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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 74 ponto(s) desejado(s). 6. Temperaturas extremas e médias. A mais elevada e mais baixa temperaturas observadas em um dado intervalo de tempo (que constituem as temperaturas extremas desse mesmo intervalo), são conhecidas como má- xima e mínima. Quando o intervalo é de 24 horas tem-se apenas uma temperatura máxima e uma mínima. Em se tratando de períodos maiores (geralmente um mês, um ano etc.) usam-se as expressões "máxima absoluta" e "mínima absoluta", para ressaltar que se trata da maior máxima e da menor mínima. Nesse caso é costume obter, também, os correspondentes valo- res médios, referidos como "temperatura máxima média" e "temperatura mínima média". Chama-se amplitude térmica à diferença entre as temperaturas extremas observadas em um dado período (dia, mês etc.). Rigorosamente falando a "temperatura média" deveria referir-se à média aritmética de todas as temperatura observadas a intervalos regulares e curtos, em um dado período. Durante um dia, por exemplo, poderia ser calculada a partir dos valores observados a cada hora ou, mais rigorosamente ainda, a cada dez minutos. Na prática, porém, não é esse o procedimento adotado para fins climatológicos, embora o seja em muitos estudos de natureza micrometeo- rológica. No Brasil, a temperatura média diária do ar, em cada estação meteorológica da rede oficial, é geralmente estimada através de um parâmetro que se convencionou chamar de "tem- peratura compensada". Para seu cálculo emprega-se a fórmula abaixo, desenvolvida por A. Serra, em 1938 (Serra, 1974): t = (2 t00 + t12 + tX + tN) / 5, (II.6.1) onde t00 e t12 referem-se, respectivamente, às temperaturas observadas às 00 e às 12 TMG, tX traduz a temperatura máxima do dia em questão (obtida a partir do termômetro de máxima) e tN especifica a temperatura mínima desse mesmo dia (resultante da leitura do termômetro de mí- nima). Serra (1974) refere-se a estudos que conduziu comparando 154 médias diárias (calcu- ladas com base em termogramas) com as temperaturas compensadas (computadas através da equação II.6.1), envolvendo sete localidades diferentes. Segundo aquele pesquisador, o desvio encontrado manteve-se entre –0,3 e +0,1oC. A freqüência predominante (36% dos casos) esta- va associada a um desvio de –0,1oC; em 26% dos 154 termogramas analisados o desvio foi nulo, isto é: a temperatura compensada coincidiu com a média real. Diante desses resultados, a temperatura compensada foi oficialmente adotada no Brasil, a partir de 01/01/1938, como parâmetro substituto da temperatura média diária, para fins climatológicos. As temperaturas médias mensais e anual são, via de regra, computadas usando-se as temperaturas compensadas. Quando estão disponíveis apenas as temperaturas extremas diá- rias, a fórmula II.6.1 não pode ser empregada. Nessas circunstâncias, costuma-se estimar grosseiramente a média diária pela semi-soma de tX e tN.
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