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citadinos a transformá-los em caminhos de pedra. Mas, com as invasões da segunda metade do século IX e do século X (normandos, húngaros, sarracenos), é necessário reconstruir rapidamente as muralhas. As cidades passam a ser antes de tudo fortalezas onde a cada alerta refugia-se a população dos arredores. Apesar dessa insegurança, o período que vai do ano 750 ao ano mil não corresponde a uma decadência urbana generalizada. Certamente as cidades do sudeste da Gália sofrem cruelmente as incursões normandas e muçul- manas. Mas entre o Loire e o Reno assiste-se a um incre- mento urbano contínuo embora limitado, trate-se do desen- volvimento, no século X, de velhas cidades como Arras ou Metz ou de novas aglomerações nascidas do comércio flu- vial, tais como os portus de Saint-Omer e de Gand, que se formaram no século IX junto de monastérios. Além disso, na Itália bizantina encontram-se cidades bastante ativas, comb Nápoles, Salerno e sobretudo Veneza, que nasce um pouço antes de 800 e se transforma rapidamente numa po- tência marítima cuja prosperidade repousa no comércio de escravos em direção do Oriente muçulmano. 2. A explosão urbana medieval Começa no século XI e prossegue até o final da Idade Média. A) Os fatores do incremento urbano - Ele resulta essencialmente de um forte crescimento demográfico viabili- com o final das invasões, a melhora das condições de segurança e o aperfeiçoamento das técnicas agrícolas. Assis- te-se a uma expansão econômica do Ocidente medieval mar- cada por uma retomada da produção e do comércio, que tem um papel importante no processo de urbanização. Em suma, o crescimento da população urbana se dá essencialmente de- vidd à imigração dos camponeses das regiões vizinhas, não se devendo entretanto desprezar a existência de indivíduos 35