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A LÍNGUA E O DIREITO DIFERENÇA entre LÍNGUA e LINGUAGEM • LÍNGUA - pode ser definida como sendo um sistema gramatical que pertence a um grupo de indivíduos. A língua é um tipo de sistema de códigos criado e desenvolvido com o fito de estabelecer a comunicação. Por esta razão, a língua está em constante mutação dentro de um grupo social qualquer. A língua, sendo um fato social, acompanha as transformações sociais tornando-se um elemento vivo, pois dinâmico. • Já a LINGUAGEM é “um conjunto complexo de processos... que torna possível a aquisição e o emprego concreto de uma LÍNGUA qualquer”. Ora, então, a linguagem é o emprego da língua. Grosso modo, pode-se dizer que a linguagem é a forma de se empregar uma língua qualquer. • Existem vários níveis para este emprego, dependendo do emissor e o receptor, assim como do contexto social. Estes são chamados NÍVEIS DE LINGUAGEM. NÍVEIS DE LINGUAGEM • Linguagem coloquial / oral; • Linguagem artística / expressiva; • Linguagem técnica / visa informar ou convencer: - Informativa: encontrada em livros didáticos; - Lógica: encontrada nos discursos sacros, políticos e forenses. LINGUAGEM FORENSE = PORTUGUÊS PARA O DIREITO • Não é um tipo de língua diferente, apenas representa um nível de linguagem específica da área jurídica. • A língua é a mesma, a portuguesa. • A linguagem forense nada mais é do que a língua portuguesa aplicada ao Direito. • Para o profissional da área jurídica, o bom emprego da língua portuguesa é uma condição sine qua non para o sucesso da carreira. • Talvez nenhuma arte liberal necessite mais de forma verbal que a advocacia, isto porque o jurista não examina diretamente os fatos, porém fá-lo mediante uma exposição deles, e esta exposição é, necessariamente, constituída por textos escritos ou depoimentos falados. • A LINGUAGEM FORENSE, em suma, é o meio pelo qual o Direito – sistema de normas que ordena a sociedade – se faz útil e efetivo. GRAVES ENTRAVES À COMUNICAÇÃO • REBUSCAMENTO – é o uso abusivo do requinte de linguagem, do estilo gongórico que esconde quase sempre um exibicionismo literário inconveniente e até mesmo descortês, invariavelmente danoso à causa, porque gera uma antipatia nefasta por parte do órgão julgador. É vício que obscurece a redação e a comunicação que ela deveria promover. (...) É sempre recomendável que ao redigir perguntemos se, além de nós mesmos, alguém haverá de compreender, de imediato, o texto. Direito é comunicação e cada vez mais comunicação imediata. (Ver. Jurídica Consulex, No. 180, 15-jul-2004) • PROLIXIDADE – é a redação desnecessariamente extensa, enfadonha, tediosa. (...) Uma petição enxuta, porém plena no que é essencial, conta com o beneplácito da atenção de todos e maior celeridade na tramitação do processo. Cada vez mais isso é fator estratégico para o advogado que, sendo profissional da palavra, o é também do tempo. QUALIDADES ESSENCIAIS DA REDAÇÃO 1 – UNIDADE – é a consequência da noção de conjunto que caracteriza o parágrafo. É preciso haver uma só e mesma linha de raciocínio que enfeixe as ideias em torno de um núcleo, com um único objetivo a atingir. 2 – CLAREZA – adquirida por meio do estudo do sentido das palavras (semântica). In claris interpretato cessat 3 – CORREÇÃO – habilidade indispensável, podendo ser adquirida pela leitura e produção de textos. 4 – PRECISÃO – requer conhecimento dos termos e de seu valor. Um dicionário, o aprendizado de figuras, o estudo de expressões usadas em direito resolvem o problema da precisão. 5 – CONCISÃO – principal qualidade da linguagem forense. Consiste na busca da forma breve, incisiva para o pensamento.
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