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INTRODUÇÃO
Caro estudante, na aula de hoje, veremos um pouco sobre o contexto histórico dos direitos humanos e, por
conseguinte, como isso contribuiu para a evolução da discussão sobre os direitos de modo geral (sociais,
políticos e civis). Para isso, precisamos considerar que a discussão acerca dos direitos ao longo da história foi
construída em uma sociedade capitalista, cercada por lutas de movimentos sociais e da classe trabalhadora e
disputando interesses com a figura do Estado.
Desta forma, veremos que a evolução do conceito sobre direitos vai evoluindo ao longo da história com o
objetivo de entender e preservar as diversas faces e necessidades de um indivíduo inserido em uma
sociedade.
Aula 1
DIREITOS HUMANOS: LIBERDADE, IGUALDADE E
DESIGUALDADE
Caro estudante, na aula de hoje, veremos um pouco sobre o contexto histórico dos direitos humanos e,
por conseguinte, como isso contribuiu para a evolução da discussão sobre os direitos de modo geral
(sociais, políticos e civis).
DIREITOS HUMANOS, SERVIÇO SOCIAL E TÓPICOS
CONTEMPORÂNEOS
 Aula 1 - Direitos humanos: liberdade, igualdade e desigualdade
 Aula 2 - Luta: sindicalização e movimentos sociais
 Aula 3 - Indústria 4.0, plataformização e trabalho pandêmico
 Aula 4 - Serviço social, questão social e a defesa intransigente dos
direitos humanos
 Aula 5 - Revisão da unidade
 Referências
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https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=junio2023oliveira%40gmail.com&usuarioNome=JUNIO+CESAR+DE+OLIVEIRA&disciplinaDescricao=&atividadeId=4379735&atividadeDesc… 1/21
DIREITOS HUMANOS: CONCEITO E CONTEXTO HISTÓRICO
   A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), promulgada em 1948 pela Organização das Nações
Unidas (ONU), contribuiu para a discussão sobre diversas leis e normas sociais com o objetivo de garantir os
direitos de todos os cidadãos. Isso significa assegurar condições mínimas da condição de ser humano no
convívio em sociedade. Basicamente, a DUDH resguarda o direito à vida, à liberdade e a segurança pessoal de
todos e quaisquer indivíduos em toda e quaisquer sociedade. Para entendermos como a discussão evoluiu,
precisamos levar em consideração que os direitos humanos consistem em uma produção da nossa sociedade
ocidental e os processos históricos demandaram tais construções.
Para começarmos essa discussão, precisamos lembrar do período pós Segunda-Guerra Mundial, em que o
mundo havia tomado consciência do extermínio da população judia durante o Holocausto, além das diversas
outras atrocidades exercidas contra a população humana. Neste sentido, Tosi (2004) nos lembra que além de
reafirmar o caráter “natural” dos direitos, a DUDH faz clara referência aos princípios da Revolução Francesa de
1789: liberdade, igualdade e fraternidade. Neste sentido, o autor reforça que a declaração reuniu as principais
correntes políticas contemporânea, pelo menos ocidentais, na tentativa de encontrar um ponto de consenso o
mais amplo possível.
Sendo assim, Tosi (2004) reforça que a Declaração Universal reafirma o conjunto de direitos das revoluções
burguesas (direitos de liberdade ou direitos civis e políticos) e os estende a uma série de sujeitos que
anteriormente estavam deles excluídos (proíbe a escravidão, proclama os direitos das mulheres, defende os
direitos dos estrangeiros etc.). Por outro lado, Chauí (1989) nos lembra que a DUDH também apresenta
contradições visto que, ao passo que garante direitos individuais, também reafirma o direito à propriedade,
que resulta em fragilizar os direitos individuais em um ciclo interminável.
Ou seja, para Chauí (1989), em virtude de os Direitos Humanos serem fundados na sociedade burguesa,
estruturada na propriedade privada e nos meios de produção, eles pressupõem a propriedade como um
direito natural. “Sendo assim, o Estado assume a função de proteger a propriedade privada dos não
proprietários, quando a propriedade estiver sob risco. Desta forma, é comum que para defender a
propriedade privada, o Estado faça uso da força e da violência que, por vezes, fere os direitos humanos
individuais em prol da defesa pela propriedade (BARROCO, 2012, p. 54.)”.
Sendo assim, segundo Barroco (2012), podemos dizer que, ao analisarmos a evolução histórica acerca da
construção dos Direitos Humanos, podemos notar as contradições que acabam por selecionar o sujeito que
tem acesso aos direitos humanos. Pois, embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos faça a
referência a direitos que resguardem a condição humana, o mesmo documento trata a propriedade em igual
condição de importância.
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O CAMINHO ATÉ A CONSOLIDAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
     Segundo Cavalcanti et al. (2004), é importante destacar que a ideia de “Direitos do Homem” deve ser
atribuída ao Iluminismo europeu e à autêntica reforma intelectual e moral que seus ideais promoveram,
antecedendo o processo político das revoluções burguesas, que antes se pautava nos valores moralistas
cristãos. E, ainda com a moral bastante presente na cultura iluminista,  havia o entendimento acerca da
fundamentação filosófica  como um processo social de enorme escopo em que o indivíduo passava a ocupar
papel central na construção da história.
Segundo Barroco (2012), no âmbito das lutas pelos direitos humanos, as formas de resistência vão evoluindo
ao longo da história. Saltando das expressões mais rudimentares (como as destruições de máquinas
promovidas durante da Revolução Industrial), vão dando lugar às formas mais organizadas de lutas e de
pressão entre classe trabalhadora em face do Estado e do empresariado.
Desta forma, podemos entender que o processo histórico dos direitos humanos é resultado da luta de
classes, da pressão popular e da organização da classe trabalhadora, que junto a sujeitos políticos se uniram
para pressionar o Estado e diminuir a opressão, a exploração e a desigualdade. A esse respeito, precisamos
destacar também que se trata de um processo de lutas progressistas e que se conectam com outros tipos de
luta: anticapitalistas, revolucionárias e de libertação em defesa da liberdade e da justiça social (BARROCO,
2012. Pg 57).
Neste sentido, para Cavalcanti, Simões, Peixoto e Costa (2004), a concepção moderna de direitos humanos é
fruto de grandes transformações no plano das ideias e das mentalidades no que diz respeito ao homem e à
organização da vida em sociedade, saltando do conceito cristão para o entendimento político da importância
do indivíduo na sua condição humana.  Os autores destacam ainda que tais transformações estão
diretamente relacionadas à Ilustração, movimento intelectual e cultural que, a partir da França, sacudiu a
Europa entre os séculos XVII e XVIII. Sendo assim, os autores enfatizam que podemos associar a esse
movimento da Filosofia e a Ciência Política as novas formas de compreender o Direito no Ocidente Moderno,
visto que temos a valorização do homem como sujeito da história.
Portanto, devemos reconhecer que os Direitos Humanos são resultado de um processo histórico,
amplamente amparado na Filosofia e na Ciência Política e, apesar das suas contradições, contribuiu para a
evolução da sociedade ao longo de todo seu processo histórico.
DIREITOS HUMANOS NA PRÁTICA
Para Barroco (2012), a defesa dos direitos humanos representa afirmar a importância da luta de resistência
em face do avanço das diversas formas de desumanização. O autor ressalta que no contexto da sociedade
capitalista burguesa, os direitos humanos são avanços históricos resultantes de lutas da classe trabalhadora. 
Embora o capitalismo contemporâneo se caracterize pela extrema fragmentação dos processos sociais, torna
o discurso da universalidade bastante abstrato. “Entretanto,é preciso quebrar essa lógica traçando
estratégias de enfrentamento para amenizar abismos entre desigualdade e liberdade e entre a riqueza e a
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pobreza (BARROCO, 2012, p.59)”.
Em complemento, Tosi (2004) nos lembra que, a partir do pensamento acerca das garantias mínimas, foi
possível evoluir o pensamento a respeito das demais garantias jurídicas de proteção dos direitos humanos (o
que hoje se costuma chamar de advocacy) são ferramentas indispensáveis para a efetivação dos DH e
constituem um aspeto fundamental para que os direitos não se tornem meras afirmações retóricas. Para o
autor, isso reforça o conjunto de normas jurídicas e resulta na referência dos direitos humanos como critérios
de orientação e de implementação das políticas públicas institucionais nos vários setores. 
O Estado assume assim um compromisso de ser o promotor do conjunto dos direitos fundamentais, não
apenas do ponto de vista “negativo”, isto é, “não interferindo na esfera das liberdades individuais dos
cidadãos, mas também do ponto de vista “positivo”, implementando políticas que garantam a efetiva
realização desses direitos para todos (TOSI, 2004, p.11)”. 
Ainda segundo o autor, obviamente, não cabe somente ao Estado a implementação dos direitos, uma vez que
a sociedade civil organizada também tem um papel importante na luta pela efetivação dos direitos, não só por
meio dos movimentos sociais, sindicatos, associações, conselhos de direitos e centros de defesa e de
educação. Pois, para Tosi (2004), a luta pela efetivação dos direitos humanos que é capaz de levar estes
direitos para o cotidiano das pessoas e é capaz de determinar o alcance que eles vão conseguir numa
determinada sociedade. 
Por fim, o autor enfatiza ainda que a educação para a cidadania constitui uma das dimensões fundamentais
para a efetivação dos direitos, tanto na educação formal, quanto na educação informal ou popular e nos
meios de comunicação. Não se trata só de “aprender” um conteúdo, de estudar uma “disciplina”, mas de
promover uma formação ético e política, que requer metodologias próprias.
Ou seja, embora tenhamos bem definidos os conceitos dos direitos humanos, pautados na Declaração
Universal de 1948, a efetivação desses direitos, bem como sua ampliação, só é possível por meio de um
processo permanente de educação que contemple nossa vivência em sociedade.
VIDEO RESUMO
Nesta videoaula, vamos abordar o conceito principal dobre os Direitos Humanos e qual a importância dessa
promulgação no processo histórico da sociedade contemporânea. Para isso, vamos entender brevemente que
apesar dos avanços advindos com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, ainda temos muito desafios
a enfrentar para garantir a sua efetivação.
 Saiba mais
Para saber mais sobre o tema, acesse o artigo Os direitos humanos como valor universal escrito por
Maria Victoria de Mesquita Benevides. 
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https://www.scielo.br/j/ln/a/8GCM9kByj5jGxMsZNHzSWkG/
INTRODUÇÃO
Estudante, nesta aula, conheceremos um pouco mais sobre o mundo do trabalho contemporâneo, afetado
pelas novas configurações da economia capitalista. Sendo assim, veremos como a dinâmica econômica afeta
as relações de trabalho e configura um campo ideológico para essas transformações.
Além disso, vamos estudar as organizações sindicais e como elas contribuem para garantia e ampliação dos
direitos da classe trabalhadora, mediando as relações entre trabalhadores e empregadores.
Por fim, veremos como essa conjuntura afeta as relações de trabalho e impacta na vida da classe
trabalhadora.
AS METAMORFOSES DO MUNDO DO TRABALHO
Partindo do pressuposto que, em uma sociedade capitalista, o trabalho se torna a principal função do ser
social (o indivíduo em sociedade), Lima e Jimenez (2011) reforçam que Lukács, analisando os elementos
ontológicos (que se referem à existência do ser social, à sua realidade) fundamentais em Marx, compreende o
trabalho como fundamento do ser social. E, embora a totalidade do ser social não se limite ao trabalho,
precisamos reconhecer sua importância nesse processo de formação. Isso porque o indivíduo é capaz de
produzir mais do que é necessário para a reprodução do seu produtor, assim, o trabalho inaugura um
processo de complexificação, expandindo o horizonte da reprodução humana, criando necessidades e
ampliando as formas de satisfazê-las.
Por conseguinte, essa complexificação apresenta à vida novos e diferentes complexos sociais que
estabelecem relações e forma uma totalidade social, ou seja, um complexo de complexos. Ainda na visão
lukacsiana, a análise de cada complexo singular componente da sociedade é compreendida como complexo
dos complexos e, nesta análise, o autor faz considerações importantes acerca da reprodução social com o
objetivo de tornar claro o quão diversamente são estruturados tais complexos.
Lima e Jimenez (2011) reforçam ainda que o trabalho é o ponto inicial na humanização do homem e como
categoria fundante do ser social tem prioridade ontológica em relação às demais categorias e complexos
sociais. Tais complexos só atingem a sua autonomia na socialização do desenvolvimento do trabalho.
Entretanto, tal autonomia não se configura de forma absoluta e, por isso, é sempre relativa. Ademais, por
Aula 2
LUTA: SINDICALIZAÇÃO E MOVIMENTOS SOCIAIS
Estudante, nesta aula, conheceremos um pouco mais sobre o mundo do trabalho contemporâneo,
afetado pelas novas configurações da economia capitalista.
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estar fundada no trabalho, a educação estabelece com o indivíduo uma relação de identidade (identidade e
não identidade) e se caracteriza pela objetivação de posições teleológicas, realizando, assim, a relação entre
teleologia e causalidade. Na análise ontológica de Lukács, a educação não é trabalho, é práxis e suas funções
se vinculam à reprodução social. Isso significa que o processo de educação representa práxis por ser o
exercício de aproximar a teoria e prática.
Neste sentido, Netto (2012) indica que todo este cenário econômico global de crises metabólicas do capital
reflete em transformações societárias profundas emergentes desde a década de 1970 e redesenhara o
capitalismo contemporâneo. Tais mudanças estão diretamente ligadas às mudanças que ocorreram no
chamado “mundo do trabalho”. O autor relembra ainda as transformações desde revolução técnica e científica
iniciada no século XX, potencializada pela “revolução informacional” e pelos avanços da microeletrônica, da
biologia e da química.
Neste sentido, analisamos as mutações na objetividade e na subjetividade no mundo do trabalho no contexto
de mundialização do capital, se faz necessário considerar que a classe trabalhadora do cenário
contemporâneo, ou seja, da classe que vive do trabalho, homens e mulheres que, na sua totalidade, vivem da
venda da força de trabalho (ANTUNES, 1999), não necessariamente assalariados, como aponta Raichellis
(2017), se considerarmos as flexibilizações que contribuem para precarização e culminam na
uberização/pejotização do trabalho no cenário atual. Trata-se de trabalhadores que vendem sua força de
trabalho, inclusive na informalidade, que, embora sejam estrategicamente intitulados de “empreendedores”,
são na verdade trabalhadores precarizados e desprotegidos.
SINDICALISMO E CRISE CONTEMPORÂNEA
Parainiciarmos a conversa e associarmos o sindicalismo às crises econômicas, primeiro é preciso entender
como esse processo dá na dinâmica do capital. Na contribuição de Rodrigo Dantas (2009), relembramos que
em 2007/2008 teve início a maior crise do capitalismo pós-guerra. Além disso, devemos retomar também que
a grande crise de 1929 se estendeu ao longo da década seguinte e só pode ser “resolvida” na Segunda Guerra
Mundial. Nascida no epicentro do imperialismo estadunidense, ela determinou o fim do período de expansão
que se seguiu à restauração capitalista na Rússia, no Leste Europeu e na China. Neste cenário, as derrotas
sofridas pela classe trabalhadora e o fim do primeiro século da revolução social abriram caminho para a
ofensiva global do capital, suprimindo suas barreiras e favorecendo a reprodução ampliada.
Ainda de acordo com o autor, a partir de então não há mais produção e extração de mais-valia suficiente para
alimentar o imenso contingente de capitais sobre-excedentes que circulam nos mercados financeiros do
mundo. Após esse período de expansão no processo de reprodução ampliada do capital, a superprodução, a
sobreacumulação e o sobreinvestimento de capitais estendeu-se como em todas as crises de superprodução
(é a extração de mais-valia ampliada a partir da mais-valia já acumulada).
Sendo assim, nos atentamos para os estudos econômicos que apontam para a trajetória da taxa de lucro
desde os anos 1970 e a análise de tendências estruturais do capitalismo que apontam para o declínio das
forças produtivas, culminando no aprofundamento da crise (DANTAS, 2009, p. 48). Logo, o capital não terá
outra saída a não ser utilizar os meios mais violentos para restaurar as condições de reprodução ampliada.
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Após o período de crise que se aprofundou nos anos 1970 e se estendeu até parte dos anos 1980, para
Dantas (2009), a massa de capitais sobreacumulados investidos no mercado financeiro, na mesma medida em
que se ampliava o crédito (do investimento e dos processos de direitos de valor e mais-valia), crescia a
multiplicação dos mecanismos de valorização fictícia do capital. Capital esse que não correspondia a nenhum
valor e capacidade de produção e extração da mais-valia adicional.
Por conseguinte, ao tentar romper com o “regime de acumulação financeira”, o capitalismo produziu uma
massa de capital fictício inédita na história. Nascia, assim, uma pirâmide financeira de capitais fictícios, títulos
especulativamente valorizados, créditos e dívidas, artificialmente construídos e inflados pelos organismos
internacionais do sistema financeiro estadunidense e suas autoridades monetárias em todo o mundo. Deste
modo, a insuficiência de mais-valia diante da superprodução e da superacumulação de capitais especulativos
e parasitários que não produz valor novo, tampouco criam condições para produzi-lo, estava posta.
Não se trata, portanto, de uma crise financeira e, sim, de uma crise de superprodução. Segundo Netto (2012),
todo este cenário econômico global reflete em transformações societárias profundas e emergentes desde a
década de 1970, redesenharam o capitalismo contemporâneo e afetam diretamente o mundo do trabalho e
as condições a que a classe trabalhadora será submetida.
Neste sentido, os sindicatos, cujo papel é mediar a relação entre empregadores e empregados, assegurando
só direitos garantidos por lei e firmando acordos coletivos para a regulamentação de cada categoria
profissional, vem sofrendo perda progressiva da sua importância. Isto porque, diante das crises, o mundo do
trabalho se flexibiliza e o trabalho assalariado perde espaço, dando lugar as diversas formas de contratação
(pessoa jurídica, empreendedores, informais, autônomos de diversas espécies etc.).
INDIVIDUALIZAÇÃO, TRABALHO E ESTRANHAMENTO
Antunes (2014), ao ressaltar sobre a intensidade da fragmentação da classe trabalhadora, nos lembra que
analisar o trabalho é entender suas diversas configurações moldadas ao longo do tempo. Mudanças essas
permitidas pela desconcentração dos processos produtivos e pela expansão das unidades produtivas,
permitidas pelas flexibilizações ao redor do mundo. A exemplo disso, temos desde empresas de atendimento
remoto ao cliente, até grandes indústrias como a Nike que fazem uso deste tipo de produção, muitas vezes
em outros países – que não o seu de origem – e com isso aumentam as atividades de trabalho produtivo a um
custo cada vez mais reduzido. Chamamos isso de transnacionalização do capital e do sistema produtivo, em
que novas unidades industriais emergem ao passo que outras desaparecem. Neste contexto temos as
modalidades remotas de execução do trabalho, as diversas formas de contração (Microempreendedor
Individual, FreeLancer etc.).
É este, portanto, o desenho diverso e heterogêneo que caracteriza a nova classe trabalhadora, a classe que
vive do trabalho: estáveis e precários, homens e mulheres, jovens e idosos, nacionais e imigrantes, brancos e
negros, qualificados e desqualificados, “incluídos e excluídos” etc., temos também as estratificações e
fragmentações que se acentuam em função do processo crescente de internacionalização do capital. Nesta
divisão, o ‘centro’ do processo produtivo está com trabalhadores de tempo integral e que usufruem de maior
segurança no trabalho.
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Por outro lado, na ‘periferia’ da força de trabalho estão dois subgrupos: o primeiro são trabalhadores em
tempo integral, com habilidades facilmente encontradas no mercado, se caracterizam por alta rotatividade
(secretárias, setor financeiro, trabalhos manuais menos especializados), e o segundo são os trabalhadores em
tempo parcial, contrato por tempo determinado, temporários, subcontratados, com menos segurança no
trabalho do que o primeiro. Neste cenário – “acentuado pós-crise 2008” – vemos que as medidas adotadas
pelo capitalismo, que se reinventa a cada crise, também entendidas como mutações do modelo de produção,
beneficiam o setor privado e enfraquecem o setor público, além de destruir empregos e legitimar a
precarização do trabalho.
Também precisamos lembrar que essa conjuntura corrobora para o que Marx reforça sobre o trabalho ser
atividade estranha ao trabalhador, é estranhamento, assim como o resultado da atividade, o produto, é objeto
estranho ao trabalhador, é também estranhamento (estranhamento de si e estranhamento da coisa). O
trabalhador encerra sua vida no produto, não há outro ser capaz de dar vida aos objetos que o homem cria.
Quando se relaciona com os produtos, frutos da sua atividade, como objetos estranhos, a vida, o seu modo de
vida específico, se defronta com o indivíduo particular como um poder ameaçador que o subjuga. O
trabalhador não consegue enxergar ligação alguma entre sua vida e os objetos que cria, visto que estes são
propriedade de um terceiro. O objeto, no entanto, é o próprio homem objetivado, nesta medida, o resultado
da produção é homem que aparece a si mesmo como um ser estranho, inimigo, pertencente a outro. O
estranhamento da coisa, efetivamente, significa: o produtor não consegue se reconhecer na sua essência
objetiva (FERREIRA, 2011,p. 157).
VÍDEO RESUMO
Nesta videoaula, vamos entender as definições sobre o mundo do trabalho e a classe trabalhadora e como
esta é composta.
 Saiba mais
Para se aprofundar no tema sobre a teoria de Marx e o estranhamento, sugiro a leitura do artigo
Trabalho, estranhamento e comunismo em Marx, escrito por André Luiz Silva Ferreira.
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https://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/FILOGENESE/andreferreira.pdf
INTRODUÇÃO
Estudante, nesta aula, veremos os impactos da Pandemia no mundo do trabalho, bem como os impactos que
as novas configurações trouxeram para a (in)seguridade do trabalhador. Vamos também analisar como o
trabalho se estruturou pós-Pandemia e como isso impacta na vida da classe trabalhadora mais precarizada e
vulnerável.
Sendo assim, é importante fazermos uma leitura da conjuntura para entender tais transformações e
reatualizarmos alguns conceitos com relação ao mundo do trabalho. Além disso, perceberemos como a
expansão tecnológica contribuiu para reorganizar não apenas o trabalho, mas também as relações sociais
Por fim, veremos como essas transformações econômicas e tecnológicas impactaram nos novos arranjos
familiares e nas formas de se relacionar socialmente.
DA INFORMALIDADE À PLATAFORMIZAÇÃO DO TRABALHO
Abílio (2021) reforça que a uberização nomeia um novo tipo de gestão e controle da força de trabalho,
também compreendida como uma tendência passível de se generalizar no âmbito das relações de trabalho.
Segundo o autor, resultando das formas contemporâneas de eliminação de direitos, transferência de riscos e
custos para os trabalhadores e novos arranjos produtivos, ela em alguma medida sintetiza processos em
curso há décadas, ao mesmo tempo em que se apresenta como tendência para o futuro do trabalho. 
Sendo assim, esses novos arranjos transformam o trabalhador altamente precarizado em “empreendedor”
sob a ilusão ideológica de que este é dono da sua força de trabalho e não a submete a um empregador em
específico. O que este novo “empreendedor” muitas vezes não se dá conta é que a oferta da sua prestação de
serviço está, sim, sujeita às condições impostas pelo mercado de trabalho. Por conseguinte, todo o ônus
assumido está implícito nessa nova configuração de trabalho e, em vez de privilegiado (por ilusoriamente não
se submeter a um empregador), o trabalhador na verdade, ocupa uma forma mais rebuscada de
precarização.
Aula 3
INDÚSTRIA 4.0, PLATAFORMIZAÇÃO E TRABALHO
PANDÊMICO
Estudante, nesta aula, veremos os impactos da Pandemia no mundo do trabalho, bem como os impactos
que as novas configurações trouxeram para a (in)seguridade do trabalhador.
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Além disso, Abílio (2022) reforça que o tema ganha visibilidade com a formação de enormes contingentes de
trabalhadores controlados por empresas que operam por meio de plataformas digitais, tornando o trabalho
ainda mais mecânico, impessoal e fisicamente distante. O autor esclarece ainda que o desafio contemporâneo
frente a esse novo tipo de organização envolve elementos complexos e armadilhas teórico-políticas. Isso
porque exige uma compreensão acerca do funcionamento das plataformas digitais. Além do entendimento
das reestruturações das relações de trabalho sem um determinismo tecnológico que mistifique os processos
sociais que envolvem décadas de flexibilização e transformação no trabalho e que se materializam nas
plataformas digitais.
Por fim, de acordo com Abílio (2022), com base nessa perspectiva, o desafio também reside na compreensão
de uma tendência que precede e ultrapassa as plataformas digitais, relacionada ao elemento central da
uberização, que resulta na consolidação e no gerenciamento de multidões de trabalhadores subordinados por
meio de plataformas, tem de ser compreendido no contexto da desestabilização das categorias constituíram
em torno do emprego formal. 
Neste sentido, as problemáticas que envolvem a conjuntura vão desde o campo ideológico que desfavorece o
reconhecimento desde trabalhador como parte da classe trabalhadora e, por conseguinte, enfraquece a luta
coletiva pela manutenção e ampliação de direitos trabalhistas, até a normalização da precarização e
impessoalidade do trabalho prestado. Por fim, segundo Abílio (2022), essa informalização extrapola, portanto,
a condição de informalidade dos trabalhadores, atravessando o processo de trabalho como um todo.
CAPITALISMO PANDÊMICO E O PROLETARIADO NA ERA DIGITAL
Antunes (2022) nos lembra que as consequências da Pandemia da Covid-19 foram e ainda são fortemente
desiguais. Sendo seus impactos específicos para cada classe social, especialmente para as populações mais
vulneráveis. A esse respeito, o autor reforça ainda que basta lembrarmos que foi nas periferias que as
trabalhadoras negras e os trabalhadores negros, além das comunidades indígenas, sofreram os mais altos
índices de letalidade por Covid-19. 
Precisamente, trata-se da população mais pobre, que trabalha na informalidade e suporta os mais altos níveis
de desemprego e/ou trabalho precarizado pela informalidade. Estamos falando da população mais vulnerável
que compõe a classe trabalhadora e que está sujeita às imposições do mercado e a mercê do trabalho
desprotegido e não assalariado. Ou seja, distante das proteções sociais impostas pelas leis trabalhistas e de
previdência social.
Ainda segundo Antunes (2022), a classe trabalhadora, que habita as periferias se tornou a “candidata número
1” à contaminação e à morte. Isto porque, a eminente demanda por recursos financeiros, tornou o
isolamento e/ou distanciamento social, um artigo de uxo para essa população. A letalidade que sofreu, nos
períodos mais duros da Pandemia, revelou a preconceituosa preferência de classe, gênero, raça e etnia
presente na expansão do vírus. A esse respeito, precisamos lembrar que quando o isolamento social se
tornou concreto e os serviços delivery se expandiram para todas as áreas (compras de supermercados,
restaurantes etc.), essa classe trabalhadora foi a mais exposta à contaminação e mais privada de acesso aos
serviços de saúde.
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Essa parcela específica da classe trabalhadora, que atua na informalidade, em sua esmagadora maioria,
esteve privada do isolamento, como nos lembra Antunes (2022). O autor reforça ainda que foi exatamente
essa mesma classe que preencheu em maior quantidade as valas dos cemitérios das periferias, abertos
durante as piores fases da Pandemia. Foi exatamente esse proletariado pobre, que majoritariamente padeceu
e morreu asfixiado nos corredores dos hospitais no Amazonas na região Norte do país, sem ter o direito de
respirar o último oxigênio. Além disso, que não pôde esperar pela vacinação, postergada ao máximo pelo
governo federal a época, dentre outras (anti) políticas de enfrentamento à pandemia. 
Por outro lado, precisamos lembrar também que em plena era de expansão tecnológica, a outra parte da
classe trabalhadora “proletariado industrial protegido ao uberizado” se viu afetada pelas demissões em massa
ou pela cobrança exacerbada pela produtividade para justificar o trabalho remoto. Ou seja, em plena era da
introdução das tecnologias de informação e comunicação (TIC) no capitalismo da era digital, a ferramenta foi
usada de forma nefasta pelo capitalismo nas novas formas de configurar o trabalho remoto. Reforçando ,
mais uma vez, que no capitalismo, prevalece o lucro e a proteção da propriedade privada, em detrimento da
vida..
NOVOS ARRANJOS FAMILIARES E RELAÇÕES SOCIAIS EM CONTEXTO
Tiezzi (2021) nos lembra que a Pandemia provocada pela Covid-19 afetou diretamente a saúde da população
em geral, provocando perda de vidas, além de impactos na economia (com efeitos adversos nos negócios, no
comércio, no acesso à educação e outros não tão fáceis de mensurar). O autor também nos lembra que como
“saldo” do isolamento social prolongado, nossa sociedade teve: a ansiedade,a perturbação do estado mental
e a solidão.
Todo esse cenário corrobora para um cenário pouco favorável no campo das relações sociais. Sejam elas de
âmbito familiar, profissional ou afetivo. Além disso, precisamos destacar também que somos seres coletivos e
a sociabilidade é norma fundante da nossa existência em sociedade. Desta forma, a Pandemia contribuiu
negativamente para o desenvolvimento social coletivo e para a manutenção das relações familiares e sociais.
Segundo Tiezzi (2021), é no ambiente das relações sociais e familiares que o sujeito se transforma, se
desenvolve e exerce sua cidadania, uma vez que o contato com o outro, os valores essenciais à vida
comunitária são disseminados e reconfigurados. O autor enfatiza ainda que com o contexto pandêmico, a fim
de preservar vidas, a convivência ficou limitada e neste cenário as vulnerabilidades se manifestam de
diferentes formas e em diferentes graus. 
Também precisamos lembrar que em pleno processo de expansão de uso das tecnologias de informação e
comunicação (TIC’s), as plataformas digitais tiveram um papel crucial na manutenção das relações durante a
Pandemia. Por conseguinte, evidenciou-se um novo modelo de se relacionar com o mundo externo que a
sociedade rapidamente incorporou ao cotidiano. 
Deste modo, Tiezzi (2021) nos lembra que, a partir disso, encontrar as melhores práticas para manter a
convivência familiar e comunitária de forma segura e saudável frente ao isolamento é assunto inesgotável e
desafiador e, por haver perdurado, normatizou um novo modelo de se relacionar que conflita com o modelo
anterior (de relações majoritariamente pessoais). Isso significa que, enquanto sociedade, temos um enorme
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desafio pela frente que é pensar nas relações sociais (afetivas, familiares, profissionais) de modo a conciliar a
incorporação dos meios digitais, sem deixar que ele se sobressaia descaracterize a sociabilidade humana,
como foi por tanto tempo durante a Pandemia. 
Contudo, quando refletimos sobre o saldo deixado pela Pandemia, com relação às relações sociais, Tiezzi
(2021) nos lembra que a convivência deve abranger práticas razoáveis, respeitosas, amistosas e que foram
amplamente prejudicados pela Pandemia. A esse respeito, ele complementa ainda que devemos reforçar
esses cuidados nas relações, em virtude do resultado produzido pela Pandemia na psique coletiva.
VIDEO RESUMO
Neste vídeo, vamos entender as definições sobre uberização do trabalho e os impactos para a classe
trabalhadora mais precarizada.
 Saiba mais
Para se aprofundar no debate sobre as transformações do mundo do trabalho em virtude da Pandemia,
sugiro a leitura do seguinte artigo:
O impacto da pandemia no mercado de trabalho, por Fernando Veloso. O texto traz uma reflexão sobre a
precarização do trabalho pós-Pandemia, principalmente para os trabalhadores mais precarizados. 
INTRODUÇÃO
Nesta aula, vamos entender melhor o conceito de questão social e porque o tema é o principal objeto de
trabalho do assistente social. Para isso, visitaremos a teoria social de Karl Marx e seus conceitos básicos, que
nos ajudarão a entender como a sociedade capitalista está estruturada e quais são as implicações coletivas a
partir disto.
Aula 4
SERVIÇO SOCIAL, QUESTÃO SOCIAL E A DEFESA
INTRANSIGENTE DOS DIREITOS HUMANOS
Nesta aula, vamos entender melhor o conceito de questão social e porque o tema é o principal objeto de
trabalho do assistente social.
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https://blogdoibre.fgv.br/posts/o-impacto-da-pandemia-no-mercado-de-trabalho
Para isso, é importante conhecermos as expressões da questão social na sociedade contemporânea e, por
conseguinte, quais são os desafios impostos para o assistente social que irá intervir na realidade social.
Por fim, falaremos da contribuição da defesa dos direitos humanos nesse processo de garantia de direitos e
construção de uma sociedade mais justa.
QUESTÃO SOCIAL: OBJETO DO SERVIÇO SOCIAL
O Serviço Social é reconhecidamente uma profissão de caráter sociopolítico, crítico, interventivo e
investigativo que tem como referência teórica diversas fontes das áreas das ciências humanas e sociais. Como
objetivo central de sua prática tem-se a intervenção junto às expressões da questão social e deve buscar uma
sociedade mais justa e igualitária, atuando, especialmente, em favor das classes sociais mais desfavorecidas e
exploradas pelo modo de produção capitalista. Muitas dessas correntes teóricas, metodológicas e filosóficas
buscam explicar as relações humanas e sociais, porém poucas obtiveram tanto destaque como a corrente
marxista.
Para isso, é fundamental que o profissional de Serviço Social seja capaz de compreender as condições e as
relações sociais que permitem apreender seu significado social na sociedade capitalista. Além de ser capaz de
entender a estrutura social como um dos elementos que reproduz as relações de classes e compreender o
relacionamento contraditório entre elas. Isso é parte fundamental para a análise focalizada, considerando o
ponto de vista histórico das lutas de classes. 
Por isso, é fundamental que o assistente social tenha o conhecimento das teorias propostas por Karl Marx,
que se baseia em pesquisas sociológicas e análises históricas para, a partir disso, formar sua crítica ao modelo
de produção capitalista e pontuar suas contradições no que tange a exploração da burguesia sobre o
proletariado. Isso significa que do ponto de vista da teoria crítica, considera-se questão social as contradições
impostas pelo modelo de produção capitalista. Ou seja, a contradição entre a riqueza que o sistema produz e
a pobreza, visto que o acesso a tais riquezas é seletivo.
Desta forma, Marx constatou que a economia tinha influência direta nas questões sociais, especialmente na
organização da sociedade. Para Konder (2008), a divisão de classes e a insuficiência de condições de
desenvolvimento das forças produtivas impuseram aos seres humanos opções limitadas que se caracterizam
pelo cerceamento imposto pelas condições econômicas causadoras da desigualdade.
Portanto, as relações entre a apropriação dos meios de produção e a divisão de classes sociais são intrínsecas
e a forma como se estruturam é a égide das estruturas jurídica e política de uma sociedade. Para Marx (1989),
a conclusão obtida da sua teoria social é que o ser humano, no processo de produção social de sua vida,
assume tarefas e relações necessárias (independente da sua vontade individual). 
Portanto, a observação da realidade, a partir da ótica da teoria social crítica, serve como ferramenta essencial
para a intervenção do assistente social. Isso porque é a observação crítica de torna o profissional capaz de
identificar na estrutura causada pela desigualdade e poder intervir de modo a superá-las.
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AS NOVAS EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL
O estado de vulnerabilidade social é produzido na conjunção da precariedade do trabalho com a fragilidade
do vínculo social, sendo uma categoria capaz de descrever a situação de uma grande parcela da população
brasileira. Ele produz dissociação social, a extrema desigualdade, a migração e diversas vulnerabilidades
derivadas destas primeiras como: o desemprego (que se ramifica na precarização e se acentua entre alguns
segmentos (por idade, gênero, classe socialetc.). 
Neste sentido, é importante entender os diversos fatores que englobam esse estado em grandes centros
urbanos. A precariedade de moradia, as características históricas da formação da família nuclear brasileira,
em um contexto de precarização do trabalho, levam, muitas vezes, a uma situação de rupturas da
participação e da coesão social. E o Brasil é um país que enfrenta sérias questões sociais relacionadas ao
aumento da pobreza e das desigualdades sociais em múltiplas dimensões.
Além disso, devemos considerar que no mundo da pós-globalização ocorre ascensão do capitalismo, de modo
que a participação do Estado diminui ao longo do tempo, principalmente após as crises econômicas pós
Segunda Guerra Mundial, ao passo que o mercado e o consumo passam a ditar as regras e impor novos
modos de vida.
Outro aspecto a se considerar, em se tratando de entender a dinâmica de produção de vulnerabilidades
sociais do capitalismo, é a partir da revolução tecnológica que é possível potencializar a informação e até a
participação social caracterizando-se de forma mais cosmopolita. Entretanto, Oliveira (2018) nos lembra que o
conceito de cosmopolita busca um sentido comum em relação aos cidadãos globais e também globaliza
problemáticas sociais isoladas. 
Além disso, precisamos destacar ainda que o acesso à tecnologia, bem como o domínio de tais ferramentas,
ainda não é de acesso universal. Mais especificamente, precisamos entender que as populações mais
vulneráveis estão mais cerceadas da tecnologia de modo geral.
Tudo isso sem deixar de mencionar que todo esse cenário de desigualdade corrobora para que o Brasil seja
um país com altos índices de violência que se manifesta de diversas formas e se expressa por meio de muitas
outras (criminalidade, desigualdade social etc.).
Portanto, identificar esses grupos mais vulneráveis e suscetíveis às diversas formas de violações também é
papel do assistente social porque possibilita exercer o trabalho de prevenção e intervenção em relação ao
acesso aos direitos. 
DESAFIOS NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL E A DEFESA INTRANSIGENTE DOS
DIREITOS HUMANOS
Segundo Maior et al. (2018), os direitos humanos são inerentes a todos e quaisquer indivíduos, conforme
prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) que trata de assuntos como: o direito à vida,
alimentação, dignidade, entre outros. Estamos falando inicialmente dos direitos primários que resguardam a
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vida humana e que servem de base para rebuscar o conceito de direitos e expandir para o campo social,
político e civil, conforme prevê nossa Constituição Federal.
Neste sentido, os autores enfatizam que o direito à liberdade, igualdade, acesso à educação, saúde, habitação,
moradia, lazer, dentre tantas outras necessidades sociais, endossam a discussão acerca do resguardo de
melhores condições de vida aos indivíduos. No entanto, enfatizam também que, nos limites de uma sociedade
capitalistas, os direitos são sempre relativos e limitados, tendo em vista a natureza da lógica do lucro pela via
da exploração da força de trabalho humano.
Desta forma, Maior et al. (2018) nos convidam a pensar se os direitos previstos DUDH foram de fato
consolidados. E ressaltam que apesar das cruéis e reiteradas violações aos direitos humanos, a direção
apontava para sua progressiva ampliação. Nesse ínterim, e tomando como base que nosso trabalho não daria
conta da discussão mais aprofundada e histórica da constituição dos direitos humanos, o recorte de nossa
reflexão será demarcado pela discussão dos direitos humanos a partir das primeiras iniciativas em âmbito
nacional no que concernem a institucionalização da defesa de tais direitos.
Desta forma, a efetivação desses princípios remete à luta no campo democrático popular por direitos que
acumulem forças políticas, base organizativa e conquistas materiais e sociais capazes de dinamizar a luta
contra hegemônica no horizonte de uma nova ordem societária, em que o homem seja a medida de todas as
coisas. Maior et al. (2018) ressaltam ainda que, enquanto assistentes sociais, devemos lembrar que a
concepção de direitos humanos está bastante presente no código de 1993 vai além dos direitos concebidos na
sociedade capitalista, além de pressupor outra forma de sociabilidade.
Neste sentido, precisamos lembrar que o assistente social tem como desafio no seu cotidiano profissional
mediar suas relações de trabalho, visto que atua no desenvolvimento do trabalho institucionalizado, a fim de
efetivar direitos coletivos que, por sua vez, podem conflitar interesses com os meios de produção. Além disso,
precisamos lembrar também que em se tratando de direitos humanos, devemos resguardá-los a todos,
independentemente da sua identidade de gênero, condição física, social ou racial. Por conseguinte, isso pode
resultar em construir um pensamento contra hegemônico em uma sociedade cujos valores são construídos a
partir da cultura de massa.
VIDEO RESUMO
Neste vídeo, vamos falar um pouco sobre as expressões da questão social no cenário contemporâneo
reforçando a diferença entre os termos “questão social” e “expressões da questão social”, além de falarmos
sobre algumas temáticas contemporâneas (diversidade, racismo estrutural, entre outros).
 Saiba mais
Para se aprofundar no debate sobre expressões contemporâneas da questão social, sugiro a leitura do
seguinte artigo:
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As particularidades da questão social na realidade brasileira contemporânea: superpopulação,
precarização do trabalho e superexploração da força de trabalho, que vai falar dos novos arranjos
ocupacionais no mundo do trabalho contemporâneo e como isso afeta a qualidade de vida do
trabalhador.
DIREITOS HUMANOS, SERVIÇO SOCIAL E TÓPICOS CONTEMPORÂNEOS
Caro estudante, nesta unidade, pudemos conhecer o caminho histórico para a conquista da Declaração
Universal dos Direitos Humanos (DHDH). Vimos que ao longo da história, os conceitos a respeito desses
direitos fundamentais foram aprimorados até que o contexto Pós Segunda-Guerra Mundial se tornasse marco
histórico para os parâmetros que temos pactado atualmente de forma universal. Tosi (2004) nos lembra que
além de reafirmar o caráter “natural” dos direitos, a DUDH faz clara referência aos princípios da Revolução
Francesa de 1789: liberdade, igualdade e fraternidade. Neste sentido, o autor reforça que a declaração reuniu
as principais correntes políticas contemporânea, pelo menos ocidentais, na tentativa de encontrar um ponto
de consenso o mais amplo possível.
Sendo assim, podemos dizer que a história contribuiu para a nossa evolução enquanto sociedade civilizada,
uma vez que, ao estabelecermos parâmetros fundamentais para a manutenção da vida (direito à alimentação,
à dignidade, à liberdade, à nenhuma tortura etc.), pudemos evoluir o conceito acerca do tema direitos e
pensar nestes em outras perspectivas a fim de preservar e garantir as outras dimensões da sociabilidade
humana e pensar em direitos específicos para cada uma delas (direitos sociais, políticos e civis).
Entretanto, sabemos também que, apesar dos respectivos conceitos estarem muito bem constituídos no
campo da teoria, na prática, a sociedade enfrenta desafios para efetivá-los e são nestas frestas sociais em que
o Serviço Social irá atuar a fim de mediar o acesso aos direitos, legalmente estabelecidos. Para Tosi (2004), a
luta pela efetivação dos direitos humanos que é capaz de levar estes direitos para o cotidiano das pessoas e
também é capaz de determinar o alcance queeles vão conseguir numa determinada sociedade. 
Também vimos que a sociedade de forma universal está distante de efetivar os direitos sociais com plenitude,
dentre eles o direito ao trabalho e à renda. Desta forma, Lima e Jimenez (2011) reforçam ainda que o trabalho
é o ponto inicial na humanização do homem e como categoria fundante do ser social tem prioridade
ontológica em relação às demais categorias da sociabilidade humana.
Aula 5
REVISÃO DA UNIDADE
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https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16558
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16558
Sendo assim, vimos também como as transformações no mundo trabalho afetam a classe trabalhadora na
contemporaneidade em virtude do distanciamento que os novos arranjos de trabalho distanciam o
trabalhador da seguridade social e da remuneração digna.
REVISÃO DA UNIDADE
Neste vídeo, falaremos sobre a concepção dos direitos humanos e sua contribuição para nossa evolução
enquanto sociedade organizada. Além disso, também destacaremos o caminho dessa construção dos direitos
fundamentais, que nos permitiu evoluir e ampliar a discussão a fim de afiançar outras seguranças para os
seres humanos. Desta forma pudemos chegar até os direitos sociais.
Isso tudo sem deixar de destacar as contradições vividas pela sociedade capitalista e como essas contradições
se expressam na sociedade e passam a ser instrumento de trabalho do Serviço Social.
ESTUDO DE CASO
O cotidiano profissional do assistente social é repleto de desafios. Isto porque partimos do pressuposto que o
assistente social é agente mediador do acesso aos direitos, por meio da sua atuação em uma política social
(pública ou privada), seja na gestão, no planejamento ou na operacionalização desses serviços.
Neste sentido, é importante ter em mente que é o público atendido e quais são suas reais violações de forma
conjuntural. Sendo assim, o público atendido pelas políticas sociais é, em sua grande maioria, a classe
trabalhadora.
Mas, afinal, quem é a classe trabalhadora? Na definição ampla de Antunes (1999), trata-se da a classe que vive
do trabalho, ou seja, homens e mulheres que, na sua totalidade, vivem da venda da força de trabalho.
Também é importante lembrarmos que apesar de vendedores da sua força de trabalhado, eles não são
necessariamente assalariados, como aponta Raichellis (2017), se considerarmos as flexibilizações que
contribuem para precarização e culminam na uberização/ pejotização do trabalho no cenário atual. Ou seja,
trabalhadores que vendem sua força de trabalho, inclusive na informalidade, embora sejam estrategicamente
intitulados de “empreendedores”, são na verdade trabalhadores precarizados e desprotegidos.
Diante do cenário exposto, é possível entender a complexidade envolvida nesse sistema de sobrevivência da
classe trabalhadora. Isto porque, em uma sociedade capitalista a única forma de acessar aos direitos
essenciais e todos os demais é por meio do dinheiro. E, por conseguinte, o dinheiro só é acessado por meio
do trabalho que, por sua vez, vive um contexto de precarização e inseguridade social.
Portanto, com acesso restrito à renda e aos bens de consumo e sobrevivência, a vida do trabalhador fica cada
vez mais precária e os direitos humanos e sociais (dentre outros) ficam cada vez mais distantes. Isso na prática
reverbera em acesso limitado à educação, à alimentação, ao transporte, à segurança e ao desenvolvimento
como um todo.
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 Reflita
Imagine que você é um assistente social que atua no Poder Judiciário e a você foi incumbida a missão de
fazer um estudo social para averiguar se determinada família tem condições de manter a guarda dos
filhos. Vamos considerar ainda que a família é composta por duas crianças, de três e seis anos,
respectivamente, estão em acolhimento institucional e dependem deste laudo para voltar para sua
família ou serem designadas para a adoção.
No histórico de atendimento, você tem as informações de que os pais foram negligentes por não
matricularem as crianças na educação infantil e básica, além de terem sido encontradas em um precário
estado de higiene e organização da casa. Por fim, é importante mencionar que os pais são trabalhadores
informais, os quais vendem balas em semáforos e vivendo em um pequeno barraco na periferia de São
Paulo.
RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO
É importante termos em mente que o assistente social trabalha intervindo na realidade das pessoas que
atende e, por conseguinte, impacta na vida das pessoas diretamente. Entretanto, o que difere e legitima a
intervenção profissional de uma intervenção qualquer é a dimensão técnica que compõe a profissão.
Sabemos que historicamente o Serviço Social surgiu com fortes bases religiosas e moralistas, pautadas na
regulação e na adequação do sujeito à sociedade que era taxada como exemplo. Isso evidenciava uma prática
profissional que culpabilizava o indivíduo por viver as expressões da questão social, taxando-o de
desajustado, pouco esforçado ou pouco trabalhador etc.
Ao longo do tempo, o Serviço Social vem reafirmando suas bases teóricas e está apoiado em leis (de
regulamentação da profissão, de direitos da criança, do idoso, direitos humanos) e reforçando o
entendimento de que as expressões da questão social são produção social do capitalismo e o Estado tem
responsabilidade nas seguranças a serem afiançadas à população. 
Sendo assim, é importante termos em mente que nossa prática profissional se dá por meio das dimensões:
teórico-metodológica: em que a análise do profissional será capaz de traçar a estratégia a ser
desenvolvida para alcançar determinado objetivo, conhecimento das leis, capacidade de fazer leitura de
conjuntura etc.);
técnico-operativo: instrumentos de trabalho como: atendimentos domiciliares, particularizados, coletivos,
ações educativas, laudos, relatórios etc.);
ético-política: em que está comprometida com o código de ética profissional e com o projeto ético-político
do Serviço Social.
Neste sentido, todas essas dimensões contribuem para uma análise detalhada da situação mencionada e é
importante o assistente social se fazer algumas perguntas como: é a situação de pobreza que potencializa
essas negligências e a falta de acesso das crianças à escola? A casa apresenta condições precárias de
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organização, limpeza e higiene porque os pais não têm condições mínimas de acesso aos produtos ou têm
outro padrão e referência de organização em comparação ao padrão estético burguês? Existem vínculos
afetivos?
Enfim, para traçar um estudo social como um parecer (que faz a indicação ao juiz sobre o que seria favorável
para as crianças), é importante o assistente social saber que sua autonomia existe e sua opinião é subjetiva.
Portanto, para não cometer injustiças, é importante analisarmos a conjuntura e nos apoiarmos nas leis
(Estatuto da Criança e do Adolescente, nos direitos humanos, nos direitos sociais etc.) para podermos apontar
no laudo as violações do Estado (que não foi capaz de assegurar o mínimo para aquela família) e podermos
avaliar se as crianças correm risco ou só falta acesso aos seus direitos humanos e sociais (moradia digna,
escola, alimentação, convívio familiar etc.).
Por fim, é importante treinarmos nosso olhar profissional para não criminalizarmos a pobreza.
RESUMOVISUAL
Figura 1 | Linha do tempo dos Direitos humanos
Aula 1
REFERÊNCIAS
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obstáculos para garantir direitos sociais. Revista Serviço Social e Sociedade, n. 143, jan.-abr., 2022.
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Lumen Juris, 2012.
CAVALCANTI, C. A. M. et al. História moderna dos direitos humanos: uma noção em construção. João
Pessoa: Ed. UFPB, 2004.
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Aula 2
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FERREIRA, A. L. Trabalho, estranhamento e comunismo em Marx. Rev. Filogenese, v. 4, n. 1, 2011.
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Aula 3
ABÍLIO, L, C.  Uberização e plataformização do trabalho no Brasil: conceitos, processos e formas. Dossiê,
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ANTUNES, R. Capitalismo Pandêmico. São Paulo: Boitempo, 2022.
TIEZZI, A. Impacto do distanciamento social na convivência familiar e comunitária. São Paulo: Paulus
Social, 2021.
16/04/2025, 13:47 wlldd_241_u4_que_soc_ser_soc
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Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.
Aula 4
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