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Prof. Dalva, Trabalho de História do Direito

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
 
DEPARTAMENTO DE DIREITO PRIVADO E PROCESSO CIVIL 
João Gerdau de Borja 
ANÁLISE HISTÓRICA DAS INSTITUIÇÕES PROMOTORAS 
DE JUSTIÇA: SUSTENTÁCULO DA ATUAL CONJUNTURA 
BRASILEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Alegre 
3 de julho de 2014 
 
__________________________________________________________________________________________ 
Análise Histórica das Instituições Promotoras de Justiça: Sustentáculo da Atual Conjuntura Brasileira 
1 
JOÃO GERDAU DE BORJA 
ANÁLISE HISTÓRICA DAS INSTITUIÇÕES PROMOTORAS 
DE JUSTIÇA: SUSTENTÁCULO DA ATUAL CONJUNTURA 
BRASILEIRA 
Este trabalho faz parte dos componentes de avaliação da disciplina 
de História do Direito, ministrada na UFRGS. 
Professora: Dalva Carmem Tonato 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Alegre 
3 de julho de 2014 
2 
 
__________________________________________________________________________________________ 
João Gerdau de Borja. Porto Alegre: UFRGS, 2014 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 3 
2 REPÚBLICA ROMANA ...................................................................................................... 3 
3 EVOLUÇÃO DA MAGISTRATURA ROMANA.............................................................. 5 
4 TRBUNATO ROMANO ....................................................................................................... 5 
4.1 PLEBISCITO ....................................................................................................................... 6 
4.2 DEFESA DA DIGNIDADE HUMANA .............................................................................. 7 
5 DEFENSOR CIVITATIS ..................................................................................................... 7 
6 MINISTÉRIO PÚBLICO ..................................................................................................... 8 
6.1 MINISTÉRIO PÚBLICO NO BRASIL ............................................................................... 9 
6.2 AUSÊNCIA DE VÍNCULO AOS DEMAIS PODERES .................................................. 10 
7 DEFENSORIA PÚBLICA .................................................................................................. 10 
8 COMPARAÇÃO DAS FUNÇÕES DE CADA INSTITUIÇÃO ..................................... 11 
8.1 QUARTO PODER ............................................................................................................. 12 
8.2 REFORMAS NECESSÁRIAS ........................................................................................... 13 
9 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 14 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 16 
 
 
 
__________________________________________________________________________________________ 
Análise Histórica das Instituições Promotoras de Justiça: Sustentáculo da Atual Conjuntura Brasileira 
3 
1 INTRODUÇÃO 
Conforme Maquiavel (20071 apud SILVA, 2008, p. 4), o povo, a maior parte da população, 
não quer governar diretamente, mas não quer ser oprimida pelos que governam. O fato de 
alguém chegar ao poder, mesmo de forma legítima, não é suficiente para contentar os 
desejos de boa parte da população, pois se o governante é legítimo e não um tirano, isso é 
positivo, mas nada garante que ele não vá usurpar uma fatia de poder maior do que a que 
lhe foi concedida. A guarda deve da liberdade deve ser feita pelo povo, pois sendo os 
populares encarregados da guarda de uma liberdade, é razoável que tenham mais zelo, pois, 
não podendo eles mesmos apoderar-se dela, não permitirão que outros se apoderem. 
Até agora, os regimes democráticos instaurados recentemente não conseguiram eliminar a 
exclusão social. De acordo com Santos (20072 apud SILVA, 2008, p. 2), pesquisas recentes 
feitas na América Latina revelaram que em determinados países a maioria da população 
preferiria viver sob uma ditadura, desde que lhe fosse assegurada boas condições de vida. 
Os cidadãos sentem-se cada vez menos representados pelos partidos, que não seguem seus 
programas eleitorais. 
No presente trabalho é feita uma análise histórica das instituições promotoras de justiça, 
tanto aos cidadãos comuns quanto à sociedade em geral através de defesa da dignidade 
humana. Esse processo deu início na República Romana e tem evoluído e desevoluído desde 
então. 
2 REPÚBLICA ROMANA 
Conforme Burdese (19723 apud GIORDANI, 1996, p. 75), dois fatos devem ser sublinhados no 
processo de substituição da monarquia pela república: a reação nacional latina dirigida pelo 
 
1
 MAQUIAVEL, Nicolau. Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio. Trad. MF. São Paulo: Martins 
Fontes, 2007. 
2
 SANTOS, A. M. Devagar se vai ao longe? A transição para a democracia no Brasil em perspectiva comparada. 
In: MELO, C. R.; SAÉZ, M. A. (Orgs.). A democracia brasileira: balanço e perspectivas para o século 21. Belo 
Horizonte: Editora UFMG, 2007. 
3
 BURDESE, Manual de Derecho Publico Romana (Introducción, traducción, capítulo sexto y notas de Angel 
Martínez Sarrión), Bosch, Casa Editorial, Barcelona (1972). 
4 
 
__________________________________________________________________________________________ 
João Gerdau de Borja. Porto Alegre: UFRGS, 2014 
patriciado e a consequente queda da dominação etrusca. Os etrúcios eram aristocráticos e 
dominaram a região central da Itália durante os séculos VI e VII a.C. 
Roma tornou-se República no ano de 509 a.C. em consequência da revolução provocada 
pelos patrícios que assumiram o poder da realeza. Então, com o domínio dos patrícios, os 
plebeus eram excluídos por completo das magistraturas civis e religiosas. Essa classe, 
insatisfeita com o desprezo, optou pela greve conhecida como "A Revilta do Monte Sagrado" 
(494 a. C.)4. Então, pouco a pouco a plebe foi sendo admitida nas magistraturas (NASSIF, 
2013, p. 128). 
A constituição política republicana apresenta uma tríplice estrutura: magistratura, senado e 
assembleias populares. No caso da magistratura, os quadros, costumavam ser preenchidos 
por eleição popular e estavam abertos a todos os cidadãos. No início eram abertas apenas 
aos patrícios, mas depois foram acessíveis aos plebeus com as magistraturas plebeias: o 
tribunato da plebe e a edilidade plebeia (BURDESE, 19725 apud GIORDANI, 1996, p. 75). 
Finalmente, o cargo institucional criado: tribuni plebis, o qual será detalhado nos próximos 
capítulos, tinha uma prerrogativa religiosa (sacrossancti) que caracterizava o caráter 
inviolável de suas proposições. Conforme explica Serrano (19946 apud NASSIF, 2013, p. 129), 
inicialmente os tribunais populares apenas tinham a função de proteger os cidadãos plebeus 
do abuso dos magistrados, entretanto a competência desses "varões sacrossantos" passou a 
ter poderes mais amplos. Conforme Peixoto (19607 apud GIORDANI, 1996, p. 80), o poder 
tribunício (potestas tribunicia) e tornou-se em Roma o poder mais elevado, exceto na antiga 
ditadura. Assim, ao final da República o caráter democrático do tribuno da plebe quase 
desapareceu (WOLFF, 19538 apud GIORDANI, 1996, p. 81). 
 
 
4
 Conforme Fiuza (2006), a Revolta do Monte Sagrado foi um movimento plebeu que ocorreu em 494 a.C.. 
FIUZA, Cesar. Curso completo de direito civil. 9. ed. São Paulo: Del Rey Ltda, 2006. 
5
 BURDESE, Manualde Derecho Publico Romana (Introducción, traducción, capítulo sexto y notas de Angel 
Martínez Sarrión), Bosch, Casa Editorial, Barcelona (1972). 
6
 SERRANO, V. (comp.): Derecho, ecología y sociedad, Quito, 1994. 
7
 PEIXOTO, J. C. M. Curso de Direito Romano. Partes Introdutória e Geral, Rio de Janeiro, Haddad Editor, 
1960, 4.ª ed. revista e acrescentada. 
8
 WOLFF, Hans Julius. Introducción Histórica al Derecho Romano. Traduccion del inglês por José Maria 
Fernandez Pomar. Santiago de Compostela, Porto y Cia. editores (1953). 
 
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Análise Histórica das Instituições Promotoras de Justiça: Sustentáculo da Atual Conjuntura Brasileira 
5 
3 EVOLUÇÃO DA MAGISTRATURA ROMANA 
Inicialmente, conforme Giordani (1996, p. 78), os cargos de magistratura se restringem em 
praetores ou judices (juízes) e posteriormente consules. Em 367 a. C. um dos cargos 
consulares é reservado aos plebeus. Eleitos pelos comícios centuriatos, os cônsules possuem 
vastas atribuições: convocam os comícios (jus agendi cum populo) e o senado (jus agendi 
cum patribus); além de comandar as tropas em tempo de guerra. 
Através dos tempos, foi estabelecida uma ordem na sequência dos cargos de magistratura a 
serem exercidos: é o chamado cursus honorum. A lex Villia annalis de 180 a. C. estabeleceu a 
sequência: questura, pretura e consulado. Entre o exercício de uma e outra destas 
magistraturas estabelecia-se o intervalo de dois anos. O acesso à questura deveria ser 
precedido de dez anos de serviço no exército (decem stipendia). Entre a questura e a pretura 
introduziu-se mais tarde a edilidade ou o tribunato da plebe (GIORDANI, 1996, p. 78). 
Segundo Laurand (19499 apud GIORDANI, 1996, p. 79-80), os edis da plebe (aediles plebis) 
foram instituídos ao mesmo tempo que os tribunos da plebe (tribuni plebis) dos quais foram 
auxiliares. Estes últimos, conforme Giordani (1996, p. 80), aparecem, segundo a tradição, em 
494 a. C. A princípio em número de dois. Seu número elevou-se a dez em 457 a. C. e não 
eram magistrados propriamente ditos, mas podiam demandar plebiscitos, como será visto 
adiante. 
4 TRBUNATO ROMANO 
Conforme Giordani (1996, p. 80), nas atribuições do tribuno da plebe podemos distinguir um 
poder negativo, isto é, o poder de veto (intercessio) aos atos dos demais magistrados 
inclusive outros tribunos; e um poder positivo, isto é, o sumo poder de coerção (summa 
coercendi potestas) através do qual o tribuno tutelava a própria inviolabilidade. Lembrando 
que os tribunos da plebe já haviam sido declarados sacrosancti, invioláveis à coercitio dos 
supremos magistrados da civitas. Pelo poder coercitivo (coercito tribunícia), os trubunos 
 
9
 LAURAND, L. Manuel des Etudes Grecques et Latines. Paris, Editions A et J. Picard et Cie, tomes I (1952), II 
(1952), III (1952), IV (1949). 
6 
 
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João Gerdau de Borja. Porto Alegre: UFRGS, 2014 
podiam ordenar a prisão de um cidadão, impor multas, etc. O poder tribunício encontrava 
limitações apenas no limite de sua jurisdição urbana, com o veto de outro tribuno, e com o 
imperium militar exercido na cidade (só em casos excepcionais – caso de guerra). 
Segundo Fiuza (200610 apud SILVA, 2008, p. 10), os tribunos podiam ser procurados por 
qualquer pessoa que se julgasse injustiçada, daí suas casas ficarem abertas dia e noite. Mas 
os tribunos não tiveram apenas o papel de defesa da plebe. Exerceram também a função de 
acusadores em lides criminais, o que a princípio era facultado a qualquer cidadão na Roma 
antiga (PAES, 200311 apud SILVA, 2008, p. 11). 
4.1 PLEBISCITO 
Na elaboração da lei cooperavam a magistratura, o senado e o comício: a lei é um acordo 
público (publica pactio) entre os vários elementos constitucionais da República. Nenhuma lei 
podia ser proposta a não ser por um magistrado (os membros da assembleia não tinham o 
poder de apresentar uma proposta legislativa). Quando o plebiscito foi equiparado à lei, a 
iniciativa legislativa passou, de fato, para os tribunos da plebe (PACCHIONI, 191812 apud 
GIORDANI, 1996, p. 100). 
O plebiscito (plebiscitum) era, na República Romana, uma decisão soberana da plebe 
aprovada em assembleia do povo (concilim plebis), por proposta de um tribuno da plebe 
sobre alguma medida; inicialmente as decisões plebiscitárias só valiam-se aos plebeus (Lex 
Valeria Horatia de Plebiscitis, 449 a.C.), mais tarde valeram-se também para os patrícios, 
pela Lex Hortencia de Plebicitis, 287 a.C. (SILVA, 2002, p. 18). 
 
 
 
10
 FIUZA, Cesar. Curso completo de direito civil. 9. ed. São Paulo: Del Rey Ltda, 2006. 
11
 PAES, José Eduardo Sabo. O Ministério Público na construção do estado democrático de direito. Brasília: 
Brasília Jurídica, 2003. 
12
 PACCHIONI, Giovanni. Corso di Diritto Romano. Torino, Unione Tipografico, volume primo, seconda 
edizione completamente rifatta ed ampliata, 1918. 
 
__________________________________________________________________________________________ 
Análise Histórica das Instituições Promotoras de Justiça: Sustentáculo da Atual Conjuntura Brasileira 
7 
4.2 DEFESA DA DIGNIDADE HUMANA 
Segundo Silva (200213 apud RIVA, 2012, p.38), com base em levantamentos de vários 
doutrinadores, é possível afirmar que "alguns antecedentes formais das declarações de 
direitos foram sendo elaborados, como o veto do tribuno da plebe contra ações injustas dos 
patrícios em Roma"; contudo, os antecedentes mais diretos das declarações de direitos 
surgiram na Idade Média. Continua o autor apontando que para isso colaborou a "teoria do 
direito natural que condicionou o aparecimento do princípio das 'leis fundamentais do 
Reino' limitadoras do poder do monarca, assim como o conjunto de princípios que se 
chamou 'humanismo'. Aí floresceram os pactos, os forais e as cartas de franquias, 
outorgantes de proteção de direitos reflexamente individuais, embora diretamente grupais". 
5 DEFENSOR CIVITATIS 
O Império Romano do Oriente, por volta do século IV, criou a magistratura municipal 
denominada defensor civitatis. Sua principal competência consistia na proteção do povo e 
das camadas mais pobres do império diante dos abusos das magistraturas. As competências 
conferidas ao cargo foram reguladas pela Constituição romana do ano 365 d. C. (NASSIF, 
2013, p. 129). Além de fazer valer as leis imperiais em favor dos desfavorecidos, segundo 
Dionísio (2013, p. 333), usava de seu prestígio para denunciar, principalmente em Sermões, 
as situações de miséria em que se encontravam os escravos libertos, apelando aos cristãos 
para que os ajudassem com trabalho e comida, bem como abrigando-os em seu mosteiro, 
até encontrarem trabalho. 
O defensor civitatis tinha um mandato de cinco anos e suas funções eram desempenhadas 
por uma pessoa de reconhecida idoneidade para garantia dos cidadãos, sendo 
regulamentado por mais seis Constituições Romanas. Conforme Silva (200514 apud NASSIF, 
2013, p. 130), esse magistrado se figura quando do império tardio. Com caráter menos 
grandioso e mais ordinário, tinha atribuições mais próximas ao dia a dia da pólis, oponha-se 
 
13
 SILVA, J. A. Curso de direito constitucional positivo. 8ª ed. São Paulo: Malheiros, 1992. 
14
 SILVA, C. B. F. Defensor do povo: contribuições do modelo peruano e do instituto romano do Tribunato da 
Plebe. Revista de Doutrina, nº 15, 2005. 
8 
 
__________________________________________________________________________________________João Gerdau de Borja. Porto Alegre: UFRGS, 2014 
à insolência dos funcionários públicos e à morosidade dos juízes. Porém, segundo Hanisch 
(200515 apud NASSIF, 2013, p. 130), poderia levar as reclamações dos provincianos 
diretamente para o imperador. 
Depois de uma decadência do cargo, voltou a ser incorporado no Império de Justiniano, 
onde passou a ser eleito entre as pessoas mais nobres da cidade, com mandato de dois anos. 
Mas o cargo desapareceu no século VII (NASSIF, 2013, p. 130). 
6 MINISTÉRIO PÚBLICO 
Voltados à Antiguidade Clássica, alguns historiadores preconizam que o Ministério Público 
deita seus precedentes na Grécia, com os éforos de Esparta ou com os thesmotetus ou 
tesmótetas, e ainda mencionam algumas figuras de Roma, como os advocati fisci, dos 
censores, do defensor civitatis, dos curiosi, stationarii e frumentarii, dos procuratores 
caesaris (MORAIS, 2005, p. 12). Porém, segundo Paes (200316 apud JATAHY, 2006, p. 17-18), 
dadas as atribuições atualmente deferidas ao Ministério Público, é improvável que, numa 
democracia direta como aquela cultivada pelos gregos fosse necessária uma instituição com 
funções similares. A amplitude do exercício da cidadania, o respeito aos ideais democráticos, 
a prática da democracia direta e a consciência dos direitos, escrupulosamente garantidos 
aos considerados cidadãos, prescindia da existência de uma instituição para cumprir as 
atividades hoje confiadas ao Ministério Público. 
De acordo com Sauwen (199917 apud MORAIS, 2005, p. 13), o mais mencionado e acolhido é 
que o Ministério Público tem suas origens assentadas na França. Realçam o nascimento e a 
formação institucional dentro do Direito Judiciário Francês. Deste modo, há os 
doutrinadores que, inclusive, denominam a França como o “Berço do Ministério Público”. 
Conclui-se que, conforme Galliez (200118 apud BORGES, 2013, p. 184), a própria formação do 
Estado Liberal consolidada pela Revolução Francesa de 1789, inicia um processo de garantia 
 
15
 HANISCH, M. V. Antecedentes del defensor del pueblo. Iushistoria Revista Electrónica, Buenos Aires, nº 2, 
out. 2005. 
16
 PAES, J. E. S. O Ministério Público na construção do Estado Democrático de Direito. Brasília: Brasília 
Jurídica, 2003. 
17
 SAUWEN Filho, J. F. Ministério Público e o Estado democrático de direito. Rio de Janeiro: Renovar, 1999. 
18
 GALLIEZ, Paulo. A Defensoria Pública, o Estado e a Cidadania. Lumen Juris: Rio de Janeiro, 2001. 
 
__________________________________________________________________________________________ 
Análise Histórica das Instituições Promotoras de Justiça: Sustentáculo da Atual Conjuntura Brasileira 
9 
de defesa, que passou a incorporar em definitivo os direitos essenciais do cidadão, com 
fundamento básico no Estado. 
Contudo, inicialmente o Ministério Público tinha funções que garantissem as engrenagens da 
burocracia, sem ainda uma ênfase social. Segundo Morais (2005, p. 13), em 27 de setembro 
de 1790, por intermédio de um Decreto dividiu-se as funções do Ministério Público em dois 
órgãos distintos: o Comissário do Rei, cabendo-lhe a missão exclusiva de zelar pela aplicação 
da lei e correta execução das decisões judiciais; e o Acusador Público, devendo este 
sustentar, diante dos tribunais, a acusação dos réus. 
Com a Constituição francesa do ano de VIII (ano oitavo), determinou-se que as funções do 
acusador público junto aos Tribunais Criminais fossem exercidas por um Comissário do 
Governo, com prerrogativas de inamovibilidade e independência em face do Poder 
Executivo. Destarte, somente no final do século passado o Ministério Público adquiriu a 
feição democrática que hoje ostenta (MORAIS, 2005, p. 14). 
Jatahy (2006, p. 61) explica que a base de tal transformação foi a constatação da 
incapacidade do sistema liberal-burguês de lidar com o sistema capitalista. Assim, o Estado 
Liberal, gradativamente, converteu-se em um Estado Social, mais intervencionista na vida 
econômica e social, também denominado Estado do Bem-Estar ou “Welfare State”. Diante 
desse quadro de degradação social, o Estado não mais podia ser mero espectador, devendo 
intervir diretamente nas questões sociais, passando de ente meramente passivo (com a 
obrigação de não intervir na esfera dos direitos individuais constitucionalmente 
assegurados) à promotor de bens e serviços e devedor de uma prestação positiva a ser 
assegurada a uma parcela mais abrangente da sociedade, especialmente das classes menos 
favorecidas. 
6.1 MINISTÉRIO PÚBLICO NO BRASIL 
No Brasil, desde o império, o “ministério público” vem sofrendo alterações: desde apenas a 
procurador da coroa delatando crimes, depois interpondo revisão criminal em favor do réu. 
Na Constituição Federal de 1988, vigente em nosso ordenamento, Morais (2005, p. 15) 
10 
 
__________________________________________________________________________________________ 
João Gerdau de Borja. Porto Alegre: UFRGS, 2014 
menciona também que o Ministério Público está descrito no Capítulo das “Funções 
Essenciais à Justiça”, separado das normas sobre o Executivo, Judiciário e Legislativo. 
A Constituição de 1988 estruturou o Ministério Público como instituição permanente, 
essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do 
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 127 da CF/88). 
Desse modo, a função jurisdicional do Estado não pode ser exercida sem o Ministério 
Público. No Direito Brasileiro, sempre que há um especial interesse a proteger, a lei lhe 
confere atribuição de defender esse interesse (PAES, 200319 apud SILVA, 2008, p. 5). 
6.2 AUSÊNCIA DE VÍNCULO AOS DEMAIS PODERES 
Qualquer ato do Executivo que atente contra o livre exercício do Ministério Público foi 
erigido à categoria de crime de responsabilidade (art. 85, II, da Constituição) do Presidente 
da República ou do Governador do Estado (dispositivo repetido na Constituição Fluminense 
no art. 146, II) numa clara sinalização do constituinte ao Executivo que a ascendência e o 
vínculo hierárquico se dissiparam (JATAHY, 2006, p. 107). 
7 DEFENSORIA PÚBLICA 
Segundo Borges (2013, p. 182), o constituinte originário deferiu grau de relevância à 
Defensoria Pública tendo-a, à semelhança do Ministério Público, instituição fundamental à 
Justiça e, ainda, essencial à função jurisdicional do Estado. Então, conforme Lobo (2013, p. 
242), principalmente, a partir da década de 90, foram institucionalizadas as Defensorias 
Públicas, com dimensão social e preocupadas não só com o acesso à justiça das pessoas 
menos desafortunadas, mas também com a redução das desigualdades sociais e 
econômicas, além de com o seu acesso a serviços públicos essenciais, como água, energia, 
saúde, educação e habitação. 
 
19
 PAES, José Eduardo Sabo. O Ministério Público na construção do estado democrático de direito. Brasília: 
Brasília Jurídica, 2003. 
 
__________________________________________________________________________________________ 
Análise Histórica das Instituições Promotoras de Justiça: Sustentáculo da Atual Conjuntura Brasileira 
11 
Em um marco, atuando de maneira efetiva na promoção dos princípios constitucionais e na 
consagração dos direitos humanos, o Poder Legislativo encerrou as divergências doutrinárias 
acerca do assunto, assumindo postura democrática e adaptando o texto da Lei da Ação Civil 
Pública ao texto da Lei Complementar Federal 80/94 – que já inseria no rol de legitimados à 
propositura da Ação Civil Pública a Defensoria Pública. Com isso, a República Federativa do 
Brasil reafirmou seu caráter democrático e seconsagrou como Estado Democrático e Social 
de Direito, buscando a efetivação dos direitos humanos de segunda e terceira dimensões 
(NETTO, 2013, p. 34). 
No Brasil atual, a Defensoria Pública é uma instituição essencial à função jurisdicional do 
Estado, de forma que está incumbida da defesa jurídica dos hipossuficientes. Assim, 
conforme Netto (2013, p. 37-38), tem-se a legítima preocupação do Estado com a questão 
da defesa jurídica das pessoas desprovidas de recursos financeiros, sendo que sua evolução 
histórica resultou em uma instituição com força, autonomia e independência, responsável 
pela efetivação dos direitos humanos também em âmbito coletivo. 
8 COMPARAÇÃO DAS FUNÇÕES DE CADA INSTITUIÇÃO 
O tribunato da plebe, assim, exerceu tanto a função de defensor dos interesses do povo, 
como de acusador em lides penais, quando necessário, assim como de defensor da ordem 
pública e da harmonia entre os poderes. Conforme Maquiavel (200720 apud SILVA, 2008, p. 
13), a utilidade do tribunato, que não servia apenas para refrear a ambição dos poderosos 
contra a plebe, mas também a ambição dos poderosos contra si mesmos [...]. 
No caso dos tribunos, o controle que se fazia era baseado na existência de prejuízo à plebe 
em determinada lei ou decisão. No caso do Ministério Público, este deve observar se as leis e 
as decisões da administração pública estão em conformidade com a Constituição Federal. De 
tal modo, sendo a isonomia e a busca da igualdade social princípios constitucionais a serem 
seguidos por qualquer lei ou decisão administrativa, tais atribuições acabam se 
equiparando. A diferença estaria apenas na forma de atuação: o tribuno da plebe atuava de 
 
20
 MAQUIAVEL, Nicolau. Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio. Trad. MF. São Paulo: Martins 
Fontes, 2007. 
12 
 
__________________________________________________________________________________________ 
João Gerdau de Borja. Porto Alegre: UFRGS, 2014 
forma independente e podia propor ou vetar leis. Já o Ministério Público necessita propor 
uma ação direta de inconstitucionalidade/constitucionalidade perante o Supremo Tribunal 
Federal ou os Tribunais de Justiça (SILVA, 2008, p. 16). 
Já o instituto jurídico do Defensor do Povo, conforme visto no Peru, contribui 
expressivamente para a contenção dos abusos do poder administrativo, Desta forma, 
aprecia queixas que lhe são encaminhadas ou realiza inspeções espontâneas nos serviços 
públicos, acrescentando ainda que seus poderes são limitados, não exercendo competência 
anulatória, nem disciplinar ou criminal, mas, segundo o depoimento dos autores, a sua 
advertência ou a iniciativa de processos penais (TÁCITO, 198821 apud SILVA, 2007, p. 147). 
Conforme Palermo (200222), o senador Luiz Cavalcanti, em 1983, referiu-se expressamente 
ao Ombudsman como “heróica tentativa para extirpar da vida pública nacional o câncer da 
corrupção”. 
Conforme Silva (2007, p. 152), dentre as funções do “Defensor Público”, estão: o inicio de 
investigações sobre os excessos dos agentes públicos; propor ação de inconstitucionalidade; 
iniciar processo administrativo visando garantir o direito individual; funcionar como 
mediadores de conflitos de interesses; e sumular as decisões reiteradas como forma de 
recomendações aos órgãos públicos. É essencial nessa atuação a celeridade que torna a 
“Defensoria do Povo” apta a enfrentar as questões que se lhe apresentam de forma mais ágil 
do que o Poder Judiciário. 
8.1 QUARTO PODER 
Conforme observa Neto (199523 apud BORGES, 2013, p. 183), a Constituição de 1988, ao 
organizar o Poder Estatal, não se limitou, como o fizeram as anteriores, às descentralizações 
tradicionais entre os complexos orgânicos denominados de Poder Legislativo, Poder 
Executivo e Poder Judiciário, instituindo um quarto complexo orgânico que, embora não 
 
21
 TÁCITO, Caio. Ombudsman – O Defensor do Povo. Revista de Direito Público, São Paulo, v.85, jan./mar. 
1988. 
22
 PALERMO, F. K. O. Improbidade administrativa e a atuação do Ministério Público. Teresina, mar. 2002. 
23
 NETO, D. F. M. A Defensoria Pública na Construção do Estado de Justiça. Revista da Defensoria Pública, n. 
7. Rio de Janeiro, 1995. 
 
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Análise Histórica das Instituições Promotoras de Justiça: Sustentáculo da Atual Conjuntura Brasileira 
13 
conformando um quarto Poder, recebeu a seu cargo a função essencial de provedoria da 
justiça perante todos os demais Poderes de Estado. 
Conforme Silva (199824 apud JATAHY, 2006, p. 67), é da essência de seu conceito subordinar-
se à Constituição e fundar-se na legalidade democrática. Sujeita-se, como todo Estado de 
Direito, ao império da lei, mas da lei que realize o princípio da igualdade e da justiça não pela 
sua generalidade, mas pela busca da equalização das condições dos socialmente desiguais. A 
Lei deve influir na realidade social. A tarefa fundamental do Estado Democrático de Direito 
consiste em superar as desigualdades sociais e instaurar um regime democrático que realize 
a justiça social. 
8.2 REFORMAS NECESSÁRIAS 
Conforme Benevides (199425 apud SILVA, 2008, p. 2-3), a representação política no Brasil é 
resultado de um Estado patrimonialista, onde predomina o coronelismo e o clientelismo. As 
eleições para os cargos executivos são mais valorizadas que para os legislativos, o que leva a 
práticas populistas, de salvacionismo e de favor. A fragilidade ideológica e programática dos 
partidos leva à crença na sua indiferença e oportunismo, o que é confirmado pelas pesquisas 
de opinião. Da mesma forma, nos os cargos de magistrados, para análise de Rousseau 
(199126 apud SILVA, 2008, p. 16-17), o tribunato não poderia constituir um corpo 
permanente, para prevenir abusos e usurpação de poder, pois que um magistrado, 
novamente reinstalado, assim não parte em absoluto do poder de que dispunha um seu 
predecessor, mas daquele que a Lei lhe dá. 
No caso de uma lei benéfica, que atende aos interesses sociais e aos princípios 
constitucionais, deveria o Ministério Público ter a prerrogativa, similarmente aos tribunos da 
plebe, de convocar plebiscitos. Conforme Silva (2008, p. 18), muitas ações populares não se 
concretizam, pois, as leis podem ser vetadas pelo Poder Executivo e, ainda, dificilmente o 
 
24
 SILVA, J. A. Aplicabilidade das normas constitucionais. 3ª ed. São Paulo: Malheiros, 1998. 
25
 BENEVIDES, Maria Victoria de Mesquita. Cidadania e democracia. Lua Nova, Revista de Cultura e Política, 
n. 32, p. 5-16, 1994. 
26
 ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do Contrato Social; Ensaio sobre a origem das línguas; Discurso sobre a origem 
e os fundamentos da desigualdade entre os homens. 5. ed. Trad. Lourdes Santos Machado. São Paulo: Nova 
Cultural, 1991. 
14 
 
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João Gerdau de Borja. Porto Alegre: UFRGS, 2014 
Congresso Nacional derruba tal veto, pois o Governo controla boa parte do Poder 
Legislativo. 
Se os Ministros do Supremo Tribunal Federal não são eleitos e podem declarar uma lei 
inconstitucional, não haveria porque não poder o Procurador-Geral da República convocar 
plebiscito para apreciar a constitucionalidade de uma lei, mesmo sem ser eleito. No 
momento, o Ministério Público apenas recomenda a correção de irregularidades. Se não for 
atendido, tem que ir ao judiciário para impedir sua ocorrência. Melhor seria, então, que o 
membro do Ministério Público tivesse o poder de paralisar,sem necessidade de recorrer ao 
judiciário, atos manifestamente ilegais de autoridades públicas, que violem a ordem jurídica, 
o regime democrático ou os direitos fundamentais dos cidadãos (SILVA, 2008, p. 19). 
9 CONCLUSÃO 
Conforme Benevides (199427 apud SILVA, 2008, p. 3), em nossa democracia atual há 
representação do poder diante do povo e não a representação do povo diante do poder. 
Nesse sentido, afasta-se da ideia de democracia com soberania popular. 
Não se pode, pois, conceber um Estado Democrático de Direito sem uma instituição 
fortalecida, que possa realizar tal função e opor-se contra forças negativas da sociedade, 
neutralizando o poder econômico, quando contrário ou nocivo aos interesses sociais, e 
combatendo os mecanismos de repressão, quando espúrios ou violentadores dos direitos 
humanos. As sociedades pluralistas e abertas, bem como os governos representativos 
legitimados pela vontade do povo, não podem prescindir do fortalecimento do Ministério 
Público, a fim de que ele seja o mais poderoso instrumento da efetiva promoção da justiça 
social, visando ao bem comum (JATAHY, 2006, p. 104). 
Quanto à Defensoria Pública, Netto (2013, p. 49) constata que seu papel institucional 
consagra a promoção e defesa dos direitos humanos de segunda geração, posto que 
visceralmente ligado à esfera social do Estado, buscando a efetiva igualdade material aos 
 
27
 BENEVIDES, Maria Victoria de Mesquita. Cidadania e democracia. Lua Nova, Revista de Cultura e Política, 
n. 32, p. 5-16, 1994. 
 
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Análise Histórica das Instituições Promotoras de Justiça: Sustentáculo da Atual Conjuntura Brasileira 
15 
cidadãos no que tange ao âmbito jurídico estatal, revelando ser a República Federativa do 
Brasil um Estado Democrático e Social de Direito. Acrescenta Lobo (2013, p. 242), que no 
Estado Social, encontra-se um campo propício ao surgimento e desenvolvimento das 
Defensorias Públicas. Pode-se dizer que o próprio sucesso desse modelo social depende, em 
larga escala, da existência de instituições voltadas à tutela de direitos civis, políticos, sociais, 
econômicos e culturais, sendo as Defensorias Públicas a locomotiva dessa estrutura. 
O acesso à justiça não se confunde com o acesso ao judiciário. Conforme Pontes de Miranda 
(196728 apud DIONÍSIO, 2013, p. 330), a assistência judiciária envolveria os recursos e os 
instrumentos necessários para o acesso aos órgãos jurisdicionais mediante o beneficio da 
“justiça gratuita”. Mas ainda assim, a “assistência jurídica” é bem mais ampla, aliás, como 
convenientemente preconizado na Carta Magna brasileira. O acesso à justiça pressupõe a 
capacidade e oportunidade de realização de um direito, primordialmente dos direitos 
humanos, assim considerados direitos civis, políticos e sociais, configuração leal e verdadeira 
da cidadania. 
Conforme Silva (2008, p. 5), o Ministério Público muda de função ao transitar da sociedade 
política para a sociedade civil. Ou seja, desvincula-se do aparelho coercitivo do Estado para 
integrar a representação dos valores e interesses dos sujeitos políticos coletivos que buscam 
a hegemonia democrática. Então, estas instituições se dão como instrumentos de promoção 
de justiça social, em prol dos interesses da sociedade e da democracia, com o objetivo de 
fazer prevalecer o interesse público em qualquer decisão ou medida governamental que for 
adotada. 
Apesar de todos os esforços empenhados para aprimoramento das instituições de defesa da 
dignidade humana, ainda hoje, em tempos democráticos e estáveis, está presente ainda 
muita injustiça social. Cabe, acima de tudo, à vontade política aliada aos segmentos sociais 
para colocar em prática os ajustes necessários. 
 
 
28
 MIRANDA, Pontes de. Comentários à Constituição de 1967. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1974. 
16 
 
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João Gerdau de Borja. Porto Alegre: UFRGS, 2014 
REFERÊNCIAS 
BORGES, F. D. A legitimidade da defensoria pública para o mandado de segurança. 
Defensoria Pública, Assessoria Jurídica Popular e Movimentos Sociais e Populares. Dedo de 
Moças Editora, Edição 1, 2013. 
DIONÍSIO, P. F. A defensoria pública como instrumento viabilizador ao acesso à justiça. 
Defensoria Pública, Assessoria Jurídica Popular e Movimentos Sociais e Populares. Dedo de 
Moças Editora, Edição 1, 2013. 
GIORDANI, M. C. Iniciação ao Direito Romano. Editora Lumen Juris ltda. 1996. 
JATAHY, C. R. C. O Ministério Público e o Estado Democrático de Direito: perspectivas 
constitucionais contemporâneas de atuação em defesa da sociedade. Dissertação de 
Mestrado em Direito. Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, 2006. 
LOBO, J. C. M. A atuação do defensor público à luz da administração gerencial pública 
do século XXI. Defensoria Pública, Assessoria Jurídica Popular e Movimentos Sociais e 
Populares. Dedo de Moças Editora, Edição 1, 2013. 
MORAIS, R. R. F. O ministério Público e a defesa dos interesses individuais homegêneos. 
Monografia de Bacharelado em Direito, Faculdades Integradas Antônio Eufrásio de Toledo, 
Presidente Prudente, 2005. 
NASSIF, G. C. Ombudsman: alguns apontamentos históricos e filosóficos. Revista 
eletrônica de direito do centro universitário Newton Paiva 1/2013 - nº 20. 
NETTO, A. D. T. A Defensoria Pública como ator coletivo global. Defensoria Pública, 
Assessoria Jurídica Popular e Movimentos Sociais e Populares. Dedo de Moças Editora, 
Edição 1, 2013. 
RIVA, L. C. União estável sob a perspectiva do parentesco por afinidade. Tese de 
Doutorado, USP, São Paulo, 2012. 
SILVA, A. A. E. O Ministério Público como o novo tribunato. Jus Navigandi, Teresina, 
ano 13, n. 1961, 13 nov. 2008. 
SILVA, C. B. F. Defensor do povo: contribuições do modelo peruano e do instituto romano 
do tribunato da plebe. Direito, Estado e Sociedade, n.30, p 146-155, jan/jun 2007. 
SILVA, J. A. O sistema representativo e a democracia semi-direta: democracia participativa. 
In: Concha Cantú, Hugo A. (coord.). Sistema Representativo y Democracia Semidirecta – 
Memoria del VII Congreso Iberoamericano de Derecho Constitucional. México: Unam, 
2002. 
 
	SUMÁRIO
	1 INTRODUÇÃO
	2 REPÚBLICA ROMANA
	3 EVOLUÇÃO DA MAGISTRATURA ROMANA
	4 TRBUNATO ROMANO
	4.1 PLEBISCITO
	4.2 DEFESA DA DIGNIDADE HUMANA
	5 DEFENSOR CIVITATIS
	6 MINISTÉRIO PÚBLICO
	6.1 MINISTÉRIO PÚBLICO NO BRASIL
	6.2 AUSÊNCIA DE VÍNCULO AOS DEMAIS PODERES
	7 DEFENSORIA PÚBLICA
	8 COMPARAÇÃO DAS FUNÇÕES DE CADA INSTITUIÇÃO
	8.1 QUARTO PODER
	8.2 REFORMAS NECESSÁRIAS
	9 CONCLUSÃO
	REFERÊNCIAS

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