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IFPR – INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ Roteiro 1 – Revisão: Sistema MKS, instrumentos de medida e algarismos significativos. Lucas M. Passos Foz do Iguaçu 2015 Lucas M. Passos. Roteiro 1 – Revisão: Sistema MKS, instrumentos de medida e algarismos significativos. Relatório do experimento “Sistema MKS, instrumentos de medida e algarismos significativos” como parte dos requisitos para aprovação na disciplina Laboratório de Mecânica I, do curso de Licenciatura em Física do Instituto Federal do Paraná (IFPR), campus Foz do Iguaçu. Foz do Iguaçu 2015 Resumo Nesta série de experimentos foram utilizadas técnicas de instrumentalização, assim como os principais instrumentos de medida no Laboratório de Mecânica I, também se mostrou necessária à abordagem de algarismos significativos. Obtemos uma sequencia de medições em diversos materiais, variando com o tópico da pratica exigida, alguns desses se demonstravam semelhantes na forma, mas diferentes em relação ao material, com o objetivo de descrever sobre alguns fatores essenciais como peso, perímetro, entre outros. Introdução Medidas precisas podem resultar em resultados adequados para as atividades humanas. O seu interesse é tão grande que seu estudo é objeto de um ramo da ciência conhecido como Metrologia. Consiste no estudo do melhor método de obter a medição precisa de diferentes grandezas, estabelece as unidades de medição dessas grandezas aceitas universalmente e define critérios de apresentação das unidades internacionalmente aceitas. Sendo assim, para que os experimentos fossem realizados de maneira objetiva e satisfatória, foi necessário primeiro distinguir entre os conceitos de Grandeza Física e Dimensão Física. Grandeza física: é tudo aquilo que pode ser medido. As medidas podem ser feitas de forma direta (por instrumentos) ou indireta (utilizando expressões matemáticas). São exemplos de grandezas físicas: comprimento, massa, temperatura, velocidade, aceleração, etc. Dimensão física: está relacionada com o tipo de medição realizada. Por exemplo: dimensão de comprimento, dimensão de massa, dimensão de temperatura, dimensão de velocidade, etc. Objetivo Revisão do sistema MKS, utilização dos principais instrumentos de medida no laboratório de Mecânica I e do entendimento dos algarismos significativos. Experimento I – Determinando medidas de objetos e equipamentos do Laboratório de Física. I. Materiais e instrumentos: Tripé universal; Conjunto de massas; Bloco de madeira; Régua; Trena; Balança de precisão; Cronômetro; Paquímetro; (Imagem 1.0) Utilizado para medir comprimentos, espessuras e profundidades de orifícios com precisão de décimos de milímetros ou menos. O paquímetro possui duas escalas: uma fixa ou principal e a outra móvel. A escala móvel é chamada de escala de Vernier ou Nônio. Ela permite obter medidas menores que a menos divisão da escala fixa. Imagem 1.0 1: encostos; 2: orelhas; 3: haste de profundidade; 4: escala inferior (graduada em mm); 5: escala superior (graduada em polegadas); 6: nônio ou vernier inferior (mm); 7: nônio ou vernier superior (polegada); 8: trava II. Procedimentos: (a) Medidas em três dimensões: Múltiplos e Submúltiplos do Metro Além da unidade fundamental de comprimento, o metro, existe ainda os seus múltiplos e submúltiplos, cujos nomes são formados com o uso dos prefixos: quilo, hecto, deca, desses, centi e mili. Observe o quadro: Múltiplos Unidade Fundamental Submúltiplos Quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro Km hm dam m dm cm mm 1.000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m Tabela 1.0 Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distâncias. Para medidas milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos: mícron (µ) = 10-6 m angstrom (Å) = 10-10 m Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano): Ano-luz = 9,5 · 1012 km O pé, a polegada, a milha e a jarda são unidades não pertencentes ao sistema métrico decimal, são utilizadas em países de língua inglesa. Observe as igualdades abaixo: Pé = 30,48 cm Polegada = 2,54 cm Jarda = 91,44 cm Milha terrestre = 1.609 m Milha marítima = 1.852 m Tabela 1.1 Observe que: 1 pé = 12 polegadas 1 jarda = 3 pés Com auxilio de uma régua escolar tradicional, efetuamos medidas das dimensões de um bloco de madeira, geralmente utilizado para medir atrito, após essas medições com a régua, também utilizamos um paquímetro para comparar os valores encontrados, os resultados obtidos estão registrados na Tabela 1.2. Profundidade Largura Altura Unidade de comprimento mm cm m mm cm m mm cm m Régua 80,5 8,05 0,0805 50,5 5,05 0,0505 37 3,7 0,037 Paquímetro 81 8,1 0,081 50,8 5,08 0,0508 37 3,7 0,037 Tabela 1.2 Podemos notar que existe uma variação de ± 0,05cm, essa diferença é explicada pelo nível de precisão do instrumento de medida utilizado. Consideramos até duas casas decimais para centímetro (a medida a ser convertida posteriormente), devido a irrelevância de maior precisão e também pela análise visual. (b) Determinando a massa de objetos: Relações Importantes Podemos relacionar as medidas de massa com as medidas de volume e capacidade. Assim, para a água pura (destilada) a uma temperatura de 4ºC é válida a seguinte equivalência: 1 kg <=> 1dm3 <=> 1L São válidas também as relações: 1m3 <=> 1 Kl <=> 1t 1cm3 <=> 1ml <=> 1g Observação: Na medida de grandes massas, podemos utilizar ainda as seguintes unidades especiais: 1 arroba = 15 kg 1 tonelada (t) = 1.000 kg 1 megaton = 1.000 t ou 1.000.000 kg Para a execução dessa medida, selecionamos um pequeno conjunto de três massas e um cilindro de alumínio. Com a balança de precisão medimos a massa total do conjunto de três peças (é sabido que em um estado de repouso em relação ao chão o que medimos em uma balança vem a ser a força normal, ou, força de compressão, mas para o experimento em questão, trataremos como medida de massa), depois medimos separadamente o cilindro de alumínio, obtendo o seguinte resultado: Objeto Unidades de massa (mg) (g) (Kg) Conjunto de três peças 200000 200 0,2 Cilindro de alumínio* 463000 463 0,463 Tabela 1.3 * Cilindro de alumínio Consideramos o valor de incerteza como sendo ± 0,002Kg Aqui, vale ressaltar que a unidade fundamental de massa chama- se quilograma. O quilograma (kg) é a massa de 1dm3 de água destilada à temperatura de 4ºC. Apesar de o quilograma ser a unidade fundamental de massa, utilizamos na prática o grama (g) como unidade principal de massa. (c) Realização de uma medida de tempo Para essa etapa do experimento, utilizamos novamente o conjunto de massas do item anterior, parar efetuar a medida de tempo de cada oscilação de um pêndulo simples. Montamos o sistema utilizando massas entre 100g e 200g. Após isso, ajustou-se o suporte na bancada do laboratório, deslocamos a massa num ângulo aleatório (sabemos por meio de experimento anterior, que o tempo de oscilação independe do ângulo e sim de comprimento do fio) e colocou-seo pêndulo para oscilar. Com um cronômetro, medimos o tempo de 10 oscilações e anotou-se o resultado na tabela 1.4. Massa (g) Oscilações Tempo (s) (min) (h) 200 10 17,19 0,2865 4,77x 150 10 17,13 0,2855 4,75x 100 10 17,06 0,2847 4,73x Tabela 1.4 Consideramos o valor de incerteza como sendo ± 0,0008s Experimento II – Determinando medidas de folhas de papéis I. Materiais e instrumentos: Papel sulfite (formato A4); Régua; Paquímetro; Balança de precisão; II. Procedimentos: (a) Determinando o comprimento, a largura e a espessura de uma folha de papel: Nessa etapa, utilizamos a régua para obter a medida de comprimento e largura, já para calcularmos a espessura da folha, foi preciso recorrer ao paquímetro, uma vez que a régua não nos fornece precisão suficiente, ainda assim, notamos que a folha apresenta uma espessura, relativamente, muito pequena. Elaboramos um método alternativo para chegar a uma medida indireta, e então calcular a medida real. O método consistiu basicamente em duas alternativas de mesmo caráter, primeiro, dobramos a folha algumas vezes para alcançarmos 8 (oito - número que se demonstrou suficiente para uma medida no paquímetro) folhas sobrepostas; a segunda forma, ao invés de dobrar as folhas, consistia em utilizar mais folhas de mesmas proporções, vindo a ser equivalente ao número de dobras do método anterior, após obtermos a medida no paquímetro, podemos dividir o valor encontrado pelo número de folhas utilizadas; os resultados obtidos foram registrados na tabela abaixo: Comprimento Largura Espessura mm cm m mm cm m mm cm m 297,1 29,71 0,297 210,2 21,02 0,210 0,1 0,01 Tabela 2.0 Consideramos o valor de incerteza como sendo ± 0,2mm Comparamos com os valores obtidos com as dimensões estipuladas pala ABNT, sendo que essa fornece os seguintes valores: FORMATO A4 – 297 mm X 210 mm. Consideramos então que, mesmo que haja uma pequena diferença, os valores encontrados foram satisfatórios, considerando a grau de precisão disponível pelo equipamento. (b) Determinando o volume e a densidade de uma folha de papel: Utilizando os valores obtidos anteriormente, calculamos o volume (V) e a densidade (D) da folha, sendo que: ab = área de base = comprimento x largura h = altura = espessura D = m = massa Para que fosse possível calcular o valor da densidade, foi preciso primeiro encontrar qual a massa da folha. Com o uso da balança de precisão encontramos o valor de 5g. Em seguida montamos a Tabela 2.1 Volume (cm³) Densidade (g/cm³) 62,45 Tabela 2.1 Experimento III – Determinando medidas de esferas I. Materiais e instrumentos: Esfera de vidro (imagem 3.0); Esfera de metal (imagem 3.1); Esfera de isopor (imagem 3.2); Paquímetro; Balança; Imagem 3.0 Imagem 3.1 Imagem 3.2 II. Procedimentos: (a) Determinando a medida de massa, diâmetro, volume e densidade de cada esfera: Foi utilizado o instrumento paquímetro para executar a aferição da medida do diâmetro, em seguida com o auxílio da balança de precisão, obtemos a medida das massas, sendo que para esta, foi necessário utilizar um recipiente cilíndrico (no qual a sua massa foi descontada na medida da balança, mantendo a mesma calibrada). Esse procedimento foi necessário para calcular a massa de objetos menos massivos, assim como a esfera de isopor; uma vez que o equipamento estava devidamente preparado, adicionamos no recipiente esferas de mesmo material e volume equivalente, em quantidades n, superiores a 3 (três), para alcançarmos a medida de uma única esfera, dividimos a massa encontra pelo valor de n. Os dados coletadas estão representados na Tabela 3.0. Esfera de vidro Esfera de metal (maior) Esfera de metal (menor) Esfera de isopor (maior) Esfera de isopor (menor) Massa (g) 5 20 2 1,5 1,5 Diâmetro (cm) 1,60 1,70 O,95 3,51 2,57 3,45 2,55 Volume (cm³) 2,14 2,57 0,44 22,64 8,88 21,50 8,68 Densidade (g/cm³) 2,33 7,78 4,54 0,066 0,168 0,069 0,172 Tabela 3.0 OBS: O fato das esferas de isopor apresentarem um formato levemente irregular tornou necessário a aferição de mais de uma medida com esferas diferenciadas e de mesmo material, sendo que essa observação pode ser feita com o paquímetro, uma forma alternativa para observar essa irregularidade foi traçar seu contorno em uma folha de papel e em seguida utilizar um compasso. Experimento IV – Determinando medidas em corpos com geometrias diferentes I. Materiais e instrumentos: Bloco de madeira; Cilindro de calorímetro, cobre; Paquímetro; Balança de precisão; II. Procedimentos: (a) Realizando medidas de massa, volume e densidade de cada corpo: Nessa ultima etapa de experimentação, utilizamos um cilindro de bronze e um bloco de madeira, efetuamos as medias de massa com o auxilio da balança de precisão; para chegarmos ao real valor do volume dos mesmos, a utilização do paquímetro foi indispensável, sendo que o cilindro apresentava uma pequena lacuna no seu centro (imagem 4.0) em relação ao diâmetro. Imagem 4.0 Abaixo, na Tabela 4.0, estão representados os dados obtidos: Cilindro de cobre Bloco de madeira Massa (g) 1.030,00 83 Volume (cm³) 171,80 152,25 Densidade (Kg/cm³) 5,99 0,54 Tabela 4.0 Vale ressaltar que para o cálculo de volume e densidade do cilindro, tivemos que subtrair o volume do vão central do volume total do cilindro, sendo respectivamente 11,02cm³ e 182,82cm³. CONCLUSÃO O experimento proporcionou uma ideia mais prática do uso e manipulação dos equipamentos de medição utilizados em laboratório, assim como foi possível aplicar em prática os conhecimentos adquiridos de erros de medidas e a utilização dos mesmos. Assim constatou-se que os erros de medidas podem influenciar no resultado, tendo em vista que é necessário o conhecimento das grandezas físicas e unidade de medidas do SI, além de saber diferenciar o equipamento adequado para o determinado tipo de objeto que se quer dimensionar. Conclui-se então, que ao realizarmos medidas, não é possível obter uma medida exata, mas podemos obter medidas precisas e próximas dos valores reais, levando em consideração os erros e técnicas de aproximação utilizadas nestes experimentos. REFERÊNCIAS Instrumentação para Metrologia Dimensional: Utilização, manutenção e cuidados – Mitutoyo do Brasil Indústria e Comércio Ltda. HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física 1: mecânica. Livros Técnicos e Científico.
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