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OAB - Direito_Tributario_Aula_0_268_012413_CUR_COMP_ADV_PUB_DIR_TRIB_AULA_01 (6)

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CURSO COMPLETO PARA ADVOCACIA PÚBLICA 2013 
Direito Tributário 
Josiane Minardi 
1 
Garantias e Privilégios do Crédito 
Tributário: Arts. 183 a 193 do CTN 
 
As garantias são prerrogativas que a 
Fazenda Pública dispõe, para fazer com que o 
sujeito passivo efetue o pagamento do tributo, 
este direito está amparado pelo Princípio da 
Supremacia do Interesse Público. Já os 
Privilégios do crédito tributário consistem na 
ordem de preferência dos créditos tributários, 
numa posição de vantagem quanto aos 
demais. As Garantias e Privilégios possuem 
previsão nos Arts. 183 a 193 do CTN. 
 
Garantias do Crédito Tributário - 
Arts. 183 a 185-A do CTN 
As garantias constantes no CTN não 
são taxativas, são meramente exemplificativas, 
conforme previsão no art. 183 do CTN. 
 
Art. 183. A enumeração das garantias 
atribuídas neste Capítulo ao crédito 
tributário não exclui outras que sejam 
expressamente previstas em lei, em função 
da natureza ou das características do tributo a 
que se refiram. 
 
Parágrafo único. A natureza das garantias 
atribuídas ao crédito tributário não altera a 
natureza deste nem a da obrigação tributária a 
que corresponda. (grifo nosso) 
 
Uma questão importante consiste em 
saber quais são as garantias que o Fisco goza 
para receber seus créditos tributários. 
Para definir essa questão, pode-se 
afirmar que as Fazendas possuem muitas 
garantias para o recebimento, pois a totalidade 
dos bens do sujeito passivo responde para a 
satisfação do crédito tributário. Quando se fala 
em todo o patrimônio, deve-se incluir os bens 
particulares gravados com cláusula de 
impenhorabilidade, independentemente da data 
de sua constituição. A única hipótese em que 
os bens não serão dados em garantia para o 
pagamento da dívida tributária, são os 
considerados absolutamente impenhoráveis 
pela legislação, conforme consta no art. 184 do 
CTN a seguir: 
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais 
sobre determinados bens, que sejam previstos 
em lei, responde pelo pagamento do crédito 
tributário a totalidade dos bens e das rendas, 
de qualquer origem ou natureza, do sujeito 
passivo, seu espólio ou sua massa falida, 
inclusive os gravados por ônus real ou cláusula 
de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja 
qual for a data da constituição do ônus ou da 
cláusula, excetuados unicamente os bens e 
rendas que a lei declare absolutamente 
impenhoráveis.(grifo nosso). 
 
 
No tocante à Lei 8.009/90, que 
estabelece sobre o bem de família, bem como 
sobre a impenhorabilidade destes bens, vale 
mencionar que, referente ao crédito tributário 
relacionado ao imóvel familiar, há uma 
exceção, conforme dispõe no inciso IV, do art. 
3º da Lei 8.009/90, transcrito a seguir: 
 
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em 
qualquer processo de execução civil, fiscal, 
previdenciária, trabalhista ou de outra 
natureza, salvo se movido: 
 
I - em razão dos créditos de trabalhadores da 
própria residência e das respectivas 
contribuições previdenciárias; 
II - pelo titular do crédito decorrente do 
financiamento destinado à construção ou à 
aquisição do imóvel, no limite dos créditos e 
acréscimos constituídos em função do 
respectivo contrato; 
III -- pelo credor de pensão alimentícia; 
 
IV - para cobrança de impostos, predial ou 
territorial, taxas e contribuições devidas em 
função do imóvel familiar; 
 
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel 
oferecido como garantia real pelo casal ou pela 
entidade familiar; 
VI - por ter sido adquirido com produto de crime 
ou para execução de sentença penal 
condenatória a ressarcimento, indenização ou 
perdimento de bens; 
VII - por obrigação decorrente de fiança 
concedida em contrato de locação. 
 
Portanto, a Lei nº 8.009/90 permite que 
os tributos relacionados ao bem imóvel familiar 
(IPTU, ITR, contribuições de melhorias ou 
taxas do imóvel) sejam objeto de penhora para 
assegurar o pagamento do crédito tributário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO COMPLETO PARA ADVOCACIA PÚBLICA 2013 
Direito Tributário 
Josiane Minardi 
2 
 
Da Presunção de Fraude à Execução 
Fiscal 
 
Presume fraudulenta a alienação 
realizada por sujeito passivo regularmente 
inscrito em dívida ativa, que dilapidar seu 
patrimônio de forma não resguardar bens 
suficientes para pagamento da dívida tributária, 
conforme consta no art.185 do CTN. 
 
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação 
ou oneração de bens ou rendas, ou seu 
começo, por sujeito passivo em débito para 
com a Fazenda Pública, por crédito tributário 
regularmente inscrito como dívida ativa. 
 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não 
se aplica na hipótese de terem sido 
reservados, pelo devedor, bens ou rendas 
suficientes ao total pagamento da dívida 
inscrita. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 
2005) 
 
Ressalta-se que não se aplica a súmula 
375 do STJ, uma vez que a súmula em 
questão foi instituída para créditos não 
tributários. Após a edição da LC 118/05 para 
caracterizar a fraude à execução fiscal, não é 
necessário o registro da penhora do bem, 
objeto do negócio jurídico entre particulares, 
bastando que a alienação leve o contribuinte 
devedor do tributo (inscrito em dívida ativa) à 
insolvência. 
Ainda com relação à Lei Complementar 
118/2005, informa-se que houve a inclusão do 
Art. 185-A do CTN, que também veio a 
favorecer a Fazenda, que assim se descreve: 
 
Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, 
devidamente citado, não pagar nem apresentar 
bens à penhora no prazo legal e não forem 
encontrados bens penhoráveis, o juiz 
determinará a indisponibilidade de seus bens e 
direitos, comunicando a decisão, 
preferencialmente por meio eletrônico, aos 
órgãos e entidades que promovem registros de 
transferência de bens, especialmente ao 
registro público de imóveis e às autoridades 
supervisoras do mercado bancário e do 
mercado de capitais, a fim de que, no âmbito 
de suas atribuições, façam cumprir a ordem 
judicial. 
 
§ 1o A indisponibilidade de que trata o caput 
deste artigo limitar-se-á ao valor total exigível, 
devendo o juiz determinar o imediato 
levantamento da indisponibilidade dos bens ou 
valores que excederem esse limite. 
 
§ 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a 
comunicação de que trata o caput deste artigo 
enviarão imediatamente ao juízo a relação 
discriminada dos bens e direitos cuja 
indisponibilidade houverem promovido. 
(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
 
Portanto, por este dispositivo conclui-se 
que poderá haver a determinação do Juiz (de 
forma ponderada), por meio eletrônico, de 
comunicar cartórios e instituições financeiras a 
fim de que possa bloquear bens e direitos do 
contribuinte, sendo claro que esse bloqueio 
apenas deverá ser feito até o montante da 
dívida, não podendo em nenhuma hipótese ser 
bloqueado montante superior ao valor da dívida 
tributária. 
 
Privilégios do Crédito Tributário - 
Arts. 186 a 193 do CTN 
Com relação aos privilégios do crédito 
tributário, cumpre informar que estes privilégios 
têm sua importância bastante significativa no 
Direito Tributário, porém não são absolutos. 
Assim, neste tópico pretende-se estudar a 
ordem que o crédito tributário será satisfeito. 
O art. 186 do CTN deixa claro que o 
crédito tributário tem preferência a qualquer 
outro, independente de sua natureza, com 
exceção dos créditos decorrentes de natureza 
trabalhista e de acidentes de trabalho. 
Portanto, o crédito tributário vai ser pago 
sempre em primeiro lugar, salvo se for dívida 
de natureza trabalhista e de acidente de 
trabalho. 
 
Art. 186. O crédito tributário prefere a 
qualquer outro, seja qual for sua natureza 
ou o tempo de sua constituição, 
ressalvadosos créditos decorrentes da 
legislação do trabalho ou do acidente de 
trabalho. 
Parágrafo único. Na 
falência: 
I – o crédito tributário não prefere aos créditos 
extraconcursais ou às importâncias passíveis 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Tributário 
Josiane Minardi 
3 
de restituição, nos termos da lei falimentar, 
nem aos créditos com garantia real, no limite 
do valor do bem gravado; 
II – a lei poderá estabelecer limites e condições 
para a preferência dos créditos decorrentes da 
legislação do trabalho; e 
III – a multa tributária prefere apenas aos 
créditos subordinados. 
 
Ao analisar o caput do referido artigo, 
percebe-se que em uma situação normal de 
pagamentos, os créditos tributários serão 
pagos, respeitando a seguinte ordem: os 
créditos trabalhistas e de acidentes de trabalho 
primeiros e, em seguida, os créditos tributários 
e, por conseguinte os demais créditos. 
Ocorre que, ao observar o parágrafo 
único deste dispositivo, esse entendimento se 
modifica no caso da falência, pois neste caso, 
o crédito tributário não prefere aos créditos 
extraconcursais ou às importâncias passíveis 
de restituição, nem aos créditos com garantia 
real, no limite do bem gravado. 
Os créditos extraconcursais consistem 
naqueles que são satisfeitos no curso do 
processo de falência. São as despesas com a 
massa falida, despesas com o administrador 
judicial, enfim, todos os gastos que ocorrerem 
no curso do processo de falência são 
denominados de créditos extraconcursais. 
Ressalta-se, são pagos em primeiro lugar, 
conforme dispõe o art. 188 do CTN. 
 
Art. 188. São extraconcursais os créditos 
tributários decorrentes de fatos geradores 
ocorridos no curso do processo de falência. 
 
§ 1º Contestado o crédito tributário, o juiz 
remeterá as partes ao processo competente, 
mandando reservar bens suficientes à extinção 
total do crédito e seus acrescidos, se a massa 
não puder efetuar a garantia da instância por 
outra forma, ouvido, quanto à natureza e valor 
dos bens reservados, o representante da 
Fazenda Pública interessada. 
 
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se aos 
processos de concordata. 
 
Sobre os créditos extraconcursais, vale 
observar os arts. 83 e 84 da Lei de Falência de 
11.101/2005, que estabelecem quais serão 
esses créditos, bem como a ordem de 
preferência. Da observação desses artigos é 
possível afirmar que estes terão preferência 
absoluta na falência, até mesmo os de 
natureza trabalhista. 
Os créditos trabalhistas e decorrentes 
de acidentes de trabalho, tem preferência, 
salvo aos extraconcursais, mesmo na falência, 
devido a sua natureza alimentícia. 
Os créditos passíveis de restituição - 
Lei de Falência 11.101/2005, art. 85: são bens 
de terceiros, que quando decretada a Falência, 
são arrecadados da posse do falido e 
devolvidos aos proprietários, pois não são de 
propriedade do falido e nem da massa falida. 
Há preferência dos créditos gravados 
com garantia real até o limite do bem sobre os 
créditos tributários, conforme parágrafo 
primeiro do art. 83 da Lei de Falências. 
 
É importante salientar que, quando se 
fala em pagamento de créditos tributários, não 
se pode incluir as multas deste crédito, mas 
apenas o valor principal do crédito tributário, 
pois as multas só terão o privilégio com relação 
aos créditos subordinados. 
Ademais, a dívida tributária não precisa 
entrar na concorrência de credores, ou ser 
habilitada em inventário, arrolamento, falência, 
recuperação judicial ou concordata, conforme 
determina o art. 187 do CTN. 
 
Art. 187. A cobrança judicial do crédito 
tributário não é sujeita a concurso de credores 
ou habilitação em falência, recuperação 
judicial, concordata, inventário ou arrolamento. 
(...) 
 
 
ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA 
A competência constitucional 
conferida aos entes federativos para instituir 
tributos também implica na competência de 
exercer com eficácia a cobrança destes. Essa 
eficácia pode ser traduzida por meio da: 
fiscalização; cobrança judicial de débitos 
inscritos em dívida ativa e controle e 
verificação da regularidade fiscal do sujeito 
passivo. 
Tendo em vista essas considerações, 
se faz necessário estudar de forma mais 
detalhada cada uma delas: 
 
Fiscalização: Arts. 194 a 200 do CTN 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Tributário 
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4 
Trata-se de procedimento de 
verificação do cumprimento das obrigações 
tributárias por parte do sujeito passivo. 
A Fazenda Pública tem direito de 
solicitar informações financeiras, 
independentemente de autorização judicial, 
sem exceder a competência administrativa, 
segundo o art. 195 do CTN. 
 
Art. 195. Para os efeitos da legislação 
tributária, não têm aplicação quaisquer 
disposições legais excludentes ou limitativas do 
direito de examinar mercadorias, livros, 
arquivos, documentos, papéis e efeitos 
comerciais ou fiscais, dos comerciantes 
industriais ou produtores, ou da obrigação 
destes de exibi-los. 
 
Parágrafo único. Os livros obrigatórios de 
escrituração comercial e fiscal e os 
comprovantes dos lançamentos neles 
efetuados serão conservados até que ocorra a 
prescrição dos créditos tributários decorrentes 
das operações a que se refiram. 
Esse também é o entendimento do 
STF ao observar a Súmula 439: 
 
Súmula nº 439 Estão sujeitos à fiscalização 
tributária ou previdenciária quaisquer livros 
comerciais, limitado o exame aos pontos objeto 
da investigação. 
 
O contribuinte tem o dever de facilitar 
a fiscalização. O CTN, em seu art. 197, 
determina que mediante intimação escrita, 
algumas pessoas são obrigadas a prestar 
informações de terceiros de que disponham, 
dentre elas: i) os tabeliães, escrivães e demais 
serventuários de ofício; ii) os bancos, casas 
bancárias, Caixas Econômicas e demais 
instituições financeiras; iii) as empresas de 
administração de bens; iv) os corretores, 
leiloeiros e despachantes oficiais; v) os 
inventariantes; vi) os síndicos, comissários e 
liquidatários; vii) quaisquer outras entidades ou 
pessoas que a lei designe, em razão de seu 
cargo, ofício, função, ministério, atividade ou 
profissão. 
No entanto, o informante não 
precisará prestar as informações nos termos do 
caput do art. 197 do CTN, quando houver 
necessidade de assegurar o sigilo, casos em 
que há a proteção legal das informações, em 
respeito aos Princípios Constitucionais da 
Legalidade, Intimidade, Privacidade e Sigilo. 
Além desses princípios, vale evidenciar a 
existência de inúmeros dispositivos legais que 
visam observar esses princípios, como, por 
exemplo, os arts. 154 a 325, do Código Penal, 
Art. 229 do Código Civil, Art. 347, II e IV e 406, 
II do Código de Processo Civil, Art. 207 do 
Código de Processo Penal, Estatuto da OAB – 
Lei 8.906/94, Arts, 76.º, XIX, 34, VII e 6, I, etc. 
Importante mencionar que, ao término 
da fiscalização, a autoridade administrativa não 
tem direito de divulgar as informações. 
Todavia, há exceções para este comando, 
dispostas no §1º e §3º do art. 198 e art. 199 do 
CTN, que são: i) requisição de ordem judicial, 
ii) quando outra autoridade administrativa 
requerer informações, em nome dos interesses 
da Administração Pública, desde que possua 
processo administrativo em andamento, com a 
finalidade de investigar o sujeito passivo, iii) 
casos de representações ficais, para fins 
penais, iv) informações sobre inscrições em 
dívida ativa da Fazenda Pública; v) 
parcelamento ou moratória, vi) possibilidade de 
prestar assistência entre os entes federativos, 
por meio de lei ou convênio, a fim de facilitar a 
fiscalização. 
 
No caso de o contribuintenão 
colaborar com a fiscalização tributária, 
negando-se a apresentar os documentos, a 
autoridade fazendária poderá requisitar reforço 
policial a fim de legitimar sua autoridade, nos 
termos do art. 200 do CTN. 
 
Dívida Ativa: arts. 201 a 204 do CTN 
 
A inscrição em dívida ativa do crédito 
tributário se oriunda do inadimplemento da 
obrigação tributária, por parte do sujeito 
passivo e tem o poder de dar exequibilidade ao 
crédito. O procedimento de inscrição em dívida 
ativa está previsto no Art. 202 do CTN. 
Determina o art. 202 do CTN que o 
termo de inscrição em dívida ativa indicará 
obrigatoriamente: i) o nome do devedor e, 
sendo caso, o dos corresponsáveis, bem como, 
sempre que possível, o domicílio ou a 
residência de um e de outros; ii) a quantia 
devida e a maneira de calcular os juros de 
mora acrescidos; iii) a origem e natureza do 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Tributário 
Josiane Minardi 
5 
crédito, mencionada especificamente a 
disposição da lei em que seja fundado; iv) a 
data em que foi inscrita; v) sendo caso, o 
número do processo administrativo de que se 
originar o crédito. Além, de indicar o livro e a 
folha de inscrição. 
Vale ressaltar que, por meio da 
inscrição em dívida ativa, tem-se como 
presumida a fraude contra credores, disposta 
no art. 185 do CTN, no caso de o contribuinte 
alienar os bens de forma a se tornar insolvente. 
Por meio da inscrição em dívida ativa, 
surge a Certidão de Dívida Ativa (CDA), que 
configura em título executivo extrajudicial (Art. 
585, VII do CPC, Art. 204 do CTN e Art. 3.º da 
Lei 6.830/80). Esse título executivo extrajudicial 
poderá ensejar Ação de Execução Fiscal 
ajuizada pela Fazenda Pública. 
Cumpre evidenciar que a inscrição em 
dívida ativa, não realizada nos termos do Art. 
202 do CTN, poderá gerar nulidade da CDA. 
No entanto, a CDA poderá ser substituída até a 
decisão de 1.ª instância, sendo devolvido o 
prazo para defesa ao sujeito passivo, conforme 
dispõe o art. 203 do CTN e Art. 2.º, § 8.º da Lei 
6.830/80. Caso a substituição da CDA ocorra 
após a decisão em 1.ª instância, será 
reconhecida a nulidade de todo o processo. 
Segundo entendimento do Superior 
Tribunal de Justiça, (Súmula nº 392) a Certidão 
de Dívida Ativa (CDA) só poderá ser 
substituída até a prolação da sentença de 
embargos, quando se tratar de correção de 
erro material ou formal, vedada a modificação 
do sujeito passivo da execução. 
Por fim, faz-se necessário notar que o 
art. 204 do CTN e o art. 3º da Lei 6.830/80 
estabelecem a presunção de certeza e liquidez 
à dívida regulamente inscrita pela Fazenda 
Pública. Desse modo, pode-se perceber que a 
Fazenda Pública tem o privilégio de não 
precisar provar a certeza e a liquidez de seu 
crédito, para poder executar o sujeito passivo. 
Além de o CTN tratar da Dívida Ativa, 
a Lei 6.830/80 também estabelece sobre a 
cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda 
Pública, nos termos dos arts. 1.º e 2.º da 
referida Lei. 
 
 
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
 
Empréstimo Compulsório 
Art. 148, da CF; 
 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, 
poderá instituir empréstimos compulsórios: 
 
I - para atender a despesas extraordinárias, 
decorrentes de calamidade pública, de guerra 
externa ou sua iminência; 
 
II - no caso de investimento público de caráter 
urgente e de relevante interesse nacional, 
observado o disposto no art.. 150, III, "b". 
 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos 
provenientes de empréstimo compulsório será 
vinculada à despesa que fundamentou sua 
instituição. 
 
Competência da União, instituída só mediante 
lei complementar, pressupõe devolução e não 
pode ter qualquer parcela de sua arrecadação 
desvinculada da lei de criação. Pode ser de 
duas espécies: 
 
-Extraordinário - Guerra- não respeita 
anterioridade, publicou passa a exigir 
imediatamente. 
 
-Normal - investimento público de caráter 
urgente. Mesmo que urgente respeita a 
anterioridade! Respeita a anterioridade de 
exercício e os 90 dias. 
 
Contribuição de Melhoria 
 
Art. 145, III, da CF e 81 e 82, do CTN 
 
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada 
pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal 
ou pelos Municípios, no âmbito de suas 
respectivas atribuições, é instituída para fazer 
face ao custo de obras públicas de que decorra 
valorização imobiliária, tendo como limite total 
a despesa realizada e como limite individual o 
acréscimo de valor que da obra resultar para 
cada imóvel beneficiado. 
 
Pode ser instituída por qualquer ente da 
federação, U, E, DF, M, mediante lei ordinária. 
Segue a anterioridade e tem como requisitos 
obra pública da qual decorra valorização 
imobiliária para cada bem. Ex: afasto público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Tributário 
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6 
O lançamento (cobrança) é de ofício. Respeita 
o limite global, valor gasto com a obra, e o 
limite individual, o quanto valorizou o bem. Se 
houve desvalorização não se paga nada. 
 
Taxas 
 
Art. 145, II e par. 2º, da CF e arts. 77 a 80, 
do CTN 
 
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos 
Estados, pelo Distrito Federal ou pelos 
Municípios, no âmbito de suas respectivas 
atribuições, têm como fato gerador o exercício 
regular do poder de polícia, ou a utilização, 
efetiva ou potencial, de serviço público 
específico e divisível, prestado ao contribuinte 
ou posto à sua disposição. 
 
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de 
cálculo ou fato gerador idênticos aos que 
correspondam a imposto nem ser calculada em 
função do capital das empresas. 
 
Podem ser instituídas por qualquer ente da 
federação mediante lei ordinária. 
A CF indica quais são as espécies, porém, o 
art.. 77 do CTN é que traz quais as espécies de 
taxas. Sejam elas: 
 
-Pelo exercício do poder de policia 
-Pela utilização (efetiva OU potencial) de 
serviços públicos específicos E divisíveis 
prestados pelo sujeito passivo (ou postos a sua 
disposição) 
 
 
 
Poder de policia é uma limitação 
imposta pelo poder público de 
direitos e liberdades individuais em 
prol da coletividade. 
 
 
B) Taxas pela prestação de serviços 
públicos: Art. 79, do CTN. 
 
Serviços públicos - em caráter geral 
ou universal (uti universi) são 
prestados à coletividade em geral 
(polícia e iluminação publica , por 
ex), nesta caso, não é possível 
especificar qual é o destinatário do 
serviço; já os uti singuli é possível 
identificar a quem destina este 
serviço prestado e o custo da 
atividade estatal direcionado àquela 
pessoa (taxa de lixo domiciliar, por 
ex) 
 
Especificidade porque o serviço é 
prestado em caráter individual, 
sendo possível identificar quem é o 
interessado e o custo em relação 
àquela pessoa especifica. 
Quanto à potencialidade da 
utilização de serviços públicos, para 
fins de exigência de taxa: 
 
Art.. 145, §2 CF, As taxas não 
podem ter base de cálculo própria 
de impostos. 
 
Prestar: específico e divisível. 
Utilizar: efetiva ou potencialmente. 
Taxa- lançamento de ofício.

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