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INSTALACOES PREDIAIS DE AGUA FRIA - PARTE I

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INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA – PARTE I 
 
1) PARTES CONSTITUINTES DE UMA INSTALAÇÃO PREDIAL DE ÁGUA FRIA 
 
 Antes de se enumerar as diversas partes constituintes de uma instalação 
de água fria, apresenta-se a seguir algumas definições extraídas da NBR 5626 (1), 
que são necessárias à compreensão dos textos que se seguem. 
 
 Definições 
 
 De acordo com a Norma são adotadas definições de 1.1 a 1.49. 
1.1. Alimentador predial 
 Tubulação que liga a fonte de abastecimento a um reservatório de água de 
uso doméstico. 
1.2. Aparelho sanitário 
 Aparelho destinado ao uso de água para fins higiênicos ou para receber 
dejetos e/ou águas servidas. Inclui-se nesta definição aparelhos como bacias 
sanitárias, lavatórios, pias e outros, e, também, lavadoras de roupa e pratos, 
banheiras de hidromassagem, etc. 
1.3. Automático de bóia 
 Dispositivo instalado no interior de um reservatório para permitir o 
funcionamento automático da instalação elevatória entre seus níveis operacionais 
e extremos. 
1.4. Barrilete 
 Conjunto de tubulações que se origina no reservatório e do qual se derivam 
as colunas de distribuição, quando o tipo de abastecimento adotado é indireto. 
1.5. Caixa de descarga 
 Dispositivo colocado acima, acoplado ou integrado às bacias sanitárias ou 
mictórios, destinados a reservação de água para suas limpezas. 
1.6. Caixa ou válvula redutora de pressão 
 Caixa destinada a reduzir a pressão nas colunas de distribuição. 
1.7. Coluna de distribuição 
 Tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar ramais 
1.8. Conjunto elevatório 
 Sistema para elevação de água. 
1.9. Consumo diário 
 Valor médio de água consumida num período de 24 horas em decorrência 
de todos os usos do edifício no período. 
2 
 
1.10. Dispositivo antivibratório 
 Dispositivo instalado em conjuntos elevatórios para reduzir vibrações e 
ruídos e evitar sua transmissão. 
1.11. Extravasor 
 Tubulação destinada a escoar os eventuais excessos de água dos 
reservatórios e das caixas de descarga. 
1.12. Inspeção 
 Qualquer meio de acesso aos reservatórios, equipamentos e tubulações. 
1.13. Instalação elevatória 
 Conjunto de tubulações, equipamentos e dispositivos destinados a elevar a 
água para o reservatório de distribuição. 
1.14. Instalação hidropneumática 
 Conjunto de tubulações, equipamentos, instalações elevatórias, 
reservatórios hidropneumáticos e dispositivos destinados a manter sob pressão a 
rede de distribuição predial. 
1.15. Instalação predial de água fria 
 Conjunto de tubulações, equipamentos, reservatórios e dispositivos, 
existentes a partir do ramal predial, destinado ao abastecimento dos pontos de 
utilização de água do prédio, em quantidade suficiente, mantendo a qualidade da 
água fornecida pelo sistema de abastecimento. 
1.16. Interconexão 
 Ligação, permanente ou eventual, que torna possível a comunicação entre 
dois sistemas de abastecimento. 
1.17. Ligação de aparelho sanitário 
 Tubulação compreendida entre o ponto de utilização e o dispositivo de 
entrada de água no aparelho sanitário. 
1.18. Nível operacional 
 Nível atingido pela água no interior da caixa de descarga, quando o 
dispositivo da torneira de bóia se apresenta na posição fechada e em repouso. 
1.19. Nível de transbordamento 
 Nível do plano horizontal que passa pela borda de reservatório, aparelho 
sanitário ou outro componente. No caso de haver extravasor associado ao 
componente, o nível é aquele do plano horizontal que passa pelo nível inferior do 
extravasor. 
1.20. Quebrador de vácuo 
 Dispositivo destinado a evitar o refluxo por sucção da água nas tubulações. 
3 
 
1.21. Peça de utilização 
 Dispositivo ligado a um sub-ramal para permitir a utilização da água e, em 
alguns casos, permite também o ajuste da sua vazão. 
1.22. Ponto de utilização (da água) 
 Extremidade de jusante do sub-ramal a partir de onde a água fria passa a 
ser considerada água servida. 
1.23. Pressão de serviço 
 Pressão máxima a que se pode submeter um tubo, conexão, válvula, 
registro ou outro dispositivo, quando em uso normal. 
1.24. Pressão total de fechamento 
 Valor máximo de pressão atingido pela água na seção logo à montante de 
uma peça de utilização em seguida a seu fechamento, equivalendo a soma da 
sobrepressão de fechamento com a pressão estática na seção considerada. 
1.25. Ramal 
 Tubulação derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os 
sub-ramais. 
1.26. Ramal predial 
 Tubulação compreendida entre a rede pública de abastecimento e a 
instalação predial. O limite entre o ramal predial e o alimentador predial deve ser 
definido pelo regulamento da Cia. Concessionária de Água local. 
1.27. Rede predial de distribuição 
 Conjunto de tubulações constituído de barriletes, colunas de distribuição, 
ramais e sub-ramais, ou de alguns destes elementos, destinado a levar água aos 
pontos de utilização. 
1.28. Refluxo de água 
 Retorno eventual e não previsto de fluidos, misturas ou substâncias para o 
sistema de distribuição predial de água. 
1.29. Registro de fechamento 
 Componente instalado em uma tubulação para permitir a interrupção da 
passagem de água. Deve ser usado totalmente fechado ou totalmente aberto. 
Geralmente emprega-se registros de gaveta ou esfera. 
1.30. Registro de utilização 
 Componente instalado na tubulação e destinado a controlar a vazão da 
água utilizada. Geralmente empregam-se registros de pressão ou válvula-globo 
em sub-ramais. 
1.31. Regulador de vazão 
 Aparelho intercalado numa tubulação para manter constante sua vazão, 
qualquer que seja a pressão a montante. 
4 
 
1.32. Reservatório hidropneumático 
 Reservatório para ar e água destinado a manter sob pressão a rede de 
distribuição predial. 
1.33. Reservatório inferior 
 Reservatório intercalado entre o alimentador predial e a instalação 
elevatória, destinada a reservar água e a funcionar como poço de sucção da 
instalação elevatória. 
1.34. Reservatório superior 
 Reservatório ligado ao alimentador predial ou a tubulação de recalque, 
destinado a alimentar a rede predial ou a tubulação de recalque, destinado a 
alimentar a rede predial de distribuição. 
1.35. Retrossifonagem 
 Refluxo de água usada, proveniente de um reservatório, aparelho sanitário 
ou qualquer outro recipiente, para o interior de uma tubulação, em decorrência de 
pressões inferiores à atmosférica. 
1.36. Sistema de abastecimento 
 Rede pública ou qualquer sistema particular de água que abasteça a 
instalação predial. 
1.37. Sub-ramal 
 Tubulação que liga o ramal à peça de utilização ou à ligação do aparelho 
sanitário. 
1.38. Torneira de bóia 
 Válvula com bóia destinada a interromper a entrada de água nos 
reservatórios e caixas de descarga quando se atinge o nível operacional máximo 
previsto. 
1.39. Trecho 
 Comprimento de tubulação entre duas derivações ou entre uma derivação 
e a última conexão da coluna de distribuição. 
1.40. Tubo de descarga 
 Tubo que liga a válvula ou caixa de descarga à bacia sanitária ou mictório. 
1.41. Tubo ventilador 
 Tubulação destinada a entrada de ar em tubulações para evitar 
subpressões nesses condutos. 
1.42. Tubulação de limpeza 
 Tubulação destinada ao esvaziamento do reservatório para permitir a sua 
manutenção e limpeza. 
5 
 
1.43. Tubulação de recalque 
 Tubulação compreendida entre o orifício de saída da bomba e o ponto de 
descarga no reservatório de distribuição. 
1.44. Tubulação de sucção 
 Tubulação compreendida entre o ponto de tomada no reservatório inferior e 
o orifício de entrada da bomba. 
1.45. Válvula de descarga 
 Válvula de acionamento manual ou automático, instalada no sub-ramal de 
alimentação de bacias sanitárias ou de mictórios, destinada a permitir a utilização 
da água para suas limpezas. 
1.46. Válvula deescoamento unidirecional 
 Válvula que permite o escoamento em uma única direção. 
1.47. Válvula redutora de pressão 
 Válvula que mantém a jusante uma pressão estabelecida, qualquer que 
seja a pressão dinâmica a montante. 
1.48. Vazão de regime 
 Vazão obtida em uma peça de utilização quando instalada e regulada para 
as condições normais de operação. 
1.49. Volume de descarga 
 Volume que uma válvula ou caixa de descarga deve fornecer para 
promover a perfeita limpeza de uma bacia sanitária ou mictório. 
 A Figura 7 mostra as principais partes constituintes de uma 
instalação predial de água fria e apresenta também a nomenclatura e terminologia 
correspondentes. 
 As Figuras 8 e 9 mostram, respectivamente, a planta baixa, 
isométrica e corte de uma instalação de água fria no interior de um compartimento 
sanitário. A título de ilustração foi inserido junto à Figura 9, um quadro (ver Tabela 
1) relacionando as peças e suas quantidades, o qual deve fazer parte integrante 
desses isométricos num projeto deste tipo. 
 
6 
 
 
Figura 1 – Partes constituintes de uma instalação predial 
 
7 
 
 
Figura 2- Planta baixa de um banheiro. 
 
Figura 3- Isométrico do banheiro 
 
 
 
 
8 
 
Tabela 1 - Lista de Peças 
No DESCRIÇÃO Quantidade 
1 
2 
3 
4 
5 
6 
7 
8 
9 
Tê de redução 90o soldável 50 x 25 mm 
Adaptador soldável curto com bolsa e rosca para registro 25 x ¾” 
Joelho 90o soldável 25 mm 
Tê 90o soldável 25 mm 
Tê 90o soldável 25 mm 
Adaptador soldável curto com bolsa e rosca para registro 25 mm x ¾ 
Tê 90o soldável 25 mm 
Luva soldável e com rosca 25 mm x ¾” 
Joelho 90o soldável 25 mm 
1 
2 
1 
1 
1 
1 
1 
1 
1 
10 
 
11 
12 
Joelho 90o soldável e com bucha de latão e reforço com anel de ferro 
zincado 25 mm x ¾” 
Joelho de redução 90o soldável e com bucha de latão 25 mm x ½” 
Joelho de redução 90o soldável e com bucha de latão 25 mm x ½” 
 
2 
2 
2 
13 
14 
Registro de gaveta ¾” 
Registro de pressão para chuveiro ¾” 
1 
1 
 
2) ESTIMATIVA DO CONSUMO DIÁRIO (CD) 
 
O valor médio previsto para utilização num edifício em 24 horas. É utilizado no 
ramal predial, hidrômetro, ramal de alimentação, instalação de recalque e 
reservatórios. 
 
CÁLCULO DA ESTIMATIVA: CD = P x q 
 
Onde: CD = consumo médio diário, L/dia 
 P = população, hab 
 q = Consumo per capita (consumo médio diário unitário), L/hab/dia 
 
As Tabelas a seguir fornecem dados que possibilitam a estimativa do consumo 
diário de qualquer tipo de edificação. 
 
 
9 
 
 
 
3) RAMAL PREDIAL 
Ramal predial é a ligação do domicílio à rede de distribuição, o qual é 
ligado a um medidor de vazão onde finalmente se dá início as instalações prediais 
de água, como ilustrado na Figura 1 
 
Fugura 1. Esquema da ligação predial. 
 
COLAR DE TOMADA
TUBO PEAD 12,5m
KIT CAVALETE
DE PVC RÍGIDO 
COM TRAVAS
JOELHO DE 90 
COM ROSCA
REDE DE 
DISTRIBUIÇÃO
ADAPTADOR PARA PEAD
JOELHO DE 90 
COM ROSCA
REGISTRO
HIDRÔMETRO
TORNEIRA DE 
JARDIM
TUBO PVC 12,5mm
10 
 
O dimensionamento do ramal predial é feito do consumo médio diário do 
imóvel e da pressão disponível na rede. Normalmente eles são dimensionados 
pelas companhias concessionárias, mas podem ser facilmente dimensionados a 
partir de: 
- Pressão mínima disponível na rede 
- Cota do ponto de alimentação do reservatório inferior, em relação a rede pública, 
- Consumo médio estimado para o prédio. 
4) RESERVAÇÃO 
 
Os reservatórios domiciliares têm sido, comumente utilizados para compensar a 
falta de água na rede pública, resultante de falhas no funcionamento do sistema 
de abastecimento ou de programação da distribuição. É evidente que se o 
fornecimento de água fosse constante e adequado, não haveria a necessidade do 
uso desses dispositivos. 
A NBR 5626 (1) recomenda que a reservação total a ser acumulada nos 
reservatórios inferiores e superiores não deve ser inferior ao consumo diário e não 
deve ultrapassar a três vezes o mesmo. 
A função do reservatório inferior é armazenar uma parte da água destinada ao 
abastecimento e deve existir quando: 
• O reservatório superior não puder ser abastecido diretamente pelo ramal 
alimentador. 
• O volume total a ser armazenado no reservatório superior for muito grande 
(principalmente em prédios de apartamentos). 
 
 O reservatório superior deve ter capacidade adequada para atuar 
como regulador de distribuição e é alimentado por uma instalação elevatória ou 
diretamente pelo alimentador predial. A vazão de dimensionamento da instalação 
elevatória e a vazão de dimensionamento do barrilete e colunas de distribuição 
são aquelas que devem ser consideradas no dimensionamento do reservatório 
superior. 
 Os reservatórios devem ser construídos com materiais de qualidade 
comprovada e estanque. Os materiais empregados na sua construção e 
impermeabilização não devem transmitir à água, substâncias que possam poluí-
la. Devem ser construídos de tal forma que não possam servir de pontos de 
drenagem de águas residuárias ou estagnadas em sua volta. A superfície superior 
externa deve ser impermeabilizada e dotada de declividade mínima de 1:100 no 
sentido das bordas. Devem ser providos de abertura convenientemente localizada 
que permita o fácil acesso ao seu interior para inspeção e limpeza, e dotados de 
rebordos com altura mínima de 0,05 m. Essa abertura deverá ser fechada com 
tampa que evite a entrada de insetos e outros animais e/ou de água externa. 
Para cada compartimento dos reservatórios (superior e inferior) são necessários 
instalar automáticos de bóia, comandados eletricamente, por chave de reversão. 
O sistema deverá ligar-se automaticamente quando houver água no reservatório 
inferior e o superior atingir o nível inferior de água e deverá desligar-se quando 
atingir o nível superior desejado ou o nível de água no reservatório inferior atingir 
um ponto muito baixo (10 cm antes da válvula de pé). 
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5) DIMENSIONAMENTO DA INSTALAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA PARA 
ABASTECIMENTO 
Sistema de Recalque: É o conjunto constituído pelas canalizações e pelos 
meios mecânicos de elevação. Suas partes principais são: 
a)Tubulação de Sucção 
b)Conjunto moto-bomba 
c)Tubulação de recalque. 
 
Uma instalação elevatória consiste no bombeamento de água de um 
reservatório inferior para um reservatório superior. 
 
Normas Gerais: O reservatório inferior deve ter uma área conveniente para 
serem alojados dois conjuntos moto-bomba.Cada conjunto motor-bomba deve ser 
independente, para funcionar separadamente. Entretanto a tubulação de recalque 
para o reservatório superior deverá ser única.Isto por que o reservatório já aloja 
vários canos evitando a possibilidade de vazamentos.O diâmetro dos canos de 
sucção deve ser maior que o diâmetro do cano de recalque. 
A queda d´água no reservatório superior é controlada por uma torneira de 
bóia, que desliga automaticamente o conjunto motor-bomba. 
Pela NBR 5626, a vazão de recalque deverá ser igual ou maior que 15% do 
consumo diário, ou seja o conjunto elevatório funcionará no máximo 6,66 horas 
por dia, dependendo do tipo de edifício. Recomenda-se adotar: 
4 horas de funcionamento para prédios de escritórios e comerciais. 
4 à 5 horas de funcionamento para prédios de apartamentos. 
6 horas de funcionamento para hospitais e hotéis. 
 
Sendo assim, no caso de um prédio residencial, a bomba funcionará 4,5 
horas por dia, e em cada hora ela elevará 22,22% do Cd, em 4,5 horas ela terá 
elevado os 100% do Cd, necessário para o consumo do dia. 
As instalações elevatórias devem possuir no mínimo duas moto-bombas 
independentes para garantir o abastecimento de água no caso de falha de uma 
das unidades. 
 
6) DIMENSIONAMENTO DO CONJUNTOELEVATÓRIO 
 
• Volume de consumo diário do edifício (m3) 
 
Onde: 
Cd=Consumo diário em m3 
Pop=População 
q=vazão per capita (l.hab/dia) 
 
• Vazão de Recalque ou vazão a ser bombeada: 
 
Onde: 
 Cd =consumo diário em m3 e 
 T = tempo de funcionamento em horas, segundo a NBR 
5626 varia de 4 a 6 horas, dependendo do tipo de edifício. 
 
12 
 
• Diâmetro da Tubulação de Sucção e Recalque 
 
o Tubulação de Recalque (Dr) 
• Critério de dimensionamento: custo total (instalação e manutenção) 
mínimo 
• Fórmula de ForchHeimer-Bresse 
 
Onde: 
Dr → diâmetro de recalque em metros 
k → coeficiente de Bresse (varia entre 0,75 e 1,40).Normalmente no Brasil adota-
se K=1,30. 
X → N/24, onde N= nº de horas de funcionamento da bomba por dia. 
Qr → Vazão de recalque ou bombeamento m3/s. 
 
• Tubulação de Sucção (Ds) 
Determinado o Dr, adotamos o Ds imediatamente superior a Dr. 
Ds ≥ Dr 
 
• Altura Geométrica (Hg): 
Denomina-se altura geométrica (Hg) ou estática, a altura de elevação ou desnível 
entre os reservatórios inferior (nível mínimo) e o reservatório superior (nível 
máximo). A altura geométrica de elevação pode ser dividida em duas parcelas: 
altura estática de sucção (Hs) e altura estática de recalque(Hr). 
 
Hg= Hgs + Hgr 
 
Hgs= Distância vertical do nível de água no reservatório inferior (10 cm acima da 
válvula de pé) ao eixo da bomba (entrada de água). 
Hgr=Distância vertical do eixo da bomba ao ponto de descarga do recalque. 
 
A altura geométrica pode ser calculada da seguinte forma: 
Hg = altura do reservatório inferior + altura do pé esquerdo x Nº de pavimentos 
+ espaço para o barrilete + altura do reservatório superior. 
 
• Altura Manométrica (Hm): 
É a altura a ser vencida quando o sistema está em operação. Isto é, a soma da 
altura geométrica + perdas de carga totais na sucção + perdas de carga totais no 
recalque. 
Hm= Hg+∆hs +∆hr 
Hg= hgs + hgr 
∆hs= Js. (LRs +LEs) 
∆hr=Jr.(LRr+LEr) 
Onde: 
Hg= Altura geométrica 
Hgs=Altura de Sucção 
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Hgr=Altura de Recalque 
∆hs=Perda de carga total na Sucção 
Js=Perda de carga unitária na sucção (ábaco de FAIR WHIPPLE-HSIO) 
LRs=Comprimento real da tubulação de sucção 
LEs=Comprimento equivalente ou localizada na sucção 
∆hr=Perda de carga total no recalque 
Jr= perda de carga unitária no recalque (ábaco de FAIR WHIPPLE-HSIO) 
LRr= Comprimento real da tubulação de recalque 
Ler= Comprimento equivalente ou localizada no recalque 
 
 
 
 
• Potência do conjunto elevatório (Ncv): 
 A potência necessária para vencer o desnível (Hg) mais as resistências 
(∆hs+∆hr) transportando uma vazão (Q) do reservatório inferior para o 
reservatório superior é calculada pela expressão: 
 
 
Onde: 
P= Potência do conjunto moto-bomba, em cavalo vapor (cv) 
=Peso específico do fluido bombeado ( para a água= 1.000kg/m3) 
Qr =Vazão de bombeamento do sistema em m3/s 
Hm =Altura Manométrica em metros 
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η= rendimento global do conjunto moto-bomba (adotado para cálculo 
η=65%=0,65) 
 
RESUMO – SISTEMA DE RECALQUE 
 
Altura manométrica a bomba precisa vencer não só a altura geométrica mas 
também as perdas de carga ( distribuídas e localizadas). 
 
DETALHES 
 
1. ALTURA DE SUCÇÃO (AS) - Desnível geométrico (altura em metros), entre o 
nível dinâmico da captação e o bocal de sucção da bomba. 
2. ALTURA DE RECALQUE (AR) - Desnível geométrico (altura em metros), entre 
o bocal de sucção da bomba e o ponto de maior elevação do fluído até o destino 
final da instalação (reservatório, etc.). 
3. ALTURA MANOMÉTRICA TOTAL (AMT) - Altura total exigida pelo sistema, a 
qual a bomba deverá ceder energia suficiente ao fluído para vencê-la. Leva-se em 
consideração os desníveis geométricos de sucção e recalque e as perdas de 
carga por atrito em conexões e tubulações. 
AMT = Altura Sucção + Altura Recalque + Perdas de Carga Totais ( *) 
( *) Perdas em Tubulações/Conexões e Acessórios 
 
4. PERDA DE CARGA NAS TUBULAÇÕES - Atrito exercido na parede interna 
do tubo quando da passagem do fluído pelo seu interior. É mensurada obtendo-
se, através de coeficientes, um valor percentual sobre o comprimento total da 
tubulação, em função do diâmetro interno da tubulação e da vazão desejada. As 
perdas de carga classificam-se em: 
CONTÍNUAS: Causadas pelo movimento da água ao longo da tubulação. É 
uniforme em qualquer trecho da tubulação (desde que de mesmo diâmetro), 
independente da posição do mesmo. (Tabelas 6 e 8); 
LOCALIZADAS: Causadas pelo movimento da água nas paredes internas e 
emendas das conexões e acessórios da instalação, sendo maiores quando 
localizadas nos pontos de mudança de direção do fluxo. Estas perdas não são 
uniformes, mesmo que as conexões e acessórios possuam o mesmo 
diâmetro.Atrito exercido na parede interna das conexões, registros, válvulas, 
dentre outros, quando da passagem do fluído. É mensurada obtendo-se, através 
de coeficientes, um comprimento equivalente em metros de tubulação, definido 
em função do diâmetro nominal e do material da conexão. 
1.1 FATORES QUE INFLUENCIAM NAS PERDAS DE CARGA: 
A. Natureza do fluído escoado (peso específico, viscosidade): Como as 
bombas Schneider são fabricadas basicamente para o bombeamento de água, 
cujo peso específico é de 1.000 Kgf/m3, não há necessidade de agregar-se 
fatores ao cálculo de perdas de carga, em se tratando desta aplicação; 
B. Material empregado na fabricação dos tubos e conexões (PVC, ferro) e 
tempo de uso: 
Comercialmente, os tubos e conexões mais utilizados são os de PVC e Ferro 
Galvanizado, cujas diferenças de fabricação e acabamento interno (rugosidade e 
área livre) são bem caracterizadas, razão pela qual apresentam coeficientes de 
perdas diferentes, conforme as Tabelas 6, 7, 8 e 9; 
15 
 
C. Diâmetro da tubulação: O diâmetro interno ou área livre de escoamento, é 
fundamental na escolha da canalização já que, quanto maior a vazão a ser 
bombeada, maior deverá ser o Ø interno da tubulação, afim de diminuir-se as 
velocidades e, consequentemente, as perdas de carga. 
D. Comprimento dos tubos e quantidade de conexões e acessórios: Quanto 
maior o comprimento e o nº de conexões, maior será a perda de carga 
proporcional do sistema. Portanto, o uso em excesso de conexões e acessórios 
causará maiores perdas, principalmente em tubulações não muito extensas; 
6. COMPRIMENTO DA TUBULAÇÃO DE SUCÇÃO - Extensão linear em metros 
de tubo utilizados na instalação, desde o injetor ou válvula de pé até o bocal de 
entrada da bomba. 
7. COMPRIMENTO DA TUBULAÇÃO DE RECALQUE - Extensão linear em 
metros de tubo utilizados na instalação, desde a saída da bomba até o ponto final 
da instalação. 
8. GOLPE DE ARÍETE - Impacto sobre todo o sistema hidráulico causado pelo 
retorno da água existente na tubulação de recalque, quando da parada da bomba. 
Este impacto, quando não amortecido por válvula(s) de retenção, danifica tubos, 
conexões e os componentes da bomba. 
14.CAVITAÇÃO - Fenômeno físico que ocorre em bombas centrífugas no 
momento em que o fluído succionado pela mesma tem sua pressão reduzida, 
atingindo valores iguais ou inferiores a sua pressão de vapor (líquido � vapor). 
Com isso, formam-se bolhas que são conduzidas pelo deslocamento do fluído até 
o rotor onde implodem ao atingirem novamente pressões elevadas (vapor � 
líquido). Este fenômeno ocorre no interior da bomba quando o NPSHd (sistema), é 
menor que o NPSHr (bomba). A cavitação causa ruídos, danos e queda no 
desempenho hidráulico das bombas. 
16.VÁLVULA DE PÉ OU DE FUNDO DE POÇO — Válvula de retenção colocada 
na 
extremidade inferior da tubulação de sucção para impedir que a água succionada 
retorne à fonte quando da parada do funcionamento da bomba, evitando que esta 
trabalhea seco (perda da escorva). 
17.CRIVO - Grade ou filtro de sucção, normalmente acoplado a válvula de pé, que 
impede a entrada de partículas de diâmetro superior ao seu espaçamento. 
18.VÁLVULA DE RETENÇÃO - Válvula de sentido único colocada na tubulação 
de recalque para evitar o golpe de aríete. Utilizar uma válvula de retenção a cada 
20 mca de AMT. 
19.PRESSÃO ATMOSFÉRICA - Peso da massa de ar que envolve a superfície 
da Terra até uma altura de ± 80 Km e que age sobre todos os corpos. Ao nível do 
mar, a pressão atmosférica é de 10,33 mca ou 1,033 Kgf/cm² (760 mm/Hg). 
20.REGISTRO - Dispositivo para controle da vazão de um sistema hidráulico. 
21.MANÔMETRO - Instrumento que mede a pressão relativa positiva do sistema. 
22.VAZÃO – Quantidade de fluído que a bomba deverá fornecer ao sistema. 
2. RENDIMENTO (η): O rendimento de uma bomba é a relação entre a energia 
oferecida pela máquina motriz (motor) e a absorvida pela máquina operatriz 
(bomba). Isto é evidenciado uma vez que o motor não transmite para o eixo toda 
a potência que gera, assim como a bomba, que necessita uma energia maior do 
que consome, devido as suas perdas passivas na parte interna. 
 
 
 
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