Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 LÓGICA Aula: 5 PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA 2015/ 2 ARGUMENTOS Estamos habituados a tirar conclusões partindo de informações recebidas e consideramos verdadeiras. Este processo é denominado inferência. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Argumentos Aquilo em que nos baseamos para fazer nossa inferência é traduzido em sentenças chamadas premissas. A sentença a que chegamos, isto é, a sentença que se afirma com base nas premissas é chamada conclusão. Assim, inferir é extrair uma conclusão de uma ou mais premissas. Quando há uma premissa só, a inferência é imediata. Quando há mais de uma premissa, a inferência é mediata. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Exemplo de inferência imediata P: Nenhum brasileiro é desonesto. C: Todos os brasileiros são honestos. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Exemplo de inferência mediata P1: Todos os atletas são saudáveis. P2: Pedro é atleta. C: Pedro é saudável. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Argumento Uma coleção de sentenças com a relação mencionada acima (premissas e conclusão) é chamada argumento. Assim sendo, um argumento deve ser visto como uma estrutura usada para expressar um raciocínio. Ele consiste de um conjunto ( não-vazio e finito) de enunciados(proposições) que se combinam na forma de premissas e conclusão. Sendo as premissas sentenças que são fornecidas como evidências para a conclusão, isto é, pretende-se que as premissas justifiquem ou garantam a conclusão. Os argumentos são tradicionalmente divididos em dois tipos: dedutivos e indutivos. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA 2 Argumentos indutivos Não envolvem a pretensão de que suas premissas proporcionem provas convincentes da verdade de sua conclusão; a conclusão é estabelecida como provavelmente verdadeira, mas não é necessariamente verdadeira. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Características São usados quando raciocinamos por analogia ou probabilidade. Destinam-se a ampliar o alcance de nossos conhecimentos. As premissas fornecem algumas provas, algumas evidências para a conclusão. A conclusão contém informação não presente, nem mesmo implicitamente nas premissas. Podem ser avaliados como “melhores” ou “piores” , segundo o grau de verossimilhança ou probabilidade que as pessoas confiram às respectivas conclusões. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Exemplos de Argumentos Indutivos P : 80% dos entrevistados vão votar no candidato X. C: 80% dos eleitores vão votar no candidato X. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Exemplos de Argumentos Indutivos P1 : Esta vacina funcionou bem em macacos. P2 : Esta vacina funcionou bem em ratos. C : Esta vacina funcionará bem em seres humanos. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Exemplos de Argumentos Indutivos P: Todos os cavalos até hoje observados tinham coração. C : Todos os cavalos têm coração. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Argumentos dedutivos Argumentos dedutivos destinam-se a tornar explícito o conteúdo das premissas. Embora todo argumento implique a pretensão de que suas premissas forneçam a prova da verdade de sua conclusão, somente um argumento dedutivo envolve a pretensão de que suas premissas forneçam uma prova conclusiva. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA 3 a) Exemplos de Argumentos Dedutivos P: Todo gato é mamífero. P: Miau é um gato. C: Logo, Miau é um mamífero. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA b) Exemplos de Argumentos Dedutivos P: Todo gato é mamífero. P: Lulu é um mamífero. C: Logo, Lulu é um gato. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Observação: Apesar das premissas de um argumento dedutivo servirem para provar ou fornecer evidências para a conclusão, elas não precisam na realidade fazer isso. Existem argumentos dedutivos válidos e argumentos dedutivos não válidos. O argumento do exemplo a) é um argumento válido. O exemplo da letra b) não é válido. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Argumento dedutivo Válido É impossível que, sendo verdadeiras suas premissas sua conclusão seja falsa. É impossível que, considerando-se as premissas verdadeiras, a conclusão não possa ser “imediatamente” deduzida dessas premissas. Um argumento é válido, se a verdade das premissas é incompatível com a falsidade da conclusão. Ou ainda, se for V o valor lógico da conclusão todas as vezes que as premissas tiverem valor lógico V. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Argumento Dedutivo Inválido É impossível que, sendo verdadeiras suas premissas sua conclusão seja falsa. É impossível que, considerando-se as premissas verdadeiras, a conclusão não possa ser “imediatamente” deduzida dessas premissas. Em outras palavras, um argumento é válido , se a verdade das premissas é incompatível com a falsidade da conclusão, ou ainda, se for V o valor lógico da conclusão todas as vezes que as premissas tiverem valor lógico V. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Concluindo para avaliar a validade ou invalidade de um argumento, o que importa é a suposição da verdade das premissas e a relação desta suposição com a conclusão. supondo que as premissas sejam verdadeiras, se o que concluímos não pode ‘derivado destas premissas, então o argumento é inválido. supondo que as premissas sejam verdadeiras, se o que concluímos pode ser derivado destas premissas, então o argumento é válido. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA 4 Argumento bom argumento que for válido e que, para além da Lógica, tiver premissas e conclusões verdadeiras ou certas. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Mau Argumento argumento que for válido, mas que, para além de Lógica, tiver ao menos uma premissa falsa ou errada. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Observação Classificar um argumento como bom ou mau já não estamos no âmbito da Lógica, estamos atuando como filósofos morais, como cientistas ou simplesmente como cidadãos. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Identificação de argumentos Na linguagem natural dispomos de vários recursos para identificar as premissas e conclusão de um argumento. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Identificação de Conclusão A conclusão de um argumento pode ser identificada por indicadores de inferência, que são palavras utilizadas para indicar a presença da conclusão. Alguns exemplos destes indicadores são: PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Identificação de Conclusão logo resulta que portanto podemos deduzir que assim então neste caso segue-se que de modo que por conseguinte PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA 5 Identificação de Premissas porque já que tendo em conta que com base em em virtude de em vista de dado que PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Forma de apresentação de argumentos A forma lógica padrão de argumentos é aquela em que as premissas e a conclusão estão ordenadas: primeiro as premissas e depois a conclusão e entre as premissas e a conclusão há um indicador de conclusão. Muitas vezes, porém, na linguagem natural, o indicador de conclusão está oculto, principalmente quando a conclusão é enunciada antes das premissas. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Exemplo O aluno que tanto preza a sua "autonomia" e só quer respostas prontas está, realmente, fraudando sua autonomia, porque abandona a possibilidade do desenvolvimento de suas habilidades. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Identificação P1: O aluno que só quer respostas prontas abandona a possibilidade do desenvolvimento de suas habilidades. P2: O aluno que abandona a possibilidade do desenvolvimento de suas habilidades frauda sua autonomia. C: O aluno que só quer respostas prontas frauda sua autonomia. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Premissas e a conclusão escritas na forma“Se....., então...... .” P1: Se o aluno só quer respostas prontas, então ele abandona a possibilidade do desenvolvimento de suas habilidades. P2 : Se o aluno abandona a possibilidade do desenvolvimento de suas habilidades, então ele frauda sua autonomia. C: Se o aluno só quer respostas prontas, então ele frauda sua autonomia. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Esquema de Argumentação P: O aluno só quer respostas prontas. Q: O aluno frauda sua autonomia. R: O aluno abandona a possibilidade de desenvolvimento de suas habilidades. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA 6 Exemplo O gerente não notou a mudança ou, então, aprova-a. Ele notou tudo muito bem. Portanto, deve aprová-la. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Validade de Argumentos A validade dos argumentos dedutivos, como já comentado, é determinada por sua forma ou estrutura lógica e não pelo conteúdo dos enunciados que o constituem, isto é, não por aquilo a que se referem as premissas e a conclusão. Assim, para estudar a validade e a não- validade de argumentos, procura-se classificar os argumentos em função de suas formas. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Como validar Argumentos? Usando as regras de inferência estudadas. As regras de inferência estudadas são formas básicas de argumentos. São argumentos elementares válidos, usados para provar a validade de outros argumentos e, conforme vimos, a validade delas é verificada ou demonstrada através de tabelas-verdade. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Como validar Argumentos? A validade de outras formas de argumento pode ser demonstrada ou verificada: também através de tabelas-verdade, Fluxogramas por intermédio de diagramas Euler-Venn, PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Observação A importância das regras de inferência está no fato de que, embora as tabelas-verdade sejam adequadas para testar a validade de qualquer argumento do tipo geral, na prática, vão se tornando mais difíceis de manipular, à medida que aumenta o número de premissas componentes. A não-validade de um argumento pode ser provada por interpretação, isto é, atribuindo-se valores-verdade às proposições de tal forma que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Prova de validade de argumentos mediante regras de inferência 1º Passo: Simbolize os argumentos utilizando as convenções dadas. 2º Passo: Utilize as regras de inferência para verificar a validade dos argumentos. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA 7 Exemplo 1: Se o produto for confiável, a parcela no mercado irá aumentar. O produto é confiável ou os custos irão subir. A parcela do mercado não irá aumentar. Portanto os custos vão subir. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Exemplo 2: Ana é artista ou Carlos é compositor. Se Mauro gosta de música, então Flávia não é fotógrafa. Se Flávia não é fotógrafa, então Carlos não é compositor. Ana não é artista. Logo, Carlos é compositor e Flávia é fotógrafa. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Exemplo 3: Se Alice casar, então Beti será dama de honra e Carolina será dama de honra. Se Beti ou Carolina for dama de honra, então haverá briga na cerimônia de casamento. Portanto, se Alice casar, então haverá briga na cerimônia de casamento. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Exercício 1 Prove que os argumentos a seguir são válidos. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA Referências THOMAL, Alberto. Pensando logicamente: aprender a fazer : investigando sobre lógica. 5.ed. Florianópolis: Sophos, 2003. 108 p. (Filosofia, o ínicio de uma mudança. Investigando sobre) VILLAR, Bruno. Raciocínio Lógico / teoria e treinamento prático. – 3ª ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2012. KIDRICKI, Cláudio da Cunha. Raciocínio lógico e matemática para concursos. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2009. 191 p. COPI, Irving M. Introdução à Lógica. São Paulo: Meste Jou, 1981. WEBER, Ivan Hingo & NAHRA, Cinara. Através da Lógica. Petrópolis: Vozes, 2002. SALMON, Wesley C. Lógica. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2002. PROFESSOR ANDRÉ ESPÍNDOLA
Compartilhar