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01 A LÍNGUA E O DIREITO

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A LÍNGUA E O DIREITO 
 
DIFERENÇA entre LÍNGUA e LINGUAGEM 
• LÍNGUA - pode ser definida como sendo um sistema gramatical que pertence a um grupo de indivíduos. A 
língua é um tipo de sistema de códigos criado e desenvolvido com o fito de estabelecer a comunicação. 
Por esta razão, a língua está em constante mutação dentro de um grupo social qualquer. 
A língua, sendo um fato social, acompanha as transformações sociais tornando-se um elemento vivo, pois 
dinâmico. 
 
• Já a LINGUAGEM é “um conjunto complexo de processos... que torna possível a aquisição e o emprego 
concreto de uma LÍNGUA qualquer”. 
Ora, então, a linguagem é o emprego da língua. Grosso modo, pode-se dizer que a linguagem é a forma 
de se empregar uma língua qualquer. 
 
• Existem vários níveis para este emprego, dependendo do emissor e o receptor, assim como do contexto 
social. Estes são chamados NÍVEIS DE LINGUAGEM. 
 
NÍVEIS DE LINGUAGEM 
• Linguagem coloquial / oral; 
• Linguagem artística / expressiva; 
• Linguagem técnica / visa informar ou convencer: 
 - Informativa: encontrada em livros didáticos; 
 - Lógica: encontrada nos discursos sacros, 
 políticos e forenses. 
 
LINGUAGEM FORENSE = PORTUGUÊS PARA O DIREITO 
• Não é um tipo de língua diferente, apenas representa um nível de linguagem específica da área jurídica. 
• A língua é a mesma, a portuguesa. 
• A linguagem forense nada mais é do que a língua portuguesa aplicada ao Direito. 
• Para o profissional da área jurídica, o bom emprego da língua portuguesa é uma condição sine qua non 
para o sucesso da carreira. 
• Talvez nenhuma arte liberal necessite mais de forma verbal que a advocacia, isto porque o jurista não 
examina diretamente os fatos, porém fá-lo mediante uma exposição deles, e esta exposição é, 
necessariamente, constituída por textos escritos ou depoimentos falados. 
• A LINGUAGEM FORENSE, em suma, é o meio pelo qual o Direito – sistema de normas que ordena a 
sociedade – se faz útil e efetivo. 
 
GRAVES ENTRAVES À COMUNICAÇÃO 
• REBUSCAMENTO – é o uso abusivo do requinte de linguagem, do estilo gongórico que esconde 
quase sempre um exibicionismo literário inconveniente e até mesmo descortês, invariavelmente 
danoso à causa, porque gera uma antipatia nefasta por parte do órgão julgador. É vício que 
obscurece a redação e a comunicação que ela deveria promover. (...) É sempre recomendável 
que ao redigir perguntemos se, além de nós mesmos, alguém haverá de compreender, de 
imediato, o texto. Direito é comunicação e cada vez mais comunicação imediata. 
 (Ver. Jurídica Consulex, No. 180, 15-jul-2004) 
 
• PROLIXIDADE – é a redação desnecessariamente extensa, enfadonha, tediosa. (...) Uma petição 
enxuta, porém plena no que é essencial, conta com o beneplácito da atenção de todos e maior 
celeridade na tramitação do processo. Cada vez mais isso é fator estratégico para o advogado 
que, sendo profissional da palavra, o é também do tempo. 
 
QUALIDADES ESSENCIAIS DA REDAÇÃO 
 
1 – UNIDADE – é a consequência da noção de conjunto que caracteriza o parágrafo. É preciso haver uma só e 
mesma linha de raciocínio que enfeixe as ideias em torno de um núcleo, com um único objetivo a atingir. 
2 – CLAREZA – adquirida por meio do estudo do sentido das palavras (semântica). In claris interpretato 
cessat 
3 – CORREÇÃO – habilidade indispensável, podendo ser adquirida pela leitura e produção de textos. 
4 – PRECISÃO – requer conhecimento dos termos e de seu valor. Um dicionário, o aprendizado de figuras, o 
estudo de expressões usadas em direito resolvem o problema da precisão. 
 5 – CONCISÃO – principal qualidade da linguagem forense. Consiste na busca da forma breve, incisiva para o 
pensamento.

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