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ESQUIZOFRENIA.docx 2.pdf

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1
CAPITULO I
A ESQUIZOFRENIA
Introdução 
A esquızofrenıa é um dıstúrbıo mental grave caracterızado pela perda do 
contacto com a realıdade, alucınações, delírıos, pensamento anormal e alteração do 
funcıonamento laboral e socıal. A esquızofrenıa é um ımportante problema de saúde 
públıca em todo o mundo sendo maıs prevalente que a doença de Alzheımer, a dıabetes 
ou a esclerose múltıpla, afectando 1% da população mundıal em ıdade ȷovem entre os 
15, aos 35 anos. Segunda a Organızação da Saúde Mundıal (OMS), é a terceıra causa da 
perda de qualıdade de vıda entre, 15 aos 44 anos, consıderando todas as doenças. Ela 
atınge em ıgual proporção homens e mulheres, em geral ınıcıa-se maıs cedo no homem, 
por volta dos 20-25 anos de ıdade, e na mulher, por volta dos 25-30 anos. 
Apesar do ımpacto socıal, a esquızofrenıa aında é uma doença pouco conhecıda 
pela socıedade, sempre cercada de muıtos tabus e preconceıtos. Crenças como “as 
pessoas com esquızofrenıas são vıolentas e ımprevısíveıs”, “elas são culpadas pela 
doença”, “elas tem dupla personalıdade”, “elas precısam permanecer ınternadas” são 
fruto do desconhecımento e do preconceıto.
 Os transtornos esquızofrénıcos caracterızam‐se em geral por dıstorções 
fundamentaıs e característıcas do pensamento e da percepção e por afectos 
ınaproprıados ou embotados. Usualmente mantém‐se clara a conscıêncıa e a capacıdade 
ıntelectual, embora certos defıcıts cognıtıvos possam evoluır no curso do tempo. Os 
fenómenos psıcopatológıcos maıs ımportantes ıncluem o eco do pensamento, a 
percepção delırante, ıdeıas delırantes de controlo, de ınfluêncıa ou de passıvıdade, vozes 
alucınatórıas que comentam ou dıscutem com o pacıente na terceıra pessoa, transtornos 
do pensamento e sıntomas negatıvos.
 A doença produz também dıfıculdades socıaıs, como as relacıonadas ao 
trabalho e relacıonamento, com a ınterrupção das actıvıdades produtıvas da pessoa. O 
tratamento envolve medıcamentos, psıcoterapıa, terapıas ocupacıonaıs e conscıentızação 
da famílıa, que absorve a maıor parte das tensões geradas pela doença.
Dıversos dıstúrbıos compartılham as característıcas da esquızofrenıa mas os seus 
sıntomas estão presentes no mínımo seıs meses, sendo denomınados de dıstúrbıos 
esquızofrenıformes. Quando os sıntomas persıstem por pelo menos um dıa, mas duram 
menos de um mês, eles são denomınados dıstúrbıos psıcótıcos breves. Um dıstúrbıo 
caracterızado pela presença de sıntomas do humor, taıs como depressão ou manıa, 
ȷuntamente com sıntomas maıs típıcos de esquızofrenıa é denomınado dıstúrbıo 
esquızoafectıvo. Um dıstúrbıo da personalıdade que pode compartılhar sıntomas de 
2
esquızofrenıa, mas no qual os sıntomas em geral não são tão graves a ponto de satısfazer 
aos crıtérıos da psıcose, é denomınado dıstúrbıo da personalıdade esquızotípıca.
Ao contrárıo do que a maıorıa das pessoas pensa, a esquızofrenıa não é um 
dıstúrbıo de múltıplas personalıdades. É uma doença crônıca, complexa e que exıge 
tratamento por toda a vıda, não tem cura, mas com o tratamento adequado a pessoa pode 
se recuperar e voltar a vıver uma vıda normal.
Esquızofrenıa e sua orıgem.
As pessoas com esquızofrenıa sofrem de sıntomas psıcótıcos. Entre estes, 
3
contam-se as alucınações (por ex. ver ou ouvır coısas que não exıstem), delírıos (ter 
crenças de natureza bızarra ou paranoıde que não são verdadeıras), comportamento 
agressıvo, ınsónıa, alterações da memórıa e da concentração e medo ıntenso.
Os delírıos e as alucınações são exemplos de sıntomas denomınados 
“posıtıvos”. Os "sıntomas negatıvos" também surgem na esquızofrenıa: as pessoas 
fıcam ausentes e alheadas, mostram muıto pouca ınıcıatıva, não conseguem sentır prazer 
e têm uma vıda emocıonal pobre ou ınsensıbılızada. 
Muıtas vezes, as pessoas com esquızofrenıa ısolam-se socıalmente, e têm 
grandes dıfıculdades nas relações ınterpessoaıs, sobretudo em sıtuações de maıor stress. 
Todos estes sıntomas orıgınam alterações na maneıra de ser da pessoa, que começa 
também a ter dıfıculdades no desempenho escolar e/ou laboral.
Uma ımportante característıca resıde no facto de as pessoas com esquızofrenıa 
não acredıtarem que estas ıdeıas/sıntomas se devem a uma doença, algo que os médıcos 
denomınam falta de “ınsıght” ou de “ȷuízo crítıco”. Este é um factor determınante para o 
atraso na busca de aȷuda médıca, mas também para a aceıtação do tratamento 
necessárıo.
Assım como muıtas outras doenças, acredıta-se que a esquızofrenıa seȷa 
resultado de uma combınação de factores genétıcos e ambıentaıs. Todos os ınstrumentos 
da cıêncıa moderna estão sendo usados para procurar pelas causas da esquızofrenıa.
Factores genétıcos 
Na heredıtarıedade os cıentıstas sabem, há bastante tempo, que a esquızofrenıa 
ocorre maıs frequentemente em algumas famílıas. Esquızofrenıa acomete em torno de 
1% da população geral, mas ocorre em 10% das pessoas parentes em prımeıro grau 
(paıs e ırmãos) de alguém com a doença. Pessoas com parentesco de segundo grau (tıos, 
prımos e avós) de alguém com esquızofrenıa também têm maıor probabılıdade de 
desenvolver a doença do que a população geral. O gêmeo ıdêntıco de uma pessoa com 
esquızofrenıa tem de 40 a 65% de chance de desenvolver a doença.
Acredıta-se que várıos genes esteȷam assocıados com a elevação do rısco para 
esquızofrenıa, porém os cıentıstas acham que cada gene tem efeıto bem pequeno e não 
serıa responsável por causar a doença sozınho. Aında não é possível prever quem 
desenvolverá esquızofrenıa ao examınar o materıal genétıco.
Os genes desempenham um papel ımportante na realızação do rısco de 
esquızofrenıa entre os membros da famílıa. As pessoas que têm um parente próxımo 
com esquızofrenıa são maıs propensos a desenvolver a doença. Em uma famílıa, se um 
dos paıs está a sofrer desta doença, em seguıda, a crıança também é um rısco. As 
pessoas podem desenvolver esquızofrenıa, devıdo ao alto nível de rısco genétıco. 
4
Pessoas que têm parentes como tıas, tıos, avós ou prımos com esta doença também 
podem desenvolver esquızofrenıa maıs frequentemente do que a população em geral.
Alguns genes ȷá foram relacıonados à esquızofrenıa e, provavelmente, outros 
também o serão. Os genes da esquızofrenıa são responsáveıs por regular etapas 
ımportantes do desenvolvımento cerebral, bem como a produção de neurotransmıssores 
(substâncıas produzıdas no cérebro para transmıtır ımpulsos eléctrıcos de um neurônıo a 
outro). Esses genes serıam actıvados por factores ambıentaıs de rısco, desencadeando 
uma cascata de eventos que culmınarıam em alterações sutıs do desenvolvımento do 
cérebro, caracterızadas prıncıpalmente por um erro na comunıcação entre neurônıos de 
dıferentes áreas cerebraıs (desconexão neuronal).
Contudo, um dos maıores obstáculos na pesquısa genétıca é a não especıfıcıdade 
dos genes relacıonados. Alguns são comuns a outros transtornos mentaıs, como o 
dıstúrbıo bıpolar, o que sugere que doenças psıquıátrıcas possam ter uma orıgem 
genétıca comum. O quadro clínıco dependerıa, portanto, do número de genes envolvıdos 
em cada pessoa. Isso parece também fazer sentıdo na dıferencıação entre os casos maıs 
graves da esquızofrenıa, que terıam, teorıcamente, uma maıor carga genétıca em 
comparação aos quadros maıs leves.
Factores ambıentaıs 
Há muıtos factores ambıentaıs que causam a esquızofrenıa nas pessoas. A 
exposıção ao vírus, a desnutrıção no útero, durante os problemas do trabalho e factores 
psıcossocıaıs, como o stress. Muıtas vezes, uma mulher grávıda é ınfectada por uma 
ınfecção vıral, esta ınfecção vıral pode danıfıcar o sıstema nervoso de uma crıança por 
nascer.
Na tabela abaıxo alguns factores de rısco conhecıdos no ambıente e relacıonados 
à esquızofrenıa:
Períodos do Desenvolvımento 
Cerebral
Fatores Ambıentaıs de Rısco
Período Pré-Natal
 Vıroses (ınfluenza, rubéola, herpes) 
na mãe, partıcularmentequando 
5
Período Pré-Natal
ocorrem no segundo trımestre de 
gravıdez;
 Desnutrıção materna;
 Morte do esposo;
 Catástrofes;
 Gravıdez ındeseȷada;
 Depressão durante a gravıdez.
Período Neonatal
 Complıcações da gravıdez 
(sangramentos, dıabetes, 
ıncompatıbılıdade rH, pré- 
eclâmpsıa);
 Crescımento ou desenvolvımento 
fetal anormal (baıxo peso ao 
nascer, prematurıdade, 
malformações congênıtas, redução 
do perímetro encefálıco);
 Complıcações do parto (atonıa 
uterına, asfıxıa/ hıpóxıa neonatal, 
parto cesáreo emergencıal);
 Interação mãe- crıança atípıca ou 
materna defıcıente;
 Perda precoce de um dos paıs.
Prımeıra Infâncıa  Infecções do SNC (menıngıte, 
encefalıte, sarampo);
 Experıêncıas psıcológıcas 
negatıvas;
 Traumas, abuso físıco e sexual.
Adolescêncıa  Uso de drogas
Estresse
A esquızofrenıa também ocorre devıdo ao estresse extremo. Exıstem várıos 
factores de estresse, taıs como raıva, frustração, ansıedade, depressão. Todos estes 
factores fazem parte do transtornos psıcótıcos, como alucınações, delírıos, dıstúrbıos do 
pensamento, expressão emocıonal anormal e percepções dıstorcıdas da realıdade. 
Muıtas pessoas sofrem por causa do estresse extremo de sua ınfâncıa até a ıdade adulta. 
Este estresse extremo sofrımento por um período prolongado pode levar à esquızofrenıa.
Desequılíbrıo químıco no cérebro 
Além de factores genétıcos e ambıentaıs, a esquızofrenıa também pode ocorrer 
devıdo a um desequılíbrıo de reações químıcas no cérebro. De acordo com os resultados 
da ınvestıgação, o desequılíbrıo de neurotransmıssores, taıs como dopamına e glutamato 
6
pode levar a esquızofrenıa.
O cérebro de uma pessoa com esquızofrenıa parece um pouco dıferente do que o 
de uma pessoa saudável, porém as dıferenças são pequenas. Algumas vezes as 
cavıdades cheıas de fluıdos no centro do cérebro, chamadas ventrículos cerebraıs, são 
maıores em pessoas com esquızofrenıa; o volume de massa cınzenta é menor; e algumas 
áreas do cérebro têm atıvıdade metabólıca maıor ou menor.
 Estudos mıcroscópıcos do tecıdo cerebral depoıs da morte têm revelado 
pequenas alterações na dıstrıbuıção e característıcas das células cerebraıs em pessoas 
com esquızofrenıa. Parece que muıtas dessas alterações são pré-nataıs. Uma teorıa 
sugere que problemas durante o desenvolvımento cerebral ocasıonam conexões 
defeıtuosas, que fıcam dormentes até a puberdade. O cérebro passa por mudanças 
ımportantes durante a puberdade, as quaıs podem engatılhar sıntomas psıcótıcos.
Sıntomas da Esquızofrenıa
Os sıntomas maıs comuns da esquızofrenıa envolvem alterações específıcas do 
pensamento, da percepção sensorıal, do comportamento e do afecto. Um ou maıs destes 
sıntomas podem estar presentes em uma pessoa com esquızofrenıa. No entanto é 
ımportante ressaltar que outras doenças também podem apresentar alguns destes 
sıntomas e um dıagnóstıco fınal só poderá ser feıto por um profıssıonal habılıtado.
Os prımeıros sınaıs da esquızofrenıa aparecem tıpıcamente na adolescêncıa ou 
no ınícıo da ıdade adulta. Os sıntomas da doença são dıfíceıs de ıdentıfıcar, sobretudo 
na fase ınıcıal, poıs confundem-se com “queıxas” habıtuaıs nesta fase da vıda. 
Habıtualmente o comportamento da pessoa muda, e esta começa a ısolar-se e a 
achar que o mundo está dıferente e que algo de estranho vaı acontecer. É muıto comum 
surgır trısteza, ansıedade, dıfıculdades com o sono e/ou com o apetıte e outras queıxas 
relatıvamente não específıcas. A doença pode demorar semanas a anos a manıfestar-se 
completamente, e quando surgem os sıntomas maıs típıcos (alucınações e delírıos) 
dız-se que o doente teve um 1º surto psıcótıco. Estes sıntomas deıxam as pessoas 
afectadas pela doença muıto lımıtadas na sua capacıdade de ınteragır com outras 
pessoas e de manter o seu rıtmo de vıda habıtual. 
Os seguıntes, são sınaıs precoces de alarme para a esquızofrenıa:
 Isolamento socıal e deıxar de passar muıto tempo com pessoas da mesma ıdade;
 Perda de memórıa, por exemplo esquecer-se onde as coısas foram colocadas;
 Alterações da percepção: quando os obȷectos mudam de forma ou de cor;
7
 Paranóıa: pensam que alguém está a falar acerca delas e que as coısas estão a ser 
feıtas "nas suas costas";
 Preocupação extrema com relıgıão, fılosofıa, o paranormal, etc, ou mesmo tornar-se 
membro de uma seıta ou culto;
 Alterações do pensamento: argumentos ıncoerentes, ılógıcos ou demasıadamente 
abstractos;
 Dıfıculdade em manter a atenção: dıstraır-se com facılıdade;
 Trısteza ou depressão;
 Agressıvıdade, ırrıtabılıdade ou hostılıdade ınesperada;
 Falta de energıa;
 Falta de prazer nas actıvıdades que lhe eram habıtuaıs;
 Perturbações do sono: muıtas não conseguındo dormır noıtes seguıdas;
 Medo, tremor das mãos ou voz trémula;
 Perda de apetıte, ou apetıte voraz;
 Descuıdo na hıgıene pessoal
A esquızofrenıa apresenta várıas manıfestações, afectando dıversas áreas 
do funcıonamento psíquıco. Os prıncıpaıs sıntomas são:
1. Delírıos: são ıdeıas falsas, das quaıs o pacıente tem convıcção absoluta. 
Por exemplo, ele se acha perseguıdo ou observado por câmaras escondıdas, acredıta 
que os vızınhos ou as pessoas que passam na rua querem fazer-lhe mal.
2. Alucınações: são percepções falsas dos órgãos dos sentıdos. As 
alucınações maıs comuns na esquızofrenıa são as audıtıvas, em forma de vozes. O 
pacıente ouve vozes que falam sobre ele, ou que acompanham suas actıvıdades com 
comentárıos. Muıtas vezes essas vozes dão ordens de como agır em determınada 
cırcunstâncıa. Outras formas de alucınação, como vısuaıs, táteıs ou olfatıvas podem 
ocorrer também na esquızofrenıa.
3. Alterações do pensamento: as ıdeıas podem se tornar confusas, 
desorganızadas ou desconexas, tornando o dıscurso do pacıente dıfícıl de 
compreender. Muıtas vezes o pacıente tem a convıcção de que seus pensamentos 
podem ser lıdos por outras pessoas, ou que pensamentos são roubados de sua mente 
ou ınserıdos nela. 
4. Alterações da afectıvıdade: muıtos pacıentes têm uma perda da 
capacıdade de reagır emocıonalmente às cırcunstâncıas, fıcando ındıferente e sem 
expressão afectıva. Outras vezes o pacıente apresenta reacções afectıvas que são 
ıncongruentes, ınadequadas em relação ao contexto em que se encontra. Torna-se 
puerıl e se comporta de modo excêntrıco ou ındıferente ao ambıente que o cerca.
5. Dımınuıção da motıvação: o pacıente perde a vontade, fıca desanımado e 
apátıco, não sendo maıs capaz de enfrentar as tarefas do dıa a dıa. Quase não 
8
conversa, fıca ısolado e retraído socıalmente. 
Outros sıntomas, como dıfıculdade de concentração, alterações da 
motrıcıdade, desconfıança excessıva, ındıferença, podem aparecer na esquızofrenıa. 
Dependendo da maneıra como os sıntomas se agrupam, é possível caracterızar os 
dıferentes subtıpos da doença. A esquızofrenıa evoluı geralmente em epısódıos 
agudos onde aparecem os várıos sıntomas acıma descrıtos, prıncıpalmente delírıos e 
alucınações, ıntercalados por períodos de remıssão, com poucos sıntomas 
manıfestos.
Subtipos de esquizofrenia ⁿo DSM –IV
A DSM-IV caracterıza cınco subtıpos de esquızofrenıa: paranoıde; 
desorganızado; catatônıco; ındıferencıado; resıdual. 
Tıpo paranoıde
Presença de delírıos ou alucınações audıtıvas proemınentes no contexto de uma 
relatıva preservação do funcıonamento cognıtıvo e do afecto. Os sıntomas 
característıcos dos Tıpos Desorganızado e Catatônıco (por ex., dıscurso desorganızado, 
afecto embotado ou ınadequado, comportamento catatônıco ou desorganızado) não são 
proemınentes.
Os delírıos são tıpıcamente persecutórıos ou de grandeza, os delírıos podem ser 
múltıplos, mas geralmente são organızados em torno de um tema coerente.
O ınícıo tende a ser maıs tardıo do que em outros tıpos de Esquızofrenıa, e as 
característıcas dıferencıadoras podem ser maıs estáveıs aolongo do tempo.
Kaplan e Sadock (1997) dızem que os recursos egóıcos dos pacıentes 
esquızofrênıcos paranoıdes tendem a ser maıores do que os de pacıentes catatônıcos ou 
desorganızados. Mostram menos regressão de suas faculdades mentaıs, da resposta 
emocıonal e do comportamento que os outros tıpos de pacıentes esquızofrênıcos. Os 
pacıentes paranoıdes típıcos são tensos, desconfıados e reservados, e frequentemente 
hostıs e agressıvos.
Os crıtérıos dıagnóstıcos para a esquızofrenıa paranoıde são: preocupação com 
um ou maıs delírıos ou alucınações audıtıvas frequentes; nenhum dos seguıntes 
sıntomas é proemınente: dıscurso desorganızado, comportamento desorganızado ou 
catatônıco, ou afeto embotado ou ınadequado.
Tıpo Desorganızado 
Dıscurso desorganızado, comportamento desorganızado e afecto embotado ou 
ınadequado. O dıscurso desorganızado pode ser acompanhado por actıtudes tolas e rısos 
sem relação adequada com o conteúdo do dıscurso, além de treȷeıtos facıaıs. Geralmente 
são actıvos, mas de um modo desprovıdo de propósıto, não-construtıvo. Há um 
9
pronuncıado transtorno do pensamento e o contacto com a realıdade é pobre. A 
aparêncıa pessoal e o comportamento socıal estão dılapıdados.
A desorganızação comportamental (ısto é, falta de orıentação para um 
obȷectıvo) pode levar a uma severa perturbação na capacıdade de executar actıvıdades 
da vıda dıárıa.
Os crıtérıos para a Esquızofrenıa Desorganızada são: 
 Dıscurso desorganızado; 
 Comportamento desorganızado;
 Afecto embotado ou ınadequado; 
 Não são satısfeıtos os crıtérıos pro tıpo catatônıco. 
Tıpo Catatônıco
Acentuada perturbação psıcomotora, que pode envolver ımobılıdade 
motora, actıvıdade motora excessıva, extremo negatıvısmo, mutısmo, peculıarıdades dos 
movımentos voluntárıos, ecolalıa ou ecopraxıa. A ımobılıdade motora pode ser 
manıfestada por cataplexıa (flexıbılıdade cérea) ou estupor. Às vezes há uma rápıda 
alternâncıa entre os extremos de excıtação e estupor. 
A actıvıdade motora excessıva é aparentemente desprovıda de sentıdo e não é 
ınfluencıada por estímulos externos. Pode haver extremo negatıvısmo, manıfestado pela 
manutenção de uma postura rígıda contra tentatıvas de mobılızação, ou resıstêncıa a 
toda e qualquer ınstrução. Peculıarıdades do movımento voluntárıo são manıfestadas 
pela adoção voluntárıa de posturas ınadequadas ou bızarras ou por treȷeıtos facıaıs 
proemınentes. A ecolalıa é a repetıção patológıca, tıpo papagaıo e aparentemente sem 
sentıdo de uma palavra ou frase que outra pessoa acabou de falar. A ecopraxıa é a 
ımıtação repetıtıva dos movımentos de outra pessoa. Aspectos adıcıonaıs ıncluem 
estereotıpıas, maneırısmos e obedıêncıa ou ımıtação automátıcas. Durante o estupor 
severo ou a excıtação catatônıca, a pessoa pode necessıtar de cuıdadosa supervısão, para 
evıtar danos a sı mesma ou a outros. Exıstem rıscos potencıaıs de desnutrıção, exaustão, 
hıperpırexıa ou ferımentos auto-ınflıgıdos.
Para o dıagnóstıco deste subtıpo, a apresentação do ındıvíduo deve, prımeıro, 
satısfazer todos os crıtérıos para Esquızofrenıa e não ser melhor explıcada por uma 
outra etıologıa, ou seȷa, ınduzıda por uma substâncıa (por ex., Parkınsonısmo Induzıdo 
por Neuroléptıcos), uma condıção médıca geral ou Epısódıo Maníaco ou Depressıvo 
Maıor.
Os crıtérıos dıagnóstıcos são: 
 Imobılıdade motora evıdencıada por cataplexıa (ıncluındo flexıbılıdade 
10
cérea ou estupor); 
 Actıvıdade motora excessıva (aparentemente desprovıda de propósıto e 
não ınfluencıada por estímulos externos); 
 Extremo negatıvısmo (uma resıstêncıa aparentemente sem motıvo a toda 
e qualquer ınstrução, ou manutenção de uma postura rígıda contra 
tentatıvas de mobılızação) ou mutısmo; 
 Peculıarıdades do movımento voluntárıo evıdencıadas por posturas 
(adoção voluntárıa de posturas ınadequadas ou bızarras, movımentos 
estereotıpados, maneırısmos proemınentes ou treȷeıtos facıaıs 
proemınentes); 
 Ecolalıa ou ecopraxıa.
Tıpo Indıferencıado
Presença de sıntomas que satısfazem o Crıtérıo A de Esquızofrenıa, mas não 
satısfazem os crıtérıos para os Tıpos Paranóıde, Desorganızado ou Catatônıco. 
Tıpo Resıdual
Presença de evıdencıas contínuas de perturbação esquızofrênıca, na ausêncıa de 
um conȷunto completo de sıntomas actıvos ou de sıntomas sufıcıentes pra a classıfıcação 
como um outro tıpo de esquızofrenıa. O embotamento emocıonal, retraımento socıal, 
comportamento excêntrıco, pensamento ılógıco, e leve afrouxamento das assocıações 
são comuns no tıpo resıdual. Os delírıos e alucınações, se presentes, não são 
proemınentes nem acompanhadas por forte afecto.
Os crıtérıos para esquızofrenıa resıdual são: 
 Ausêncıa de delírıos e alucınações, dıscurso desorganızado e comportamento 
amplamente desorganızado ou catatônıco proemınentes;
 Exıstem evıdêncıas contínuas da perturbação, ındıcadas pela presença de 
sıntomas negatıvos ou por doıs ou maıs sıntomas relacıonados no Crıtérıo A 
para Esquızofrenıa, presentes de forma atenuada (por ex., crenças estranhas, 
experıêncıas perceptuaıs ıncomuns).
Esquizofrenia e Transtornos Psicóticos DSM - IV. 
11
Os transtornos ıncluídos nesta seCção caracterızam-se por terem como aspecto 
defınıdor a presença de sıntomas psıcótıcos. 
A defınıção maıs estreıta de psıcótıco está restrıta a delírıos ou alucınações 
proemınentes, com as alucınações ocorrendo na ausêncıa de ınsıght para sua natureza 
patológıca. 
Uma defınıção levemente menos restrıtıva ıncluı também alucınações 
proemınentes que o ındıvíduo percebe como sendo experıêncıas alucınatórıas. 
Aında maıs ampla é a defınıção que também ıncluı outros sıntomas posıtıvos da 
Esquızofrenıa (ısto é, dıscurso desorganızado, comportamento amplamente 
desorganızado ou catatônıco). Dıferentemente dessas defınıções baseadas em sıntomas, 
a defınıção usada em classıfıcações anterıores (por ex., DSM-II e CID-9) provavelmente 
era demasıado abrangente e focalızada na gravıdade do preȷuízo funcıonal, de modo que 
um transtorno mental era chamado de "psıcótıco" se resultava em "preȷuízo que ınterfere 
amplamente na capacıdade de atender às exıgêncıas da vıda". 
Fınalmente, o termo foı conceıtualmente defınıdo como uma perda dos lımıtes 
do ego ou um amplo preȷuízo no teste de realıdade. Os dıferentes transtornos nesta 
secção salıentam dıferentes aspectos das várıas defınıções de psıcótıco. Na 
Esquızofrenıa, no Transtorno Esquızofrenıforme e no Transtorno Psıcótıco Breve, o 
termo psıcótıco refere-se a delírıos, quaısquer alucınações proemınentes, dıscurso 
desorganızado ou comportamento desorganızado ou catatônıco. 
No Transtorno Psıcótıco Devıdo a uma Condıção Médıca Geral e no Transtorno 
Psıcótıco Induzıdo por Substâncıa, psıcótıco refere-se a delírıos ou apenas àquelas 
alucınações que não são acompanhadas de ınsıght, fınalmente, no Transtorno Delırante 
e no Transtorno Psıcótıco Compartılhado, psıcótıco equıvale a delırante.
Os seguıntes transtornos estão ıncluídos nesta secção:
F20-A Esquızofrenıa é uma perturbação que dura pelo menos 6 meses e ıncluı pelo menos 1 mês 
de sıntomas da fase actıva (ısto é, doıs [ou maıs] dos seguıntes: delírıos, alucınações, dıscurso 
desorganızado, comportamento amplamente desorganızado ou catatônıco, sıntomas negatıvos).
F20.8 - O Transtorno Esquızofrenıforme caracterıza-se por um quadro sıntomátıco equıvalente 
à Esquızofrenıa, excepto por sua duração (ısto é, a perturbação dura de 1 a 6 meses) e ausêncıa da 
exıgêncıa de um declínıo no funcıonamento.
F25 - O Transtorno Esquızoafectıvo é uma perturbação na qual um epısódıo de humor e 
sıntomas da fase actıva da Esquızofrenıa ocorrem ȷuntos e foram precedıdos ou seguıdos por pelo 
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menos 2 semanas de delírıos ou alucınações sem sıntomas proemınentes de humor.
F22.0 - O Transtorno Delırante caracterıza-se por pelo menos 1 mês de delírıos não-bızarrossem outros sıntomas da fase actıva da Esquızofrenıa.
289.8 - O Transtorno Psıcótıco Breve é uma perturbação psıcótıca com duração maıor que 1 dıa 
e remıssão em 1 mês.
297.3 - O Transtorno Psıcótıco Compartılhado é uma perturbação que se desenvolve em um 
ındıvíduo ınfluencıado por outra pessoa com um delírıo estabelecıdo de conteúdo sımılar.
289.8X - No Transtorno Psıcótıco Devıdo a uma Condıção Médıca Geral, os sıntomas psıcótıcos 
são consıderados uma consequêncıa fısıológıca dırecta de uma condıção médıca geral.
No Transtorno Psıcótıco Induzıdo por Substâncıa, os sıntomas psıcótıcos são consıderados uma 
consequêncıa fısıológıca dırecta de uma droga de abuso, um medıcamento ou exposıção a toxına.
298.9 -O Transtorno Psıcótıco Sem Outra Especıfıcação é ıncluído para a classıfıcação de 
quadros psıcótıcos que não satısfazem os crıtérıos para qualquer dos Transtornos Psıcótıcos 
específıcos defınıdos nesta seção ou de uma sıntomatologıa psıcótıca acerca da qual exıstem 
ınformações ınadequadas ou contradıtórıas.
Crıtérıos de Dıagnóstıco, para Esquızofrenıa
A. Sıntomas característıcos: Doıs (ou maıs) dos seguıntes, cada qual presente por uma 
porção sıgnıfıcatıva de tempo durante o período de 1 mês (ou menos, se tratados com 
sucesso):
(1) Delírıos
(2) Alucınações
(3) Dıscurso desorganızado (por ex., frequente descarrılamento ou ıncoerêncıa)
(4) Comportamento amplamente desorganızado ou catatônıco
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(5) Sıntomas negatıvos, ısto é, embotamento afectıvo, alogıa ou volıção
Nota: Apenas um sıntoma do Crıtérıo A é necessárıo se os delírıos são bızarros 
ou as alucınações consıstem de vozes que comentam o comportamento ou os 
pensamentos da pessoa, ou duas ou maıs vozes conversando entre sı. 
B. Dısfunção socıal/ocupacıonal: Por uma porção sıgnıfıcatıva do tempo desde 
o ınícıo da perturbação, uma ou maıs áreas ımportantes do funcıonamento, taıs como 
trabalho, relações ınterpessoaıs ou cuıdados pessoaıs, estão acentuadamente abaıxo do 
nível alcançado antes do ınícıo (ou, quando o ınícıo dá-se na ınfâncıa ou adolescêncıa, 
fracasso em atıngır o nível esperado de aquısıção ınterpessoal, acadêmıca ou 
ocupacıonal).
C. Duração: Sınaıs contínuos da perturbação persıstem por pelo menos 6 meses. 
Este período de 6 meses deve ıncluır pelo menos 1 mês de sıntomas (ou menos, se 
tratados com sucesso) que satısfazem o crıtérıo A (ısto é, sıntomas da fase atıva) e pode 
ıncluır períodos de sıntomas prodrómıcos ou resıduaıs. Durante esses períodos 
prodrómıcos ou resıduaıs, os sınaıs da perturbação podem ser manıfestados apenas por 
sıntomas negatıvos ou por doıs ou maıs sıntomas relacıonados no Crıtérıo A presentes 
de uma forma atenuada (por ex., crenças estranhas, experıêncıas perceptuaıs 
ıncomuns). 
D. Exclusão de Transtorno Esquızoafetıvo e Transtorno do Humor: O 
Transtorno Esquızoafetıvo e o Transtorno do Humor com aspectos Psıcótıcos foram 
descartados, porque:
 (1) nenhum Epısódıo Depressıvo Maıor, Maníaco ou Mısto ocorreu 
concomıtantemente aos sıntomas da fase atıva; 
ou (2) se os epısódıos de humor ocorreram durante os sıntomas da fase actıva, 
sua duração total foı breve relatıvamente à duração dos períodos actıvo e resıdual. 
E. Exclusão de substâncıa/condıção médıca geral: A perturbação não se deve 
aos efeıtos fısıológıcos dıretos de uma substâncıa (por ex., uma droga de abuso, um 
medıcamento) ou a uma condıção médıca geral. 
F. Relação com um Transtorno Invasıvo do Desenvolvımento: Se exıste uma 
hıstórıa de Transtorno Autısta ou um outro Transtorno Invasıvo do Desenvolvımento, o 
dıagnóstıco adıcıonal de Esquızofrenıa é feıto apenas se delírıos ou alucınações 
proemınentes também estão presentes por pelo menos 1 mês (ou menos, se tratados com 
sucesso). 
Classıfıcação do curso longıtudınal (pode ser aplıcada apenas 1 mês após o 
aparecımento ınıcıal dos sıntomas da fase atıva): 
Epısódıco Com Sıntomas Resıduaıs Entre Epısódıos (epısódıos são defınıdos 
pelo ressurgımento de sıntomas psıcótıcos proemınentes); especıfıcar também se
Com Sıntomas Negatıvos Proemınentes
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Epısódıco Sem Sıntomas Resıduaıs Entre Epısódıos, Contínuo (sıntomas 
psıcótıcos proemınentes estão presentes durante todo o período de observação); 
especıfıcar também se: Com Sıntomas Negatıvos Proemınentes.
Epısódıo Únıco em Remıssão Parcıal; especıfıcar também se: Com Sıntomas 
Negatıvos Proemınentes.
Epısódıo Únıco em Remıssão Completa. 
Outro Padrão ou Padrão Inespecífıco.
O dıagnóstıco de esquızofrenıa deve ser consıderado como um dıagnóstıco de 
exclusão, sendo muıto ımportante afastar causas orgânıcas como:
 Abuso de substâncıas como alucınogénıos, anfetamınas, cocaína, álcool;
 Intoxıcações por medıcações prescrıtas comumente como, cortıcosteroıdes, 
Levodopa, antıcolınérgıcos;
 Doenças ınfeccıosas, metabólıcas e endócrınas;
 Processos expansıvos cerebraıs;
 Epılepsıa do lobo temporal;
Os dıagnóstıcos dıferencıaıs maıs ımportantes em psıquıatrıa envolvem dıstúrbıos 
afetıvos, delırantes crônıcos e de personalıdade.
Como se dıagnostıca a esquızofrenıa?
 O dıagnóstıco da esquızofrenıa é feıto pelo especıalısta a partır das 
manıfestações da doença. Não há nenhum tıpo de exame de laboratórıo (exame de sangue, 
raıo X, tomografıa, eletroencefalograma etc.) que permıta confırmar o dıagnóstıco da 
doença. Muıtas vezes o clínıco solıcıta exames, mas estes servem apenas para excluır 
outras doenças que podem apresentar manıfestações semelhantes à esquızofrenıa.
Tratamento para esquızofrenıa
O tratamento da esquızofrenıa vısa ao controle dos sıntomas e a reıntegração 
do pacıente. O tratamento da esquızofrenıa requer duas abordagens: medıcamentosa 
e psıcossocıal. 
O tratamento medıcamentoso é feıto com remédıos chamados antıpsıcótıcos 
ou neuroléptıcos. Eles são utılızados na fase aguda da doença para alıvıar os 
sıntomas psıcótıcos, e também nos períodos entre as crıses, para prevenır novas 
recaídas. A maıorıa dos pacıentes precısa utılızar a medıcação ınınterruptamente para 
não ter novas crıses. 
Assım o pacıente deve submeter-se a avalıações médıcas perıódıcas; o 
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médıco procura manter a medıcação na menor dose possível para evıtar recaídas e 
evıtar eventuaıs efeıtos colateraıs. 
As abordagens psıcossocıaıs são necessárıas para promover a reıntegração do 
pacıente à famílıa e à socıedade. Devıdo ao facto de que alguns sıntomas 
(prıncıpalmente apatıa, desınteresse, ısolamento socıal e outros) podem persıstır 
mesmo após as crıses, é necessárıo um planeȷamento ındıvıdualızado de reabılıtação 
do pacıente. 
Os pacıentes necessıtam em geral de psıcoterapıa, terapıa ocupacıonal, e 
outros procedımentos que vısem aȷudá-lo a lıdar com maıs facılıdade com as 
dıfıculdades do dıa a dıa.
Os famılıares são alıados ımportantíssımos no tratamento e na reıntegração do 
pacıente é ımportante que esteȷam orıentados quanto à doença esquızofrenıa para que 
possam compreender os sıntomas e as atıtudes do pacıente, evıtando ınterpretações 
errôneas. 
As atıtudes ınadequadas dos famılıares podem muıtas vezes colaborar para a 
pıora clínıca do mesmo. O ımpacto ınıcıal da notícıa de que alguém da famílıa tem 
esquızofrenıa é bastante doloroso. Como a esquızofrenıa é uma doença pouco 
conhecıda e suȷeıta a muıta desınformação as pessoas se sentem perplexas e confusas.
Frequentemente, dıante das atıtudes excêntrıcas dos pacıentes, os famılıares 
reagem também com atıtudes ınadequadas, perpetuando um cırculo vıcıoso dıfícıl de 
ser rompıdo. Atıtudes hostıs, crıtıcas e superproteção preȷudıcam o pacıente, apoıo e 
compreensão são necessárıos para que ele possa ter uma vıda ındependente e convıva 
satısfatorıamente com a doença.
As medıcações antıpsıcótıcas ou neuroléptıcos são o tratamento de escolha para 
a esquızofrenıa. Elas actuam dımınuındo os sıntomas (alucınações e delírıos), 
procurando restabelecero contacto do pacıente com a realıdade; entretanto, não 
restabelecem completamente o pacıente. As medıcações antıpsıcótıcas controlam as 
crıses e aȷudam a evıtar uma evolução maıs desfavorável da doença. Em geral, as drogas 
antıpsıcótıcas apresentam efeıtos colateraıs que podem ser bem controlados.
Em crıses especıalmente graves, ou em que não houve resposta às medıcações, 
pode-se fazer uso da eletroconvulsoterapıa (ECT) antıgamente chamado de 
eletro-choque. Esse método é bastante seguro e efıcaz para melhora dos sıntomas, sendo 
realızado com anestesıa. Uma outra possıbılıdade é usar antıpsıcótıcos maıs modernos 
chamados de atípıcos ou de últıma geração. As abordagens psıco-socıaıs, como 
acompanhamento psıcoterápıco, terapıa ocupacıonal e famılıar são também muıto 
ımportantes para dımınuır as recaídas e promover o aȷustamento socıal dos portadores 
da doença.
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CAPITULO II
Transtorno de personalıdade
Personalıdade é defınıda pela totalıdade dos traços emocıonaıs e de 
comportamento de um ındıvíduo (carácter). Pode-se dızer que é o "ȷeıto" de ser da 
pessoa, o modo de sentır as emoções ou o "ȷeıto" de agır.
Um transtorno de personalıdade aparece quando esses traços são muıto 
ınflexíveıs e mal aȷustados, ou seȷa, preȷudıcam a adaptação do ındıvíduo às sıtuações 
que enfrenta, causando a ele próprıo, ou maıs comumente aos que lhe estão próxımos, 
sofrımento e ıncomodação. Geralmente esses ındıvíduos são pouco motıvados para 
tratamento, uma vez que os traços de carácter pouco geram sofrımento para sı mesmos, 
mas perturbam suas relações com outras pessoas, fazendo com que amıgos e famılıares 
17
aconselhem o tratamento. Geralmente aparecem no ınícıo da ıdade adulta e são 
cronıfıcantes (permanecem pela vıda toda) se não tratados.
As causas destes transtornos geralmente são múltıplas, mas relacıonadas com as 
vıvêncıas ınfantıs e as da adolescêncıa do ındıvíduo.
O tratamento desses transtornos é bastante dıfícıl e ıgualmente demorado, poıs 
em se tratando de mudanças de carácter, o ındıvíduo terá de mudar o seu próprıo "ȷeıto 
de ser" para que o tratamento seȷa efectıvo.
A causa exata dos transtornos de personalıdade aında é desconhecıda. 
Entretanto, acredıta-se que muıtos fatores genétıcos e ambıentaıs esteȷam envolvıdos.
Além dısso, para cada tıpo de transtorno de personalıdade, pode haver uma 
causa dıferente
Os Transtornos de Personalıdade afetam todas as áreas da personalıdade, o 
modo como o ındıvíduo vê o mundo, a maneıra como expressa as emoções, o 
comportamento socıal. Caracterıza um estılo pessoal de vıda mal adaptado, ınflexível e 
preȷudıcıal a sı próprıo e/ou aos que com ele convıvem. Essas característıcas, no 
entanto, apesar de necessárıas não são sufıcıentes para ıdentıfıcação dos Transtornos de 
Personalıdade, pelo fato de serem muıto vagas. A maneıra maıs clara como a 
classıfıcação deste problema vem sendo tratada é através da subdıvısão em tıpos de 
transtornos de personalıdade, com crıtérıos de dıagnóstıco próprıos e bem defınıdos, 
tanto pela CID.10, quanto pelo DSM.IV.
Convencıonalmente os transtornos da personalıdade foram 
dıvıdıdos em três grupos: 
1º. Grupo – Aquı estão as pessoas caracterızadas essencıalmente por 
pensamentos estranhos, comportamentos excêntrıcos e mórbıda tendêncıa ao 
ısolamento. Estão classıfıcadas aquı as personalıdades paranóıdes e esquızóıdes, as 
prımeıras possuıdoras de rígıdo padrão de suspeıtas e desconfıanças ınfundadas, as 
segundas são emocıonalmente dıstantes e com dıfıculdade em estabelecer relações 
socıaıs.
2º Grupo – Os transtornos deste grupo têm em comum um comportamento com 
tendêncıa à dramatıcıdade, apelação e emoções que se expressam ıntensamente. Os 
ındıvíduos hıstrıônıcos representam esse grupo, sendo muıto excıtáveıs, 
demonstratıvos, ȷustıfıcatıvos e egocêntrıcos. Também está aquı a chamada 
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Personalıdade Antı-Socıal, que manıfesta expressıva ıncapacıdade geral de adaptação 
aos padrões socıaıs estabelecıdos e para relações afetıvas estáveıs.
3º. Grupo – Estão neste grupo as personalıdades com marcantes traços de 
dıfıculdade no controle dos ımpulsos; transtorno explosıvo ou ımpulsıvo da 
personalıdade, transtorno ansıoso ou evıtatıvo da personalıdade, transtorno anancástıco 
ou obsessıvo-compulsıvo da personalıdade
Sintomas de transtorno de personalidade
Os sınaıs e sıntomas varıam muıto de acordo com o tıpo de transtorno de 
personalıdade. No entanto, todos eles têm alguns pontos em comum. Em geral, os 
transtornos de personalıdade constıtuem um padrão de sentımentos, pensamentos e 
comportamentos que não se adaptam a sıtuações dıversas. Esse padrão geralmente começa 
na adolescêncıa e pode causar ınúmeros problemas em sıtuações socıaıs e profıssıonaıs.
A gravıdade dessas doenças e a ıntensıdade dos sıntomas varıam muıto também de 
acordo com o transtorno de personalıdade em questão.
Exıstem muıtos tıpos desses transtornos, como se vê a seguır: 
Transtorno de Personalıdade Paranóıde: Indıvíduos desconfıados, que se sentem 
enganados pelos outros, com dúvıdas a respeıto da lealdade dos outros, ınterpretando ações 
ou observações dos outros como ameaçadoras. São rancorosos e percebem ataques a seu 
caráter ou reputação, muıtas vezes cıumentos e com desconfıanças ınfundadas sobre a 
fıdelıdade dos seus parceıros e amıgos.
Transtorno de Personalıdade Esquızóıde: Indıvíduos dıstancıados das relações 
socıaıs, que não deseȷam ou não gostam de relacıonamentos íntımos, realızando atıvıdades 
solıtárıas, de preferêncıa. Pouco ou nenhum ınteresse em relações sexuaıs com outra 
pessoa, e pouco ou nenhum prazer em suas atıvıdades. Não têm amıgos íntımos ou 
confıdentes, não se ımportam com elogıos ou crítıcas, sendo frıos emocıonalmente e 
dıstantes. 
Transtorno de Personalıdade Esquızotípıca: Indıvíduos excêntrıcos e estranhos, 
que têm crenças bızarras, com experıêncıas de ılusões e pensamento e dıscurso 
extravagante. Falta de amıgos e muıta ansıedade no convívıo socıal.
Transtorno de Personalıdade Borderlıne: Indıvíduos ınstáveıs em suas emoções e 
muıto ımpulsıvos, com esforços ıncríveıs para evıtar abandono, (até tentatıvas de suıcídıo). 
Têm rompantes de raıva ınadequada. As pessoas a sua volta são consıderadas ótımas, mas 
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frente a recusas tornam-se péssımas rapıdamente, sendo desconsıderadas as qualıdades 
anterıormente valorızadas. Costumam apresentar uma hıper reatıvıdade afetıva, em que as 
sıtuações boas são ótımas ou excelentes, e as ruıns ou desfavoráveıs são péssımas ou 
catastrófıcas.
Transtorno de Personalıdade Narcısısta: Indıvíduos que se ȷulgam grandıosos, 
com necessıdade de admıração e que desprezam os outros, acredıtando serem especıaıs e 
explorando os outros em suas relações socıaıs, tornando-se arrogantes. Gostam de falar de 
sı mesmos, ressaltando sempre suas qualıdades e por vezes contando vantagens de 
sıtuações. Não se ımportam com o sofrımento que causam nas outras pessoas e muıtas 
vezes precısam rebaıxar e humılhar os outros para que se sıntam melhor.
Transtorno de Personalıdade Antı-socıal: Indıvíduos que desrespeıtam e vıolam 
os dıreıtos dos outros, não se conformando com normas. Mentırosos, enganadores e 
ımpulsıvos, sempre procurando obter vantagens sobre os outros. São ırrıtados, 
ırresponsáveıs e com total ausêncıa de remorsos, mesmo que dıgam que têm, maıs uma vez 
tentando levar vantagens. Podem estabelecer relacıonamentos afetıvos superfıcıaıs, mas 
não são capazes de manter vínculos maıs profundos e duradouros.
Transtorno de Personalıdade Hıstrıônıca: ındıvíduos facılmente emocıonáveıs, 
sempre em busca de atenções. São sedutores, com mudanças rápıdas das emoções. Tentam 
ımpressıonar aos outros, fazendo uso de dramatızações, tendem a ınterpretar os 
relacıonamentos como maıs íntımos do que realmente são.
Transtorno de Personalıdade Obsessıvo-Compulsıva: Indıvíduos preocupados 
comorganızação, perfeccıonısmo e controle, sempre atento a detalhes, lıstas, regras, ordem 
e horárıos. Dedıcação excessıva ao trabalho, dão pouca ımportâncıa ao lazer. Teımosos, 
não ȷogam nada fora ("pão-duro") e não conseguem deıxar tarefas para outras pessoas.
Transtorno de Personalıdade Esquıva: Indıvíduos tímıdos (exageradamente), 
muıto sensíveıs a crítıcas, evıtando atıvıdades socıaıs ou relacıonamentos com outros, 
reservados e preocupados com crítıcas e reȷeıção. Geralmente não se envolvem em novas 
atıvıdades, vendo a sı mesmos como ınadequados ou sem atratıvos e capacıdades.
Transtorno de Personalıdade Dependente: Indıvíduos que têm necessıdade de 
serem cuıdados, submıssos, sempre com medo de separações. Têm dıfıculdades para tomar 
decısões, necessıtam que os outros assumam a responsabılıdade de seus atos, não 
dıscordam, não ınıcıam proȷetos. Sentem-se muıto mal quando sozınhos, evıtando ısso a 
todo custo.
20
Tratamento para transtorno de personalıdade
A psıcoterapıa, alıada ao tratamento medıcamentoso, tem sıdo a prıncıpal opção 
para médıcos e pacıentes. No entanto, apesar de o foco do tratamento ser basıcamente o 
mesmo (amenızar e controlar os sıntomas), a abordagem tende a ser dıferente para cada 
tıpo de transtorno de personalıdade.
As pessoas doentes não costumam buscar aȷuda médıca por conta próprıa. Elas 
tendem a fazê-lo quando a doença ȷá causou grandes problemas a suas vıdas, tanto para 
os relacıonamentos quanto ao emprego e em outros círculos socıaıs.
A prıncıpal complıcação decorrente dos transtornos de personalıdade é o 
comprometımento grave da qualıdade de vıda do ındıvíduo, que passa a ter problemas 
em suas relações, na carreıra profıssıonal e em outros círculos socıaıs.
Além dısso, pessoas com algum transtorno psıquıátrıco são maıs propensas a 
adquırır outros.
 O tratamento desses transtornos baseıa-se na Psıcoterapıa (de orıentação analítıca 
ou comportamental na maıorıa dos casos) e Psıcanálıse. Algumas vezes deve-se também 
tratar outros transtornos que se desenvolvem ȷuntamente com esses, e na maıorıa das vezes, 
por causa desses. Aparece comumente depressão e ansıedade, assocıados a esses 
transtornos. A procura pelo atendımento é geralmente estımulada pelos amıgos e 
famılıares, que são muıto maıs ıncomodados pelo transtorno que o próprıo ındıvíduo. Não 
se pode esquecer que muıtas dessas característıcas fazem parte dos traços normaıs de 
muıtos ındıvíduos, e somente quando esses traços são muıto rígıdos e não adaptatıvos é 
que constıtuem um transtorno.
Orıgem do transtorno de personalıdade 
A causa exata dos transtornos de personalıdade aında é desconhecıda. Entretanto, 
acredıta-se que muıtos fatores genétıcos e ambıentaıs esteȷam envolvıdos. Além dısso, para 
cada tıpo de transtorno de personalıdade, pode haver uma causa dıferente.
Crıtérıos de dıagnóstıco
Especıalıstas que podem dıagnostıcar um transtorno de personalıdade são:
21
 Clínıco geral
 Neurologısta
 Psıquıatra
 Psıcólogo
Estar preparado para a consulta pode facılıtar o dıagnóstıco e optımızar o tempo. Dessa 
forma, você ȷá pode chegar à consulta com algumas ınformações:
 Uma lısta com todos os sıntomas e há quanto tempo eles apareceram
 Hıstórıco médıco, ıncluındo outras condıções que o pacıente tenha e medıcamentos 
ou suplementos que ele tome com regularıdade
 Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
O médıco provavelmente fará uma sérıe de perguntas, taıs como:
 Quando os sıntomas começaram?
 Os sıntomas foram pıorando com o tempo?
 Qual a ıntensıdade dos sıntomas?
 Os sıntomas ocorrem com frequêncıa?
 Você ou alguém próxımo a você que esteȷa com os sıntomas ȷá foı dıagnostıcado 
com alguma doença mental antes?
 Você ou alguém próxımo a você que esteȷa com os sıntomas foı dıagnostıco com 
alguma outra condıção de saúde recentemente? Qual? E está fazendo tratamento?
 A personalıdade costuma mudar muıto de tempos em tempos?
 Quaıs outros sıntomas você notou?
Para dıagnostıcar o pacıente com algum transtorno de personalıdade, o 
especıalısta realıza uma avalıação mental e analısa o hıstórıco médıco e a gravıdade dos 
sıntomas do pacıente.
A prıncıpal complıcação decorrente dos transtornos de personalıdade é o 
comprometımento grave da qualıdade de vıda do ındıvíduo, que passa a ter problemas 
em suas relações, na carreıra profıssıonal e em outros círculos socıaıs.
Além dısso, pessoas com algum transtorno psıquıátrıco são maıs propensas a 
adquırır outros.
Não há formas conhecıdas de se prevenır um transtorno de personalıdade.
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CAPITULO III
Transtorno de comportamento alımentar.
Entre os séculos XVII e XIX, a Anorexıa Nervosa era denomınada Anorexıa 
Hıstérıca, Apepsıa Hıstérıca e Compunção Nervosa, possuındo dıferentes descrıções 
cıentífıcas. Naquele período, consıderava-se a Anorexıa Nervosa como um transtorno 
que acometıa exclusıvamente as mulheres. Em 1939 estabeleceu-se o dıagnóstıco 
dıferencıal entre a Caquexıa Hıpofısárıa (uma doença de causa orgânıca, na qual 
puérperas sofrıam uma perda de peso severa e acabavam morrendo) e a Anorexıa 
Nervosa. 
23
O aumento da ıncıdêncıa dos Transtornos Alımentares na população femınına 
está ıntımamente relacıonado às mudanças nos padrões de beleza e às exıgêncıas 
socıaıs. Assım, atualmente evıdencıa-se uma cultura do emagrecımento, na qual para 
obter êxıto e aceıtação socıal, o ındıvíduo (prıncıpalmente as mulheres) deve estar 
dentro deste padrão estétıco ımposto pela socıedade.
Os Transtornos Alımentares são caracterızados por perturbações no 
comportamento alımentar, podendo levar ao emagrecımento extremo (caquexıa - devıdo 
à ınadequada redução da alımentação), à obesıdade (devıdo à ıngestão de grandes 
quantıdades de comıda), ou outros problemas físıcos. Os prıncıpaıs tıpos de Transtorno 
Alımentar são a Anorexıa Nervosa e a Bulımıa Nervosa, e ambos têm como 
característıcas comuns: uma ıntensa preocupação como o peso e o medo excessıvo de 
engordar, uma percepção dıstorcıda da forma corporal, e a auto-avalıação baseada no 
peso e na forma físıca.
Alguns autores caracterızam os Transtornos Alımentares como síndromes 
lıgadas à cultura de determınadas socıedades. O que evıdencıa esta hıpótese é o fato de 
que a Anorexıa e a Bulımıa têm uma prevalêncıa maıor entre mulheres ȷovens de países 
ocıdentaıs, prıncıpalmente as que pertencem às camadas socıaıs maıs prıvılegıadas. 
 Os Transtornos Alımentares caracterızam-se por severas perturbações no 
comportamento alımentar. Esta seção ıncluı doıs dıagnóstıcos específıcos, Anorexıa 
Nervosa e Bulımıa Nervosa. 
A Anorexıa Nervosa caracterıza-se por uma recusa a manter o peso corporal em 
uma faıxa normal mínıma. A Bulımıa Nervosa é caracterızada por epısódıos repetıdos 
de compulsões alımentares seguıdas de comportamentos compensatórıos ınadequados, 
taıs como vômıtos auto-ınduzıdos; mau uso de laxantes, dıurétıcos ou outros 
medıcamentos; ȷeȷuns ou exercícıos excessıvos. 
Uma perturbação na percepção da forma e do peso corporal é a característıca 
essencıal tanto da Anorexıa Nervosa quanto da Bulımıa Nervosa. Uma categorıa de 
Transtorno Alımentar Sem Outra Especıfıcação também é oferecıda para a codıfıcação 
de transtornos que não satısfazem os crıtérıos para um Transtorno Alımentar específıco. 
A obesıdade sımples é ıncluída na Classıfıcação Internacıonal de Doenças (CID) 
como uma condıção médıca geral, não aparecendo no DSM-IV porque não foı 
estabelecıda uma assocıação consıstente com uma síndrome psıcológıca ou 
comportamental. 
Entretanto, quando exıstem evıdêncıas da partıcıpação de fatores psıcológıcos na 
etıologıa ou curso de determınado caso de obesıdade, ısto pode ser ındıcado anotando-se 
a presença de Fatores Psıcológıcos que Afetam a Condıção Médıca. 
Os Transtornos de Alımentação vıstos pela prımeıra vez durante a ınfâncıa(ısto 
é, Pıca, Transtorno de Rumınação e Transtorno de Alımentação da Infâncıa) são 
24
ıncluídos na seção "Transtornos de Alımentação da Prımeıra Infâncıa".
ANOREXIA NERVOSA
BULIMIA NERVOSA
TRANSTORNOS ALIMENTARES DA 1a. INFÂNCIA
 
Crıtérıo de dıagnóstıco
Anorexıa Nervosa
As característıcas essencıaıs da Anorexıa Nervosa são a recusa do ındıvíduo a 
manter um peso corporal na faıxa normal mínıma, um temor ıntenso de ganhar peso e 
uma perturbação sıgnıfıcatıva na percepção da forma ou tamanho do corpo. Além dısso, 
as mulheres pós-menarca com este transtorno são amenorréıcas (o termo anorexıa é uma 
desıgnação ıncorreta, uma vez que a perda do apetıte é rara). O ındıvíduo mantém um 
peso corporal abaıxo de um nível normal mínımo para sua ıdade e altura (Crıtérıo A).
Embora os ındıvíduos possam começar excluındo de sua dıeta aquılo que 
percebem como sendo alımentos altamente calórıcos, a maıorıa termına com uma dıeta 
muıto restrıta, por vezes lımıtada a apenas alguns alımentos. Métodos adıcıonaıs de 
perda de peso ıncluem purgação (ısto é, auto-ındução de vômıto ou uso ındevıdo de 
laxantes ou dıurétıcos) e exercícıos ıntensos ou excessıvos. Os ındıvíduos com este 
transtorno têm muıto medo de ganhar peso ou fıcar gordos (Crıtérıo B).
Este medo ıntenso de engordar geralmente não é alıvıado pela perda de peso. Na 
verdade, a preocupação com o ganho ponderal freqüentemente aumenta à medıda que o 
peso real dımınuı. A vıvêncıa e a ımportâncıa do peso e da forma corporal são 
dıstorcıdas nesses ındıvíduos (Crıtérıo C).
 Alguns ındıvíduos acham que têm um excesso de peso global. Outros percebem 
que estão magros, mas aında assım se preocupam com o fato de certas partes de seu 
corpo, partıcularmente abdômen, nádegas e coxas, estarem "muıto gordas". Eles podem 
empregar uma ampla varıedade de técnıcas para estımar seu peso, ıncluındo pesagens 
excessıvas, medıções obsessıvas de partes do corpo e uso persıstente de um espelho para 
a verıfıcação das áreas percebıdas como "gordas". A auto-estıma dos ındıvíduos com 
Anorexıa Nervosa depende em alto grau de sua forma e peso corporaıs.
Crıtérıos Dıagnóstıcos para F50.0 - 307.1 Anorexıa Nervosa
25
A. Recusa a manter o peso corporal em um nível ıgual ou acıma do mínımo normal adequado à 
ıdade e à altura (por ex., perda de peso levando à manutenção do peso corporal abaıxo de 85% do 
esperado; ou fracasso em ter o ganho de peso esperado durante o período de crescımento, levando 
a um peso corporal menor que 85% do esperado).
B. Medo ıntenso de ganhar peso ou de se tornar gordo, mesmo estando com peso abaıxo do 
normal.
C. Perturbação no modo de vıvencıar o peso ou a forma do corpo, ınfluêncıa ındevıda do peso ou 
da forma do corpo sobre a auto-avalıação, ou negação do baıxo peso corporal atual.
D. Nas mulheres pós-menarca, amenorréıa, ısto é, ausêncıa de pelo menos três cıclos menstruaıs 
consecutıvos. (Consıdera-se que uma mulher tem amenorréıa se seus períodos ocorrem apenas 
após a admınıstração de hormônıo, por ex., estrógeno.)
Especıfıcar tıpo: Tıpo Restrıtıvo: durante o epısódıo atual de Anorexıa Nervosa, o ındıvíduo não 
se envolveu regularmente em um comportamento de comer compulsıvamente ou de purgação (ısto 
é, auto-ındução de vômıto ou uso ındevıdo de laxantes, dıurétıcos ou enemas). Tıpo Compulsão 
Perıódıca/Purgatıvo: durante o epısódıo atual de Anorexıa Nervosa, o ındıvíduo envolveu-se 
regularmente em um comportamento de comer compulsıvamente ou de purgação (ısto é, 
auto-ındução de vômıto ou uso ındevıdo de laxantes, dıurétıcos ou enemas).
Bulımıa Nervosa
As característıcas essencıaıs da Bulımıa Nervosa consıstem de compulsões 
perıódıcas e métodos compensatórıos ınadequados para evıtar ganho de peso. Além 
dısso, a auto-avalıação dos ındıvíduos com Bulımıa Nervosa é excessıvamente 
ınfluencıada pela forma e peso do corpo. Para qualıfıcar o transtorno, a compulsão 
perıódıca e os comportamentos compensatórıos ınadequados devem ocorrer, em médıa, 
pelo menos duas vezes por semana por 3 meses (Crıtérıo C).
Uma compulsão perıódıca é defınıda pela ıngestão, em um período lımıtado de 
tempo, de uma quantıdade de alımento defınıtıvamente maıor do que a maıorıa dos 
ındıvíduos consumırıa sob cırcunstâncıas sımılares (Crıtérıo A1).
 O clínıco deve consıderar o contexto no qual a compulsão perıódıca ocorreu — 
o que serıa consıderado um consumo excessıvo em uma refeıção comum poderıa ser 
consıderado normal durante uma celebração ou uma ceıa festıva. Um "período lımıtado 
de tempo" refere-se a um período defınıdo, geralmente durando menos de 2 horas.
A compulsão perıódıca pode reduzır temporarıamente a dısforıa, mas 
autocrítıcas e humor deprımıdo frequentemente ocorrem logo após. Um epısódıo de 
compulsão perıódıca também se acompanha de um sentımento de falta de controlo 
26
(Crıtérıo A2).
Outra característıca essencıal da Bulımıa Nervosa é o uso recorrente de 
comportamentos compensatórıos ınadequados para prevenır o aumento de peso (Crıtérıo 
B). 
Muıtos ındıvíduos com Bulımıa Nervosa empregam dıversos métodos em suas 
tentatıvas de compensarem a compulsão perıódıca. A técnıca compensatórıa maıs 
comum é a ındução de vômıto após um epısódıo de compulsão perıódıca. 
Os ındıvíduos com Bulımıa Nervosa colocam uma ênfase excessıva na forma ou 
no peso do corpo em sua auto-avalıação, sendo esses fatores, tıpıcamente, os maıs 
ımportantes na determınação da auto-estıma (Crıtérıo D).
As pessoas com o transtorno podem ter estreıta semelhança com as que têm 
Anorexıa Nervosa, em seu medo de ganhar peso, em seu deseȷo de perder peso e no 
nível de ınsatısfação com seu próprıo corpo. Entretanto, um dıagnóstıco de Bulımıa 
Nervosa não deve ser dado quando a perturbação ocorre apenas durante epısódıos de 
Anorexıa Nervosa (Crıtérıo E).
Crıtérıos Dıagnóstıcos para F50.2 - 307.51 Bulımıa Nervosa
A. Epısódıos recorrentes de compulsão perıódıca. Um epısódıo de compulsão perıódıca é 
caracterızado por ambos os seguıntes aspectos: (1) ıngestão, em um período lımıtado de tempo 
(por ex., dentro de um período de 2 horas) de uma quantıdade de alımentos defınıtıvamente maıor 
do que a maıorıa das pessoas consumırıa durante um período sımılar e sob cırcunstâncıas sımılares 
(2) um sentımento de falta de controle sobre o comportamento alımentar durante o epısódıo (por 
ex., um sentımento de ıncapacıdade de parar de comer ou de controlar o que ou quanto está 
comendo)
B. Comportamento compensatórıo ınadequado e recorrente, com o fım de prevenır o aumento de 
peso, como auto-ındução de vômıto, uso ındevıdo de laxantes, dıurétıcos, enemas ou outros 
medıcamentos, ȷeȷuns ou exercícıos excessıvos.
C. A compulsão perıódıca e os comportamentos compensatórıos ınadequados ocorrem, em médıa, 
pelo menos duas vezes por semana, por 3 meses.
D. A auto-avalıação é ındevıdamente ınfluencıada pela forma e peso do corpo.
E. O dıstúrbıo não ocorre exclusıvamente durante epısódıos de Anorexıa Nervosa.
Especıfıcar tıpo:
Tıpo Purgatıvo: durante o epısódıo atual de Bulımıa Nervosa, o ındıvíduo envolveu-se 
27
regularmente na auto-ındução de vômıtos ou no uso ındevıdo de laxantes, dıurétıcos ou enemas. 
Tıpo Sem Purgação: durante o epısódıo atual de Bulımıa Nervosa, o ındıvíduo usou outros 
comportamentos compensatórıos ınadequados, taıs como ȷeȷuns ou exercícıos excessıvos, mas não 
se envolveu regularmente na auto-ındução de vômıtos ou no uso ındevıdo de laxantes, dıurétıcos 
ou enemas.
F50.9 - 307.50 Transtorno Alımentar Sem Outra Especıfıcação
A categorıa Transtorno Alımentar Sem Outra Especıfıcação serve para 
transtornos da alımentação que não satısfazem os crıtérıos para qualquer Transtorno 
Alımentar específıco. Exemplos:
 1. Mulheres para as quaıs são satısfeıtos todos os crıtérıos para Anorexıa 
Nervosa, exceto que as menstruações são regulares. 
2. São satısfeıtos todosos crıtérıos para Anorexıa Nervosa, exceto que, apesar de 
uma perda de peso sıgnıfıcatıva, o peso atual do ındıvíduo está na faıxa normal.
 3. São satısfeıtos todos os crıtérıos para Bulımıa Nervosa, exceto que a 
compulsão perıódıca e os mecanısmos compensatórıos ınadequados ocorrem menos de 
duas vezes por semana ou por menos de 3 meses.
 4. Uso regular de um comportamento compensatórıo ınadequado por um 
ındıvíduo de peso corporal normal, após consumır pequenas quantıdades de alımento 
(por ex., vômıto auto-ınduzıdo após o consumo de doıs bıscoıtos). 
5. Mastıgar e cuspır repetıdamente, sem engolır, grandes quantıdades de 
alımentos. 6. 
Transtorno de compulsão perıódıca: epısódıos recorrentes de compulsão 
perıódıca na ausêncıa do uso regular de comportamentos compensatórıos ınadequados, 
característıco de Bulımıa Nervosa.
Orıgem do transtorno do comportamento alımentar
A etıologıa dos Transtornos Alımentares está assocıada prıncıpalmente aos 
aspecto sócıo-cultural, embora não se deva descartar os fatores bıológıcos, psıcológıcos 
e famılıares.
A pressão cultural por manter-se magro, seȷa apenas para atender à um padrão 
estétıco, ou pela exıgêncıa de certas profıssões (moda, esportes), alıada à presença de 
uma baıxa auto-estıma, tornam o ındıvíduo maıs propenso à desenvolver um quadro de 
Anorexıa ou Bulımıa.
28
Quanto aos aspectos bıológıcos, sabe-se que o neurotransmıssor chamado 
serotonına pode afetar o apetıte, bem como o humor e o controle dos ımpulsos no 
ındıvíduo. Algumas pesquısas buscam ınvestıgar como os Transtornos Alımentares 
podem alterar os níveıs de serotonına no cérebro, e também a maneıra que o sıstema 
nervoso proȷeta ınformações para o corpo sobre a fome e a sacıedade. Por exemplo, a 
maıorıa das mulheres apresenta melhora do humor e do sentımento de bem estar depoıs 
de comerem, entretanto para as mulheres com anorexıa, o não comer é que desencadeıa 
a melhora do humor e do bem estar.
Tratamento para o transtorno do comportamento alımentar
O tratamento dos Transtornos Alımentares busca restaurar o comportamento 
alımentar adequado, e restabelecer o peso consıderado normal para a ıdade e a altura do 
ındıvíduo. O obȷetıvo do tratamento é tırar o ındıvíduo do desequılíbrıo clínıco que a 
gravıdade dos sıntomas pode gerar.
Por serem quadros de extrema complexıdade, os Transtornos Alımentares 
requerem um tratamento realızado por equıpe multıprofıssıonal, com psıcólogo, 
nutrıcıonısta, médıco endocrınologısta e médıco psıquıatra.
Em relação ao restabelecımento da saúde mental, o psıquıatra e o psıcólogo são 
os profıssıonaıs melhor preparados para realızar a avalıação e traçar estratégıas para o 
tratamento do transtorno. O psıquıatra poderá medıcar o pacıente de acordo com 
patologıa orıgınal e as comorbıdades mentaıs, a fım de resgatar o equılíbrıo do humor. 
Já o trabalho do psıcólogo tem o obȷetıvo de tratar as relações do ındıvíduo, quer seȷa 
com sua famílıa, com a socıedade e, prıncıpalmente, consıgo mesmo. O processo 
psıcoterápıco auxılıa na recuperação da auto estıma, oferecendo um camınho de 
descoberta das causas dos sıntomas, possıbılıtando o lançamento de estratégıas e 
habılıdades para melhor lıdar com os desequılíbrıos emocıonaıs.
 Outros Tıpos de Transtorno alımentar
 1.Anorexıa: Este quadro se caracterıza prıncıpalmente pela recusa do ındıvíduo 
em manter um peso mínımo esperado para a ıdade e a altura (menos de 85%) através da 
restrıção do comportamento alımentar, pelo temor excessıvo em ganhar peso, e pela 
dıstorção da percepção da ımagem corporal
A perda do peso é obtıda pela redução ıntensa da dıeta alımentar. Geralmente no 
ınícıo são restrıtos apenas os alımentos consıderados calórıcos, porém com o progresso 
da doença, observa-se uma dıeta extremamente lımıtada. 
O medo de engordar não é compensado pela ıntensa perda de peso, havendo um 
aumento dessa preocupação à medıda que o peso real dımınuı. Algumas pessoas 
29
acredıtam estar acıma do peso de uma forma geral, outras se preocupam com a gordura 
em partes específıcas do corpo. Nesse sentıdo, é muıto comum a pessoa se pesar com 
frequêncıa, medır obsessıvamente as partes do corpo, ou usar ınsıstentemente um 
espelho para verıfıcar as áreas que percebe estarem gordas.
A auto-estıma da pessoa anoréxıca está relacıonada à forma corporal e ao peso. 
Sendo assım, a perda de peso é vısta como uma conquısta e autodıscıplına, enquanto o 
ganho de peso é consıderado um fracasso do autocontrole. Apesar de alguns ındıvíduos 
reconhecerem que estão magros, eles desconsıderam as ımplıcações que esse estado 
pode levar a saúde.
A amenorreıa (ausêncıa de pelo menos três cıclos menstruaıs) é um ımportante 
ındıcador fısıológıco da Anorexıa Nervosa. Em menınas pré-púberes a menarca pode ser 
retardada devıdo à doença.
Muıtos são os problemas fısıológıcos decorrentes da Anorexıa Nervosa, e que 
podem levar o ındıvíduo a morte. O índıce de mortalıdade entre pessoas com a doença é 
12 vezes maıor do que o número de mortes causadas por todas as outras doenças na 
população femınına entre 15 e 24 anos de ıdade. As causas de morte são as 
complıcações decorrentes da Anorexıa Nervosa, como ınfecções ımportantes, alterações 
metabólıcas devıdo à desnutrıção, desequılíbrıo eletrolítıco e suıcídıo.
2. Bulımıa: Este quadro de Transtorno Alımentar é caracterızado por 
compulsões alımentares perıódıcas (ıngestão de uma grande quantıdade de comıda em 
um curto espaço de tempo), seguıdas de métodos compensatórıos ınadequados (vômıtos 
auto-ınduzıdos, uso ınadequado de laxantes ou dıurétıcos, prátıca de exercícıos em 
excesso) para evıtar o ganho de peso. Assım como na Anorexıa Nervosa, o ındıvíduo 
bulímıco apresenta uma auto-avalıação baseada na forma físıca e no peso corporal. 
Para se estabelecer o dıagnóstıco de Bulımıa Nervosa, estes comportamentos 
devem estar presentes por pelo menos duas vezes por semana, por um período mínımo 
de três meses. Embora haȷa uma varıedade dos tıpos de alımentos ıngerıdos nos ataques 
de hıperfagıa (compulsão alımentar), o maıs comum é o consumo de doces ou outros 
alımentos de alto teor calórıco.
As pessoas acometıdas pela Bulımıa Nervosa, ocultam seus comportamentos 
patológıcos da famílıa e das pessoas que as cercam, e muıtas vezes se envergonham de 
seus atos compensatórıos. Normalmente, não há perda de peso sıgnıfıcatıva nas pessoas 
com Bulımıa, trazendo portanto, maıor dıfıculdade para a famílıa ıdentıfıcar o problema.
Entre os problemas fısıológıcos consequentes dos epısódıos bulímıcos estão o 
desequılíbrıo eletrolítıco, perda de potássıo, ınflamação do esôfago, e danos no esmalte 
dos dentes
3. Transtorno do Comer Compulsıvo :Os ındıvíduos com este Transtorno 
apresentam epısódıos de compulsão alımentar, porém dıferentemente da Bulımıa 
30
Nervosa, não utılızam métodos purgatıvos para elımınar os alımentos ıngerıdos, nem a 
preocupação ırracıonal com o peso e a forma corporal.
As pessoas com Transtorno do Comer Compulsıvo perdem o controle durante os 
frequentes ataques de bınge eatıng (comer compulsıvo), e só conseguem parar de comer 
quando se sentem fısıcamente desconfortáveıs. A maıorıa é obesa, e uma parcela 
sıgnıfıcatıva das pessoas que fazem controlo alımentar e de peso com acompanhamento 
médıco sofrem deste Transtorno.
Para ser estabelecıdo este dıagnóstıco, os ataques de comer compulsıvamente 
devem ocorrer pelo menos duas vezes por semana, por um período mínımo de seıs 
meses, e obedecer aos seguıntes crıtérıos: 
 Epısódıos repetıdos de bıng eatıng;
 Durante a ocorrêncıa dos epısódıos, devem estar presentes no mínımo três 
dos ındıcadores abaıxo:
a) Comer muıto maıs rápıdo que o normal;
b) Comer até sentır-se desconfortável fısıcamente;
c) Ingerır grandes quantıdades de comıda, mesmo estando sem fome;
d) Comer sozınho por sentır-se envergonhado da quantıdadede comıda ıngerıda;
e) Sentır-se culpado e/ou deprımıdo após o epısódıo.
* Esses sentımentos podem levar o ındıvíduo a apresentar novos epısódıos 
de bınge eatıng, formando-se assım um cıclo.
4. Obesıdade: Sabe-se atualmente que algumas pessoas possuem maıs 
facılıdade para acumular gordura do que outras. Esta ınformação envolve aspectos 
metabólıcos, genétıcos, culturaıs e comportamentaıs, descartando-se assım a antıga ıdeıa 
de que o obeso era uma pessoa gulosa, desprovıda de controle e de vontade de cuıdar de 
sı próprıo.
Certas doenças endócrınas, como hıpotıreoıdısmo ou outros desequılíbrıos 
hormonaıs, podem colocar o ındıvíduo sob uma maıor propensão a tornar-se obeso, 
porém estes casos sıgnıfıcam apenas 2% do total
Em relação ao componente emocıonal da obesıdade, estudos revelam que entre 
os pacıentes obesos há uma alta ıncıdêncıa (cerca de 75%) de comportamentos de 
compulsão alımentar. Pacıentes obesos com compulsão alımentar apresentam uma 
31
propensão maıor a desenvolver co-morbıdades, como Transtornos de Humor, 
Transtornos de Ansıedade e Bulımıa Nervosa, e não apresentam resultados posıtıvos em 
programas de perda de peso, quando comparados a pacıentes obesos sem compulsão 
alımentar. Tal facto mostra que é necessárıo desenvolver programas dıferentes para 
pacıentes compulsıvos e não-compulsıvos.
5. Vıgorexıa: Apesar de não estar caracterızado estrıtamente como um quadro de 
Transtorno Alımentar, mas como uma patologıa obsessıvo-compulsıva, a Vıgorexıa se 
caracterıza pela obsessão por músculos, pela compulsão aos exercícıos e pelo consumo 
de substâncıas que prometem o aumento da massa muscular (como anabolızantes). 
Assım como as pessoas que têm Anorexıa ou Bulımıa, os portadores da Vıgorexıa 
apresentam uma percepção dıstorcıda da ımagem corporal.
6. Síndrome do Gourmet: Os ındıvíduos que apresentam este quadro estão 
ınsıstentemente preocupados na preparação, compra, apresentação e ıngestão de pratos 
especıaıs e/ou exótıcos, colocando em segundo plano suas relação socıaıs, famılıares e 
ocupacıonaıs.
7. Transtorno Alımentar Noturno: Caracterıza-se pelo comportamento 
alımentar durante a noıte, mesmo que a pessoa contınue dormındo. Não lembram de 
nada ao despertar, e negam sobre o facto quando ınformados por outra pessoa. Um facto 
ımportante é que são pessoas que geralmente fazem algum tıpo de regıme alımentar 
durante o dıa.
8. Pıca: Este é um transtorno que se caracterıza pela ıngestão de substâncıas não 
comestíveıs como sabonete, tıȷolo, argıla, cascas de pıntura, gesso, gız, cınzas de 
cıgarro, etc. As pessoas com maıor propensão a desenvolver o Transtorno de Pıca são 
mulheres com tendêncıa hıstérıca, grávıdas, pessoas de certos grupos étnıcos nos quaıs 
estes comportamentos são consıderados normaıs, e ındıvíduos que passaram por sérıas 
restrıções no comportamento alımentar.
32
CAPITULO IV
Conclusão
Este trabalho buscou, fundamentalmente, atıngır doıs obȷectıvos: relatar os 
conceıtos e teorıas sobre os transtornos que acabam por dımınuır a qualıdade de vıda do 
ser humano.
Conseguımos notar que na medıcına a área da psıquıatrıa é aonde os resultados e 
avanços da mesma, são feıtos um pouco maıs lentos, porque para qualquer ınvestıgação 
cıentífıca e necessárıo, dısponıbılıdade fınanceıra que vezes a área têm dıfıculdade em 
ter patrocínıos.
É vısto que o cérebro do ser humano é uma máquına se a mesma sofre algum 
dano o funcıonamento do nosso corpo sofre consequêncıas.
Neste trabalho falamos de várıos tıpos de transtornos, crıtérıos de dıagnostıco 
tratamento e classıfıcação.
Conseguımos analısar várıos pontos:
1. Um transtorno acaba com a qualıdade de vıda do ser humano:
2. Um transtorno deve ter o acompanhamento médıco para prevenção 
3. Que os transtornos psıcológıcos são de orıgem orgânıca e de orıgem 
psıcótıca.
33
4. Transtorno psıcológıco é a causa da dımınuıção da qualıdade de vıda do ser 
humano.
É possível notar a ımportâncıa do papel da famílıa para estabılıdade e para 
aȷudar no tratamento no pacıente.
É ımportante salıentar a auto medıcação ou esconder o pacıente é um grande 
erro, porque o tratamento logo no prıncıpıo é o melhor camınho.
Referencıas Bıblıográfıcas
http://www.ȷanssen.pt/Esquızofrenıa
http://www.saudemental.net/o_que_e_esquızofrenıa.htm
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