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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 75 7. Oscilações da temperatura do ar. 7.1 - Oscilações quase-instantâneas. A temperatura do ar normalmente apresenta acentuadas variações temporais, mesmo quando são considerados intervalos de tempo relativamente pequenos. Usando equipamento bastante sensível para a época, Middleton (1943) já havia mostrado que não são raras flutua- ções da ordem de ± 2 oC em poucos minutos. As variações quase-instantâneas da temperatura do ar à superfície são atribuídas à passagem de turbilhões (redemoinhos ou vórtices) convectivos pelo instrumento de medida. A periodicidade e a amplitude dessas oscilações dependem da freqüência e do tamanho dos re- demoinhos, que caracterizam o estado de agitação do ar (turbulência) em um dado local e ins- tante. Nas vizinhanças da superfície terrestre, tais vórtices decorrem, principalmente, da resis- tência que a rugosidade natural da superfície oferece ao movimento do ar (turbulência mecâni- ca) e da convecção, devida ao aquecimento da superfície pelo Sol. A turbulência mecânica tende a diminuir com a altura, o mesmo acontecendo com a amplitude e a freqüência das os- cilações da temperatura. As aplicações sinóticas e climatológicas de rotina não exigem o conhecimento das flutu- ações quase-instantâneas da temperatura do ar. A freqüência e a amplitude dessas oscilações, no entanto, são informações importantes para investigações efetuadas no âmbito da agrome- teorologia e da micrometeorologia, pois estão associadas à eficiência dos vórtices turbulentos em transferir verticalmente calor, vapor d'água, poluentes etc., próximo da superfície. Em tais estudos é conveniente usar sensores de resposta muito rápida, diretamente interligados a computadores capazes de processar os dados coletados. 7.2 - Oscilação diária da temperatura do ar. A temperatura do ar à superfície, apresenta um ciclo diário (Fig. II.7), passando por um máximo (temperatura máxima do dia) e por um mínimo (temperatura mínima do dia). Em situa- ções normais, valor máximo ocorre cerca de duas horas depois da culminação do Sol; o míni- mo acontece pouco antes do nascimento do Sol. A presença de fenômenos capazes de pertur- bar o estado prevalecente da atmosfera (como uma invasão de ar frio, por exemplo), pode alte- rar a expectativa quanto aos horários prováveis de ocorrência das temperaturas extremas. A curva diária típica da temperatura do ar à superfície, para um determinado local e pe- ríodo, pode ser obtida tomando-se a média aritmética dos valores horários, extraídos dos ter- mogramas. A comparação de curvas que exprimem a variação diária da temperatura do ar re- vela que, nas regiões tropicais, a amplitude térmica diária é, em geral, muito maior que a ob- servada em latitudes não tropicais. De fato, nos trópicos é normalmente grande a diferença entre as temperaturas extremas diárias. 7.3 - Oscilação anual da temperatura do ar. Para verificar a oscilação anual das temperaturas máxima, compensada e mínima, de- vem-se obter, inicialmente, as respectivas médias mensais. As curvas que representam a vari
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