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1. Cargo: Auxiliar Técnico em Perícias 
2. Disciplina: Direitos Humanos 
3. Carga Horária: 12h 
4. Período da Disciplina: 
5. Ementa: Conceito e origem dos direitos humanos; O nascimento da ONU e a 
declaração universal dos Direitos Humanos; Características dos Direitos 
Humanos; O desenvolvimento dos Direitos Humanos no âmbito internacional; 
Sistemas de proteção de Direitos Humanos; Tratados internacionais de 
proteção de direitos humanos em espécie. 
6. Objetivo: Proporcionar aos discentes conhecimentos gerais na disciplina de 
Direitos Humanos, com a finalidade de desenvolver adequadamente suas 
funções públicas dentro do marco de respeito e valorização dos direitos 
humanos. 
7. Docente: Fernando Cavaleiro de Macedo 
8. Currículo: Mestrando em Direito pela Universidade Federal do Pará (UFPA). 
Especialista em Direito Penal Econômico pela Universidade de Coimbra 
(UC/PT). Especialista em Direito Penal e Criminologia pelo Centro 
Universitário Internacional (UNINTER), em parceria com o Instituto de 
Criminologia e Política Criminal (ICPC). Especialista em Direito Militar pela 
Universidade Cândido Mendes (UCAM). Pós-graduando em Ciências 
Criminais pelo Centro Universitário do Pará (CESUPA). Possui graduação em 
Direito pelo CESUPA. Membro do grupo de pesquisa "Garantismo em 
Movimento". Membro da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos 
Advogados do Brasil - Seção Pará. Tem experiência na área de Direito Penal, 
Direito Processual Penal e Criminologia. Advogado Criminalista. 
 
DIREITOS HUMANOS 
 
1. Conceito de direitos humanos: São direitos subjetivos que se direcionam ao 
poder público e protegem valores fundamentais (KIRSTE, 2016). 
1.1. São elementos desse do conceito: 
a) Direito Subjetivo: Exigências de um sujeito de direitos contra outro sujeito de 
direito sobre um determinado objeto de reivindicação (KIRSTE, 2016); 
b) Obrigação fundamental: proibição do Poder Público impedir o exercício de 
determinadas liberdades e limitação da competência do Poder Público para que não 
haja fora da lei (KIRSTE, 2016). 
1.2. Os Direitos Humanos podem ser: 
a) Suprapositivos: não baseados em documentos jurídicos, servindo à realização de 
deveres morais (KIRSTE, 2016); 
b) Positivos: são acordados internacionalmente em declarações, convenções ou 
constituições (KIRSTE, 2016). 
 
2. Raiz histórica dos Direitos Humanos: Segundo Flávia Piovesan (2016), os 
tratados internacionais de direitos humanos têm como fonte um campo do Direito 
extremamente recente, que é o Direito do pós-guerra, nascido como resposta às 
atrocidades e aos horrores cometidos pelo nazismo e pelo fascismo. 
 
3. O ideal e a razão dos Direitos Humanos: O desenvolvimento dos direitos 
humanos, conforme Flávia Piovesan (2016), pode ser atribuído às monstruosas 
violações à dignidade humana durante a segunda guerra mundial, associada à 
crença da comunidade internacional de que parte dessas violações poderiam ser 
prevenidas, se um efetivo sistema de proteção internacional de direitos humanos 
existisse. 
 
4. No que consiste o Direito Humanos: Os direitos humanos consistem em um 
sistema de normas internacionais, tuteladas por instituições desenvolvidas para 
implementar uma efetiva proteção da dignidade da pessoa humana em todos os 
países, no âmbito mundial (PIOVESAN, 2016). 
 
5. O nascimento da ONU e a declaração universal dos Direitos Humanos: Flávia 
Piovesan (2016) ensina que, inspirada por estas concepções, surgiu, a partir do pós-
 
guerra, em 1945, a Organização das Nações Unidas. Assim, no ano de 1948 é 
adotada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, pela aprovação unânime de 
48 Estados, com 8 abstenções.1 
 
6. Características dos Direitos Humanos: A Declaração de 1948 introduz a 
concepção contemporânea de direitos humanos, marcada pela universalidade e 
indivisibilidade desses direitos. 
6.1. Por que ele são universais? Universalidade porque clama pela extensão 
universal dos direitos humanos, sob a crença de que a condição de pessoa é o 
requisito único para a titularidade de direitos, considerando o ser humano como um 
ser essencialmente moral, dotado de unicidade existencial e dignidade, esta como 
valor intrínseco à condição humana (PIOVESAN, 2016). 
6.2. Por que eles são indivisíveis? Indivisibilidade porque a garantia dos direitos 
civis e políticos é condição para a observância dos direitos sociais, econômicos e 
culturais e vice-versa. Quando um deles é violado, os demais também o são 
(PIOVESAN, 2016). 
 
7. O desenvolvimento dos Direitos Humanos no âmbito internacional: A partir 
da aprovação da Declaração Universal de 1948 e da concepção contemporânea de 
direitos humanos por ela introduzida, começa a se desenvolver uma espécie de 
Direito Internacional dos Direitos Humanos, mediante a adoção de inúmeros tratados 
internacionais voltados à proteção de direitos fundamentais (PIOVESAN, 2016). 
 
8. O surgimento dos sistemas de proteção regional dos Direitos Humanos: Ao 
lado do sistema normativo global, surgiu o sistema normativo regional de proteção, 
que buscava internacionalizar os direitos humanos no plano regional, 
particularmente na Europa, América e África. Como exemplo disto, podemos citar a 
OEA (Organização dos Estados Americanos). 
 
9.Sistema de proteção global + Sistema de proteção regional: Consolidou-se, 
assim, a convivência do sistema global com instrumentos do sistema regional, por 
 
1
 A Declaração Universal foi aprovada pela Resolução 217 A (III), da Assembléia Geral, em 10 de 
dezembro de 1948, por 48 votos a zero e oito abstenções. Os oito Estados que se abstiveram foram: 
Bielorússia, Checoslováquia, Polônia, Arábia Saudita, Ucrânia, União Soviética, África do Sul e 
Iugoslávia. Observe-se que em Helsinki, em 1975, no Ato Final da Conferência sobre Seguridade e 
Cooperação na Europa, os Estados comunistas da Europa expressamente aderiram à Declaração 
Universal. 
 
sua vez integrado pelos sistemas interamericano, europeu e africano de proteção 
aos direitos humanos (PIOVESAN, 2016). 
 
10. A complementariedade entre o sistema global e o sistema regional de 
Direitos Humanos: Conforme ensina Flávia Piovesan (2016), os sistemas global e 
regional não são dicotômicos, mas sim complementares. Eles são inspirados pelos 
valores e princípios da Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH), 
compondo, portanto, o universo dos instrumentais de proteção dos direitos humanos 
no plano internacional. Por isso, em face desse complexo universo de instrumentos 
internacionais, cabe ao indivíduo que sofreu violação de direito a escolha do aparato 
mais favorável, tendo em vista que, eventualmente, direitos idênticos são tutelados 
por dois ou mais instrumentos de alcance global ou regional, ou ainda, de alcance 
geral ou especial. Nesta ótica, os diversos sistemas de proteção de direitos humanos 
interagem em benefício dos indivíduos protegidos. 
 
11. Quando o Brasil passou a ratificar tratados de Direitos Humanos? No que 
se refere à posição do Brasil em relação ao sistema internacional de proteção dos 
direitos humanos, observa-se que somente a partir do processo de democratização 
do país, deflagrado em 1985, é que o Estado brasileiro passou a ratificar relevantes 
tratados internacionais de direitos humanos. O marco inicial do processo de 
incorporação de tratados internacionais de direitos humanos pelo Direito brasileiro foi 
a ratificação, em 1989, da Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos Cruéis, 
Desumanos ou Degradantes (PIOVESAN, 2016). 
12. Tratados internacionais de proteção de direitos humanos em espécie: 
12.1. Tratados aprovados2 pelo Brasil: 
12.1.1. Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 – Sistema Global: 
ARTIGOS SELECIONADOS: 
 
Artigo 1° 
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e 
em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns2
 A Constituição Federal de 1988 prescreve, no artigo 84, que “compete privativamente ao President e 
da República: (...) VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do 
Congresso Nacional”, e o artigo 21 estabelece como sendo competência da União manter relações 
com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais. Dispõe o artigo 49 que “é da 
competência exclusiva do Congresso Nacional: I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos 
ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional”. A 
forma da autorização parlamentar é o decreto legislativo do Congresso Nacional, pelo que, assinado 
o tratado pelo presidente da República, aprovado pelo Congresso Nacional, mediante decreto 
legislativo, segue-se a sua ratificação para realmente se incorporar ao Direito brasileiro. 
 
para com os outros em espírito de fraternidade. (princípio de 
liberdade, igualdade e fraternidade) 
 
Artigo 2° 
Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as 
liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção 
alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de 
religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou 
social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. 
Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no 
estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território 
da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território 
independente, sob tutela, autônomo ou sujeito a alguma 
limitação de soberania. (Universalidade e indivisibilidade dos 
Direitos Humanos) 
 
Artigo 3° 
Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança 
pessoal. (Direito à VIDA, LIBERDADE E SEGURANÇA 
PESSOAL) 
 
Artigo 4° 
Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a 
escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são 
proibidos. (Proibição da escravidão) 
 
Artigo 5° 
Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos 
cruéis, desumanos ou degradantes. (Princípio da humanidade 
das penas) 
 
Artigo 6° 
Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento, em todos os 
lugares, da sua personalidade jurídica.(direito ao 
reconhecimento da personalidade) 
 
Artigo 7° 
Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a 
igual proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra 
qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra 
qualquer incitamento a tal discriminação. (vedação da 
discriminação) 
 
Artigo 8° 
Toda a pessoa tem direito a recurso efetivo para as jurisdições 
nacionais competentes contra os atos que violem os direitos 
fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela 
lei.(Princípio da indeclinabilidade da jurisdição) 
 
Artigo 9° 
Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado. 
(Vedação da prisão arbitrária) 
 
 
Artigo 10° 
Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua 
causa seja equitativa e publicamente julgada por um tribunal 
independente e imparcial que decida dos seus direitos e 
obrigações ou das razões de qualquer acusação em matéria 
penal que contra ela seja deduzida.(Direito à um juiz 
equidistante, independente e natural ->GARANTIA DA 
IMPARCIALIDADE) 
 
Artigo 11° 
1. Toda a pessoa acusada de um ato delituoso presume-se 
inocente até que a sua culpabilidade fique legalmente provada 
no decurso de um processo público em que todas as garantias 
necessárias de defesa lhe sejam asseguradas. (garantia do 
contraditório, devido processo e presunção de inocência) 
2. Ninguém será condenado por ações ou omissões que, no 
momento da sua prática, não constituíam ato delituoso à face do 
direito interno ou internacional. Do mesmo modo, não será 
infligida pena mais grave do que a que era aplicável no momento 
em que o ato delituoso foi cometido.(Princípio da 
irretroatividade da lei Penal) 
 
Artigo 12° 
Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na 
sua família, no seu domicílio ou na sua correspondência, nem 
ataques à sua honra e reputação. Contra tais intromissões ou 
ataques toda a pessoa tem direito a proteção da lei. (Direito à 
intimidade). 
 
12.1.2. Declaração Americana do Direitos e Deveres do Homem de 1948 - 
Sistema Regional: 
ARTIGOS SELECIONADOS: 
 
Artigo 1º 
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança 
de sua pessoa. (Direito à vida, liberdade e à segurança) 
 
Artigo 2º 
Todas as pessoas são iguais perante a lei e têm os direitos e 
deveres consagrados nesta declaração, sem distinção de raça, 
língua, crença, ou qualquer outra. (Princípio da igualdade) 
 
Artigo 5º 
Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra os ataques 
abusivos à sua honra, à sua reputação e à sua vida particular e 
familiar. (Direito à honra e à PRIVACIDADE) 
 
Artigo 9º 
Toda pessoa tem direito à inviolabilidade do seu domicílio. 
(Direito à inviolabilidade do domicílio) 
 
 
Artigo 10º 
Toda pessoa tem o direito à inviolabilidade e circulação da sua 
correspondência. (Direito à inviolabilidade da 
correspondência) 
 
Artigo 17º 
Toda pessoa tem direito a ser reconhecida, seja onde for, como 
pessoa com direitos e obrigações, e a gozar dos direitos civis 
fundamentais. (Direito ao reconhecimento de ser pessoa e 
sujeito de direitos em qualquer lugar ou país) 
 
Artigo 18º 
Toda pessoa pode recorrer aos tribunais para fazer respeitar os 
seus direitos. Deve poder contar, outrossim, com processo 
simples e breve, mediante o qual a justiça a proteja contra atos 
de autoridade que violem, em seu prejuízo, qualquer dos direitos 
fundamentais consagrados constitucionalmente. (Princípio da 
indeclinabilidade da jurisdição) 
 
Artigo 24º 
Toda pessoa tem o direito de apresentar petições respeitosas a 
qualquer autoridade competente, quer por motivo de interesse 
geral, quer de interesse particular, assim como o de obter uma 
solução rápida. (Direito de petição/Direito à razoável duração 
do processo) 
 
Artigo 25º 
Ninguém pode ser privado da sua liberdade, a não ser nos casos 
previstos pelas leis e segundo as praxes estabelecidas pelas leis 
já existentes. Ninguém pode ser preso por deixar de cumprir 
obrigações de natureza claramente civil. Todo indivíduo, que 
tenha sido privado da sua liberdade, tem o direito de que o juiz 
verifique sem demora a legalidade da medida, e de que o julgue 
sem protelação injustificada, ou, no caso contrário, de ser posto 
em liberdade. Tem também direito a um tratamento humano 
durante o tempo em que o privarem da sua liberdade. (Princípio 
da humanidade da pena/Direito a um devido processo 
lega/Direito à irretroatividade da lei penal/Impossibilidade da 
prisão por dívidas/Direito à um julgamento justo e rápido) 
 
Artigo 26º 
Parte-se do princípio que todo acusado é inocente, até que se 
prove sua culpabilidade. Toda pessoa acusada de um delito tem 
o direito de ser ouvida numa forma imparcial e pública, de ser 
julgada por tribunais já estabelecidos de acordo com leis 
preexistentes, e de que se lhe não inflijam penas cruéis, 
infamantes ou inusitadas. (Direito à presunção de 
inocência/Direito a um julgamento imparcial por um juiz 
natural/Direito à humanidade penal) 
 
Artigo 28º 
Os direitos do homem estão limitados pelos direitos do próximo, 
pela segurança de todos e pelas justas exigências do bem-estar 
 
geral e do desenvolvimento democrático. (As justas 
possibilidades de limitação aos direitos). 
 
12.2. Tratados Internacionais de proteção de Direitos Humanos Ratificados3 
pelo Brasil 
12.2.1 Sistema Global: 
12.2.1.1 Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos de 1996: 
ARTIGOS SELECIONADOS: 
 
Artigo 2 
1. Os Estados Partes do presente pacto comprometem-se a 
respeitar e garantir a todos os indivíduos que se achem em seu 
território e que estejam sujeitos a sua jurisdição os direitos 
reconhecidos no presente Pacto, sem discriminação alguma 
por motivo de raça, cor, sexo. língua, religião,opinião política 
ou de outra natureza, origem nacional ou social, situação 
econômica, nascimento ou qualquer condição. (compromisso 
dos Estados-Parte de respeitarem os Direitos Humanos) 
2. Na ausência de medidas legislativas ou de outra natureza 
destinadas a tornar efetivos os direitos reconhecidos no 
presente Pacto, os Estados Partes do presente Pacto 
comprometem-se a tomar as providências necessárias com 
vistas a adotá-las, levando em consideração seus respectivos 
procedimentos constitucionais e as disposições do presente 
Pacto. 
3. Os Estados Partes do presente Pacto comprometem-se a: 
a) Garantir que toda pessoa, cujos direitos e liberdades 
reconhecidos no presente Pacto tenham sido violados, possa 
de um recurso efetivo, mesmo que a violência tenha sido 
perpetra por pessoas que agiam no exercício de funções 
oficiais; 
b) Garantir que toda pessoa que interpuser tal recurso terá seu 
direito determinado pela competente autoridade judicial, 
administrativa ou legislativa ou por qualquer outra autoridade 
competente prevista no ordenamento jurídico do Estado em 
questão; e a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; 
c) Garantir o cumprimento, pelas autoridades competentes, de 
qualquer decisão que julgar procedente tal recurso. 
 
 
3
 No Brasil, a competência para incorporação ou consentimento definitivo do tratado internacional é 
compartilhada entre o Legislativo e o Executivo, com atuação específica de cada Poder, nos termos 
expressos da Constituição de 1988, passando por aprovação e promulgação, em três fases distintas, 
a saber: a celebração, o referendo ou aprovação e a promulgação. A celebração é ato da 
competência privativa do Presidente da República (Constituição de 1988, art. 84, inciso VIII), a 
aprovação ou referendo é da competência exclusiva do Congresso Nacional (Constituição, art. 49, 
inciso I; art. 84, inciso VIII), e a promulgação é da competência privativa do Presidente da República 
(Constituição de 1988, art. 84, inciso IV). Importante destacar que por disposição expressa do art. 5.º, 
§ 3.º, da Constituição Federal, introduzido pela Emenda Constitucional n.º 45, de 8 de dezembro de 
2004, os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados, em dois turnos, por 
três quintos dos votos dos membros da cada Casa do Congresso Nacional, serão equivalentes às 
emendas constitucionais. 
 
Artigo 3 
Os Estados Partes no presente Pacto comprometem-se a 
assegurar a homens e mulheres igualdade no gozo de todos os 
direitos civis e políticos enunciados no presente Pacto 
(princípio da igualdade) 
 
Artigo 6 (Direito à vida) 
1. O direito à vida é inerente à pessoa humana. Esse direito 
deverá ser protegido pela lei. Ninguém poderá ser 
arbitrariamente privado de sua vida. (Direito a não ser morto) 
2. Nos países em que a pena de morte não tenha sido abolida, 
esta poderá ser imposta apenas nos casos de crimes mais 
graves, em conformidade com legislação vigente na época em 
que o crime foi cometido e que não esteja em conflito com as 
disposições do presente Pacto, nem com a Convenção sobra a 
Prevenção e a Punição do Crime de Genocídio. Poder-se-á 
aplicar essa pena apenas em decorrência de uma sentença 
transitada em julgado e proferida por tribunal competente. 
(Possibilidade muito restrita de pena de morte) 
3. Quando a privação da vida constituir crime de genocídio, 
entende-se que nenhuma disposição do presente artigo 
autorizará qualquer Estado Parte do presente Pacto a eximir-
se, de modo algum, do cumprimento de qualquer das 
obrigações que tenham assumido em virtude das disposições 
da Convenção sobre a Prevenção e a Punição do Crime de 
Genocídio. (Caso de genocídio) 
4. Qualquer condenado à morte terá o direito de pedir indulto 
ou comutação da pena. A anistia, o indulto ou a comutação da 
pena poderá ser concedido em todos os casos. (Direitos da 
pessoa condenada a pena de morte) 
5. A pena de morte não deverá ser imposta em casos de 
crimes cometidos por pessoas menores de 18 anos, nem 
aplicada a mulheres em estado de gravidez. (pessoas que não 
podem ser submetidas à pena de morte) 
6. Não se poderá invocar disposição alguma do presente artigo 
para retardar ou impedir a abolição da pena de morte por um 
Estado Parte do presente Pacto. 
 
Artigo 7 
Ninguém poderá ser submetido à tortura, nem a penas ou 
tratamento cruéis, desumanos ou degradantes. Será proibido 
sobretudo, submeter uma pessoa, sem seu livre 
consentimento, a experiências médias ou cientificas. (Princípio 
da humanidade das penas/Vedação de tortura) 
 
Artigo 9 
1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoais. 
Ninguém poderá ser preso ou encarcerado arbitrariamente. 
Ninguém poderá ser privado de liberdade, salvo pelos motivos 
previstos em lei e em conformidade com os procedimentos nela 
estabelecidos. (Direito à liberdade e à segurança 
pessoal/Vedação à prisão arbitrária) 
 
2. Qualquer pessoa, ao ser presa, deverá ser informada das 
razões da prisão e notificada, sem demora, das acusações 
formuladas contra ela. (Direito à informação sobre sua 
prisão) 
3. Qualquer pessoa presa ou encarcerada em virtude de 
infração penal deverá ser conduzida, sem demora, à presença 
do juiz ou de outra autoridade habilitada por lei a exercer 
funções judiciais e terá o direito de ser julgada em prazo 
razoável ou de ser posta em liberdade. A prisão preventiva de 
pessoas que aguardam julgamento não deverá constituir a 
regra geral, mas a soltura poderá estar condicionada a 
garantias que assegurem o comparecimento da pessoa em 
questão à audiência, a todos os atos do processo e, se 
necessário for, para a execução da sentença. (Audiência de 
custódia/Direito à medidas alternativas à prisão/Duração 
razoável do processo) 
4. Qualquer pessoa que seja privada de sua liberdade por 
prisão ou encarceramento terá o direito de recorrer a um 
tribunal para que este decida sobre a legislação de seu 
encarceramento e ordene sua soltura, caso a prisão tenha sido 
ilegal. (Inafastabilidade da jurisdição e direito ao recurso 
penal) 
5. Qualquer pessoa vítima de prisão ou encarceramento ilegais 
terá direito à reparação. 
 
Artigo 10 
1. Toda pessoa privada de sua liberdade deverá ser tratada 
com humanidade e respeito à dignidade inerente à pessoa 
humana. (princípio da humanidade das penas) 
2. 
a) As pessoas processadas deverão ser separadas, salvo em 
circunstâncias excepcionais, das pessoas condenadas e 
receber tratamento distinto, condizente com sua condição de 
pessoa não-condenada. (Dever dos Estados de separar os 
tipos de preso) 
b) As pessoas processadas, jovens, deverão ser separadas 
das adultas e julgadas o mais rápido possível. (prioridade do 
julgamento de jovens/jovens e adultos não podem cumprir 
pena juntos) 
3. O regime penitenciário consistirá num tratamento cujo 
objetivo principal seja a reforma e a reabilitação normal dos 
prisioneiros. Os delinquentes juvenis deverão ser separados 
dos adultos e receber tratamento condizente com sua idade e 
condição jurídica. (Disposição que consagra a ideologia 
penal da prevenção especial positiva) 
 
Artigo 11 
Ninguém poderá ser preso apenas por não poder cumprir com 
uma obrigação contratual. (Vedação da prisão por dívidas) 
 
Artigo 12 
 
1. Toda pessoa que se ache legalmente no território de um 
Estado terá o direito de nele livremente circular e escolher sua 
residência. (Direito à liberdade de locomoção) 
2. Toda pessoa terá o direito de sair livremente de qualquer 
país, inclusive de seu próprio país. 
3. os direitos supracitados não poderão em lei e no intuito de 
restrições, a menos que estejam previstas em lei e no intuito de 
proteger a segurança nacional e a ordem, a saúde ou a moral 
pública, bem como os direitos e liberdades das demais 
pessoas, e que sejam compatíveis com os outros direitos 
reconhecidos no presente Pacto. 
4. Ninguém poderá ser privado arbitrariamentedo direito de 
entrar em seu próprio país. 
 
Artigo 14 
1. Todas as pessoas são iguais perante os tribunais e as cortes 
de justiça. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida 
publicamente e com devidas garantias por um tribunal 
competente, independente e imparcial, estabelecido por lei, na 
apuração de qualquer acusação de caráter penal formulada 
contra ela ou na determinação de seus direitos e obrigações de 
caráter civil. A imprensa e o público poderão ser excluídos de 
parte da totalidade de um julgamento, quer por motivo de moral 
pública, de ordem pública ou de segurança nacional em uma 
sociedade democrática, quer quando o interesse da vida 
privada das Partes o exija, que na medida em que isso seja 
estritamente necessário na opinião da justiça, em 
circunstâncias específicas, nas quais a publicidade venha a 
prejudicar os interesses da justiça; entretanto, qualquer 
sentença proferida em matéria penal ou civil deverá torna-se 
pública, a menos que o interesse de menores exija 
procedimento oposto, ou processo diga respeito à controvérsia 
matrimoniais ou à tutela de menores. (Hipótese de restrição 
da publicidade/Garantia da imparcialidade/Igualdade 
formal/Direito ou garantia de um juiz imparcial) 
2. Toda pessoa acusada de um delito terá direito a que se 
presuma sua inocência enquanto não for legalmente 
comprovada sua culpa. (Direito à presunção de inocência) 
3. Toda pessoa acusada de um delito terá direito, em plena 
igualmente, a, pelo menos, as seguintes garantias: (Garantias 
do acusado criminal) 
a) De ser informado, sem demora, numa língua que 
compreenda e de forma minuciosa, da natureza e dos motivos 
da acusação contra ela formulada; (Direito de saber qual a 
imputação há contra si) 
b) De dispor do tempo e dos meios necessários à preparação 
de sua defesa e a comunicar-se com defensor de sua escolha; 
(Razoável duração do processo e direito à escolher seu 
defensor) 
c) De ser julgado sem dilações indevidas; (duração razoável 
do processo) 
d) De estar presente no julgamento e de defender-se 
pessoalmente ou por intermédio de defensor de sua escolha; 
 
de ser informado, caso não tenha defensor, do direito que lhe 
assiste de tê-lo e, sempre que o interesse da justiça assim 
exija, de ter um defensor designado ex-offício gratuitamente, se 
não tiver meios para remunerá-lo; (Direito à autodefesa é a 
defesa técnica/Direito à assistência judiciária gratuita) 
e) De interrogar ou fazer interrogar as testemunhas de 
acusação e de obter o comparecimento e o interrogatório das 
testemunhas de defesa nas mesmas condições de que 
dispõem as de acusação; (garantia da paridade de armas) 
f) De ser assistida gratuitamente por um intérprete, caso não 
compreenda ou não fale a língua empregada durante o 
julgamento; 
g) De não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a 
confessar-se culpada. (Direito à não auto-incriminação) 
4. O processo aplicável a jovens que não sejam maiores nos 
termos da legislação penal em conta a idade dos menos e a 
importância de promover sua reintegração social. 
5. Toda pessoa declarada culpada por um delito terá direito de 
recorrer da sentença condenatória e da pena a uma instância 
superior, em conformidade com a lei. (Direito ao recurso e ao 
duplo grau de jurisdição) 
6. Se uma sentença condenatória passada em julgado for 
posteriormente anulada ou se um indulto for concedido, pela 
ocorrência ou descoberta de fatos novos que provem 
cabalmente a existência de erro judicial, a pessoa que sofreu a 
pena decorrente desse condenação deverá ser indenizada, de 
acordo com a lei, a menos que fique provado que se lhe pode 
imputar, total ou parcialmente, a não revelação dos fatos 
desconhecidos em tempo útil. (Direito à indenização civil por 
erro judicial) 
7. Ninguém poderá ser processado ou punido por um delito 
pelo qual já foi absorvido ou condenado por sentença passada 
em julgado, em conformidade com a lei e os procedimentos 
penais de cada país. (proibição do bis in idem) 
 
Artigo 15 
1. ninguém poderá ser condenado por atos omissões que não 
constituam delito de acordo com o direito nacional ou 
internacional, no momento em que foram cometidos. Tampouco 
poder-se-á impor pena mais grave do que a aplicável no 
momento da ocorrência do delito. Se, depois de perpetrado o 
delito, a lei estipular a imposição de pena mais leve, o 
delinqüente deverá dela beneficiar-se. (Irretroatividade da lei 
penal in pejus e ultratividade da lei penal in melius) 
2. Nenhuma disposição do presente Pacto impedirá o 
julgamento ou a condenação de qualquer individuo por atos ou 
omissões que, momento em que forma cometidos, eram 
considerados delituosos de acordo com os princípios gerais de 
direito reconhecidos pela comunidade das nações. 
 
Artigo 16 
 
Toda pessoa terá direito, em qualquer lugar, ao 
reconhecimento de sua personalidade jurídica. (Direito à 
personalidade jurídica) 
 
Artigo 17 
1. Ninguém poderá ser objetivo de ingerências arbitrárias ou 
ilegais em sua vida privada, em sua família, em seu domicílio 
ou em sua correspondência, nem de ofensas ilegais às suas 
honra e reputação. (Direito à intimidade/proteção contra 
ataques à honra pessoal) 
2. Toda pessoa terá direito à proteção da lei contra essas 
ingerências ou ofensas. (proteção da honra) 
 
Artigo 19 
1. ninguém poderá ser molestado por suas opiniões. (direito 
de não ser agredido por suas opiniões) 
2. Toda pessoa terá direito à liberdade de expressão; esse 
direito incluirá a liberdade de procurar, receber e difundir 
informações e idéias de qualquer natureza, independentemente 
de considerações de fronteiras, verbalmente ou por escrito, em 
forma impressa ou artística, ou por qualquer outro meio de sua 
escolha. (direito à liberdade de expressão) 
3. O exercício do direito previsto no parágrafo 2 do presente 
artigo implicará deveres e responsabilidades especiais. 
Conseqüentemente, poderá estar sujeito a certas restrições, 
que devem, entretanto, ser expressamente previstas em lei e 
que se façam necessárias para: (hipóteses de restrição da 
liberdade de expressão) 
a) assegurar o respeito dos direitos e da reputação das demais 
pessoas; 
b) proteger a segurança nacional, a ordem, a saúde ou a moral 
públicas. 
 
Artigo 20 
1. Será proibida por lei qualquer propaganda em favor da 
guerra. (vedação da propaganda de guerra) 
2. Será proibida por lei qualquer apologia do ódio nacional, 
racial ou religioso que constitua incitamento à discriminação, à 
hostilidade ou a violência. (vedação da apologia ao ódio e à 
discriminação) 
 
Artigo 26 
Todas as pessoas são iguais perante a lei e têm direito, sem 
discriminação alguma, a igual proteção da Lei. A este respeito, 
a lei deverá proibir qualquer forma de discriminação e garantir a 
todas as pessoas proteção igual e eficaz contra qualquer 
discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, 
opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, 
situação econômica, nascimento ou qualquer outra situação. 
(princípio da igualdade formal) 
 
Artigo 27 
 
Nos Estados em que haja minorias étnicas, religiosas ou 
lingüísticas, as pessoas pertencentes a essas minorias não 
poderão ser privadas do direito de ter, conjuntamente com 
outros membros de seu grupo, sua própria vida cultural, de 
professar e praticar sua própria religião e usar sua própria 
língua. (pacto de não agressão contra minorias) 
 
12.2.2. Sistema Regional Interamericano: 
12.2.2.1 Convenção Americana sobre Direitos Humanos de 1969 (Pacto de San 
José da Costa Rica): 
ARTIGOS SELECIONADOS: 
 
Artigo 1 - Obrigação de respeitar os direitos 
1. Os Estados Partes nesta Convenção comprometem-se a 
respeitar os direitos e liberdades nela reconhecidos e a garantir 
seu livre e pleno exercício a toda pessoa que esteja sujeita à sua 
jurisdição, sem discriminação alguma por motivo de raça, cor, 
sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de qualquer outra 
natureza, origem nacionalou social, posição econômica, 
nascimento ou qualquer outra condição social. (compromisso 
dos Estados de respeitarem os direitos) 
2. Para os efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser humano. 
(conceito de pessoa para a Convenção) 
 
Artigo 2 - Dever de adotar disposições de direito interno 
Se o exercício dos direitos e liberdades mencionados no artigo 1 
ainda não estiver garantido por disposições legislativas ou de 
outra natureza, os Estados Partes comprometem-se a adotar, de 
acordo com as suas normas constitucionais e com as 
disposições desta Convenção, as medidas legislativas ou de 
outra natureza que forem necessárias para tornar efetivos tais 
direitos e liberdades. 
 
Artigo 7 - Direito à liberdade pessoal 
1.Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoais. 
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo pelas 
causas e nas condições previamente fixadas pelas constituições 
políticas dos Estados Partes ou pelas leis de acordo com elas 
promulgadas. (Princípio da legalidade) 
3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou encarceramento 
arbitrários. (vedação das prisões arbitrárias) 
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões 
da sua detenção e notificada, sem demora, da acusação ou 
acusações formuladas contra ela. (Direito a informação sobre a 
acusação) 
5. Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem 
demora, à presença de um juiz ou outra autoridade autorizada 
pela lei a exercer funções judiciais e tem direito a ser julgada 
dentro de um prazo razoável ou a ser posta em liberdade, sem 
prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser 
condicionada a garantias que assegurem o seu comparecimento 
 
em juízo. (Garantia da audiência de custódia/Razoável 
duração do processo) 
6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um 
juiz ou tribunal competente, a fim de que este decida, sem 
demora, sobre a legalidade de sua prisão ou detenção e ordene 
sua soltura se a prisão ou a detenção forem ilegais. Nos Estados 
Partes cujas leis prevêem que toda pessoa que se vir ameaçada 
de ser privada de sua liberdade tem direito a recorrer a um juiz 
ou tribunal competente a fim de que este decida sobre a 
legalidade de tal ameaça, tal recurso não pode ser restringido 
nem abolido. O recurso pode ser interposto pela própria pessoa 
ou por outra pessoa. (Direito ao recurso e ao duplo grau de 
jurisdição) 
7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita 
os mandados de autoridade judiciária competente expedidos em 
virtude de inadimplemento de obrigação alimentar. (Vedação da 
prisão por dívidas) 
 
Artigo 8 - Garantias judiciais 
1. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas 
garantias e dentro de um prazo razoável, por um juiz ou tribunal 
competente, independente e imparcial, estabelecido 
anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal 
formulada contra ela, ou para que se determinem seus direitos 
ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer 
outra natureza. (Direito a um juiz eqüidistante e 
independente) 
2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma 
sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua 
culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena 
igualdade, às seguintes garantias mínimas: (garantia da 
prevenção de inocência) 
a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por 
tradutor ou intérprete, se não compreender ou não falar o 
idioma do juízo ou tribunal; (direito a um interprete se não 
fala a língua) 
b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da 
acusação formulada; (saber qual a acusação que há contra si) 
c) concessão ao acusado do tempo e dos meios adequados para 
a preparação de sua defesa; (duração razoável do processo) 
d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser 
assistido por um defensor de sua escolha e de comunicar-se, 
livremente e em particular, com seu defensor; (Direito a defesa 
técnica e a autodefesa/direito a conversar individualmente 
com um advogado) 
e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor 
proporcionado pelo Estado, remunerado ou não, segundo a 
legislação interna, se o acusado não se defender ele próprio 
nem nomear defensor dentro do prazo estabelecido pela lei; 
(Direito a um defensor público) 
f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presentes no 
tribunal e de obter o comparecimento, como testemunhas ou 
 
peritos, de outras pessoas que possam lançar luz sobre os fatos; 
(Direito a indicar e produzir provas) 
g) direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a 
declarar-se culpada; (direito a não auto-incriminação) e; 
h) direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior. 
(direito ao duplo grau de jurisdição e ao recurso) 
3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coação de 
nenhuma natureza. (garantia contra a tortura ou qualquer 
coação para confessar) 
4. O acusado absolvido por sentença passada em julgado não 
poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos fatos. 
(proibição do bis in idem) 
5. O processo penal deve ser público, salvo no que for 
necessário para preservar os interesses da justiça. (publicidade 
do processo penal) 
 
Artigo 9 - Princípio da legalidade e da retroatividade 
Ninguém pode ser condenado por ações ou omissões que, no 
momento em que forem cometidas, não sejam delituosas, de 
acordo com o direito aplicável. Tampouco se pode impor pena 
mais grave que a aplicável no momento da perpetração do delito. 
Se depois da perpetração do delito a lei dispuser a imposição de 
pena mais leve, o delinqüente será por isso beneficiado. 
 
Artigo 10 - Direito a indenização 
Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a lei, no 
caso de haver sido condenada em sentença passada em 
julgado, por erro judiciário. 
 
Artigo 11 - Proteção da honra e da dignidade 
1. Toda pessoa tem direito ao respeito de sua honra e ao 
reconhecimento de sua dignidade. 
2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou 
abusivas em sua vida privada, na de sua família, em seu 
domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas ilegais à 
sua honra ou reputação. (Direito à intimidade) 
 
Artigo 24 - Igualdade perante a lei 
Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por conseguinte, têm 
direito, sem discriminação, a igual proteção da lei. 
 
Artigo 25 - Proteção judicial contra violação da Constituição, da 
Lei e desta Convenção 
1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rápido ou a 
qualquer outro recurso efetivo, perante os juízes ou tribunais 
competentes, que a proteja contra atos que violem seus direitos 
fundamentais reconhecidos pela constituição, pela lei ou pela 
presente Convenção, mesmo quando tal violação seja cometida 
por pessoas que estejam atuando no exercício de suas funções 
oficiais. (Inafastabilidade da jurisdição) 
2. Os Estados Partes comprometem-se: 
a) a assegurar que a autoridade competente prevista pelo 
sistema legal do 
 
Estado decida sobre os direitos de toda pessoa que interpuser tal 
recurso; 
b) a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; e 
c) a assegurar o cumprimento, pelas autoridades competentes, 
de toda decisão em que se tenha considerado procedente o 
recurso. 
3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais 
ingerências ou tais ofensas. 
 
13. Considerações finais: Segundo Flávia Piovesan (2016), faz-se clara a relação 
entre o processo de democratização no Brasil e o processo de incorporação de 
relevantes instrumentos internacionais de proteção dos direitos humanos, tendo em 
vista que, se o processo de democratização permitiu a ratificação de relevantes 
tratados de direitos humanos, por sua vez essa ratificação permitiu o fortalecimento 
do processo democrático, através da ampliação e do reforço do universo de direitos 
por ele assegurado. 
 
REFERÊNCIAS: 
KIRSTE, Stephan. Dignidade humana e direitos humanos: ontologia ouconstrutivismo dos direitos humanos. Hendu – Revista Latino-Americana de 
Direitos Humanos, v. 7, n. 1, ago. 2018. 
PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos. São Paulo: Saraiva, 2016. 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). O que são direitos humanos. 
Disponível em: . 
Acesso em: agosto de 2020.

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