivam de ações 
opressivas e/ou com viés de dominação, podem realmente ser melhor 
 
3 Tradução livre do trecho original: "The Fighter uses and responds to power: the power of 
the State, the power of legal rules, and the power of a just cause strongly advocated. The 
Fighter’s power flows from on high, down through a structured vertical system that, in its 
upper reaches, transcends every individual. The legal system is majestic: it permits itself to 
be summoned and used by those who understand its operation, speaking properly the 
language of authority, rights, and rules. Access to the power of the legal system, however, 
is carefully guarded within its hierarchical structure. As each higher rung of the judicial 
ladder is reached the power is greater but so is its formality and its remoteness from those 
whose problems it is meant to resolve. [...] Lawyers as Fighters operate on a vertical plane 
and in a rewind mode: up, down, and backward. They do not often look sideways, at ground 
level to the people who experience legal problems or to the social, financial and 
organizational environments in which those people live. Fighters also do not often look 
ahead, to imagine the consequences of solving problems through adversarial procedures or 
toward interventions that could prevent a recurrence of the problem. Instead, fighters tend 
to look up, finding lofty principles of law or rules defined by higher authorities. They also 
look down, digging deep to uncover facts and basic elements. Finally, they frequently look 
back, because “legal problems” are often defined as historical events, the breach of some 
rule or right. The Fighter mentality is reinforced by the structure of litigation procedures, 
which squeeze human problems into legal molds." BARTON, Thomas D. & COOPER, 
James M.: Preventive Law and Creative Problem Solving: Multi-Dimensional 
Lawyering. California Western School of Law, National Center for Preventive Law 
(NCPL). 2000. Disponível em: http://restorativejustice.org/rj-library/preventive-law-and-
creative-problem-solving-multi-dimensional-lawyering/1796/#sthash.3oKFB83L.dpbs. 
Acesso em: 25 fev. 2020. 
http://restorativejustice.org/rj-library/preventive-law-and-creative-problem-solving-multi-dimensional-lawyering/1796/#sthash.3oKFB83L.dpbs
http://restorativejustice.org/rj-library/preventive-law-and-creative-problem-solving-multi-dimensional-lawyering/1796/#sthash.3oKFB83L.dpbs
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: temas atuais 
18 
resolvidos por meio das habilidades e procedimentos utilizados por uma 
advocacia na dimensão "fighter". Outros problemas, no entanto, podem ser 
trabalhados e evitados por advogados e advogadas que operem em um modo 
"fast forward" (de avanço rápido), por meio do desenho de cenários 
juridicamente seguros e da facilitação de relacionamentos, para que se 
tornem menos conflitantes e produtores de problemas. Os advogados e 
advogadas que operam nesta outra dimensão, agindo de forma preventiva, 
criativa e proativa, são tidos como designers e solucionadores de problemas, 
atuando em uma advocacia multidimensional.4 
Advogados e advogadas multidimensionais alcançam estas 
habilidades por meio de uma comunicação honesta, atenta e ativa com 
seus clientes, que lhes permite entender com profundidade seus 
objetivos, receios, anseios e necessidades, a fim de possibilitar que atuem 
de forma proativa e preventiva, reorientando seu modelo mental para sair 
do padrão automático da gestão de crises e chegar à prevenção de 
problemas e potencialização das oportunidades negociais de seus 
clientes. "Operar no modo "fast forward" significa antecipar o problema. 
Ao lidar com seus clientes, o advogado ou advogada deixa de ser o objeto 
reativo dos eventos e passa a ser o planejador ativo dos cenários"5. 
Por outro lado, uma advocacia na dimensão "fighter" pode agir 
com planejamento e tentar garantir, por meio da redação de documentos 
apropriados, que seu cliente terá sucesso em qualquer possível disputa 
em relação àquela transação. No entanto, "planejar para ganhar disputas 
não significa agir preventivamente"6. 
 
4 Ibid. 
5 Tradução livre do original: "Operating in the Fast Forward mode means that the 
lawyer anticipates the problem. In dealing with individual clients, the lawyer moves 
from being the reactive object of events, to becoming the planful shaper of 
environments". Ibid. 
6 Tradução livre do original: "Planning for winning disputes, however, is not acting 
preventively". Em complementação, do mesmo texto o trecho: "What is different and 
vibrant about preventive law today is that the techniques and skills of preventive law 
are being combined with a philosophical approach to lawyering that reaches beyond 
 
19 
Os problemas são barreiras estruturais ou elos 
disfuncionais nas relações entre as pessoas e seus 
ambientes. A advocacia na dimensão designer responde a 
esses problemas sugerindo intervenções que influenciam 
de forma produtiva e positiva as relações humanas ou o 
ambiente objetivo em que essas pessoas vivem. Tornar-se 
um designer e solucionador de problemas significa, 
portanto, que o advogado ou advogada se concentra menos 
na avaliação do comportamento e nas regras de defesa e 
mais na promoção de relacionamentos saudáveis e na 
realização humana.7 
 
Por fim, "trabalhar como designer e solucionador de problemas 
revela o valor dos relacionamentos em nossas soluções"8. Com muita 
frequência, a advocacia tem se dedicado à aplicação de regras, separadas 
das relações humanas que conectam as partes. "Para criar soluções 
melhores e duráveis, o profissional do direito deve trabalhar para 
 
simply preventing lawsuits and preventing legal problems and encompasses actually 
benefitting or improving human well-being. This adds a valuable, explicitly normative 
dimension to preventive law. When combined with this philosophy, preventive law 
moves from being value-neutral to being value-laden. In turn, preventive law provides 
lawyers who want to practice law as a helping or healing profession with a set of 
specific, concrete, tested, and well-thought-out skills or tools for their new trade. It also 
provides a model for a lawyer-client relationship that is closer, warmer, more 
collaborative, probably longer lasting, and more like a partnership. This kind of 
lawyer-client relationship is appropriate for lawyers who want to function as healers 
and problem solvers rather than gladiators or neutral, technical experts. Susan 
Daicoff". Ibid. 
7 Tradução livre do original: "Problems are structural barriers or dysfunctional links 
in the relationships between

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