Buscar

95_METEOROLOGIA_E_CLIMATOLOGIA_VD2_Mar_2006

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA
Mário Adelmo Varejão-Silva
Versão digital 2 – Recife, 2006
81
7.4 - Oscilações seculares.
Tem se verificado, em determinadas regiões, uma tendência da temperatura média do
ar aumentar ou diminuir, muito lentamente, ao longo do tempo. Tal comportamento sugere a
existência de oscilações com periodicidade muito ampla, geralmente referidas como oscilações
seculares. Para detectá-las, porém, é necessário dispor de séries de registros bastante gran-
des e homogêneas, o que é difícil. 
A questão é complicada porque efeitos semelhantes podem resultar da mudança do lo-
cal da estação meteorológica, ou de alterações do seu entorno (decorrentes da urbanização,
por exemplo). Nessas circunstâncias, evidentemente, são falsas as tendências.
Tendências seculares podem ser efetivamente causadas pela influência do Homem,
que vem aumentando a concentração de dióxido de carbono na atmosfera (advindo da com-
bustão e do desflorestamento), a quantidade de partículas em suspensão (poluição industrial) e
a produção de calor.
Tendências seculares podem ser efetivamente causadas pela influência do Homem,
que vem aumentando a concentração de dióxido de carbono na atmosfera (advindo da com-
bustão e do desflorestamento), a quantidade de partículas em suspensão (poluição industrial) e
a produção de calor. Alguns estudos, baseados em modelos numéricos, têm sugerido que a
concentração antropogênica de CO2 na atmosfera tende a crescer de 15 a 20%. Como conse-
qüência, a temperatura média do ar em toda a Terra poderia exibir um incremento de cerca de
0,5oC, sendo que, nas proximidades dos pólos, poderia alcançar 1oC. Segundo algumas des-
sas simulações, daqui a 100 anos o aumento na média planetária da temperatura do ar à su-
perfície poderia ter atingido 3oC, provocando a fusão parcial das geleiras polares e circumpola-
res (Budyko, 1977). 
As previsões sobre o aquecimento gradual do planeta são realizadas com modelos nu-
méricos, que incorporam diferentes hipóteses e aproximações, estando longe de fornecer re-
sultados precisos. Os resultados das simulações variam muito, dependendo das hipóteses
(aproximações) utilizadas no modelo, cujos resultados apenas apontam tendências. Isso tem
contribuído para aumentar a polêmica científica sobre os possíveis efeitos do aquecimento pre-
visto. De fato, todos os modelos concordam que há tendência de aquecimento.
8. Distribuição espacial da temperatura.
8.1 - Isotermas.
Valores de temperatura, obtidos em diferentes locais, podem ser plotados sobre uma
carta geográfica da região em que se localizam. Caso exista um número suficiente de locais
com dados, é possível interpolar linhas que unam pontos com igual valor da temperatura, cha-
madas isotermas (Fig. II.16). O mesmo pode ser feito quando se dispõe de muitos dados cole-
tados em diferentes perfis (na atmosfera, no solo, no oceano etc.) e se deseja conhecer como
se distribui a temperatura em uma determinada secção vertical.
As isotermas traduzem a configuração do campo da temperatura. São comuns cartas
climatológicas contendo isotermas médias, referentes à temperatura do ar à superfície terrestre

Outros materiais