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Joia Rara

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Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
1 
2º 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sari, Nassih, 
Jóia Rara, o diário de uma aprendiz – São Paulo 2010-12-22 
 
1. Dança terapêutica 
 
Este livro é um resumo dos exercícios e textos criados por 
Nassih para o melhor aprofundamento da pratica oriental 
de dançar com o ventre. Fica extremamente proibida sua 
cópia sem citação da autora. 
 
 
 Para ler todos os seus textos entre no blog - 
http://ventreemebulicao.blogspot.com/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
3 
 
 
 
 
 
Tradição Zen-Budista 
 
Mestre e monge andavam pelas montanhas, quando o 
mestre perguntou: 
- Sentes o aroma do loureiro? 
- Sim, eu sinto - disse o monge. 
- Então, nada tenho a te ensinar. 
 
 
 
 
 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
4 
Sumário 
1. Onde tudo começou ................. 5 
2. Primeiras aulas..........................7 
3. Exercícios.................................11 
4. Shimmie...................................15 
5. A teoria dos Shimmies..............27 
6. Nem todo passo é para você....36 
7. Teoria da musicalidade............44 
8. Anexos....................................52 
9. Perfil da autora.......................56 
 
 
 
“Na ânsia de dizer, atropelo o escrever”. 
Perdoem- me aquelas que irão ler. ”Nassih Sari 
 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
5 
1. Onde tudo começou 
 
Eram cinco horas da tarde quando olhei no relógio, 
passara o dia todo assistindo a aula complexa de dança 
de Nadia. Levantei do chão, acenei para ela e caminhei 
em direção à porta, era hora de voltar para casa. Dentro 
do ônibus, não pensava em outra coisa senão nos 
movimentos extraodinários que Nadia estava 
aprendendo, a dança do ventre parecia ser algo que 
jamais faria, a vida prega peças. 
Segunda-feira era um dia como outro qualquer, ir para a 
faculdade, estudar, trabalhar e controlar a insana 
ansiedade. A maioria das minhas amigas não acreditava 
que eu estava preste a abandonar tudo para ir estudar 
em outro país, elas não conheciam meu sonho e minha 
persistência em alcançá-lo. Dublin, Irlanda este seria 
meu país durante o próximo ano. 
Finalmente o tão esperado dia chegou, de malas 
prontas e animada, entrei no avião sem olhar para trás. 
No primeiro dia de aula, descobri que o nome Irlanda 
significa Éire, uma deusa que de acordo com a mitologia 
céltica teria ajudado os gaélicos a conquistar a Irlanda, 
ela é uma das três rainhas dos Tuatha Dé Danann. Eu 
ainda não sabia, mas a Irlanda e seus mitos 
transformariam minha vida. 
No dia seguinte, quando cheguei à sala de aula, os 
dados do meu destino começaram a rolar. 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
6 
Durante meu intercâmbio, a Irlanda foi preenchendo 
um pequeno vazio, a cada dia que passava o contato 
com seus mitos e com a grande mãe intensificada minha 
busca pelo significado da vida. 
Quando voltei ao meu país, eu já não era mais eu, 
depois de um ano morando fora e vendo o mundo com 
outros olhos, não era de se estranhar que perdera todas 
as minhas amigas. Sentindo-me sozinha em na 
multidão, decidi fazer alguma coisa. 
Um belo dia, andando pelas ruas de São Paulo, me 
deparei com um anúncio: Entre em contato com as 
Deusas, Faça Dança do ventre! A mesma sensação de 
bem estar que senti na Irlanda tomou conta de mim, 
senti saudades de algo que supostamente não conhecia. 
No dia seguinte com a cara e a coragem, procurei a tal 
aula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
7 
2. Primeiras aulas 
 
Minhas primeiras aulas foram um desastre total, não 
conseguia me soltar, tinha vergonha de puxar conversa 
com as outras alunas, me senti ainda mais perdida. 
Porém um belo dia tudo mudou, depois da aula, a 
professora passou um exercício que nada tinha haver 
com a dança. 
Primeiro exercício: 
Escreva em um papel quatro coisas que são 
relacionadas á você nos seguintes tópicos: uma palavra, 
um objeto, um animal, uma essência. Depois faça uma 
colagem usando as descrições. 
Não conseguia pensar em nada, perguntei a professora 
se poderia trazer o exercício na próxima aula e ela 
respondeu: 
- Sofia, só a colagem é para ser feita em casa, as 
relações são para escrever agora. 
Como poderia escrever aquilo agora? Que tipo de 
exercício era aquele? Na intenção de fazer o meu 
melhor, pensei nas relações, respirei fundo e anotei as 
primeiras coisas que vieram a minha mente: 
Palavra=conflito, objeto=livro, animal=pinguim, 
essência= sândalo. 
 
 
 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
8 
 
A colagem ficou assim: 
 
 
Faça o mesmo exercício e depois continue a ler! 
 
Na aula seguinte a professora olhou para as colagens e 
perguntou: 
- Meninas, o que essa colagem tem haver com o seu 
feminino? 
Pasma, eu pensei: - Tem haver com minha timidez, 
minha vontade de ser amada, com o meu estilo e meu 
hobby... TEM TUDO A VER COM MEU MOMENTO 
ATUAL! 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
9 
Era incrível, como um simples exercício poderia me dar 
uma resposta tão complexa? Naquele momento 
descobri que tinha reencontrado algo perdido dentro de 
mim. 
Depois de feita a análise, a professora colocou uma 
música oriental, que por sinal era divina, e pediu para 
expressarmos tudo aquilo dançando. Foi um momento 
especial, mas devo confessar que não foi nada fácil 
expressar essa colagem dançando. 
Na aula seguinte, eu estava inquieta e perturbada, o 
que tudo aquilo tinha a ver com a dança? Qual é a 
origem dessa dança? Por que eu estava lá? 
As duas primeiras perguntas, perguntei a professora e 
essa foi à resposta: - Sofia, a Dança do ventre revive 
nossas raízes, desvela nosso feminino, ressalta nossa 
autoestima. Ao iniciarmos o aprendizado da dança, logo 
nos deparamos com ele, o espelho. Algumas de nós já 
estamos acostumadas a usá-lo, outras nem tanto, 
porém na aula, ele será seu mais fiel companheiro. 
Através dele, começamos a nos redescobrir, ficamos de 
frente com o nosso corpo em movimento, observamos 
nossas dificuldades, admiramos nossa beleza, 
contemplamos o nosso feminino. Depois de um tempo, 
em algumas de nós surgem várias autocríticas, 
inseguranças, inveja e conforme o tempo vai passando e 
nossa dança vai se desenvolvendo, tudo começa a ficar 
ainda pior, o ego, o estrelismo, a falsidade, o egoísmo. 
Quem nunca se deparou com uma bailarina de dança do 
ventre “metida”? Algumas mulheres vão ao limite, 
passando por cima uma da outra, sem nenhum respeito 
pela dança, é como se elas fossem às próprias Deusas 
encarnadas e os humanos têm a obrigação de cultuá-
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
10 
las, o superego entra em ação. E é aí que entra o 
autoconhecimento, a dança abre a nossa caixinha de 
Pandora. (Segundo o mito, Zeus para se vingar, criou 
Pandora, a primeira mulher, e enviou-a a Epimeteu, que a 
deveria tomar como esposa. Contrariamente ao que o irmão, 
Prometeu, lhe tinha aconselhado, Epimeteu aceitaria este 
presente vindo do Olimpo. Infelizmente, Pandora viria 
também com um objeto, uma caixa, no qual estavam 
contidos todos os males, dos quais a humanidade estava 
ainda liberta. Vítima da sua curiosidade, esta primeira mulher 
abriria a caixa libertando todos os males e deixando, 
curiosamente, um simples dom por libertar - a esperança.) O 
autoconhecimento é fundamental para desenvolver o 
amor por si mesma e fortalecer a autoestima. É muito 
difícil alguém se conhecer interiormente quando a busca 
está sempreno externo e sem falar que se autoconhecer 
sem saber quais são seus males é uma tarefa quase 
fantasiosa. Quando conseguimos reconhecer quais são 
nossos pontos negativos podemos mudá-los e com isso 
crescer como pessoa, só reconhecermos a luz quando 
sabemos o que é a sombra. A dança do ventre abre as 
portas para que esse processo aconteça tanto para 
reconhecer os pontos negativos quanto os positivos. É 
um aprendizado que exige perseverança, confiança e a 
esperança de que com o tempo, você saberá 
exatamente quem é o que quer, mas acima de tudo, 
você será realmente você! Está pronta? 
-Se eu estava pronta? Claro que não! 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
11 
3. Exercícios 
 
Exercício número dois 
No final da aula, recebemos da professora esta imagem: 
 
Exercício, escrever uma pequena história baseada na 
figura com começo e meio, que seria exatamente o 
momento em que a personagem foi “fotografada”. Faça 
o exercício e depois continue a ler! 
 
 
 
 
 
 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
12 
Minha pequena história: 
Conto: Lakira e o mago 
Escrito por Sofia Klen 
Durante aquele inverno lakira se preparou para tudo, 
menos para o que estava por vir. A vida em sua vila não 
era fácil, Gertu, o mago, estava sempre pronto para 
derrotar qualquer mulher que se atrevesse a dançar e 
lakira era uma das sacerdotisas de Zalia, sua dança era 
tanto sagrada e essencial como secreta. 
Naquela manhã Gertu iria destruir o templo sagrado, o 
povoado amedrontado abandonou a cidade. 
Lakira sabia que tinha que ficar e lutar. Gertu estava 
chegando cada vez mais perto de seu templo, o medo e 
ansiedade só acabaram quando Lakira descobriu o que 
teria de fazer para vencer o mago, Zalia lhe mandou 
uma mensagem, “Lembre-se que tudo começou com a 
dança da criação”. 
Quando Gertu chegou, Lakira estava pronta, com seu 
manto, suas flores e seu véu... Ao som da harpa 
misturado com o bendir, ela começou a dançar. 
O tempo parou, Gertu ficou imóvel, não conseguiu 
sequer levantar um dedo para usar sua magia... Tudo 
estava encantado. 
Terminada a música, Lakira foi ao grande lago 
agradecer a Deusa por sua conquista. 
Na aula seguinte, a professora pediu os contos e não 
comentou nada. Começou a aula ensinando o oito maia. 
Na aula seguinte, assim que entramos na sala, sentamos 
em círculo e a professora entregou os contos. 
No meu estava escrito: 
“O que você precisa mudar na sua vida? Analise seu 
conto e enfrente seus magos internos.” 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
13 
E lá estava eu mais uma vez chocada. A aula nesse dia, 
apesar do aroma de sândalo, da música árabe, do 
barulhinho hipnotizante das moedas dos nossos cintos, 
não conseguia me concentrar. Depois da aula, a turma 
toda foi tomar um café, ficamos conversando sobre a 
dança, sobre as aulas, sobre a professora, era a primeira 
vez em meses que conversa entre amigas, estava feliz! 
Na próxima aula... 
Exercício número três: 
Dividir a folha sufite em três partes e em cada uma 
desenhar: 
1. Como você acha que as pessoas vêem você. 
2. Como você se vê. 
3. Como você gostaria de se ver. 
Esse é complexo, meu Deus como vou desenhar isso? 
Pensei. Mas uma vez, respirei fundo, não dei bola para 
minha autocrítica e desenhei. Faça o mesmo. 
 
 
Feito o desenho a professora pediu para que cada uma 
explicasse o seu, fui à primeira: 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
14 
- Bom no número um (como você acha que as pessoas 
vêem você) eu desenhei, ou melhor, tentei desenhar, 
uma menina alegre e tímida, pois acredito que é assim 
que a pessoas me vêem; No número dois (Como me 
vejo) desenhei uma menina pensativa, cheia de idéias e 
fome de conhecimento; No três (Como você gostaria me 
ver) desenhei uma menina alegre, cheia de idéias, com 
fome de conhecimento e colocando para fora seus 
pensamentos. 
Uma a uma todas nós explicamos os desenhos, no final 
a conclusão da professora saiu sem pestanejar: - Por 
que vocês não conseguem colocar em prática como 
gostariam que as pessoas as vissem? 
Essa era nossa lição de casa, pensar sobre isto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
15 
4. Shimmie 
Aula seguinte era chegada a hora de aprender sobre os 
shimmies (movimento de vibração pélvica), antes da 
didática ela nos explicou toda a parte mística desse 
movimento. 
- Como vocês sabem a dança do ventre nasceu dos 
cultos a Deusas na época do matriarcado, época em que 
as mulheres detinham todo o conhecimento sobre a 
natureza, sobre a terra, sobre o contato com o oculto, 
com os deuses, sempre que precisavam agradecer, a 
dança era esse instrumento. Nessa época, a concepção 
de um filho era obra dos Deuses, o homem ainda não 
sabia que para a concepção realmente acontecer 
precisaria do encontro físico do feminino com o 
masculino. A concepção com os Deuses eram feitas 
através de rituais de dança, onde a mulher era 
fertilizada no exato momento em que o corpo atingia 
seu ápice, no movimento do shimmie. Na parte 
esotérica, o Shimmie pode equilibrar o chackra básico 
(para quem não conhece chakras são pontos de energia 
no corpo segunda a medicina indiana) ele é responsável 
pelo nosso aterramento, é através desse chakra que 
criamos e estimulamos a força ativa no cotidiano, sua 
cor é vermelha, seu elemento é a terra. Além da dança, 
podemos equilibrar esse chakra através da yoga ou 
então através do nome de Deus na religião islâmica. 
Deus tem vários nomes, os que são conhecidos por nós 
são os 99 nomes de Deus no alcorão, podemos usar um 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
16 
de seus nomes para também trabalhar a espiritualidade 
e esse chakra. 
AlRAZZAQU: O Dispensador; Aquele que nutre (O 
nutridor) 
(Alcorão XXII,58; XXXV,3; XXXIX,17; LI58; LXII,9; LXII,11) 
Já na filosofia persa segundo minha querida mestra 
Patrícia Bencardine, o corpo é dividido em triângulos, 
sendo que cada um deles é 
um caminho a seguir. O que 
usamos no shimmie é o 
primeiro triângulo, este 
meninas, continuou minha 
professora, é um desenho que 
fiz baseado nessa filosofia. 
Reparem que o primeiro 
triângulo é na base do corpo, 
ele é tridimensional, é 
estrutural, é o nosso 
aterramento. Esse formato é 
o podemos chamar de 
Dragon´s eyes, Olhos de 
dragão, que simboliza a 
Deusa tríplice, ele apareceu 
na época medieval em livros 
de magias para incorporar a proteção dos espíritos 
femininos. Como vocês podem ver, o shimmie é um 
movimento primordial que simbolicamente falando, é 
um exercício físico no qual podemos entrar em contato 
com o nosso eu interior.1 
 
1Livro: Os 99 nomes de Deus no alcorão , Gabriele Mandel, 
Editora Vozes 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
17 
Nossa depois de todo esse conhecimento, aprender a 
fazer o shimmie parecia mais sagrado do que nunca! 
Seguindo as instruções da professora - tínhamos que 
flexionar os joelhos, encaixar a pélvis, subir o tronco, 
relaxar o bumbum e alternadamente movimentar os 
joelhos, pronto esse era o sagrado shimmie. Nesta aula 
não tivermos exercícios extras, também nem precisava! 
Na próxima aula... 
Exercício número quatro 
Em uma folha de papel desenhe de um lado, o que 
representa para você o masculino e no outro o que 
significa o feminino. Faça o exercício e sua autoanalise. 
Lado masculino 
 
 
Lado Feminino 
 
 
Com duas perguntas a professora abriu minha mente 
para o porquê minha vida estava como estava: 
 - Sofia, Para você o lado masculino está ligado à 
ação/razão e o feminino a emoção? Você não acha isso 
muito básico? 
A aula para mim nestedia foi de total desconforto 
comigo mesma, ainda mais que trabalhamos os braços, 
 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
18 
que segundo a professora, estão diretamente ligados ao 
coração. 
Foi assim que ela começou a aula: Dançar com os braços 
não é uma tarefa assim tão fácil como parece, no 
passado, os braços eram moldurados, hoje em dia a 
criatividade e a interatividade dos braços são essenciais 
para que a dança seja completa. 
Para começar vou falar um pouco da fisiologia: 
Ombros - permite uma mobilização com grande 
amplitude de braço. 
Cotovelo - flexão e extensão permitiram o membro 
superior dobrar sobre si mesmo ou estender-ser. 
Mão - a mão se une ao antebraço pela região do corpo, 
o antebraço forma com o corpo o punho. 
Segundo o livro, 'Cure seu Corpo', os braços representam 
a capacidade e a habilidade de abraçar as experiências 
da vida; O padrão de pensamento deve ser: Eu abraço 
minhas experiências com carinho, facilidade e alegria! 
Na filosofia Indu, os braços fazem parte do chakra 
Anahata, chakra do coração e é nesse local no corpo 
onde reside o amor cósmico; Anahata significa 
“espontâneo". 
Tudo isso é lindo, mas para que serve? O que tem a ver 
com a dança? 
Te digo, são os braços que contam a história, que 
traduzem, que passam o sentimento da dança, temos 
que deixar a energia fluir, que adquirir leveza ( com a 
postura certa e com o treino certo, os braços vão 
ficando cada vez mais leves), que abrir nossos corações 
e sentir a música através dos braços. Faça o teste, dance 
somente com os braços e perceba a diferença! 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
19 
Ela colocou uma música lenta e dançamos livremente 
somente com os braços, foi uma experiência 
maravilhosa. 
 
Na próxima aula... 
Exercício número cinco 
Escrever em uma folha de papel o que você mais ama e 
o que mais odeia. Feito isso dançar com uma música 
suave o amor e com uma música marcante o ódio. 
O que mais amo – dançar, ler, dormir, vida, alegria, boa 
companhia, flores, tulipa, filmes, namorar, família, 
Deus, viajar, animais. 
O que mais odeio – fingimento, falsidade, perigo, medo, 
grosseria, comercial de televisão, acorda cedo, dormir 
cedo, briga familiar, ignorância. 
Escrever foi fácil, dançar foi outra história. Para a dança 
do “amo” escolhi uma música lenta árabe, para a dança 
do “odeio” um derback. 
Por incrível que pareça dançar o que amo foi 
extremamente difícil, o que isso significava? Na 
próxima aula perguntei para a professora e ela 
respondeu com outra pergunta: - Qual é sua rotina? 
Você tem feito coisas que gosta? 
- Não é possível que com uma simples dança eu possa 
analisar minha vida. Disse para professora. 
- Essa não é uma simples dança Sofia. Respondeu ela. 
Na próxima aula depois da aula no relaxamento... 
Exercício número seis- Meditação ativa 
Feche os olhos e respire fundo. Imagine um velho baú 
com um tampo pesado. Veja-se levantado a tampa. 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
20 
Coloque dentro do baú todos os seus aborrecimentos, 
medos, irritações, frustrações, raiva, dor e timidez 
depois feche o baú. 
Depois dessa aula, fui para casa mais leve. 
Na próxima aula... 
Exercício número sete. 
Desenhe um cálice e coloque dentro dele tudo o que 
representa você. 
Assim que acabei este desenho do cálice, disse para a 
professora que iria refazer, pois o desenho estava 
horrível, mas ela, como sempre, me passou mais um 
aprendizado: - Sofia, a perfeição não existe, ela foi 
inventada por aqueles que idolatram a frustração. 
Bom depois dessa, não fiz outra coisa senão entregar 
esse desenho mesmo! 
 
 
Depois de todos os desenhos entregue, ela começou a 
contar sobre o simbolismo do cálice: 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
21 
- Meninas, o cálice representa o ventre feminino. É nele 
que os homens bebem seu liquido mais sagrado, a 
essência mais pura da alma, nosso eu. Por isso, ele deve 
ser sempre reverenciado e respeitado. Devemos sempre 
pensar de forma positiva, ir sempre à busca do 
autoconhecimento, da iluminação, do desapego, do 
amor. Dentro do nosso ventre, deve sempre estar 
presente à energia da Deusa, do culto ao feminino, 
nunca podemos deixá-lo vazio, sem conteúdo, o 
universo é perigoso e muito misterioso, a gente nunca 
sabe que tipo de energia ele vai preencher o vazio, não 
podemos arriscar. Tudo o que pensamos e desejamos 
vai direito para o ventre, a dança ajuda a liberar 
energias ruins ou estagnadas, desde que elevamos 
nosso pensamento e aprofundamos nossos estudos. 
Não sei quanto minhas colegas, mas eu entendi muito 
pouco a explicação da professora sobre o ventre, ou 
melhor, sobre o cálice. Ao término da aula, perguntei 
mais sobre a energia da Deusa. 
- Sofia, disse ela, Adam McLean diz que a Deusa é um 
arquétipo eterno da psique humana. Ela sempre está ao 
nosso lado, mesmo quando desprezada, reprimida ou 
negada exteriormente. Ela se manifesta desde os 
primórdios da civilização e aparece na cultura 
contemporânea sob muitos disfarces. 
- Ainda não entendi. Disse desanimada. 
Ela continuou, - A Deusa é a energia Geradora do 
Universo, é associada aos poderes noturnos, a Lua, a 
intuição, ao lado inconsciente, a tudo aquilo que deve 
ser desvendado, daí o mito da eterna Ísis com o véu que 
jamais deve ser desvelado. No caso da lua, ela é 
relacionada, pois, a lua jamais morre, mas muda de fase 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
22 
a cada sete dias, representando os mistérios da 
eternidade e mutação. Por isso a Deusa é chamada de a 
“Deusa Tríplice do Círculo do Renascimento“, pois 
também muda de face, assim como a Lua, se mostra 
aos homens de três diferentes formas como: A Virgem, A 
Mãe e A Anciã. Ela já foi reverenciada em todas as 
partes do mundo sobre diferentes nomes e aspectos. Seu 
nome varia, mas, sempre foi venerada como o princípio 
feminino eterno e estático que está presente em tudo e 
incluso no nada. Ela é o poder do feminino que dá vida 
ao mundo e fertiliza a terra. 
- E o que a Deusa tem a ver com a dança do ventre? 
Nesse dia resolvi insistir! 
A professora respondeu: - Nas antigas religiões o culto 
da deusa era praticado pela maioria dos povos. A Dança 
fazia parte dos cultos. Alguns movimentos eram muitos 
parecidos com os da dança do ventre, Segundo Lucy 
Penna a criação desses movimentos e dançando os seres 
se identificavam com a eterna roda da vida, aprendiam 
a compreender como foi feito o universo e podiam 
constatar no seu centro a chama criadora que move em 
cada um. 
A dança era um instrumento para “alcançar” os deuses, 
deusas, a luz, a consciência. Com o passar dos tempos e 
com o fim da religião antiga a dança foi adaptada para 
ser executada como simples forma de divertimento, 
todo o conceito da prática religiosa foi sendo esquecida 
e sofreu um enorme preconceito, um exemplo disso é o 
relato na bíblia de Salomé. 
A sua relação com a deusa e a deusa em si foi sendo 
substituída por conceitos impostos por aqueles que 
comandavam os novos tempos. Sua banalização foi 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
23 
sendo enraizada. Porém a marginalização não se teve 
por completa, alguns povos ou até mesmo algumas 
pessoas continuaram a acreditar nos ensinamentos do 
passado e de uns tempos para cá a relação com a deusa 
vem sendo revivida e através da dança do ventre ela 
vendo sendo explorada e divulgada, mas será que essa 
exploração está sendo positiva? O que diriam as 
sacerdotisas do templo? 
A dança do ventre faz com que nos tornemos deusas e 
com isso chegamos mais perto da matriz, da mãe, é um 
mergulhoem nós mesmas, é um encontro com nossa 
feminilidade. Segundo estudo de Patrícia Bencardine, os 
estados de consciência que podemos atingir da deusa 
através da dança do ventre são: 
• Danço porque sou a deusa; 
• Danço porque represento a deusa; 
• Danço porque sou uma parte da deusa; 
• Danço porque estou mergulhada na deusa. 
Cada mulher, bailarina precisa saber manifestar a deusa 
de sua própria maneira e consciência. 
“A jornada do herói trata de viver o próprio destino e 
não aquele que a sociedade define.” 
Vivenciar a Deusa é o reencontrar a verdadeira essência 
da mulher, a serpente tem uma simbologia muito 
interessante, ela vive trocando de pele, quando está se 
movendo está continuamente mudando sua forma e a 
cada ondulação ela troca sua imagem; uma cobra é um 
animal com mil formas e ainda assim é uma cobra, isso 
é vivenciar a deusa. 
Temos que estar sempre criando, mantendo e 
destruindo nossos pensamentos, nossos movimentos, 
nossa energia feminina, a energia da grande mãe e com 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
24 
isso transformando nossa dança do ventre em dança da 
deusa-mulher, do amor, da terra, da vida. 
Na próxima aula... 
Exercício número oito 
Dance livremente e logo depois desenhe o que vier a 
cabeça. Foi isto que me veio à cabeça: 
 
 
 
Obs. Você, minha querida leitora, está fazendo os 
exercícios junto comigo? Espero que sim! 
- Alunas, ontem falamos bastante sobre as Deusas. Hoje 
vou complementar falando um pouco de uma das 
Deusas mais conhecidas e faladas do mundo, Afrodite. 
A sala ficou ansiosa, um completo silêncio tomou conta 
do ambiente, atentamente escutamos a professora. 
- Muito se fala dessa deusa quando o assunto é feminino 
e dança do ventre, mas poucas sabem que seu mito 
quase não é vivenciado. No livro “As faces eternas do 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
25 
feminino” tem um parágrafo sobre o mito que é a chave 
do feminino de Afrodite: 
"Afrodite nasce como resultado de um ato violento de 
castração do pai, em função do excesso de rejeição que 
ele demonstra pelos filhos, frutos da sua união com 
Gaia. A deusa não vai ter contato direto com Gaia 
(nasce adulta) e acaba desenvolvendo um modo próprio 
de lidar com o masculino. É uma deusa extremamente 
poderosa, mas cuja maneira autônoma e livre de agir 
perturba a dinâmica patriarcal rígida. Ela pode ser 
considerada uma força primordial e mais antiga que o 
próprio Olímpio (...). Simbolicamente poderíamos dizer 
que ela é a imagem diferenciada de mulher que se 
separa da dimensão mais oceânica da figura materna.” 
Quem de nós tem o feminino tão puro que não é 
influenciado nem pela figura materna e nem pelas 
críticas masculinas? Afrodite, no meu ponto de vista, só 
é a deusa da beleza, do amor, da sedução porque seu 
feminino não foi castrado, não foi moldado e muito 
mesmo sufocado pelas forças opressoras masculinas. 
Essa parte do mito mostra ainda que é na fase adulta 
que devemos busca nosso feminino nos "livrando" das 
influências maternas e paternas. 
Temos a tendência de vivenciar tudo na superfície do 
ser, quantas mulheres dizem que trabalham o feminino 
na dança do ventre? Milhares! Quantas realmente 
desenvolvem esse feminino? Muito poucas e o motivo 
para isso é simples: ninguém pensa no mito, ninguém 
estuda o mito... Queremos comprar o frasco com a 
poção mágica de Afrodite e não percebemos que a única 
que pode fabricar essa poção é você mesma... Cada 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
26 
mulher tem sua própria receita, não se iludam o frasco 
mágico não está à venda! 
Se vocês gostam de mitologia, gostam de estudar o 
feminino, não deixem a inércia levar, parem, pesquisem, 
se empenhem, transformem suas vidas. Isso depende só 
de vocês, sua professora de dança, suas amigas, sua 
mãe, suas irmãs etc. podem ajudar, mas elas não são 
necessárias para que Afrodite entre na sua vida. Vá à 
busca que a deusa te encontrará 
Importante - Não faça ritual da deusa sem ir a fundo à 
análise de seu mito, antes de qualquer coisa para 
conseguimos um trabalho profundo e realmente eficaz 
relacionado às deusas, precisamos sair do raso e 
mergulhar com tudo nos mitos! 
Eu amo a dança do ventre, pensei comigo assim que a 
professora acabou de falar. Inspiradas, dançamos como 
nunca. 
Quando cheguei em casa, liguei o computador e 
comprei todos os livros citados pela professora, estava 
decida a ir fundo no meu aprendizado. A dança do 
ventre estava abrindo uma enorme janela para meu eu 
interno, a sensação, a princípio era de medo, depois de 
grande emoção. Ansiosa para a próxima aula fui deitar e 
quase não dormi. 
 
 
 
 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
27 
5. A teoria do Shimmie 
- Boa noite meninas, tudo bem com vocês? Perguntou a 
professora. 
- Tudo bem Profe e você como está? Perguntou Giulia. 
- Estou ótima, graças às deusas! Bom vamos começar 
aula de hoje? 
- Vamos. Respondemos em forma de coral. 
- Hoje vamos treinar muito o shimmie, por isso vou 
começar contando minha teoria sobre a origem deles. 
- O movimento mais expressivo da dança do ventre em 
minha opinião são os shimmies, sua execução exige da 
bailarina soltura de quadril, força, equilíbrio, 
alongamento, alimentação adequada ("barriga vazia = 
shimmie sem força") e muito treino. Cada cultura tem 
seu tipo de shimmie, mas porque o shimmie hawaiavano 
é executado com movimento circular da pélvis e o árabe 
é executado alternando os joelhos? 
A Classe permaneceu em silêncio e a professora 
continuou. 
- Levando em conta que em tempos muito antigos a 
dança era a representação da natureza, as mulheres 
observavam e reproduziam os movimentos da natureza 
em forma de dança para estabelecer uma comunicação 
com os deuses e deusas. Analisando a paisagem, a 
natureza dos países árabes, podemos dizer que muito 
provavelmente ao observar os ventos batendo em suas 
tendas, em seus rios ou em suas vegetações, esse 
movimento de tilintar foi reproduzindo em forma de 
shimmies alternando os joelhos. 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
28 
Já a paisagem, a natureza do Hawaii é totalmente 
diferente; Na base de sua cultura, estão os poderosos 
vulcões que com sua forma de funil e sua força 
efervescente inspiraram os movimentos circulares dos 
shimmies havaianos. Dito isso, vamos ao shimmie. 
Terminou sorridente a professora. 
Nada contra a teoria, mas que era difícil assimilar o 
movimento do shimmie sendo ele árabe ou havaiano, 
ah isso era! 
A teoria me fez pensar sobre a natureza, sobre os 
cultos, sobre as religiões e seus deuses. Pensei em 
Jesus, Buda, Maomé, Moises e seu contato com a 
natureza, com sua paisagem, com sua rotina e me 
perguntei: - Será isso pode ter contribuído em seus 
ensinamentos? Mesmo sabendo que dificilmente 
responderia esta pergunta, comecei uma pesquisa 
sobre o local de nascimento de cada mestre. Fiz 
descobertas incríveis, pesquise você também e depois 
me conta o seu resultado, meu e-mail é: 
sofiaklen@yahoo.com.br. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
29 
Na aula seguinte, Exercício número 9. 
Desenhe uma árvore que represente você e depois 
coloque três frutos que representem seus projetos de 
vida. 
 
Entreguei para a professora que me disse: - Um projeto 
é como uma semente pode demorar em virar uma 
árvore, mas depois que vira dará sempre frutos. 
Esta professora estava me saindo uma bela mestra zen, 
disse para minhas colegas que riram do comentário. 
Na próxima semana, teríamos um feriadão pela frente e 
não teríamos aula, a professora, como lição de casa, 
pediu para que assistíssemos ao filme Senhor dos anéis. 
Ela não quis dizer o porquê dessa lição, só disse paraassistimos o filme com bastante atenção. 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
30 
Na aula seguinte, depois do feriado, ela começou a aula 
perguntando sobre o filme. 
- Meninas o que vocês acharam do filme? 
Algumas de nós responderam que gostaram, outras que 
acharam muito longo, outras detestaram, mas algumas 
surpreenderam. 
- Professora, esse filme tem algum ensinamento para 
quem pratica dança do ventre, não tem? Perguntou 
Laura. 
- Tem sim Laura, fico feliz que você tenha notado. 
Respondeu a professora. 
Dito isso, ela começou a nos contar qual era o 
aprendizado: 
 
"O mundo está mudado. 
Eu sinto na água. 
eu sinto na terra. 
Eu farejo no ar. 
Muitos do que já existiu se perdeu, pois não há mais 
ninguém vivo que se lembre." (The Lord of the Rings, J.R.R. 
Tolkien). 
- Meninas, em 1937 quando Tolkien começou a escrever 
o livro Senhor dos anéis, não imaginava o sucesso que 
faria. Sua obra inspirou e inspira até hoje a arte, a 
música, os filósofos, os videogames, as companhias de 
danças. Eu sou fanática pela história e seus 
personagens, a ponto de fazer uma relação com as 
bailarinas de dança do ventre, loucura? Quase nada. 
Disse a professora rindo. 
 
 
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31 
- A relação dos personagens com a cultura pop e a 
filosofia é, no meu ponto de vista, o mais interessante 
do livro. Se compararmos os personagens com a dança, 
podemos concluir que o Hobbits (únicos seres capazes 
de carregar o anel) seriam as bailarinas iniciantes da 
dança do ventre, pois ainda estão puras, sem pré-
conceitos, sem egos, sem muita vaidade, elas são as 
únicas capazes de carregar a pureza da dança. Os 
senhores - anões, grandes mineradores e artífices dos 
corredores das montanhas, podem ser comparados as 
bailarinas que se empenham na dança, fazendo 
workshops, aulas diversificadas, criando e bordando 
suas próprias roupas, mineradoras e artífices da dança 
do ventre. Já as tal mestras, campeãs disso e daquilo, 
bailarinas com o tal padrão de qualidade, podem ser 
comparadas as raça dos homens que acima de tudo, 
desejam o poder. Os Gollum eu comparo com aquelas 
bailarinas que infelizmente se deixaram levar pelo 
poder negativo da dança, com egos inflados, 
necessidades extremas de palcos e aplausos, com a 
preocupação exagerada com o físico, a roupa, o cabelo, 
com o externo. Os Elfos, seres imortais, mais sábios e 
belos de todos os seres, não podemos comparar a 
ninguém nem a nada com relação à dança, pois para 
alcançar a sabedoria e a beleza, é preciso mudar e 
muito a maneira como encaramos a dança, a maneira 
como ensinamos a dança, a maneira como vivenciamos 
e pensamos a dança do ventre! 
O filme teve um novo sentido para mim, vou assistir 
novamente e olhar atentamente essas relações. Pensei 
comigo. Faça o mesmo. 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
32 
Na próxima aula... 
Exercício número 10 
Que parte do seu corpo você mais gosta? Por quê? 
Gosto dos meus olhos, pois eles me remetem a um 
lugar distante que um dia vivi. 
- Sofia, os olhos são as janelas para alma, seu feminino 
está ligado ao interno. Disse a professora com uma 
naturalidade ímpar. 
Eu, para variar, não havia entendido direito seu 
comentário então perguntei: 
- Sabe, Profe outro dia estava pensando no feminino, 
será que sabemos o que ele realmente é? Será que 
colocamos em prática? E conclui: Em um busca rápida 
pela Google não achei nada que explicasse ou defini-se 
o feminino, achei umas coisas complexas como Jung e 
os arquétipos, Freud e o histerismo, então afinal o que é 
o feminino? 
A professora com uma calma invejável respondeu: 
- Talvez o feminino seja a emoção, a sensibilidade, a 
beleza, a intuição, a compreensão, a delicadeza, a 
sensualidade, o amor materno incondicional, o 
entendimento e a complexidade. Todas nós temos um 
pouco de cada um desses adjetivos, no passado fomos 
obrigadas a "guardar" essa energia, a "guardar" o 
feminino, aí o que aconteceu? Algumas polarizaram e 
outras o mantiveram trancado e outras foram obrigadas 
por conceitos religiosos, a reprimi-los. Por isso hoje se 
fala muito do feminino, temos mesmo que liberar essa 
energia, temos que voltar a usar a intuição, a 
delicadeza e todo o resto que completa nossa alma e 
devemos fazer isso sem culpa, sem medo, sem 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
33 
preconceito. Ser mulher não se resume a tarefas, nem a 
trabalho, nem a maternidade, ser mulher é muito mais 
complexo e desafiador que isso... Não permita que 
ninguém, seja pai, irmão, tio, namorado, marido, chefe, 
amigas, família, religião tirem ou abafem você, Lute 
sempre, pois chegará o dia que nossas filhas serão 
livres. 
Na mesma aula... 
Exercício número 11 
Qual a maior qualidade e o maior defeito de sua mãe? 
Depois de responder, compare com as suas qualidades 
e defeitos. 
Este exercício levei para casa, era muito complexo para 
fazer em aula. 
Na aula seguinte, com o exercício feito, hesitei ao entrar 
na aula, no fundo tinha medo daquele exercício. 
- Meninas foi difícil fazer o exercício 11? Perguntou a 
professora. 
Respondemos que sim. Ela começou a aula com a 
resposta do meu exercício. 
Mãe - Maior qualidade/ facilidade em perdoar, maior 
defeito/ ser muito passiva. 
Eu - Maior qualidade/ paciência, maior defeito/ não 
saber se expressar. 
Comparação- Acredito que a facilidade em perdoar seja 
como a paciência, difícil de ser alcançada. Por um lado, 
a paciência tem limites, já o perdão não. Defeitos- ser 
passiva e não saber se expressar no fundo são as 
mesmas coisas, aquela que não sabe se expressar e é 
passiva, será sempre manipulada. 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
34 
- Muito bem Sofia, você está de parabéns. - Meninas, 
para um verdadeiro autoconhecimento precisamos nos 
aprofundar também na personalidade de nossos 
familiares. Completou a professora. 
Ela continuou: - Falando de aprofundar, vocês sabiam 
que assim como no autoconhecimento, a dança também 
tem suas artes complementares? 
Surpresas, ficamos atentas a sua explicação. 
- Em qualquer forma de arte existe a arte que aprimora, 
que completa seus conhecimentos. Por exemplo, um 
espadachim deve praticar a caligrafia, um arqueiro deve 
praticar a respiração, um lutador deve praticar a dança, 
uma bailarina de tribal fusion deve praticar yoga e uma 
bailarina de dança do ventre deve praticar o 
autoconhecimento. Mas no que ajuda? 
Quando um espachim pratica a arte da caligrafia, ele 
aprimora os movimentos do pulso, cotovelo e ombro. 
Quando um arqueiro pratica a arte da respiração, ele 
aprimora o controle da direção da flecha. Quando uma 
bailarina de tribal pratica Yoga, ela aprimora seu 
alongamento facilitando os cambres e ondulações. 
Quando uma bailarina de dança do ventre pratica o 
autoconhecimento, ela aprimora o entendimento 
corporal e emocional facilitando o aprendizado. "Tolo é 
aquele que coloca sua arte em uma concha." 
Nessa aula, além de aprender o camelo (ondulação 
corporal), discutimos sobre nosso autoconhecimento. 
 
 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
35 
Exercício número 12- Meditação ativa 
Imagine que você está mergulhando em alto mar. No 
fundo, você encontra vários objetos e escolhe alguns 
para trazer a superfície. Feito isso, desenhe em um 
papel ou corte e cole em uma folha os objetos que você 
escolheu. Faça você também. 
 
- Sofia, o que você acha que esses objetos significam? 
Perguntou a professora. 
- Não sei bem, mas acho que a bola significa que quero 
fazer com que as coisas “rolem”, o vestido que preciso 
sair mais para me divertir, a caixa que ainda tenho 
muito segredos para revelar e o livro que talvez as 
respostas estejam no estudo, noaprofundamento do 
eu. 
- Você está cada vez mais penetrando no seu 
inconsciente, isso é muito bom. Disse a professora para 
minha alegria. 
 
 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
36 
6. Nem todo passo é para você 
Hoje faz um ano que estou aprendendo esta arte tão 
maravilhosa chamada dança do ventre. Cada mês que 
passou, descobri nos exercícios simples dado pela 
professora, mais sobre mim. Eu sabia que ainda tinha 
um longo percurso pela frente, mas descobrir que nem 
todo passo era para mim foi complicado. 
Na primeira aula do ano, aprendemos o tal shimmie 
Souhair, ou melhor, as meninas aprenderam, eu não 
conseguia de jeito nenhum fazer o tal passo. Com três 
aulas passadas sem conseguir executá-lo, eu estava a 
um passo de desistir quando a professora me disse: 
- Sofia, tirando o balé, todas as danças além de seus 
passos característicos, adicionam passos de outros 
estilos, passos pessoais, passos da moda. O shimmie 
Souhair é um exemplo disso, esse passo foi desenvolvido 
por uma bailarina, a Souhair. Aprender os passos 
tradicionais é essencial e obrigatório, porém todo o 
resto deve ser personalizado, um passo fica 
maravilhoso quando executado pela bailarina X, porém 
pode ficar ridículo quando executado pela bailarina Y. 
Por isso, bato tanto na tecla de que cada corpo dança de 
uma forma única, cada uma de nós tem uma 
personalidade, uma alma, tem um estilo de dançar! 
Aprenda tudo, dance apenas aquilo que naturalmente 
faz parte de você. 
 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
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Exercício número 13 
Desenhe a árvore de seus ancestrais. 
 
 
- Profe esse foi o melhor que consegui desenhar. 
- Sofia não importa o desenho, importa o exercício e seu 
empenho em realizá-lo. 
 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
38 
Na aula seguinte, entendemos o porquê da árvore. 
- Meninas, nos arquétipos2 podemos entender melhor 
nossos desafios, assim como na vida, a dança do ventre 
é recheada de arquétipos. Para citar alguns: Grande 
mãe - professoras que têm a tendência de tratar as 
alunas como filhas ou alunas que inconscientemente 
querem ser tratadas como filhas. Herói - bailarinas que 
a todo custo querem vencer. Dragão - bailarinas, 
professoras ou alunas que adoram "devorar" umas as 
outras. Mas hoje não vou comentar sobre estes 
arquétipos, no pequeno grande mundo da dança do 
ventre, as deusas e a busca do feminino são assuntos 
recorrentes, então vou primeiro comentar o arquétipo 
da Deusa - Mulher - Perséfone, Mulher - Deméter, 
Mulher - Ártemis, Mulher - Atena, Mulher - Afrodite, 
Mulher-Hera, Mulher-Héstia. A dança do ventre por si 
só já exalta em nós, um dos aspectos da deusa, porém 
esse aspecto precisa ser entendido e compreendido. 
Toda essa facilidade no encontro com o feminino 
sagrado gera muita confusão, pois muitas trabalham o 
feminino na dança através somente do externo, em ser 
bela, a dança pode e deve ir, além disso, só quando 
aprofundarmos o estudo, a análise, a crença e o 
aprendizado podemos dizer que a dança é uma das 
ferramentas que resgatam o feminino sagrado. Fiquem 
atentas, o simples fato de praticar a dança não significa 
 
2 O arquétipo constitui um dos conceitos básicos da teoria 
junguiana e expressa a existência de uma energia psíquica 
primordial, que está presente como potencial inerente á toda 
raça humana. Teresa e Vitória 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
39 
trabalhar o verdadeiro aspecto da deusa, do feminino, 
para isso você precisa querer ir mais afundo. "Os 
mistérios da mulher estão no corpo e na psique." 
Yogini.com. Vocês devem buscar e pesquisar sobre os 
arquétipos familiares, o como “funciona” sua família, 
vai determinar como você “funciona”. 
No final da próxima aula... 
Exercício número 14 – Meditação Ativa 
Imaginar-se atravessando um riacho bem límpido. Você 
deixa na margem uma sacola com todas suas 
preocupações, feito isso você entra nas águas e flutua 
limpando sua aura. 
Hoje aprendemos a dançar com as taças. 
- Meninas, dançar com taças é ter em mãos o poder do 
fogo, o poder da luz, da vida, do amor, da Deusa. Sua 
origem pode não ser oriental, mas tenho certeza que 
sua representação e todo o seu simbolismo são 
baseados nas filosofias orientais, por isso temos que 
deixar o fogo da vela entrar em sintonia com o nosso 
fogo interior e dançar com toda nossa alma. 
- Profe, qual a origem da dança das taças? Perguntou 
Marta. 
- Marta, não se sabe ao certo, mas talvez a origem das 
taças seja americana. Não existem relatos de bailarinas 
árabes dançarem com as taças, o candelabro é a única 
dança com velas que se tem registro no oriente. A 
origem mais provável seja que as americanas ao ver a 
dança do candelabro, tenham feito uma adaptação para 
a taça por ser mais “prático”. 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
40 
 
Exercício número 15 
Qual é seu ponto fraco? Do que você tem inveja? Do 
que você tem medo? Escrever em um papel e desenhar. 
Nesse exercício eu tinha que perguntar: - Professora, 
mas porque temos que desenhar? 
- Sofia, ao desenharmos concretizamos o pensar. 
Na aula seguinte trouxe o desenho. 
Meu ponto fraco – Expressão. 
Do que tenho inveja – De uma boa 
postura ao dançar. 
Do que tem medo – de não poder 
dançar. 
Poxa por que quando paramos e nos 
concentramos em nós, conseguimos 
descobrir coisas que na correria do 
dia a dia passam despercebidas? 
A partir desse dia, vou meditar sobre 
mim pelo menos uma vez por dia. 
Atrás do desenho, a professora escreveu as seguintes 
dicas: 
- Sofia, vamos combinar que a dança do ventre não é 
algo simples de aprender, além de aprender a 
movimentar trocentas partes individuais do corpo, 
temos que aprender a unir esse movimento corporal, 
com a música e com a expressão. Como fazer isso de 
forma harmônica e natural? Talvez a expressão seja 
uma mistura de naturalidade e entrega na música 
parece fácil de fazer, mas infelizmente a expressão é 
como o shimmie quanto mais treinamos mais solto fica! 
A bailarina sem a percepção do corpo sua dança não 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
41 
passa de uma dança qualquer, por isso resolvi colocar 
aqui um aprendizado super simples dividido em três 
partes que irá ajudar a percebermos realmente o corpo. 
1º A respiração zen: ela é muito mais lenta e os 
movimentos respiratórios são controlados pelos 
músculos do abdômen inferior e não pela musculatura 
do peito. 
2º A Postura: a postura correta facilita a respiração 
correta que facilita movimentos corretos, que facilita 
uma dança correta! 
3º A concentração: temos que aprender a concentrar só 
assim escutaremos a música, sentiremos os movimentos 
acontecendo e conseguiremos nos entregar 
verdadeiramente a dança sem se preocupar com a 
platéia, com o estrelismo, com o narcisismo e outras 
cositas mas. Para treinar basta você contar a respiração 
de um á 10 e retornar ou então usar o Koan. 
Um koan é uma narrativa, diálogo, questão ou 
afirmação no Zen-Budismo que contém aspectos que 
são inacessíveis à razão. O koan tem como objetivo 
propiciar a iluminação do aspirante zen-budista. Um 
koan famoso é: "Batendo duas mãos uma na outra 
temos um som; qual é o som de uma mão?" o ato de 
responder fica sendo o foco de concentração. (tradição 
oral, atribuída a Hakuin Ekaku, 1686-1769). 
Na próxima aula... 
Exercício número 16 
Faça uma análise de como está sua comunicação com a 
dança e como esta comunicação pode melhorar? 
 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
42 
 
Minha comunicação com a dança, ainda está via 
telefone discado, mas tenho certeza que estou 
caminhado paraa comunicação via internet mega 
super-rápida! O posso fazer para melhorar? Estudar 
mais e ficar mais concentrada nas aulas. 
- Meninas, como a maioria de vocês responderam a 
pergunta dois com a mesma resposta, ou seja, uma 
melhor concentração, hoje vamos falar do melhor 
aproveitamento em sala de aula. 
 - Uma atitude simples pode melhor quase em 98% seu 
aproveitamento em sala de aula, basta não deixar 
ansiedade entrar com você para a aula. Preste a 
atenção na explicação da profe, tente realizar o 
movimento com calma, assim seu corpo tem maior 
chance de entendê-lo. Vejo muitas alunas simplesmente 
copiando o movimento, querendo entende-lo com uma 
rapidez de papa-léguas, quem tem facilidade, realmente 
entende o passo super-rápido, porém cada mulher tem 
uma dinâmica corporal que varia dependo da idade, das 
vivências, e até do estilo de vida que levamos. A calma e 
a persistência são os melhores remédios para as 
aprendizes de dança do ventre, respire fundo, observe o 
passo, escute a explicação, depois tente executá-lo. 
Pode ter certeza que seu desempenho irá melhor muito. 
E um conselho ainda mais valioso, não deixe caí na 
tentação da competição: “Ah todo mundo pegou o 
passo eu também tenho que pegar”, pensando assim, 
você nunca irá se superar, será apenas o Coiote do 
papa-léguas sempre correndo atrás e nunca 
conseguindo realmente alcançar seus objetivos. 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
43 
Lembrem-se, cada uma tem se próprio tempo respeite o 
seu, tenha paciência! 
Na próxima aula... 
Exercício número 17 
Faça uma meditação simples e crie um ritual usando sua 
intuição. Não se esqueça de fazer o mesmo. 
Depois da meditação, esse ritual veio a minha mente: 
Ritual Dance Deusa – vista uma roupa toda branca e um 
cinto rosa. Acenda uma vela branca e uma rosa pedindo 
á Deusa que você tem mais intimidade, equilíbrio para o 
seu feminino. Acenda um incenso de rosas brancas e 
coloque uma música alegre, mas não muito rápida e 
dance pensando na Deusa até a música acabar. 
Nossa foi muito lindo esse ritual, minha profe é 
realmente uma mulher especial, sem ela não travessaria 
as barreiras do meu eu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
44 
 
7. Teoria musicalidade 
Na próxima aula falamos dos instrumentos musicais e os 
ritmos de cada região. 
- Queridas, durante uma de minhas aulas, uma aluna 
me perguntou: Qual a diferença do tambor africano 
para o árabe? Expliquei, mais decidi ir além. 
Pesquisando sobre a história da música e dos 
instrumentos, percebi que existem várias teorias e várias 
versões. Algumas teorias: MESOPOTÂMIA3 - 
Atualmente, o Tigre e o Eufrates atravessam um país 
seco e pedregoso, o Iraque. Mas, à seis mil anos, a 
Mesopotâmia era muito fértil: não era pois necessário 
que toda a gente cultivasse a terra e criasse gado. 
Alguns habitantes tornaram-se artesãos: fabricavam 
ferramentas, ornamentos, armas; outros se tornaram 
chefes ou legisladores, soldados, padres, outros ainda 
músicos. Nos templos das grandes cidades, os padres 
esforçavam-se por agradar ás terríveis divindades da 
fome, do fogo e das inundações. A música representava 
um papel importante nos ritos. Cada divindade possuía, 
pensava-se, o seu instrumento favorito: Um dos 
instrumentos de percussão era um tambor em forma de 
taça. 
 
3 Site da pesquisa 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
45 
O Egito- A primeira civilização Egípcia assemelhava-se á 
da Mesopotâmia. Os historiadores não sabem 
praticamente nada sobre o tipo de música que eles 
preferiam, apenas que era calma lenta e compassada. 
Nas pinturas morais, há dançarinos e músicos em 
atitudes serenas e graciosas, tocando flauta e harpa, 
instrumentos muitas vezes associados á paz e á 
meditação. 
Nos campos e nas vinhas, batiam-se pauzinhos para 
afastar as aves e outros animais nocivos. Quando 
imploravam aos Deuses, os Egípcios serviam-se desses 
pauzinhos para obter um ritmo de dança. Numa outra 
cerimônia, uma sacerdotisa levava um sistro (anéis 
metálicos fixos num quadro em forma de Y) como 
símbolo do poder divino. 
Dos instrumentos de percussão podemos salientar os 
seguintes: 
Crotalos - Primeiro feitos de madeira, marfim e mais 
tarde em metal; 
Pratos – Idênticos aos ocidentais. 
Sistro – É o instrumento mais característico do Egito. É 
constituído por uma lamina de metal e fixa a um cabo. 
Essa lamina tem várias argolas metálicas. 
Tambores – De variadas formas. 
A CHINA - Na China produziu-se uma tradição musical 
antes mesmo do Egito antigo. Segundo a lenda, um 
Imperador Chinês decretou cerca de 2700 anos antes de 
Cristo, que o som de um “sino amarelo” especial seria a 
base da música Chinesa. Depois, o estilo musical Chinês 
permaneceu praticamente imutável no decurso de 
milênios. A música de origem popular e rítmica foi 
canonizada no uso durante as cerimônias rituais, como 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
46 
forma de etiqueta religiosa ou profana. Em especial, no 
período da dinastia Chen, Xamãs e os guerreiros que 
detinham o poder sobre os outros estratos sociais, 
instituíram uma série de cerimônias geralmente 
sacrificatórias às forças da natureza, nas quais a música 
tinha um lugar importante para acompanhar a 
recitação das formulas mágicas. A música Chinesa era 
geralmente acompanhada por danças. Os Chineses 
atribuíam á musica o poder de despertar e conservar a 
virtude. 
Dos instrumentos de percussão na China podemos 
destacar: 
Campanas – Instrumentos de metal, em forma de sino 
(encontra-se em jogos ou isolados). 
Gongo – Instrumento de bronze percutido com um 
martelo; 
Pratos – Idênticos aos ocidentais; 
Tambores – Das mais variadas formas. 
Porém para alguns filósofos, a música pode ter surgido 
na pré-história com a necessidade do homem de se 
comunicar com os Deuses. Ao escutar os sons da 
natureza, surgia a idéia de que esses eram os sons que 
os deuses usavam para se comunicar com o universo e a 
partir daí começaram a imitar os sons dos trovões, das 
chuvas, dos animais. 
Agora volto ao começo dessa conversa, então porque as 
tribos africanas tocavam tambor e as tribos européias 
tocam instrumentos de sopro e de cordas, na sua 
maioria? 
Minha teoria é a seguinte: Na pré-história o homem 
africano não precisava da pele do animal para se 
aquecer, a pele era usada para outras coisas, mas não 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
47 
era um acessório vital, daí a possibilidade de fabricar 
instrumentos com as peles (tambores, batuques etc.); Já 
as tribos européias precisavam muito das peles para se 
aquecer, fazer cabanas resistentes ao frio, fazer 
“cobertores” , a pele era essencial para a sobrevivência, 
sobrando assim espaço para a criação de outros tipos de 
instrumentos como de corda feito de tripas e 
instrumentos de sopro feito de madeiras. Acredito que 
por esse motivo e com a evolução das espécies, cada 
tribo foi aperfeiçoando sua música e seus instrumentos 
e hoje a Europa é (pelo menos para meu namorado) o 
símbolo do rock e a África, o Oriente Médio e até parte 
da Ásia, são especialistas em sons de percussões. 
- Nossa profe que interessante! Disse Julia. 
- Agora para quem quiser saber mais, anote os livros 
para pesquisa: 
O som e o sentido - Jose Wisnik 
Uma Breve História da Música - Roy Benett 
Roland Candé - História Universal da Música 
A origem da tragédia no espírito da musica – Nietzsche 
Na próxima aula... 
Exercício número 18 
Responda a pergunta: o quanto você se entrega a 
dança? Até onde vai seu mergulho? 
Minha resposta foi automática: - Nossa me entrego 
super, meu mergulho é profundo! 
-Sofia vai com calma, será mesmo que suaentrega é 
realmente profunda? Tem um texto no Samsara, que 
diz: -Machik-la, qual é especificamente o significado de 
“demônio”? — perguntou Gangpa Muksang. 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
48 
- Filho escute. Essas são as características dos demônios. 
Aquilo que é chamado de “demônio” não é de fato algo 
grande e escuro que aterroriza e petrifica quem o vê. 
Um demônio é qualquer coisa que obstrua a conquista 
da liberdade. Então, mesmo amigos queridos e 
afeiçoados se tornam demônios, no que diz respeito à 
liberdade. Mais do que tudo, não há maior demônio que 
essa fixação a um ego. Porque até que essa ego-fixação 
seja cortada, todos os demônios aguardam com as 
mandíbulas abertas. Por isso, você precisa se esforçar 
em um meio hábil para decepar o demônio da ego-
fixação. [...] Machig Labdron (Tibete, séc. XI) 
Nesse pequeno grande mundo da dança do ventre, o 
capeta sempre está presente, seja na inflação do ego, 
seja na postura de uma professora mau caráter, seja na 
pretensão de algumas a limitar a expressão artística 
ditando regras e conceitos que na verdade não existem, 
seja na competição excessiva por fama e 
reconhecimento, seja na busca doentia da 
perfeição. Tudo isso leva a um só caminho: abraçar o 
capeta. Preste atenção e não caia na tentação! 
- Eita profe achei que estava abafando, na verdade isso 
também é mais uma lição que estamos aprendendo não 
é mesmo? 
- È isso mesmo Sofia, não podemos bater no peito e 
dizer isto ou aquilo, a humildade faz o aprendizado ser 
contínuo e verdadeiro. 
 
 
 
 
 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
49 
Na próxima aula... 
Exercício número 19 
Cole uma figura que represente o lugar e a roupa ideal 
para sua apresentação de dança. 
 
- Lindo Sofia, agora transforme isso em realidade. 
- Mas como? 
- O como depende de você. 
- Sempre enigmática essa minha profe viu! Disse em voz 
alta com um tom descontraído. 
Na aula seguinte, a profe nos fez uma surpresa, cada 
uma de nós recebeu um caderno com a seguinte 
mensagem dentro: Durante séculos o ventre feminino 
vem sendo marginalizado, ignorado, silenciado. Apesar 
de termos vencido várias batalhas, a luta ainda não 
terminou. Precisamos despertar para o casamento 
alquímico do ventre com o autoconhecimento e nos 
despreender da ditadura do corpo perfeito, só assim 
superaremos a nós mesmas e venceremos os séculos! 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
50 
Um dos caminhos para esse despertar, no meu ponto de 
vista, é a prática oriental da dança do ventre. 
Na mesma aula... 
Exercício número 20 
- Nenhum exercício é válido se você não o fizer com a 
alma entregue, por isso nesse último exercício vocês 
devem fazer uma analise de tudo que fizeram e 
aprenderam. 
- Último? Professora, você está nos dizendo adeus? 
Perguntou Marta. 
- Não Marta querida estou dizendo até logo, agora a 
busca é com vocês. Esse será nosso último exercício, 
daqui para frente só aprenderemos a dançar. 
- Mas não podemos ficar sem os exercícios, eles me 
ajudam muito. Disse desanimada e triste. 
- Sofia, tudo o que você precisa está dentro de você, 
todos esses exercícios que fizemos, são apenas muletas 
de acesso, vocês não precisam mais delas, podem 
caminhar sozinhas. 
- Não gostei. Respondeu Laura. 
- Laura, meninas, não fujam da responsabilidade de 
buscarem o autoconhecimento. A verdadeira bailarina 
da dança oriental sabe que a fama é ilusão; Que o culto 
ao corpo não pode nunca ultrapassar o culto á alma; 
Que o egoísmo, mesquinharia, fofoca e falsidade não 
fazem parte do seu vocabulário; Ela sabe que será 
sempre uma eterna aprendiz; Sabe reconhecer seus 
defeitos e talentos; Sabe dialogar... Ela busca a dança 
como forma de iluminação e contato com o divino, Ela 
busca o conhecimento profundo; Ela não julga o 
desempenho de outras bailarinas; Ela é humilde o 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
51 
bastante para reconhece seus limites e seus desafios; 
Ela ensina por amor e com muita dedicação... Ela não 
esconde conhecimento, nem julga ser melhor do que 
ninguém; Ela sabe que currículo não faz a dança; Que 
dinheiro e sucesso são conseqüências; Seu maior desafio 
é ensinar suas alunas a serem melhores do que ela... Ela 
será sempre grata a aquelas mulheres que lhe 
ensinaram o caminho do "ventre" e abriram - lhe as 
portas para o mundo misterioso do sagrado feminino. 
- Obrigada professora por todos os seus ensinamentos, 
agora essa parte é com a gente. Disse em voz alta e 
todas concordaram. 
Exercício 20 – Analise: Sabe, cheguei à conclusão 
que a dança do ventre é um modo de vida, uma filosofia 
aplicada. Pensa comigo, a dança trabalha todos os 
nossos conceitos internos e nosso olhar para o externo, 
é graças a ela que entramos em contato com o feminino 
e podemos curar feridas, é através dos movimentos que 
transformamos o eu, que renascemos. Podemos nos 
auto-conhecer de uma forma simples, por exemplo, 
quando dançamos o corpo traduz quem somos e o que 
sentimos, com isso, se você perceber que está com 
dificuldade de movimentar o tronco provavelmente o 
seu chakra cardíaco está desequilibrado, se ficamos 
extremante tímidas é sinal que nossa preocupação com 
as atitudes, reações e pensamentos dos outros está 
acima do normal e por aí vai. Poderia escrever horas 
sobre como a dança cura o nosso feminino e muda 
nossa filosofia de vida, porém prefiro deixar você 
descobrir tudo isso sozinha, a única dica que deixo é: só 
com entrega total existirá a transformação! 
 
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Anexos: 
1. Alguns Movimentos básicos 
Postura - Posição básica: Em pé, pernas afastadas e 
semiflexionadas, quadris encaixados e abdome contraído; tronco 
"reto" e cabeça para frente. 
Passos 
Shimmies: pernas ligeiramente afastadas e joelhos semi-flex, fazer 
movimentos alternados com os joelhos; flexionando-os 
alternadamente. Tentar não mover a parte superior do corpo. 
Básico: Pé um pouco à frente, quadril sobe e bate pra baixo. Fazer 
os dois lados – esquerda e direita. 
Batida lateral: Peso do corpo numa das pernas, apoiar o pé 
contrário a trocar o peso do corpo de lado. Pisa e troca. 
Redondinho: Imaginar que você está desenhando um círculo bem 
pequeno com sua pélvis. 
 Redondo: Grande círculo com o quadril. 
Oito egípcio: Imaginar o símbolo do infinito na frente do seu corpo 
e tentar desenhá-lo com o quadril 
Camelo: Ondulação corporal, tentar desenhar um S começando 
com o peito, barriga, pélvis e vice-versa. 
Andada 1 : Cruza perna esquerda e abre perna direita.Alterne 
Twister: Um pé a frente do outro, torcer o quadril e levar o peso 
para a perna da frente e voltar o peso pra a perna de trás. 
Braços: 1.Com se tivesse pintando um quadro subir e descer 
alternadamente. 
2. Braços ao lado do corpo, subir e descer alternadamente. 
3. Cruzar os braços e subi-los até a cabeça e descer com eles 
abertos, delicadamente. 
Shimie Souhair: joelhos flexionados, peso na perna esquerda, bate 
quadril pra o lado direito levando o peso e vira quadril esquerdo 
pra frente. Repete o movimento. 
Oito pra frente: desenhar um 8 horizontal começando pela frente. 
Peso perna esquerda virar quadril pra frente e transferir o peso 
para o lado direito e repetir. 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
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Oito pra trás: desenhar um 8 horizontal começando por trás. Peso 
perna esquerda virar quadril pra trás e transferir o peso para o lado 
direito e repetir. 
Sobe desce empurra: peso na perna esquerda, quadril direito sobe, 
desce e empurra o peso da perna esquerda para direita fazendo um 
L. 
Bêbada: movimentos com os pés. Marca frente pé direito, cruza 
perna esquerda, cruza novamente a direita e abre lateral. Repete! 
 
2.Listade filmes 
Com cada um desses filmes eu aprendi, analise, estudei, pesquisei 
conceitos do feminino, da psicologia, da cultura, da vida cotidiana, 
formei conceitos e aprofundei meu olhar! 
• Balão Branco 
• As brumas de Avalon 
• Ás cinco da tarde 
• A feira das vaidades 
• Sob o sol da toscana 
• Pão e tulipas 
• Tempero da vida 
• Tempo de espera 
• A caminho de Kandahar 
• O expresso de Marrakesh 
• Ágata e a tempestade 
• Salomão e a Rainha de sabá 
• O jardim de Allah 
• Bem me quer, mau me quer 
• Lawrence da Arábia 
• Flores de aço 
• O Senhor dos anéis 
• As crônicas de Nárnia 
• Sex & The City (série) 
• Mata Hari 
• Colcha de retalhos 
• O último samurai 
• Memórias de uma Gueixa 
• A princesinha 
• Adeus Lênin 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
54 
• Chocolate 
• Violino Vermelho 
• Corra Lola, corra 
• Lúcia e o sexo 
• O Fabuloso Destino de Amelie Poulain 
• Noites com Sol 
• Sem notícia de Deus 
• Tudo Sobre Minha Mãe 
• Filho da noiva 
• As Mil e uma Noites 
• Kismet 
• E as chuvas chegaram 
• Intervenção Divina 
• Osama 
• Kung fu panda 
• O voto é secreto 
• Um casamento a indiana 
• Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera 
• A Menina Afegã ( documentário) 
• O poder do mito ( documentário) 
Boa pipoca :) 
 
3.Dicas de livros 
Patricia Bencardini, Dança do ventre Ciência e arte. Textonovo 
Jennifer Barker Woolger, Roger J. Woolger. A Deusa interior. 
Cultrik. 
Claudio Crow Quintino. A religião da grande Deusa. Gaia 
Bri. Maya Tiwari. O caminho da prática, a cura feminina pela 
alimentação, pela respiração e pelo som. Rocco. 
Catherine Clément, Julia Kristeve. O feminino e o sagrado. Rocco. 
Lucy Penna. Dance e recrie o mundo, A força criativa do ventre. 
Summus 
André Van Lysebeth. Tantra, o culto da feminilidade. Summus. 
Peter Demant. O mundo muçulmano, editora contexto 
Rudolf Laban, Domínio do movimento, Summus 
 
Joia Rara, o diário de uma aprendiz – Nassih sari 
 
55 
Dionísia Nanni, Dança educação, Sprint 
Victor N.Davich, O melhor guia de meditação, pensamento 
Sylvia B. Perera, Caminho para a iniciação, paulus 
Stanley Keleman, Mito e corpo uma conversa com Joseph 
Campbell, summus 
Martha Robles, Mulheres, mitos e mistérios o feminino através 
dos tempos, Aleph 
Hajo Banzhaf, A tarô e a viagem do herói, pensamento 
4. Sites e blogs a serem visitados 
http://ventreemebulicao.blogspot.com/ 
http://poesiapensamento.blogspot.com/ 
http://www.femininoplural.com.br/ 
http://www.radiobastet.com/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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56 
9. Perfil da autora 
Simone Martinelli é o pseudônimo de Nassih Sari, que nasceu 
em Guarulhos, São Paulo, em 1976. Começou a escrever 
ainda criança, na adolescência teve um conto publicado pelo 
jornalzinho do Mackenzie, escola onde estudava. Com o 
passar do tempo os questionamentos e dilemas se 
acumularam, sua primeira grande busca foi por Deus. Simone 
leu e pesquisou Deus em todas as religiões e seitas. Em 2005 
inaugura o famoso blog Poesia Pensamento que em 2010 
ficou em terceiro lugar na categoria cultura votada pelo júri 
acadêmico na premiação brasileira de blogs, o TopBlog. 
Também em 2010 publicou dois e-books gratuitos sobre o 
tema dança oriental, sua outra paixão, que já foram baixados 
e lidos por mais de mil pessoas, além de expor algumas obras 
em sites como overmundo e worldartfriends.com. 
 
 
Contato: nassihsari@yahoo.com.br 
Site: http://about.me/ssmartweb

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