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definição sintática de sujeito (1)

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UFBA/ILUFBA 
Departamento de Vernáculas 
LET A24 – Sintaxe da Língua Portuguesa 
Profa. Edivalda Araújo 
 
 
Definição sintática de sujeito 
 
 
Para haver oração, é necessária, pelo menos, a ocorrência de um termo: o predicado. Mas, se há 
predicado, há também o sujeito, mesmo que não seja foneticamente realizado. 
 
Dizemos, então, que a oração é dividida em duas partes: o SUJEITO e o PREDICADO. 
 
(1) O menino cresceu. 
(2) Deus ajuda aos necessitados. 
(3) A pessoa interessada nos estudos vence os obstáculos da vida. 
 
 
O sujeito 
 
Em relação ao sujeito, nem sempre é fácil defini-lo. 
 
Alguns professores de Língua Portuguesa adotam a seguinte definição: aquele que pratica que 
pratica a ação. Esta definição, contudo, é problemática porque não consegue abarcar todos os 
tipos de sujeito da língua. 
Por exemplo: 
 
(4) Eremildo apanhou de Joana. 
(5) Ariobaldo se preocupou com a notícia da mãe. 
(6) Choveu muito em Salvador no último verão. 
(7) Os homens amam muito pouco. 
 
 
É preciso entender que quem pratica uma ação, pratica-a deliberadamente e tem controle sobre ela, 
portanto, nas orações em (4)-(7), a definição de sujeito como aquele que pratica a ação é 
inadequada porque não consegue ser aplicada a nenhum desses casos. 
 
Outras gramáticas, seguindo a definição tradicional da antiguidade grega, definem o sujeito como o 
termo sobre o qual se faz uma declaração. Também esta definição apresenta problemas porque 
não contempla alguns exemplos de sujeitos produzidos na língua portuguesa, como se observa em: 
 
(8) A professora, ela tem paciência com os alunos. 
(9) Em Salvador, chove muito no verão. 
(10) Falaram mal de você por aí. 
(11) A: Quem comprou um carro novo? 
 B: Alencar comprou. 
 
Como se vê, não é fácil definir o sujeito. A definição que apresenta menos problemas é a sugerida 
por Perini (1989, p. 39): 
 
“Sujeito” é uma função, isto é, um dos aspectos da organização formal da oração. 
Uma função sintática se define através de relações sintagmáticas entre os diversos 
termos da oração: ordem das palavras, concordância, regência etc. Assim, a função 
de sujeito se caracteriza por certas posições na oração, e por estar em relação de 
concordância de pessoa e número com o verbo. 
 
 
Entendemos dessa definição que: 
 
i) o sujeito tem uma posição prevista na língua. De modo geral, vem à esquerda, junto do 
verbo, mas pode ocorrer depois do verbo, quando há inversão na ordem: 
 
(12) Amanhã, possivelmente, as crianças irão à praia. 
(13) Vão-se todos os amigos ao cair da tarde. 
(14) Chegaram todos os livros encomendados. 
(15) As mulheres, indiscutivelmente, sentem mais emoções do que os homens. 
 
 
ii) o sujeito é o termo que desencadeia a concordância com o verbo, mesmo que não esteja 
realizado na frase. Isso significa que se o sujeito estiver no singular, o verbo deverá estar 
no singular; e, consequentemente, se o sujeito estiver no plural, o verbo deverá estar no 
plural. 
 
(16) Nós estudamos português. 
(17) As empregadas domésticas tiveram aumento salarial acima da média. 
(18) O governador puniu os professores. 
(19) Eu investi em minha carreira. 
(20) Ela saiu sem dizer adeus. 
 
Por isso são estranhos exemplos do tipo: 
 
(21) *Eu estudamos português. 
(22) *A menina falaram alto. 
(23) *Você desisti de ir à festa. 
 
Esses exemplos são estranhos porque não apresentam concordância entre o sujeito e o verbo. 
Observe, no entanto, que as frases seguintes são aceitáveis na forma popular e cotidiana da língua 
portuguesa do Brasil: 
 
(24) Os menino chegou cansado. 
(25) As meninas disse muita coisa sem sentido. 
(26) Nós entende bem o assunto. 
(27) Vocês anda muito rápido. 
 
Considerando os exemplos em (24)-(27), comuns na linguagem informal e cotidiana no Brasil, 
vemos que a definição de sujeito de Perini (1989) não alcança tais realizações. No entanto, ainda é a 
melhor definição de sujeito que se apresenta até então. 
 
De qualquer modo, na dúvida de qual termo é o sujeito, é válido continuar usando o método antigo 
usado por nossos antepassados: basta fazer a pergunta ao verbo: quem? 
 
Por exemplo: Quem chegou cansado? 
Os menino 
 
Portanto, os menino é o sujeito, porque responde à pergunta quem? feita ao verbo. 
 
De modo geral (mas NÃO sempre), o argumento externo exerce a função sintática de sujeito. Na 
verdade, há apenas duas funções sintáticas relacionadas ao argumento externo: ou sujeito ou agente 
da passiva (esta função será mais detalhadamente explicada quando estudarmos a passiva). 
 
 
A classificação do sujeito de acordo com a gramática tradicional 
 
O sujeito, de acordo com a gramática tradicional, recebe a seguinte classificação: 
 
Simples: A criança foi ao parque. 
Composto: A criança e os amigos foram ao parque. 
Oculto: Fomos ao parque. 
Indeterminado: Disseram horrores sobre você. 
Inexistente: Faz calor em Salvador. 
 
Críticas à classificação da GT: 
 Não se justifica a diferença entre sujeito simples e sujeito composto 
 Não se sustenta a diferença entre sujeito oculto e sujeito indeterminado 
 Se o sujeito é um termo essencial à oração, então ele não pode ser inexistente 
 
 
 
 
Proposta de classificação de Duarte (2007) 
 
 
Duarte (2007) defende que o sujeito seja classificado em relação a dois fatores: 
 
a) Realização: um sujeito pode ou não ser realizado. 
 
 
(28) Os alunos surpreendem os professores.  sujeito realizado 
 
(29) Ø Colocamos fé em nossas vidas.  sujeito não-realizado 
 
 
 
b) Referência: um sintagma nominal pode ter três tipos de referência: definida, indefinida ou 
não ter referência. 
 
(30) A mulher sofreu muito na história da humanidade.  sujeito realizado de referência 
indefinida 
 
(31) Onde Ø pega ônibus para a Ribeira?  sujeito não-realizado de referência indefinida 
 
(32) Ø Gostamos realmente de sintaxe.  sujeito não-realizado de referência definida 
 
(33) Os alunos de Letras são muito inteligentes.  sujeito realizado de referência definida 
 
(34) Ø Chove bastante no verão.  sujeito não-realizado, sem referência 
 
 
 
Referências 
 
DUARTE, Maria Eugênia. Termos da Oração. In: VIEIRA, Sílvia Rodrigues; BRANDÃO, Sílvia 
Figueiredo. Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007. 
 
PERINI, Mário A. Para uma nova gramática do português. 4.ed. São Paulo: Ática,1989.

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