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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DA ZONA OESTE ELEMENTOS DE MINERALOGIA E PETROLOGIA (TEC9008) Profa. Roberta Gaidzinski Propriedades físicas dos minerais ➔ Resultado direto de sua composição química e de suas características estruturais. ➔ Identificação rápida dos minerais: ● Pela visualização. ● Mediante ensaios simples. ● Hábito. ● Ruptura: partição, clivagem e fratura. ● Dureza. ● Tenacidade Propriedades físicas dos minerais Hábito • Aparência externa de um mineral. Forma com a qual ele aparece frequentemente na natureza. Depende de: ➔ Arranjo interno ordenado, ➔ Condições de cristalização. Descrição do hábito: ➔ Prismático: constituídos por prismas. ➔ Cúbico, octaédrico, dodecaédrico, romboédrico. ➔ Micáceo: cristais tabulares ou lamelares formados por placas finas. Hábito • Hábito prismático ● Hábito micáceo Hábito • Hábito cúbico - pirita Ruptura ●Tendência a se romper quando submetido a um esforço externo. Direção de ruptura: ➔ Força de ligação menor, ➔ Menor densidade de ligações (número de ligações por unidade de volume), ➔ Defeitos estruturais, ➔ Maior espaçamento interplanar. Clivagem ● Tendência a romper ao longo de planos cristalográficos definidos (ligações mais fracas). ● Planos cristalográficos preferenciais: planos de clivagem ● Direção de clivagem: inúmeros planos de clivagem ao longo daquela direção. ● Clivagem consistente com a simetria do cristal. Clivagem ● Propriedade vetorial (ou direcional). ● Qualquer plano paralelo através do cristal: plano de clivagem potencial. ● Nem todos os minerais apresentam. ● Poucos a exibem em grau notável: critério diagnóstico decisivo. Clivagem da grafita: predominante em placas, pois dentro das placas existe uma ligação forte (covalente), mas entre as placas há forças de van der waals, dando origem a clivagem. ➔ Excelente: superfícies completamente planas que se separam com leves pressões. ➔ Exemplo: clivagem basal das micas. Qualidade da Clivagem Qualidade da Clivagem ➔ Clivagem boa: superfícies escalonadas com algumas fraturas, de difícil separação. ➔ Ex: feldspatos. Qualidade da Clivagem ➔ Clivagem regular: superfícies planas escalonadas com fraturas. Ex: arsenopirita. ➔ Clivagem ruim: praticamente não há superfícies lisas. Ex: berilo. Clivagem ● Orientação: forma cristalina. ● Direção cristalográfica: indicada pelo nome da forma a qual a clivagem é paralela (isométrica, romboédrica etc.) Clivagem octaédrica clivagem romboédrica Fluorita calcita Partição ➔ Associada a planos cristalográficos. ➔ Presença de planos de geminação no cristal. ➔ Resposta a aplicação de pressão. Planos de partição: esforço de forma orientada. Geminação: propriedade de certos minerais aparecerem intercrescidos de maneira irregular. ➔ Muitas vezes é difícil distinguir, por simples observação macroscópica, a partição da clivagem. Cristais geminados Fratura ➔ Maneira pela qual um mineral se rompe (exceto ao longo de superfícies de clivagem ou partição). ➔ Ocorre quando as forças das ligações químicas são praticamente iguais em todas as direções. ➔ O rompimento não ocorre ao longo de nenhuma direção cristalográfica definida: planos de fratura. ➔ Minerais apresentam estilos de fraturas característicos (pode auxiliar na sua identificação). Tipos de Fratura ● Fibrosa: rompe formando estilhaços ou fibras. ● Ex: Paládio. Tipos de Fratura ● Conchoidal: superfícies lisas, curvas, semelhantes à superfície interna de uma concha. ● Ex: vidro e quartzo. Tipos de Fratura ● Serrilhada: superfície denteada, irregular, com bordas cortantes. ● Ex: cobre. Tipos de Fratura Irregular: quando o mineral se rompe formando superfícies rugosas e irregulares. Ex: pirita. Dureza ➔ Propriedade mecânica relacionada à resistência que um material, quando pressionado por outro material ou por marcadores padronizados, apresenta ao risco ou à formação de uma marca permanente. ➔ Reação da estrutura cristalina à aplicação de esforço sem ruptura. Depende diretamente de: ● Forças de ligação entre os átomos, íons ou moléculas, ● Estado do material (processo de fabricação, tratamento térmico, etc.) Estimativa qualitativa da Dureza ● Escala de dureza de Mohs: resistência que uma superfície lisa do mineral apresenta a ser “arranhada” (sulcada) por outro material. ● Série de 10 minerais para servir como escala: comparar a dureza do mineral desconhecido com os valores de dureza desta escala. 1. Talco 2. Gipsita 3. Calcita 4. Fluorita 5. Apatita 6. Ortoclásio 7. Quartzo 8. Topázio 9. Corindon 10. Diamante Estimativa qualitativa da Dureza Dureza ➔ Exemplo: TALCO – estrutura constituída por placas fracamente unidas (pressão dos dedos faz com que elas deslizem). ➔ Exemplo: DIAMANTE – átomos de carbono fortemente ligados (nenhum mineral produz sulco nele). Dureza Exemplos de materiais que servem também como escala: unha – pouco mais de 2 moeda de cobre – aproximadamente 3 aço do canivete – pouco mais de 5 vidro a vidraça – 5½ Fatores que afetam a Dureza 1) Tipos de ligações químicas Entre as espécies minerais, a estrutura cristalina apresenta tipos de ligações químicas diferentes ou com forças de ligação diferentes. Ex: força de ligação Si – O. Fatores que afetam a Dureza 2) Raio iônico e carga dos íons ➔ Forças eletrostáticas são proporcionais ao inverso do quadrado da distância do cátion. ➔ Em minerais iso-estruturais, quanto maior a distância interiônica e menores as cargas dos íons, mais fraca a ligação: menor a dureza. ➔ Polimorfos de alta/baixa pressão: Polimorfos de alta pressão: mais íons por unidade de volume e distâncias interiônicas menores. Fatores que afetam a Dureza A força global de uma estrutura cristalina é dada por uma combinação dos diferentes tipos de ligação química presentes, mas a dureza desta mesma estrutura é uma expressão da sua ligação mais fraca. Tenacidade Resistência que o mineral oferece a ser quebrado, esmagado, dobrado ou rasgado. Medida da coesão de um mineral: natureza e intensidade das forças de ligação entre as partículas constituintes. Não guarda necessariamente relação com a dureza. Ex: Diamante tem dureza elevada, e tenacidade baixa (quebra facilmente quando submetido a um impacto). Tenacidade ➔ Quebradiço: o mineral se rompe ou é pulverizado com facilidade. Ex: bauxita. Tenacidade ➔ Maleável: pode ser amassado e reduzido a uma folha, por aplicação de impacto. Ex: ouro, prata e cobre. Tenacidade ➔ Séctil: pode ser cortado em lâminas. Ex: gipsita. Tenacidade ➔ Dúctil: estirado para formar fios sem romper sob tração. ➔ Flexível: minerais se deformam de forma permanente, não retornando ao formato original quando cessa a deformação. Ex.: talco, vermiculita. ➔ Elástico: minerais que após a deformação, retornam ao formato original. Ex.: micas. Tenacidade e ligação química ➔ Ductibilidade, sectibilidade e maleabilidade: ● Materiais constituídos por ligações metálicas (nuvem de elétrons de alta mobilidade). ● Quando é aplicado um esforço externo, os cátions podem mover-se relativamente uns aos outros sem originar forças eletrostáticas repulsivas (sem perder coesão). Tenacidade e ligação química ➔ Flexibilidade: minerais com estruturas em folha. ● As folhas são unidas por forças de van der waals ou pontes de hidrogênio. Quando submetida a um esforço externo, a estrutura desliza ao longodestas ligações mais fracas. ● Elasticidade: minerais com estruturas em folha. As camadas da estrutura são mantidas unidas por ligações iônicas (íon potássio): mais fortes do que as forças de van der waals.
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