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MÉTODO DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS: DADO → é qualquer elemento quantitativo ou qualitativo em forma bruta, que, por si só, não necessariamente conduz à compreensão de determinado fato ou situação. INFORMAÇÃO → é o resultado da organização, análise e interpretação dos dados, de forma que se possa produzir uma melhor compreensão dos eventos, fatos e situações. INDICADOR → é uma medida síntese que contém informações relevantes sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde e o desempenho do sistema de saúde. Método é o núcleo da ciência epidemiológica e pode ser classificada pela forma dos estudos: alocação de exposições (observacionais ou experimentais) ou proposito (descritivos ou analíticos) ▪Observacionais –Coletar os dados, analisar e não intervir (observacionais) ▪Experimentais – manipula, vai intervir, determinar alguma proposta terapêutica ou de prevenção. (vai intervir e ver o que acontece) ▪Descritivo – ONDE? QUEM? QUANDO? descrever o lugar, quem eram as pessoas, o tempo que estava acontecendo, formulando hipóteses. (1 etapa) ▪Analítico – começa a fazer relações e a testar hipóteses. Por meio de estudos ecológicos, de coorte, transversais e de serie de casos, organizam os dados coletados para a formulação e para o teste de hipóteses. ▪Corte transversal ou estudo de prevalência: quer saber quantos alunos tem qualidade de vida superior a 80%. COMO? Coletar dados e contar no momento quantas pessoas tem qualidade de vida. ▪Estudo de casos e controle: quer dizer que tem dois grupos e avaliar as diferenças entre eles, portanto so pode ser estudo analítico. ▪Estudo de coorte: é um tipo de estudo em que o investigador se limita a observar e analisar a relação existente entre a presença de fatores de riscos ou características e o desenvolvimento de enfermidades, em grupos da população ▪Estudo ecológico: estuda a exposição e a ocorrência da doença para grupos de indivíduos, focaliza na comparação de grupos, ao invés de indivíduos INDICADORES DE SAUDE: ▪E= exposto (nem todo mundo está exposto) ex: C.A útero só em mulheres ▪I = Infectividade (capacidade do agente causar um infecção para uma população que está exposta I/E) – Período patogênico da doença, porém ainda não há sinais e sintomas da doença. Tem alterações subclínicas, de acordo com a história natural dela, mas a pessoa está infectada. D= doença (patogenicidade – capacidade do agente causar uma doença nas pessoas que estão infectadas D/I) G= grave (virulência – capacidade de gerar uma doença grave G/D) INDICADORES: Segundo Rouquaryrol e Gurgel (2013), são indicies ajuizados pela sociedade e especialmente selecionados pelo observador para auxiliar na tomada de decisão em prol das evidências ou previdências. FUNÇÃO: melhorar, manter e prevenir doenças, fazendo comparações e avaliando mudanças ao longo do tempo. Planejar, avaliar e administrar as ações de saúde. Refletir em situações de saúde de uma população CLASSIFICAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE: Os dois dependem da relação de natalidade e fecundidade Negativo (quanto maior pior): morbidade e mortalidade Positivo (quanto maior melhor): qualidade de vida e fator de proteção Como podem ser expressos por: ▪Números absolutos: números inteiros ▪Números relativos: numeros quebrados Taxa: bruta, geral Coeficiente: especifico Índices: medidas de vários elementos e diversa natureza (Ex: IMC) Razões: não tem a mesma natureza, mas existe uma relação obvia entre eles (Ex: de sexos) Proporções: dados do numerador estão inluidos no denominados (Ex: novos casos e óbitos novos) ▪Medidas de tendência central: media, mediana ou moda Media: soma a variável que quer estudar (soma tudo) e divide pela quantidade de amostra (divide pelo número total). Ex: Medir a média de idade de um grupo de 20 pessoas. Deve-se somar todas as idades e dividir por 20. Mediana: divide em dois grupos (50% da amostra para baixo e 50% para cima), é um corte que separa. Ex: Um grupo de 20 pessoas. Divide em 2 grupos, 10 pessoas a baixo da medida central e 10 pessoas acima da medida central. Ou seja, quer dizer que 10 está abaixo de certo valor e 10 está acima do valor. Moda: maior número de vezes que certa variável aparece. Precisa saber qual é o número de vezes que mais aparece aquela variável que está se estudando INCIDENCIA: Número de casos novos de determinada doença ou agravo que ocorrem em determinado período de tempo em uma população exposta ao risco de adoecer. Representa a intensidade, velocidade que de determinada morbidade acomete certa população, em um período de tempo definido. Melhor forma para avaliar a frequência de doenças agudas de evolução curta, como epidemia de dengue. Coeficiente de incidência (CI): nº de casos novos/ nº de pessoas expostas ao risco em um período de tempo. PREVALENCIA: Número total de casos (novos e já conhecidos) de uma determinada doença em uma população específica, em um determinado período de tempo. É como uma ”fotografia instantânea” da população com relação a frequência de determinada morbidade. Melhor forma para avaliar doenças crônicas, como a DMII. O coeficiente de prevalência (CP) pode mudar quando estudados em períodos diferentes (mais casos novos, curas, mortes ou migração). Indicador fundamental para a elaboração de políticas de saúde. Ponto de prevalência: número de casos em um determinado instante, normalmente sendo utilizado o dia para o seu cálculo. das mãos. Alta prevalência e baixa incidência: diabetes (uma vez iniciada é permanente) Baixa prevalência e alta incidência: resfriado comum (ocorre frequentemente, mas dura curto período de tempo) Aumento de sobrevida, aumenta a prevalência, pois significa que a pessoa ficará doente por mais tempo. Melhora dos recursos diagnósticos e sistemas de informação, aumenta a prevalência porque aumenta “o poder” de diagnosticar, fica mais sensível. Maior letalidade, diminui a prevalência, pois mata mais. QUATRO NÍVEIS DE EVOLUÇÃO NO PERÍODO DE PATOGÊNESE: Evolução subclínica - Neste estágio, a doença já está atuando no organismo afetado. Embora não se percebam manifestações clínicas, já existem alterações histológicas com percepção subclínica de caráter genérico. Estas alterações não são perceptíveis. Porém, ainda neste estágio, a doença já está presente e pode ser percebida através de exames clínicos ou laboratoriais orientados. Evolução clínica - Acima do horizonte clínico os sinais iniciais da doença, ainda confusos, tornam-se nítidos, transformam-se em sintomas. É o estágio chamado de clínico, iniciado ao ser atingida uma massa crítica de alterações funcionais no organismo acometido. A evolução da doença encaminha-se então para um desenlace; a doença pode passar ao período de cura, evoluir para a cronicidade ou progredir para a invalidez ou para a morte. POPULAÇÃO E AMOSTRA O grande conjunto de dados que contém a característica que se tem interesse recebe o nome de população. Refere-se não somente a uma coleção de indivíduos, mas também ao alvo sobre o qual reside o interesse. Exemplo: lâmpadas produzidas por uma fábrica num certo período de tempo; todo o sangue no corpo de uma pessoa. Determinada parcela/percentual dentro de uma população, recebe o nome de amostra. SELEÇÃO DA AMOSTRA → A seleção da amostra pode ser feita de várias maneiras, dependendo, entre outros fatores, do grau de conhecimento que se tem da população, da quantidade de recursos disponíveis e assim por diante. Amostra aleatória: Simples: A amostra casual simples é composta por elementos retirados ao acaso da população; Todos elementos da população tem igual probabilidade de serem escolhidos para a amostra. Ex.: sorteio. Sistemática: Escolhidos segundo um fator de repetição K= (N/n); Faz o sorteio para n1 Para saber n2: soma n1 + valor do K Quando ultrapassar o N, o valor do próximo n é 1. Estratificada: Corresponde a uma população que está dividida em estratos (agrupamentos homogêneos): Sexo Raça Escolaridade Bairro. Amostra não-aleatória: Também conhecida como de conveniência. É formada porelementos que o pesquisador reuniu simplesmente porque dispunha deles; Os estatísticos têm muitas restrições ao uso de amostras de conveniência. Mesmo assim, as amostras de conveniência são comuns na área de saúde, onde se fazem pesquisas com pacientes de uma só clínica ou de um só hospital; as amostras de conveniência constituem muitas vezes, a única maneira de estudar determinado problema; Mais suscetível ao viés. Mesmo assim, as amostras de conveniência são comuns na área de saúde, onde se fazem pesquisas com pacientes de uma só clínica ou de um só hospital; as amostras de conveniência constituem muitas vezes, a única maneira de estudar determinado problema; Mais suscetível ao viés. FENÔMENO é qualquer evento que se pretenda analisar, cujo estudo seja passível da aplicação da técnica estatística. Fenômeno coletivo (de massa) Não pode ser definido por uma simples observação: Índice de natalidade, Preço médio, Expectativa de vida média Fenômeno Individual (particular) vai compor o fenômeno coletivo: Cada nascimento, Preço de venda de um produto, Cada idade de pessoa morta. Interessam aos pesquisadores dessas áreas dados sobre mortalidade infantil, eficiência de medicamentos, incidência de doenças, causas de morte. Os dados referem-se a variáveis que são classificadas como qualitativas e quantitativas. VARIÁVEIS QUALITATIVAS Quando os dados podem ser distribuídos em categorias mutuamente exclusivas. Assim, o sexo é uma variável qualitativa, pois permite distinguir duas categorias: masculino e feminino. Outros exemplos: Cor, Causa de morte, Grupo sanguíneo, Formação. As variáveis qualitativas (ou categóricas) são as características que não possuem valores quantitativos, mas, ao contrário, são definidas por categorias, ou seja, representam uma classificação dos indivíduos. E podem ser nominais ou ordinais. TIPOS DE VARIÁVEIS QUALITATIVAS Nominal: Não tem uma ordem ou sequência lógica. Os indivíduos são classificados em categorias segundo uma característica; não existe ordenação dentre as categorias. Exemplo: Sexo (masculino ou feminino) Hábito de fumar (sim ou não), cor dos olhos, fumante/não fumante, doente/sadio. Ordinal: os indivíduos são classificados em categorias que possuem algum tipo inerente de ordem. Neste caso, uma categoria pode ser "maior" ou "menor" do que outra; existe uma ordenação entre as categorias. Exemplo: Nível sócio-econômico (A, B, C e D) Escolaridade: (Infantil, Fundamental, Médio, Superior), estágio da doença (inicial, intermediário, terminal), mês de observação (janeiro, fevereiro,…, dezembro). VARIÁVEIS QUANTITATIVAS Quando implicam em contagem ou mensuração; são características que podem ser descritas por números, sendo estas classificadas entre contínuas e discretas. Exemplos: Número de cômodos Estatura. Discreta: O resultado numérico da mensuração é um valor inteiro. É avaliada em números que são resultados de contagens e, por isso, somente fazem sentido números inteiros. Exemplo: - Número de refeições em um dia (nenhuma, uma, duas, três, quatro, ...) - Freqüência diária de banho (1 vez, 2 vezes, 3 vezes, 4 vezes,...), número de filhos, número de bactérias por litro de leite, número de cigarros fumados por dia. Contínua: O resultado numérico da mensuração é um valor pertencente ao conjunto dos números Reais. R= 0; 1; 1,4; 2; 3,7;... A variável é avaliada em números que são resultados de medições e, por isso, podem assumir valores com casas decimais e devem ser medidas por meio de algum instrumento. Exemplo: - Estatura (1,54cm, 1,60cm, ...) - Peso corporal (66kg, 75,4...), massa (balança), altura (régua), tempo (relógio), pressão arterial, idade. EXEMPLOS: Peso: quantitativa contínua Idade: quantitativa contínua Escolaridade: quantitativa ordinal HAS: qualitativa nominal PAS: quantitativa contínua PAD: quantitativa contínua Estado civil: qualitativa nominal Cidade: qualitativa nominal Nº de acertos no jogo de Beisebol: quantitativa discreta Nº de acidentes de trabalho ocorridos na empresa no mês de fevereiro: quantitativa discreta Estatura: quantitativa contínua Fumante: qualitativa nominal IMC: quantitativa Variável Independente: vem antes, é o fator de risco, são as causas. Essas variáveis influenciam, afetam ou determinam outras variáveis. é fator determinante, condição ou causa para determinado resultado, efeito ou consequência. é o fator manipulado pelo pesquisador com o objetivo de determinar a relação do fator com o fenômeno observado, para ver que influência exerce sobre um possível resultado. Variável Dependente: vem depois, é o desfecho, consequência. São valores (fenômenos ou fatos) a serem descobertos ou explicados, em virtude de serem influenciados, determinados ou afetados pela variável independente. é o fator que aparece, desaparece, aumenta ou diminui a medida que o pesquisador modifica a variável independente; é a propriedade que ou fator que é efeito, resultado, consequência ou resposta a algo que foi manipulado (variável independente). SENSIBILIDADE:Avalia a capacidade do teste em detectar a doença quando ela de fato existe. É a proporção de indivíduos com a doença, que tem um teste positivo para a doença. Número de indivíduos com resultado positivo sobre o total de pessoas doentes. Testes para screening. Formula: S = A/ A+C = xx% ESPECIFICIDADE:É a proporção de indivíduos sem a doença, que tem um teste negativo. É a probabilidade de um teste dar negativo na ausência da doença. Fórmula: E = D / B + D = xx% VIÉS DE SELEÇÃO: A maneira como são escolhidos os sujeitos que pertencerão ao estudo pode levar a conclusões que não se aplicam à população como um todo. Pode também resultar num viés a forma de alocar os sujeitos para os diferentes grupos de um estudo (controle, placebo, intervenção). EXEMPLO: Pede-se a um entrevistador que escolha 2 casas por quadra e nestas casas aplique um questionário. As casas tem cães soltos, com uma aparência de abandonada, campainhas de difícil acesso e tem menos chance de receberem a visita do entrevistador. Por outro lado, residências com a dona de casa varrendo a calçada, alguém na janela, apresentam uma chance maior de entrar para a amostra. O resultado obtido através destes questionários provavelmente não representará a população daquele local. Correto: O entrevistador recebe uma listagem de casas a visitar para que a realidade do local não influencie na escolha. VIÉS DE INFORMAÇÃO: Este viés quase sempre é introduzido por erros na coleta de dados. Estes erros podem ser causados por uma falha sistemática humana ou defeitos em aparelhagens. EXEMPLOS: 1) Uma equipe de 10 entrevistadores precisa pesar e medir uma população, 2 dos entrevistadores se esquecem sempre de pedir que as pessoas retirem seus sapatos antes de medir a altura. VIÉS DE CONFUSÃO: Alguns autores também como um viés de memória, que pode ocorrer em estudos que perguntam fatos que ou pela pouca importância ou por ter se passado muito tempo podem ser esquecidos. EXEMPLOS: idade da menarca, idade em que começou a fumar, número de eventos de diarréia que a criança teve no último ano, etc. COMPROMETIMENTO NA VALIDADE - Viés de seleção: Validade externa - Viés de informação: Validade interna - Viés de confusão: Validade interna · Validade interna: Refere-se à precisão com que o estudo mede o que se propõe a medir, dentro do seu próprio contexto. Uma pesquisa tem alta validade interna quando é capaz de diminuir as hipóteses rivais plausíveis. · Validade externa: Refere-se à capacidade de generalizar os resultados do estudo para outras populações ou situações. Para garantir a validade externa, é importante que o estudo tenha uma amostra representativa. DESENHOS DE PESQUISA: HIERARQUIA DOS DESENHOS DE PESQUISA · Caso controle · transversal. · Coorte. · Ensaio clínico controlado e randomizado. · Revisão sistemática e Meta-Análise. · Estudo ecologico ESTUDOS ECOLÓGICOS: - Ao invés de analisar indivíduo que é exposto ou não exposto, esses estudos buscam saber se há alguma diferença em comparaçãocomo grupo; - Mais de um século de uso (início séc.xix) - Análises são descritivas; - Diferentes áreas de aplicação. TRANSVERSAL (SECCIONAL): - Principal característica: doença e exposição são medidas simultaneamente. - População inteira ou amostra da população. - Estudo comum. - Mede prevalência. Seleção da população: - Depende do que se quer estudar; - População: determinada cidade ou país, pela faixa etária, trabalhadores, atendida em serviços de saúde... CASO CONTROLE: Investigar associação entre exposição e a doença; - Investigar se uma determinada doença está associada com um determinado fator de risco; Os estudos de caso controle são geralmente retrospectivos. Caso: indivíduo que tem a doença. Controle: indivíduo sem a doença de interesse. O caso controle não fornece incidência, mas a razão de proporção entre o exposto e não exposto. RR= Exposto/Não exposto - Casos e controles devem vir de uma mesma população, comunidade ou local (ex: hospital). COORTE: É um estudo prospectivo, onde se acompanha as pessoas; Os indivíduos são monitorados ao longo do tempo para avaliar a incidência da doença; É prospectivo ou concorrente; Porém também pode ser *retrospectivo (inicia alguns anos atrás, porém o serviço deve ter um bom prontuário médico e um bom acompanhamento mostrando o indivíduo exposto / não exposto ou doente / não doente). *coorte histórico image1.png image2.png image3.emf