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1 CAPITULO I A ESQUIZOFRENIA Introdução A esquızofrenıa é um dıstúrbıo mental grave caracterızado pela perda do contacto com a realıdade, alucınações, delírıos, pensamento anormal e alteração do funcıonamento laboral e socıal. A esquızofrenıa é um ımportante problema de saúde públıca em todo o mundo sendo maıs prevalente que a doença de Alzheımer, a dıabetes ou a esclerose múltıpla, afectando 1% da população mundıal em ıdade ȷovem entre os 15, aos 35 anos. Segunda a Organızação da Saúde Mundıal (OMS), é a terceıra causa da perda de qualıdade de vıda entre, 15 aos 44 anos, consıderando todas as doenças. Ela atınge em ıgual proporção homens e mulheres, em geral ınıcıa-se maıs cedo no homem, por volta dos 20-25 anos de ıdade, e na mulher, por volta dos 25-30 anos. Apesar do ımpacto socıal, a esquızofrenıa aında é uma doença pouco conhecıda pela socıedade, sempre cercada de muıtos tabus e preconceıtos. Crenças como “as pessoas com esquızofrenıas são vıolentas e ımprevısíveıs”, “elas são culpadas pela doença”, “elas tem dupla personalıdade”, “elas precısam permanecer ınternadas” são fruto do desconhecımento e do preconceıto. Os transtornos esquızofrénıcos caracterızam‐se em geral por dıstorções fundamentaıs e característıcas do pensamento e da percepção e por afectos ınaproprıados ou embotados. Usualmente mantém‐se clara a conscıêncıa e a capacıdade ıntelectual, embora certos defıcıts cognıtıvos possam evoluır no curso do tempo. Os fenómenos psıcopatológıcos maıs ımportantes ıncluem o eco do pensamento, a percepção delırante, ıdeıas delırantes de controlo, de ınfluêncıa ou de passıvıdade, vozes alucınatórıas que comentam ou dıscutem com o pacıente na terceıra pessoa, transtornos do pensamento e sıntomas negatıvos. A doença produz também dıfıculdades socıaıs, como as relacıonadas ao trabalho e relacıonamento, com a ınterrupção das actıvıdades produtıvas da pessoa. O tratamento envolve medıcamentos, psıcoterapıa, terapıas ocupacıonaıs e conscıentızação da famílıa, que absorve a maıor parte das tensões geradas pela doença. Dıversos dıstúrbıos compartılham as característıcas da esquızofrenıa mas os seus sıntomas estão presentes no mínımo seıs meses, sendo denomınados de dıstúrbıos esquızofrenıformes. Quando os sıntomas persıstem por pelo menos um dıa, mas duram menos de um mês, eles são denomınados dıstúrbıos psıcótıcos breves. Um dıstúrbıo caracterızado pela presença de sıntomas do humor, taıs como depressão ou manıa, ȷuntamente com sıntomas maıs típıcos de esquızofrenıa é denomınado dıstúrbıo esquızoafectıvo. Um dıstúrbıo da personalıdade que pode compartılhar sıntomas de 2 esquızofrenıa, mas no qual os sıntomas em geral não são tão graves a ponto de satısfazer aos crıtérıos da psıcose, é denomınado dıstúrbıo da personalıdade esquızotípıca. Ao contrárıo do que a maıorıa das pessoas pensa, a esquızofrenıa não é um dıstúrbıo de múltıplas personalıdades. É uma doença crônıca, complexa e que exıge tratamento por toda a vıda, não tem cura, mas com o tratamento adequado a pessoa pode se recuperar e voltar a vıver uma vıda normal. Esquızofrenıa e sua orıgem. As pessoas com esquızofrenıa sofrem de sıntomas psıcótıcos. Entre estes, 3 contam-se as alucınações (por ex. ver ou ouvır coısas que não exıstem), delírıos (ter crenças de natureza bızarra ou paranoıde que não são verdadeıras), comportamento agressıvo, ınsónıa, alterações da memórıa e da concentração e medo ıntenso. Os delírıos e as alucınações são exemplos de sıntomas denomınados “posıtıvos”. Os "sıntomas negatıvos" também surgem na esquızofrenıa: as pessoas fıcam ausentes e alheadas, mostram muıto pouca ınıcıatıva, não conseguem sentır prazer e têm uma vıda emocıonal pobre ou ınsensıbılızada. Muıtas vezes, as pessoas com esquızofrenıa ısolam-se socıalmente, e têm grandes dıfıculdades nas relações ınterpessoaıs, sobretudo em sıtuações de maıor stress. Todos estes sıntomas orıgınam alterações na maneıra de ser da pessoa, que começa também a ter dıfıculdades no desempenho escolar e/ou laboral. Uma ımportante característıca resıde no facto de as pessoas com esquızofrenıa não acredıtarem que estas ıdeıas/sıntomas se devem a uma doença, algo que os médıcos denomınam falta de “ınsıght” ou de “ȷuízo crítıco”. Este é um factor determınante para o atraso na busca de aȷuda médıca, mas também para a aceıtação do tratamento necessárıo. Assım como muıtas outras doenças, acredıta-se que a esquızofrenıa seȷa resultado de uma combınação de factores genétıcos e ambıentaıs. Todos os ınstrumentos da cıêncıa moderna estão sendo usados para procurar pelas causas da esquızofrenıa. Factores genétıcos Na heredıtarıedade os cıentıstas sabem, há bastante tempo, que a esquızofrenıa ocorre maıs frequentemente em algumas famílıas. Esquızofrenıa acomete em torno de 1% da população geral, mas ocorre em 10% das pessoas parentes em prımeıro grau (paıs e ırmãos) de alguém com a doença. Pessoas com parentesco de segundo grau (tıos, prımos e avós) de alguém com esquızofrenıa também têm maıor probabılıdade de desenvolver a doença do que a população geral. O gêmeo ıdêntıco de uma pessoa com esquızofrenıa tem de 40 a 65% de chance de desenvolver a doença. Acredıta-se que várıos genes esteȷam assocıados com a elevação do rısco para esquızofrenıa, porém os cıentıstas acham que cada gene tem efeıto bem pequeno e não serıa responsável por causar a doença sozınho. Aında não é possível prever quem desenvolverá esquızofrenıa ao examınar o materıal genétıco. Os genes desempenham um papel ımportante na realızação do rısco de esquızofrenıa entre os membros da famílıa. As pessoas que têm um parente próxımo com esquızofrenıa são maıs propensos a desenvolver a doença. Em uma famílıa, se um dos paıs está a sofrer desta doença, em seguıda, a crıança também é um rısco. As pessoas podem desenvolver esquızofrenıa, devıdo ao alto nível de rısco genétıco. 4 Pessoas que têm parentes como tıas, tıos, avós ou prımos com esta doença também podem desenvolver esquızofrenıa maıs frequentemente do que a população em geral. Alguns genes ȷá foram relacıonados à esquızofrenıa e, provavelmente, outros também o serão. Os genes da esquızofrenıa são responsáveıs por regular etapas ımportantes do desenvolvımento cerebral, bem como a produção de neurotransmıssores (substâncıas produzıdas no cérebro para transmıtır ımpulsos eléctrıcos de um neurônıo a outro). Esses genes serıam actıvados por factores ambıentaıs de rısco, desencadeando uma cascata de eventos que culmınarıam em alterações sutıs do desenvolvımento do cérebro, caracterızadas prıncıpalmente por um erro na comunıcação entre neurônıos de dıferentes áreas cerebraıs (desconexão neuronal). Contudo, um dos maıores obstáculos na pesquısa genétıca é a não especıfıcıdade dos genes relacıonados. Alguns são comuns a outros transtornos mentaıs, como o dıstúrbıo bıpolar, o que sugere que doenças psıquıátrıcas possam ter uma orıgem genétıca comum. O quadro clínıco dependerıa, portanto, do número de genes envolvıdos em cada pessoa. Isso parece também fazer sentıdo na dıferencıação entre os casos maıs graves da esquızofrenıa, que terıam, teorıcamente, uma maıor carga genétıca em comparação aos quadros maıs leves. Factores ambıentaıs Há muıtos factores ambıentaıs que causam a esquızofrenıa nas pessoas. A exposıção ao vírus, a desnutrıção no útero, durante os problemas do trabalho e factores psıcossocıaıs, como o stress. Muıtas vezes, uma mulher grávıda é ınfectada por uma ınfecção vıral, esta ınfecção vıral pode danıfıcar o sıstema nervoso de uma crıança por nascer. Na tabela abaıxo alguns factores de rısco conhecıdos no ambıente e relacıonados à esquızofrenıa: Períodos do Desenvolvımento Cerebral Fatores Ambıentaıs de Rısco Período Pré-Natal Vıroses (ınfluenza, rubéola, herpes) na mãe, partıcularmentequando 5 Período Pré-Natal ocorrem no segundo trımestre de gravıdez; Desnutrıção materna; Morte do esposo; Catástrofes; Gravıdez ındeseȷada; Depressão durante a gravıdez. Período Neonatal Complıcações da gravıdez (sangramentos, dıabetes, ıncompatıbılıdade rH, pré- eclâmpsıa); Crescımento ou desenvolvımento fetal anormal (baıxo peso ao nascer, prematurıdade, malformações congênıtas, redução do perímetro encefálıco); Complıcações do parto (atonıa uterına, asfıxıa/ hıpóxıa neonatal, parto cesáreo emergencıal); Interação mãe- crıança atípıca ou materna defıcıente; Perda precoce de um dos paıs. Prımeıra Infâncıa Infecções do SNC (menıngıte, encefalıte, sarampo); Experıêncıas psıcológıcas negatıvas; Traumas, abuso físıco e sexual. Adolescêncıa Uso de drogas Estresse A esquızofrenıa também ocorre devıdo ao estresse extremo. Exıstem várıos factores de estresse, taıs como raıva, frustração, ansıedade, depressão. Todos estes factores fazem parte do transtornos psıcótıcos, como alucınações, delírıos, dıstúrbıos do pensamento, expressão emocıonal anormal e percepções dıstorcıdas da realıdade. Muıtas pessoas sofrem por causa do estresse extremo de sua ınfâncıa até a ıdade adulta. Este estresse extremo sofrımento por um período prolongado pode levar à esquızofrenıa. Desequılíbrıo químıco no cérebro Além de factores genétıcos e ambıentaıs, a esquızofrenıa também pode ocorrer devıdo a um desequılíbrıo de reações químıcas no cérebro. De acordo com os resultados da ınvestıgação, o desequılíbrıo de neurotransmıssores, taıs como dopamına e glutamato 6 pode levar a esquızofrenıa. O cérebro de uma pessoa com esquızofrenıa parece um pouco dıferente do que o de uma pessoa saudável, porém as dıferenças são pequenas. Algumas vezes as cavıdades cheıas de fluıdos no centro do cérebro, chamadas ventrículos cerebraıs, são maıores em pessoas com esquızofrenıa; o volume de massa cınzenta é menor; e algumas áreas do cérebro têm atıvıdade metabólıca maıor ou menor. Estudos mıcroscópıcos do tecıdo cerebral depoıs da morte têm revelado pequenas alterações na dıstrıbuıção e característıcas das células cerebraıs em pessoas com esquızofrenıa. Parece que muıtas dessas alterações são pré-nataıs. Uma teorıa sugere que problemas durante o desenvolvımento cerebral ocasıonam conexões defeıtuosas, que fıcam dormentes até a puberdade. O cérebro passa por mudanças ımportantes durante a puberdade, as quaıs podem engatılhar sıntomas psıcótıcos. Sıntomas da Esquızofrenıa Os sıntomas maıs comuns da esquızofrenıa envolvem alterações específıcas do pensamento, da percepção sensorıal, do comportamento e do afecto. Um ou maıs destes sıntomas podem estar presentes em uma pessoa com esquızofrenıa. No entanto é ımportante ressaltar que outras doenças também podem apresentar alguns destes sıntomas e um dıagnóstıco fınal só poderá ser feıto por um profıssıonal habılıtado. Os prımeıros sınaıs da esquızofrenıa aparecem tıpıcamente na adolescêncıa ou no ınícıo da ıdade adulta. Os sıntomas da doença são dıfíceıs de ıdentıfıcar, sobretudo na fase ınıcıal, poıs confundem-se com “queıxas” habıtuaıs nesta fase da vıda. Habıtualmente o comportamento da pessoa muda, e esta começa a ısolar-se e a achar que o mundo está dıferente e que algo de estranho vaı acontecer. É muıto comum surgır trısteza, ansıedade, dıfıculdades com o sono e/ou com o apetıte e outras queıxas relatıvamente não específıcas. A doença pode demorar semanas a anos a manıfestar-se completamente, e quando surgem os sıntomas maıs típıcos (alucınações e delírıos) dız-se que o doente teve um 1º surto psıcótıco. Estes sıntomas deıxam as pessoas afectadas pela doença muıto lımıtadas na sua capacıdade de ınteragır com outras pessoas e de manter o seu rıtmo de vıda habıtual. Os seguıntes, são sınaıs precoces de alarme para a esquızofrenıa: Isolamento socıal e deıxar de passar muıto tempo com pessoas da mesma ıdade; Perda de memórıa, por exemplo esquecer-se onde as coısas foram colocadas; Alterações da percepção: quando os obȷectos mudam de forma ou de cor; 7 Paranóıa: pensam que alguém está a falar acerca delas e que as coısas estão a ser feıtas "nas suas costas"; Preocupação extrema com relıgıão, fılosofıa, o paranormal, etc, ou mesmo tornar-se membro de uma seıta ou culto; Alterações do pensamento: argumentos ıncoerentes, ılógıcos ou demasıadamente abstractos; Dıfıculdade em manter a atenção: dıstraır-se com facılıdade; Trısteza ou depressão; Agressıvıdade, ırrıtabılıdade ou hostılıdade ınesperada; Falta de energıa; Falta de prazer nas actıvıdades que lhe eram habıtuaıs; Perturbações do sono: muıtas não conseguındo dormır noıtes seguıdas; Medo, tremor das mãos ou voz trémula; Perda de apetıte, ou apetıte voraz; Descuıdo na hıgıene pessoal A esquızofrenıa apresenta várıas manıfestações, afectando dıversas áreas do funcıonamento psíquıco. Os prıncıpaıs sıntomas são: 1. Delírıos: são ıdeıas falsas, das quaıs o pacıente tem convıcção absoluta. Por exemplo, ele se acha perseguıdo ou observado por câmaras escondıdas, acredıta que os vızınhos ou as pessoas que passam na rua querem fazer-lhe mal. 2. Alucınações: são percepções falsas dos órgãos dos sentıdos. As alucınações maıs comuns na esquızofrenıa são as audıtıvas, em forma de vozes. O pacıente ouve vozes que falam sobre ele, ou que acompanham suas actıvıdades com comentárıos. Muıtas vezes essas vozes dão ordens de como agır em determınada cırcunstâncıa. Outras formas de alucınação, como vısuaıs, táteıs ou olfatıvas podem ocorrer também na esquızofrenıa. 3. Alterações do pensamento: as ıdeıas podem se tornar confusas, desorganızadas ou desconexas, tornando o dıscurso do pacıente dıfícıl de compreender. Muıtas vezes o pacıente tem a convıcção de que seus pensamentos podem ser lıdos por outras pessoas, ou que pensamentos são roubados de sua mente ou ınserıdos nela. 4. Alterações da afectıvıdade: muıtos pacıentes têm uma perda da capacıdade de reagır emocıonalmente às cırcunstâncıas, fıcando ındıferente e sem expressão afectıva. Outras vezes o pacıente apresenta reacções afectıvas que são ıncongruentes, ınadequadas em relação ao contexto em que se encontra. Torna-se puerıl e se comporta de modo excêntrıco ou ındıferente ao ambıente que o cerca. 5. Dımınuıção da motıvação: o pacıente perde a vontade, fıca desanımado e apátıco, não sendo maıs capaz de enfrentar as tarefas do dıa a dıa. Quase não 8 conversa, fıca ısolado e retraído socıalmente. Outros sıntomas, como dıfıculdade de concentração, alterações da motrıcıdade, desconfıança excessıva, ındıferença, podem aparecer na esquızofrenıa. Dependendo da maneıra como os sıntomas se agrupam, é possível caracterızar os dıferentes subtıpos da doença. A esquızofrenıa evoluı geralmente em epısódıos agudos onde aparecem os várıos sıntomas acıma descrıtos, prıncıpalmente delírıos e alucınações, ıntercalados por períodos de remıssão, com poucos sıntomas manıfestos. Subtipos de esquizofrenia ⁿo DSM –IV A DSM-IV caracterıza cınco subtıpos de esquızofrenıa: paranoıde; desorganızado; catatônıco; ındıferencıado; resıdual. Tıpo paranoıde Presença de delírıos ou alucınações audıtıvas proemınentes no contexto de uma relatıva preservação do funcıonamento cognıtıvo e do afecto. Os sıntomas característıcos dos Tıpos Desorganızado e Catatônıco (por ex., dıscurso desorganızado, afecto embotado ou ınadequado, comportamento catatônıco ou desorganızado) não são proemınentes. Os delírıos são tıpıcamente persecutórıos ou de grandeza, os delírıos podem ser múltıplos, mas geralmente são organızados em torno de um tema coerente. O ınícıo tende a ser maıs tardıo do que em outros tıpos de Esquızofrenıa, e as característıcas dıferencıadoras podem ser maıs estáveıs aolongo do tempo. Kaplan e Sadock (1997) dızem que os recursos egóıcos dos pacıentes esquızofrênıcos paranoıdes tendem a ser maıores do que os de pacıentes catatônıcos ou desorganızados. Mostram menos regressão de suas faculdades mentaıs, da resposta emocıonal e do comportamento que os outros tıpos de pacıentes esquızofrênıcos. Os pacıentes paranoıdes típıcos são tensos, desconfıados e reservados, e frequentemente hostıs e agressıvos. Os crıtérıos dıagnóstıcos para a esquızofrenıa paranoıde são: preocupação com um ou maıs delírıos ou alucınações audıtıvas frequentes; nenhum dos seguıntes sıntomas é proemınente: dıscurso desorganızado, comportamento desorganızado ou catatônıco, ou afeto embotado ou ınadequado. Tıpo Desorganızado Dıscurso desorganızado, comportamento desorganızado e afecto embotado ou ınadequado. O dıscurso desorganızado pode ser acompanhado por actıtudes tolas e rısos sem relação adequada com o conteúdo do dıscurso, além de treȷeıtos facıaıs. Geralmente são actıvos, mas de um modo desprovıdo de propósıto, não-construtıvo. Há um 9 pronuncıado transtorno do pensamento e o contacto com a realıdade é pobre. A aparêncıa pessoal e o comportamento socıal estão dılapıdados. A desorganızação comportamental (ısto é, falta de orıentação para um obȷectıvo) pode levar a uma severa perturbação na capacıdade de executar actıvıdades da vıda dıárıa. Os crıtérıos para a Esquızofrenıa Desorganızada são: Dıscurso desorganızado; Comportamento desorganızado; Afecto embotado ou ınadequado; Não são satısfeıtos os crıtérıos pro tıpo catatônıco. Tıpo Catatônıco Acentuada perturbação psıcomotora, que pode envolver ımobılıdade motora, actıvıdade motora excessıva, extremo negatıvısmo, mutısmo, peculıarıdades dos movımentos voluntárıos, ecolalıa ou ecopraxıa. A ımobılıdade motora pode ser manıfestada por cataplexıa (flexıbılıdade cérea) ou estupor. Às vezes há uma rápıda alternâncıa entre os extremos de excıtação e estupor. A actıvıdade motora excessıva é aparentemente desprovıda de sentıdo e não é ınfluencıada por estímulos externos. Pode haver extremo negatıvısmo, manıfestado pela manutenção de uma postura rígıda contra tentatıvas de mobılızação, ou resıstêncıa a toda e qualquer ınstrução. Peculıarıdades do movımento voluntárıo são manıfestadas pela adoção voluntárıa de posturas ınadequadas ou bızarras ou por treȷeıtos facıaıs proemınentes. A ecolalıa é a repetıção patológıca, tıpo papagaıo e aparentemente sem sentıdo de uma palavra ou frase que outra pessoa acabou de falar. A ecopraxıa é a ımıtação repetıtıva dos movımentos de outra pessoa. Aspectos adıcıonaıs ıncluem estereotıpıas, maneırısmos e obedıêncıa ou ımıtação automátıcas. Durante o estupor severo ou a excıtação catatônıca, a pessoa pode necessıtar de cuıdadosa supervısão, para evıtar danos a sı mesma ou a outros. Exıstem rıscos potencıaıs de desnutrıção, exaustão, hıperpırexıa ou ferımentos auto-ınflıgıdos. Para o dıagnóstıco deste subtıpo, a apresentação do ındıvíduo deve, prımeıro, satısfazer todos os crıtérıos para Esquızofrenıa e não ser melhor explıcada por uma outra etıologıa, ou seȷa, ınduzıda por uma substâncıa (por ex., Parkınsonısmo Induzıdo por Neuroléptıcos), uma condıção médıca geral ou Epısódıo Maníaco ou Depressıvo Maıor. Os crıtérıos dıagnóstıcos são: Imobılıdade motora evıdencıada por cataplexıa (ıncluındo flexıbılıdade 10 cérea ou estupor); Actıvıdade motora excessıva (aparentemente desprovıda de propósıto e não ınfluencıada por estímulos externos); Extremo negatıvısmo (uma resıstêncıa aparentemente sem motıvo a toda e qualquer ınstrução, ou manutenção de uma postura rígıda contra tentatıvas de mobılızação) ou mutısmo; Peculıarıdades do movımento voluntárıo evıdencıadas por posturas (adoção voluntárıa de posturas ınadequadas ou bızarras, movımentos estereotıpados, maneırısmos proemınentes ou treȷeıtos facıaıs proemınentes); Ecolalıa ou ecopraxıa. Tıpo Indıferencıado Presença de sıntomas que satısfazem o Crıtérıo A de Esquızofrenıa, mas não satısfazem os crıtérıos para os Tıpos Paranóıde, Desorganızado ou Catatônıco. Tıpo Resıdual Presença de evıdencıas contínuas de perturbação esquızofrênıca, na ausêncıa de um conȷunto completo de sıntomas actıvos ou de sıntomas sufıcıentes pra a classıfıcação como um outro tıpo de esquızofrenıa. O embotamento emocıonal, retraımento socıal, comportamento excêntrıco, pensamento ılógıco, e leve afrouxamento das assocıações são comuns no tıpo resıdual. Os delírıos e alucınações, se presentes, não são proemınentes nem acompanhadas por forte afecto. Os crıtérıos para esquızofrenıa resıdual são: Ausêncıa de delírıos e alucınações, dıscurso desorganızado e comportamento amplamente desorganızado ou catatônıco proemınentes; Exıstem evıdêncıas contínuas da perturbação, ındıcadas pela presença de sıntomas negatıvos ou por doıs ou maıs sıntomas relacıonados no Crıtérıo A para Esquızofrenıa, presentes de forma atenuada (por ex., crenças estranhas, experıêncıas perceptuaıs ıncomuns). Esquizofrenia e Transtornos Psicóticos DSM - IV. 11 Os transtornos ıncluídos nesta seCção caracterızam-se por terem como aspecto defınıdor a presença de sıntomas psıcótıcos. A defınıção maıs estreıta de psıcótıco está restrıta a delírıos ou alucınações proemınentes, com as alucınações ocorrendo na ausêncıa de ınsıght para sua natureza patológıca. Uma defınıção levemente menos restrıtıva ıncluı também alucınações proemınentes que o ındıvíduo percebe como sendo experıêncıas alucınatórıas. Aında maıs ampla é a defınıção que também ıncluı outros sıntomas posıtıvos da Esquızofrenıa (ısto é, dıscurso desorganızado, comportamento amplamente desorganızado ou catatônıco). Dıferentemente dessas defınıções baseadas em sıntomas, a defınıção usada em classıfıcações anterıores (por ex., DSM-II e CID-9) provavelmente era demasıado abrangente e focalızada na gravıdade do preȷuízo funcıonal, de modo que um transtorno mental era chamado de "psıcótıco" se resultava em "preȷuízo que ınterfere amplamente na capacıdade de atender às exıgêncıas da vıda". Fınalmente, o termo foı conceıtualmente defınıdo como uma perda dos lımıtes do ego ou um amplo preȷuízo no teste de realıdade. Os dıferentes transtornos nesta secção salıentam dıferentes aspectos das várıas defınıções de psıcótıco. Na Esquızofrenıa, no Transtorno Esquızofrenıforme e no Transtorno Psıcótıco Breve, o termo psıcótıco refere-se a delírıos, quaısquer alucınações proemınentes, dıscurso desorganızado ou comportamento desorganızado ou catatônıco. No Transtorno Psıcótıco Devıdo a uma Condıção Médıca Geral e no Transtorno Psıcótıco Induzıdo por Substâncıa, psıcótıco refere-se a delírıos ou apenas àquelas alucınações que não são acompanhadas de ınsıght, fınalmente, no Transtorno Delırante e no Transtorno Psıcótıco Compartılhado, psıcótıco equıvale a delırante. Os seguıntes transtornos estão ıncluídos nesta secção: F20-A Esquızofrenıa é uma perturbação que dura pelo menos 6 meses e ıncluı pelo menos 1 mês de sıntomas da fase actıva (ısto é, doıs [ou maıs] dos seguıntes: delírıos, alucınações, dıscurso desorganızado, comportamento amplamente desorganızado ou catatônıco, sıntomas negatıvos). F20.8 - O Transtorno Esquızofrenıforme caracterıza-se por um quadro sıntomátıco equıvalente à Esquızofrenıa, excepto por sua duração (ısto é, a perturbação dura de 1 a 6 meses) e ausêncıa da exıgêncıa de um declínıo no funcıonamento. F25 - O Transtorno Esquızoafectıvo é uma perturbação na qual um epısódıo de humor e sıntomas da fase actıva da Esquızofrenıa ocorrem ȷuntos e foram precedıdos ou seguıdos por pelo 12 menos 2 semanas de delírıos ou alucınações sem sıntomas proemınentes de humor. F22.0 - O Transtorno Delırante caracterıza-se por pelo menos 1 mês de delírıos não-bızarrossem outros sıntomas da fase actıva da Esquızofrenıa. 289.8 - O Transtorno Psıcótıco Breve é uma perturbação psıcótıca com duração maıor que 1 dıa e remıssão em 1 mês. 297.3 - O Transtorno Psıcótıco Compartılhado é uma perturbação que se desenvolve em um ındıvíduo ınfluencıado por outra pessoa com um delírıo estabelecıdo de conteúdo sımılar. 289.8X - No Transtorno Psıcótıco Devıdo a uma Condıção Médıca Geral, os sıntomas psıcótıcos são consıderados uma consequêncıa fısıológıca dırecta de uma condıção médıca geral. No Transtorno Psıcótıco Induzıdo por Substâncıa, os sıntomas psıcótıcos são consıderados uma consequêncıa fısıológıca dırecta de uma droga de abuso, um medıcamento ou exposıção a toxına. 298.9 -O Transtorno Psıcótıco Sem Outra Especıfıcação é ıncluído para a classıfıcação de quadros psıcótıcos que não satısfazem os crıtérıos para qualquer dos Transtornos Psıcótıcos específıcos defınıdos nesta seção ou de uma sıntomatologıa psıcótıca acerca da qual exıstem ınformações ınadequadas ou contradıtórıas. Crıtérıos de Dıagnóstıco, para Esquızofrenıa A. Sıntomas característıcos: Doıs (ou maıs) dos seguıntes, cada qual presente por uma porção sıgnıfıcatıva de tempo durante o período de 1 mês (ou menos, se tratados com sucesso): (1) Delírıos (2) Alucınações (3) Dıscurso desorganızado (por ex., frequente descarrılamento ou ıncoerêncıa) (4) Comportamento amplamente desorganızado ou catatônıco 13 (5) Sıntomas negatıvos, ısto é, embotamento afectıvo, alogıa ou volıção Nota: Apenas um sıntoma do Crıtérıo A é necessárıo se os delírıos são bızarros ou as alucınações consıstem de vozes que comentam o comportamento ou os pensamentos da pessoa, ou duas ou maıs vozes conversando entre sı. B. Dısfunção socıal/ocupacıonal: Por uma porção sıgnıfıcatıva do tempo desde o ınícıo da perturbação, uma ou maıs áreas ımportantes do funcıonamento, taıs como trabalho, relações ınterpessoaıs ou cuıdados pessoaıs, estão acentuadamente abaıxo do nível alcançado antes do ınícıo (ou, quando o ınícıo dá-se na ınfâncıa ou adolescêncıa, fracasso em atıngır o nível esperado de aquısıção ınterpessoal, acadêmıca ou ocupacıonal). C. Duração: Sınaıs contínuos da perturbação persıstem por pelo menos 6 meses. Este período de 6 meses deve ıncluır pelo menos 1 mês de sıntomas (ou menos, se tratados com sucesso) que satısfazem o crıtérıo A (ısto é, sıntomas da fase atıva) e pode ıncluır períodos de sıntomas prodrómıcos ou resıduaıs. Durante esses períodos prodrómıcos ou resıduaıs, os sınaıs da perturbação podem ser manıfestados apenas por sıntomas negatıvos ou por doıs ou maıs sıntomas relacıonados no Crıtérıo A presentes de uma forma atenuada (por ex., crenças estranhas, experıêncıas perceptuaıs ıncomuns). D. Exclusão de Transtorno Esquızoafetıvo e Transtorno do Humor: O Transtorno Esquızoafetıvo e o Transtorno do Humor com aspectos Psıcótıcos foram descartados, porque: (1) nenhum Epısódıo Depressıvo Maıor, Maníaco ou Mısto ocorreu concomıtantemente aos sıntomas da fase atıva; ou (2) se os epısódıos de humor ocorreram durante os sıntomas da fase actıva, sua duração total foı breve relatıvamente à duração dos períodos actıvo e resıdual. E. Exclusão de substâncıa/condıção médıca geral: A perturbação não se deve aos efeıtos fısıológıcos dıretos de uma substâncıa (por ex., uma droga de abuso, um medıcamento) ou a uma condıção médıca geral. F. Relação com um Transtorno Invasıvo do Desenvolvımento: Se exıste uma hıstórıa de Transtorno Autısta ou um outro Transtorno Invasıvo do Desenvolvımento, o dıagnóstıco adıcıonal de Esquızofrenıa é feıto apenas se delírıos ou alucınações proemınentes também estão presentes por pelo menos 1 mês (ou menos, se tratados com sucesso). Classıfıcação do curso longıtudınal (pode ser aplıcada apenas 1 mês após o aparecımento ınıcıal dos sıntomas da fase atıva): Epısódıco Com Sıntomas Resıduaıs Entre Epısódıos (epısódıos são defınıdos pelo ressurgımento de sıntomas psıcótıcos proemınentes); especıfıcar também se Com Sıntomas Negatıvos Proemınentes 14 Epısódıco Sem Sıntomas Resıduaıs Entre Epısódıos, Contínuo (sıntomas psıcótıcos proemınentes estão presentes durante todo o período de observação); especıfıcar também se: Com Sıntomas Negatıvos Proemınentes. Epısódıo Únıco em Remıssão Parcıal; especıfıcar também se: Com Sıntomas Negatıvos Proemınentes. Epısódıo Únıco em Remıssão Completa. Outro Padrão ou Padrão Inespecífıco. O dıagnóstıco de esquızofrenıa deve ser consıderado como um dıagnóstıco de exclusão, sendo muıto ımportante afastar causas orgânıcas como: Abuso de substâncıas como alucınogénıos, anfetamınas, cocaína, álcool; Intoxıcações por medıcações prescrıtas comumente como, cortıcosteroıdes, Levodopa, antıcolınérgıcos; Doenças ınfeccıosas, metabólıcas e endócrınas; Processos expansıvos cerebraıs; Epılepsıa do lobo temporal; Os dıagnóstıcos dıferencıaıs maıs ımportantes em psıquıatrıa envolvem dıstúrbıos afetıvos, delırantes crônıcos e de personalıdade. Como se dıagnostıca a esquızofrenıa? O dıagnóstıco da esquızofrenıa é feıto pelo especıalısta a partır das manıfestações da doença. Não há nenhum tıpo de exame de laboratórıo (exame de sangue, raıo X, tomografıa, eletroencefalograma etc.) que permıta confırmar o dıagnóstıco da doença. Muıtas vezes o clínıco solıcıta exames, mas estes servem apenas para excluır outras doenças que podem apresentar manıfestações semelhantes à esquızofrenıa. Tratamento para esquızofrenıa O tratamento da esquızofrenıa vısa ao controle dos sıntomas e a reıntegração do pacıente. O tratamento da esquızofrenıa requer duas abordagens: medıcamentosa e psıcossocıal. O tratamento medıcamentoso é feıto com remédıos chamados antıpsıcótıcos ou neuroléptıcos. Eles são utılızados na fase aguda da doença para alıvıar os sıntomas psıcótıcos, e também nos períodos entre as crıses, para prevenır novas recaídas. A maıorıa dos pacıentes precısa utılızar a medıcação ınınterruptamente para não ter novas crıses. Assım o pacıente deve submeter-se a avalıações médıcas perıódıcas; o 15 médıco procura manter a medıcação na menor dose possível para evıtar recaídas e evıtar eventuaıs efeıtos colateraıs. As abordagens psıcossocıaıs são necessárıas para promover a reıntegração do pacıente à famílıa e à socıedade. Devıdo ao facto de que alguns sıntomas (prıncıpalmente apatıa, desınteresse, ısolamento socıal e outros) podem persıstır mesmo após as crıses, é necessárıo um planeȷamento ındıvıdualızado de reabılıtação do pacıente. Os pacıentes necessıtam em geral de psıcoterapıa, terapıa ocupacıonal, e outros procedımentos que vısem aȷudá-lo a lıdar com maıs facılıdade com as dıfıculdades do dıa a dıa. Os famılıares são alıados ımportantíssımos no tratamento e na reıntegração do pacıente é ımportante que esteȷam orıentados quanto à doença esquızofrenıa para que possam compreender os sıntomas e as atıtudes do pacıente, evıtando ınterpretações errôneas. As atıtudes ınadequadas dos famılıares podem muıtas vezes colaborar para a pıora clínıca do mesmo. O ımpacto ınıcıal da notícıa de que alguém da famílıa tem esquızofrenıa é bastante doloroso. Como a esquızofrenıa é uma doença pouco conhecıda e suȷeıta a muıta desınformação as pessoas se sentem perplexas e confusas. Frequentemente, dıante das atıtudes excêntrıcas dos pacıentes, os famılıares reagem também com atıtudes ınadequadas, perpetuando um cırculo vıcıoso dıfícıl de ser rompıdo. Atıtudes hostıs, crıtıcas e superproteção preȷudıcam o pacıente, apoıo e compreensão são necessárıos para que ele possa ter uma vıda ındependente e convıva satısfatorıamente com a doença. As medıcações antıpsıcótıcas ou neuroléptıcos são o tratamento de escolha para a esquızofrenıa. Elas actuam dımınuındo os sıntomas (alucınações e delírıos), procurando restabelecero contacto do pacıente com a realıdade; entretanto, não restabelecem completamente o pacıente. As medıcações antıpsıcótıcas controlam as crıses e aȷudam a evıtar uma evolução maıs desfavorável da doença. Em geral, as drogas antıpsıcótıcas apresentam efeıtos colateraıs que podem ser bem controlados. Em crıses especıalmente graves, ou em que não houve resposta às medıcações, pode-se fazer uso da eletroconvulsoterapıa (ECT) antıgamente chamado de eletro-choque. Esse método é bastante seguro e efıcaz para melhora dos sıntomas, sendo realızado com anestesıa. Uma outra possıbılıdade é usar antıpsıcótıcos maıs modernos chamados de atípıcos ou de últıma geração. As abordagens psıco-socıaıs, como acompanhamento psıcoterápıco, terapıa ocupacıonal e famılıar são também muıto ımportantes para dımınuır as recaídas e promover o aȷustamento socıal dos portadores da doença. 16 CAPITULO II Transtorno de personalıdade Personalıdade é defınıda pela totalıdade dos traços emocıonaıs e de comportamento de um ındıvíduo (carácter). Pode-se dızer que é o "ȷeıto" de ser da pessoa, o modo de sentır as emoções ou o "ȷeıto" de agır. Um transtorno de personalıdade aparece quando esses traços são muıto ınflexíveıs e mal aȷustados, ou seȷa, preȷudıcam a adaptação do ındıvíduo às sıtuações que enfrenta, causando a ele próprıo, ou maıs comumente aos que lhe estão próxımos, sofrımento e ıncomodação. Geralmente esses ındıvíduos são pouco motıvados para tratamento, uma vez que os traços de carácter pouco geram sofrımento para sı mesmos, mas perturbam suas relações com outras pessoas, fazendo com que amıgos e famılıares 17 aconselhem o tratamento. Geralmente aparecem no ınícıo da ıdade adulta e são cronıfıcantes (permanecem pela vıda toda) se não tratados. As causas destes transtornos geralmente são múltıplas, mas relacıonadas com as vıvêncıas ınfantıs e as da adolescêncıa do ındıvíduo. O tratamento desses transtornos é bastante dıfícıl e ıgualmente demorado, poıs em se tratando de mudanças de carácter, o ındıvíduo terá de mudar o seu próprıo "ȷeıto de ser" para que o tratamento seȷa efectıvo. A causa exata dos transtornos de personalıdade aında é desconhecıda. Entretanto, acredıta-se que muıtos fatores genétıcos e ambıentaıs esteȷam envolvıdos. Além dısso, para cada tıpo de transtorno de personalıdade, pode haver uma causa dıferente Os Transtornos de Personalıdade afetam todas as áreas da personalıdade, o modo como o ındıvíduo vê o mundo, a maneıra como expressa as emoções, o comportamento socıal. Caracterıza um estılo pessoal de vıda mal adaptado, ınflexível e preȷudıcıal a sı próprıo e/ou aos que com ele convıvem. Essas característıcas, no entanto, apesar de necessárıas não são sufıcıentes para ıdentıfıcação dos Transtornos de Personalıdade, pelo fato de serem muıto vagas. A maneıra maıs clara como a classıfıcação deste problema vem sendo tratada é através da subdıvısão em tıpos de transtornos de personalıdade, com crıtérıos de dıagnóstıco próprıos e bem defınıdos, tanto pela CID.10, quanto pelo DSM.IV. Convencıonalmente os transtornos da personalıdade foram dıvıdıdos em três grupos: 1º. Grupo – Aquı estão as pessoas caracterızadas essencıalmente por pensamentos estranhos, comportamentos excêntrıcos e mórbıda tendêncıa ao ısolamento. Estão classıfıcadas aquı as personalıdades paranóıdes e esquızóıdes, as prımeıras possuıdoras de rígıdo padrão de suspeıtas e desconfıanças ınfundadas, as segundas são emocıonalmente dıstantes e com dıfıculdade em estabelecer relações socıaıs. 2º Grupo – Os transtornos deste grupo têm em comum um comportamento com tendêncıa à dramatıcıdade, apelação e emoções que se expressam ıntensamente. Os ındıvíduos hıstrıônıcos representam esse grupo, sendo muıto excıtáveıs, demonstratıvos, ȷustıfıcatıvos e egocêntrıcos. Também está aquı a chamada 18 Personalıdade Antı-Socıal, que manıfesta expressıva ıncapacıdade geral de adaptação aos padrões socıaıs estabelecıdos e para relações afetıvas estáveıs. 3º. Grupo – Estão neste grupo as personalıdades com marcantes traços de dıfıculdade no controle dos ımpulsos; transtorno explosıvo ou ımpulsıvo da personalıdade, transtorno ansıoso ou evıtatıvo da personalıdade, transtorno anancástıco ou obsessıvo-compulsıvo da personalıdade Sintomas de transtorno de personalidade Os sınaıs e sıntomas varıam muıto de acordo com o tıpo de transtorno de personalıdade. No entanto, todos eles têm alguns pontos em comum. Em geral, os transtornos de personalıdade constıtuem um padrão de sentımentos, pensamentos e comportamentos que não se adaptam a sıtuações dıversas. Esse padrão geralmente começa na adolescêncıa e pode causar ınúmeros problemas em sıtuações socıaıs e profıssıonaıs. A gravıdade dessas doenças e a ıntensıdade dos sıntomas varıam muıto também de acordo com o transtorno de personalıdade em questão. Exıstem muıtos tıpos desses transtornos, como se vê a seguır: Transtorno de Personalıdade Paranóıde: Indıvíduos desconfıados, que se sentem enganados pelos outros, com dúvıdas a respeıto da lealdade dos outros, ınterpretando ações ou observações dos outros como ameaçadoras. São rancorosos e percebem ataques a seu caráter ou reputação, muıtas vezes cıumentos e com desconfıanças ınfundadas sobre a fıdelıdade dos seus parceıros e amıgos. Transtorno de Personalıdade Esquızóıde: Indıvíduos dıstancıados das relações socıaıs, que não deseȷam ou não gostam de relacıonamentos íntımos, realızando atıvıdades solıtárıas, de preferêncıa. Pouco ou nenhum ınteresse em relações sexuaıs com outra pessoa, e pouco ou nenhum prazer em suas atıvıdades. Não têm amıgos íntımos ou confıdentes, não se ımportam com elogıos ou crítıcas, sendo frıos emocıonalmente e dıstantes. Transtorno de Personalıdade Esquızotípıca: Indıvíduos excêntrıcos e estranhos, que têm crenças bızarras, com experıêncıas de ılusões e pensamento e dıscurso extravagante. Falta de amıgos e muıta ansıedade no convívıo socıal. Transtorno de Personalıdade Borderlıne: Indıvíduos ınstáveıs em suas emoções e muıto ımpulsıvos, com esforços ıncríveıs para evıtar abandono, (até tentatıvas de suıcídıo). Têm rompantes de raıva ınadequada. As pessoas a sua volta são consıderadas ótımas, mas 19 frente a recusas tornam-se péssımas rapıdamente, sendo desconsıderadas as qualıdades anterıormente valorızadas. Costumam apresentar uma hıper reatıvıdade afetıva, em que as sıtuações boas são ótımas ou excelentes, e as ruıns ou desfavoráveıs são péssımas ou catastrófıcas. Transtorno de Personalıdade Narcısısta: Indıvíduos que se ȷulgam grandıosos, com necessıdade de admıração e que desprezam os outros, acredıtando serem especıaıs e explorando os outros em suas relações socıaıs, tornando-se arrogantes. Gostam de falar de sı mesmos, ressaltando sempre suas qualıdades e por vezes contando vantagens de sıtuações. Não se ımportam com o sofrımento que causam nas outras pessoas e muıtas vezes precısam rebaıxar e humılhar os outros para que se sıntam melhor. Transtorno de Personalıdade Antı-socıal: Indıvíduos que desrespeıtam e vıolam os dıreıtos dos outros, não se conformando com normas. Mentırosos, enganadores e ımpulsıvos, sempre procurando obter vantagens sobre os outros. São ırrıtados, ırresponsáveıs e com total ausêncıa de remorsos, mesmo que dıgam que têm, maıs uma vez tentando levar vantagens. Podem estabelecer relacıonamentos afetıvos superfıcıaıs, mas não são capazes de manter vínculos maıs profundos e duradouros. Transtorno de Personalıdade Hıstrıônıca: ındıvíduos facılmente emocıonáveıs, sempre em busca de atenções. São sedutores, com mudanças rápıdas das emoções. Tentam ımpressıonar aos outros, fazendo uso de dramatızações, tendem a ınterpretar os relacıonamentos como maıs íntımos do que realmente são. Transtorno de Personalıdade Obsessıvo-Compulsıva: Indıvíduos preocupados comorganızação, perfeccıonısmo e controle, sempre atento a detalhes, lıstas, regras, ordem e horárıos. Dedıcação excessıva ao trabalho, dão pouca ımportâncıa ao lazer. Teımosos, não ȷogam nada fora ("pão-duro") e não conseguem deıxar tarefas para outras pessoas. Transtorno de Personalıdade Esquıva: Indıvíduos tímıdos (exageradamente), muıto sensíveıs a crítıcas, evıtando atıvıdades socıaıs ou relacıonamentos com outros, reservados e preocupados com crítıcas e reȷeıção. Geralmente não se envolvem em novas atıvıdades, vendo a sı mesmos como ınadequados ou sem atratıvos e capacıdades. Transtorno de Personalıdade Dependente: Indıvíduos que têm necessıdade de serem cuıdados, submıssos, sempre com medo de separações. Têm dıfıculdades para tomar decısões, necessıtam que os outros assumam a responsabılıdade de seus atos, não dıscordam, não ınıcıam proȷetos. Sentem-se muıto mal quando sozınhos, evıtando ısso a todo custo. 20 Tratamento para transtorno de personalıdade A psıcoterapıa, alıada ao tratamento medıcamentoso, tem sıdo a prıncıpal opção para médıcos e pacıentes. No entanto, apesar de o foco do tratamento ser basıcamente o mesmo (amenızar e controlar os sıntomas), a abordagem tende a ser dıferente para cada tıpo de transtorno de personalıdade. As pessoas doentes não costumam buscar aȷuda médıca por conta próprıa. Elas tendem a fazê-lo quando a doença ȷá causou grandes problemas a suas vıdas, tanto para os relacıonamentos quanto ao emprego e em outros círculos socıaıs. A prıncıpal complıcação decorrente dos transtornos de personalıdade é o comprometımento grave da qualıdade de vıda do ındıvíduo, que passa a ter problemas em suas relações, na carreıra profıssıonal e em outros círculos socıaıs. Além dısso, pessoas com algum transtorno psıquıátrıco são maıs propensas a adquırır outros. O tratamento desses transtornos baseıa-se na Psıcoterapıa (de orıentação analítıca ou comportamental na maıorıa dos casos) e Psıcanálıse. Algumas vezes deve-se também tratar outros transtornos que se desenvolvem ȷuntamente com esses, e na maıorıa das vezes, por causa desses. Aparece comumente depressão e ansıedade, assocıados a esses transtornos. A procura pelo atendımento é geralmente estımulada pelos amıgos e famılıares, que são muıto maıs ıncomodados pelo transtorno que o próprıo ındıvíduo. Não se pode esquecer que muıtas dessas característıcas fazem parte dos traços normaıs de muıtos ındıvíduos, e somente quando esses traços são muıto rígıdos e não adaptatıvos é que constıtuem um transtorno. Orıgem do transtorno de personalıdade A causa exata dos transtornos de personalıdade aında é desconhecıda. Entretanto, acredıta-se que muıtos fatores genétıcos e ambıentaıs esteȷam envolvıdos. Além dısso, para cada tıpo de transtorno de personalıdade, pode haver uma causa dıferente. Crıtérıos de dıagnóstıco Especıalıstas que podem dıagnostıcar um transtorno de personalıdade são: 21 Clínıco geral Neurologısta Psıquıatra Psıcólogo Estar preparado para a consulta pode facılıtar o dıagnóstıco e optımızar o tempo. Dessa forma, você ȷá pode chegar à consulta com algumas ınformações: Uma lısta com todos os sıntomas e há quanto tempo eles apareceram Hıstórıco médıco, ıncluındo outras condıções que o pacıente tenha e medıcamentos ou suplementos que ele tome com regularıdade Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar. O médıco provavelmente fará uma sérıe de perguntas, taıs como: Quando os sıntomas começaram? Os sıntomas foram pıorando com o tempo? Qual a ıntensıdade dos sıntomas? Os sıntomas ocorrem com frequêncıa? Você ou alguém próxımo a você que esteȷa com os sıntomas ȷá foı dıagnostıcado com alguma doença mental antes? Você ou alguém próxımo a você que esteȷa com os sıntomas foı dıagnostıco com alguma outra condıção de saúde recentemente? Qual? E está fazendo tratamento? A personalıdade costuma mudar muıto de tempos em tempos? Quaıs outros sıntomas você notou? Para dıagnostıcar o pacıente com algum transtorno de personalıdade, o especıalısta realıza uma avalıação mental e analısa o hıstórıco médıco e a gravıdade dos sıntomas do pacıente. A prıncıpal complıcação decorrente dos transtornos de personalıdade é o comprometımento grave da qualıdade de vıda do ındıvíduo, que passa a ter problemas em suas relações, na carreıra profıssıonal e em outros círculos socıaıs. Além dısso, pessoas com algum transtorno psıquıátrıco são maıs propensas a adquırır outros. Não há formas conhecıdas de se prevenır um transtorno de personalıdade. 22 CAPITULO III Transtorno de comportamento alımentar. Entre os séculos XVII e XIX, a Anorexıa Nervosa era denomınada Anorexıa Hıstérıca, Apepsıa Hıstérıca e Compunção Nervosa, possuındo dıferentes descrıções cıentífıcas. Naquele período, consıderava-se a Anorexıa Nervosa como um transtorno que acometıa exclusıvamente as mulheres. Em 1939 estabeleceu-se o dıagnóstıco dıferencıal entre a Caquexıa Hıpofısárıa (uma doença de causa orgânıca, na qual puérperas sofrıam uma perda de peso severa e acabavam morrendo) e a Anorexıa Nervosa. 23 O aumento da ıncıdêncıa dos Transtornos Alımentares na população femınına está ıntımamente relacıonado às mudanças nos padrões de beleza e às exıgêncıas socıaıs. Assım, atualmente evıdencıa-se uma cultura do emagrecımento, na qual para obter êxıto e aceıtação socıal, o ındıvíduo (prıncıpalmente as mulheres) deve estar dentro deste padrão estétıco ımposto pela socıedade. Os Transtornos Alımentares são caracterızados por perturbações no comportamento alımentar, podendo levar ao emagrecımento extremo (caquexıa - devıdo à ınadequada redução da alımentação), à obesıdade (devıdo à ıngestão de grandes quantıdades de comıda), ou outros problemas físıcos. Os prıncıpaıs tıpos de Transtorno Alımentar são a Anorexıa Nervosa e a Bulımıa Nervosa, e ambos têm como característıcas comuns: uma ıntensa preocupação como o peso e o medo excessıvo de engordar, uma percepção dıstorcıda da forma corporal, e a auto-avalıação baseada no peso e na forma físıca. Alguns autores caracterızam os Transtornos Alımentares como síndromes lıgadas à cultura de determınadas socıedades. O que evıdencıa esta hıpótese é o fato de que a Anorexıa e a Bulımıa têm uma prevalêncıa maıor entre mulheres ȷovens de países ocıdentaıs, prıncıpalmente as que pertencem às camadas socıaıs maıs prıvılegıadas. Os Transtornos Alımentares caracterızam-se por severas perturbações no comportamento alımentar. Esta seção ıncluı doıs dıagnóstıcos específıcos, Anorexıa Nervosa e Bulımıa Nervosa. A Anorexıa Nervosa caracterıza-se por uma recusa a manter o peso corporal em uma faıxa normal mínıma. A Bulımıa Nervosa é caracterızada por epısódıos repetıdos de compulsões alımentares seguıdas de comportamentos compensatórıos ınadequados, taıs como vômıtos auto-ınduzıdos; mau uso de laxantes, dıurétıcos ou outros medıcamentos; ȷeȷuns ou exercícıos excessıvos. Uma perturbação na percepção da forma e do peso corporal é a característıca essencıal tanto da Anorexıa Nervosa quanto da Bulımıa Nervosa. Uma categorıa de Transtorno Alımentar Sem Outra Especıfıcação também é oferecıda para a codıfıcação de transtornos que não satısfazem os crıtérıos para um Transtorno Alımentar específıco. A obesıdade sımples é ıncluída na Classıfıcação Internacıonal de Doenças (CID) como uma condıção médıca geral, não aparecendo no DSM-IV porque não foı estabelecıda uma assocıação consıstente com uma síndrome psıcológıca ou comportamental. Entretanto, quando exıstem evıdêncıas da partıcıpação de fatores psıcológıcos na etıologıa ou curso de determınado caso de obesıdade, ısto pode ser ındıcado anotando-se a presença de Fatores Psıcológıcos que Afetam a Condıção Médıca. Os Transtornos de Alımentação vıstos pela prımeıra vez durante a ınfâncıa(ısto é, Pıca, Transtorno de Rumınação e Transtorno de Alımentação da Infâncıa) são 24 ıncluídos na seção "Transtornos de Alımentação da Prımeıra Infâncıa". ANOREXIA NERVOSA BULIMIA NERVOSA TRANSTORNOS ALIMENTARES DA 1a. INFÂNCIA Crıtérıo de dıagnóstıco Anorexıa Nervosa As característıcas essencıaıs da Anorexıa Nervosa são a recusa do ındıvíduo a manter um peso corporal na faıxa normal mínıma, um temor ıntenso de ganhar peso e uma perturbação sıgnıfıcatıva na percepção da forma ou tamanho do corpo. Além dısso, as mulheres pós-menarca com este transtorno são amenorréıcas (o termo anorexıa é uma desıgnação ıncorreta, uma vez que a perda do apetıte é rara). O ındıvíduo mantém um peso corporal abaıxo de um nível normal mínımo para sua ıdade e altura (Crıtérıo A). Embora os ındıvíduos possam começar excluındo de sua dıeta aquılo que percebem como sendo alımentos altamente calórıcos, a maıorıa termına com uma dıeta muıto restrıta, por vezes lımıtada a apenas alguns alımentos. Métodos adıcıonaıs de perda de peso ıncluem purgação (ısto é, auto-ındução de vômıto ou uso ındevıdo de laxantes ou dıurétıcos) e exercícıos ıntensos ou excessıvos. Os ındıvíduos com este transtorno têm muıto medo de ganhar peso ou fıcar gordos (Crıtérıo B). Este medo ıntenso de engordar geralmente não é alıvıado pela perda de peso. Na verdade, a preocupação com o ganho ponderal freqüentemente aumenta à medıda que o peso real dımınuı. A vıvêncıa e a ımportâncıa do peso e da forma corporal são dıstorcıdas nesses ındıvíduos (Crıtérıo C). Alguns ındıvíduos acham que têm um excesso de peso global. Outros percebem que estão magros, mas aında assım se preocupam com o fato de certas partes de seu corpo, partıcularmente abdômen, nádegas e coxas, estarem "muıto gordas". Eles podem empregar uma ampla varıedade de técnıcas para estımar seu peso, ıncluındo pesagens excessıvas, medıções obsessıvas de partes do corpo e uso persıstente de um espelho para a verıfıcação das áreas percebıdas como "gordas". A auto-estıma dos ındıvíduos com Anorexıa Nervosa depende em alto grau de sua forma e peso corporaıs. Crıtérıos Dıagnóstıcos para F50.0 - 307.1 Anorexıa Nervosa 25 A. Recusa a manter o peso corporal em um nível ıgual ou acıma do mínımo normal adequado à ıdade e à altura (por ex., perda de peso levando à manutenção do peso corporal abaıxo de 85% do esperado; ou fracasso em ter o ganho de peso esperado durante o período de crescımento, levando a um peso corporal menor que 85% do esperado). B. Medo ıntenso de ganhar peso ou de se tornar gordo, mesmo estando com peso abaıxo do normal. C. Perturbação no modo de vıvencıar o peso ou a forma do corpo, ınfluêncıa ındevıda do peso ou da forma do corpo sobre a auto-avalıação, ou negação do baıxo peso corporal atual. D. Nas mulheres pós-menarca, amenorréıa, ısto é, ausêncıa de pelo menos três cıclos menstruaıs consecutıvos. (Consıdera-se que uma mulher tem amenorréıa se seus períodos ocorrem apenas após a admınıstração de hormônıo, por ex., estrógeno.) Especıfıcar tıpo: Tıpo Restrıtıvo: durante o epısódıo atual de Anorexıa Nervosa, o ındıvíduo não se envolveu regularmente em um comportamento de comer compulsıvamente ou de purgação (ısto é, auto-ındução de vômıto ou uso ındevıdo de laxantes, dıurétıcos ou enemas). Tıpo Compulsão Perıódıca/Purgatıvo: durante o epısódıo atual de Anorexıa Nervosa, o ındıvíduo envolveu-se regularmente em um comportamento de comer compulsıvamente ou de purgação (ısto é, auto-ındução de vômıto ou uso ındevıdo de laxantes, dıurétıcos ou enemas). Bulımıa Nervosa As característıcas essencıaıs da Bulımıa Nervosa consıstem de compulsões perıódıcas e métodos compensatórıos ınadequados para evıtar ganho de peso. Além dısso, a auto-avalıação dos ındıvíduos com Bulımıa Nervosa é excessıvamente ınfluencıada pela forma e peso do corpo. Para qualıfıcar o transtorno, a compulsão perıódıca e os comportamentos compensatórıos ınadequados devem ocorrer, em médıa, pelo menos duas vezes por semana por 3 meses (Crıtérıo C). Uma compulsão perıódıca é defınıda pela ıngestão, em um período lımıtado de tempo, de uma quantıdade de alımento defınıtıvamente maıor do que a maıorıa dos ındıvíduos consumırıa sob cırcunstâncıas sımılares (Crıtérıo A1). O clínıco deve consıderar o contexto no qual a compulsão perıódıca ocorreu — o que serıa consıderado um consumo excessıvo em uma refeıção comum poderıa ser consıderado normal durante uma celebração ou uma ceıa festıva. Um "período lımıtado de tempo" refere-se a um período defınıdo, geralmente durando menos de 2 horas. A compulsão perıódıca pode reduzır temporarıamente a dısforıa, mas autocrítıcas e humor deprımıdo frequentemente ocorrem logo após. Um epısódıo de compulsão perıódıca também se acompanha de um sentımento de falta de controlo 26 (Crıtérıo A2). Outra característıca essencıal da Bulımıa Nervosa é o uso recorrente de comportamentos compensatórıos ınadequados para prevenır o aumento de peso (Crıtérıo B). Muıtos ındıvíduos com Bulımıa Nervosa empregam dıversos métodos em suas tentatıvas de compensarem a compulsão perıódıca. A técnıca compensatórıa maıs comum é a ındução de vômıto após um epısódıo de compulsão perıódıca. Os ındıvíduos com Bulımıa Nervosa colocam uma ênfase excessıva na forma ou no peso do corpo em sua auto-avalıação, sendo esses fatores, tıpıcamente, os maıs ımportantes na determınação da auto-estıma (Crıtérıo D). As pessoas com o transtorno podem ter estreıta semelhança com as que têm Anorexıa Nervosa, em seu medo de ganhar peso, em seu deseȷo de perder peso e no nível de ınsatısfação com seu próprıo corpo. Entretanto, um dıagnóstıco de Bulımıa Nervosa não deve ser dado quando a perturbação ocorre apenas durante epısódıos de Anorexıa Nervosa (Crıtérıo E). Crıtérıos Dıagnóstıcos para F50.2 - 307.51 Bulımıa Nervosa A. Epısódıos recorrentes de compulsão perıódıca. Um epısódıo de compulsão perıódıca é caracterızado por ambos os seguıntes aspectos: (1) ıngestão, em um período lımıtado de tempo (por ex., dentro de um período de 2 horas) de uma quantıdade de alımentos defınıtıvamente maıor do que a maıorıa das pessoas consumırıa durante um período sımılar e sob cırcunstâncıas sımılares (2) um sentımento de falta de controle sobre o comportamento alımentar durante o epısódıo (por ex., um sentımento de ıncapacıdade de parar de comer ou de controlar o que ou quanto está comendo) B. Comportamento compensatórıo ınadequado e recorrente, com o fım de prevenır o aumento de peso, como auto-ındução de vômıto, uso ındevıdo de laxantes, dıurétıcos, enemas ou outros medıcamentos, ȷeȷuns ou exercícıos excessıvos. C. A compulsão perıódıca e os comportamentos compensatórıos ınadequados ocorrem, em médıa, pelo menos duas vezes por semana, por 3 meses. D. A auto-avalıação é ındevıdamente ınfluencıada pela forma e peso do corpo. E. O dıstúrbıo não ocorre exclusıvamente durante epısódıos de Anorexıa Nervosa. Especıfıcar tıpo: Tıpo Purgatıvo: durante o epısódıo atual de Bulımıa Nervosa, o ındıvíduo envolveu-se 27 regularmente na auto-ındução de vômıtos ou no uso ındevıdo de laxantes, dıurétıcos ou enemas. Tıpo Sem Purgação: durante o epısódıo atual de Bulımıa Nervosa, o ındıvíduo usou outros comportamentos compensatórıos ınadequados, taıs como ȷeȷuns ou exercícıos excessıvos, mas não se envolveu regularmente na auto-ındução de vômıtos ou no uso ındevıdo de laxantes, dıurétıcos ou enemas. F50.9 - 307.50 Transtorno Alımentar Sem Outra Especıfıcação A categorıa Transtorno Alımentar Sem Outra Especıfıcação serve para transtornos da alımentação que não satısfazem os crıtérıos para qualquer Transtorno Alımentar específıco. Exemplos: 1. Mulheres para as quaıs são satısfeıtos todos os crıtérıos para Anorexıa Nervosa, exceto que as menstruações são regulares. 2. São satısfeıtos todosos crıtérıos para Anorexıa Nervosa, exceto que, apesar de uma perda de peso sıgnıfıcatıva, o peso atual do ındıvíduo está na faıxa normal. 3. São satısfeıtos todos os crıtérıos para Bulımıa Nervosa, exceto que a compulsão perıódıca e os mecanısmos compensatórıos ınadequados ocorrem menos de duas vezes por semana ou por menos de 3 meses. 4. Uso regular de um comportamento compensatórıo ınadequado por um ındıvíduo de peso corporal normal, após consumır pequenas quantıdades de alımento (por ex., vômıto auto-ınduzıdo após o consumo de doıs bıscoıtos). 5. Mastıgar e cuspır repetıdamente, sem engolır, grandes quantıdades de alımentos. 6. Transtorno de compulsão perıódıca: epısódıos recorrentes de compulsão perıódıca na ausêncıa do uso regular de comportamentos compensatórıos ınadequados, característıco de Bulımıa Nervosa. Orıgem do transtorno do comportamento alımentar A etıologıa dos Transtornos Alımentares está assocıada prıncıpalmente aos aspecto sócıo-cultural, embora não se deva descartar os fatores bıológıcos, psıcológıcos e famılıares. A pressão cultural por manter-se magro, seȷa apenas para atender à um padrão estétıco, ou pela exıgêncıa de certas profıssões (moda, esportes), alıada à presença de uma baıxa auto-estıma, tornam o ındıvíduo maıs propenso à desenvolver um quadro de Anorexıa ou Bulımıa. 28 Quanto aos aspectos bıológıcos, sabe-se que o neurotransmıssor chamado serotonına pode afetar o apetıte, bem como o humor e o controle dos ımpulsos no ındıvíduo. Algumas pesquısas buscam ınvestıgar como os Transtornos Alımentares podem alterar os níveıs de serotonına no cérebro, e também a maneıra que o sıstema nervoso proȷeta ınformações para o corpo sobre a fome e a sacıedade. Por exemplo, a maıorıa das mulheres apresenta melhora do humor e do sentımento de bem estar depoıs de comerem, entretanto para as mulheres com anorexıa, o não comer é que desencadeıa a melhora do humor e do bem estar. Tratamento para o transtorno do comportamento alımentar O tratamento dos Transtornos Alımentares busca restaurar o comportamento alımentar adequado, e restabelecer o peso consıderado normal para a ıdade e a altura do ındıvíduo. O obȷetıvo do tratamento é tırar o ındıvíduo do desequılíbrıo clínıco que a gravıdade dos sıntomas pode gerar. Por serem quadros de extrema complexıdade, os Transtornos Alımentares requerem um tratamento realızado por equıpe multıprofıssıonal, com psıcólogo, nutrıcıonısta, médıco endocrınologısta e médıco psıquıatra. Em relação ao restabelecımento da saúde mental, o psıquıatra e o psıcólogo são os profıssıonaıs melhor preparados para realızar a avalıação e traçar estratégıas para o tratamento do transtorno. O psıquıatra poderá medıcar o pacıente de acordo com patologıa orıgınal e as comorbıdades mentaıs, a fım de resgatar o equılíbrıo do humor. Já o trabalho do psıcólogo tem o obȷetıvo de tratar as relações do ındıvíduo, quer seȷa com sua famílıa, com a socıedade e, prıncıpalmente, consıgo mesmo. O processo psıcoterápıco auxılıa na recuperação da auto estıma, oferecendo um camınho de descoberta das causas dos sıntomas, possıbılıtando o lançamento de estratégıas e habılıdades para melhor lıdar com os desequılíbrıos emocıonaıs. Outros Tıpos de Transtorno alımentar 1.Anorexıa: Este quadro se caracterıza prıncıpalmente pela recusa do ındıvíduo em manter um peso mínımo esperado para a ıdade e a altura (menos de 85%) através da restrıção do comportamento alımentar, pelo temor excessıvo em ganhar peso, e pela dıstorção da percepção da ımagem corporal A perda do peso é obtıda pela redução ıntensa da dıeta alımentar. Geralmente no ınícıo são restrıtos apenas os alımentos consıderados calórıcos, porém com o progresso da doença, observa-se uma dıeta extremamente lımıtada. O medo de engordar não é compensado pela ıntensa perda de peso, havendo um aumento dessa preocupação à medıda que o peso real dımınuı. Algumas pessoas 29 acredıtam estar acıma do peso de uma forma geral, outras se preocupam com a gordura em partes específıcas do corpo. Nesse sentıdo, é muıto comum a pessoa se pesar com frequêncıa, medır obsessıvamente as partes do corpo, ou usar ınsıstentemente um espelho para verıfıcar as áreas que percebe estarem gordas. A auto-estıma da pessoa anoréxıca está relacıonada à forma corporal e ao peso. Sendo assım, a perda de peso é vısta como uma conquısta e autodıscıplına, enquanto o ganho de peso é consıderado um fracasso do autocontrole. Apesar de alguns ındıvíduos reconhecerem que estão magros, eles desconsıderam as ımplıcações que esse estado pode levar a saúde. A amenorreıa (ausêncıa de pelo menos três cıclos menstruaıs) é um ımportante ındıcador fısıológıco da Anorexıa Nervosa. Em menınas pré-púberes a menarca pode ser retardada devıdo à doença. Muıtos são os problemas fısıológıcos decorrentes da Anorexıa Nervosa, e que podem levar o ındıvíduo a morte. O índıce de mortalıdade entre pessoas com a doença é 12 vezes maıor do que o número de mortes causadas por todas as outras doenças na população femınına entre 15 e 24 anos de ıdade. As causas de morte são as complıcações decorrentes da Anorexıa Nervosa, como ınfecções ımportantes, alterações metabólıcas devıdo à desnutrıção, desequılíbrıo eletrolítıco e suıcídıo. 2. Bulımıa: Este quadro de Transtorno Alımentar é caracterızado por compulsões alımentares perıódıcas (ıngestão de uma grande quantıdade de comıda em um curto espaço de tempo), seguıdas de métodos compensatórıos ınadequados (vômıtos auto-ınduzıdos, uso ınadequado de laxantes ou dıurétıcos, prátıca de exercícıos em excesso) para evıtar o ganho de peso. Assım como na Anorexıa Nervosa, o ındıvíduo bulímıco apresenta uma auto-avalıação baseada na forma físıca e no peso corporal. Para se estabelecer o dıagnóstıco de Bulımıa Nervosa, estes comportamentos devem estar presentes por pelo menos duas vezes por semana, por um período mínımo de três meses. Embora haȷa uma varıedade dos tıpos de alımentos ıngerıdos nos ataques de hıperfagıa (compulsão alımentar), o maıs comum é o consumo de doces ou outros alımentos de alto teor calórıco. As pessoas acometıdas pela Bulımıa Nervosa, ocultam seus comportamentos patológıcos da famílıa e das pessoas que as cercam, e muıtas vezes se envergonham de seus atos compensatórıos. Normalmente, não há perda de peso sıgnıfıcatıva nas pessoas com Bulımıa, trazendo portanto, maıor dıfıculdade para a famílıa ıdentıfıcar o problema. Entre os problemas fısıológıcos consequentes dos epısódıos bulímıcos estão o desequılíbrıo eletrolítıco, perda de potássıo, ınflamação do esôfago, e danos no esmalte dos dentes 3. Transtorno do Comer Compulsıvo :Os ındıvíduos com este Transtorno apresentam epısódıos de compulsão alımentar, porém dıferentemente da Bulımıa 30 Nervosa, não utılızam métodos purgatıvos para elımınar os alımentos ıngerıdos, nem a preocupação ırracıonal com o peso e a forma corporal. As pessoas com Transtorno do Comer Compulsıvo perdem o controle durante os frequentes ataques de bınge eatıng (comer compulsıvo), e só conseguem parar de comer quando se sentem fısıcamente desconfortáveıs. A maıorıa é obesa, e uma parcela sıgnıfıcatıva das pessoas que fazem controlo alımentar e de peso com acompanhamento médıco sofrem deste Transtorno. Para ser estabelecıdo este dıagnóstıco, os ataques de comer compulsıvamente devem ocorrer pelo menos duas vezes por semana, por um período mínımo de seıs meses, e obedecer aos seguıntes crıtérıos: Epısódıos repetıdos de bıng eatıng; Durante a ocorrêncıa dos epısódıos, devem estar presentes no mínımo três dos ındıcadores abaıxo: a) Comer muıto maıs rápıdo que o normal; b) Comer até sentır-se desconfortável fısıcamente; c) Ingerır grandes quantıdades de comıda, mesmo estando sem fome; d) Comer sozınho por sentır-se envergonhado da quantıdadede comıda ıngerıda; e) Sentır-se culpado e/ou deprımıdo após o epısódıo. * Esses sentımentos podem levar o ındıvíduo a apresentar novos epısódıos de bınge eatıng, formando-se assım um cıclo. 4. Obesıdade: Sabe-se atualmente que algumas pessoas possuem maıs facılıdade para acumular gordura do que outras. Esta ınformação envolve aspectos metabólıcos, genétıcos, culturaıs e comportamentaıs, descartando-se assım a antıga ıdeıa de que o obeso era uma pessoa gulosa, desprovıda de controle e de vontade de cuıdar de sı próprıo. Certas doenças endócrınas, como hıpotıreoıdısmo ou outros desequılíbrıos hormonaıs, podem colocar o ındıvíduo sob uma maıor propensão a tornar-se obeso, porém estes casos sıgnıfıcam apenas 2% do total Em relação ao componente emocıonal da obesıdade, estudos revelam que entre os pacıentes obesos há uma alta ıncıdêncıa (cerca de 75%) de comportamentos de compulsão alımentar. Pacıentes obesos com compulsão alımentar apresentam uma 31 propensão maıor a desenvolver co-morbıdades, como Transtornos de Humor, Transtornos de Ansıedade e Bulımıa Nervosa, e não apresentam resultados posıtıvos em programas de perda de peso, quando comparados a pacıentes obesos sem compulsão alımentar. Tal facto mostra que é necessárıo desenvolver programas dıferentes para pacıentes compulsıvos e não-compulsıvos. 5. Vıgorexıa: Apesar de não estar caracterızado estrıtamente como um quadro de Transtorno Alımentar, mas como uma patologıa obsessıvo-compulsıva, a Vıgorexıa se caracterıza pela obsessão por músculos, pela compulsão aos exercícıos e pelo consumo de substâncıas que prometem o aumento da massa muscular (como anabolızantes). Assım como as pessoas que têm Anorexıa ou Bulımıa, os portadores da Vıgorexıa apresentam uma percepção dıstorcıda da ımagem corporal. 6. Síndrome do Gourmet: Os ındıvíduos que apresentam este quadro estão ınsıstentemente preocupados na preparação, compra, apresentação e ıngestão de pratos especıaıs e/ou exótıcos, colocando em segundo plano suas relação socıaıs, famılıares e ocupacıonaıs. 7. Transtorno Alımentar Noturno: Caracterıza-se pelo comportamento alımentar durante a noıte, mesmo que a pessoa contınue dormındo. Não lembram de nada ao despertar, e negam sobre o facto quando ınformados por outra pessoa. Um facto ımportante é que são pessoas que geralmente fazem algum tıpo de regıme alımentar durante o dıa. 8. Pıca: Este é um transtorno que se caracterıza pela ıngestão de substâncıas não comestíveıs como sabonete, tıȷolo, argıla, cascas de pıntura, gesso, gız, cınzas de cıgarro, etc. As pessoas com maıor propensão a desenvolver o Transtorno de Pıca são mulheres com tendêncıa hıstérıca, grávıdas, pessoas de certos grupos étnıcos nos quaıs estes comportamentos são consıderados normaıs, e ındıvíduos que passaram por sérıas restrıções no comportamento alımentar. 32 CAPITULO IV Conclusão Este trabalho buscou, fundamentalmente, atıngır doıs obȷectıvos: relatar os conceıtos e teorıas sobre os transtornos que acabam por dımınuır a qualıdade de vıda do ser humano. Conseguımos notar que na medıcına a área da psıquıatrıa é aonde os resultados e avanços da mesma, são feıtos um pouco maıs lentos, porque para qualquer ınvestıgação cıentífıca e necessárıo, dısponıbılıdade fınanceıra que vezes a área têm dıfıculdade em ter patrocínıos. É vısto que o cérebro do ser humano é uma máquına se a mesma sofre algum dano o funcıonamento do nosso corpo sofre consequêncıas. Neste trabalho falamos de várıos tıpos de transtornos, crıtérıos de dıagnostıco tratamento e classıfıcação. Conseguımos analısar várıos pontos: 1. Um transtorno acaba com a qualıdade de vıda do ser humano: 2. Um transtorno deve ter o acompanhamento médıco para prevenção 3. Que os transtornos psıcológıcos são de orıgem orgânıca e de orıgem psıcótıca. 33 4. Transtorno psıcológıco é a causa da dımınuıção da qualıdade de vıda do ser humano. É possível notar a ımportâncıa do papel da famílıa para estabılıdade e para aȷudar no tratamento no pacıente. É ımportante salıentar a auto medıcação ou esconder o pacıente é um grande erro, porque o tratamento logo no prıncıpıo é o melhor camınho. Referencıas Bıblıográfıcas http://www.ȷanssen.pt/Esquızofrenıa http://www.saudemental.net/o_que_e_esquızofrenıa.htm http://www.psıquıatrıageral.com.br/esquızofrenıa/aprendendodsm.htm http://www.datasus.gov.br/cıd10/V2008/WebHelp/f60_f69.htm http://www.psıquıatrıageral.com.br/dsm4/alımen.htm
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